BEM-ESTAR E CONDICIONAMENTO FÍSICO 1

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Autoria: Me. Daniel Vicentini de Oliveira 
Revisão técnica: Me. Thiago Henrique Nunes Ferreira
BEM-ESTAR E CONDICIONAMENTO FÍSICO
CONCEITOS EM
SAÚDE, BEM-ESTAR,
APTIDÃO FÍSICA E
QUALIDADE DE VIDA
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Introdução
Nesta unidade, estudaremos alguns conceitos em saúde, bem-estar, aptidão
física e qualidade vida. Estes são conceitos importantes e iniciais para se
trabalhar na área da educação física com foco na prevenção e promoção da
saúde.
Você sabe o que é saúde e como ela é de�nida? A saúde está presente na minha
vida, na sua, dos nossos familiares, e de todas as pessoas. Portanto, é essencial,
não apenas para os pro�ssionais da saúde, mas para a sociedade como um
todo, saber o que é saúde e quais os seus determinantes, a�nal a saúde não
signi�ca a ausência de doenças, como muitas pessoas consideram. É algo
muito mais amplo do que isso.
Dessa forma, nesta unidade, você irá ver que o conceito, e os indicadores de
saúde e as determinantes de saúde são mais do que imaginamos, além de
serem temas importantes para os pro�ssionais da saúde. Um indivíduo com
diagnóstico de doença pode sim ser saudável, assim como ter um bom bem-
estar e boa aptidão física. Porém, a�nal, o que é bem-estar e aptidão física?
Você verá que para melhora da aptidão física é necessário a prática de atividade
física e, principalmente, de exercício físico. E qual a diferença entre atividade
física e exercício físico? Veremos as respostas para essas questões aqui.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 49 minutos.
Conceituar saúde, bem-estar e qualidade de vida não é uma tarefa fácil, visto que
são termos bastante complexos, subjetivos e heterogêneos, ou seja, variam de
pessoa para pessoa. Como pro�ssional de educação física, é importante que
você saiba a diferença entre esses conceitos.
O conceito de saúde vem sofrendo modi�cações com o decorrer do tempo.
1.1 Saúde, bem-estar e qualidade de vida
1.1.1 Saúde
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Infelizmente, o conceito de saúde entendido como ausência de doença ainda é
amplamente utilizado e difundido na sociedade em geral, mas também pelos
pro�ssionais da saúde, o que é um grande erro. Esse conceito se baseia
historicamente no próprio desenvolvimento da epidemiologia.
Para você ter uma ideia, até meados do século XIX, não se tinha conhecimento a
respeito das causas das doenças, sendo muitas vezes essas creditadas a
castigos dos deuses, maus odores, magias e outras suposições que, hoje, são
absurdas. De acordo com Guiselini (2006), a responsabilidade de curar as
doenças era de curandeiros, religiosos, feiticeiros, xamãs, entre outros.
A partir do descobrimento de microrganismos como bactérias, vírus e fungos,
por exemplo, veio o advento da clínica médica moderna:
Divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948, o conceito da
Organização Mundial da Saúde (OMS), implicando o reconhecimento do direito à
saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, traz que a
saúde é o estado de mais completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doenças. A saúde deveria ser a expressão do direito a uma
vida sem privações, plena, mesmo na presença de alguma doença (GUISELINI,
2006). Este conceito da OMS é bastante subjetivo, porém, é a mais correta visão
de saúde e que utilizamos até os dias de hoje.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no ano 2000, reforçou o conceito de
saúde da OMS, trazendo quatro mínimas condições para que um Estado
assegure o direito à saúde ao seu povo:
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Observando em sentido amplo e resumindo, a saúde depende de diversas
condições, como habitação, alimentação, educação, meio ambiente, emprego,
renda, lazer e acesso a serviços de saúde.
E o que vem a ser o bem-estar, sobre o qual tanto falamos e procuramos no
nosso dia a dia? O termo possui, assim como saúde, um signi�cado subjetivo e
complexo, geralmente sendo utilizado para indicar aspectos emocionais, físicos,
e sociais de uma pessoa. Possui relação com a capacidade de uma pessoa
suprir suas necessidades e estar satisfeito com a sua vida (SOUZA, 2011).
Disponibilidade �nanceira.
Acessibilidade.
Aceitabilidade.
Qualidade do serviço de saúde pública do país (SOUZA, 2011). 
1.1.2 Bem-estar
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O bem-estar está relacionado com o bem-estar subjetivo e objetivo. O bem-estar
subjetivo está relacionado com a experiência de vida de cada indivíduo. Já o
bem-estar objetivo relaciona-se com os aspectos sociais e econômicos de um
dado indivíduo. O bem-estar subjetivo pode ser dividido em categorias:
satisfação com a vida, afetos positivos e afetos negativos. 
Dessa forma, é importante que eu destaque a você que o bem-estar é uma
variável também subjetiva, como a saúde, e que se altera dinamicamente,
dependendo dos afetos positivos e negativos da pessoa.
