Buscar

Fígado e Vias Biliares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fígado e Vias Biliares 1
Fígado e Vias Biliares
ICTERÍCIA
Conceito
Cor amarelada da pele e mucosa, devido aos líquidos corporais que estão 
aumentados porque há uma bilirrubina sérica aumentada
O valor noemal de bilirrubina é em torno de 1,2-1,4 mg/dL 
Entre 2-3 mg/dL começa a ficar perceptível no paciente → primeiro na esclera
Origem da bilirrubina
80% provém da degradação da hemoglobina no sistema retículo endotelial 
(SER) da medula óssea, baço, fígado e linfonodos
20% provém da eritropoiese imperfeita na medula óssea
Tipos
Bilirrubina não conjugada ou indireta
Bilirrubina conjugada ou direta
É conjugada no fígado, dentro do hepatóciro, indo para o sistema biliar, 
sendo secretada no intestino
Fígado e Vias Biliares 2
IMPORTANTE: se a bilirrubina conjugada não cai pelos canalículos biliares até o 
intestino, as fezes ficam em cor de beje claro (tipo areia), também chamada de em 
de massa de vidraceiro → acolia = fezes descoradas, sempre denunciando que 
houve dificuldade da chegada da bilirrubina na via biliar
Icterícia obstrutiva: qualquer obstrução (seja por tumor de via biliar, cálculos) que 
faz com que a bilirrubina chegue aos canículos biliares - faz com que ela seja 
reabsorvida, indo para a circulação e deixando o paciente amarelo
Há dois possíveis pontos de obstrução:
Bloqueio na entrada da Bilirrubina Não-Conjugada (BNC) no hepatócito, 
causando um aumento de BNC no sangue
Bloqueio dos canalículos biliares, como em caso de tumor de cabeça de 
pâncreas
Algumas pessoas podem ter o bloqueio da enzima gliconiltransferase, que é 
responsável pela conjugação
Classificação pela Origem da Icterícia
Fígado e Vias Biliares 3
Pré-hepatocitário: paciente ictérico sem acolia (bilirrubina chega ao intestino)
Hemólise: destruição de muitas hemácias, oferece BNC demais ao fígado, 
ultrapassando sua capacidade metabólica
Doença de Gilbert: problema na captação da bilirrubina pelo hepatócito
Problema no transporte relacionado à deficiência de albumina
Pós-hepatocitário: paciente ictérico + acolia (bilirrubina não chega ao intestino)
Obstrução: ela está conjugada, mas não consegue chegar ao intestino - 
pode haver um tumor de pâncreas fechando o colédoco, cálculo no 
colédoco, vermes que sobem pelo colédoco obstruindo-o
Hepatocitário: hepatócito doente que não consegue conjugar, porém já havia 
algo conjugado no fígado, que acaba sendo liberado para a circulação 
sanguínea → aumento sérico de BNC e de BC
Hepatite
Defeitos de conjugação → Crigler Najar: deficiência da glicuroniltransferase 
Não constuma ultrapassar 5mg/dL
É insolúvel (BNC), portanto não é filtrada pelos rins, não gerando colúria
Hemólises são menos de 2% de todas as icterícias
Fígado e Vias Biliares 4
Colestática: indica problema das vias
Cirrose: o fígado fica inchado, podendo espremes os canalículos
Hepatocelular: indica lesão
Sinais e sintomas mais sugestivos de icterícia de causa hepatocelular:
Aranhas vasculares: teleangiectasias com um ponto central e vários riscos 
para o lado → aparecem principalmenye no tórax superior, e ocorre 
principalmente em alcoolistas
ACO = anticoncepcional CMV=citomegalovírus
Classificação das Icterícias
Icterícia e suas causas (Hepatite A = orofecal / 
Hepatite B = tranfusão, drogas)
Fígado e Vias Biliares 5
Eritema palmar
Circulação colateral
Ascite
Esplenomegalia
Sinais de possível quadro de colestase (lentidão do fluxo biliar) - icterícia por 
BD (bilirrubina direta):
Acolia: fezes claras
Colúria: BD é solúvel, acaba sendo reabsorvida e eliminada pelos rins
