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BASES-NERÓLOGICAS-DO-DESENVOLVIMENTO-PSICOMOTOR

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 
2 DESENVOLVIMENTO HUMANO ............................................................... 6 
3 Recém-nascido ........................................................................................... 7 
3.1 Avaliação com o escore de apgar ........................................................ 8 
3.2 O comportamento ................................................................................. 8 
3.3 Capacidade sensoriais iniciais ............................................................. 9 
3.4 Reflexos ............................................................................................. 10 
3.5 Habilidades motoras ........................................................................... 10 
4 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ......................................................... 11 
4.1 O desenvolvimento mental ................................................................. 12 
4.2 O desenvolvimento e expressão das linguagens dos bebês .............. 14 
4.3 Inteligência ......................................................................................... 20 
4.4 Estimulação essencial ........................................................................ 22 
4.5 Crianças de três a seis meses ........................................................... 23 
4.6 Crianças de seis aos 12 meses .......................................................... 24 
4.7 Crianças de 12 aos 15 meses ............................................................ 24 
5 Contextualizando o desenvolvimento infantil ............................................ 25 
6 DESENVOLVIMENTO MOTOR ................................................................ 29 
6.1 Conceito e característica do desenvolvimento motor ......................... 31 
6.2 Etapas do desenvolvimento motor ..................................................... 31 
6.3 Fase motora reflexiva ......................................................................... 32 
6.4 Fase de movimentos rudimentares .................................................... 33 
6.5 Fase de movimentos fundamentais .................................................... 33 
6.6 Fase de movimentos especializados .................................................. 34 
6.7 Reflexos primitivos ............................................................................. 34 
 
3 
 
6.8 Reflexo de moro ................................................................................. 35 
6.9 Reflexos de busca e sucção ............................................................... 35 
6.10 Reflexo buco-manuais .................................................................... 36 
6.11 Reflexo palmar de preensão ........................................................... 36 
6.12 Reflexo de preensão plantar e de babinski ..................................... 36 
6.13 Reflexos corretivos labirínticos e visuais ......................................... 36 
6.14 Reflexo de levantamento................................................................. 37 
6.15 Reflexo de amortecimento e apoio .................................................. 37 
6.16 Reflexo de endireitamento (corretivo) de cabeça e do corpo .......... 37 
6.17 Reflexo primário de caminhar ......................................................... 38 
6.18 Habilidades fundamentais do desenvolvimento motor .................... 38 
6.19 A função da instituição de ensino .................................................... 40 
6.20 Fatores ambientais .......................................................................... 41 
6.21 Fatores socioeconômicos e culturais .............................................. 43 
6.22 Família e desenvolvimento.............................................................. 44 
6.23 Papel da família no desenvolvimento humano ................................ 45 
6.24 O papel da escola no desenvolvimento humano ............................. 45 
6.25 A importância da estimulação no ambiente escolar ........................ 46 
7 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO EM PIAGET ........... 47 
7.1 Estágio de desenvolvimento cognitivo sensório-motor ....................... 48 
7.2 Estágio cognitivo pré-operatório ......................................................... 50 
7.3 Estágio de desenvolvimento cognitivo operatório-concreto................ 52 
7.4 Estágio de desenvolvimento cognitivo operatório formal.................... 53 
7.5 Fatores que influenciam o desenvolvimento humano ........................ 55 
7.6 Princípios do desenvolvimento humano ............................................. 56 
7.7 Aspectos do desenvolvimento humano .............................................. 57 
7.8 Características psicológicas do desenvolvimento .............................. 59 
 
4 
 
8 PSICOMOTRICIDADE E SEUS CONCEITOS ......................................... 59 
8.1 Elementos básicos da psicomotricidade ............................................. 62 
8.2 Motricidade fina .................................................................................. 63 
8.3 Motricidade global .............................................................................. 64 
8.4 Equilíbrio ............................................................................................ 65 
8.5 Esquema corporal .............................................................................. 67 
8.6 Organização espacial ......................................................................... 69 
8.7 Organização temporal ........................................................................ 71 
8.8 Lateralidade ........................................................................................ 72 
8.9 A importância da afetividade na evolução no processo intelectual e 
psicomotor na educação infantil ............................................................................ 74 
9 O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA ........................................... 79 
9.1 Conceito de inteligência ..................................................................... 81 
9.2 A teoria das inteligências múltiplas .................................................... 81 
9.3 Definição das inteligências múltiplas .................................................. 83 
9.4 A teoria das inteligências múltiplas e a educação .............................. 84 
10 O ADOLESCENTE SEGUNDO PIAGET ............................................... 86 
11 PENSAMENTO E LINGUAGEM ............................................................ 92 
12 A APRENDIZAGEM ............................................................................... 93 
13 Referências bibliográficas ...................................................................... 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável,porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 DESENVOLVIMENTO HUMANO 
Segundo Dessen e Guedea (2005) O desenvolvimento representa uma 
organização contínua dentro da unidade tempo-espaço, que opera no nível das ações, 
percepções, atividades e interações do indivíduo com o seu mundo, sendo estimulado 
ou inibido por meio das interações com diferentes participantes do ambiente pessoal. 
Dessa forma, Moura (2009) enuncia que o espaço deve estar disposto de modo 
que estimule a criança. Ao agir sobre o meio, buscando satisfazer suas necessidades 
e seus desejos, a criança transforma a si própria e o meio, determinando, assim, seu 
processo de formação. Daí a necessidade de um espaço desafiador. Conforme 
Becker (2003): “se o sujeito tem condições ótimas de ação devido as suas 
experiências anteriores significativas e o meio positivamente desafiador, a qualidade 
da interação cresce e será função de um desenvolvimento cognitivo ótimo”. 
De acordo com Piaget e Inhelder (1993), as primeiras noções de espaços 
construídas pela criança são atribuídas ao espaço prático, que ela vai formando por 
meio dos sentidos e dos próprios movimentos corporais. Após um extenso processo 
de coordenação das ações é que o indivíduo começa a construir paulatinamente um 
objeto permanente e um espaço onde ele se sinta um, entre outros elementos. A 
noção de espaço vai se aprofundando à medida que a criança vai vencendo 
gradualmente o egocentrismo, que consegue diferenciar o “eu” e o “mundo”. 
Fonseca (2004) afirma que é a interação entre dois componentes que definem 
o comportamento humano: a motricidade e o psiquismo. Para Wallon, (1989), o 
movimento tem um papel fundamental na afetividade e também na cognição, sendo 
de extrema importância essa compreensão conjunta. 
Todavia, o crescimento humano não se manifesta apenas através do biológico, 
mas também das condições existentes no mundo social, em especial dos avanços 
técnicos e das conquistas culturais (GALLAHUE e OZMUN, 2003). Esse crescimento 
ocorre dentro de um espaço em contínua transformação pela ação social. Nele, o 
psíquico e o biológico estão em constante interação, de modo que o primeiro 
impulsiona o segundo na mesma direção, podendo sofrer constantes e sucessivas 
modificações (LORDELA et al, 2000). 
 
7 
 
3 Recém-nascido 
 
Fonte: trocandofraldas.com.br 
Aspectos físicos 
O crescimento físico e o desenvolvimento motor normais ocorrem de acordo 
Papalia & Olds (2000) por dois princípios: 
 Princípio céfalocaudal, onde o desenvolvimento avança da cabeça para 
as partes inferiores. 
 Princípio próximo- distal, o desenvolvimento avança do centro do corpo 
para as partes externas. 
Assim, os bebês primeiramente desenvolvem sua capacidade de usar a 
proporção superior dos braços e das pernas (localizadas próximo ao centro do corpo), 
e depois as porções inferiores desses membros seguidos pelas mãos e pés, e 
finalmente, pelos dedos. Assim, pode – se elencar algumas características físicas do 
neonato como cor avermelhada, recoberto por uma camada de gordura, calvos ou 
cabeludos, crânio alongado ou assimétrico, órgão genitais proeminentes, altura média 
de cinquenta centímetros, peso médio de três quilos. 
 
8 
 
3.1 Avaliação com o escore de apgar 
Logo em seguida do nascimento do bebê, no primeiro minuto, é feita uma 
avaliação para detectar eventuais problemas que requeiram cuidados especiais. 
Cinco minutos após a primeira avaliação é feita uma reavaliação para ver se existe 
alteração no quadro inicial. 
O sistema de avaliação usado mais comumente é o escore de Apgar, elaborado 
pela médica Virgínia Apgar em 1953. 
 Essa subdivide- se em cinco subtestes: 
 Aparência (cor), 
 Pulso (frequência cardíaca), 
 Careta (irritabilidade reflexa), 
 Atividade (tônus musculares) e respiração. 
Um minuto após o nascimento e novamente cinco minutos após o parto, a 
maioria dos bebês á avaliada usando- se a escala de Apgar, recebendo uma nota de 
zero a dez. 
É difícil na primeira avaliação, ele receber nota dez, pois o bebê está bem, ou 
seja, não corre perigo de vida. Escore de quatro e meio ou seis mostra que o bebê 
tem problemas na respiração normal e escore igual ou menor que três indica que ele 
está em condição crítica, mas pode sobreviver (Papalia & Olds, 2000). 
3.2 O comportamento 
Logo após o nascimento, a criança desenvolve características bem definidas 
relacionadas a movimentos, que são dispersos e aparentemente incoordenados. 
Esses movimentos resultam de reflexos simples, aplicados em determinadas regiões 
do corpo. Quando se põe um objeto em contato com a boca do bebê recém-nascido, 
por exemplo, esse provavelmente começará a sugar, podendo haver, porém, em 
outras partes do corpo, muitos movimentos adicionais que nada têm a ver com a 
sucção. Embora a criança apresente numerosos movimentos generalizados, há, 
desde o início, certa especialização do comportamento, Bee (1997). 
 
