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Basquetebol: Aspectos Pedagógicos

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Autores: Profa. Aide Angelica de Oliveira Nessi
 Prof. Marco Antonio Tieghi
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Mario André Sigoli
Basquetebol: 
Aspectos Pedagógicos 
e Aprofundamentos
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Professores conteudistas: Aide Angelica de Oliveira Nessi / 
Marco Antonio Tieghi
Aide Angelica de Oliveira Nessi
Aide Angelica de Oliveira Nessi é mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). 
Especialista em Treinamento de Modalidade Esportiva – Basquetebol pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista 
em Educação em Saúde pela Faculdade UniSant’Anna. Graduada em Educação Física pela Faculdade de Educação Física 
de Santo André. Funcionária pública da Prefeitura Municipal de Caieiras, atuando na Secretaria Municipal de Esportes 
por mais de 20 anos. Atuou, por 23 anos, como atleta profissional de basquetebol com experiência internacional e 
vários títulos conquistados. Atualmente, é coordenadora auxiliar (desde 2008) e docente (desde 2006) do curso de 
Educação Física da Universidade Paulista (UNIP), além de líder da disciplina Basquetebol: aspectos pedagógicos e 
aprofundamentos.
Marco Antonio Tieghi
Marco Antonio Tieghi é mestre em Educação pela Universidade Salesiana. Pós‑graduado em Treinamento Esportivo 
pela Faculdade de Educação Física de Santo André, Técnico em basquetebol pela Faculdade de Educação Física de 
Santo André. Graduado em Educação Física. Atuou, por 15 anos, como treinador de basquetebol pelo Clube Esperia nas 
categorias de iniciação, sendo três vezes eleito o melhor técnico pela Federação Paulista de Basquetebol. Docente do 
curso de Educação Física na Universidade Paulista (UNIP) desde 2004.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
N465b Nessi, Aide Angelica de Oliveira.
Basquetebol: aspectos pedagógicos e aprofundamentos. / Aide Angelica 
de Oliveira Nessi, Marco Antonio Tieghi. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2017.
144 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas 
da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2‑006/17, ISSN 1517‑9230.
1. Educação física. 2. Basquetebol. 3. Aspectos pedagógicos I. 
Tieghi, Marco Antonio. II. Título.
CDU 796
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Elaine Pires
 Amanda Casale
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Sumário
Basquetebol: Aspectos Pedagógicos e 
Aprofundamentos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL .......................................................................................................................9
1.1 Histórico do basquetebol no mundo ...............................................................................................9
1.2 O basquetebol no Brasil ..................................................................................................................... 15
1.3 Conceito ................................................................................................................................................... 17
1.4 Características do basquetebol ....................................................................................................... 18
1.4.1 Capacidades motoras ou físicas ........................................................................................................ 19
1.4.2 Capacidades coordenativas ................................................................................................................ 21
1.5 Minibasquetebol ................................................................................................................................... 21
1.5.1 Conceito...................................................................................................................................................... 21
1.5.2 Histórico ..................................................................................................................................................... 21
2 REGRAS ............................................................................................................................................................... 23
2.1 Metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol ............................................................... 24
2.1.1 Evolução dos princípios metodológicos ........................................................................................ 24
2.2 Princípios metodológicos atuais .................................................................................................... 25
2.2.1 Analítico‑sintético .................................................................................................................................. 25
2.2.2 Global‑funcional ..................................................................................................................................... 26
3 ESTUDOS DOS FUNDAMENTOS .................................................................................................................. 27
3.1 Controle do corpo ................................................................................................................................ 28
3.1.1 Tipos ............................................................................................................................................................. 28
3.1.2 Brincadeiras e jogos (método global) ............................................................................................. 29
3.1.3 Exercícios (sequência pedagógica utilizando o método analítico) ..................................... 30
3.2 Manejo de bola ...................................................................................................................................... 31
3.2.1 Tipos ............................................................................................................................................................. 31
3.2.2 Algumas formas de segurar e recepcionar a bola ..................................................................... 31
3.2.3 Erros comuns ............................................................................................................................................ 32
3.2.4 Brincadeiras e jogos (método global) ............................................................................................. 33
3.2.5 Sequência pedagógica (método analítico) ...................................................................................34
3.3 Drible ......................................................................................................................................................... 35
3.3.1 Tipos de drible .......................................................................................................................................... 37
3.3.2 Erros comuns ............................................................................................................................................ 42
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3.3.3 Jogos e brincadeiras (método global) ............................................................................................. 43
3.3.4 Sequência Pedagógica (método analítico) ................................................................................... 44
3.4 Passe .......................................................................................................................................................... 45
3.4.1 Alguns princípios básicos para a execução de bons passes .................................................. 46
3.4.2 Tipos de passes ......................................................................................................................................... 46
3.4.3 Brincadeiras e jogos (método global) ............................................................................................. 51
3.4.4 Sequência pedagógica .......................................................................................................................... 52
3.5 Arremesso ................................................................................................................................................ 53
3.5.1 Tipos de arremessos ............................................................................................................................... 53
3.6 Rebote ....................................................................................................................................................... 62
3.6.1 Tipos de rebote ......................................................................................................................................... 63
4 REGRAS DO BASQUETEBOL ......................................................................................................................... 67
Unidade II
5 O BASQUETEBOL COMO MODALIDADE ESPORTIVA DE COMPETIÇÃO ....................................... 79
6 HABILIDADES TÁTICAS OFENSIVAS AVANÇADAS DO BASQUETEBOL ......................................... 80
6.1 Posições específicas de ataque ....................................................................................................... 81
6.2 Sistema ofensivo................................................................................................................................... 85
6.3 Fundamento de corta‑luz ................................................................................................................. 86
7 CONTRA‑ATAQUE ............................................................................................................................................ 92
8 SISTEMAS DEFENSIVOS ...............................................................................................................................105
8.1 Defesa individual ................................................................................................................................109
8.2 Defesa por zona ..................................................................................................................................112
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APRESENTAÇÃO
Esta obra representa o trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de 10 anos na Universidade 
Paulista – UNIP com a disciplina de basquetebol.
Desde então se buscou atualizar os procedimentos metodológicos aplicados nas aulas teórico‑práticas, 
tentando acompanhar as constantes mudanças da sociedade em que vivemos.
Como esta disciplina oferece aos graduandos a oportunidade de realizar uma vivência de aplicação 
prática baseada no ensino do basquetebol, sempre houve a preocupação de fornecer subsídios para que 
estes pudessem sair de sua formação inicial demonstrando competências para atuar na modalidade. 
Outra preocupação é poder utilizar o basquetebol como um veículo para o desenvolvimento integral do 
ser humano, potencializando seus valores de forma ética, sadia e feliz.
Assim sendo, se defende a importância de o docente utilizar como componentes curriculares a prática 
e as atividades complementares, dando a oportunidade de os graduandos vivenciarem diversas situações 
na modalidade de basquetebol, desde a iniciação até a competição de alto rendimento, que muitas vezes 
não são possíveis apenas por meio das aulas. Outro fator observado ao longo dos anos é a falta de vivência 
na modalidade durante a vida escolar, trazendo certa carência do graduando em atuar nessa modalidade. 
Podemos afirmar que utilizando essas duas ferramentas ao longo dos anos foi possível aprimorar técnicas 
e formas de ensino‑aprendizagem que contribuíram para a aplicabilidade do conhecimento adquirido.
INTRODUÇÃO
A disciplina de Basquetebol: aspectos pedagógicos e aprofundamentos tem por objetivo analisar 
e vivenciar as concepções e tendências metodológicas do ensino do basquetebol na perceptiva 
de proposição de uma pedagogia do esporte, além de estudar as propostas de organização, 
sistematização, aplicação e avaliação de procedimentos pedagógicos a fim de resolver os problemas 
que emergem da prática da iniciação e aperfeiçoamento/treinamento em basquetebol.
A primeira parte da obra está voltada para o processo de iniciação ao basquetebol, em que será 
apresentada a introdução histórica e conceitual do basquetebol como fenômeno sociocultural, sinalizando 
para uma metodologia de ensino que articule teoria e prática como integrantes de um mesmo processo de 
aprendizagem social e esportiva e os fundamentos básicos, com exemplos de exercícios globais e específicos 
ao final da apresentação de cada fundamento. Abordaremos o Minibasquetebol com suas adaptações, 
história e regras básicas, viabilizando uma oportunidade de o participante vivenciar o basquetebol em 
qualquer ambiente.
Depois, serão apresentados os fundamentos táticos e os sistemas ofensivo, defensivo e o 
contra‑ataque. Com relação às regras, entendemos que por ser um conteúdo que sofre alterações 
constantes, nos preocupamos em apresentar as de maior relevância, orientando os caminhos (sites e 
links) de atualizações.
Uma boa leitura a todos!
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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Unidade I
1 INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL
O objetivo desta unidade é compreender todo o processo de desenvolvimento do basquetebol, 
desde a sua criação e evolução como jogo até a sua aplicação pedagógica, metodologias de ensino e 
fundamentos básicos apropriados às características iniciais do praticante.