Prurido: a BD é irritativa ao endotélio, acaba afentando as terminações 
nervosas periféricas, causando coceira - por isso, o paciente pode se 
apresenrar com escoriações
Xantomas e xantelasmas: devido a uma deficiência no matabolismo de 
gorduras 
Pela diminuição de secreção da bile, vitaminas lipossolúveis são menos 
absorvidas:
Vitamina D: osteoporose
Vitamina A: problemas ligados a pele e couro cabeludo
Vitamina K: equimoses
Esteatorreia: por diminuição da bile, há deficiência na absorção de gorduras, 
causando evacuação de fezes gordurosas
Vesícula pode estar palpável, pelo acúmulo de conteúdo devido à colestase, 
que pode estar sendo causada por um tumor de cabeça de pâncreas, deixando 
o colédoco todo estufado
Vesícula de Curvosier: vesícula visível, palpável e em paciente ictérico → não 
está inflamada, apenas distendida
Fígado e Vias Biliares 6
Hepatomegalia dolorosa: o fígado pode passar a não dreanar seu conteúdo, 
causando distensão
Rash cutâneo: pele avermelhada, devido a vasodilatação (não se sabe explicar 
muito bem a relação)
IMPORTANTE: os melhores lugares para avaliar a presença de icterícia é a esclera 
e o palato - cuidar com pacientes que comem alimentos que causam 
hipercarotenemia (cenoura, abóbora), pois eles podem se apresentar em coloração 
amarelada, entretando as escleróticas estarão normais
Tipos de obstruções:
Câncer intrínseco, do próprio colédoco
Estenose: pode ter sido um processo inflamatório, ou um processo cicatricial, 
devido a um procedimento cirúrgico - a icterícia nos casos de obstrução 
Fígado e Vias Biliares 7
incompleta não é tão evidente
OBS: na primeira imagem inferior, não vai ocorrer icterícia, pois não houve 
obstrução do colédoco
SÍNDROMES BILIARES
Colelitíse: pedra na vesícula
Colecistite aguda: inflamação da vesícula
Coledocolitíase: pedra no colédoco
Colangite: inflamação do colédoco
Pancreatite aguda
Colelitíase
É mais comum em mulheres, especialmente acima dos 40 anos e obesa
Presença de cálculo na vesícula e vias biliares até o ducto cístico
Cálculos de colesterol: 80% 
Fígado e Vias Biliares 8
Assintomática em 80% dos casos: paciente faz exame de rotina e descobre que 
tem
Sintomática: paciente refere cólica biliar
Complicações (5% dos casos):
Colecistite aguda litiásica: vesícula inflamou porque tinha pedra
Colangite: cálculo desceu, inpactando o colédoco
Pancreatite: cálculo desceu, obstruindo o ducto pancreático (ducto de 
Wirsung)
Cólica Biliar
Crises de dor
Pode ocorrer por colelitíase e por coledocolítiase
Dor de início súbito no hipocôndrio D e epigástrico irradinado (pelo nervo 
frênico) para ombro D e região subescapular D, com aumento gradual, com 
platô de 2h
Ocorre náuseas e vômitos em 50% dos casos
Geralmente após refeição rica em gordura
Inspeção
Posição antálgica: fletindo as pernas sobre o tronco
Sem icterícia quando o cálculo não atinge o colédoco
Palpação
Murphy é incomum, porque na cólica não estamos falando de inflamação - mas 
é possível se a vesícula estiver muito distendida
Percussão: pode haver um pouco de dor
Ausculta: normal, porque não há envolvimento do intestino
Diagnóstico diferencial:
Angina pectoris
IAM
Esofagite
Fígado e Vias Biliares 9
Espasmo esofágico
Úlcera péptica: pode ser uma úlcera gástrica ou duodenal - confunde-se 
pois o colédoco chega ao duodeno bem próximo ao estômago
Vesícula Palpável
1. Vesícula Hidrópica
Obstrução do cístico por cálculo ou inflamação, fazendo com que a vesícula 
inche, pois não consegue drenar seu conteúdo
Não há icterícia
2. Vesícula de Courvoisier Terrier