9 
 
3.3 Capacidade sensoriais iniciais 
Desde muito cedo, os bebês percebem o mundo ao seu redor. O 
reconhecimento da competência do recém-nascido da sua pré-adaptação para iniciar 
o conhecimento do meio no qual está inserido, em termos físicos e sociais, evidencia 
o papel ativo do bebê no mundo e nas relações diádicas. 
Um estudo realizado por Moura et al (2004) analisou as relações entre 
características de interações mãe – bebê, atividades maternas e a concepção acerca 
das competências dos bebês e as relações entre características destas atividades e 
o estado de vigília dos bebês. Participaram 30 díades mãe- bebê, considerando a 
percentagem de ocorrências nos intervalos, verificou – se que as atividades 
predominantes das mães nos períodos observados foram: olhar o bebê (99,2%) e 
tocar o bebê (83,4%). Estes achados sugerem a importância das atividades de olhar 
e tocar no processo interacional mãe-bebê. A audição começa no útero e é aguda 
mesmo antes do nascimento. Os fetos respondem a sons e podem até aprender a 
reconhece – lós. A sensibilidade dos bebês a diferenças auditivas podem ser um 
indicador de habilidades cognitivas. 
A visão do bebê é o sentido menos desenvolvido ao nascer. O bebê também 
tem capacidade de ver, mas é míope ao nascer. Ele tem reação aos estímulos 
luminosos e pode distinguir o rosto materno dos demais. O olfato do bebê é 
rudimentar, mas atuante. Ele diferencia o cheiro da mãe dos demais, porém isso exige 
uma certa experiência e aprendizagem, uma vez que em bebês com dois dias de vida 
não é observado esse reconhecimento. 
O bebê discrimina os quatro sabores básicos: salgados, doce, azedo e amargo 
e tem reações agradáveis em relação ao açúcar, tal preferência ajuda o bebê a 
adaptar –se a vida fora do útero, pois o leite materno é um tanto adocicado. Frente a 
um estímulo gustativo, a resposta dele é de sucção. O bebê é muito sensível ao toque 
principalmente na boca, ao redor dessa e nas mãos. 
Ele reage a temperaturas mais quentes ou mais frias que a do seu próprio corpo 
e parece ter mais reação ao frio. Os primeiros sinais desse reflexo aparecem no útero 
após a concepção. Com trinta e duas semanas de gestação todas as partes corporais 
são sensíveis a esse toque e essa sensibilidade aumenta durante os primeiros cinco 
de vida (Papalia; Olds, 2000). 
 
10 
 
3.4 Reflexos 
O reflexo é uma resposta automática e involuntária que é desencadeada por 
meio de algum estímulo. Segundo Bee (1997), os bebês apresentam, muitos reflexos, 
que podem ser divididos em reflexos adaptativos e reflexos primitivos. 
Os reflexos adaptativos são aqueles que auxiliam o bebê a sobreviver no 
mundo real. São exemplos desses reflexos os de sugar, de engolir, de buscar, que é 
quando ele é tocado na face e vira a cabeça na direção do toque, de retraimento 
quanto a estímulos dolorosos e de abertura e fechamentoda pupila devido à 
intensidade luminosa. Existem também os reflexos que foram adaptativos na história 
evolutiva e que persistem até hoje, como o reflexo de preensão. 
Esse reflexo opera da seguinte forma: quando for colocado o dedo atravessado 
na palma da mão do bebê, ele reflexamente irá fechar a mão fortemente ao redor do 
dedo. Se isso for feito em ambas as mãos, é possível levantar o bebê pelas mãos 
devido a força de preensão. 
Os reflexos primitivos são chamados dessa forma, porque são controlados 
pelas partes mais primitivas do cérebro. Por volta dos seis meses, a criança perde 
esses reflexos e os substitui por funções cerebrais mais complexas. Entre os reflexos 
primitivos estão o reflexo de moro e o de Babinsky. 
O reflexo de moro ocorre quando assustamos o bebê de alguma forma ou 
produzimos um som alto e ele arremessa os braços para frente e arqueia as costas. 
Já, quando estimulamos a planta dos pés de um bebê e ele estica imediatamente os 
dedos e depois os encolhe, chamamos esse reflexo de Babinsky. 
3.5 Habilidades motoras 
As habilidades motoras dos recém-nascidos são precárias. Eles não 
conseguem manter a cabeça ereta, rolar, sentar ou alcançar as coisas que veem. O 
primeiro desenvolvimento motor da criança é quando ela consegue ficar de bruços 
puxando os joelhos para cima sob o abdômen, e ficar com a pélvis erguida e a cabeça 
ao lado para respirar. O recém-nascido mantém sempre as pernas flexionadas. Um 
estudo realizado por Bonvicine et al (2004) demonstra que o controle postural estável 
constitui a base para a organização e execução voluntária do movimento. 
 
11 
 
 Este é exteriorizado através da emergência de habilidades motoras como, por 
exemplo, o controle da cabeça. Foram avaliados os itens relacionados com a 
aquisição do controle de cabeça da avalição Gross Motor Function Measurement 
(GMFM). Através dessa análise, observou – se uma diferença de pontuação entre o 
grupo das crianças pré-termo e a termo. No entanto, estes valores não foram 
significativos ao serem analisados estatisticamente pelo teste t de student. 
 Por meio dos resultados obtidos neste estudo, pode-se sugerir que a 
prematuridade não é um fator influenciador do controle de cabeça final e que apesar 
de um ligeiro atraso do desenvolvimento da aquisição do controle de cabeça das 
crianças pré-termo, ao final dos quatro meses de idade, ambos os grupos 
apresentavam pontuações similares. 
Um estudo realizado por Rocha e Tudella (2003), com o objetivo discutir alguns 
aspectos das principais teorias que embasam as transformações motora ao longo da 
vida dos bebês, indica que o desenvolvimento motor normal e patológico foi, por muito 
tempo, interpretado dentro de uma estrutura neuromaturacional. 
 Uma visão diferenciada pode ser verificada na perspectiva de Bernstein, 
considerando não somente o sistema nervoso no controle motor, mas também a 
contribuição dos músculos, sistema esquelético, força da gravidade e inércia. A teoria 
de percepção- ação também surgiu enfocando o uso da informação perceptual do 
ambiente para controlar os movimentos. 
No entanto, no início da década de 80, surgiram abordagens enfocando o uso 
da informação perceptual do ambiente para controlar os movimentos e também 
sistemas dinâmicos, a qual enfatiza a complexidade e interação de vários 
componentes envolvidos no desenvolvimento motor. 
4 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
O desenvolvimento cognitivo é tudo aquilo que a criança vai aprender, ou seja, 
o conhecimento. O processo cognitivo tem início nos reflexos do recém-nascido e 
progride por fases, até o raciocínio lógico e formal do adulto. Crianças de dois meses 
sorriem a qualquer estímulo quando a mãe ou outra pessoa conversa com ela, ou 
mesmo um brinquedo que lhe chame a atenção. Mas só aos três meses saberá que 
está sorrindo para o rosto que está bem em frente ao seu. 
 
12 
 
Com seis meses, a criança quase sempre acha tudo engraçado dando 
gargalhadas, já pode pegar os objetos e com isso se distrai quando a mãe se ausenta, 
embora fique magoado ao ver –se sozinha. Nesse período, não presta muita atenção 
as cores, embora já saiba distingui-las. 
O bebê já vê a mãe como alguém diferente dele e demonstra isso. Aos sete 
meses, o balbuciar do bebê, antes servindo mais para seu divertimento, passa a ser 
nitidamente tentativas de palavras. Porém, ainda predomina como meio de 
comunicação o choro e as expressões faciais. 
 A imitação é seu forte, desse modo sintetiza milhares de informações. 
Segundo Kaplan (1997), os bebês são capazes de emitir ruídos, como choro, mas não 
vocalizam até cerca de 8 semanas. Os sons guturais os balbucios em resposta à mãe 
ocorrem espontaneamente. As vocalizações da criança para sua evolução adicional e 
persistência dependem do esforço parental. 
4.1 O desenvolvimento mental 
Se constrói continuamente e se constitui pelo aparecimento gradativo de 
estruturas mentais. As estruturas mentais são formas de organização da atividade 
mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando, até o momento em que todas 
elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio 
superior em relação à inteligência, à vida afetiva e às relações sociais. 
 Algumas estruturas mentais podem permanecer ao longo de toda a vida, como, 
por exemplo: a motivação. Outras estruturas são substituídas a cada nova fase da 
vida do indivíduo. A obediência da criança é substituída pela autonomia moral do 
adolescente. A relação da criança com os objetos que, se dá primeiro apenas de forma 
concreta se transforma na capacidade de abstração. 
Portanto, a ocorrência desses movimentos organiza a atividade mental e são 
conhecidos também como estruturas variáveis. Os movimentos realizados em 
resposta aos interesses ou às necessidades do indivíduo fazem com que a mente 
realize adaptações de ordem motora, intelectual e afetiva, sendo a afetiva com suas 
dimensões individuais e sociais. Esses movimentos ou estruturas variáveis são 
comumente conhecidos como: assimilação, adaptação, acomodação e equilibração, 
e são considerados fundamentais no processo de construção do conhecimento. 
 
