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Aula 09 – Contratos empresariais Curso REGULAR de Direito Empresarial Professor: Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 2 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Princípios da teoria geral dos contratos mercantis .......................... 3 1.1– Introdução: Aplicabilidade do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor .............. 3 1.2–Princípios fundamentais dos contratos ................................................................................... 4 2- Contrato de compra e venda mercantil ............................................ 7 2.1–Elementos e formação do contrato de compra e venda ........................................................ 8 2.2–Obrigações do vendedor e comprador ................................................................................. 10 3 – Contratos de colaboração ............................................................ 11 3.1 – Contratos de Mandato e Comissão Mercantil .................................................................... 12 3.2–Contrato de representação comercial autônoma ................................................................. 13 3.3–Contratos de Agência e de Distribuição ................................................................................ 14 3.4–Concessão Mercantil ............................................................................................................. 15 3.5 – Contrato de Franquia (franchising) ..................................................................................... 16 4 – Contratos Bancários ..................................................................... 17 4.1– Contrato de depósito ........................................................................................................... 17 4.1.1–Contrato de depósito bancário ...................................................................................... 18 4.2–Fomento Mercantil (Factoring) ............................................................................................. 19 4.3–Arrendamento Mercantil (Leasing) ....................................................................................... 21 4.4–Alienação Fiduciária em Garantia ......................................................................................... 25 5 – Questões comentadas ............................................................... 27 6 – Lista de questões ......................................................................... 53 7 – Gabarito ....................................................................................... 66 Aula 09 – Princípios de teoria geral dos contratos mercantis. Tipos contratuais mercantis. Contratos mercantis: compra e venda, arrendamento mercantil (leasing), franquia (franchising), faturização (factoring), mandato e comissão mercantil, representação comercial autônoma, agência e distribuição, concessão mercantil, contrato de depósito bancário e alienação fiduciária em garantia. Aplicabilidade do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma a este dia. (Albert Einstein) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 3 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 1- Princípios da teoria geral dos contratos mercantis 1.1– Introdução: Aplicabilidade do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor Bem, em termos gerais, o contrato é uma espécie de negócio jurídico bilateral, por meio do qual os indivíduos contraem obrigações uns com os outros de forma a atender os seus respectivos interesses. A sua disciplina normativa está no Código Civil de 2002 (arts. 421-853): Título V – Dos Contratos em Geral e Título VI – Das Várias Espécies de Contrato. Além disso, estudaremos algumas leis específicas, ok? Dos diversos tipos de contratos, como os civis, trabalhistas, consumeristas, aquele que interessa à nossa disciplina é o firmado entre os empresários e as sociedades empresárias entre si. Então, esta aula de hoje pressupõe empresários como as partes nas diversas espécies de contratos, como meio de exercer a sua atividade típica de empresa. De forma contrária, caso a relação contratual entre as partes tenha características meramente consumeristas, mesmo entre empresários, o contrato não será mercantil e não será abrangido pelo regime jurídico empresarial. Neste sentido dispõe o Enunciado nº 20 da I Jornada de Direito Comercial, do Conselho da Justiça Federal (CJF): Portanto, o CDC será aplicado aos contratos onde uma das partes representa um consumidor final, sem o intuito empresarial na relação contratual. Já no Código Civil, encontraremos os fundamentos da matéria contratual e algumas espécies de contratos mercantis, beleza? No mais, antes de estudarmos cada espécie de contrato, devemos cuidar dos príncípios que regem os contratos. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos contratos celebrados entre empresários em que um dos contratantes tenha por objetivo suprir-se de insumos para sua atividade de produção, comércio ou prestação de serviços. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 4 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 1.2–Princípios fundamentais dos contratos Os princípios gerais que regem os contratos são os seguintes: Princípio Características Princípio da Autonomia da Vontade As partes têm liberdade para estabelecer as regras do contrato, contudo “em razão e nos limites da função social do contrato” (art. 421, CC). Deve haver equilíbrio contratual. Princípio do Consensualismo ou Consentimento O acordo de vontade entre as partes é o suficiente para caracterizar o vínculo contratual e assumir as obrigações. As exceções são os contratos reais, onde para aperfeiçoar o contrato é preciso a entrega de coisa, e os solenes, que dependem de formalidades. Princípio da Relatividade Os efeitos do contrato se restringem somente às partes (e herdeiros, quando o contrato não for personalíssimo) e ao objeto contratual. Exceção a esse princípio são os contratos expressos em favor de terceiro, como o seguro de vida. Princípio da Obrigatoriedade Pacta sunt servanda (os pactos devem ser respeitados). Traz segurança jurídica à relação contratual. Também conhecido como Princípio da Força Obrigatória Princípio da revisão Rebus sic stantibus (enquanto as coisas estão assim). Representa a chamada Teoria da Imprevisão e é exceção ao princípio da obrigatoriedade. O pacto pode ser alterado em razão das circunstâncias serem diferentes do momento da celebração do contratoprejudicando uma das partes. Princípio da boa-fé Os contratantes devem observar na conclusão e na execução do contrato a probidade e a boa-fé (art. 422, CC). Ademais, vale ressaltarmos a evolução de alguns princípios tradicionais e o surgimento de princípios emergentes (atuais): Princípio da autonomia privada => Princípio da boa-fé objetiva: pelo princípio da autonomia privada, prevalece a liberdade das partes de estipular as cláusulas contratuais, criando direitos e obrigações. Atualmente, o princípio da boa-fé objetiva restringe/limita a autonomia privada. A boa-fé objetiva corresponde à lealdade e à confiança nas relações contratuais, exercendo função interpretativa (quando houver dificuldade hermenêutica ou divergência entra vontade e declaração – art. 113, CC), função corretiva (veda-se o abuso de direito -art. 187, CC) e função integrativa (deveres/obrigações existentes além do contrato – dever de confidencialidade, dever de informação, etc. art. 422, CC). Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 5 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Princípio da Relatividade => Princípio da Função Social: pelo princípio da relatividade, as obrigações e deveres contratuais abrangem somente as partes contratantes, não alcançam terceiros. Ao contrário, o princípio da função social aduz que o contrato não se restringirá aos interesses das partes contratuais, mas poderá abranger terceiros, observando os interesses da coletividade (solidariedade social). O princípio da função social do contrato tem base constitucional, como o princípio da livre iniciativa e a função social da propriedade. Portanto, o princípio da relatividade é mitigado (sofre limitação) pelo princípio da função social, ou seja, o contrato abrange não só as partes, como também poderá alcançar estranhos à relação contratual. Num acidente de trânsito, a vítima atropelada (um terceiro) poderá exigir indenização diretamente da seguradora. Ainda, o contrato poderá ser oponível de forma negativa a terceiros, ou seja, terceiros não podem atentar contra os pactos dos contratantes, posto que não lhe diz respeito. Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Princípio da obrigatoriedade => Princípio do Equilíbrio Econômico: O princípio da obrigatoriedade representa o pacta sunt servanda (o contrato deve ser cumprido). No entanto, atualmente, o princípio da obrigatoriedade contratual não deve ser tão rigoroso, visto que, por exemplo, a revisão contratual é admitida. Assim, o princípio da obrigatoriedade é mitigado em razão, e objetivando, o equilíbrio econômico do contrato, tendo em vista aspectos relacionados à lesão e à excessiva onerosidade superveniente de uma das partes. Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 6 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, devemos conceituar as seguintes teorias relacionadas à teoria geral dos contratos: Teoria da Imprevisão: existe uma cláusula implícita nos contratos por meio da qual é permitida a revisão do contrato pela via judicial de forma a manter as condições inicialmente contratadas, quando presentes acontecimentos imprevisíveis e extraordinários. É a chamada cláusula rebus sic stantibus. Portanto, a teoria da imprevisão representa uma proteção ao equilíbrio contratual e à igualdade entre as partes. Também podemos dizer que a teoria da imprevisão está ligada ao conceito de onerosidade excessiva (art. 478, CC). Teoria do adimplemento substancial: ocorre quando o contrato estiver sido significativamente cumprido ou quase integralmente executado, e a mora for irrelevante, não ocorrendo a extinção contratual. Neste caso, outras consequências jurídicas podem ocorrer, como pedido de indenização por perdas e danos ou a mora. A aplicação desta teoria visa à preservação dos negócios jurídicos. A teoria do adimplemento substancial é bastante aplicada em contratos de financiamento. Bem, estes são os princípios fundamentais dos contratos. Verificaremos, agora, cada espécie de contrato mercantil, que, objetivamente falando, é o que cai em prova!!! Beleza? Obs.: Contratos típicos ou nominados – são aqueles estabelecidos e regulados por meio de legislação específica; Contratos atípicos ou inominados – são aqueles que podem ser estabelecidos livremente por acordo entre as partes pois não possuem uma lei específica normatizadora, devendo, no entanto, observar as normas gerais dos contratos (art. 425, CC). 1. (FCC/Procurador-TCM-BA/2011) Os contratos empresariais: b) não estão vinculados à função social do contrato. Comentários Incorreta. Os contratos mercantis estão subordinados ao regramento civil, conforme já vimos acima. Assim, a função social do contrato mencionada no art. 421 do CC é aplicada aos contratos mercantis. A função social do contrato pode ser relacionada com as questões da dignidade da pessoa humana, com o bem estar da sociedade nacional, além do equilíbrio contratual. No nosso quadro de princípios acima, a função social refere-se ao princípio da autonomia da vontade. Porém, antes de ser limitador da liberdade contratual, a função social legitima esta liberdade, ok? Então, pessoal, devemos ter em mente que a função C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 7 de 66 www.exponencialconcursos.com.br social dos contratos é uma norma geral, que pode ser aplicada, inclusive, aos contratos mercantis ou empresariais. Gabarito: Incorreta. 2- Contrato de compra e venda mercantil Pois bem, o contrato de compra e venda está previsto no art. 481 do CC de forma geral, pelo qual uma das partes se obriga a transferir o domínio decoisa certa, enquanto a outra parte obriga-se ao pagamento a preço certo em dinheiro. No caso que nos interessa, o mercantil ou empresarial, temos a participação de empresários ou de sociedades empresárias como participantes dessa relação contratual. Vejamos os REQUISITOS que caracterizam o contrato de compra e venda mercantil: Notemos, portanto, que o empresário que compra determinada mercadoria com finalidade alheia a sua atividade econômica, para consumo por exemplo, não está sujeito ao regime dos contratos mercantis; ele encontra-se numa relação de consumo. Assim, é preciso que o objetivo de circulação de bens e riquezas esteja presente, ou seja, o empresário comprador da mercadoria deve empregá-la na sua atividade econômica de produção ou circulação de mercadorias para que a relação contratual mercantil fique configurada. Então, pergunto: Na prática, qual a diferença do contrato de compra e venda mercantil em relação ao civil? A única diferença apontada é com relação à consequência no caso de insolvência do comprador. No mercantil, por se tratar de empresário, o contrato fica sujeito ao regime falimentar; no civil, o vendedor pode exigir caução como garantia de entrega do bem contratado em caso de insolvência do comprador (Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado). Compra e venda mercantil Comprador e vendedor devem ser EMPRESÁRIOS O objeto contratual deve ser uma mercadoria Finalidade de circulação de bens C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 8 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 2.1–Elementos e formação do contrato de compra e venda O contrato de compra e venda necessita de 3 (três) elementos: Obs.: Alguns autores indicam que o elemento “Condições” dá lugar ao elemento “Consentimento”. Fiquem atentos!!! A seguir falaremos do consentimento. No entanto, estes elementos devem ser conjugados a partir da vontade das partes, ou seja, do consentimento entre os contratantes; o consentimento seria comum a todos os contratos. Portanto, o contrato de compra e venda é classificado como consensual, pois a obrigação contratual forma-se com a simples vontade das parte, não sendo necessário outro pressuposto qualquer. O art. 482 do CC dispõe muito bem sobre esse aspecto: “A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”. Ou seja, é esssencial ao contrato de compra e venda o consentimento/ajustes sobre o preço e a coisa. 