Obstrução do colédoco por cálculo, câncer no colédoco e compressão 
extrínseca (metástase em linfonodos peri-hepático, tu de cabeça de pâncreas)
Já icterícia
OBS: A presença crônica de cálculos gera uma colecistite crônica, reduzindo a 
elasticidade da vesícula, fazendo com que sua obstrução por cálculo a distenda 
menos que por câncer em via biliar baixa
FÍGADO
HEPATOPATIA CRÔNICA: é o paciente que apresenta sinais de um problema 
antigo no fígado
Anamnese
Procedência de uma região endêamica de esquistossomose
Sexo: no caso de mulheres pensar no uso de anticoncepcional 
Doença de Budd-Chiari: trombose da veia hepática, que está entre o fígado 
e a cava, que ocorre em mulheres tabagistas usuárias de ACO
Criança: trombose portal por onfalite → infecção do cordão umbilical gerando 
trombose no sistema portal (mal cuidado do cordão umbilical aonascer)
Adulto: cirrose - principalmente homens
Fígado e Vias Biliares 10
HMP
Investigar: uso de drogas, exposição profissional, álcool, medicamentos, 
hepatites prévias, episódios de icterícia, tratamento para parasitoses, sintomas 
biliares, infecções intra-abdominais, transfusões, tromboses, infecções 
umbilicais
Pode ser encaminhamento dermatológico, ao investigar prurido vê hepatopatia 
crônica 
Sintomas
Astenia (cansaço)
Emagrecimento
Edema → fígado produz albumina
Dor e crescimento abdominal
Alopecia
Redução da libido → metabolização dos hormônios sexuais
Sangramento digestivo (hematêmese, melena) → cirrose - trânsito dificultado
Prurido → icterícia
Confusão mental
EXAME FÍSICO
Sinais gerais 
Emagrecimento: especialmente por conta de massa muscular
Dispneia → ascite dificulta movimento do diafragma - derrame pleural
Icterícia
Hemocromatose: acúmulo de ferro no organismo. Pode gerar cirrose pois 
ferritina é tóxica ao fígado. Deixa a pele bronzeada tipo bronzeamento artificial 
→ tratamento é sangria
Palidez de mucosas: especialmente se há sangramento digestivopelos 
sangramentos
Fígado e Vias Biliares 11
Equimoses: menor absorção de vitamina K, que é importante na cascata de 
coagulação
Cabeça e pescoço
Fetor hepaticus → hálito típico, fétido e adocicado
Alopecia
Turgência jugular
Xantelasma
Parótida aumentada
Tórax
Ginecomastia: o fígado é importante para o metabolismo dos hormônios sexuais 
- haverá desequilíbrio 
Aranhas vasculares → principalmente tórax superior
Extremidades
Baqueteamento digital
Unhas de terry: unhas quase totalmente brancas
Contratura de Dupuytren: muito ligada ao alcoolismo - paciente fica com mão de 
benção
Eritema palmar
Prurido e escoriações: pelo aumento de bilirrubina
Atrofia muscular
Pelagra → 3 Ds: dermatite, diarreia e demência - paciente com pele queimada e 
escamada - deficiencia de miacina
Edema de membros inferiores
Ausência de pelos
Asterixis ou Flapping → batimento de asas de morcego - sinal de 
comprometimento do sistema neurológico → fazer todos os dias, menos 
Fígado e Vias Biliares 12
flapping = menos irritação - encefalopatia hepática
Xantomas
Abdome
Abdome globoso, se tiver ascite
Protrusão umbilical, em caso de ascite
Pode ter circulação colateral
PALPAÇÃO
Hepatomegalia ou não, com borda hepática nodular e rígida
Esplenomegalia → veia esplênica depende do sistema porta
Tensão abdominal tipo intra abdominal: pelo acúmulo de líquido
Quando haver sinais de hepatopatia crônica associados a esplenomegalia na 
hora do exame físico. Sensibilidade de 34% e especificidade de 90% para dizer que 
é cirrose hepática.
PERCUSSÃO
Hepatimetria aumentada ou não
Traube ocupado, porque o baço cresceu
▪ Manobras de ascite positivas.