1.1 Histórico do basquetebol no mundo
“O basquetebol é um jogo fácil de jogar e difícil de dominar.”
James Naismith
Para conhecer um pouco da história dessa modalidade que encantou o mundo, precisamos entender 
os motivos e os elementos que levaram à criação desse jogo. No que diz respeito ao seu criador, estaremos 
abordando um pouco da sua trajetória, a fim de facilitar a compreensão do leitor.
Durante o inverno de 1891, na International Young Men’s Christian Association Training Scholl (YMCA), 
em português, Associação Cristã de Moços (ACM), atualmente Springfield College em Massachussets, 
EUA, ficou evidente que havia necessidade de ter alguma atividade física que pudesse ser praticada em 
local fechado e com luz artificial, uma vez que os rigorosos invernos não permitiam a prática de jogos 
ao ar livre. Sem poder praticar o rugby, beisebolou futebol, os alunos da ACM não tinham outra opção 
senão praticar a ginástica de aparelhos e calistenia, o que causou um grande desinteresse dos alunos e 
em especial do Instituto Técnico de Preparação de Secretários. Sem encontrar uma solução para o caso 
após várias tentativas de aulas e reuniões com a participação efetiva dos alunos, o diretor Dr. Luther 
Halsey Gulick, então diretor do Departamento de Educação Física, tentou ainda buscar informações de 
métodos estrangeiros, a fim de tentar resolver o problema, fato que não ocorreu (DAIUTO, 1991).
No início do período escolar daquele ano (outubro/novembro), o Dr. Gulick, durante o Seminário de 
Psicologia, reiterou aos alunos a necessidade da criação de um jogo que pudesse suprir a referida deficiência, 
esclarecendo que deveria ser interessante, fácil de aprender e que pudesse ser praticado em locais fechados. 
Relembrou ainda que o meio para inventar o jogo seria o aproveitamento de partes de jogos já conhecidos.
Numa das ocasiões em que se debatia o problema, o Dr. Gulick foi surpreendido pelo canadense 
James Naismith, que declarou que “a coisa errada não era a turma de alunos, mas, sim, o sistema 
empregado”, querendo mostrar, mais uma vez, a necessidade de outro tipo de atividade interna.
James Naismith, aos 30 anos, era formado em Artes na cidade de Montreal (Canadá) e praticante de 
vários esportes, foi premiado pela primeira vez como o atleta mais completo da Universidade Mc Gill. Em 
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Unidade I
1887 havia ingressado como monitor de Educação Física no Seminário Presbiteriano de Teologia, no qual 
se formou e recebeu pela segunda vez o prêmio de atleta mais completo da universidade. Atendendo 
à sugestão do secretário geral da ACM de Montreal, James Naismith seguiu para Massachussets (EUA) 
iniciando seus estudos no Instituto Técnico de Preparação de Secretários da atual Springfield College e 
atuando na equipe de futebol americano. Ele não imaginava que após a sua explanação no Seminário 
de Psicologia seria convidado pelo Dr. Gulick, em dezembro de 1891, a dirigir as aulas de Educação Física 
no Curso de Secretários. Embora contrariado, Naismith aceitou a incumbência e tentou inicialmente 
algumas modificações e adaptações nos esportes mais conhecidos, de modo que pudessem ser praticados 
em recintos fechados. Alguns jogos foram testados e nenhum deles atendeu aos objetivos propostos. 
Não estando disposto a reconhecer que estava falhando, Naismith relembrou as características básicas 
que o novo jogo deveria ter:
• comportar um grande número de jogadores;
• poder ser adaptado a qualquer espaço;
• ser atraente;
• servir como um exercício completo;
• não ser muito violento;
• ser fácil de aprender;
• ser científico, para lograr interesse geral.
Em seguida, Naismith estudou o lado psicológico dos jogos que conhecia. Sua primeira dedução 
foi que em todos eles sempre se usava uma bola. Havendo dois tamanhos de bola (pequena e grande), 
notou que a bola pequena requeria raquetes ou tacos, tornando o jogo mais complexo. Assim, a bola 
pequena foi desprezada em favor da maior, dando‑se preferencia à bola redonda e não à oval, como 
a de rúgbi. A segunda dedução foi a de que no novo jogo não seria permitido agarrar a bola nem 
correr com ela.
Estavam definidos, portanto, os princípios básicos do jogo, que eram:
• a bola seria esférica e grande;
• o jogador não poderia correr com a bola;
• a bola deveria ser passada com as mãos;
• seria proibido o contato corporal;
• a meta seria colocada horizontalmente.
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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Figura 1 – Modelo da primeira bola utilizada para jogar basquetebol
Analisando os tipos de gols que conhecia, Naismith chegou à conclusão de que nenhum deles servia, 
uma vez que em espaço fechado a força física para impulsionar a bola deveria ser limitada, contrariando 
o que acontece nos jogos ao ar livre.
Salienta Lima (1988) e Guarizi (2007) que encontrar a finalidade imediata do novo jogo foi a tarefa 
mais difícil para Naismith, que esteve prestes a desistir, se não fosse a lembrança de um jogo de sua 
infância, praticado junto a um rochedo, nas proximidades da casa que morava em Almonte, no Canadá, 
chamado pato no rochedo (DAIUTO,1991).
Esse jogo consistia em cada participante ter uma pedra, chamada de pato. O goleiro colocava sua 
pedra no cume do rochedo e os outros, a certa distância, tentavam alcançá‑la com seus patos. O jogador 
que atingisse o alvo corria em sua direção para trazê‑la para seu lugar, de modo a não permitir que o 
goleiro a apanhasse e tentasse recolocá‑la no cume do rochedo.
Partindo dessa ideia, Naismith resolveu adotar um alvo horizontal, colocando uma caixa de 
cada lado do campo, de modo que toda vez que a bola caísse ali dentro seria um ponto, mas, 
nesse caso, a defesa seria muito fácil, pois os jogadores se colocariam em volta da caixa e seria 
impossível fazer o ponto. A solução foi elevar a caixa a uma altura que não permitisse esse tipo 
de defesa, exigindo que os jogadores arremessassem a bola com habilidade e precisão, em vez de 
força e velocidade.
Nessas condições, Naismith dispunha de equipamento e já idealizara os objetivos básicos do novo 
jogo. Faltava encontrar um modo para dar início a ele. Pensou nas saídas de bola de alguns esportes 
conhecidos, tais como o polo aquático, o rúgbi e outros, optando finalmente pelo lançamento da bola 
entre dois jogadores no centro da quadra, que foi chamado de bola ao alto, termo e regra utilizados até 
os dias de hoje.
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Unidade I
Com relação ao alvo, Almeida (1998) e Guarizi (2007) relatam que Naismith solicitou ao zelador do 
ginásio que lhe arrumasse duas caixas de 18 polegadas (45,72 cm), mas não foram caixas, e sim cestos 
de pêssegos. Com um martelo e alguns pregos, Naismith prendeu os cestos na parte superior de duas 
pilastras, colocados a uma altura de 10 pés, sendo 3,05 m em cada lado do ginásio. Nascia a cesta de 
basquetebol (PAES; MONTAGNER; FERREIRA, 2009).
Figura 2 – Cestos de pêssegos utilizados como alvo
Vale ressaltar aqui dois fatos muito significativos e que demonstram, mais uma vez, a capacidade de 
Naismith ver seus objetivos com extrema clareza:
• as duas “caixas” solicitadas deveriam ter cerca de 45 cm de diâmetro. Atualmente o aro tem essa medida;
• as cestas foram colocadas a uma altura de 3,05 m. Até hoje essa é a altura do aro em relação ao solo.
Segundo Paes (2009), James Naismith escreveu rapidamente as primeiras regras do esporte, contendo 
13 itens, apesar de em sua opinião o número 13 não trazer sorte (DAIUTO, 1991). Mas elas estavam tão 
claras em sua cabeça que foram colocadas no papel em menos de uma hora. Resumidamente, seguem 
os 13 itens apresentados por Naismith a Dr. Gulick (DE ROSE JUNIOR, 2006):
1) A bola deveria ser passada com uma ou com ambas as mãos em qualquer direção.
2) A bola poderia ser batida no solo, com uma ou com ambas as mãos, em qualquer direção.
3) Um jogador não poderia correr com a bola.
4) A bola deveria ser segurada com as mãos.
5) Nenhum jogador poderia ser segurado, puxado, empurrado ou derrubado.
6) Seria marcada uma falta se acontecesse um dos lances descritos anteriormente ou se a bola fosse 
golpeada com a mão fechada.
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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
7) Se cada uma das equipes cometesse três faltas consecutivas, seria computado um ponto para 
o adversário.
8) Um ponto seria marcado se a bola fosse arremessada para dentro da cesta e ali permanecesse.
9) Quando a bola fosse tirada da cesta, deveria ser reposta para o campo de jogo pelo jogador 
que a tocou.
10) O árbitro auxiliar deveria julgar se havia faltae notificar ao árbitro principal quando a equipe 
fizesse três faltas. Ele tinha o poder de desqualificar os jogadores de acordo com a regra 5.