O conceito de qualidade de vida deve ser visto de forma multidimensional, pois
envolve aspectos: 
1.1.3 Qualidade de vida
Caro (a) estudante, sugiro a você a leitura do artigo Bem-Estar Subjetivo:
em Busca da Qualidade de Vida, de autoria de Claudia Hofheinz
Giacomini, publicado em 2004. Esse artigo aborda a relação entre o bem-
estar e a qualidade de vida das pessoas. Veja que existe uma relação
direta entre bem-estar e qualidade de vida e, indiretamente, entre o bem-
estar e a saúde.
Acesse (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-389X2004000100005) 
VOCÊ QUER LER?
Afetos positivos
Afetos negativos
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2004000100005
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Atualmente, esse conceito costuma ser avaliado internacionalmente, servindo
para realizar comparações entre as nações dentro de um contexto global.
Perseguir a qualidade de vida signi�ca buscar o equilíbrio entre os campos
físicos e mentais, o que pode ser feito a partir de uma rotina que envolva: 
subjetivos,
psicológicos,
físicos,
sociais,
culturais,
e ambientais. 
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Constantemente, a qualidade de vida tem preocupado as pessoas e as
populações, pois se relaciona com compromisso individual de contínua procura
por uma vida saudável, e de boas condições de vida como: autoestima,
educação, lazer, liberdade, moradia, saúde, trabalho, transporte, entre outras.
Já lhe adianto que não se tem um consenso sobre a de�nição de qualidade de
vida. A busca pelos termos qualidade de vida é muito antiga. Segundo
Aristóteles, por exemplo, qualidade de vida tinha relação com sentimentos de
realização pessoal, plenitude e felicidade.
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Figura 1 - Aristóteles.
Fonte: Panos Karas, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há uma estátua branca de
Aristóteles, segurando um pergaminho.
A palavra qualidadederiva do latim qualis, e signi�ca o modo de ser
característico de algo, o que pode assumir características tanto negativas como
positivas. Entretanto, o que estamos acostumados, quando falamos em
qualidade de vida, é a relacionar sempre com algo digno, positivo, bom, e não é
bem assim.
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Os diversos signi�cados de qualidade de vida estão de acordo com perspectivas
demográ�ca, econômica, bioética, antropológica, de saúde pública e ambiental.
Portanto, o termo qualidade de vida tem recebido diversas de�nições ao longo
dos anos.
Figura 2 - Organização Mundial da Saúde.
Fonte: Igor Y Eros, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, temos a logo da Organização
Mundial de Saúde, escrita em inglês (World
Health Organization), na cor branca. O fundo é
azul claro.
Aristóteles foi um dos grandes �lósofos da Grécia Antiga, nascido na
cidade de Estagira, na Macedônia, no ano de 384 a.C. Ele conviveu e
estudou com Platão. Na sua juventude, sabe-se que ele teve uma
formação sólida em ciências, o que in�uenciou a sua produção �losó�ca.
VOCÊ O CONHECE?
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Vamos ver a principal de�nição de qualidade de vida, de acordo com
Organização Mundial de Saúde, a OMS: 
Na área da saúde, são identi�cadas duas tendências quanto ao conceito de
qualidade de vida (DINIZ; SCHOR, 2006):
qualidade de vida como um conceito mais genético;
qualidade de vida relacionada à saúde.
Qualidade de vida é a
percepção do indivíduo de sua
posição na vida, no contexto da
cultura e sistemas de valores
nos quais vive e em relação aos
seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações. Essa
definição inclui seis domínios
principais: saúde física, estado
psicológico, níveis de
independência, relacionamento
social, características
ambientais e padrão espiritual
(ORLEY; KUYKEN, 1994, p.43).
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No primeiro caso, além das variáveis relacionadas às doenças, disfunções e
intervenções em saúde, a qualidade de vida é mais ampla, sendo in�uenciada
por estudos da sociologia, sem fazer referência a disfunções ou agravos à
saúde.
Podemos considerar também que a qualidade de vida se baseia em três
princípios fundamentais: nível socioeconômico, satisfação e capacidade
funcional. A qualidade de vida também pode estar relacionada com as seguintes
variáveis: autoproteção de saúde, atividade intelectual, capacidade física,
situação econômica, estado emocional e interação social (SOUZA, 2011).
Mesmo tendo o conceito da OMS, o conceito de qualidade de vida pode variar de
acordo com a visão de cada pessoa. Pode ser considerada multidimensional ou
unidimensional para cada pessoa. Na realidade, a qualidade de vida excelente ou
boa é aquela que oferece, no mínimo, condições para que os indivíduos
desenvolvam o máximo de suas potencialidades.
O termo qualidade de vida é muito utilizado pelas pessoas, como se fosse um
vocabulário popular, mas que cada um entende como quer, ou como tem
conhecimento. Parece que falar de qualidade de vida, sempre remete a algo
positivo, mesmo muitas pessoas não de�nindo exatamente do que está se
falando. Você já percebeu isto? Você pode perceber, anteriormente, que de�nir
qualidade de vida não é uma tarefa muito fácil, não é? Chamamos isso de senso
comum.