2. (FCC/Procurador-TCM-BA/2011) Os contratos empresariais: e) de compra e venda entre empresas só podem ter como objeto coisa atual, defeso que se contrate sobre coisa futura. Comentários Incorreta. Conforme vimos acima, um dos elementos principais do contrato de compra e venda mercantil é o objeto contratato. Este objeto poderá ser uma coisa atual (já existente no momento da elaboração do contrato) ou futura (ainda será fabricada ou passará para o domínio do vendedor). Esta disposição está no art. 483, CC. Logo, esta afirmativa está incorreta devido à expressão “só”. Nota: Além de consensual, os contratos em geral podem ser reais ou solenes. É real o contrato que depende da entrega da coisa (múto bancário – o mutuante deve entregar ao mutuário o dinheiro). O solene forma-se somente a Elementos O objeto Deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. Pode ser coisa atual ou futura, móvel ou imóvel. O preço Fixado livremente pelas partes ou ao arbítrio de terceiro designado. Pode ser à vista ou a prazo. As condições As partes devem acertar as condições de exibilidade das obrigações (condição suspensiva ou resolutiva). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 9 de 66 www.exponencialconcursos.com.br partir da observância estrita de determinadas formalidades e emissão de documento, conforme a lei (Ex: contrato de compra e venda de imóvel). No mais, a materialização das vontades das partes se dá pela proposta e aceitação: PROPOSTA Proponente se vincula a sua vontade (proposta), em regra; ACEITAÇÃO Aceitante adere incondicionalmente aos termos do contrato celebrado. Em relação ao preço, é nulo o contrato de compra e venda onde apenas uma das partes exclusivamente fixa o preço, conforme o art. 489, CC. Ainda sobre o preço, a regra é que as partes devem ajustá-lo, porém o preço do contrato pode ser fixado pelas formas a seguir: 1) Ao arbítrio de terceiro; 2) Pela taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar; 3) Por meio de índices ou parâmetros suscetíveis de objetiva determinação; 4) Por tabelamento oficial; 5) Se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor; 6) Se não houver acordo sobre o preço acima, prevalece o termo médio. 3. (FCC/Procurador-TCM-BA/2011) Os contratos empresariais: d) são mero protocolo de intenções, como regra, não obrigando efetivamente o proponente. Comentários Incorreta. Como regra, o proponente se obriga a sua proposta de contrato (art. 427, CC). A exceção ocorre nas seguintes hipóteses: Os termos da proposta permitem a retratação ou arrependimento do proponente (“...se o contrário não resultar dos termos dela...”); A natureza do negócio resulta na desobrigatoriedade do preponente; Certas circunstâncias previstas em lei (art. 428, CC). Portanto, a assertiva está incorreta! C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 10 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 2.2–Obrigações do vendedor e comprador Podemos listar 3 (três) obrigações principais do vendedor no contrato de compra e venda: Além destas, o vendedor também tem a obrigação de custear as despesas com a tradição (entrega) dos bens, como o transporte e seguro (art. 490, CC). Porém, tanto as despesas com tradição, como a responsabilidade pelos vícios e evicção podem ser mitigadas por cláusulas no contrato, caso seja da vontade dos contratantes. Quanto às obrigações do comprador, verificamos as seguintes: Podemos notar que a principal obrigação do comprador é o pagamento do preço contratado pelo bem objeto do contrato de compra e venda. Obrigações do Vendedor Responsabilidade pelos vícios na coisa vendida Embora sem defeito, o bem é também viciado se o seu valor é inferior ao comprado. Rescisão do contrato (ação redibitória) ou Redução proporcional do preço - ação estimatória. Transferir o domínio do objeto contratado O momentoda tradição do bem determina os direitos e deveres dos contratantes. Indenização por perdas e danos ou Entrega da coisa vendida Responsabilidade por evicção É a perda do objeto por ser propriedade de terceiro em decisão judicial. O vendedor arca c/ todas as despesas judiciais e indeniza todas as perdas do comprador O b ri g a ç õ e s d o C o m p r a d o r Pagamento do preço, no tempo e local acordado. Se nada for acordado, será à vista no momento e local da entrega do bem. Recebimento da mercadoria no local, na data e do modo contratados. Providenciar e arcar com o registro correspondente ao domínio do bem transferido, quando necessário. Ex: aquisição de quotas ou ações de sociedade. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 11 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 3 – Contratos de colaboração No contrato de colaboração há dois sujeitos: o colaborador e o fornecedor. Por meio do contrato, o colaborador se obriga a criar ou ampliar o mercado relativo aos produtos ou serviços do fornecedor. Portanto, o colaborador pratica ações ou atividades objetivando beneficiar a atividade empresarial do fornecedor. Em termos práticos, o colaborador pode atuar no ramo da propaganda, divulgação, treinamento de pessoal, e outras. Então, o fornecedor contrata terceiros para criar ou ampliar o mercado de seus produtos. O colaborador, deste modo, possui o dever de realizar investimentos para cumprir as obrigações pactuadas com o fornecedor. Por sua vez, o fornecedor deve garantir ao colaborador as condições necessárias para que ele tenha o retorno de seus investimentos. Assim, o fornecedor garante que não irá realizar concorrência direta ou indiretamente ao seu colaborador em determinada localidade. Esta é a chamada cláusula de exclusividade de zona ou de territorialidade que integra grande parte dos contratos de colaboração. Os contratos de colaboração podem ser assim divididos: Veremos cada um desses contratos acima, ok? • O colaborador atua na identificação dos revendedores dos produtos do fornecedor, recebendo um valor pecuniário sobre os negócios que ajudar a celebrar entre fornecedor e revendedor. Por aproximação • O colaborador adquire os produtos do fornecedor por meio de contrato de compra e venda mercantil para revendê-los. A remuneração do colaborador é devida pelo exercício de sua própria atividade de revenda. Por intermediação Concessão Distribuição- intermediação Mandato Comissão Representação Agência C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 12 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 3.1 – Contratos de Mandato e Comissão Mercantil Os contratos de mandato e comissão mercantil são espécies de contratos de colaboração por aproximação e estão previstos no Código Civil (art. 653 a 709). O objetivo é o escoamento da produção do fornecedor com a ajuda do colaborador na identificação e motivação dos possíveis revendedores. Por seu trabalho, o colaborador costuma receber determinado percentual sobre as vendas dos produtos do fornecedor. Logo, tais contratos são considerados onerosos pela própria dinâmica e natureza da atividade empresarial. Ressalta-se que quando tratar-se de contratos civis, o art. 658 do CC acena com a possibilidade de gratuidade quando não houver sido estipulada contribuição, ok? Assim, vejamos as principais característicasdesses contratos de forma comparativa no quadro abaixo: MANDATO MERCANTIL COMISSÃO MERCANTIL Colaborador = Mandatário presta serviços ao Fornecedor = Mandante Colaborador = Comissário presta serviços ao Fornecedor = Comitente Mandatário pratica atos em nome e por conta do mandante Comissário pratica atos em nome próprio, mas a conta do comitente O adquirente dos produtos realiza negócio com o mandante=fornecedor O adquirente dos produtos realiza negócio com o comissário=colaborador REGRA- art. 697: Pelo inadimplemento ou insolvência do comprador, o colaborador (mandatário ou comissário) não responde. Sua remuneração continua devida. Porém, na comissão mercantil, o comissário poderá responder em caso de inadimplência ou insolvência do comprador quando agir com culpa ou exisitir cláusula Del credere. Obs.: Cláusula Del credere: Na comissão, pode ser estipulada a transferência do comitente para o comissário do risco de descumprimento das obrigações do comprador. O comissário fica solidário com o comprador perante o comitente, quando há inadimplência ou insolvência do comprador (art. 698, CC). O comissário poderá ter comissão maior neste caso, devido ao aumento dos riscos. 