11) O árbitro deveria julgar se a bola estava em jogo ou não, decidir a que equipe pertencia e 
controlar o tempo.
12) O tempo de jogo era de dois períodos de 15 minutos, com cinco minutos de intervalo.
13) A equipe que fizesse o maior número de pontos nesse tempo seria considerada a vencedora. No 
caso de empate, mediante concordância dos capitães, o jogo continuaria até que o primeiro ponto 
fosse anotado.
O criativo professor levou as regras para a aula, afixando‑as num dos quadros de aviso do ginásio. 
Comunicou a seus alunos que tinha um novo jogo e se pôs a explicar as instruções e a organizar as equipes. 
Havia 18 alunos na aula que receberam com certo receio a apresentação do regulamento do novo jogo, 
pois, para eles, se tratava de mais um dentre os vários jogos já experimentados. Naismith selecionou dois 
capitães e pediu‑lhes que escolhessem os lados da quadra e seus companheiros de equipe. Escolheu dois 
jogadores mais altos e jogou a bola para o alto. Era o início do primeiro jogo de basquetebol.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a história de Naismith, criador do jogo de basquete, 
recomendamos os seguintes endereços:
OLIVEIRA, J. E. C. de. James Naismith: o criador do basquetebol. 
Efdeportes, Buenos Aires, ano 18, n. 180, maio 2013. Disponível em: <http://
www.efdeportes.com/efd180/james‑naismith‑o‑criador‑do‑basquetebol.
htm>. Acesso em: 1° mar. 2017.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL. A história oficial do 
basquete. [s.d.]. Disponível em: <http://www.cbb.com.br/PortalCBB/
OBasquete/JamesNaismith>. Acesso em: 1° mar. 2017.
Como era previsto, o jogo foi marcado por muitas faltas, que eram punidas colocando‑se seu autor 
na linha lateral da quadra até que a primeira cesta fosse feita. Outra limitação dizia respeito à própria 
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Unidade I
cesta: a cada vez que um arremesso era convertido, um jogador tinha de subir até a cesta para apanhar 
a bola. A solução encontrada, alguns meses depois, foi cortar a base do cesto, o que permitiria a rápida 
continuação do jogo.
Figura 3 – Ginásio do Springfield College, onde ocorreu a primeira partida de basquetebol da 
história. O cesto era colocado a uma altura de 3,05 m, mantida até os tempos atuais
O curioso, no entanto, é que nem Naismith nem seus alunos tomaram o cuidado de registrar essa 
data, de modo que não se pode afirmar com precisão em que dia o primeiro jogo de basquetebol foi 
realizado. Sabe‑se apenas que foi em dezembro de 1891, pouco antes do Natal. Lima (1988) e Guarizi 
(2007) relatam que o novo jogo foi tão empolgante, que tiveram dificuldade de tirar os alunos do 
ginásio, depois do horário. Esse jogo foi batizado por um aluno irlandês, cujo nome é Frank Mahan, 
de Basketball.
Após a aprovação da diretoria do Springfield College, a primeira partida do esporte recém‑criado foi 
realizada no ginásio Armory Hill, no dia 11 de março de 1892, em que os alunos venceram os professores 
pelo placar de 5 a 1, na presença de cerca de 200 pessoas.
A primeira bola de basquetebol foi feita pela A. C. Spalding & Brothers, de Chicopee Falls 
(Massachussets), ainda em 1891, e seu diâmetro era ligeiramente maior que o de uma bola de futebol.
As primeiras cestas sem fundo foram desenhadas por lew Allen, de Connecticut, em 1892, e 
consistiam em cilindros de madeira com bordas de metal. No ano seguinte, a Narraganset Machine & 
Co. teve a ideia de fazer um anel metálico com uma rede nele pendurada, que tinha o fundo amarrado 
com uma corda, mas poderia ser aberta simplesmente puxando‑a (Figuras 4B e 4C). Logo depois, tal 
corda foi abolida, e a bola passou a cair livremente após a conversão dos arremessos (Figura 4D). Em 
1895, as tabelas foram introduzidas oficialmente.
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Naismith não poderia imaginar a extensão do sucesso alcançado pelo esporte que inventara. Seu 
momento de glória veio quando o basquetebol foi incluído nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, e 
ele lançou ao alto a bola que iniciou o primeiro jogo de basquetebol nas Olimpíadas.
Atualmente, o esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, em mais 
de 70 países filiados à FIBA.
A)
C)
B)
D)
Figura 4 – Evolução do cesto de basquete
1.2 O basquetebol no Brasil
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul e o quinto do mundo a conhecer o basquetebol.
Cinco anos após a criação do novo jogo, ou seja, em 1896, o professor Augusto Farnham Shaw, 
um norte‑americano que completou seus estudos na Universidade de Yalle (EUA), onde, em 1892, 
graduou‑se como bacharel em Artes e, algum tempo depois, mestre em Artes, tomou contato, pela 
primeira vez, com o basquete (DAIUTO, 1991).
Dois anos depois, recebeu um convite para lecionar no tradicional Mackenzie College, em São Paulo. 
Na bagagem, trouxe mais do que livros sobre a História da Arte. Havia também uma bola de basquete 
(FERREIRA; DE ROSE JUNIOR, 2010). Mas demorou um pouco até que o professor pudesse concretizar o 
desejo de ver o esporte criado por James Naismith adotado no Brasil. A nova modalidade foi apresentada 
e aprovada imediatamente pelas alunas internas da escola americana do Mackenzie. Logo, o jogo 
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Unidade I
começou a ser praticado pelas alunas do Instituto de Educação Caetano de Campos – escola Normal da 
Praça – para onde foi levado pelo professor Oscar Thompson.
Figura 5 – Mulheres jogando basquetebol no Colégio Mackenzie em São Paulo
Quando tudo fazia crer que o basquetebol ganharia grande número de adeptos, os rapazes do 
Mackenzie – já sabendo que naquele estabelecimento somente moças praticavam o jogo – viram 
fotos de jovens do sexo feminino jogando basquetebol nos EUA e recusaram‑se, daí por diante, a 
continuar jogando “esse novo esporte para mulheres”. Isso atrapalhou a difusão do basquete entre 
os rapazes, movidos pelo forte machismo da época. Para piorar, havia a forte concorrência do 
futebol, trazido, em 1894, por Charles Miller, e que se tornou a grande coqueluche da época entre 
os homens.
Mas sob a orientação do diretor de Educação Física da ACM, Mr. C. B. Henna, seguido pelos 
professores Alfredo Wood e João Nogueira Lotufo, que o sucederam no cargo, o basquetebol começou 
a se desenvolver rapidamente e a ser difundido pelo País.
Foi no Rio de Janeiro que a prática do jogo como esporte foi iniciada em 1912, pela ACM local, numa 
pequena e acanhada sala à Rua da Quitanda n. 47, onde duas colunas existentes na parte central da sala 
tornavam o jogo ainda mais difícil de ser praticado.
As primeiras regras oficiais foram traduzidas, em 1915, por uma comissão e publicadas em um 
catálogo da Casa Stamp, em 1916.
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O primeiro torneio disputado no Brasil, também o primeiro da América do Sul, foi organizado pela 
ACM do Rio de Janeiro, em 1915. Participaram desse torneio a ACM, a América F. C., o Clube Internacional 
de Regatas, o Colégio Sylvio Leite, o Clube Ginástico Português e o Corpo de Marinheiros Nacionais de 
Villegaignon. Disputado com muito interesse e entusiasmo por todos, o torneio terminou com a vitória 
da equipe da ACM (DAIUTO, 1991).
Em São Paulo, até 1922, apenas alguns entusiastas, principalmente da ACM e da Associação 
Atlética de São Paulo, continuavam a prática desse novo esporte. Aos poucos, outros clubes, 
como o Clube Atlético Paulistano, o Antártica Futebol Clube, o Clube Esperia e o Palestra 
Itália (atualmente Sociedade Esportiva Palmeiras) iniciaram a prática desse jogo. Em 1920 foi 
constituída a Comissãode Basketball da Associação Paulista de Esportes Amadores (APEA), que 
promoveu um campeonato em 1923.
Apesar de ter sido disputado por todos aqueles clubes e pela ACM, o resultado do campeonato não 
foi animador, pois não houve, por parte do público, grande interesse, uma vez que as regras eram quase 
totalmente desconhecidas. No ano seguinte, foi disputado outro campeonato, sendo, então, registrado 
um interesse maior pelos jogos.
No início de 1924, com a eleição do Dr. Antônio Prado para a presidência da APEA, os esportes se 
viram libertados da tutela dessa associação e formaram as diversas federações especializadas. Apesar 
das dificuldades e apreensões que essa situação causou, foi por meio da iniciativa do desportista Stefano 
Strata que, em 1924, foi fundada a Federação Paulista de Bola ao Cesto, posteriormente, Federação 
Paulista de Basketball.