Falta muita compreensão sobre este termo qualidade de vida, e principalmente
sobre as causas e consequências de uma boa ou má qualidade de vida pessoal
e populacional. Temos que lembrar que a qualidade de vida esteve sempre entre
a sociedade, entre os homens, visto que se remete ao interesse pela vida (DINIZ;
SCHOR, 2006). Portanto, dizemos que a qualidade de vida não é algo a ser
alcançado pela sociedade, e sim trata-se de uma percepção sobre a vida.
Interessante que aspectos diferentes que de�nem a qualidade de vida
apresentam-se na literatura, como, por exemplo, capacidade de aproveitar as
possibilidades da vida, de decidir, escolher, e ter controle de sua vida. Porém,
sabemos que vai muito além disso.
As origens da ênfase atual na qualidade de vida podem ser atribuídas à
degradação ambiental (exploração dos bens naturais comuns, como subsolo,
solo, água, poluição do ar, vegetação, erosão da sustentabilidade ecológica,
secundarização das identidades culturais próprias, uso irracional dos recursos);
e à degradação do bem-estar humano (produção excessiva de bens de consumo,
consumismo). As consequências desses fatores têm sido: 
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Com isso, a busca pela qualidade de vida visa a ampliar perspectivas para a
equidade social e diversidade ecológica e cultural, redimensionando as
categorias qualitativas e reavaliando o estilo de vida urbano e a qualidade do
consumo do trabalho, da distribuição de riquezas e do acesso aos bens e aos
serviços (SOUZA, 2011).
Podemos compreender a qualidade de vida, dentre as diversas expressões de
conceitos vigentes, por meio da análise de suas partes, por facetas e domínios,
que possuem relação com os componentes emocional e físico das relações
sociais e do ambiente. Porém, pouco ainda se sabe sobre as especí�cas
relações destes componentes da vida do ser humano com o nosso modo de ser
no dia a dia, por exemplo:
Como você pode perceber, o conceito de qualidade de vida é bastante
abrangente, visto que relaciona diversas problemáticas e abordagens. Na
produção técnica, três âmbitos complementares se destacam. Eles são peças
fundamentais para analisar a qualidade de vida:
O empobrecimento crítico das populações.
A marginalização dos circuitos de produção e de consumo.
A marginalização cultural.  
como praticamos esportes;
como nos alimentamos;
como convivemos no local de trabalho e no domicílio;
como envelhecemos com qualidade e saúde;
e como nos relacionamos com os amigos e com a
sociedade.
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1º) Diferença entre os aspectos imateriais e materiais da qualidade de vida. Os
aspectos imateriais que estão mais conectados ao patrimônio cultural, ao
ambiente, e ao bem-estar, tornaram-se centrais. Já os materiais estão
relacionados as necessidades humanas básicas, como o abastecimento de
água, o sistema de saúde, as condições de habitação, etc. Nas sociedades
menos desenvolvidas, historicamente, as questões materiais tinham uma
focalização muito grande, eram decisivas.
2º) Diferença entre os aspectos coletivos e individuais. Os componentes
coletivos estão ligados diretamente aos serviços básicos e públicos. Já os
individuais se relacionam com a condição pessoal, familiar e econômica.
3º) Diferença entre aspectos objetivos da qualidade de vida. Estes são
apreendidos facilmente, por meio da de�nição de indicadores de natureza
quantitativa, e os aspectos subjetivos, que remetem à percepção subjetiva que
os indivíduos têm sobre qualidade de vida, que varia conforme a pessoa e o
estrato social (DINIZ; SCHOR, 2006).
A qualidade de vida relacionada à saúde tem sido uma das preocupações dos
clínicos e dos demais provedores de serviços sanitários. Em geral, os
pro�ssionais de saúde, com base em uma pergunta explícita feita sobre o estado
geral de saúde dos pacientes, avaliam e propõem decisões terapêuticas. De uma
maneira mais formal, os estudos populacionais incorporaram há tempos
perguntas do tipo “como você se sente em relação ao seu estado de saúde?”,permitindo monitorar os níveis de saúde populacional e as estatísticas de
mortalidade.
Os estudos sobre qualidade de vida variam de acordo, geralmente, com quatro
abordagens: 
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A abordagem econômica contempla também, como principal elemento, os
indicadores sociais. Neste contexto, o termo qualidade de vida se tornou popular
na década de 1960 quando políticos dos Estados Unidos da América o usaram
como degrau político. Os discursos políticos da época abordavam o
compromisso de toda uma sociedade em assegurar mínimas estruturas sociais,
permitindo sua felicidade.
Portanto, em um primeiro momento na pesquisa sobre qualidade de vida, em
especial nos Estados Unidos, indicadores econômicos eram utilizados como o
primordial parâmetro na avaliação da qualidade de vida populacional. Em um
segundo momento, estes indicadores foram analisados com os indicadores
sociais. Isso ocorreu, pois, com o desenvolvimento econômico do país,
problemas como criminalidade e violência cresceram, mesmo com a riqueza
econômica.