4. (FCC / Procurador–TCE–MA / 2005) A empresa X Ltda. celebrou contrato com a empresa Y Ltda., pelo qual se obrigou a realizar operações de venda de bens fabricados por esta última. As operações de venda seriam realizadas junto aos clientes em nome de X e por conta de Y. Não foi estipulada em contrato a chamada cláusula del credere. De acordo com essa fórmula de contratação, em caso de insolvência dos clientes, a empresa Y Ltda. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 13 de 66 www.exponencialconcursos.com.br a) teria o direito de reclamar de X todos os valores que deixaram de ser pagos pelo cliente final, tendo em vista que X, na qualidade de concessionária autorizada para a revenda dos produtos de Y, deve responder solidariamente com os seus clientes. b) teria o direito de exigir de X a parcela relativa aos custos de produção das mercadorias, excluindo-se, no entanto, o lucro que seria obtido em cada operação. c) não teria, como regra, o direito de reclamar a dívida junto à empresa X, porque esta, na qualidade de comissária, não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar. d) não teria o direito de reclamar a dívida junto à empresa X, porque, nos contratos de representação comercial, o representante não responde pela insolvência dos clientes, exceto se ajustada previamente a cláusula del credere. e) não teria o direito de reclamar a dívida junto à empresa X, porque, após a entrega da mercadoria, o único vínculo jurídico que subsiste é o contrato de compra e venda entre a empresa Y e o cliente final. Comentários Letra “c”. Pelo enunciado da questão podemos notar que trata-se de contrato de comissão mercantil firmado entre a empresa X e Y, onde X é a comissária e Y a comitente. Assim, a empresa X atua em seu próprio nome mas a conta de Y, portanto, como regra, X não responderá pela inadimplência ou insolvência dos compradores com que contratar (art. 697). No enunciado, há a informação de inexistência de cláusula Del credere.Portanto, a única alternativa correta é a letra C. Ressalta-se, que nos contratos de representação comercial é proibida a inserção da cláusula Del credere, como mais a frente veremos. 3.2–Contrato de representação comercial autônoma O contrato de representação comercial autônoma é um contrato de colaboração por aproximação, sendo regulado pela Lei nº 4.886/65. É considerado, portanto, um contrato típico, onde o representante se obriga a comercializar as mercadorias do representado por meio de contratos de compra e venda mercantil, em caráter não eventual. Neste tipo de contrato não há vínculo empregatício entre representante e representado; por isso, é autônomo. Porém, o representante deve ter registro no Conselho Regional de Representantes Comerciais. Portanto, o representante realiza a intermediação ou mediação de negócios empresariais, transmitindo propostas ou pedidos para o representado, podendo ser pessoa física ou jurídica. Vejamos outras importantes características do contrato de representação comercial autônoma: C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 14 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: Exclusividade de zona: o representante tem direito de atuar com exclusividade em determinada região. Se o representado desejar atuar, direta ou indiretamente, deverá fazer constar expressamente esta condição no contrato, pois a cláusula de exclusividade de zona é implícita. Obs.: Exclusividade de representação: o representante tem direito de representar outro fornecedor. Para que seja proibido, deve vir expresso em contrato, pois a cláusula de exclusividade de representação não é implícita. Em relação ao direito à remuneração do representante, somente será paga quando ocorrer o pagamento dos pedidos ou propostas, ou seja, é preciso que tenha sido encaminhado o pedido ou a proposta ao representado e que este tenha aceitado; então, após o pagamento pelo comprador, o representante terá direito à sua comissão. Por fim, nos termos do art. 43 da lei 4.886/65, é vedada a inclusão de cláusula Del credere nos contratos de representação autônoma – portanto, o representante não poderá ser responsabilizado pelos riscos de descumprimento das obrigações do contrato pelo comprador. 3.3–Contratos de Agência e de Distribuição Há certa divergência de autores se os contratos de agência e de distribuição são modalidades distintas de contrato ou não. Não entraremos nesse mérito, pois temos outros objetivos, certo? No entanto, basta sabemos que, embora muito semelhantes, a tendência é que sejam tratados como contratos distintos, ok? Pois bem, o legislador não nos ajudou muito ao conceituar no mesmo art. 721 do CC os dois contratos: “Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”. Então vejamos algumas características comuns aos dois contratos: Representação Comercial Contrato interempresarial - o representando não pode estar impedido de ser empresário Deve indicar a existência ou não de exclusividade de zona - cláusula implícita Deve indicar a existência ou não de exclusividade de representação - cláusula não implícita O representante tem direito à comissão pelos negócios realizados por meio de seu esforço. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 15 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Agora, a principal diferença entre o contrato de agência e de distribuição está na parte final do art. 710 do CC: “...caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”. Portanto, a distribuição se caracteriza pela aquisição dos bens do proponente pelo distribuidor para posterior revenda por sua conta e risco, ok? 3.4–Concessão Mercantil O contrato de concessão mercantil é celebrado entre duas partes empresárias, onde uma se obriga a comercializar (revender) os bens produzidos pela outra parte. Assim, temos a figura do concessionário (colaborador) e do concedente (fornecedor). Pode haver ou não cláusulas de exclusividade de comercialização dos produtos e de atuação em determinada zona ou território (territorialidade). A concessão mercantil tem como característica o seguinte: A grande diferença entre o contrato de concessão e os demais contratos de colaboração está justamente no fato de que o concessionário atua em nome próprio e por conta própria. O seu objeto principal é a comercialização de veículos automotores e peças automotivas. Contratos de Agência e de distribuição Atuam de forma não eventual ou continuada para a promoção dos negócios do proponente (fornecedor) sem vínculo empregatício e dentro de zona determinada São consensuais, onerosos, típicos. O agente ou distribuidor são retribuídos conforme os serviços prestados ao proponente no sentido de escoar a sua produção ou estoque DESPESAS Com a agência ou distribuição são por conta do agente ou distribuidor, embora atuem por conta do proponente, salvo disposição em contrário INDENIZAÇÃO Direito do agente ou distribuidor se o proponente cessar o contrato sem justa causa ou reduzí-lo. Concessão Mercantil Contrato atípico, exceto