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Os eixos do cuidado na primeira infância

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Resumo artigo “Os eixos do cuidado na primeira infância”
Bebês possuem habilidades inatas de perceber e organizar as sensações, o que os tornam seres únicos, e, seu desenvolvimento gradual que está ligado a interações afetivas na forma da mutualidade, onde afeta e é afetado, e que, essas interações que possuem necessidades afetivas e cognitivas, devem ser feitas de forma ética e muito atenta, para que possam ser traduzidas de forma correta, uma vez que esses sinais de interação podem ser muitos sutis. É essencial compreender sua comunicação, com sensibilidade, antecipação e narratividade, estabelecendo ligações, dando forma e sequência aos acontecimentos para torná-los inteligíveis. 
São duas dimensões das funções primordiais de cuidado: a sustentação, que garante a continuidade e a continência que dá noção de limite e transformação. Esses eixos de cuidado envolvem diferentes aspectos, dentre os quais o equilíbrio dinâmico entre presença implicada e presença reservada tem um papel fundamental.
Para um equilíbrio dinâmico entre os eixos e com foco na perspectiva ética de seu trabalho com o bebê, o agente necessita moderar seus afazeres para garantir a qualidade do cuidado oferecido a ele. Se a base da relação é o cuidado, então o cuidado deve ser interpretado pelos profissionais como o eixo principal da relação e posto acima de questões pessoais que possam prejudicar tal relação. 
Em uma pesquisa feita em uma instituição de cuidados às crianças na primeira infância, observadores estudaram o comportamento das cuidadoras frente às necessidades dos bebês. O observador com observações e intervenções, deve levantar possibilidades de uma transformação na relação entre o profissional da creche e o bebê, prevenindo os sinais de sofrimento e intervir a tempo para evitar a cristalização do sofrimento dos bebês.
A falta de comunicação evidente no local, implicava uma intervenção do observador em direção ao bebê, para garantir a continência e verbalização, a partir da voz e do toque do adulto, fazendo com que a comunicação não verbal do bebê ou mal-estar tivessem sentido e gerasse mutualidade. O movimento, caracterizado pela observação e participação na relação com os bebês, permitiu às cuidadoras uma aproximação lenta, o que nos remete ao primeiro movimento intersubjetivo que impulsiona o processo clínico. Com esse acompanhamento e a realização de reuniões para trocas de informações e experiências, gerou uma aproximação ainda maior entre a equipe, possibilitando uma elaboração maior das funções dos cuidadores com base na experiência prática. Esse processo resultou em uma resposta mais rápida e mais atenta das cuidadoras sempre quando necessário ou pertinente, criando um equilíbrio dinâmico na relação com os bebês.

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