A abordagem psicológica objetiva buscar indicadores que tratem das reações
subjetivas de um indivíduo às suas vivências. Primeiramente, estes indicadores
dependem da experiência direta da pessoa cuja qualidade de vida está sendo
avaliada; indica satisfação, felicidade e como as pessoas percebem suas
próprias vidas. As abordagens psicológicas somente consideram qualidade de
vida enquanto um aspecto subjetivo à pessoa, e desconsidera o contexto
ambiental em que está inserida. Esta é a principal limitação dessa linha de
pensamento na área da qualidade de vida.
A abordagem biomédica objetiva oferecer melhores condições de vida às
pessoas doentes. Na literatura biomédica, o termo qualidade de vida pode ser
associado a signi�cados diversos, como condições de saúde e funcionamento
social, e estado subjetivo e saúde. Estes são conceitos que possuem relação
com a avaliação subjetiva do indivíduo, e ao impacto do estado de saúde na
capacidade de se viver com qualidade.
As abordagens gerais, também chamadas de holísticas, se baseiam na premissa
de que o conceito de qualidade de vida é multidimensional, pois apresenta uma
organização dinâmica e complexa das suas variáveis (componentes). A
qualidade de vida, aqui, difere de pessoa para pessoa de acordo com seu
contexto ou ambiente, e até mesmo entre duas pessoas inseridas em um
contexto similar. Características como inteligência, valores, interesses devem ser
considerados. Além disso, qualidade de vida é um aspecto fundamental para se
ter uma boa saúde e não o contrário (FLECK, 2008).
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Neste último modelo, o ser é entendido como o que o ser humano é, sendo
resultado de sua aptidão física, nutrição, inteligência, habilidades individuais,
experiências de vida, valores, e educação, que é o foco desta disciplina. Quanto
ao pertencer, trata-se das ligações que o indivíduo tem em sua casa, trabalho,
comunidade, em seu meio, com possibilidade de escolha pessoal de privacidade,
assim como da inclusão em programas recreativos, participação de grupos,
realização de serviços comunitários e sociais etc. O tornar-se remete à prática
de atividades programas educacionais, trabalho voluntário, oportunidade de
desenvolvimento das habilidades em estudos formais e não formais,
participação em atividades relaxantes, etc. Esses componentes consideram
tanto a pessoa, como o ambiente, assim como os obstáculos e as
oportunidades (FLECK, 2008).
A qualidade de vida, portanto, é considerada por meio das concepções e
opiniões de cada pessoa, baseadas nas próprias experiências, crenças,
experiências, expectativas e sensações. Para avaliação da qualidade de vida da
pessoa, como você estudou anteriormente, interessa os sentimentos e as
percepções da pessoa sobre as diversas dimensões (domínios e facetas físicas,
psicológicas, nível de independência etc.).
O importante da de�nição de qualidade de vida da OMS está na validação do
aspecto subjetivo da questão, que é inquestionável, ou seja, a perspectiva da
pessoa é o que está em questão. A qualidade de vida, então, é composta por
muitas dimensões, sendo elas negativas ou positivas (FLECK, 2008).
Resumindo, a qualidade de vida só pode ser descrita pela pessoa avaliada, pelo
indivíduo; é necessário levar em consideração diversos aspectos da vida; possui
relação com metas e objetivos de cada pessoa; melhorar a qualidade de vida
está relacionado à capacidade de atingir e identi�car objetivos de vida de cada
pessoa; doenças e hábitos de vida podem modi�car esses objetivos pessoais. A
área da saúde abrange o meio ambiente (solo, água, ar, moradia, local de
trabalho); a biologia (herança genética, processos biológicos inerentes à vida);
estilo de vida (hábito de fumar, nutrição, prática de exercício físico, estresse); e a
organização da assistência à saúde (assistência médica e de sistemas de
saúde).
VAMOS PRATICAR?
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Coloque em prática o que vimos até o momento. Questione as pessoas
próximas a você, como os familiares e amigos, como eles conceituam saúde,
bem-estar e qualidade de vida, ou seja, o que são essas variáveis para eles.
Provavelmente você verá diferentes e interessantes respostas. Após isso,
coloque essas respostas “no papel” e veja quem mais se aproximou da de�nição
atual de saúde, bem-estar e qualidade de vida.
Agora, veja a de�nição e os tipos de atividade física. Você verá que atividade
física e exercício físico possuem de�nições distintas, mas que se
complementam.
Tudo que realizamos em nosso dia a dia pode ser considerado atividade física,
quando estamos no sofá e nos levantamos para buscar um copo d’água ou
atender ao interfone, sair de nosso estado de repouso e contribuir com as
atividades domésticas ou então estar em contato com a natureza, cuidando do
jardim, embora ocorram por necessidade são também atividades físicas.