13 
 
Piaget (1999) afirma que é necessário compreender as estruturas variáveis, a 
fim de diferenciar a conduta de uma criança, a de um adolescente ou a de um adulto. 
Condutas essas que assumem formas diferentes de acordo com o grau de 
desenvolvimento. Sendo conduta a forma do comportamento representada na ação 
do sujeito; que, através do desenvolvimento natural do processo orgânico e físico do 
corpo, somado às experiências anteriores faz a mente evoluir. 
Essa evolução se apresenta numa construção de novas e diferentes soluções 
que a mente realiza para responder às necessidades e interesses quando o indivíduo 
se relaciona com o meio a cada etapa do desenvolvimento. Por exemplo: Uma criança 
aos dois anos de idade não vai assimilar um objeto do mesmo modo que uma criança 
de dez anos faria ao ter contato com esse mesmo objeto. Pois, a compreensão deste 
objeto dependerá do nível de conhecimento anterior que cada um construiu durante o 
seu processo de desenvolvimento. 
São esses diferentes níveis de conhecimento, mencionado no exemplo acima, 
que um indivíduo constrói desde o seu nascimento e que todas as características que 
são aprendidas e acomodadas resultam nos estágios de desenvolvimento. O autor 
sistematizou e organizou as estruturas que são originais de cada estágio da vida 
humana, a fim de obter um método investigativo que servisse como suporte para 
estudos de como o homem constrói seu conhecimento. 
 Distinguem-se, então, seis estágios ou períodos de desenvolvimento. 
 1º reflexos, mecanismos hereditários, tendências instintivas e as 
primeiras emoções; 
 2º primeiros hábitos motores, primeiras percepções organizadas, 
primeiros sentimentos diferenciados; 
 3º início da inteligência senso-motora ou prática (antesda linguagem), 
regulações das afeições elementares, fixações exteriores da afetividade; 
(período de amamentação, antes da linguagem e do pensamento) 
 4º Inteligência intuitiva, sentimentos interindividuais espontâneos, 
relações sociais e submissão ao adulto; (de 02 a 07 anos) 
 5º Operações intelectuais concretas (início da lógica), sentimentos 
morais e sociais de cooperação; (07 a 11/12 anos); 
 6º Operações intelectuais abstratas, formação da personalidade e da 
inserção afetiva e intelectual na vida adulta (adolescência) (PIAGET). 
 
14 
 
Nota-se que em cada estágio de desenvolvimento há características de 
estruturas originais próprias e comuns a todos os seres humanos em 
desenvolvimento. Características que coincidem com a maturação biológica do corpo 
e a progressão que a mente realiza conforme ocorre o processo de construção de 
conhecimento. 
Piaget (1999) afirma que o desenvolvimento mental é composto de pequenas 
construções progressivas que buscam uma equilibração cada vez mais completa; ora 
assimilando objetos, a ação ou o pensamento, acomodando-se a cada variação 
exterior ou interior. Identifica-se nesse processo de assimilação e acomodação de 
novos conhecimentos, a adaptação, um processo de reorganização mental, 
movimento que leva a um estado de equilíbrio momentâneo. 
A teoria piagetiana é complexa por envolver várias áreas de conhecimento, tais 
como, o conhecimento lógico-matemático, biologia, física, etc. Na leitura de um texto 
de Piaget é possível observar a movimentação do seu raciocínio e reflexão acerca da 
observação do seu objeto de pesquisa e isso requer várias leituras e uma rica 
pesquisa dos conceitos e termos empregados a fim de uma acomodação precisa 
deste conhecimento. A Epistemologia Genética é pouco compreendida por estes 
aspectos apesar de ser muito divulgada nos meios acadêmicos. 
 A equilibração é indispensável porque um indivíduo que apenas assimilasse 
estímulos formaria poucos esquemas cognitivos, que embora amplos, seriam 
incapazes de encontrar diferenças nas coisas ou situações (Piaget 
1973/2003; et al., Wardsworth, 1977; 2003 apud Melo; 2011). 
4.2 O desenvolvimento e expressão das linguagens dos bebês 
O processo de aquisição e desenvolvimento das linguagens é algo 
extremamente complexo, principalmente quando se trata de bebês, que se expressam 
a partir de diferentes tipos de linguagem, como o choro e as expressões faciais 
inicialmente e, logo os gestos, as pequenas palavras e frases, pois como Ostetto 
(2004) nos apresenta, “(...) a linguagem é viva e muitas palavras podem ser contadas 
e cantadas, criando espaços e momentos de interlocução, partilhando afetos e 
conhecimentos”. 
 
 
 
15 
 
Com as recentes contribuições das neurociências na educação, sabe-se que a 
criança já nasce com a pré-disposição para aprender, pois a interação com as outras 
pessoas e com o meio se inicia mesmo antes do nascimento, desde sua vida 
intrauterina com o contato com a voz da mãe e das pessoas mais próximas, das 
músicas e histórias que ouve e a partir de o nascimento com as interações com os 
demais nos diferentes lugares. 
Até os três anos de idade, acontece o período crítico do desenvolvimento da 
criança. É o período quando ocorre uma explosão de aprendizagens, pois o cérebro 
está em pleno desenvolvimento e se modificando o tempo todo com as experiências 
que a criança vivencia. Da mesma forma, a criança nasce pronta para o 
desenvolvimento da linguagem como forma de comunicação, expressão dos 
pensamentos e interação social. 
Cairuga, Castro e Costa (2014) nos auxiliam a perceber e olhar para o 
desenvolvimento dos bebês, complementando que “As crianças pequenas, 
especialmente os bebês, têm um crescimento muito rápido. Do ponto de vista 
orgânico, as crianças, no primeiro ano de vida, realizam grandes conquistas através 
do movimento e das linguagens do corpo”. 
Neste momento, faz-se necessário definir desenvolvimento infantil para 
compreendermos também como acontece o processo de desenvolvimento das 
linguagens. Desenvolvimento infantil pode ser definido como capacidade que a 
criança possui de resolver um problema sozinho, ou ainda, significa capacidade de 
desenvolver ações cada vez mais complexas e é sinônimo de maturação, a 
capacidade de desenvolvimento potencial se caracteriza pela resolução de um 
problema com o auxílio de outra pessoa. 
Ou seja, aprendizagem é um fenômeno complexo, envolve aspectos cognitivos, 
emocionais, orgânicos, psicológicos, sociais e culturais, é a capacidade que as 
pessoas possuem de captar informações, desenvolvendo habilidades e 
posteriormente competências, no caso dos bebês, com a mediação e presença 
constante do adulto. 
O adulto, habituado à linguagem falada, encontra dificuldades para 
compreender outras formas de comunicação e expressão que, no caso das 
crianças pequeninas, são os olhares, os gestos, o choro, os sorrisos, os 
balbucios. Na maioria das vezes, o que ocorre com os profissionais 
envolvidos é isto: não conseguem perceber esses sinais comunicativos tão 
complexos. (TRISTÃO, 2005 apud 2012). 
 
16 
 
Para compreendermos melhor as fases do desenvolvimento da linguagem 
buscaram-se estudos sobre as teorias de Vygotsky (1896–1934) e Piaget (1896-
1980), que apresentam as etapas e influências deste processo. 
Para Piaget (1975) o conhecimento se dá na interação do sujeito com o meio 
em que está inserido e afirma em sua teoria que o pensamento é prioridade no 
processo de desenvolvimento do indivíduo que está ligado às estruturas do ser 
humano e pode ser resumido como estruturas físicas, biológicas e psíquicas, 
assumindo a função de desenvolver a identidade e autonomia, proporcionar 
segurança, interação e conhecimento de mundo e, da mesma forma acontece com o 
desenvolvimento da linguagem, que também acontece a partir das interações. 
Pode-se dizer que a principal forma de aprendizagem da criança pequena 
ocorre através do brincar, brincar de todas as formas possíveis, com a música, a arte, 
com objetos e com o próprio corpo e segundo Vygotsky (1987), o brincar possibilita a 
construção e recriação de significados, mas para que isso aconteça, a criança deve 
estar inserida em um ambiente estável, com rotina estruturada, com objetos e 
brinquedos disponíveis e a possibilidade de interação com adultos e com outras 
crianças, compartilhando hipóteses e vivências. 
A importância dos fatores orgânicos e socioculturais é a mesma neste 
processo, a criança nasce com a capacidade biológica de aprender, mas a 
aprendizagem só se constrói socialmente e pode auxiliar ou prejudicar no 
desenvolvimento da criança. “Desta forma, está com os bebês, aceitando o desafio 
de conviver com suas especificidades, reafirma a necessidade de aprendermos a ver 
e ouvir suas linguagens. ” (OSTETTO, 2008). 
A pessoa é resultado da integração entre afetividade, cognição e movimento. 
O que é conquistado em um desses conjuntos interfere nos demais. O afetivo, por 
meio de emoções, sentimentos e paixões, sinaliza como o mundo interno e externo 
nos afeta. Conforme Almeida (1989), para Wallon, que estudou a afetividade 
geneticamente, os acontecimentos à nossa volta estimulam tanto os movimentos do 
corpo quanto a atividade mental, interferindo no desenvolvimento. 
Piaget (1975) utiliza o termo afetividade, que representa para ele a emoção e 
também afirma que a afetividade influência positiva ou negativamente os processos 
de aprendizagem, acelerando ou atrasando o desenvolvimento intelectual. A criança 
pequena constrói memórias por imagens, associando uma a outra. 
 