quando se trata da lei 6.729/79 - veículos automotores terrestres -"Lei Ferrari". O concessionário age em nome e por conta próprios É comum o concessionário prestrar serviços de assistência técnica aos adquirentes C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 16 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 3.5 – Contrato de Franquia (franchising) O contrato de franquia empresarial é regulamentado pela Lei nº 8.955/94. O contrato de franquia objetiva a prestação de serviços especializados pelo franqueador ao franqueado em relação a determinada atividade empresarial. Tais serviços referem-se ao direito de uso de marca ou patente, à distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e podem englobar o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador. Obviamente que aquele que presta tais serviços, o franqueador, receberá remuneração de forma direta ou indireta. Contudo, não poderá caracterizar vínculo empregatício entre franqueador e franqueado. É considerado um contrato de colaboração. Segundo o art. 6º da Lei 8.955/94, o contrato de franquia deve ser escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas. Então, vejamos as obrigações de cada umadas partes do contrato: Esta circular de oferta de franquia deverá ser entregue ao interessado por escrito, em liguagem clara e acessível. Ela contém informações acerca do negócio oferecido pelo franqueador, devendo obrigatoriamente conter: Histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado; Balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios; Indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador; Descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado; Perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior; Franqueador •Fornecer ao interessado a circular de oferta de franquia que contém informações essenciais para a celebração do contrato; •A circular de oferta deve ser entregue ao interessado no mínimo 10 dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato ou de qualquer pagamento. Franqueado •Pagamento da taxa de adesão; •Pagamento de porcentagem do faturamento; •Venda dos produtos exclusivos indicados pelo fornecedor; •Venda dos produtos conforme tabela de preços fornecida pelo franqueador. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 17 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio; especificações quanto ao total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia, ao valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução e ao valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento; relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfranqueadores da rede; situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador. Caso, a cirlular não seja apresentada no mínimo em 10 dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato ou pagamento de qualquer tipo de taxa ao franqueador, o franqueado poderá requerer a anulação do contrato e exigir a devolução de tudo que já pagou devidamente corrigido, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. A mesma anulabilidade pode ser pleiteada em caso de informações falsas na circualr de oferta. Por fim, destaca-se que o contrato de franquia deve ser registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), conforme o art. 211 da Lei nº 9.279/96, como forma de produzir efeitos em relação a terceiros. Caso não seja levado a registro no INPI, o contrato de franquia possui validade, mas somente produz efeitos entre as partes. Portanto, notemos que o contrato de franquia representa, em suma, prestação de serviços, distribuição de produtos e direito de uso de marca e/ou patente, de maneira continuada. 4 – Contratos Bancários 4.1– Contrato de depósito O contrato de depósito objetiva a custódia ou guarda de bem móvel pelo depositário em favor do depositante, o qual poderá solicitar a qualquer momento a restituição do bem depositado. Notemos, portanto, que a disponibilidade do bem depositado não é transmitida – o depositante possui a total disponibilidade do bem. Este tipo de contrato está previsto no art. 627 e seguinites do CC. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 18 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Bem, o depositário, então, poderá receber retribuição do depositante pelos serviços prestados de guarda e conservação do bem SE assim for acordado em contrato; na omissão de estipulação contratual, a regra é que seja gratuito. Não há prazo para vigorar o contrato. No mais, o contrato de depósito poderá ser duas modalidades, conforme a característica do bem depositado: Obs.: Contrato de mútuo: trata de empréstimos de coisa fungível. O mutuário (depositário) obriga-se a restituir ao mutuante (depositante) a coisa depositada no mesmo gênero, quantidade e qualidade. Aqui o domínio do bem é transferido ao mutuário, que arca com todos os riscos. 4.1.1–Contrato de depósito bancário O depósito bancário aproxima-se do contrato de depósito irregular (bens fungíveis), na medida em que o depositante fornece ao banco depositário a custódia e guarda de seus valores monetários. É o contrato de conta bancária que as pessoas possuem junto aos bancos, ok? Porém, a grande diferença entre o depósito bancário e o depósito irregular é que o banco torna-se proprietário dos valores monetários depositados pelo cliente. Assim, esta é uma relação contratual considerada como fiduciária, pela qual o banco poderá utilizar o bem depositado pelo cliente em outras operações ou despesas. Por fim, há 3 (três) modalidades de depósito bancário: Contrato de Depósito Bens fungíveis O depósito é considerado irregular, pois a devolução será em bens do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Semelhante ao mútuo. Bens infungíveis Os bens depositados são específicos e o depósito é considerado regular, pois a restituição é do próprio bem depositado. Depósito Bancário À vista Quando solicitada, a restituição deve ser imediata pelo banco A pré-aviso A restituição se dará em prazo fixado pelas partes A prazo fixo O depositante somente pode solicitar a restituição após determinada data C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 19 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 4.2–Fomento Mercantil (Factoring) Segundo art. 15, §1º, III, d), da Lei nº 9.249/95 que altera a legislação do imposto de renda sobre pessoas jurídicas, o contrato de factoring seria definido como a prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Já o Professor Fabio Ulhoa Coelho define o contrato de factoring nesses termos: “O fomento mercantil (factoring) é contrato pelo qual um empresário (faturizador) presta a outro (faturizado) serviços de administração do crédito concedido e garante o pagamento das faturas emitidas (maturity factoring). É comum também o contrato abranger a antecipação do crédito, numa operação de financiamento (convencional factoring).” Assim, podemos concluir que, o fomento mercantil ou faturização ou factoring é o contrato por meio do qual uma empresa assume o faturamento da outra, bem como a administraçãode seus créditos junto aos clientes, obrigando-se ao seu pagamento. Então, a parte (faturizador) que assume o faturamento irá cobrar o valor das faturas diretamente dos clientes da outra parte (faturizado). Portanto, o empresário faturizado receberá o pagamento antecipado ou não pelas faturas, sem prestar garantia de que os seus clientes irão pagá-las ao empresário faturizador. Obviamente, que o ganho da