Os hábitos e necessidades diárias de estudo e trabalho reforçam nossos
comportamentos sedentários, nos deixando, por muito tempo, sentados e
restritos a mínimos movimentos que exigem pouco ou quase nenhum gasto
energético. Passamos horas em frente a telas, em computadores e televisores
ou, durante muito tempo, dedicados a livros e cadernos, nos tornando
minimamente ativos ao longo do dia.
1.2 Atividade física e exercício físico
1.2.1 Atividade física
Provavelmente você perceberá que cada pessoa
terá uma de�nição diferente, mesmo que
parecida, para saúde, bem-estar e qualidade de
vida. Isso mostra o quanto são subjetivas essas
variáveis. 
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Simples mudanças de hábitos podem contribuir para que os efeitos das
necessidades diárias não contribuam para o sedentarismo. Incluir atividades
físicas na rotina é uma importante estratégia, caminhar, em lugar de tornar-se
dependente de veículos automotores, realizar pausas para alongar-se ou
desa�ar-se em novos movimentos corporais. É necessário desa�ar nosso corpo
em atividades que exijam maiores gastos energéticos.
Os termos atividade física, exercício físico e aptidão física são utilizados
como sinônimos de forma recorrente. No entanto, existem diferenças
fundamentais nesses conceitos que requerem a atenção dos
pro�ssionais de educação física. Além disso, é fundamental que
saibamos quais são os efeitos que a atividade física exerce sobre a
aptidão física, tendo em vista que seus elementos são constituintes da
busca pelo completoestado de bem-estar físico, emocional e social.
VOCÊ SABIA?
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Figura 3 - Incentivo ao estilo de vida saudável.
Fonte: wavebreakmedia, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há, na piscina, um grupo de alunos
em cima de suas bikes aquáticas pedalando,
sugerindo estarem fazendo uma aula de bike
aquática.
A atividade física, para Caspersen et al. (1985, p. 126) é de�nida como “[...]
qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que
resultam em gasto de energia”. Ou seja, a maioria das ações que realizamos
diariamente são atividades físicas. Ao levantar da cama pela manhã, escovar os
dentes, correr, jogar uma partida de voleibol, varrer a casa, quando estamos
aparentemente parados e nossos músculos agem de forma inconsciente para
manter a posição ereta ou até mesmo durante o sono, quando nos
movimentamos para trocar a posição, estamos realizando atividades físicas. 
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No entanto, essas atividades são diferentes, são realizadas em momentos
diversos e com propósitos distintos. Assim, podemos realizar um agrupamento
delas formando categorias de atividades físicas. De maneira bastante simplista,
elas podem ser classi�cadas em:
Ativi
dad
es
labo
rais
1
Ativi
dad
es
de
laze
r
2
Ativi
dad
es
de
desl
oca
men
to
3
Convidamos você a assistir ao vídeo sobre Qual o Melhor Tipo de
Exercício Físico para Cada Pessoa. Nele vídeo, perceberá que existem
alguns exercícios mais indicados para certos “tipos” de pessoas. Clique
no link a seguir!
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=XkwUBv_xzLU)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=XkwUBv_xzLU
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Diante disso, vemos que atividade física é fácil e prática de ser realizada, não é
mesmo? Porém, mesmo assim, a inatividade física hoje é a razão de um grande
desperdício do potencial humano, além de ser a responsável pelo risco
aumentado de desenvolvimento de doenças cardíacas em pessoas jovens.
Algumas doenças ou incapacidades da terceira idade já são consideradas mais
como resultado desta inatividade física do que propriamente do envelhecimento.
O sedentarismo tem contribuído signi�cativamente para o adoecimento da
população (ACSM, 2014).
As formas do trabalho moderno reforçam os comportamentos sedentários, a
tecnologia por meio da informatização e automação fez com que o trabalho
manual diminuísse e com isso os gastos de energia nas atividades da vida
diária. Hoje, consideramos os automóveis como ferramenta imprescindível para
o deslocamento, e as atividades de lazer tornaram-se essencialmente virtuais.
Estes padrões não são apenas atribuídos dos adultos, jovens e adolescentes
também optam por um estilo de vida sedentário.
A atividade física é importante para todas as idades, ser uma pessoa ativa
contribui positivamente para os esforços que precisamos realizar nas atividades
do cotidiano sem um cansaço desproporcional ou um excesso de dores, além de
nos ajudar na regulação do peso corporal evitando o acúmulo de gordura e a
obesidade.
A atividade física também auxilia em nossos processos �siológicos, pessoas
que praticam regularmente atividades físicas sentem-se melhores e sua
aparência é mais saudável. Já entre os idosos, a perda de independência e a
limitação na mobilidade tendem a reduzir. 
Um exemplo de atividade física de deslocamento é quando vamos a pé
até um local especí�co, por exemplo, uma padaria. O objetivo é deslocar
até a padaria, para lá, realizar a atividade principal que é comprar algum
produto. Já quando caminhamos ao redor de um parque, com objetivo de
melhorar algum componente da aptidão física, como o condicionamento
cardiorrespiratório, já não se classi�ca como uma atividade física de
deslocamento, e sim, um exercício físico.