Timpanismo central e macicez periférica em paciente em decúbito dorsal → o 
paciente tem água no fundo do abdome com ar em cima
AUSCULTA
Sinal de Curveilhier-Baumgartem → sopro na altura do umbigo pela 
recanalização da veia umbilical
RHA normais
Fígado e Vias Biliares 13
Hipertensão Portal
É o aumento da pressão venosa no trajeto para o sistema porta com 
consequente desvio de parcela do sangue através de colaterais naturais ou 
neoformadas até o sistema cava
Devido a essa estase no sistema porta, os órgãos que drenam até lá ficam 
maiores – causando esplenomegalia, varizes esofágicas (veias esofagianas 
que descem do esôfago até o sistema porta), circulação colateral e ascite
Fígado e Vias Biliares 14
Dependendo de onde etá a hiperpressão, vão ter diferentes manifestções
Classificação:
Pré-sinusoidal - antes dos sinusoides hepáticos → não altera o fígado, 
aumenta o baço rapidamente
Extra-hepática: pode ser causada por trombose portal
Intra-hepática: pode ser causada por esquistossomose
Sinusoidal: a hipertensão acontece por uma doença que afeta direto os 
sinusoides hepáticos → cirrose, medicação hepatotóxica
Pós sinusoidal
Intra-hepática: já passou pelos sinusoides, mais ainda está no fígado → 
cirrose, hepatite alcoólica aguda
Fígado e Vias Biliares 15
Extra-hepática: trombose da veia hepática (chamada de Budd-Chiari), ICC
OBS: paciente chega falando que sua barriga aumentou repentinamente (ascite 
repentina) em uns 3 dias: devemos pensar em algo súbito, como uma trombose 
(uma cirrose é um processo mais crônico). Se a trombose for pré sinusoidal o fígado 
estará em tamanho normal (não está entrando sangue) e o baço bem aumentado. 
Se for trombose Buddi-Chiari, o fígado fica aumentado e o baço mais discretamente 
aumentado. No caso de cirrose, o baço estará aumentado e a borda hepática estará 
nodular.
CIRCULAÇÃO COLATERAL
Formação da Colaterais:
1. Colaterais naturais
2. Recanalização de colaterais naturais (veia umbilical)
3. Novas anastomoses
Esses novos caminhos para atingir a cava faz com que o sangue não passe pelo 
fígado, que é um grande filtro de antígenos e germes e assim, infecções 
sistêmicas podem ocorrer, como a encefalopatia hepática, mostrada pelo sinal de 
Asterixis
Onde se formam:
Cardia: varizes esofágicas e gástricas
Parede abdominal: recanalização das umbilicais e paraumbilicais
Ânus e reto: paciente apresentando hemorroidas
Vísceras: dilatação venosa dos ramos viscerais
Baço: aumento da pessão venosa na v. esplênica e suas tributárias (pancreática 
e adrenal) e via renal
1. Circulação Colateral Tipo Porta
Mais frequente para trombose da porta
O sangue acaba retornando para as veias xifoidianas e longas torácicas para 
chegar na cava superior
Fígado e Vias Biliares 16
CABEÇA DE MEDUSA → sai do umbigo em várias direções → centrífuga
Comprometimento do ramo esquerdo da porta → veias xifoidianas → veias 
longas torácicas → cava superior
2. Tipo Cava Inferior Profunda
Aumento da pressão no sistema porta refluindo a v. mesentérica inferior → veias 
retais → ilíaca interna → cava inferior
Paciente irá cursar com hemorroida → circulação colateral profunda
3. Cava Inferior Superficial
Sistema porta → veias paraumbilicais → veias epigástricas inferiores → veias 
superficiais da parede abdominal
Vem de baixo - não pelo umbigo
4. Cava Superior Superficial
Sistema porta → veias paraumbilicais → veias epigástricas superiores → veias 
superficiais da parede abdominal
Aparece em tórax
5. Cava Superior Profunda
Sistema porta → veias gástricas direita e curtas → veias esofagianas → v 
ázigos → cava superior
Paciente com varizes esofágicas
Fígado e Vias Biliares 17
Portanto, temos 3 tipos de circulação colateral que podem ser visíveis 
superficialmente. No entanto, temos 2 tipos que são profundos. Sendo assim, 
nem todo o caso de hipertensão portal terá circulação colateral visível. Toda 
circulação colateral visível é caso de hipertensão portal.
ASCITE
Quando há acúmulo de líquido na cavidade peritoneal, excluindo sangue e pus
Se for pus = pioperitônio
Se for sangue = hemoperitônio
80% vem de hipertensão portal
Fígado e Vias Biliares 18
A cirrose hepática diminui a produção de albumina, fazendo com que a pessão 
coloidosmótica diminuia, causando extravazamento do plasma para o interstício → 
edemas, como ascite
Além disso, a cirrose causa hipertensão portal, que também favorece o 
aparecimento da ascite.
Essa perda de líquido vascular, diminui a PA fazendo com que os mecanismos de 
retenção de água e sal sejam ativados, o que irá piorar o quadro de ascite.
