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URBANISMO II – PARTE B ESTUDO DE CASO PRÁTICO MÉTODOS DE ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO ESTUDO DE CASO: Aspectos essenciais para o desenvolvimento de um projeto a ser assessorado nas aulas práticas e entregue no período das provas. Na apostila de Urbanismo II – Parte B, foram apresentados quatro métodos para leitura do espaço urbano. Cada método possui uma abordagem, mas, como foi visto, para que possamos compreender o espaço urbano, é importante que façamos a combinação de métodos de análise para que tenhamos um conhecimento mais completo sobre o local. Os métodos apresentados foram: 1- Análise Visual: foram explorados o conceito de paisagem urbana, a visão serial e a divisão da paisagem em ótica, lugar e conteúdo. A partir dela, podemos extrair sensações e sentidos, além de identificar elementos de significado. 2- Percepção Ambiental: nesta unidade, vimos como o ambiente pode ser percebido, quais são os elementos principais que compõem a imagem da cidade, sua estrutura e seu significado. 3- Comportamento Ambiental: a maneira como as pessoas usam o espaço foi explorada nesta unidade. Foram apresentados métodos para o levantamento e a análise do comportamento ambiental no espaço urbano. Também foi possível compreender como o ambiente pode afetar e influenciar o nosso comportamento. 4- Morfologia Urbana: nesta unidade, vimos como a forma da cidade pode dizer muito a respeito da história e nos ajudar a compreender o espaço urbano. Foram vistos os fatores que são utilizados para a análise da morfologia das cidades como a própria forma urbana, o tempo, a escala e os agentes de transformação. O objetivo da apostila e deste exercício é analisar e compreender o espaço urbano, sua paisagem, a percepção ambiental, o comportamento que ocorre no local e a morfologia urbana que cerca e forma o lugar. Assim, a partir de levantamentos prévios e levantamentos realizados in loco pelo aluno, a apreensão do espaço urbano poderá ser completada. O objeto de estudo deste exercício é uma praça. As praças são espaços públicos das cidades que contêm diversos significados para as pessoas. Elas podem ser espaços para brincadeiras, exercícios, convívio social, encontro. Podem ser espaços de contemplação ou espaços que trazem hierarquia para uma determinada edificação, como praças cívicas, por exemplo. A praça é o local onde todos nós frequentamos uma vez na vida. É um elemento da forma da cidade presente em quase todas as cidades. A praça foi escolhida por ser um espaço público de uso coletivo, que possui diversos usos, que pode ser visitado e possui importância para a forma e história da cidade ou bairro, além de ser o espaço onde as relações sociais ocorrem, trazendo, assim, significado para a população. No entanto, este exercício não terá um local padrão e único. A escolha do lugar ficará por conta de cada aluno, desde que siga os critérios estabelecidos por este material, levando em conta que, para os métodos de percepção ambiental e comportamento ambiental, visitas a campo e o contato com o local são imprescindíveis. Entende-se que um local de conhecimento prévio, com o qual o aluno estabeleça relações e que permita o levantamento a campo fazendo com que o espaço urbano possa ser “sentido”, é essencial para a compreensão total do lugar. ROTEIRO DO TRABALHO 1. Sobre a escolha da praça. • Escolher um local a partir de seu significado, que possa ser visitado e que possua atividades. 2. Sobre a percepção ambiental. • Entender como a cidade é percebida por você e pelo outro. • Identificar quais os elementos que estruturam a imagem da cidade ou do local. • Compreender qual o significado desses elementos para diferentes pessoas. • Compreender o espaço urbano a partir dos nossos sentidos: visão, audição, olfato. Há algum cheiro característico desse local? Há algum som característico desse local? O que faz com que você saiba que está nesse local? 3. Sobre a Morfologia Urbana. • Compreender a forma da cidade. • Compreender a importância do espaço público para a forma do bairro. • Compreender a formação e transformação da cidade, com foco na praça escolhida. • Identificar elementos de significado, que permaneceram ao longo do tempo. • Compreender como as atividades, relações sociais, tempo e agentes podem moldar o local. 4. Sobre o Comportamento Ambiental. • Compreender e identificar como o espaço é utilizado. • Identificar espaços de atividade, espaços de permanência, grupos de pessoas relacionados aos espaços e às atividades. • Ser capaz de associar as informações. 