Não podemos deixar de frisar que o basquetebol brasileiro muito deve a Mr. Fred C. Brown, 
formado pela Escola Superior de Educação Física de Chicago, que veio ao Brasil a convite do 
presidente do Fluminense F. C. e prestou inestimáveis serviços ao Fluminense, à Associação 
Metropolitana de Esportes Atléticos e à Confederação Brasileira de Desportos. Mesmo assim, as 
ACMs do Rio de Janeiro e de São Paulo continuaram contribuindo decisivamente para a difusão 
do basquetebol.
Perante a sua entidade nacional, o basquetebol brasileiro foi dirigido pela Confederação Brasileira de 
Desportos (CBD), no período de 1925 a 1933.
A Confederação Brasileira de Basketball foi fundada no Rio de Janeiro, no dia 25 de dezembro de 
1933, sob a denominação Federação Brasileira de Basketball. Apenas em 1941, em Assembleia Geral 
Extraordinária, adotou‑se a denominação atual: Confederação Brasileira de Basketball (CBB).
1.3 Conceito
A palavra basketball se originou, segundo a história, por meio de duas palavras: basket: cesto (cestos 
de pêssegos utilizados como o primeiro alvo do jogo); ball: bola. Assim, o nome do jogo em português 
seria bola ao cesto.
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1.4 Características do basquetebol
O esporte, ao longo dos anos, vem sendo classificado das mais variadas formas. A classificação mais 
difundida é aquela que, tradicionalmente, define os esportes como individuais ou coletivos (DE ROSE 
JUNIOR; TRICOLI, 2005).
Sabemos que a evolução dos estudos na área, atualmente, nos tem mostrado que esse tipo de definição é 
muito simples e não contempla vários aspectos presentes na prática esportiva. Muitos estudos foram realizados 
ao longo do tempo, e os esportes passaram a ser classificados de acordo com determinadas características.
Assim, o basquetebol é considerado um esporte de oposição e cooperação, envolvendo ações 
simultâneas entre duas equipes, com ocupação de espaço comum e participação simultânea. Além 
disso, é um esporte muito dinâmico, participativo e com uma complicada rede de comunicação que 
envolve os componentes de uma mesma equipe e os adversários.
Especificamente, como esporte de cooperação e oposição, entende‑se que a ação se desenvolve em 
um espaço compartilhado pelas duas equipes que, na maior parte do tempo, jogam em um espaço ainda 
mais reduzido (meia quadra), exercendo as funções de defesa e ataque, atuando sobre o objeto do jogo 
(a bola) simultaneamente, sem que haja necessidade de esperar o fim da ação da equipe que a detém, 
acentuando a luta por sua posse, para que seja alcançado o objetivo final: a conversão da cesta.
Imprevisibilidade
Cooperação 
oposição
Criação e 
diminuição 
de espaços
Figura 6 – A essência do jogo de basquete
Essa condição coloca as equipes em situação de defesa (quando não têm a posse de bola) ou de ataque 
(quando têm a posse da bola). Este último tem como objetivo conservar a posse, progredir em direção à cesta 
adversária e, evidentemente, converter o ponto. Enquanto isso, a defesa tentará recuperar a bola, impedir a 
progressão e, é claro, a conversão da cesta (MORENO, 1998; DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).
Na condição de atacante, uma equipe deve ter clara a necessidade de buscar ou criar situações 
favoráveis para alcançar seus objetivos. A defesa, por sua vez, por meio de ações não faltosas, deverá 
estabelecer estratégias para neutralizar o ataque.
Essa interação ataque‑defesa, característica do basquetebol, apoia‑se sobre uma estrutura funcional 
que destaca, principalmente, a relação espaço‑temporal, as relações entre os companheiros, adversários 
e bola, e as regras que, de certa forma, limitam essas interações, o que caracteriza a ocupação de espaço 
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comum e a participação simultânea dos jogadores por meio de suas ações e movimentos específicos (DE 
ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).
Ataque Transição Defesa
Situações de jogo coletivas: 
sistemas de defesa e ataque 5x5
Situações de jogo individuais e 
grupais: 1x1; 2x2; 3x3 ...
Fundamentos de 
defesa e de ataque
Figura 7 – Dinâmica do jogo de basquete
1.4.1 Capacidades motoras ou físicas
Estudaremos, a seguir, a importância das capacidades motoras no desenvolvimento dos fundamentos 
básicos durante o processo de iniciação ao basquetebol. De acordo com Ferreira e De Rose Junior (2010), o 
basquetebol é composto de uma soma de habilidades específicas (fundamentos) de jogo. Essas habilidades 
evoluem para situações específicas do jogo e, consequentemente, quando requerem maior organização, 
derivam para aspectos táticos (defensivos e ofensivos). Toda a estrutura depende, fundamentalmente, 
do correto desenvolvimento de capacidades motoras condicionantes e coordenativas.
No basquetebol, é possível encontrar as formas básicas de movimento do ser humano: corridas, 
saltos e lançamentos. Elas estão presentes na execução dos diferentes fundamentos do jogo ou na sua 
combinação, como: deslocar‑se em várias direções, saltar para um rebote ou executar um arremesso, 
passar a bola ou arremessá‑la à cesta. Outra característica importante do basquetebol é a variabilidade 
de ritmo e intensidade na execução das ações.
Barbanti (1996) e De Rose Junior (2006) afirmam que o basquetebol é um esporte que envolve 
capacidades motoras condicionantes e coordenativas que são aplicadas de acordo com a especificidade 
das situações de jogo e da função de cada jogador. Segundo os autores, há três capacidades condicionantes 
que são básicas no basquetebol:
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• força;
• resistência;
• velocidade.
Além dessas capacidades, abordaremos, segundo Guarizi (2007), a agilidade como uma capacidade 
motora importante para o desenvolvimento dos fundamentos técnicos, assim como a flexibilidade 
citada por De Rose Junior e Tricoli (2005).
A força é identificada nas mais diversas situações de jogo é necessária para garantir a boa execução 
dos movimentos. Pode ser subdividida em:
• força de salto: importante para os rebotes e para arremessos como o jump e a bandeja;
• força de sprint: fundamental para deslocamentos constantes, acelerações e mudanças de direção;
• força de resistência: condição necessária para a manutenção da qualidade dos gestos técnicos 
durante toda a partida.
A velocidade é identificada na capacidade de deslocamentos rápidos dos alunos/atletas com ou sem 
a posse da bola, para responder rapidamente aos estímulos:
• velocidade de reação: saídas rápidas para interceptar um passe ou receber a bola;
• velocidade dos movimentos acíclicos ou agilidade: garantir deslocamentos num pequeno espaço 
de jogo;
• resistência geral ou aeróbia: é a capacidade responsável pela manutenção do estado básico do 
aluno/atleta e também por sua maior condição de recuperação de um jogo para outro;
• resistência anaeróbia: é responsável pela execução eficiente e com intensidade adequada dos 
movimentos específicos durantetodo o jogo;
• flexibilidade: uma capacidade condicional importante para a prática do basquetebol, facilitando 
a aprendizagem, a execução dos fundamentos e também atuando como agente de prevenção de 
lesões articulares e musculares, muito comuns nesse esporte.
• agilidade: capacidade de mover‑se pelo espaço com a combinação eficiente de coordenação e 
força. Auxilia o aluno/atleta a adaptar‑se com facilidade a diferentes situações, como: trocas de 
direção, altura do movimento do corpo e trocas de distância (em que o corpo é projetado em 
um espaço).
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1.4.2 Capacidades coordenativas
Quanto às capacidades coordenativas destacam‑se:
• percepção espaço‑temporal;
• seleção imagem‑campo;
• coordenação multimembros;
• coordenação óculo‑manual;
• destreza manual;
• estabilidade braço‑mão;
• precisão.
Numa situação em que o aluno/atleta realiza o movimento de arremesso em bandeja, podemos 
identificar todas as capacidades citadas anteriormente.
O atleta aproxima‑se da cesta em velocidade (espaço‑temporal), foca a cesta/alvo (seleção imagem‑campo), 
inicia a fase de progressão segurando a bola e preparando o arremesso (coordenação multimembros, 
coordenação óculo‑manual e destreza manual), na fase aérea controla a bola e arremessa (destreza manual, 
seleção imagem‑campo, estabilidade braço‑mão e precisão). Não podemos deixar de considerar também a 
importância do equilíbrio, que, nesse caso, é fundamental para a retomada do contato com o solo (queda).
1.5 Minibasquetebol
1.5.1 Conceito
O minibasquetebol é um jogo de basquetebol, mas com características muito peculiares e específicas. 
Possui os mesmos conceitos e características gerais da modalidade, mas com adaptações importantes para 
proporcionar ao praticante a oportunidade de jogar o basquetebol de forma prazerosa. Tem por objetivo 
principal dar às crianças a oportunidade de apreciar experiências ricas e de qualidade que poderão ser 
transferidas, no futuro, para o basquetebol além de promover a inclusão e a possibilidade de que um grande 
número de crianças possa praticá‑lo sem a obrigatoriedade de apresentar resultados imediatos (DE ROSE 
JUNIOR; PINTO FILHO; CORREA NETO, 2015).