17 
 
No decorrer do desenvolvimento, ela passa a fazer essa relação 
conceitualmente, pela influência e pelo domínio da linguagem - o componente cultural 
mais importante. 
Logo, podemos visualizar de forma geral como ocorre o desenvolvimento da 
linguagem nos primeiros de vida, com as percepções visuais, auditivas, sensoriaise 
cognitivas dentro do esperado desenvolvimento normal, conforme afirma Tristão 
(2005) devemos “Estar atentos ao que eles nos indicam por meio de suas 
manifestações/reações e alfabetizar-se nas linguagens dos bebês, buscando melhor 
entendê-los e ouvi-los, são atitudes essenciais a quem realiza trabalhos com crianças 
ainda tão pequenas”, lembrando que as idades citadas são aproximadas ao que 
ocorre com a maioria das crianças e que o tempo de cada criança deve ser respeitado. 
Ao nascer, inicia-se o estágio pré-linguístico, quando acontecem as reações de 
reflexo instintivos da criança, Cairuga, Castro e Costa (2014) explicam este estágio 
do desenvolvimento em poucas palavras, sendo que “A comunicação inicial se dá pelo 
choro, sorriso, grito, bocejo, gemido, etc., basicamente relacionados a reações 
fisiológicas do bebê. ” O bebê já identifica a voz dos pais ou pessoas com quem teve 
maior contato durante a gestação, principalmente da mãe, o que pode proporcionar 
conforto à criança. Comunica-se através do choro e expressões emocionais, 
sinalizando conforto ou desconforto. 
A ausência da fala não impede as crianças de realizarem um sem-número de 
atividades, ações e interações que lhes possibilitam ir conhecendo a si 
mesmas e a outras com as quais estão interagindo. (...) desde que nasce, o 
bebê está imerso num mundo de sons, que lhe chegam pela audição em 
forma de vozes humanas, ruídos do ambiente onde vive (...) estimulando-o e 
organizando-o em relação a si mesmo e ao mundo com o qual está 
interagindo. Em muitas situações, o simples fato de ouvir a voz das pessoas 
com as quais convive, que se encontram fora do campo de visão da criança, 
faz com que ela se sinta segura e se tranquilize, ou seja, a voz está no lugar 
das pessoas e é o suficiente para apaziguá-la. (RAPOPORT, 2012, apud 
Pinto; 2012). 
Com um mês de vida, a criança já diferencia as falas de outros sons e utiliza-
se de uma linguagem própria. Com três meses de vida a criança começa a balbuciar 
e percebe da onde vem os sons, procurando-os e respondendo através do olhar e do 
sorriso. 
 
 
 
18 
 
Com seis meses de vida, o bebê produz sons, ainda que sem sentido, “criando” 
palavras, como “mama”, “papa”, que é a chamada linguagem materna. Utiliza de 
diferentes entonações nas vocalizações. Andrea Rapoport (2012) explica que. Essas 
sequências ainda não têm um significado, não querem dizer coisa alguma. 
No entanto, à medida em que ocorre uma maior interação do adulto com as 
crianças pela fala, essas sequências passam a ser empregadas pelos bebês com um 
sentido definido. É dessa forma que o “papapa” se transforma em comida; “papa”, em 
papai; “mama”, em mamar; “mamama” em mamãe, não necessariamente nessa 
ordem e com essa correlação. 
Com dez meses de vida a criança apresenta a capacidade de imitação dos 
sons que ouve. Percebe as influências do ambiente e utiliza-se de palavras e gestos 
para conseguir o que deseja. Com um ano, se inicia o estágio linguístico, que é 
caracterizado pela maturação do aparelho fonador. Pode iniciar a pronúncia de 
palavras atribuindo sentindo às mesmas. 
A criança utiliza a chamada palavra-frase, ou seja, usa apenas uma palavra 
para comunicar o que deseja. O adulto é quem deve interpretar estas situações a partir 
do contexto, nomeando os objetos, narrando as situações, auxiliando a criança a se 
comunicar cada vez mais de forma a ser compreendida. Os gestos ainda fazem parte 
da comunicação e expressão. 
Por meio de conversa dos adultos que interagem com as crianças é que elas 
vão construindo o sentido, percebendo a necessidade da fala e produzindo o 
desejo de tornarem-se falantes, de expressarem-se pela linguagem. Até 
aprenderem a falar, suas necessidades e desejos são expressos, em grande 
parte, por meio de gestos, apontando objetos, coisas e lugares. A partir do 
momento que começam a organizar intencionalmente a fala, os gestos 
passam a funcionar com um acessório, não mais como linguagem principal 
pela qual se comunicam e aprendem sobre si e sobre o mundo. (RAPOPORT, 
2012, apud Pinto; 2012). 
Com um ano e meio, espera-se que a criança apresente um vocabulário de 
aproximadamente 50 palavras, mesmo que não pronunciadas corretamente. Começa 
a utilizar duas ou três palavras para se expressar. “Pouco a pouco, as crianças vão 
ampliando o seu vocabulário e vão fazendo construções mais complexas, como 
“nenê”, “papá”, “dá colo”, “nenê qué”, etc.” (RAPOPORT, 2012). Aparece a repetição 
de palavras que lhe são familiares e a compreensão e realização de ordens simples, 
bem como, identifica e nomeia algumas partes do corpo. 
 
19 
 
Com dois anos, a criança entra na fase da fala linguística, ou seja, compreende 
a língua como forma de comunicação social. Espera-se nesta faixa etária um 
vocabulário de aproximadamente 100 palavras, mesmo que não pronunciadas 
corretamente. 
Compreende os primeiros fundamentos de sintaxe, preocupando-se com as 
regras gramaticais, porém, sem considerar as exceções, como por exemplo, o uso do 
plural. A criança pode utilizar o plural em todas as palavras, mesmo não sendo 
necessário. 
Características principais das crianças até dois anos: 
 Revelam expansão do vocabulário; 
 Utilizam-se de generalizações; combinam palavras; 
 Têm preferência por substantivos e palavras de ação; 
 Sua linguagem acompanha, representa e orienta a ação; 
 Ocorrem os primórdios da narrativa; 
 O motor do desenvolvimento é o afeto, a percepção e a ação. 
(CAIRUGA, CASTRO E COSTA, 2014). 
Com três anos a criança tem capacidade de falar, compreender e fazer sinais 
quase como os adultos. Inicia a fase dos “porquês”, perguntando e demonstrando 
curiosidade sobre tudo. A criança refere-se a si mesma na terceira pessoa, identifica 
e nomeia objetos de uso cotidiano, aponta e nomeia objetos e cenas em gravuras, 
interpreta histórias contadas por adultos. 
Propiciar o faz de conta, criatividade e imaginação são extremamente 
importantes e podem ser proporcionados através de cantinhos organizados na sala 
para a livre expressão das crianças, com brinquedos, diferentes tipos de objetos para 
serem explorados e manuseados, materiais artísticos, fantasias, etc., bem como, 
explorar diferentes espaços internos e externos para o deslocamento e 
desenvolvimento do movimento e do corpo, manter livros de pano e emborrachados 
ao alcance das crianças, reconhecendo a alimentação, higiene e cuidados pessoais 
como parte dos processos pedagógicos, considerando as necessidades físicas, 
fisiológicas, sociais e emocionais da criança e da sua família. 
No contexto da escola de Educação Infantil, destaca-se a importância das 
interações das crianças com outras crianças e com os adultos, as diferentes situações 
que proporcionam a expressão, interpretação e a intenção de comunicação. 
 
20 
 
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma 
visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada 
uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, 
assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e 
emocionais que dispõem. (RCNEI, 1998, apud Pinto; 2012). 
Os pequenos gestos, palavras, ambientes, objetos devem ser planejados e 
pensados para auxiliar a criança na progressão do seu desenvolvimento e algumas 
situações são essenciais, como o manuseio de diferentes objetos com cores, formas, 
tamanhos e sons diferenciados, a exploração de outros espaços fora da sala de aula 
e de ambientes que ofereçam segurança e conforto, mas também ludicidade e 
desafios, a conversa com a criança em todos os momentos, mesmo que a criança 
ainda não fale, nomeando objetos, pessoas, explicando o que está acontecendo ou 
antecipando algo que vai acontecer, etc. 
4.3 Inteligência 
A inteligência surge com a linguagem. Jean Piaget descreve as diferentes fases 
da aquisição da inteligência. Ela inicia por uma sucessão de adaptaçõessensoriais e 
motoras elementares, constituídas por reflexos, atingindo os numerosos estágios de 
adaptação intencional, desde a assimilação reprodutora à invenção de novos meios, 
conseguida mediante recurso a combinações mentais. 
Segundo Piaget (1984), durante o estágio- motor o bebê responde ao mundo 
quase inteiramente através dos esquemas sensório e motor; responde aos estímulos 
presentes, não planeja nem intenciona e não tem nenhuma representação interna de 
objetos, imagens mentais, ou palavras que representem objetos e possam ser 
manipulados mentalmente. 
No estágio sensório- motor, o bebê apresenta comportamento inteligente, 
percebendo o ambiente e agindo sobre ele. Piaget subdivide esse estágio em uso de 
reflexos, reação circular primária, reação circular secundária, coordenação de 
esquemas secundários e reação circular terciária. 
Uso de reflexos: a criança exerce durante o primeiro mês de vida. Depois ela 
coordena reflexos e reações, surgindo além dos reflexos instintivos, como por 
exemplo, a sucção, as primeiras tendências imitativas. Esse período tem duração do 
zero aos dois meses. 
 