5. Sobre a junção dos resultados e análise. • Compreender como a análise pode ser realizada de forma completa e como cada método pode auxiliar o outro e mostrar pistas e relações implícitas. • Esta etapa pode ser realizada previamente e será discutida em conjunto com os professores na aula prática. É imprescindível que o conteúdo das demais etapas tenha sido realizado. ETAPAS DO TRABALHO O trabalho deve seguir as etapas listadas a seguir. O resultado de cada etapa deve ser documentado nos materiais a serem entregues. É imprescindível que as etapas de 1 a 4 sejam realizadas antes da aula prática. ( Caso tenha aula pratica ) Etapas gerais: ETAPA 1: Escolha do local. Escolha uma praça que você considera importante para a cidade e para você, aquela em que você passou a maior parte da sua vida e que você possa visitar para esta disciplina. ETAPA 2: Percebendo a cidade e a praça. a. Faça um mapa mental da sua cidade, que contenha a praça escolhida. Peça a mais duas pessoas de idade e sexo diferentes (exemplo: um idoso e uma criança) para que façam o mapa mental da mesma cidade, que também contenha a mesma praça. b. A partir da junção desses mapas mentais, você irá identificar os elementos que Lynch (1980) elenca como estruturantes da imagem da cidade. Junto aos mapas pergunte o significado dessa praça para essas outras pessoas e como eles a descreveriam e escreva em seu relatório. c. A partir dos mapas mentais e das informações coletadas, você buscará compreender como você e as diferentes pessoas estabelecem significados semelhantes ou diferentes para a praça e para a sua cidade. ETAPA 3: Análise da morfologia urbana da praça, seu entorno e inserção na cidade. A análise deve ser feita em diferentes escalas. Faça as análises em sulfurize, papel vegetal ou em plástico, para que os dados possam ser sobrepostos. Obs.: Se sua cidade não dispor de dados, você pode seguir as orientações contidas no Anexo I deste exercício. Faça a análise da morfologia urbana da praça, dos seus arredores e da sua inserção na cidade como um todo. Recorde-se dos ensinamentos sobre a escala das análises e das relações estabelecidas entre os diferentes níveis de resolução e relação do lote, bairro e cidade. A seguir, serão apresentados alguns tópicos que devem ser realizados para que a análise morfológica seja feita. Busque fazer o máximo de itens do levantamento que a disponibilidade de dados da sua cidade permitir. ESCALA CIDADE (use a mesma escala para os dois mapas): a. Principais vias e conexões b. Malha urbana ESCALA DO BAIRRO (onde a praça está inserida) (use a escala 1:5.000 em A3) (vide exemplo). c. Topografia d. Vegetação e. Parcelamento – quadras e lotes. f. Evolução urbana (as fotos aéreas podem ser acessadas no Google Earth Pro, por meio do histórico, ou em outras bases que estiverem disponíveis a você) g. Figura fundo (edificações) h. Espaços públicos i. Cruzamentos (T L X) ESCALA DO LOTE (praça + fachadas das edificações das quadras adjacentes à praça) (use a escala 1:2.000 em A3) (vide exemplo). j. Elevações de todos os lados da praça, voltada para o entorno, desenhando as fachadas – aberturas, fechamentos (muros, portões), volumetria.O desenho pode ser de observação, desde que possua uma proporção entre as edificações e a praça. k. Planta da praça + quadras que circundam a praça. Identifique a relação entre as edificações, seus respectivos lotes e a praça (as edificações têm seu acesso voltado à praça? Qual sua posição no lote em relação à praça: mais próxima, mais distante?) l. Mapa de gabarito das edificações que circundam a praça. Separe as edificações em pavimentos. m. Mapa de uso e atividades das edificações que circundam a praça. Separe em comércio/serviço, residências, institucional (escolas, igrejas, edificações públicas), lazer. ETAPA 4: Levantamento do comportamento ambiental e análise visual. Visite a praça. Faça a análise visual do local e a análise do comportamento ambiental existente na praça. Siga as orientações abaixo: a. Visite a praça escolhida em dois diferentes horários: de manhã e à tarde (dentro da sua disponibilidade). Tire fotos, mapeie as atividades, faça o traçado dos fluxos, faça a contagem de pessoas, identifique a idade (criança, adulto ou idoso) e gênero das pessoas que estão realizando as diferentes atividades, assim como visto na unidade de comportamento ambiental. b. Utilize um mapa do local para cada horário, com a mesma escala. Agrupe o levantamento em setores de atividades realizadas (diagrama de bolhas). Compare os dois levantamentos. c. Tire o proveito máximo de sua ida a campo e realize a análise visual do local. Trace um percurso em volta e outro pelo interior da praça. Faça a visão serial desses dois percursos com fotos e indicações dos elementos de conceito e local aprendidos, ou croquis. ETAPA 5: Junte as etapas anteriores. Sobreponha os dados e as informações. Esta etapa será discutida com os professores na sua aula prática. Mas, previamente, reflita sobre as questões: a. Quais “pistas” você pode descobrir a partir das análises? b. O que você enxerga agora no espaço urbano que não via antes de aprender esses conceitos? c. Você vê a praça da mesma maneira? Se não vê, o que mudou? d. Quais são os padrões de forma, percepção e comportamento encontrados? Como eles podem ser utilizados para melhorar o espaço? e. Pense em diretrizes gerais para solucionar as pistas encontradas. ORIENTAÇÕES GERAIS Todo o material: mapas, relatórios, desenhos etc. Deverão ser postados no sistema as pranchas que configuram as etapas , o arquivo deve ser ÚNICO e em formato PDF.Os desenhos podem ser realizados à mão ou com o auxílio de ferramentas digitais, desde que contenham os dados solicitados. Todos os mapas e relatórios devem conter: • Norte (se houver figura). • Escala gráfica (se houver figura). • Nome do mapa e tópico analisado. • Nome do aluno. • Data. • Legenda, quando necessário (se houver figura). • Nome da disciplina. Obs.: Imprima em A3 preservando a escala de 100% para que você possa ter documentos com a mesma escala.