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Distúrbios da Linguagem e da Aprendizagem

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Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
 
 
 
 
Dificuldades de aprendizagem e de 
linguagem estão relacionadas. As 
dificuldades de linguagem consistem em 
distúrbios no desenvolvimento da 
expressão e recepção verbal e/ou escrita. 
Assim, quando identifica-se as dificuldades 
no desenvolvimento da linguagem, evita-se 
as dificuldades da aprendizagem 
(SCHIRMER; FOTOURA NUNES, 2004). 
Para que haja comunicação é necessário 
que haja uma mensagem a ser transmitida 
a alguém ou outros. Isto é, a comunicação 
humana tem intenção. Existe um código 
que é o idioma que falamos, o canal que é 
o meio em que nos comunicamos. Assim, 
só há linguagem se houver um emissor e 
um receptor. 
linguagem 
A linguagem é uma função cortical 
superior. Se desenvolve a partir de 
determinações genéticas, mas também de 
estímulos ambientais (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
A linguagem é um meio de nos 
comunicarmos com os outros, sendo um 
instrumento socialmente utilizado para a 
comunicação (SCHIRMER; FOTOURA; 
NUNES, 2004). 
Antes de ser capaz de exercer a 
comunicação verbal, a criança utiliza 
outros meios para se comunicar, como o 
olhar, a expressão facial e o gesto. Além 
disso, mesmo não falando, ela é capaz de 
discernir os sons da fala de outros sons 
(SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 2004). 
O bebê começa a aprender linguagem já na 
barriga. Nos primeiros meses de vida já é 
capaz de discernir sons da sua língua 
 