faturizador está na compra dessas faturas por valor menor do que aquele representado por elas. Então, temos a seguinte esquematização para fixarmos bem a ideia de fomento mercantil, bem como as suas modalidades: C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 20 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos algumas características do contrato de factoring que podem ser cobrados em prova: Obs.: As empresas de factoring são equiparadas às instituições financeiras por determinação expressa do §2º do art. 1º da LC 105/2001, para fins de sigilo de suas operações. Há julgados no STJ que consideram que as empresas de factoring não se sujeitam à LC 105/2001 por não serem consideradas como instituições financeiras. Logo, fiquem atentos a essa contradição. Fomento mercantil Faturizador adquire as faturas do faturizado Obrigações do faturizador Administrar os créditos do faturizado Pagar ao faturizado o valor das faturas Assume o risco pelo não pagamento pelo devedor Conventional factoring - o faturizado recebe pagamento antecipado, há financiamento e serviço de administração do crédito. Maturity factoring - o faturizado recebe pagamento no vencimento e serviço de administração do crédito. Não há financiamento Factoring Contrato atípico - sem regulamentação legal As empresas de factoring não são instituições financeiras - sem autorização do BACEN Proibidas de exercer atividades típicas de bancos Juros máximos de 12% a.a. em suas operações, conforme a lei de Usura (decisão do STJ) Cessão dos créditos ao faturizador, que assume o risco pelo inadimplemento, salvo estipulação em contrário (art. 296, CC). Não há direito de regresso contra o faturizado. Modalidades C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 21 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 4.3–Arrendamento Mercantil (Leasing) O contrato de arrendamento mercantil ou leasing é formado por duas partes: a empresa arrendadora ou locadora e o cliente arrendatário. O arrendatário escolhe determinado bem e a empresa arrendadora adquire esse bem para ele. O cliente arrendatário, então, detém a posse e o usufruto do bem nos termos do contrato e por prazo determinado. Porém, a propriedade do bem é da arrendadora, beleza? Portanto, no polo da arrendadora temos uma pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima e que deve ter autorização do Banco Central para explorar operações de arrendamento mercantil. No lado do arrendatário, podemos ter tanto uma pessoa jurídica quanto física. Também, importa destacar que o contrato de arrendamento mercantil tem regulamentação específica: 5. (FCC/Juiz Substituto-TJ-GO/2012) Sobre contratos mercantis, é correto afirmar: a) No arrendamento mercantil ou leasing, previsto em lei, o arrendador é necessariamente pessoa jurídica, constituída sob a forma de sociedade anônima, controlada e fiscalizada pelo Banco Central, tendo o contrato por objeto bem móvel ou imóvel. Comentários Correta. Conforme o art. 11 da Res. CMN 2.309/96 o objeto do contrato de leasing pode ser bem móvel ou imóvel. O art. 3º desta resolução também disciplina que a arrendadora seja pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima e autorizada pelo BACEN. Assertiva correta. Leasing Lei 6.099/74 e Res. CMN 2.309/96 Arrendatário (cliente) Bem móvel ou imóvel Arrendadora (empresa) Propriedade Posse e usufruto C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 22 de 66 www.exponencialconcursos.com.br O parágrafo único do art. 1º da Lei nº 6.099/74 define o arrendamento da seguinte forma: “....o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta”. Conforme o art. 11 da Res. CMN 2.309/96 o objeto do contrato de leasing pode ser bem móvel ou imóvel. Os arts. 3º e 4º desta resolução também disciplinam que a arrendadora seja uma pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima e autorizada pelo BACEN. Importa destacar ainda que se aplica à sociedade arrendadora a legislação pertinente às instituições financeiras (Lei nº 4.595/64). Art. 11. Podem ser objeto de arrendamento bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio da arrendatária, segundo as especificações desta. Obs.: Nome empresarial: a expressão “Arrendamento Mercantil” é privativa das sociedades arrendadoras. Uma característica importante e específica do arrendamento mercantil é a opção de no final do contrato o arrendatário adquirir o bem, ou seja, o contrato poderá prever ao arrendatário a opção de compra do bem pagando um valor residual. Também, poderá renovar o contrato por mais um período ou, simplesmente, devolver o bem à empresa arrendadora. Assim, há 3 possibilidades de ação ao arrendatário ao final do contrato: Observemos, então, que o contrato de arrendamento mercantil reflete uma promessa unilateral de venda devido ao fato de que o arrendador concede a opção de compra ao arrendatário. Da mesma maneira, podemos visualisar nessa operação de arrendamento mercantil o instituto do mandato quando o próprio arrendatário se dirige ao vendedor para escolher o bem que será objeto do arrendamento. No mais, o contrato de arrendamento mercantil pode ser considerado de natureza complexa por conta dessa combinação de elementos. Opções do arrendatário Continuar o arrendamento Encerrar o arrendamento Adquirir o bem por valor residual (parcelas pagas mais depreciação) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 23 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Pois bem, ainda é importante sabermos queexistem 3 (três) modalidades de contrato de arrendamento mercantil ou leasing previstas na Lei e na resolução do BACEN: O VRG é previsto somente para o leasing financeiro e não depende do exercício da opção de compra ao final do contrato. Conforme o contrato, o VRG poderá ser pago juntamente com as parcelas, ou seja, o valor residual do bem arrendado será diluído ao longo das parcelas a serem pagas pelo arrendatário. Segundo a súmula 293 do STJ, esta antecipação do valor residual não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil: “A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.” Por fim, qual seria o prazo do contrato de arrendamento mercantil? Há prazo mínimo? Sim, há prazo mínimo. Vejamos: Modalidades de Arrendamento Financeiro Modelo clássico. Arrendadora adquire o bem e o aluga ao arrendatário. Soma das parcelas suficientes para lucro da arrendadora. A assistência técnica a cargo da arrendatária Valor residual inexpressivo. Valor residual garantido (VRG) - antecipação do valor residual do bem Operacional O bem pertence à arrendadora que o aluga. A assistência técnica pode ser de responsabilidade da arrendadora ou da arrendatária. Soma das parcelas no máximo 90% do custo do bem arrendado e prazo contratual inferior a 75% da vida útil do bem. Valor residual expressivo corresponde ao valor de mercado do bem. Lease Back O bem pertence ao arrendatário que o vende à empresa arrendadora que irá arrendá-lo. Ocorre sempre na modalidade financeiro. Envolve necessariamente pessoas jurídicas. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 24 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Prazos: o Leasing Financeiro: 2 (dois) anos, compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil igual "ou inferior a 5 (cinco) anos; 3 (dois) anos, compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil superior a 5 (cinco) anos. o Leasing Operacional: 90 (noventa) dias. Obs.: Em caso de inadimplemento do arrendatário, pode-se utilizar de ação de reintegração de posse. E sobre a mora nos contratos de arrendamento mercantil, há a sumula 369 do STJ: “No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”. 