21 
 
Os reflexos motores e sensoriais inatos (Sucção, preensão, acompanhamento 
visual) são utilizados para interagir e se acomodar com o mundo exterior. 
Reação Circular Primária: a criança coordena as atividades do próprio corpo 
e dos cincos sentidos, como sugar o dedo, brincar com a língua. A realidade 
permanece subjetiva, não procura estímulos fora do ambiente; mostra curiosidade e 
imitação. Esse período inicia com poucas semanas de vida e vai até o quatro mês. 
Nessa etapa acontece a assimilação. 
O fato primitivo geralmente é admitido como o mais elementar da vida psíquica: 
a repetição. O bebê tende a repetir, quando algum comportamento tem resultado 
interessante. Inicia – se a organização da visualização, na qual a criança segue com 
os olhos os objetos que passam por ela. 
A fonação e a audição manifestam – se desde o nascimento. Os sons 
percebidos e produzidos apresentam uma organização interna. Tal como a boca, o 
olho e o ouvido, a mão é um dos instrumentos mais essenciais de que se vai servir a 
inteligência uma vez constituída. A conquista definitiva dos mecanismos de preensão 
marca o início das condutas complexas que caracterizam as formas de ação 
intencional. 
Reação circular secundária: o bebê procura por novos estímulos no 
ambiente, começa a prever as consequências do próprio comportamento, quanto a 
agir propositadamente, a fim de modificar o ambiente; início do comportamento 
intencional. Os movimentos centram-se num resultado produzido no meio exterior e a 
ação tem como objetivo manter esse resultado. A originalidade das reações circulares 
do presente estágio é que constituem as manifestações intelectuais mais avançadas 
de que a criança é capaz, depois passarão a ter uma posição cada vez mais derivada. 
A duração desse estágio é do quarto ao sexto mês. 
Coordenação de esquemas secundários: esse estágio tem duração do 
sétimo décimo segundo mês. A criança mostra os sinais preliminares da constância 
de objeto, possui uma vaga ideia de que os objetos têm uma existência 
independentemente dele próprio, imita comportamentos novos. 
Reação circular terciária: o bebê procura novas experiências e produz novos 
conhecimentos. A descoberta de novos meios por experimentação ativa é utilizada 
pela criança para a solução de novos problemas. 
 
22 
 
Ela começa a experimentar ao invés de repetir as experiências; diferencia o eu 
e o objeto, e esse de um ato ou ação. Há a formação de estruturas através de 
deslocamento de objetos, de posições e de relações causais ligadas à ação. 
4.4 Estimulação essencial 
Para que o bebê tenha um bom desenvolvimento cognitivo e motor é 
necessário que ele seja estimulado. As interações pais-bebê como o desenvolvimento 
social e afetivo da criança pequena têm sido objeto de numerosos estudos nas últimas 
três décadas. Grande parte destes estudos teve impulso a partir do reconhecimento 
do potencial social do bebê e de seu papel ativo já nas suas primeiras interações com 
os pais (Brazelton, 1982). 
A partir de então, multiplicaram – se os estudos sobre o desenvolvimento 
psicológico da criança no início do ciclo vital e suas interações com o mundo adulto. 
Estes estudos adotaram inicialmente uma perspectiva diádica (em particular a díade 
mãe-bebê) e mais recentemente, passaram a considerar a tríade mãe- pai – bebê ou 
o grupo familiar como um todo (Fivaz-Depeursinge, 1988). Nesse sentindo, os pais, 
desde os primeiros meses de vida do seu filho, devem provocar o bebê para que ele 
aprenda. 
Estudos comprovam que crianças que não são estimuladas, principalmente, no 
primeiro ano de vida, têm o seu desenvolvimento prejudicado. Em um estudo realizado 
por Ribas e Moura (1999) em ambiente natural, da observação de uma díade mãe-
bebê em quatro momentos de desenvolvimento do bebê: 2, 10, 15 e 21 semanas. 
Foram identificadas, desde fases iniciais, interações como processos recíprocos de 
engajamento que se tornaram mais frequentes e complexos. 
Dessa maneira, resultados obtidos mostraram – se convergentes com achados 
de pesquisas na área, ampliando – os. Foram identificadas, desde fases iniciais, 
interações como processos recíprocos de engajamento que se tornaram mais 
frequentes e complexos. Foi possível identificar interações mãe-bebê, caracteriza – lá 
e ilustrar a natureza diferenciada das atividades e interações dos parceiros em 
momentos distintos do desenvolvimento do bebê. 
 
23 
 
4.5 Crianças de três a seis meses 
Para estimular o desenvolvimento da criança é aconselhável aos pais 
cuidadores, auxiliarem essa etapa do bebê com alguns comportamentos específicos. 
Para desenvolver as capacidades sensoriais iniciais, pode – se emitir sons (simples e 
suaves) para que o bebê possa imitá-los oferecer brinquedos e objetos que produzem 
som; conversar com o bebê em todos os momentos em que estiver em contato com 
ele; repetir os sons que o bebê emitir, introduzir pequenas palavras (oi, tchau,...), 
repetindo em tom jocoso várias vezes para a criança; emitir ruídos diversos 
(chocalhos, palmas, estalos), para que o bebê vire a cabeça buscando o som; dar 
papéis amassados, de diferentes texturas ( celofane, por exemplo), para que o bebê 
possa amarrota – lós ainda mais, observando o som produzido. 
Para desenvolver o tato e a percepção, é importante oferecer pequenos objetos 
(macios, delicados) de maneira que o bebê possa segurá-los na palma de sua mão; 
oferecer ao bebê objetos que ele possa levar à boca; puxar os objetos devagarzinho, 
tentando retira – lós do bebê. Outra atividade seria oferecer o dedo para que o bebê 
faça o mesmo que com o objeto, dessa vez sentindo a textura da pele; tocar a pele da 
criança de modo suave e carinhoso. Para estimular o reconhecimento do bebê como 
ser único, é necessário chama – ló pelo seu nome. 
É importante ajudar o bebê na coordenação motora, desenvolvendo a postura. 
Com ele deitado, pode-se oferecer os dedos polegares de maneira que as mãos 
segurem firmemente as do bebê (embora delicadamente), para então tentar erguê-lo 
como se fosse coloca – ló de pé (levanta –ló); apoiando bem o bebê, colocá-lo sentado 
(após cinco meses). 
Para auxiliar no desenvolvimento da percepção do bebê deve-se colocá-lo em 
frente ao espelho e deixar que ele se veja; fazer movimentos com seus braços e 
pernas de modo que ele veja sua imagem refletida no espelho; fazer contrações 
faciais, sorrir, falar, brincar, na presença do bebê; observar se o bebê busca recuperar 
o objeto perdido, caso não o faça, incentivá – lo a fazer isso; colocar uma fralda sobre 
o rosto da criança para que ela tente retirá – la, brincando de “ esconde-esconde”; 
sorrir para o bebê, estimulando sorrisos também; levar o bebê a passear em diferentes 
ambientais, mostrando- lhe o que o cerca; jogar bola pequena parao que a criança 
observe seus movimentos; estimular a criança a pegar a bola e jogá-la de volta para 
 
24 
 
você; brincar, juntamente com o bebê, com o móbile do seu berço ou barra, 
chamando-lhe a atenção. 
4.6 Crianças de seis aos 12 meses 
Dos seis aos 12 meses continuar com todos os procedimentos iniciais, porém 
com certo cognitivo já pré-estabelecido, incentivar comportamentos com maior nível 
de exigência do bebê. 
Como dizer o nome das partes do corpo mostradas no espelho à criança, 
fazendo movimentos, e também repetir o mesmo em todas as situações oportunas 
(banho, higiene); cantar, bater palmas e dançar para a criança tente segurar os 
objetos; procurar estabelecer uma conversação com a criança, a partir do seu 
balbucio; procurar introduzir um número de palavras maior (tia, oi, tchau, sim, não, 
etc.) em tom jocoso, repetindo várias vezes para a criança. 
Para aprimorar os movimentos, ensinar gestos significativos, tais como: mandar 
beijinhos, dar adeus, sim e não com a cabeça, etc.; engatinhar ao lado da criança para 
que ela faça o mesmo; segurar a apoia – la para andar (desde que, por si própria, 
consiga levantar – se); incentivar a criança a buscar o objeto de seu interesse, 
esticando os braços, engatinhando ou de outra forma qualquer própria da criança; 
coloca-la para sentar com apoio; oferecer brinquedos ou objetos que possam ser 
empurrados pela criança; procurar retirar delicadamente um brinquedo de posse da 
criança para que ela ofereça resistência. E para ajudar no desenvolvimento da 
percepção do bebê, deixa –lo explorar livremente o ambiente; passear com a criança 
em diferentes ambientais, conversando com ela. 
4.7 Crianças de 12 aos 15 meses 
Para melhor desenvolvimento do bebê a ajuda dos pais é fundamental. Para o 
aprimoramento do desenvolvimento cognitivo e motor, os responsáveis devem 
estimular a criança de muitas formas. Como segurar a criança de modo firme, em pé, 
de maneira que ela possa andar (desde que por si própria consiga levantar – se); fazer 
com que a criança busque andando o objeto de seu interesse; jogar bola com a 
criança; oferecer um objeto a criança e depois outro, para que ela segure os dois, um 
 