ESTUDO DE CASO
03/03/2022 13:09 Bem-Estar e Condicionamento Físico
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Figura 4 - Atividade Física e Independência.
Fonte: NotionPic, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, temos desenhos de vários idosos
em atividades do dia a dia como ler, tricotar,
presentear, cozinhar, viajar e cuidar de plantas.
Mudanças físicas e �siológicas acompanham o início da vida adulta e afetam
diretamente nossos comportamentos, embora ocorram de maneira gradual e ao
longo dos anos alterações nas capacidades cognitivas e afetivas também são
normais neste período.
Aspectos individuais e do estilo de vida são determinantes para predizerem o
grau em que as tendências gerais do envelhecimento afetarão o indivíduo em
fase adulta. Embora sejam comuns alterações nos aspectos do domínio motor,
cognitivo e afetivo não há um padrão populacional geral a ser seguido.
Neste sentido, são fatores determinantes da performance de adultos: as
características individuais, as demandas da própria tarefa e as circunstâncias
ambientais as quais o indivíduo está exposto (GALLAHUE et al. 2013).
Características individuais ou aspectos cognitivos,
afetivos e psicomotores: que se referem ao domínio
cognitivo, a capacidade individual de compreender
instruções, e ao comportamento motor na realização de
tarefas motoras.
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Os adultos oscilam sua performance de movimentos entre atividades da vida
diária (AVD) e tarefas especí�cas de sua realidade, percorrendo por movimentos
simples e complexos que exigem diferentes graus de precisão, velocidade ou
estabilidade.
Com o avançar dos anos, as atividades que ora eram tidas como simples podem
se tornar complexas e exigir adaptações de performance para que sejam
executadas, adaptações que envolvem respeitar o sistema �siológico, aspectos
psicológicos como o medo e a insegurança, características ambientais e da
tarefa até questões da própria idade ou uma combinação destes fatores.
O declínio e insu�ciência desses aspectos na performance exercem tamanha
in�uência que, em determinados casos, limitam a ação, visto outros sistemas
não serem capazes de compensar a de�ciência, a �m de alcançar o êxito. A
interação entre a idade e o nível de e�ciência pode ser predito por meio das
exigências impostas pela tarefa.
Dentre os benefícios da atividade física estão os ganhos nas AVD, que
constituem tarefas cotidianas necessárias que envolvem movimento e são
realizadas pelos indivíduos ao longo de suas vidas. Podem ser desde tarefas
básicas como sentar-se e levantar-se, até tarefas de sobrevivência e higiene
pessoal, como alimentar-se e lavar as mãos ou escovar os dentes.
As AVD não envolvem grande complexidade, no entanto, com o passar dos anos,
e o avanço do envelhecimento, podem representar di�culdades e limitações aos
indivíduos adultos.
A alteração de alguns padrões de movimento nas AVDs possibilita alcançar
maior e�ciência em relação a tentativas em padrões tradicionais. A
funcionalidade dessas alterações está relacionada à conscientização da
sociedade e das pessoas próximas ao adulto em envelhecimento, a �m de
mantê-los independentes por maiores períodos e realizarem suas atividades
cotidianas dentro e fora de casa com segurança e autonomia.
Demandas da própria tarefa ou natureza da tarefa: que
envolvem aspectos intrínsecos da tarefa, como duração,
grau de di�culdade, velocidade, precisão ou amplitude de
movimento.
Circunstâncias ambientais ou condições ambientais: que
afetam o comportamento motor, tais como a instabilidade
ou deformaçõesdo solo, incidência de luz, temperatura
ambiente e o conhecimento prévio do local.
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Algumas mudanças ambientais em prol da autonomia e independência desses
indivíduos são sugeridas por Gallahue et al. (2013), tais como: corrimãos em
escadas, alargamento do vão de portas e passagens, barras de apoio nos
banheiros, pisos antiderrapantes, boa iluminação, ambientes com passagens
livres e fácil disposição de objetos.
Resumindo, os benefícios da atividade física são: melhora do condicionamento
físico, resistência muscular e saúde cardiorrespiratória; aumento da saúde óssea
e da mobilidade; diminuição do risco de doenças cardíacas, diabetes e
depressão; diminuição do risco de quedas e lesões; ser fundamental para o
controle de peso corporal.
O exercício físico é uma forma de atividade física de lazer, e que possui um
objetivo (emagrecimento, aumento de massa muscular, hipertro�a muscular,
prevenção de doenças, tratamento de doenças etc). É uma atividade periodizada
e prescrita pelo pro�ssional de educação física. Sendo assim, podemos dizer
que todo exercício físico é uma atividade física; no entanto, nem toda atividade
física é um exercício físico. Embora esses termos sejam utilizados como
sinônimos com frequência, eles são um pouco diferentes.
1.2.2 Exercício físico
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Figura 5 - Exercícios físicos.
Fonte: AirCam.PRO, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há, na piscina, uma aluna
executando o nado de costas, sugerindo que
esteja trabalhando a coordenação geral do nado
durante uma aula de natação.
