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Fraturas Ósseas em Animais

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1 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
Definição 
Presença de uma solução de continuidade em um osso 
 
Origem 
Trauma, doença óssea metabólica, nutricional, tumoral, infecciosa 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Quanto ao Grau de Fratura 
 Completa 
Separa o osso em duas partes 
 
 Incompleta 
Não separa - fissura, galho verde 
 
Quanto a Fragmentação 
 Simples 
Dois fragmentos ósseos 
 
 Cominutiva 
Mais de dois fragmentos ósseos 
 
Quanto a Exposição Óssea 
 Aberta / exposta 
Parte do osso sai pra fora – pode se contaminar 
 
 Fechada 
 
Quanto a Linha de Fratura 
 Transversa 
As linhas de fratura possuem um ângulo reta com o 
periósteo 
 
 Obliqua 
As linhas de fratura não fazem um ângulo reto 
 
 Espiral ou Torsão 
Visualização maior da superfície interna do osso 
Fraturas 
a – obliqua ou cunha b – transversa c – espiral 
 
cominutiva 
 
2 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
Fratura Completa Fratura Exposta 
 
 
 
 
 
 
Fratura Transversa Fratura Cominutiva 
 
 
 
 
 
 
Fratura terso médio de raido e ulna 
• Fratura simples, completa, obliqua 
 
 
Fratura simples, completa, transversa, 
do terso proximal do fêmur esquerdo, 
com desvio do eixo anatômico 
 
Fratura cominutiva, completa 
(mais de dois fragmentos) 
 
3 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
FRATURA POR AVULSÃO / EM LASCA 
O fragmento ósseo é arrancado no ponto de inserção de um tendão, musculo 
ou ligamento. Esse tipo de fratura ocorre próximo ou na própria margem 
articular 
• Chamada também de “fratura por arrancamento” 
• Comum nos sesamoideos, calcâneo 
 
 
 
Classificação de Salter-Harris (1963) 
Leva em consideração a cartilagem de crescimento (epifisárias em animais em 
crescimento) 
1. Separação completa do disco de crescimento, sem outra fratura 
• Epífise separa da metáfise 
2. Estende-se pela fise e atinge a metáfise 
• Metáfise atingida 
3. Atinge a fise e a epífise 
4. Desde a metáfise até a epífise, cruzando a fise 
• Os dois são atingidos 
5. Compressão da fise 
6. Ponte periostal entre a epífise e a metáfise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
RADIOGRAFIA EM CASO DE FRATURA 
Identifica o tipo de fratura e informa pro cirurgião as medidas a serem tomadas 
• Confirma o diagnóstico clínico 
• Mostra a posição, natureza da fratura e orienta o cirurgião para o 
tratamento 
• Acompanha o desenvolvimento da patologia 
• Radiografia pré, trans (feito no meio da cirurgia) e pós cirúrgica 
 
 Sempre fazer duas posições, no mínimo 
 Não confundir linha epifisária com fratura 
 Sempre mencionar o local da fratura: proximal, medial, distal, epífise proximal, 
distal, metáfise proximal, distal, etc 
 Cuidado com linhas de fraturas e partes moles 
 
 
 Vista médio lateral Vista crânio caudal 
 
 
o Fratura intercondilar 
o Fratura simples, completa, intercondilar, com desvio do eixo anatômico 
 
5 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
CICATRIZAÇÃO 
 
 
Depois de fraturar (separou), os bordos da fratura ficam espiculados. Quando 
tem fratura, tem processo inflamatório (edema → vasodilatação → sangue em 
direção à fratura → hemorragia → mudança do pH). Nas primeiras horas, o 
próprio organismo vai reabsorver o tecido ósseo, formando a reabsorção do 
tecido ósseo. 
Com o tempo, começa a ter formação de um calo ósseo, chamado calo 
cartilaginoso (C), é o primeiro calo - não é visto no raio-x, e depois é formado o 
calo verdadeiro, chamado calo ósseo verdadeiro (D), até cicatrizar. 
 
Características 
• Aumento da vascularização local, vasodilatação 
• Mudança do pH do fluido tecidual 
• Atividade osteoclástica, reabsorção óssea 
• Organização do hematoma 
• Início do processo de mineralização 
o Formação do calo ósseo (cartilaginoso) 
• De início o calo é largo e de superfície irregular, havendo mais tarde 
uma remodelação 
• Animais jovens recuperam mais rápido 
• Doenças locais ou metabólicas podem acarretar retardo na cicatrização 
 
Formação 
de calo 
ósseo 
 
 
 
 
 
6 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
VISUALIZAÇÃO RADIOGRÁFICA DE UMA FRATURA 
 
• Fratura recente 
o Linha de fratura bem definida, tecido adjacente bem definido 
 
• 1 semana à 10 dias 
o Linha de fratura bem visualizada 
o Diminuição do edema, bordas não afiadas (atividade 
osteoclástica) 
 
• Após 2 – 3 semanas 
o Evidenciais de reação periostal – alguma mineralização 
 
• 4 – 8 semanas 
o Preenchimento total da linha de fratura, com calo exuberante e 
ponte óssea 
 
• 8 – 12 semanas 
o Remodelação do calo, incorporação do mesmo à estrutura óssea 
 
 O processo pode demorar meses 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESOLUÇÃO DE FRATURA 
• Idade: mais rápido nos jovens 
o Calos mais exuberantes e reações periostais mais intensas 
 
• Vascularização 
o Quanto maior for a irrigação maior será a cicatrização 
 
• Localização anatômica 
o Fraturas metafisárias consolidam-se mais rapidamente que a 
diafisária. 
o Fraturas de epífise, cabeça de fêmur e colo femural pode ocorrer 
uma osteólise se não tiver boa imobilização 
 
• Em raças pequenas 
o Fratura de tíbia são propensas a complicações, devido a pobre 
vascularização, assim como de rádio e ulna 
 
• Alinhamento correto 
o Se não alinhar corretamente, não vai ter um bom calo ósseo 
o Evitar metalose (rejeição do material inserido) 
 
7 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
NÃO UINÃO ÓSSEA 
Causas 
• Imobilização inadequada 
• Margens de fratura muito grandes 
• Perda de suprimento sanguíneo 
• Infecção 
Quebra de pino – ruim calo ósseo 
Fratura de terso médio de radio e 
ulna 
 
8 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
• Compressão 
• Quantidade excessiva de implantes 
• Cominução severa 
• Material não apropriado ao implante 
o Ex: pino com aro de bicicleta 
• Pós operatório impróprio 
• Fatores metabólicos 
Normalmente visto em raças pequenas de cães, e a região mais afetada é: 
radio, ulna, tíbia e fíbula 
 
Sinais radiográficos 
• Linha de fratura clara e visível 
• Formação pobre do calo ósseo, sem ponte óssea definida 
• Esclerose ao redor da linha de fratura – “pé de elefante” 
• Diminuição da radiopacidade no osso afetado, devido a falta de uso 
(osteopenia), principalmente na extremidade distal 
 
 
A: linha de fratura B: hipertrófica, tem o “pé de elefante” 
 visível 
 
MÁ UNIÃO ÓSSEA 
Ocorre quando não tem um alinhamento perfeito entre as partes fraturadas 
• Artrite secundária devido ao estresse 
 
 
 
 
 
 
 
RX fora do eixo anatômico, pseudoartrose 
 
- para corrigir tem que fraturar 
novamente e colocar pino/placa

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