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4ª Avaliação de Educação Física NO EMBALO DO PASSINHO A Dança do Passinho foi criada nas comunidades carentes do Rio de Janeiro. Era praticada desde os anos 2000 em bailes funk, porém se manteve desconhecida por vários anos. Nesta época, já havia disputas informais entre favelas com os movimentos e gestos desta dança. Em 2008, após ampla divulgação na internet por meio de vídeos, a Dança do Passinho se popularizou no Rio. Já em São Paulo, sua popularização possui uma história peculiar, a partir de um MC que fez uma homenagem ao bairro do Jardim Romano, na Zona Leste. Os passos foram criados por um morador do bairro e o MC fez um vídeo que viralizou. Os passos continham movimentos do Hip Hop e tinham como obrigatoriedade colocar as “mãos no rosto”, como se estivessem com vergonha. Atualmente, existem diversas competições de batalhas do Passinho, inclusive na cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, onde foi exibido por um grupo de dança. Já o passinho popular é composto por sequência de rápidos movimentos com os pés, que são articulados por movimentos rápidos da cintura. Propõe movimentos de break e funk com ritmos tradicionais do Brasil, como o samba, frevo e até a capoeira. Normalmente não é realizado com coreografia pronta, e sim criatividade pura e improviso, de modo que não há um “jeito” certo ou errado de dançar. Outra curiosidade é que o dançarino deve olhar fixamente para seus pés enquanto realiza os movimentos. Por meio da dança do passinho foi possível abrir espaço para mulheres e homens se destacarem juntos! O objetivo do passinho não é imitar, mas sim reinventar. Essa divertida competição é a força criativa que conduz a contínua evolução do passinho. A dança toma como base o funk, este que a partir do Rio de Janeiro, hoje é um ritmo tocado em todo Brasil, com a batida marcante e letras que, em muitos casos retratam a realidade vivida na região, sendo incorporado como cultura regional, não só no Rio de Janeiro como em várias regiões do país. Tendo força em São Paulo, e ainda mais força nas periferias da cidade. Assim como outras danças e ritmos construídos nas periferias, o funk é reflexo do cotidiano vivenciado nas regiões periféricas das cidades. Ainda assim o funk foi para muitos considerado uma dança não construtiva e pouco valorizada, e muito se fez, até a sua aceitação e reconhecimento como dança e ritmo que também fazem parte da cultura Brasileira. Acredita-se que o passinho é capaz de ajudar a amenizar a tensão entre diferentes favelas, uma vez que os dançarinos têm a capacidade de ultrapassar barreiras que separam territórios comandados por traficantes rivais. O passinho dá aos praticantes uma afirmação do seu valor enquanto indivíduos. Escola Estadual de Ensino Fundamental Rosa Rocha de Almeida Disciplina: Educação Física Professora: Bianca Soeiro Aluno(a): 6º ano e 3ª Etapa Também inerente ao movimento do passinho é o senso de comunidade e pertencimento. Muitos dançarinos referem-se aos seus colegas como “família” e os mais veteranos possuem um sentimento de responsabilidade como guias da próxima geração, não somente na dança mas em suas escolhas de vida. O passinho também ajudou a romper o sexismo dentro da comunidade da dança. Ele criou um espaço para homens mostrarem suas habilidades na dança, desafiando a noção pré-concebida de que apenas mulheres podem fazer apresentações de dança. Os movimentos divertidos e unissex da coreografia também permitem que os homens desafiem a expectativa de demonstrações de hiper- masculinidade. Essa desconstrução de regras de gênero indiretamente abriu a possibilidade para artistas mulheres entrarem em cena e usarem o funk e o passinho como meios de empoderamento. Inicialmente, quando dançarinas entravam no passinho, elas enfrentavam discriminação e exclusão. Embora garotas estivessem envolvidas em batalhas de passinho desde 2012, havia uma regra implícita que dizia que um homem não podia perder para uma mulher. Em 2015, finalmente, foi criada para as meninas uma categoria própria na Batalha do Passinho da Cidade Alta, uma vitória para aquelas que esperavam por reconhecimento em um estilo dominado pelos homens. Educadores estão agora reconhecendo o potencial físico e sócio-cultural do passinho, e o estilo está sendo introduzido como uma ferramenta educacional em algumas escolas do Rio. Membros do Dream Team do Passinho atuam como embaixadores culturais, usando sua fama para disseminar mensagens sobre assuntos como saúde reprodutiva e direitos. Hoje, o passinho é pop e já foi parar até nos pés da Beyoncé. Toda essa fama muitas vezes faz com que dançarinos originais sejam excluídos de festas caras que se apropriaram do estilo. Mas é graças a essas pessoas que o passinho mantém até hoje sua essência, e o que se espera é que o estilo continue criando oportunidades de transformar vidas por meio da arte. 4ª Avaliação de Educação Física Exercício de Fixação 1. Os passos foram criados por um morador do bairro e o MC fez um vídeo que viralizou. Onde foi criada a Dança do Passinho? 2. Os passos foram criados por um morador do bairro e o MC fez um vídeo que viralizou. Como é composto o passinho popular? 3. Você já conhecia a Dança do Passinho? Antes de ler o texto havia um pré-julgamento deste estilo? Qual? 4. Quais as diferenças e semelhanças da Dança do Passinho com o Funk, ou com os outros estilos de Street Dance? Explique. 5. A que grupos sociais a Dança do Passinho pertence comumente? Justifique explicando os significados que a Dança propiciou a você durante a leitura do texto. Escola Estadual de Ensino Fundamental Rosa Rocha de Almeida Disciplina: Educação Física Professora: Bianca Soeiro Aluno(a): 6º ano e 3ª Etapa
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