6. (FCC / Juiz Substituto-TJ-GO / 2012) Sobre contratos mercantis, é correto afirmar: e) contrato de arrendamento mercantil, segundo a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, é descaracterizado pela cobrança antecipada do valor residual garantido, tornando-se um contrato de compra e venda de execução imediata. Comentários Incorreta, pois segundo a súmula 293 do STJ “A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil”. 3 ANOS P/ bem com vida útil até 5 anos Leasing Financeiro Entrega do bem Para os demais bens Já para o leasing operacional o prazo mínimo de contrato é de 90 dias (art. 8º, II, Res. CMN 2.309/96). 2 ANOS Data de vencimento da última contraprestação C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 25 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 4.4–Alienação Fiduciária em Garantia No contrato de alienação fiduciária em garantia há duas partes: o devedor fiduciante e o credor fiduciário. O fiduciante transfere a propriedade um bem (móvel ou imóvel) ao fiduciário com a finalidade de garantir determinada obrigação prevista em contrato. O fiduciário, então, tem a propriedade, mas a posse indireta do bem; a posse direita fica com o fiduciante que pode usufruir do bem. Caso o fiduciante cumpra as suas obrigações, o fiduciário devolverá a propriedade do bem (condição resolutiva). Portanto, a propriedade fiduciária é um direito real de garantia da satisfação de crédito; é um direito acessório. Assim, o contrato de alienação fiduciária em garantia é considerado um contrato-meio, pois propicia a realização de outros negócios. No Brasil, o contrato de alienação fiduciária em garantia é bastante usado quando o comprador adquire crédito para comprar veículos. O credor fica com a propriedade do veículo como garantia do pagamento da dívida de financiamento pelo comprador, que fica impedido de negociar o veículo com terceiros, mas poderá usar normalmente o veículo. Vejamos o seguinte esquema para fixarmos os conceitos: Bem, por fim destacamos alguns aspectos conforme o instrumento legislativo que regula o contrato de alienação fiduciária em garantia: Lei nº 4.728/65, art. 66-B – No âmbito do Mercado Financeiro e de Capitais ou em garantia de créditos fiscais ou previdenciários; Lei nº 9.514/97 – Alienação fiduciária de coisa imóvel; Alienação Fiduciária Fiduciante (devedor) Fiduciário (credor) Bem móvel ou imóvel É garantia de pagamento da dívida pelo fiduciante Condição resolutiva - saldando a dívida, a propriedade do bem passa ao fiduciante É contrato-meio C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 26 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Decreto-lei nº 911/69 – Normas processuais sobre alienação fiduciária; Código Civil, art. 1.361 – Propriedade fiduciária de bens móveis. No caso de inadimplemento da obrigação do devedor fiduciante, o credor fiduciário poderá vender o bem a terceiros e com o valor da venda saldar o seu crédito. Havendo sobra, deverá ser entregue ao devedor. Se o valor da venda não bastar para saldar o crédito, o devedor continuará obrigado a pagar o saldo devedor. Ressalta-se que o credor não poderá simplesmente ficar com bem se a dívida não for paga no vencimento; qualquer cláusula que a autorize É NULA. Pois bem, pessoal. Esta foi a parte teórica de hoje. A seguir temos uma lista de questões sobre contratos mercantis, ok? Abraços e bons estudos! Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 27 de 66 www.exponencialconcursos.com.br5 – Questões comentadas 7.(FCC/Juiz Substituto-TJ-GO/2015) Acerca do contrato de franquia empresarial, é correto afirmar: a) O franqueado poderá requerer a sua anulação se não lhe tiver sido fornecida a circular de oferta de franquia com a antecedência prevista em lei, ainda que não a tenha requerido previamente por escrito ao franqueador. b) Deve ser escrito e assinado na presença de 2 testemunhas e só terá validade depois de registrado em cartório ou órgão público. c) Estabelece vínculo empregatício entre franqueador e franqueado. d) A falsidade das informações contidas na circular de oferta de franquia entregue ao franqueado o torna nulo de pleno direito, e não meramente anulável. e) Atualmente não é disciplinado por lei especial ou extravagante, sendo regido exclusivamente pelo Código Civil. Comentários a) É a nossa resposta, conforme o art. 4º, §único da Lei nº 8.955/94. b) Incorreta, pois o contrato de franquia terá validade independente de ser levado a registro em cartório ou órgão público (art. 6º). Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. c) Incorreta, pois não há caracterização de vínculo empregatício entre as partes. Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. d) Incorreta, informações falsas tornam o contrato anulável e não nulo de pleno direito como sugere a alternativa. Art. 7º A sanção prevista no parágrafo único do art. 4º desta lei aplica- se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. e) Incorreta, o contrato de franquia é disciplinado pela Lei nº 8.955/94. Art. 1º Os contratos de franquia empresarial são disciplinados por esta lei. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 28 de 66 www.exponencialconcursos.com.br 8.(FCC / Juiz do Trabalho-TRT-24ª / 2014) No que se refere aos contratos a seguir discriminados, é correto afirmar: a) Pelo contrato de factoring ou faturização, privativamente uma instituição financeira, ela assume o crédito proveniente de vendas mercantis, pagando ao cedente sempre antecipadamente o valor ajustado, mediante desconto de juros bancários e comissão pela administração do crédito adquirido. b) Na representação mercantil, uma das partes obriga-se, contra retribuição ajustada com o representado, a promover com exclusividade, necessariamente, a realização de operações mercantis em determinada região, agenciando pedidos em benefício do representado. c) Pelo contrato de leasing uma instituição financeira, ou um particular, concede a uma pessoa física ou jurídica, pelo prazo mínimo de 24 meses, o direito de utilizar máquinas ou veículos que adquiriu para esse fim, cobrando-lhe aluguel por esse uso temporário e admitindo que, a certo tempo, declare opção de compra, pagando o preço residual do bem. d) Alienação fiduciária em garantia é o negócio jurídico pelo qual o devedor fiduciante, para garantir o pagamento da dívida, transmite ao credor fiduciário a propriedade de um bem, retendo-lhe a posse direta, sob a condição resolutiva de saldar o débito. e) Pelo contrato de franchising ou franquia um empresário cede a outro a marca de seu produto, sempre mediante assistência técnica e financeira, para sua comercialização, recebendo em troca a remuneração previamente ajustada. Comentários d) É o nosso gabarito. Está conforme a nossa definição que vimos mais acima. Segue a definição do Professor Fabio Ulhoa Coelho: “A alienação fiduciária é o contrato pelo qual uma das partes (fiduciante) aliena um bem para a outra (fiduciário) sob a condição de ele ser restituído à sua propriedade quando verificado determinado fato. Trata- se de contrato-meio, que instrumentaliza outros contratos. A alienação fiduciária em garantia é a alienação fiduciária que instrumentaliza o mútuo, sendo mutuário o fiduciante e mutuante o fiduciário.”