1.5.2 Histórico
A origem do minibasquetebol também vem dos EUA, estado de Nova York, na década de 1950, com 
o professor Jay Archer. Seu nome original era biddy basketball. Devido à simplicidade da proposta de 
Archer, a nova forma de jogar o basquetebol entre as crianças se expandiu rapidamente pela América do 
Norte, Ásia e Austrália, chegando à Europa e América do Sul em meados da década de 1960.
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De forma geral, o minibasquetebol é destinado a crianças entre cinco e 11 anos e busca ser um meio 
de educação esportiva e social. A criança é a protagonista do jogo, aumentando sua capacidade de 
aprender, realizar, socializar e exercitar sua criatividade. É uma das atividades mais aconselhadas para as 
crianças, pois contribui para o desenvolvimento da personalidade integral.
[...] a prática do minibasquetebol deve ser desenvolvida sem que 
necessariamente a criança tenha de se especializar precocemente. Isto 
significa que nem todo praticante do minibasquetebol será um aluno 
de basquetebol no futuro. No entanto, com a sua prática adequada, 
a criança se tornará um apreciador do jogo e um cidadão ativo e 
participante em sua sociedade (DE ROSE JUNIOR; PINTO FILHO; CORREA 
NETO, 2015, p. 20).
Esse jogo, no início do processo de aprendizagem para as crianças, pode acontecer de várias formas, 
e não necessariamente na situação de 5x5, mas sim de 4x4, com regras especiais, como faz a Federação 
Italiana de Basquetebol.
Veja, a seguir, algumas das adaptações do minibasquetebol italiano no jogo 4 contra 4:
1. Ele consiste em seis períodos, com duração de seis minutos cada.
2. Entre o 1º e o 2º período, entre o 2º e o 3º, entre o 4º e o 5º e o 5º e o 6º terá apenas um minuto 
de descanso.
3. Entre o 3º e 4º período devem ser observados cinco minutos de descanso.
4. Durante o jogo a contagem do tempo será corrida, exceto durante qualquer falta para a realização 
de lances livres e saltos.
5. Dois minutos de suspensão (um período para cada equipe) sempre que o árbitro considerar 
apropriado (lesão, bola longe do campo etc.).
6. O pedido de tempo pode ser solicitado a qualquer momento durante o jogo e deve ser concedida 
uma paralisação do jogo.
 Saiba mais
Para mais informações e curiosidades sobre o assunto consulte o link: 
<http://www.fip.it/minibasket/DocumentoNoList.asp?IDCartella=4649>.
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2 REGRAS
No Brasil, infelizmente as regras oficiais do minibasquetebol foram alteradas para atender às 
expectativas de adultos (dirigentes, técnicos e pais) que visam o resultado como primeiro produto dessa 
prática, ao contrário do que prega a filosofia do minibasquetebol, que privilegia o processo de formação 
das crianças por meio do esporte. Por esse motivo abordaremos apenas as regras do 5x5.
O professor poderá ter a liberdade de criar e modificar as regras e o ambiente de prática para 
torná‑lo mais acessível e motivador para as crianças.
5X5:
• quadra: 28x15 m, admitindo‑se as reduções 26x14 m, 24x13 m, 22x12 m e 20x11 m;
• tempo de jogo: 4 períodos de 8 minutos;
• bola: 68 cm a 73 cm – 400 g a 500 g;
• tabela: sua base inferior deve estar a 2,25 m do solo;
• aro: deve estar a 2,60 m do solo;
• substituição: obrigatório jogar cinco alunos no primeiro período e substituir todos para o segundo 
(outros cinco alunos). Sugestão: como é permitida a inscrição de até 12 alunos por equipe, pode‑se 
estabelecer como regra que seis alunos devem atuar no primeiro período e seis no segundo, e as 
substituições no período ficam a cargo do professor.
• não há linha de três pontos;
• não há regra dos 24 segundos;
• não há defesa quadra inteira;
• não há defesa por zona ou pressão;
• árbitros: a regra original do minibasquete prevê a participação de somente um árbitro, que tem como principal 
responsabilidade orientar os alunos durante a partida, explicando as marcações. Não há falta técnica.
 Saiba mais
Para saber mais sobre as regras oficiais do minibasquetebol, acesse:
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL (FIBA). Regras de 
minibasquete. [s.d.]. Disponível em: <http://legado.cbb.com.br/arbitragem/
minibasket.zip>. Acesso em: 1º mar. 2017.
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2.1 Metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol
Neste capítulo, buscaremos apresentar os aspectos relacionados com o “como” ensinar o 
basquetebol, embora saibamos que há muitas semelhanças com outras modalidades esportivas e 
práticas corporais.
Incialmente, daremos uma prévia abordagem à evolução das práticas pedagógicas aplicadas 
no Brasil.
2.1.1 Evolução dos princípios metodológicos
Em um passado recente, o foco da iniciação esportiva no Brasil era o gesto técnico específico 
do basquetebol. Nesse contexto a ênfase era dada ao aprendizado dos fundamentos básicos 
da modalidade, como controle do corpo, drible, passe, arremesso e rebote. Esse conteúdo era 
desenvolvido por meio de sequências pedagógicas, baseadas na decomposição de tarefas, 
executadas com a preocupação de fazer o aluno aprender determinados movimentos específicos 
da modalidade. A estratégia mais utilizada era a repetição do gesto decomposto, que junto a 
outras partes, chegava à execução do fundamento propriamente dito como, por exemplo, a 
bandeja (DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).
Posteriormente, no Brasil, a iniciação esportiva recebeu forte contribuição da teoria desenvolvimentista, 
que defendia em sua proposta pedagógica a necessidadede aprender as habilidades básicas antes de 
aprender as habilidades específicas.
No final da década de 1970 e início de 1980, o processo de ensino e aprendizagem esportiva passou a 
considerar, com base na teoria desenvolvimentista, a importância da aprendizagem e do desenvolvimento 
das habilidades primárias, como andar, correr, saltar, entre outras.
Com o objetivo de compreender, de forma simples, certas influências relativas ao ensino 
esportivo, chegava ao Brasil, no final da década de 1980, o construtivismo, que estava muito 
presente nas discussões acerca da pedagogia do esporte. Sua principal tese mostrava a necessidade 
de o aluno compreender melhor os movimentos executados pelos atletas. Assim, a perspectiva de 
construção do gesto técnico pelo aluno era tida como fundamental no processo de aprendizagem 
esportiva (DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).
O momento atual marca a evolução da educação física e do esporte, e, nesse sentido, é preciso 
entender que não é possível continuar limitando a pedagogia que trata da iniciação em basquetebol 
somente abordando a dimensão do aprendizado dos fundamentos técnicos e sistemas táticos, e 
sim buscar novas possibilidades de “pedagogizar” o esporte, dando continuidade nos avanços nessa 
área do conhecimento.
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2.2 Princípios metodológicos atuais
Antes de apresentarmos as possíveis metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol, é preciso 
entender que a iniciação esportiva deve parar de roubar o lúdico das atividades, valorizando a essência 
do aluno. Ela deve transcender a aprendizagem de uma técnica preestabelecida e permitir a manifestação 
original de novas formas de movimento, valorizando mais a intenção do arremesso do que a sua 
técnica, mais a solidariedade do passe do que a sua funcionalidade, mais a emoção da cesta do que sua 
importância numérica. Assim, a iniciação esportiva deve cobrar menos e permitir mais (SANTANA, 1996).
2.2.1 Analítico‑sintético
Esse princípio parte da ideia central de ensinar as habilidades e os fundamentos de uma determinada 
modalidade mediante a repetição de exercícios separados do contexto do jogo formal em que se aprende 
a praticar os fundamentos para depois jogar.
Um dos problemas evidentes nesse método é que, ao utilizá‑lo 
prioritariamente, os professores retardam a abordagem do jogo (método 
global), até que os alunos consigam realizar o fundamento técnico. É 
preciso salientar que muitos alunos nesta fase não conseguirão executar 
os gestos técnicos, e assim, ao insistir nesse método, o professor 
poderá não oportunizar outras formas de aprendizagem gratificantes 
(GARGANTA, 1998).
O princípio analítico‑sintético, segundo López (2002) e Paes, Montagner e Ferreira (2009), tem 
como carateríticas:
• excessiva repetição de movimentos estereotipados;
• inibe conflitos presentes nas situações do jogo;
• favorece a correção e a avaliação de uma determinada técnica;
• tende a não atender aos interesses da criança de jogar;
• separa a técnica da tática;
• desfavorece experiências de jogo;
• treina‑se a técnica fora do contexto do jogo:
— treinar fora do contexto do jogo, pode possibilitar mais rapidamente o êxito na execução 
de determinados fundamentos (o que não garante o mesmo êxito no momento de aplicar o 
fundamento numa situação de jogo).