O exercício físico, para se diferenciar das demais atividades físicas possíveis,
apresenta, então, além desses elementos mencionados, as características de ser
“[...] um movimento corporal repetitivo, planejado e estruturado” (CASPERSEN et
al. 1985, p. 129).
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Como exemplos de exercício físico, temos a musculação, o treinamento
funcional, lutas, esportes em geral, dança, corrida, caminhada, exercícios em
aparelhos ergométricos (esteira, elíptico, bicicleta, escada etc.), CrossFit ,
dentre muitos outros.
A prática de exercício físico requer atenção e planejamento dos pro�ssionais
envolvidos, visto a proximidade existente entre o benefício e o prejuízo se não for
adequadamente conduzido. É fundamental que o nível de desenvolvimento e
condicionamento físico dos alunos seja respeitado, dosando o volume e a
intensidade do treinamento.
A prática de exercício físico melhora o desempenho de habilidades e
consequentemente atinge um padrão mais elevado em atividades vigorosas e
eventos competitivos (caso seja esse o intuito). 
Figura 6 - Eventos competitivos.
Fonte: Salty View, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há um atleta brasileiro em uma
piscina, em uma competição, executando a fase
aérea do nado peito durante o momento da
respiração (inspiração), sugerindo uma disputa
no estilo nado peito com outros atletas.
A prática de exercícios não competitivos e de lazer, por exemplo, são
importantes aliados dos pro�ssionais de Educação Física no estímulo e
desenvolvimento das habilidades das pessoas. Jogos pré-desportivos,
TM
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recreativos e de cooperação, assim como as danças e lutas, são exemplos
bené�cos a esta prática.
Caro estudante, pense e anote, no mínimo, cinco atividades físicas que você
realiza no dia a dia, assim como as modalidades de exercício físico. Caso você
não pratique exercício físico, pense em modalidades que gostaria de praticar.
Lembre-se que o exercício físico precisa ter um objetivo para o praticante, como
aumentar a massa muscular, emagrecer, benefício psicológico etc.
Aptidão física e condicionamento físico são a mesma coisa? Qual a de�nição de
ambos? Vejamos agora neste tópico.
1.3 Aptidão física e condicionamento físico
1.3.1 Aptidão física relacionada à saúde
As atividades físicas que geralmente fazemos
são as domésticas, ocupacionais, de
deslocamento e lazer. Os exercícios físicos são
diversos, como musculação, caminhada,
hidroginástica, natação, treinamento funcional,
esportes em geral etc. 
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VAMOS PRATICAR?
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Em 1978, a OMS buscou enfatizar que a aptidão física estaria relacionada à
capacidade que cada indivíduo possui de realizar o trabalho muscular de
maneira satisfatória.
Nessa perspectiva, é possível reconhecer que a aptidão se torna, portanto, uma
competência atrelada às capacidades motoras. Por outro lado, buscando um
conceito mais amplo que pudesse englobar as múltiplas dimensões corporais,
Gallahue et al. (2013, p. 467) conceituaram aptidão física como o “[...] estado de
bem-estar in�uenciado pelo estado nutricional, constituição genética e
participação frequente em uma série de atividades físicas intensas ao longo do
tempo”. Ou seja, nessa visão, a aptidão física extrapola os propósitos da OMS,
uma vez que está relacionada ao bem-estar e este, portanto, passa a englobar
não só os aspectos motores, mas de toda a complexidade biológica do ser
humano.
A aptidão física, nessas perspectivas, pode ser dividida entre aquela se encontra
atrelada às práticas esportivas, com vistas à performance e desempenho, e
aquela relacionada à saúde. Podemos evidenciar que, na primeira ocasião, a
aptidão busca o desempenho humano. Logo, não se torna necessário que
alguém se encontre em um estado que não contemple o bem-estar e tampouco
esteja associado a algum risco que possa comprometê-lo. Na segunda ocasião,
a aptidão física voltada à saúde, o foco torna-se a busca ou a manutenção do
estado de bem-estar.
A aptidão física relacionada a saúde envolve um aspecto da aptidão física que
se refere ao: 
Estado relativo de bem-estar.
Qualidade de vida.
Promoção da saúde.
Prevenção de doenças.  
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O desenvolvimento e a manutenção da aptidão relacionada a saúde ocorre em
função da adaptação �siológica a cargas crescentes. Neste sentido, compõem a
aptidão física relacionada a saúde a resistência cardiorrespiratória, a
composição corporal, a �exibilidade, a força e a resistência muscular localizada
(GALLAHUE et al., 2013).
Sendo assim, podemos identi�car uma relação entre a atividade física, o
exercício físico e a aptidão física. Ainda que sejam conceitos diferentes, eles
estão entrelaçados de modo que podemos estabelecer uma relação de
pertencimento. Quer dizer, a aptidão física, qualquer que seja, só se torna
possível por meio do exercício físico. Por sua vez, o exercício físico trata-se de
uma subcategoria da atividade física. Bem verdade que o contrário pode não
ocorrer. Ou seja, nem toda atividade física pode ser considerada um exercício
físico; e nem todo exercício físico pode resultar em aptidão física (por exemplo,
nos casos em que os exercícios em demasia acabam gerando lesões que
comprometem o bem-estar do indivíduo). De todo modo, podemos reconhecer
que a atividade física e a aptidão física estão intimamente ligadas.