Possíveis causas de Ascite
Hipertensão Portal - cirrose hepática (80%)
Carcinomatose Peritoneal (10%)
Ins. Cardíaca (3%)
Tuberculose (1%)
Pericardite
Hipoalbunemia
Fígado e Vias Biliares 19
Hipotireoidismo
Vasculites
Tromboses
Ascite pode exister sem ser por hipertensão portal
1. CARCINOMATOSE PERITONEAL
Pode ser desenvolvida através de um cÂncer de reto que gerou metástase no 
peritômio
O porquê de gerar ascite:
Obstrução linfática por células neoplásicas
Aumento da permeabilidade dos capilares
Obstrução portal por compressão ou metástases - gerando hipertensão 
portal
Mecanismos mistos
Para saber se a ascite é de origemneoplásica faz-se uma Paracentese 
Abdominal diagnóstica → citologia do líquido ascítico + em 97-100%
Para saber o ponto de hipertensão portal, realiza-se ultrassom
2. TUBERCULOSE PERITONEAL
Reativação da tuberculose → Tuberculose Miliar
Exame BAAR+ no líquido ascítico
O mecanismo da formação de ascite é pelo aumento da permeabilidade capilar
3. ASCITE PANCREÁTICA
Quando ocorre lesão do ducto pancreático com derramamento das enzimas 
pancreáticas na cavidade, essas enzimas não irão se ativar
Geralmente associada à pancreatite aguda, crônica ou trauma
Não é uma situação comum
Nesse caso, o líquido ascítico está mais amarelado que o normal
Fígado e Vias Biliares 20
Pesquisar a presença de amilase no líquido
Pensa-se em ascite pancreática quando o paciente já aparece com um quadro 
de pancreatite 
4. ASCITE BILIAR
Paciente com algum quadro que leve a uma situação de vesícula
Ela ocorre em caso de lesão da vesícula ou ducto biliar por trauma ou cirurgia - 
causando aumento progressivo do abdome
Bilirrubina aumentada → icterícia → líquido abdominal é esverdeado
5. ASCITE QUILOSA
Obstrução de linfáticos
Causas: cirrose hepática, linfomas, traumas abdominais, trombose porta, 
obstrução intestinal
Líquido turvo ou leitoso, com TG aumentados
EXAME FÍSICO
Inspeção
Abdome globoso, até mesmo batráquio
Pele lisa e brilhosa
Distensão umbilical
Circulação colateral ou não
Ver se há sinais de hepatopatia crônica
Palpação
Técnica do Rechaço: dar uma leve empurrada em uma víscera para ver se 
volta (pois vai estar flutuando)
Toque retal: acúmulo de água ao redor do reto (Fundo do Saco de Douglas) → 
mais precoce para detectar, é o primeiro lugar que o líquido acumula
Fígado e Vias Biliares 21
Percussão
Círculo de Skoda (primeira técnica que se deve fazer): mudança de 
timpânico para maciço → vai indo em linha reta, marcando e fazendo um 
semicículo
Piparote: peteleco gera onda de água - exige mais que 3l de água no abdome 
→ precisa de 3 mãos para bloquear a vibração que passaria pela camada de 
gordura abdominal
Macicez móvel: paciente em decúbito lateral, vemos se a área antes percutida 
com maciça fica timpânica
Posição de Trendelenburg: eleva-se os pés do paciente e abaixa a cabeça → 
se houver líquido, esse irá descer e preencher o Espaço de Traube, o qual 
estará maciço
Piparote
Posição de Trendelemburg
Fígado e Vias Biliares 22
Ausculta
Duplo Tom ou Sinal de Lian: piparote com esteto, ouviremos o som da batida 
do dedo e da água na parede abdominal (TUM-PLASH)
Sinal da Poça ou Sinal de Puddle: pede-se que o paciente fique 5 minutos em 
decúbito ventral e então na posição geno-palmar (4) - se houver ascite o líquido 
estará depositado na parte de baixo do abdome - fazemos piparote com esteto - 
é a técnica que detecta menor volume líquido após toque retal
O piparote é o mais específico para detectar ascite, pois se conseguimos detectar 
água batendo na mão, é 90% de chance de ser ascite. Porém, muitas vezes 
fazemos essa técnica, o paciente tem ascite, mas não conseguimos sentir – ou seja, 
há uma baixa sensibilidade

Continue navegando