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2.2.2 Global‑funcional
O princípio global‑funcional apoia‑se em cursos de jogos, ou seja, partindo de jogos menos complexos 
o aluno experimentaria diversas situações‑problema semelhantes às do jogo formal, tendo melhores 
condições de interagir com sua imprevisibilidade. Nesse princípio, tanto as questões táticas como as 
técnicas do jogo coletivo são aprendidas e vivenciadas por meio de jogos (PAES; BALBINO, 2005).
Sua caraterísticas são:
• técnica e tática desenvolvem‑se simultaneamente;
• tende a atender ao desejo da criança de jogar;
• as habilidades e os fundamentos são aprendidos dentro do contexto do jogo;
• favorece experiências de jogo;
• tende a desfavorecer as relações do aluno/jogador com a bola;
• pode favorecer que determinados fundamentos sejam aprendidos e fixados de forma errônea;
• trabalha, simultaneamente, com muitas informações, podendo reduzir o entendimento do que é 
mais ou menos importante para o jogo.
Considerando que as pessoas aprendem por meios diferenciados, não se recomenda a escolha de um 
único método de trabalho, mesmo porque não há um único método capaz de abranger a complexidade 
de um jogo como o basquetebol. Sugerimos que o técnico/professor conheça os diversos métodos e 
compreenda seus princípios para que, de acordo com sua filosofia de trabalho, possa criar um método 
que seja compatível com as necessidades e os objetivos do grupo com o qual trabalha, considerando 
sua faixa etária e o nível de compreensão do jogo, a fim de que sejam atendidas as questões técnicas e 
físicas do jogo, assim como as questões cognitivas, afetivas e sociais de quem joga.
Princípio analítico‑sintético
Princípio global‑funcional
Tarefas motoras
Problemas motores
Exercícios
Jogos
Previsibilidade
Imprevisibilidade
Figura 8 – Características dos princípios metodológicos
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3 ESTUDOS DOS FUNDAMENTOS
Nesse momento estudaremos o basquetebol numa perspectiva pedagógica, analisando seus 
fundamentos que representam os movimentos, os gestos básicos do jogo e a correta execução, a fim 
de dar condições necessárias para que o aluno/jogador possa praticar essa modalidade de forma fácil e 
natural.
Os fundamentos podem ser classificados de acordo com suas caraterísticas (ataque, defesa, com bola 
e sem bola) e formas variadas de execução. No quadro a seguir, apresentamos o tipo e características de 
cada fundamento:
Quadro 1
Fundamentos Tipos Características
Controle do corpo Paradas bruscas, saídas rápidas, fintas, saltos, giros, corridas, deslocamentos, mudanças de direção.
Sem bola
Defesa
Ataque
Manejo de bola Segurar, rolar, lançar, transpassar em torno do corpo, conduzir. Com bolaAtaque
Drible Alto, baixo ou de proteção, com mudança de direção, por entre as pernas, por trás do corpo.
Com bola
Ataque
Passes
Com as duas mãos: à altura do peito, picado, acima da cabeça;
Com uma das mãos: picado, à altura do ombro, gancho.
Com bola
Ataque
Arremesso Bandeja, arremesso com uma das mãos, jump, gancho e a enterrada.
Com bola
Ataque
Rebote Ofensivo e defensivo Fase com bolaFase sem bola
Fundamentos 
individuais de defesa
Posição básica de defesa
Deslocamentos
Sem bola
Defesa
Após classificá‑los e determinar os seus tipos e características, abordaremos os fundamentos 
mediante suas definições, descrições e exemplos de exercícios e atividades lúdicas para a aprendizagem 
e fixação.
Os exercícios serão apresentados por descrição específica e demonstração visual. As atividades 
lúdicas serão citadas com suas descrições. Já para fundamentos mais complexos, como o arremesso em 
bandeja e jump, serão apresentados exemplos de sequência pedagógica, que poderão servir de ideia 
para a elaboração de novas sequências.
A ordem de apresentação dos fundamentos será a mesma apresentada no quadro anterior, uma 
vez que obedece a uma sequência lógica de aprendizagem da modalidade que vai do mais simples 
para o mais complexo e que oferece ao aluno/jogador a oportunidade de repetir os fundamentos já 
aprendidos e agregar novas aprendizagens, possibilitando a vivência de situações reais de jogo por meio 
de exercícios combinados ou exercícios sincronizados.
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Unidade I
 Lembrete
Os materiais utilizados na construção dos exercícios, suas formações 
adotadase as formas de execução serão apresentados apenas como 
parâmetro de trabalho, podendo, logicamente, ser alterados de acordo com 
a realidade e a necessidade de cada professor em suas aulas.
3.1 Controle do corpo
Em qualquer que seja a modalidade esportiva praticada, é preciso, primeiramente, que o aluno/jogador 
domine seu próprio corpo em função dos movimentos solicitados por essa modalidade, conheça suas 
possibilidades e seus limites.
O controle do corpo é a capacidade de realizar movimentos e gestos específicos do basquetebol 
exigidos durante um jogo, ou seja, são inúmeras maneiras de como podemos controlar o corpo 
durante uma partida. Por isso, esse fundamento pode ser considerado pré‑requisito para a 
realização do jogo.
3.1.1 Tipos
Entre os gestos desse fundamento podemos citar corridas para frente, para trás e lateralmente, 
corridas com mudança de direção, fintas, giros, paradas bruscas, saídas rápidas e saltos (com 
impulsão em ambas as pernas e em uma das pernas). Alguns desses gestos como a finta, o giro 
e parada brusca necessitam de uma técnica específica para sua execução na modalidade de 
basquetebol. É importante que, num primeiro momento, o aluno esteja vivenciando os gestos de 
forma global, uma vez que ainda não sabemos se ele permanecerá na modalidade. Mas, uma vez 
inserindo na iniciação esportiva, se faz necessário apresentar a técnica desses gestos, que serão 
descridos a seguir:
Fintas: são movimentos de corpo na tentativa de enganar a ação do defensor. Essa ação pode ser 
realizada de três formas:
• atacante com a posse de bola ameaça passá‑la para um lado e passa ou dribla para o outro;
• o atacante com a posse de bola e com o adversário bem próximo ameaça o arremesso com um 
movimento de braços e cabeça e, com isso, provoca um salto do defensor para realizar o arremesso 
um instante após o salto;
• o atacante, com ou sem a bola, por um movimento de pernas (transferência do peso do corpo 
para uma das pernas com a semiflexão dessa perna) e quadris, ameaça sair para um lado e muda 
bruscamente sua movimentação para o lado contrário.
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Parada brusca: interrupção do deslocamento de um atacante para dificultar a ação da defesa. Essa 
parada é realizada com o apoio de uma das pernas semiflexionada à frente e fazendo com que o peso 
do corpo seja transferido para ela. Enquanto isso, a perna de trás poderá ser transferida para manter o 
equilíbrio do corpo.
Giro: é o movimento realizado com as pernas no sentido de se livrar de um defensor. O atacante, 
com ou sem bola, fixa uma das pernas (exemplo com a perna direita) à frente, utilizando‑a como pé de 
apoio. Com a esquerda executa um giro de 180º graus (dando as costas para o defensor) e sai para o 
lado contrário.
Em nossas aulas práticas poderemos trabalhar utilizando diferentes recursos e estratégias, como 
exercícios específicos, brincadeiras e jogos de forma que os nossos alunos/jogadores possam vivenciar 
o fundamento controle do corpo de acordo com os objetivos propostos pelo professor/técnico. A seguir 
apresentaremos alguns exemplos para cada estratégia.
3.1.2 Brincadeiras e jogos (método global)
Pega-pega do abraço: estipula‑se um número de pegadores perante o número de alunos (pegadores 
fixos). Alunos dispostos pela quadra, andando livremente. Ao comando, os pegadores tentarão pegar 
sempre utilizando a caminhada. Para não serem pegos, os alunos deverão procurar um colega e abraçar. 
Após abraçar um colega, é obrigatório procurar outro colega (Pode‑se aumentar o número de pegadores 
cada vez que um aluno for pego).
Objetivos: andar em várias direções; sociabilização; desenvolver a atenção.
Pega-pega bruxa (pedra): determina‑se uma quantidade de pegadores de acordo com o número 
total de alunos. Estes deverão pegar a maior quantidade de pessoas com o objetivo de transformar todo 
o grupo em pedra. Os alunos que fugirem dos pegadores têm por objetivo não virarem pedras, mas caso 
sejam pegos, deverão agachar imitando a posição de uma pedra. Para voltarem à brincadeira, um colega 
deverá saltar por cima deles.
Objetivos: saltos; corridas com paradas bruscas; fintas; mudança de direção;tomada de decisão; 
trabalho em equipe; cooperação.
 Observação
Em uma variação dessa brincadeira (pode ser pega‑pega bruxa ou americano), 
quem for pego fica em pé com as pernas afastadas lateralmente e o amigo que 
quiser salvá‑lo passa entre suas pernas (engatinhando ou arrastando‑se).
Par ou ímpar: em duplas no centro da quadra, onde todos os alunos estarão formando duas fileiras, 
ao comando, a dupla irá tirar par ou ímpar, o perdedor terá que tentar pegar o colega antes que ele 
ultrapasse a linha lateral do basquetebol (ou qualquer outra demarcação que o professor irá determinar). 