A aptidão física relacionada ao desempenho é um aspecto da aptidão física que
se refere à busca por uma otimização do desempenho motor, está relacionadaao desempenho atlético ou com a habilidade esportiva. Neste sentido, compõem
a aptidão física relacionada ao desempenho:
1.3.2 Aptidão física relacionada ao desempenho
�exibilidade,
resistência muscular,
resistência aeróbica,
agilidade,
equilíbrio,
velocidade,
potência,
tempo de reação,
e coordenação.
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Manter níveis adequados nessas variáveis, com certeza, também é essencial
para desenvolver as tarefas básicas do dia a dia, ainda que a aptidão esteja
relacionada, na literatura, aos padrões de desempenho e não à saúde. Como
poderíamos imaginar um sujeito amarrando os cadarços de seus sapatos sem
níveis mínimos de coordenação, ou dirigir um carro sem o tempo de reação
adequado a essa tarefa? A não realização dessas tarefas, podemos supor,
poderia afetar a saúde desse indivíduo em diversas dimensões, considerando
que ela se trata do estado de bem-estar, físico, emocional, social e cultural.
A agilidade consiste na capacidade que um indivíduo possui de realizar
movimentos rápidos e de efetuar mudanças de posição de forma voluntária, no
menor tempo possível e mantendo a precisão nesses movimentos. Equilíbrio
consiste na capacidade que um indivíduo tem de manter a postura de seu corpo
inalterada, mesmo quando colocado em várias posições. A coordenação é a
capacidade de integrar a mobilização de diferentes grupos musculares com as
modalidades sensoriais variadas de forma e�ciente. A velocidade consiste na
habilidade de percorrer uma distância curta no menor tempo possível. A força é
a capacidade que o corpo tem de realizar movimentos em uma carga, superando
as in�uências da gravidade. E o tempo de reação consiste no intervalo entre a
percepção de um estímulo e a ativação voluntária de grupos musculares
necessários para a sua resposta adequada.
Vimos que a aptidão física para saúde é composta por variáveis diferentes da
aptidão física para o desempenho, não é mesmo? Pense e anote modalidades de
exercício físico que objetivam melhorar o equilíbrio, a agilidade, a coordenação
motora e a força muscular dos praticantes.
Para melhorar o equilíbrio, uma boa opção é o
treinamento funcional. Já para melhorar a
agilidade e coordenação motora, além do
treinamento funcional, temos esportes diversos,
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VAMOS PRATICAR?
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Você sabe o que é condicionamento físico? Existe diferença da aptidão física?
Na verdade, não há diferença. É apenas outro termo utilizado para de�nir a
capacidade que o corpo tem de realizar e resistir a atividade e exercício físico,
limitando-se a fatores relacionados à saúde e desempenho, como a resistência
aeróbia e anaeróbia, força, velocidade, �exibilidade, potência, agilidade, equilíbrio
etc.
Concluímos esta unidade, na qual foi possível abordar conceitos relacionados a
saúde, bem-estar, qualidade de vida, atividade física, exercício físico e aptidão
física. Estes são termos e conceitos muito importantes, mesmo que básicos,
para a sua atuação como futuro pro�ssional de educação física, a�nal, é com
atividade e exercício físico que você atuará. Entenda bem esses conceitos e
informe corretamente os seus futuros clientes.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
conhecer conceitos básicos em saúde e atividade física;
compreender a diferença entre atividade física e exercício
físico;
conhecer a caracterização de atividades físicas;
compreender como podem ser classi�cados os exercícios
físicos;
estudar a respeito da aptidão física e suas vertentes.
como luta e natação. Por �m, para melhorar a
força muscular, nada melhor do que a
musculação. 
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ACSM. American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM: para
os testes de esforço e sua prescrição. Trad. Dilza Balteiro Pereira de
Campos. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014.
CASPERSEN, C.J. et al. Physical activity, exercise and physical �tness:
de�nitions and distinctions for health-related research. Public Health
Reports, v. 100, n. 2, p. 126 -131, 1985.
DINIZ, D.P.; SCHOR, N. Qualidade de Vida. São Paulo: Manole, 2006. 
GALLAHUE, D.L. et al. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês,
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GUISELINI, M. Aptidão física, Saúde e Bem-Estar: fundamentos teóricos
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QUAL é o melhor tipo de exercício físico para cada pessoa? [S. l.], 19 nov.
2019. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal NAMU. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=XkwUBv_xzLU
(https://www.youtube.com/watch?v=XkwUBv_xzLU). Acesso em: 14 set.
2021.
SOUZA, J.C. Qualidade de Vida e Saúde. São Paulo: Vetor, 2011. 
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=XkwUBv_xzLU