( Isso ajuda na hora de fazer o estudo de caso) SOBRE OS MATERIAIS A SEREM ENTREGUES ETAPA 1: Escolha do local. Relato em uma folha A4, seguindo as normas da ABNT, contendo: • Localização na cidade, em um pequeno mapa, com endereço completo da praça, ruas, bairro, cidade e estado. • Dados gerais da cidade como população, breve histórico da cidade. • As razões que o levaram a escolher a praça. ETAPA 2: Percebendo a cidade e a praça. • Mapas mentais desenhados em sulfite A4. • Relatório em (no máximo) duas folhas A4, seguindo as normas da ABNT, sobre os elementos da imagem da cidade que puderam ser identificados nos mapas mentais. Deve conter os significados da praça para as pessoas que você entrevistou, bem como a idade e o sexo dos entrevistados. Também deve conter uma breve análise sobre os mapas mentais e as diferentes percepções sobre o local. ETAPA 3: Análise da morfologia urbana da praça, seu entorno e sua inserção na cidade. Os mapas podem ser feitos à mão, ou com o auxílio de ferramentas digitais, e entregues contendo o tópico do levantamento (nome do mapa), em escalas especificadas nas etapas, em sulfurize ou vegetal, e devem ser trazidos para a aula prática. ESCALA CIDADE. Deve caber a cidade em um A3. Use a mesma escala para os dois mapas. ESCALA DO BAIRRO (onde a praça está inserida) Use a escala 1:5.000 em A3. Se usar o OpenStreet Map, para obter os dados, coloque o desenho em escala, como o ANEXO I. ESCALA DO LOTE (praça + fachadas das quadras adjacentes à praça) Use a escala 1:1.000 em A3. Se usar o OpenStreet Map para obter os dados, coloque o desenho em escala, como o ANEXO I, mas desta vez usando 1:1000. ETAPA 4: Levantamento do comportamento ambiental e análise visual. 1- Relatório sobre visão serial, impresso, seguindo as normas da ABNT, contendo: • Mapa (sem escala), situando os percursos. • Fotos e/ou croquis dos percursos. • Identificação de elementos de local e conteúdo. • Identificação e localização de sentimentos e sensações, efeitos visuais, perspectivos e topológicos. 2- Mapas do levantamento do comportamento ambiental realizados em diferentes horários. Lembre-se de utilizar todos os métodos de comportamento ambiental que você considerar importantes e possíveis de serem realizados. Lembre-se de situar a sua posição nos mapas (onde está o observador?) e de ficar em um local onde seja possível visualizar o local como um todo. Para a contagem, utilize uma tabela que contenha informações sobre sexo, faixa etária (por exemplo: 0-15, 16-30, 31-60, +60), atividade e, se existirem grupos de permanência, anote quantos, o que estão fazendo e onde estão nos mapas. Se quiser, adicione um campo para observações. Um exemplo de tabela pode ser o seguinte, mas fique à vontade para inserir outras informações. HORA Nº PESSOAS FAIXA ETÁRIA SEXO ATIVIDADE GRUPOS DE PERMANÊNCIA 3- Junto ao levantamento e aos mapas, entregue um relatório em A4 com informações sobre o clima, o horário, uma breve análise dos dados encontrados, tente responder às perguntas propostas por Gehl e Svarre (2018): Quantos? Quem? Onde? O quê? Quanto tempo? ANEXOS ANEXO I – COMO OBTER DADOS PARA A ANÁLISE? 1- Verifique se sua cidade, ou estado, dispõe de uma base de dados georreferenciada on- line, ou um arquivo em .dwg, ou outra base de dados. 2- Muitas vezes, os dados para a análise urbana não estão disponíveis de forma fácil, mas existem algumas ferramentas que podem auxiliar nesse processo. Dica 1 – OpenStreet Map O OpenStreet Map (https://www.openstreetmap.org/) é uma das formas de conseguir conteúdo para análises urbanas, o site é uma plataforma colaborativa de georreferenciamento de dados. Nela você irá encontrar curvas de nível (na camada “Ciclístico”) e a malha viária, no mínimo. Mas, dependendo da região, você pode encontrar o desenho das edificações, trilhas nos espaços públicos, localização de comércio, serviços, semáforos, telefones públicos e muitos outros elementos. Explore! https://www.openstreetmap.org/ OpenStreet Map (2020). Instruções para exportar mapas em escala. Dica 2 – Google Earth Pro Para a evolução urbana, se fotos antigas aéreas ou outras que mostrem parte da cidade não puderem ser encontradas, você pode utilizar o Google Earth Pro e “voltar no tempo” para ver imagens de satélite com datas anteriores. No link a seguir, há um tutorial de como fazer isso: https://support.google.com/earth/answer/148094?hl=pt-BR. Os detalhes presentes na planta da praça podem ser visualizados por imagens de satélite, fotos aéreas, ou podem ser desenhados de acordo com o levantamento a campo. Um esquema da planta da praça basta, desde que o desenho possua proporções adequadas.
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