25 
 
em cada mão. É necessário tocar a pele da criança demonstrando carinho e 
estimulando – a fazer o mesmo. 
Para a percepção bater um objeto contra outro de modo a levar a criança a 
repetir tal movimento e observar o som; mostrar gravuras diversas e simples (de 
preferência de uma figura só: avião, trem, fruta), fazendo, se for o caso, o ruído 
correspondente e estimulando a criança a fazer o mesmo. E por fim, é importante 
chamar sempre o nome da criança, buscando sua atenção. As crianças têm um 
desenvolvimento muito rápido durante os primeiros quinze meses de vida. Quando ela 
nasce, é praticamente só reflexo e, poucos meses depois, já tem reações pensadas 
e, muitas vezes, complexas. 
É importante dividir o desenvolvimento cognitivo e motor da criança em 
estágios, mas essa divisão é muito relativa. Crianças, do local onde vivem da cultura 
onde estão inseridas terão um desenvolvimento diferente. É claro, que o 
desenvolvimento básico como engatinhar, falar, caminhar, em qualquer cultura vai 
ocorrer da mesma forma, mas de repente não se dê na mesma faixa etária. É 
precipitado dividir os estágios em faixas etárias, pois cada criança vai se desenvolver 
de acordo com a estimulação que receber. 
A estimulação é fundamental no desenvolvimento de um bebê. Ele nasce com 
muitas habilidades inatas, mas para que essas se aprimorem, se desenvolvam é 
preciso que ele vivencie coisas novas, que ele seja estimulado a conhecer o mundo 
novo. Uma criança vai se desenvolver muito mais rápido e eficazmente se estimulada 
desde cedo. 
5 Contextualizando o desenvolvimento infantil 
O desenvolvimento infantil é um processo que vai desde a concepção, 
envolvendo vários aspectos, indo desde o crescimento físico, passando pela 
maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança. Tem 
como produto tornar a criança competente para responder as suas necessidades e às 
do seu meio, considerando seu contexto de vida (FIGUEIRAS et al, 2005). 
 
 
 
26 
 
Este processo é complexo, resultado da interação do corpo geneticamente 
programado com o ambiente social e cultural no qual a criança está inserida. Na 
perspectiva de Piaget (1973) significa dizer que o processo de desenvolvimento 
individual tem uma origem biológica que, para alcançar todo seu potencial genético, 
necessita da experiência ou da ação sobre o meio, e do contato social. 
Para Gesell (1996), o desenvolvimento infantil é um conceito unificador da 
hereditariedade e do ambiente. Em outras palavras, as potencialidades básicas são 
determinadas geneticamente, mas a maneira como a criança utiliza esse potencial, o 
que ela acaba finalmente por ser é sempre influenciado por aquilo que o ambiente lhe 
oferece. O desenvolvimento da criança é expresso por meio do progresso contínuo e 
integrado das funções do sistema nervoso, como a afetividade, a sensibilidade, a 
inteligência, a linguagem e a motricidade (BRANDÃO, 1984). 
A influência da maturação neurológica sobre a aquisição das habilidades 
conduz ao uso do termo desenvolvimento neuropsicomotor. O desenvolvimento leva 
tempo e avança em fases, numa sequência biológica ordenada. 
O ciclo de desenvolvimento da criança é observado através do desfile de 
comportamentos próprios de cada fase e idade. A organização destes 
comportamentos orienta-se em geral, da cabeça para os pés e dos segmentos 
proximais para os distais. A criança progride das reações mais simples e imaturas 
para as mais complexas (GESELL, 1996). 
Gesell distingue os comportamentos em 4 áreas: 
 Comportamento motor (postura, locomoção, preensão e conjuntos 
posturais); comportamento adaptador (capacidade de apreender 
elementos significativos de uma situação e de utilizar a experiência 
presente e passada na adaptação a novas situações); 
 Comportamentos da linguagem (todas as formas de comunicação e 
compreensão por gestos, sons e palavras); 
 Comportamento sociopessoal (reações individuais as outras pessoas e 
à cultura social). 
Estas áreas, embora interligadas, podem ser influenciadas de modo diferente 
por fatores diversos. Tais fatores podem alterar o ritmo normal do desenvolvimento, e 
geralmente são classificados em fatores de risco biológicos ou ambientais para o 
desenvolvimento infantil. 
 
27 
 
Os fatores de risco biológicos são eventos pré, peri e pós-natais que resultam 
em danos biológicos e que podem aumentar a probabilidade de prejuízo no 
desenvolvimento como a prematuridade, a hipóxia cerebral grave, o kernicterus, as 
meningites e encefalites, uso de álcool ou drogas durante a gestação, dentre outros 
(MIRANDA et al, 2003). 
Alguns autores separam dos fatores de risco biológicos os riscos ditos 
estabelecidos, referindo-se a desordens médicas definidas, como os erros inatos do 
metabolismo, as malformações congênitas, a síndrome de Down e outras síndromes 
genéticas‖ (FIGUEIRAS et al, 2005). 
As experiências adversas de vida ligadas à família, ao meio ambiente e à 
sociedade são consideradas como fatores de risco ambientais, tais como: condições 
precárias de saúde, a falta de recursos sociais e educacionais, a educação materna, 
os estresses intrafamiliares, como violência, abuso, maus-tratos e problemas de 
saúde mental da mãe ou de quem cuida, e as práticas inadequadas de cuidado e 
educação, dentre outros (FIGUEIRAS et al, 2005). 
Embora existam classificações de fatores de risco, os problemas no 
desenvolvimento infantil ocorrem geralmente pela interação de várias condições. O 
modelo teórico de determinação de suspeita de atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor em crianças de 0 a 6 anos de idade, descrito por Frankenburg et al 
(1992) considera os fatores socioeconômicos, os fatores reprodutivos,as condições 
da criança ao nascer, morbidade na infância, estrutura familiar, atenção à criança e 
os componentes maternos, como fatores associados ao desenvolvimento infantil. 
Bowlby (1961), em estudo solicitado pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS) intitulado Cuidados Maternos e Saúde Mental, descreve a influência negativa 
do cuidado materno inadequado na primeira infância e do efeito de separações entre 
mãe e filho neste período para o desenvolvimento da personalidade. 
Enfatiza que seria essencial para a saúde mental que o bebê e a criança 
pequena tivessem uma relação calorosa, íntima e contínua com a mãe (ou mãe 
substituta) e que fosse prazerosa e satisfatória para ambos. Para o autor, uma 
personalidade estável e autoconfiante se construiria a partir da certeza de contar com 
o apoio e a presença das figuras de apego e muitas patologias poderiam ser atribuídas 
à privação do cuidado materno ou descontinuidade na relação da criança com a figura 
materna durante os primeiros anos de vida. 
 
28 
 
Esta relação com a mãe seria fundamental nos três primeiros anos de vida da 
criança, mas não devia ser exclusiva, sendo complementada pelos cuidados de outras 
figuras como pai, irmãos, parentes e outros. 
Sobre o desenvolvimento da cognição e da linguagem, Vygotsky (1987) 
defende que todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo 
com sua história e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico-
social de sua comunidade. 
Ressalta ainda que a linguagem se inter-relaciona com a cognição e um 
proporciona recursos ao outro. Papalia et al (2009) destaca que uma interação 
estimulante com adultos responsivos é fator crucial para o desenvolvimento cognitivo, 
linguístico e psicossocial das crianças. 
Entretanto, outros aspectos pessoais, familiares e sociais estão envolvidos no 
processo de desenvolvimento infantil. Sapienza e Pedromônico (2005) ressaltam que 
a presença dos fatores de risco biológicos e sociais, anteriormente descritos, são 
fatores que potencialmente tornam as crianças vulneráveis aos eventos estressores e 
por isso estas passam a ser consideradas crianças em risco para problemas de 
desenvolvimento. 
De acordo com Garcia a vulnerabilidade se define como, as suscetibilidades 
físicas e/ ou psicológicas que podem potencializar os efeitos dos eventos estressores, 
predispor ao desenvolvimento de várias formas de psicopatologias e provocar 
alterações no desenvolvimento de uma pessoa submetida a situações ou fatores de 
risco” (GARCIA, 2008). Para Yunes (2001) citada por Janczura (2012,) a 
vulnerabilidade opera apenas quando o risco está presente: sem risco, vulnerabilidade 
não tem efeito, neste sentido pode haver mais vulnerabilidade quando ocorre a 
presença concomitante de diversas condições de risco em um mesmo contexto como 
é o caso de crianças em situação da pobreza (GARCIA, 2008). 
Por outro lado, a resiliência definida por Grotberg (1995) como a capacidade 
humana para enfrentar, recuperar-se e sair fortalecido ou transformado pelas 
experiências de adversidade, pode operar fazendo com que crianças em situação de 
vulnerabilidade tenham sucesso no desenvolvimento neuropsicomotor. Considerando 
que a resiliência é uma construção e que as crianças pequenas estão no início deste 
processo, a resiliência familiar tem papel preponderante na superação dos eventos 
adversos vivenciados pelas crianças. 
 
29 
 
De acordo com Silva, família resiliente é considerada um processo 
desenvolvimental único que envolve uma forma particular de organização, de 
comunicação, de recursos pessoais e comunitários para a solução de problemas, os 
quais podem ser considerados, também, como a expressão de forças da família que 
operam em determinadas circunstâncias e possibilitam que seus membros sejam 
capazes de responder de uma forma positiva às demandas da vida quotidiana, mesmo 
vivendo em ambientes potencialmente de risco” (SILVA et al, 2009). 
Nestas perspectivas, compreende-se que o desenvolvimento infantil, 
especialmente seu componente neurológico, é influenciado por condições biológicas, 
mas sua determinação se dá a partir de múltiplos fatores que compõem o contexto 
ambiental, social e emocional no qual a criança e sua família se inserem. 
O verdadeiro desenvolvimento advém de atividades espontâneas, daí a 
necessidade de inserir os jogos e brincadeiras no âmbito escolar. Brincando, 
a criança pode vivenciar uma mesma situação diversas vezes. Isso, além de 
permitir que ela repita brincadeiras que lhe dão prazer, possibilita que ela 
solucione problemas e aprenda processos e comportamentos adequados, 
(PIAGET, 1999 apud 2016). 
6 DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Fonte: istockphoto.com 
Á medida que a criança se locomove, aumenta o seu campo e ação, e através 
das percepções visuais e táteis ela vai conhecer os objetos. Na preensão, a 
maturidade ocorre devido ao desenvolvimento dos músculos do ombro, braço, pulso, 
mão dedos. Além desse desenvolvimento, é preciso que haja também o 
amadurecimento das áreas corticais, responsáveis pela integração das sensações e 
pela coordenação das atividades motoras. 
 