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Marcará ponto o aluno que conseguir pegar o colega antes da linha ou o colega que conseguir fugir até 
a linha sem ser pego.
Objetivo: raciocínio rápido; atenção; concentração; tempo de reação; corridas rápidas; quebras de ritmos.
Caçadores da selva: divide‑se a turma em quatro turmas, cada grupo ocupará um dos quatro 
cantos da quadra do voleibol. Os grupos terão nomes de animais (elefantes, tigres, leopardos e leões). 
No centro da quadra, ficarão os quatro “caçadores”. Ao comando do professor, que irá falar um nome 
de animal, este deverá atravessar a quadra de um lado para o outro sem que nenhum caçador pegue 
algum animal do bando. Caso algum animal seja pego, ele passa a ser o caçador, e o caçador passa a ser 
o animal que acompanhará o seu bando.
Objetivo: corridas com mudanças de direção; fintas; tempo de reação; trabalho em equipe; tomada 
de decisão.
3.1.3 Exercícios (sequência pedagógica utilizando o método analítico)
• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol correndo para frente. Ao comando do professor, 
muda‑se a direção (para direita, esquerda, frente e trás).
• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol andando e com mudanças de direção.
• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol correndo. Ao comando do professor, sentar, 
deitar de decúbito ventral, decúbito dorsal, rolar.
• Formam‑se colunas nas duas linhas de fundo da quadra de frente para o meio da quadra (linha 
central). Ao comando do professor, os primeiros de cada coluna correrão até o meio da quadra e 
executarão os gestos solicitados pelo professor, finalizando com corrida de frente, invertendo o 
lado da coluna.
Gestos sugeridos:
• fintas com a perna direita e esquerda;
• giros;
• saltos, tocando as palmas das mãos do companheiro que está à frente;
• corrida de frente e de costas;
• deslocamentos.
Objetivo: desenvolver os gestos do fundamento controle do corpo.
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 Observação
Os movimentos de deslocamentos são realizados principalmente em 
situações defensivas, sendo que a diferença básica entre eles e as corridas é 
que nos deslocamentos não se deve realizar cruzamentos das pernas, a fim 
de que não ocorra perda de equilíbrio.
3.2 Manejo de bola
O segundo fundamento apresentado refere‑se ao manejo de bola, compreendido como a capacidade 
de manusear a bola nas variadas situações do jogo. O principal objetivo dessa ação é o desenvolvimento 
da habilidade motora geral (manipulação) de controlar a bola com as mãos. A manipulação de bola 
permite ao aluno/jogador criar intimidade com a bola, facilitando, posteriormente, a execução de todos 
os fundamentos realizados que envolvam a bola no jogo de basquetebol.
 Observação
Com relação aos exercícios indicados para o trabalho de manejo de 
bola, sugerimos que não faça nenhuma divisão de aprendizado, pois 
acreditamos que esses exercícios devem ser empregados em todas as 
fasesdo basquetebol, diferenciando‑se apenas na forma e no ritmo 
de execução adotado em cada fase. Para facilitar o aprendizado do 
aluno/jogador, não envolveremos nos exercícios os fundamentos de 
drible e passe.
3.2.1 Tipos
Para esse fundamento, é de suma importância oferecer aos seus praticantes a oportunidade de 
conhecer as diversas possibilidades de experimentação com a bola, como rolar, tocar, segurar, lançar, 
trocar de mãos e movimentá‑las em relação a diversos planos do corpo.
3.2.2 Algumas formas de segurar e recepcionar a bola
Modo de segurar a bola
Deve‑se segurar a bola com as duas mãos, colocadas na parte lateral e posterior, com os polegares 
paralelos. A bola deve ser apoiada na parte calosa das mãos, estando os dedos entreabertos. A bola deve 
ficar à altura do tórax (Figura 9). Essa forma de segurar a bola é utilizada quando o aluno/jogador vai 
passar ou driblar.
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Figura 9 – Gesto de segurar a bola
Arremesso
Quando o objetivo for o arremesso com uma das mãos ou o jump, o aluno/jogador deverá segurar a 
bola com a mão do arremesso apoiada na parte posterior da bola e a outra na parte lateral (Figura 10).
Figura 10 – Gesto de segurar a bola para o arremesso com uma das mãos ou jump
Modo de receber a bola
Geralmente é realizada com as duas mãos, embora, em algumas situações, a recepção possa ser feita 
com uma das mãos. Deve‑se ir de encontro à bola, com os braços estendidos e as mãos espalmadas. 
Após tê‑la dominado, deve‑se trazê‑la para junto do corpo e segurá‑la conforme a descrição anterior. 
Se a recepção for feita com uma das mãos, o aluno/jogador deverá segurá‑la imediatamente com as 
duas mãos e proceder conforme explicado.
3.2.3 Erros comuns
São erros comuns:
• Apoiar a bola na palma das mãos.
• Segurar a bola com a ponta dos dedos.
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• Segurar a bola somente pela sua parte posterior, juntando os polegares.
• Abrir demasiadamente os cotovelos.
• Afastar a bola do corpo, desprotegendo‑a.
3.2.4 Brincadeiras e jogos (método global)
A seguir apresentaremos algumas brincadeiras e jogoscom base no método global:
• Formam‑se pequenos grupos espalhados pela quadra com uma bola de borracha. O aluno que 
está com a bola ficará no meio do círculo; ao comando do professor, este lançará a bola para 
cima e chamará o nome de um colega que está em volta do círculo. O aluno chamado deverá se 
deslocar e pegar a bola antes que ela caia no chão. Todos os alunos deverão ser chamados.
• O mesmo jogo pode ser realizado com os alunos correndo livremente pelo espaço.
• Jogo pré‑desportivo: divide‑se a quadra em duas pequenas quadras, colocando dois alvos para 
cada quadra (cones na linha lateral do basquete), divide‑se dois grupos para cada quadra (número 
indeterminado, mas de preferência com cinco ou seis integrantes). O objetivo do jogo é acertar 
o alvo, mas para isso os alunos deverão antes de passar a bola efetuar uma “habilidade” (por 
exemplo: passar a bola por entre as pernas, em volta da cintura, em volta das pernas, em volta do 
pescoço etc.). O objetivo da equipe defensora é pegar a bola ou interceptar o passe.
— Regras: manter a distância de um braço, não andar com a bola na mão, não ficar com a bola 
por mais de cinco segundos sem tomar uma atitude, não tocar no adversário (falta) e não pisar 
nas linhas;
— Objetivos: noção espaço‑temporal, dinâmica do jogo, espírito de grupo, aplicação dos gestos 
do fundamento manejo de bola e regras básicas.
• Estafetas: adaptamos esse jogo a fim de deixá‑lo mais dinâmico e promover um maior 
número de repetições para o gesto. Aqui serão desenvolvidas atividades com quatro tipos 
de bolas ao mesmo tempo, e o término se dará quando a distância solicitada pelo professor 
for atingida.
— Sentados de pernas cruzadas e flexionadas, passar as bolas por cima da cabeça de mão em mão.
— Em pé, de pernas afastadas, rolar a bola passando de mão em mão (túnel).
— Idem ao anterior, passando a bola por cima e por baixo, alternadamente.
— Objetivos: trabalho em equipe, coordenação motora e alguns gestos do fundamento manejo 
de bola.
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3.2.5 Sequência pedagógica (método analítico)
Posição inicial: formam‑se duplas com uma bola de basquete na linha lateral ou pequenos grupos de 
quatro alunos com uma bola de basquetebol e uma de outra modalidade ou de borracha (dois de cada 
lado da linha lateral do basquetebol com um tipo de bola), caso o grupo seja muito grande. Os alunos 
deverão realizar os movimentos de um lado para o outro trocando de coluna:
1) Andando, rolar a bola no chão, passando de uma mão para outra rapidamente.
2) Correndo, passando a bola de uma mão para outra acima da cabeça o mais rápido possível.
3) Correndo, lançar a bola para cima com as duas mãos, estendendo os braços e sem quebrar o ritmo 
da corrida.
4) Idem ao anterior, lançando um pouco mais alto, deixar pingar uma vez no chão, passar por baixo 
da bola e pegar novamente.
5) Idem ao anterior, tentando passar por baixo da bola três vezes sem que ela encoste no corpo.
6) Passar a bola em volta da cintura, do pescoço e das pernas unidas (direita e esquerda).
7) Pernas afastadas lateralmente, executar o movimento de oito por entre as pernas.
8) Idem ao anterior, deixando a bola por entre as pernas e trocando a posição das mãos sem que ela 
caia no chão.
9) Idem ao anterior, colocar a bola atrás da nuca com as duas mãos; inclinar o tronco à frente e 
deixar a bola rolar pela coluna e pegá‑la novamente atrás da cintura; lançar a bola por entre as 
pernas para frente e pegá‑la novamente com as duas mãos.
10) Andar de frente, passando a bola por entre as pernas. Pode‑se também ir de frente e voltar 
de costas.
