Buscar

Anemia de doença crônica

Prévia do material em texto

Anemia de doença crônica 
Depois da ferropriva, é a segunda 
maior causa de anemia no mundo 
Com o envelhecer da população e 
presença de doenças inflamatórias 
essa anemia se torna mais comum. 
É chamada de anemia da inflamação 
ou hipoferritinemia da inflamação 
(porém essa última é controversa, 
pois há um estoque de ferro nesse 
tipo de anemia, mas ele não consegue 
ser bem distribuído para os tecidos) 
As causas são basicamente doenças 
que causem inflamação no organismo: 
Infecção (endocardite, HIV, 
pneumonia, osteomielite, septicemia, 
tuberculose, infecções de pele, 
fúngicas ou parasitárias...), neoplasia, 
DM (causa inflamação pela própria 
doença e por ser multifatorial 
podendo incluir obesidade, que 
também causa inflamação), ICC, 
trauma severo, Artrite Reumatóide, 
Lupus, vasculites, Doença 
inflamatória intestinal, hipertensão 
pulmonar... 
 
 Mecanismos 
Existem múltiplas etapas 
Incialmente tem uma infecção, 
inflamação ou malignidade levando a 
cascata inflamatória. A primeira célula 
de resposta é o macrófago, que 
produz IL-6 e IL-1beta principalmente, 
que no fígado estimulam a produção 
de hepcidina (hormônio importante 
para reduzir a biodisponibilidade do 
ferro no organismo). No TGI, a 
hepcidina reduz a absorção do ferro e 
ela contraestimula os macrófagos, 
para reduzir a oferta de ferro aos 
tecidos (o macrófago faz parte do 
sistema reticuloendotelial e ele 
participa da captação e renovação dos 
estoques de ferro), fazendo eles 
produzirem mais IL-1beta e TNF-alfa, 
que nos rins, reduzem a produção da 
eritropoietina (hormônio que sinaliza 
para a produção de novas células no 
sistema eritropoietico) e na medula 
óssea, reduzem a eritropoiese. 
Qualquer citocina inflamatória ou 
peptídeos bacterianos que causem 
quadros inflamatórias estimulam a 
produção de hepcidina pelo fígado. 
 
Nos estados inflamatórios, a ferritina 
deixa de ser um marcador confiável 
para ver o estoque de ferro, pois ela é 
reagente positivo em fase aguda de 
inflamação  tem que olhar 
saturação, ferrocinética de modo 
geral. 
Em qualquer estado de inflamação, 
ocorre o aumento da ferritina. 
 
Existem vários receptores nos 
enterócitos, a ferroportina (que 
transporta o ferro de dentro do 
enterócitos para a corrente 
sanguínea) tem um sitio de ligação 
com a hepcidina. Quando ela se liga a 
esse receptor, ele é internalizado e 
degradado no citoplasma da célula. 
Sem a ferroportina, o ferro absorvido 
pelo enterócito, fica nele, reduzindo 
sua disponibilidade para a corrente 
sanguínea. 
Em casos de inflamação o fígado 
produz hepcidina. 
Quando resolvida a causa de base, 
reduzindo a inflamação crônica  
hepcidina deixa de ser produzida, e o 
bloqueio da ferroportina deixa de 
existir e a célula volta a produzir e 
expressar a ferroportina. 
 
Há também redução no transporte 
placentário de ferro nas mulheres 
grávidas. 
 
 Ferrocinética 
Ferro sérico baixo (pouca circulação 
de ferro no sangue) 
Ferritina elevada (+ estoque nas 
células) 
Saturação de transferrina baixa 
(pouca circulação de ferro no sangue) 
ATENÇÃO: Quando a transferrina está 
muito baixa, como na desnutrição, a 
saturação pode estar normal (pois 
com a pouca quantidade de 
transferrina, qualquer molécula de 
ferro que se liga a ela vai dar uma 
saturação próxima do normal  
resultado falso) 
TIBIC baixo  marcador indireto de 
moléculas de transferrina livre. 
Quando se tem anemia ferropriva, é 
estimulado uma maior produção de 
transferrina, logo com muitas 
transferrinas circulantes a capacidade 
total de ligação do ferro vai ser alta. 
Porém na anemia de doença crônica, 
essa transferrina vai estar baixa, logo 
a capacidade total de ligação com o 
ferro estará baixa. 
 
 Características 
Geralmente é normo/ normo, mas 
pode ser hipo/micro 
Reticulocitopenia pela redução do 
estimulo de produção de células  é 
hipoproliferativas 
Como é crônica, o corpo consegue 
compensar um pouco essa anemia, 
que é gradual  pode ser leve (10-11 
Hb) a moderada (8-10 Hb) 
RDW normal ou aumentado 
PCR elevada - analise de inflamação 
 
 Associação com ferropenia 
Ferritina vai estar tendendo a baixa ou 
normal (hipoferritinemia ou normal) 
 Realizar teste terapêutico (ferro) 
em casos de dúvida 
Quando o paciente não tem 
inflamação  ferritina < 30 = 
ferropenia 
Quando o paciente tem inflamação  
< 100 = ferropenia 
Se paciente renal crônico com diálise 
 < 200 = ferropenia 
 
 Diferença das anemias 
 
 
 Objetivos terapêuticos 
Melhorar sintomas e não normalizar a 
Hb; 
Tratar a doença de base, para reduzir 
a hepcidina e o metabolismo do ferro 
normalize; 
Só agir na anemia (transfusão de 
sangue, uso de eritropoietina) quando 
o paciente está descompensado, 
quando está estável corrigir doença 
de base; 
Suplementação de ferro, pois a 
ferropenia está muito ligada a anemia 
de doença crônica; 
Eritropoietina estará baixa nos casos 
de neoplasia, doença renal crônica  
uso de eritropoietina

Continue navegando