 
30 
 
Assim, o bebê desenvolve a percepção visual, conseguindo alcançar com maior 
facilidade os objetos. Quando ele conjuga o trabalho das mãos, já pode erguer-se ficar 
de pé apoiado em alguma coisa (por volta dos dez meses). E o contato com os objetos 
e o seu condicionamento lhe permitirá o movimento de pinça. 
Em um estudo realizado por Mancini et al (2002) sobre o desenvolvimento da 
função motora de 8 e 12 meses de idade em crianças pré-termo, com trinta e duas 
crianças em que 16 nascidas pré-termo representavam (grupo de risco) e 16 nascidas 
a termo o (grupo controle). 
A movimentação espontânea das crianças foi avaliada aos 8 meses e as 
habilidades e independência em mobilidade foram avaliadas aos 12 meses de idade. 
Os dados foram analisados através dos testes t de student para grupos independentes 
(comparação entre grupos) e de correlação de Pearson (comparação intra grupo). 
Não foi evidenciada diferença significativa na comparação de crianças nascidas 
a termo com as pré-termo nem aos 8 nem aos 12 de idade. No grupo controle, foi 
observada relação significativa entre motivação aos 8 meses e habilidades de 
mobilidade aos 12 meses. 
No grupo de risco, houve relação significativa entre habilidade e independência 
em mobilidade aos 12 meses de idade corrigida. Na ausência de outros distúrbios e 
com correção da idade em pré-termos, o desenvolvimento motor pode ser semelhante 
ao de crianças nascidas a termo. 
 A forma pela qual as crianças pré-termo adquirem suas habilidades funcionais 
parece ocorrer de modo diferente da observada em crianças a termo. O 
desenvolvimento motor das crianças é gradativo. Em pouco tempo, elas passam do 
engatinhar para o caminhar. Há uma maturação de todo o corpo do bebê nos primeiros 
quinze meses de vida. “O desenvolvimento motor é um processo contínuo que se 
inicia desde a concepção até a morte. ” (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
O desenvolvimento motor é caracterizado por diferentes mudanças de 
movimentos ao longo da vida, essas mudanças ocorrem gradualmente e de maneira 
contínua conforme a faixa etária. 
O desenvolvimento inclui todos os aspectos do comportamento humano e, 
como resultado, somente artificialmente pode ser separado em “áreas”, 
“fases” ou “ faixas etárias”. [..] muito pode ser ganho com o aprendizado do 
desenvolvimento motor em todas as idades e com a análise desse 
desenvolvimento como um processo que dura toda a vida. (GALLAHUE; 
OZMUN, 2003, apud Gomes et al., Magalhães e Maia; 2015). 
 
31 
 
Segundo Rocha, Marciano e Pilé (2014), o indivíduo adquire habilidades 
através do seu meio evolutivo e adapta-se a elas. Cada indivíduo possui uma idade 
cronológica para desenvolver essas habilidades. “Desenvolvimento motor é o estudo 
das mudanças que ocorrem nocomportamento motor humano durante as várias fases 
da vida, os processos que servem de base para essas mudanças e os fatores que os 
afetam. ” (PAYNE; ISAACS, 2007). 
6.1 Conceito e característica do desenvolvimento motor 
“O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor 
ao longo do ciclo da vida. ” (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Ao longo da vida o ser 
humano vai adquirindo habilidades motoras, que vão desde simples e desorganizados 
movimentos até movimentos mais uniformes e complexos. 
Como um processo, o desenvolvimento motor envolve as necessidades 
biológicas subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho 
motor e as habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a velhice. 
(GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
O termo motor quando citado sozinho, está se referindo a fatores biológicos e 
mecânicos, que são fatores que influenciam o movimento. (GALLAHUE; OZMUN, 
2003). “O termo desenvolvimento, no que se aplica aos seres humanos, em geral é 
considerado à medida que passamos pela vida. ” (PAYNE; ISAACS, 2007). Portanto, 
caracteriza-se por desenvolvimento motor as habilidades motoras que o ser humano 
vai adquirindo ao longo da vida. 
6.2 Etapas do desenvolvimento motor 
Desde o nascimento, os seres humanos passam por várias etapas de 
desenvolvimento motor, desde os simples movimentos reflexos, até os movimentos 
mais maduros. Os primeiros movimentos chamados de movimentos reflexos são 
movimentos primitivos que desaparecerão e darão origem aos movimentos 
especializados. 
 
 
32 
 
O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações 
no comportamento motor. Todos nós – bebês, crianças, adolescentes e adultos – 
estamos envolvidos no processo permanente de aprender e mover-se com o controle 
e competência, em relação aos desafios que enfrentamos diariamente em um mundo 
em constate mutação. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). O desenvolvimento motor 
humano é compreendido em quatro fases: fase motora reflexiva, fase motora 
rudimentar, fase motora fundamental e fase motora especializada. 
A figura abaixo representa as etapas do desenvolvimento motor citadas 
por Gallahue e Ozmun (2003): 
 
Fonte: efdeportes.com 
6.3 Fase motora reflexiva 
“Os reflexos são movimentos involuntários, controlados subcorticalmente, que 
formam a base para as fases do desenvolvimento motor. ” (GALLAHUE; OZMUN, 
2003). Todas as reações que o bebê possui, ao toque, a luz, a sons, provocam 
atividades motoras involuntárias. Esses movimentos involuntários e grande atividade 
cortical nos primeiros meses de vida auxiliam o bebê no conhecimento do seu corpo 
e meio externo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
 
 
33 
 
Os reflexos primitivos são classificados como “agrupadores de informações, 
caçadores de alimentação e de reações protetoras”. São agrupadores de informações 
pois auxiliam e estimulam o desenvolvimento. Os reflexos primitivos de sugar, buscar 
através do olfato, são mecanismos de sobrevivência, pois através deles que o recém-
nascido busca seu alimento. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
Segundo Gallahue e Ozmun (2003), os reflexos posturais são a segunda forma 
de movimentos involuntários e esses movimentos são similares a comportamentos 
voluntários. Esses reflexos servem de testes neuropsicomotor que mais tarde serão 
usados com controle consciente. Os movimentos involuntários presentes nos bebês 
servem como base para movimentos voluntários futuros. 
 “O reflexo primário de pisar e o reflexo de arrastar-se, por exemplo, relembram 
intimamente os comportamentos de caminhar voluntário posterior e de engatinhar. ” 
(GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
6.4 Fase de movimentos rudimentares 
Os primeiros movimentos voluntários são os movimentos rudimentares. Esses 
movimentos são encontrados no bebê desde o nascimento e se estendem até 
aproximadamente os 2 anos de idade. Esses movimentos acontecem de maneira 
previsível, porem o nível com que essas habilidades aparecem variam de criança para 
criança. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas 
de movimento voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem 
movimentos estabilizadores, como obter controle da cabeça, pescoço e músculos do 
tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos 
locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
6.5 Fase de movimentos fundamentais 
“As crianças que estão desenvolvendo padrões fundamentais de movimento 
estão aprendendo a reagir com controle motor e competência motora a vários 
estímulos. ” (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
 
34 
 
A fase de movimentos fundamentais é a fase onde a criança apresenta 
movimentos voluntários mais específicos, estão em constante exploração e 
experimentação da sua capacidade motora. É o período em que a criança está 
descobrindo como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores, 
locomotores e manipulativos, primeiro de forma isolada e mais tarde executando 
movimentos combinados. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
Os padrões de movimento fundamentais são padrões observáveis básicos de 
comportamento. Atividades locomotoras (correr e pular), manipulativas (arremessar, 
apanhar) e estabilizadoras (andar com firmeza e equilíbrio em um pé só) são exemplos 
de movimentos fundamentais que devem ser desenvolvidos nos primeiros anos da 
infância. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
6.6 Fase de movimentos especializados 
A fase de movimentos especializados é resultado da fase de movimentos 
fundamentais. A Criança agora realiza “atividades motoras complexas” do dia a dia. 
Os movimentos fundamentais que eram simples antes, como saltar e pular em um pé 
só agora podem ser associados com atividades mais complexas como pular corda e 
práticas esportivas como salto triplo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
“Esse é o período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e 
manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e 
elaboradas para uso em situações crescentemente exigentes. ” (GALAHUE; OZMUN, 
2003). 
6.7 Reflexos primitivos 
Os reflexos primitivos são reações involuntárias em resposta a um estímulo 
externo e são as primeiras formas de movimento humano. Eles aparecem antes do 
nascimento e vão desaparecendo conforme as atividades motoras voluntárias vão 
surgindo. Os bebês apresentam dois tipos de reflexos: os reflexos primitivos de 
sobrevivência, como por exemplo o de sucção e os reflexos primitivos posturais, que 
darão origem aos movimentos voluntários. 
 