Objetivo: desenvolver os gestos desse fundamento (lançar, rolar, pegar, passar de uma mão 
para outra).
 Observação
É importante estimular a manipulação com diferentes tipos, tamanhos 
e texturas de bolas.
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Figura 11 – Exemplo do exercício 8: passando a bola entre as pernas e 
desenhando a figura 8 com as pernas em afastamento lateral
Figura 12 – Exemplo do exercício 10: andando para frente e passando a bola entre as pernas
3.3 Drible
O drible (no basquetebol) é o ato de impulsionar a bola contra o solo com uma das mãos. É um 
fundamento de ataque com bola em que apenas com esse fundamento o jogador poderá se deslocar 
pela quadra, ou manter a posse da bola, sem infringir as regras do jogo.
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Descrição do movimento: a execução do drible pode ser descrita da seguinte maneira:
• a mão do drible é apoiada sobre a bola;
• dedos da mão apontando para frente;
• tronco ligeiramente inclinado à frente;
• pernas em afastamento anteroposterior, sendo que à frente se coloca a perna oposta à mão do 
drible (drible com a mão direita – perna esquerda à frente);
• olhar voltado para frente.
Movimentos coordenados de braço, antebraço, punho e mãos:
• a bola é empurrada de encontro ao solo, com movimento de extensão do braço e ligeira flexão do 
punho ao seu final;
• a força empregada deverá ser tal que a bola retorne ao mesmo ponto de onde se originou o 
movimento, para que receba novo impulso;
• na fase ascendente da bola haverá nova flexão do braço, e a mão se apoiará sobre a bola para 
reiniciar o drible.
Figura 13 – Execução do movimento do drible alto sem deslocamento
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3.3.1 Tipos de drible
Dependendo dasituação em que ocorrem e do nível de aprendizagem que o professor/técnico se 
propõe a apresentar, podemos identificar alguns tipos de drible na fase de iniciação e outros já na fase 
de treinamento.
Drible alto ou de velocidade: primeiro tipo de drible a ser apresentado na fase de iniciação. 
Utilizado quando o aluno/jogador se desloca em velocidade ou quando não está sendo marcado muito 
próximo. Nesse tipo de drible a bola é impulsionada à frente do corpo e lateralmente.
Descrição do movimento:
• cabeça erguida, olhar para frente;
• impulsionar a bola para frente e correr atrás dela;
• driblar na altura da cintura;
• flexão e extensão de cotovelo, punho e dedos.
Figura 14 – Exemplo do drible alto em situação real de jogo. Campeonato 
Paulista de Basquetebol Feminino de 2003 – Unimed Ourinhos
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Drible baixo ou de proteção: segundo tipo de drible a ser apresentado na fase de iniciação. Utilizado 
quando o aluno/jogador recebe uma marcação próxima e há a necessidade de maior proteção da bola.
Descrição do movimento:
• cabeça erguida, olhar para frente;
• colocar a bola atrás do corpo;
• flexionar as pernas e inclinar o tronco ligeiramente à frente;
• coloca‑se à frente a perna oposta à mão do drible;
• o corpo e o braço que não executam o drible protegem a bola;
• driblar até a altura dos joelhos (diminuição da altura do drible).
Figura 15 – Drible baixo ou de proteção
Drible com mudanças de direção: esse tipo de drible é caracterizado pela proximidade do defensor 
em relação ao atacante, havendo com isso a necessidade de mudança de direção (fintar) do drible, 
procurando‑se, com esse procedimento, evitar que o adversário obtenha a posse da bola e melhores 
condições de arremessar ou passar.
Esses dribles também se caracterizam pela maior dificuldade de realização, exigindo do 
aluno/jogador uma técnica mais apurada e uma dedicação bem maior no seu aprendizado. 
Normalmente, na fase de iniciação, sugere‑se aplicar o método analítico, devido à complexidade 
desse fundamento.
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As mudanças de direção podem ser executadas pela frente do corpo, com giro, entre as pernas e por 
trás do corpo.
Drible com mudança de direção pela frente do corpo: tipo de drible que é realizado, normalmente, 
quando o atacante desloca‑se em diagonal e, ao perceber a aproximação do adversário, realiza um 
movimento rápido e brusco do punho, fazendo com que a bola vá rapidamente de um lado de seu 
corpo para o outro, pela sua frente, mudando assim a direção de seu drible com mudança de direção; 
a velocidade de execução e o domínio do drible com as duas mãos são de suma importância para uma 
boa realização.
Figura 16 – Posição do corpo para o momento inicial do drible 
com mudança de direção numa situação real de jogo
Drible com mudança de direção com giro: esse tipo de drible é o que exige a melhor técnica por 
parte dos alunos/jogadores, pois a sua execução é bem mais complexa em relação ao drible anterior 
e consiste basicamente na colocação da perna contrária ao drible bem próxima ao adversário e na 
execução de um movimento de giro, apoiado nessa perna, trazendo a bola rapidamente para o lado 
contrário e fazendo com que o defensor fique nas suas costas.
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Unidade I
A seguir a representação das fases de aprendizagem do drible com giro.
Figura 17 – Posição do corpo para o início do drible com giro
Figura 18 – Momento de execução do giro com troca de mãos no drible
Figura 19 – Finalização do drible com giro
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Drible com passagem da bola por entre as pernas: nesse tipo de drible é realizada uma troca 
rápida da bola de uma mão para outra, passando‑se a bola por entre as pernas, e, geralmente, a bola 
deve ser passada da frente para trás do corpo com o objetivo de proteger a bola do adversário.
A seguir, a representação das fases de aprendizagem do drible entre as pernas.
Figura 20 – Ilustração estática da passagem da bola entre as pernas
Figura 21 – Ilustração estática da troca de mãos do drible entre as pernas
Drible com passagem da bola por trás do corpo: o atacante iniciará o seu drible para um dos 
lados da quadra e, quando estiver bem próximo do defensor, executará um drible rápido, passando a 
bola por trás de suas costas.
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Unidade I
Figura 22 – Posição das mãos para a passagem da bola por trás do corpo
3.3.2 Erros comuns
É muito importante estimular o aluno/jogador a trabalhar sempre as situações de drible tanto com 
a mão direita como com a mão esquerda, pois isso irá diminuir a possibilidade de erros na execução de 
qualquer tipo de drible.
No processo de iniciação de aprendizagem desse fundamento, podemos destacar três tipos de erros 
mais comuns:
• olhar frequentemente para a bola;
• impulsionar a bola com a palma da mão;
• driblar a bola excessivamente alta (acima da linha da cintura).
Ainda podemos identificar outros erros:
• na proteção da bola, colocar à frente a perna correspondente à mão do drible;
• em deslocamento, driblar com a bola bem à frente do corpo;
• driblar com as duas mãos ao mesmo tempo;
• conduzir ou bater na bola, em vez de impulsioná‑la.
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3.3.3 Jogos e brincadeiras (método global)
O professor/técnico deve oferecer práticas que possibilitem a vivência desse fundamento nas mais 
diversificadas situações. Será muito importante que o professor proponha atividades e jogos que levem 
o aluno/jogador a driblar:
• forte e fraco;
• alto, médio e baixo;
• deitado, sentado e de pé;
• na frente, dos lados e atrás do corpo;
• contornando o corpo;
• de uma mão para a outra;
• entre as pernas;
• para frente e para trás;
• parado, andando e correndo;
• com os olhos fechados;
• entre obstáculos e adversários, privilegiando, sempre que possível, situações que se aproximem à 
realidade do jogo;
• realizando fintas e giros.
Com relação à utilização das atividades para o ensino do drible, na prática o principal problema 
refere‑se à necessidade de material, no caso, à exigência com relação ao número de bolas. Além 
desse problema, no que se refere ao aspecto técnico, a maioria dos movimentos realizados não tem 
a possibilidade da correção adequada e, da mesma forma que outras atividades e/ou exercícios, sua 
execução isolada o distancia das situações reais de jogo.
Pega-pega na bola: com uma bola, em duplas espalhadas pelo espaço da quadra de basquetebol; 
ao comando do professor, as duplas deverão driblar pelo espaço, tentando roubar o maior número 
possível de bolas lançando‑as para fora da quadra. Ao mesmo tempo, a dupla tentará proteger a sua 
bola, podendo passar driblando de um para o outro. Vencem as duplas que conseguirem permanecer 
dentro da quadra driblando.
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Unidade I
Objetivo: experimentar os dribles alto e baixo.
Nunca três: em duplas dispostas pelo espaço e sentados um atrás do outro, sendo o primeiro com 
uma bola, uma dupla ficará em pé com duas bolas (começa‑se com uma dupla e gradativamente vai 
aumentando conforme a turma), em que um será pegador e o outro fugitivo. Para conseguir se livrar, o 
fugitivo terá que escolher uma dupla e sentar‑se atrás dela, caracterizando três pessoas nesse grupo (o 
que não pode); assim, o primeiro desse grupo terá que levantar e passará a pegar quem estava pegando, 
ou seja, o pegador passará

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