. a) Incorreta. Há dois possíveis erros sobre o contrato de factoring: considerar a empresa de factoring uma instituição financeira e usar a expressão “sempre”, pois há um tipo de factoring onde ocorre o pagamento antecipado. Relembremos: C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 29 de 66 www.exponencialconcursos.com.br b) Incorreta, pois o representante pode representar outro representado se nada expressamente for dito em contrário. c) Incorreta. O erro está no prazo. Relembremos: Prazos: o Leasing Financeiro: 2 (dois) anos, compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil igual "ou inferior a 5 (cinco) anos; 3 (dois) anos, compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil superior a 5 (cinco) anos. o Leasing Operacional: 90 (noventa) dias. e) Incorreta, pois o que é cedido é o uso da marca e não a própria marca. Além disso, nem sempre é prestada a assistência técnica. Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Fomento mercantil Faturizador adquire as faturas do faturizado Obrigações do faturizador Administrar os créditos do faturizado Pagar ao faturizado o valor das faturas Assume o risco pelo não pagamento pelo devedor Conventional factoring - o faturizado recebe pagamento antecipado, há financiamento e serviço de administração do crédito. Maturity factoring - o faturizado recebe pagamento no vencimento e serviço de administração do crédito. Não há financiamento Modalidades C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 30 de 66 www.exponencialconcursos.com.br9.(FCC / Juiz Substituto-TJ-GO / 2012) Sobre contratos mercantis, é correto afirmar: d) Na alienação fiduciária em garantia, é possível ao credor fiduciário ficar com o bem objeto do contrato como consequência contratual do inadimplemento do devedor fiduciante, com a perda por este das prestações eventualmente pagas. Comentários O credor fiduciário NÃO poderá ficar com o bem em caso de inadimplemento. O procedimento neste caso é a venda do bem a terceiros para que com o valor da venda cubra a dívida do devedor e as despesas de cobrança (art. 1.364 e 1.365, CC; art. 3º do DL 911/69). Gabarito: Incorreta. Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta. Art. 3o O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário 10.(FCC/Juiz Substituto-TJ-GO/2012) Sobre contratos mercantis, é correto afirmar: d) No contrato de franquia um empresário, denominado franqueador, detentor de marca ou produto, concede, mediante remuneração, o seu uso a outra pessoa, denominada franqueado, que a explorará mediante vínculo empregatício com o franqueador. Comentários Incorreta. Não há vínculo empregatício entre franqueador e franqueado no contrato de franquia (art. 2º da Lei nº 8.955/94). 11.(FCC/Procurador-TCM-BA/2011)Os contratos empresariais: a) de prestação de serviço não admitem convencionar por mais de quatro anos, embora tenham por causa o pagamento de dívida do prestador ou se destinem à execução de certa e determinada obra. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 31 de 66 www.exponencialconcursos.com.br Comentários Correta. O contrato de prestação de serviço está regulado pelo art. 593 e seguintes do CC. São normas gerais que não englobam expressamente os contratos sujeitos ao regime trabalhista e previstos em lei especial. Não é um tema muito cobrado em prova, mas não custa darmos uma “pincelada de leve”, já que temos esta questão, certo? Assim, notemos o esquema abaixo: Portanto, conforme o art. 598 do CC, o prazo máximo que poderá ser convencionado no contrato de prestação de serviço é de 4 anos, mesmo que o objetivo do contrato seja o pagamento de dívida pelo prestador ou a execução de obra certa. Assim, a afirmativa da questão está correta. 12.(FCC/Procurador-TCM-BA/2011)Os contratos empresariais: c) válidos são os contratos típicos, vedada a celebração de contratos atípicos. Comentários Incorreta. Como vimos, por contrato atípico, entende-se aquele que não se encontra regulamento em lei, ficando à mercê da vontade das partes a sua estrutura. O art. 425 do CC prevê a possibilidade das partes celebrarem contratos atípicos, devendo observar as normas gerais dos contratos. Logo, afirmativa está incorreta. 13.(FCC/Procurador-MPE-CE/2009) Em relação a contratos mercantis, é correto afirmar que: a) por sua natureza, o mandato mercantil pode ser oneroso ou gratuito. b) a compra e venda é mercantil quando o vendedor ou comprador são empresários, podendo uma das partes sê-lo ou não. c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a bens móveis. d) as empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações. Contrato de prestação de serviços Uma das partes é analfabeta - pode assinatura a rogo e subscrito por duas testemunhas Prazo máximo convecionado entre as partes: 4 (quatro) anos Omissão de prazo e impossibilidade de inferir: qualquer das partes pode encerrar o contrato, mediante aviso prévio. Aviso prévio: 8 dias, se o salário for no mín. mensal; 4 dias, se for por semana ou quinzena; na véspera, se contratado por menos de sete dias. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 09 Prof.º Wangney Ilco 32 de 66 www.exponencialconcursos.com.br e) arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra compulsória do bem locado ao término da locação. Comentários a) Incorreta, pois ao se tratar de contrato empresarial ou mercantil, a onerosidade é obrigatória do mandato. Caso o contrato de mandato seja civil, presume-se ser gratuito quando não houver sido pactuado a retribuição nos termos do art. 658 do CC. b) Incorreta, pois os contratos mercantis são celebrados por partes empresárias. c) Incorreta. A alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto tanto bens móveis quanto imóveis (art. 22, Lei nº 9.514/97). d) Correta. Como vimos, por força do §2º do art. 1º da LC nº 105/2001, as empresas de fomento mercantil são equiparadas às instituições financeiras e, portanto, devem manter o sigilo sobre as suas operações. e) Incorreta. No arrendamento mercantil é opcional a compra do bem pelo arrendatário ao final do contrato. O contrato deve conter essa cláusula de opção (art. 7º, VI, Res. CMN 2.309/96 e art. 5º, alínea c, Lei nº 6.099/74). 14.(FCC/ICMS-DF/2001) O arrendamento mercantil ou leasing: a) é um contrato de natureza complexa, compreendendo uma locação, uma promessa unilateral de venda e, às vezes um mandato, quando é o próprio arrendatário quem trata com o vendedor na escolha do bem. b) é um contrato de natureza composta porque compreende suas operações bancárias, uma delas denominada del credere bancário e a outra operação de câmbio. c) compreende uma compra e venda, posto que os objetos comprados, necessariamente móveis ou semoventes, são destinados a revenda ou a cessão, bem como a exigência de ser o comerciante o comprador e o vendedor. d) é um contrato de natureza simples, porque compreende um direito real de garantia e uma promessa bilateral de compra e venda, o que resulta na imediata titularidade do bem imóvel, o que não ocorre com os móveis. e) compreende uma prestação de serviço ou aquisição de produto, aproximando-se da cessão, a título gratuito, assim como, de um contrato de fornecimento e distribuição. Comentários Letra “a”. O arrendamento mercantil é considerado contrato de natureza complexa, como vimos em nossa aula. Assim, pode compreender uma promessa unilateral de compra e venda, já que ao final do contrato há a C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id
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