35 
 
Durante os últimos 4 meses de vida pré-natal e os primeiros 4 meses após o 
nascimento, o repertório da motricidade do ser humano inclui os movimentos que são 
da natureza reflexa; isto é, cada movimento é uma resposta estereotipada involuntária 
a um determinado estímulo. Como por exemplo, quando é tocado a mão do bebê, a 
mão estimulada se fecha em uma resposta habitual ou estereotipada [...] (PAYNE; 
ISAACS, 2007). 
6.8 Reflexo de moro 
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) o reflexo de moro existe desde o 
nascimento e segue até os seis meses de idade do bebe. Este reflexo tem sido um 
dos instrumentos mais utilizados para diagnosticar alguma alteração neurológica no 
bebe pequeno. Esse reflexo pode ser notado toda vez que a criança se sentir insegura, 
ele pode ser notado a um ruído alto ou o seu próprio espirro. Esse movimento 
ocasiona a extensão dos braços, dedos e pernas. Os membros então retornam à 
posição de flexão normal contra o corpo. A prolongação desse reflexo além do sexto 
mês pode indicar algum problema neurológico. 
Conforme descrito por Payne e Isaacs (2007) a permanência do reflexo após o 
período esperado, atrasara a capacidade do bebe em tomar uma posição sentada, o 
domínio da cabeça e diversas propriedades motoras. 
6.9 Reflexos de busca e sucção 
Os dois reflexos estão relacionados com um mesmo objetivo conseguiro 
alimento. O reflexo de busca auxilia o bebê encontrar a fonte de sustento, e o reflexo 
de sucção por sua vez, faz com que o bebe possa ingeri-lo. (PAYNE e ISAACS, 2007). 
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) ambos os reflexos estão existentes em 
todos os neonatos considerados normais. O reflexo de busca pode permanecer até o 
fim do primeiro ano de vida, já o reflexo de sucção desaparece ao termino do terceiro 
mês, mas segue como uma reação voluntária. 
 
36 
 
6.10 Reflexo buco-manuais 
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001) existem dois tipos de reflexo buco-
manuais no neonato, que podem ser observados do primeiro mês de vida até o 
terceiro mês. O reflexo plantar-mental, é caracterizado pela estimulação de uma 
coceira na palma da mão, ocasionando uma contração dos músculos do queixo 
levantando-o para cima. Já o reflexo palmar-mandibular consiste na realização de 
uma pressão na palma das mãos. O bebê vai gerar respostas como abrir a boca, 
fechar os olhos e gerar uma flexão da cabeça para a frente. 
6.11 Reflexo palmar de preensão 
Este reflexo é evidenciado desde o nascimento até os quatro meses e consiste 
em estimular a palma da mão do bebê com um objeto, e em resposta desse estimulo, 
ele fechará a mão envolvendo-o sem o uso do polegar. Caso o aperto seja avaliado 
como fraco ou continue após o primeiro ano de vida pode ser um sintoma de atraso 
no desenvolvimento motor ou hemiplegia. (GALLAHUE e OZMUN, 2001). 
6.12 Reflexo de preensão plantar e de babinski 
O reflexo de babinski está presente desde o nascimento. Incide em realizar um 
choque na sola do pé do bebê, provocando um estiramento dos dedos. Conforme o 
sistema neuromuscular amadurece, após quatro meses até um ano de vida, esse 
reflexo é trocado pelo reflexo de preensão plantar. (GALLAHUE e OZMUN, 2001). 
Segundo Payne e Isaacs (2007) O reflexo de preensão plantar consiste em 
aplicar uma rápida pressão na sola do pé, com isso promove a flexão de todos os 
dedos do pé. 
6.13 Reflexos corretivos labirínticos e visuais 
Ambos os reflexos podem ser estimulados quando se inclina o corpo do bebê 
para frente, para trás ou para o lado. A criança reage mantendo a cabeça ereta no 
sentido oposto do deslocamento. A única diferença do reflexo visual é o fato de que 
os olhos do bebê seguem a direção acima da cabeça. (GALLAHUE e OZMUN, 2001). 
 
37 
 
6.14 Reflexo de levantamento 
Conforme descrito por Payne e Isaacs (2007) esse tipo de reflexo pode ser 
observado a partir do terceiro mês e se prolonga até o primeiro ano de vida. Consiste 
em inclinar o bebê a qualquer direção, este estímulo faz com que a criança estenda 
ou flexione os braços para alcançar a posição ereta. 
6.15 Reflexo de amortecimento e apoio 
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) o reflexo de amortecimento é evidenciado 
quando a criança está em posição ereta e é inclinada em direção ao solo. Este 
estímulo faz com que a ela, na tentativa de amortecer a queda, estenda os braços 
para baixo. O reflexo de apoio pode ser observado quando é causado um desequilíbrio 
na criança na posição sentada. Todas as reações do bebê permanecem além do 
primeiro ano de vida, e são de grande importância para que a criança possa 
desenvolver a marcha. 
6.16 Reflexo de endireitamento (corretivo) de cabeça e do corpo 
De acordo com Payne e Isaacs (2007), esses dois reflexos estão relacionados 
com os movimentos de rolamento. O reflexo de endireitamento corretivo da cabeça 
ocorre logo no primeiro mês de vida, esse reflexo pode ser descrito como o 
acompanhamento da cabeça do bebê com o movimento do corpo, ou seja, quando o 
bebê se encontra na posição supina e seu corpo é virado para o lado a cabeça 
acompanha esse movimento virando para o mesmo lado do corpo. 
Já o reflexo de endireitamento (corretivo) do corpo é o contrário do 
endireitamento da cabeça, nele ao se virar a cabeça do bebê ele tende a virar o corpo 
para o mesmo lado da cabeça “endireitando” o corpo, para assim recuperar a relação 
com fronte para frente entre a cabeça e os ombros. Esse reflexo pode não ser 
identificado até o quinto mês da primeira infância. 
 
38 
 
6.17 Reflexo primário de caminhar 
Segundo Payne e Issacs (2007), o reflexo de caminhar será o sinal inicial para 
o importante movimento que é o caminhar. Este reflexo será induzido quando se 
segurar o bebê na posição vertical com os pés apoiados a uma superfície de apoio, 
por haver uma pressão sobre a sola dos pés do bebê isso permitirá que suas pernas 
sejam levantadas e, a seguir, abaixadas de forma alternada, parecendo-se muito com 
uma forma imatura de caminhar. 
6.18 Habilidades fundamentais do desenvolvimento motor 
É por volta dos dois anos de idade que a criança dá um enorme salto no que 
diz respeito ao desenvolvimento motor. “Essas habilidades motoras formam a base 
sobre a qual cada criança desenvolve ou refina os padrões motores fundamentais do 
início da infância e as habilidades motoras especializadas da infância posterior e da 
adolescência. ” (GALLAHUE; OZMUN, 2001). 
De acordo com Payne e Isaacs (2007) é nessa fase que a criança começa a 
desenvolver habilidades motoras fundamentais como caminhar, correr, saltar, pular, 
além disso, ela ainda possui a capacidade de combinar essas habilidades, como por 
exemplo, combinando o correr com o pular surge o galope. Nessa fase a criança não 
está mais restrita a movimentos simples ela já possui a capacidade de fazer 
movimentos com maior dificuldade. 
É através das experiências vividas no cotidiano da criança que ela terá 
condições de desenvolver suas habilidades e ter controle sobre elas. Quando a 
criança começa a desenvolver essas habilidades elas são grosseiras, pois a criança 
ainda não tem total controle de seus movimentos, mas com as situações do dia a dia 
ela aprende a “lapidar” esses movimentos podendo assim desempenha-los com maior 
precisão. 
O domínio das habilidades motoras fundamentais é básico para o 
desenvolvimento motor de crianças. As experiências motoras, em geral, fornecem 
múltiplas informações sobre a percepção que as crianças têm de si mesmas e do 
mundo que as cerca. (GALLAHUE; OZMUN, 2001). 
 
 
 
39 
 
Segundo Papalia e Olds (apud CASTRO, 2008) esse período de 
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é um período rico de 
experiências e vivencias devido as descobertas no ambiente vivido pela criança. 
Nessa fase a criança já possui uma melhor aptidão física, ela é mais forte, mais ágil e 
mais veloz e essas aptidões só tendem a se desenvolver ainda mais, pois o 
aprendizado da criança apresenta modificações diárias e sequenciais. É uma fase de 
intensa movimentação, intensa atividade e intensa progressão motora. 
Quando se fala em habilidades motoras fundamentais é necessário saber que 
existem vários estágios de desenvolvimento para cada padrão de movimento e que 
também existem diferenças entre as crianças, pois o desenvolvimento de uma criança 
nunca será igual ao da outra. (GALLAHUE; OZMUN, 2001). 
A sequência de progressão ao longo dos estágios iniciais, elementar e 
amadurecido é a mesma para a maioria das crianças. O ritmo, entretanto, variará, 
dependendo tanto dos fatores ambientais quanto dos fatores hereditários. 
(GALLAHUE; OZMUN, 2001). 
Gallahue e Ozmun (apud CASTRO, 2008) dividem os movimentos 
fundamentais em três estágios, sendo estes: estágio inicial que ocorre entre os 2 a 3 
anos e representa as primeiras tentativas da criança, onde os movimentos ainda são 
bem rudimentares e imprecisos; estágio elementar que ocorre entre os 4 a 5 anos e é 
quando a criança já apresenta melhor controle e precisão de seus movimentos 
fundamentais, em geral quando oportunidades são adequadas; e por fim o estágio 
maduro que se dá entre os 6 a 7 anos se as condições ambientais e de maturação 
forem propícias, é caracterizado por movimentos precisos e eficientes, coordenados 
e controlados. 
É importante ressaltar que haverá variações

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