nativa, das línguas estrangeiras 
(SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 2004). 
Duas fases de desenvolvimento da 
linguagem: 
1. Pré-linguística: o bebê emite apenas 
fonemas até, por volta de, 1 ano de vida. E; 
2. Linguística: a criança começa a falar 
palavras isoladas com compreensão 
(SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 2004). 
Depois dessas duas fases, a criança 
continua adquirindo linguagem, 
aumentando o grau de complexidade 
(SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 2004). 
O desenvolvimento da linguagem implica 
no desenvolvimento de quatro sistemas: 
1. pragmático: usar a linguagem em 
contextos de comunicação sociais; 
2. fonológico: percepção e produção de 
sonos para formar palavras; 
3. semântico: uso da linguagem 
respeitando o significado das palavras; e 
4. gramatical: uso da linguagem com 
compreensão das regras sintáticas e 
morfológicas para formar frases 
compreensíveis (SCHIRMER; FOTOURA; 
NUNES, 2004). 
Os sistemas fonológico e gramatical dão 
forma à linguagem. Enquanto o sistema 
pragmático determina quais palavras usar 
em quais contextos, de acordo com seus 
significados (SCHIRMER; FOTOURA; 
NUNES, 2004). 
Bases biológicas da linguagem 
A linguagem envolve uma rede de 
neurônios distribuída em todo o cérebro. O 
ouvido é responsável por receber o sinal 
auditivo e transformá-lo em impulsos 
Distúrbios da Linguagem 
E da Aprendizagem 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
elétricos que serão conduzidos pelos 
neurônios até a área auditiva do cérebro 
(córtex auditivo), onde será reprocessado, 
transmitido para a área cerebral da 
linguagem e talvez até armazenado por um 
período em versão acústica (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
Figura 1 – Córtex Auditivo 
A área de Wernicke interpreta o sinal 
auditivo, obtendo pensamentos ou 
conceitos. Ao mesmo tempo que 
neurônios localizados no inferior do lobo 
temporal formam uma imagem do que 
ouviu. Enquanto neurônios no lobo 
parietal armazenam conceitos 
relacionados ao que ouviu (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
Figura 2 – Área de Wernicke e de Broca 
Para tornar um pensamento em fala, o 
processo é invertido. De início, uma 
representação interna do assunto é 
acionada e enviada para a área de Broca, 
onde é convertida em impulsos nervosos 
para dá origem à fala (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
O cérebro é um órgão que se adapta às 
informações, portanto, as áreas da 
linguagem em um adulto podem não ser a 
mesma em uma criança (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
Distúrbio do Processamento Auditivo 
Central (DPAC): é a inabilidade de atender, 
discriminar sons. Há muitas vezes reação 
exacerbada ao perceber o som, choro. 
As dificuldades da linguagem podem ser 
classificadas em: 
1. Atraso: a linguagem se desenvolve, mas 
em um ritmo mais lento do que em uma 
criança neurodiversa. 
2. Dissociação: diferença significativa entre 
a linguagem e outras áreas do 
desenvolvimento. 
3. Desvio: a linguagem não se desenvolve 
normalmente. É comum em quadros 
autistas (SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 
2004). 
Distúrbio VS Transtorno 
Transtorno: diferentes sintomas para cada 
sujeito. 
Distúrbio: mesmo sintomas para todos os 
sujeitos. 
Dislexia 
É chamada de dislexia de 
desenvolvimento ou de dislexia adquirida 
(quando a criança adquire pela falta de 
educação formal). Para ser dislexia, a 
criança não deve ter prejuízo intelectual, 
nem déficits sensoriais e tenha tido uma 
educação adequada. A dislexia é o 
distúrbio na aprendizagem da leitura e da 
escrita. 
As áreas cerebrais envolvidas na dislexia 
são: região parietal (análise de palavras), 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
região occipital (leitura automática) e 
região frontal (articulação de fonemas). 
Do ponto de vista neuropsicológico não é 
recomendado matricular a criança em 
escolas bilíngues antes dela aprender a 
língua materna. A partir dos 4 ou 5 anos, 
quando a criança já sabe a língua materna, 
não há impedimentos do ponto de vista 
neuropsicológico. 
A dislexia é um distúrbio presente em 
muitas crianças em idade escolar e é mais 
presente em meninos. Algumas 
características: 
• Troca de letras, 
• Escreve como fala, 
• Dificuldade em pronunciar fonemas, 
troca fonemas na leitura e na escrita. 
A dislexia pode ser causada porque a 
pessoa não processa os fonemas. 
Linguagem e epilepsia 
Pacientes epilépticos costumam 
apresentar os seguintes distúrbios da 
linguagem: 
1. Disfasias do desenvolvimento 
associadas a epilepsia; 
2. Afasias críticas ou agudas: alteração 
transitória da função cognitiva; e 
3. Afasia epiléptica adquirida ou Síndrome 
de Landau-Kleffner: a linguagem se 
deteriora ainda na infância, essa 
deterioração da linguagem está 
relacionada com crises ou atividade 
eletroencefalográfica epileptiforme 
anormal. Esse tipo de afasia é o mais 
confundido com autismo ou deficiências 
auditivas, isso porque ela acompanha 
alterações comportamentais e traços 
autísticos (SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 
2004). 
Linguagem e autismo 
Além da regressão, os estudos destacam 
anomalias como escolha de palavras 
incomuns, inversão pronominal, ecolalia, 
discurso incoerente, crianças não-
responsivas a questionamentos, prosódia 
aberrante e falta de comunicação. A 
ausência da fala em autistas é atribuída ao 
grau de severidade do autismo, ao retardo 
mental ou a uma incapacidade de 
decodificação auditiva da linguagem. 
Ademais, a compreensão e a pragmática 
estão afetadas no quadro autista 
(SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 2004). 
Sintomas que diferenciam essas crianças 
de crianças apenas com atraso de 
linguagem são: perturbações da 
comunicação não-verbal, comportamentos 
estereotipados e perseverantes, interesses 
restritos e/ou incomuns e alterações das 
capacidades sociais (SCHIRMER; FOTOURA; 
NUNES, 2004). 
Ninguém se torna autista, você nasce 
sendo (na visão da neuropsicologia). 
Aprendizagem 
De acordo com o construtivismo, 
aprendizagem é construção. O sujeito 
constrói seu conhecimento com base em 
condições prévia do aprender, ou seja, com 
base no que ele já sabe, ao ser exposto ao 
conteúdo que deve aprender (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
O aprendizado da leitura e da escrita está 
relacionado ao domínio da linguagem e a 
capacidade de simbolização, quando há 
condições internas e externas para o 
desenvolvimento dessa aprendizagem 
específica (SCHIRMER; FOTOURA; NUNES, 
2004). 
De início, há o processamento vísuo-
perceptivo do estímulo gráfico. Após isso, 
acontece o processamento linguístico da 
leitura por meio da via não-lexical que 
realiza a conversão grafema-fonema e pelavia lexical que realiza a leitura global da 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
palavra com seu significado (SCHIRMER; 
FOTOURA; NUNES, 2004). 
referências 
SCHIRMER, C. R.; FONTOURA, D. R.; NUNES, 
M. L. Distúrbios da aquisição da linguagem 
e da aprendizagem. p. s95–s102, 2004. 
 
Figuras 
Figura 1 – Córtex Auditivo: 
https://s3.amazonaws.com/jaleko-blog-
files/wp-content/uploads/2019/04/4.png. 
Acesso em 20 out. 2021. 
 
Figura 2 – Área de Wernicke e de Broca: 
https://t2.pb.ltmcdn.com/pt/posts/4/5/1/
diferenca_entre_area_de_broca_e_wernic
ke_154_1_600.jpg. Acesso em 20 out. 
2021. 
Veja também: 
Avaliação Psicológica e Funções Cognitivas 
 
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