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ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO E CINÉTICA DE EQUILÍBRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: Christovam de Carvalho Almeida 
Filipe Siman Assis Alves 
Juliana Barcellos da Silva Sacramento 
Letícia Menezes de Morais 
 
Orientadora: Dr. Letícia Fabri Turetta 
 
 
 
 
 
 
 
Coronel Fabriciano - MG 
Fevereiro/2022 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 4 
2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 4 
2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 4 
3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 
4 MATERIAIS E METÓDO.......................................................................................... 6 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 7 
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 16 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Segundo NASCIMENTO et al. (2014) a adsorção pode ser definida como uma 
operação de transferência de massa que tem como finalidade estudar habilidades de 
certos sólidos em concentrar na sua superfície determinadas substâncias existentes 
em fluidos líquidos ou gasosos, possibilitando assim a separação dos componentes 
desses fluidos. Dessa forma, uma vez que os componentes adsorvidos concentram-
se sobre a superfície externa, quanto maior for esta superfície por unidade de massa 
sólida mais favorável será a adsorção. 
Sabe-se que o processo de adsorção pode ocorrer por meio de duas formas diferentes 
de interação entre as moléculas do meio fluido e as do sólido: a adsorção física 
(fisissorção) quando envolve interações relativamente fracas, por meio de uma 
diferença de energia ou forças de atração chamada força de Van der Waals e a 
adsorção química (quimissorção), quando ocorre uma interação de natureza química, 
envolvendo uma troca ou partilha de elétrons entre as moléculas do adsorvato e a 
superfície do adsorvente. No entanto, em certas ocasiões, os dois tipos de interações 
podem ocorrer simultaneamente (RUTHVEN, 1984). 
De acordo com DOMINGUES (2005) a natureza físico-química do adsorvente é fator 
determinante, visto que a capacidade e a taxa de adsorção dependem da área 
superficial específica, porosidade, volume específico de poros, distribuição do 
tamanho de poros, dos grupos funcionais presentes na superfície do adsorvente e da 
natureza do material precursor. 
É válido ressaltar que os estudos cinéticos são de extrema importância, tendo em vista 
que é através dos modelos cinéticos que se obtém informações sobre o 
comportamento adsorvato-adsorvente e eficiência do processo de adsorção 
(OLIVEIRA, 2009). 
4 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivo geral 
 Determinar a cinética de adsorção, os parâmetros cinéticos e equilíbrio de 
adsorção de um ácido carboxílico em carvão ativado de maneira a colocar em 
prática os conhecimentos adquiridos na disciplina de cinética. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 Realizar o cálculo da concentração final de cada solução de ácido e 
montar o gráfico da concentração do ácido em função do tempo. 
 Obter a concentração de equilíbrio. 
 Construir as isotermas de adsorção. 
 Determinar os parâmetros para as equações de isoterma de Langmuir e de 
Freundlich. 
 Avaliar as vantagens e desvantagens para cada isoterma de adsorção. 
 Comparar a análise titulométrica e gravimétrica para a obtenção da quantidade 
de ácido adsorvida no carvão ativado. 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
A adsorção é um fenômeno físico-químico que pode ser definido como um processo 
de acumulação ou a concentração de substâncias em uma superfície ou interface. 
Durante este processo, um componente de uma fase gasosa ou líquida é transferido 
para superfície de uma fase sólida (PETRONI, 2004). 
Dessa forma, quando as moléculas do adsorvato entram em contato com um 
adsorvente, ocorrerá uma força de atração entre o sólido e as moléculas do fluido que 
poderá provocar a sua fixação na superfície do sólido. Essa intensidade está 
relacionada com a natureza do sólido e com o tipo de moléculas adsorvidas, como 
também pode variar com fatores pressão, temperatura e o processo a ser empregado 
na preparação do adsorvente. Faz-se necessário reiterar que a atração do adsorvente 
por alguns tipos de moléculas é tão forte que praticamente todas as moléculas 
5 
 
incidentes ficarão retidas até saturar os sítios ativos ou até que as condições da 
superfície sejam alteradas de forma a reduzir as forças de atração (GOMIDE, 1980). 
Acredita-se que uma das características mais importantes de um adsorvente é a 
quantidade de substâncias que possa acumular ou possa ser retirada da superfície do 
mesmo. Assim, uma forma que descreva essa acumulação é expressar a quantidade 
de substância adsorvida por quantidade de adsorvente (Qe) em função da 
concentração de adsorvato (Ce) em solução. Uma expressão desse tipo denomina-se 
isoterma de adsorção (LETTERMAN, 1999.; OSCIK e COOPER 1982). 
Isotermas podem ser definidas como diagramas que mostram a variação da 
concentração de equilíbrio no sólido adsorvente com a pressão parcial ou 
concentração da fase líquida, em uma determinada temperatura (NASCIMENTO et 
al., 2014). 
Existem alguns tipos de isotermas, O modelo de Langmuir (1918), que considera 
adsorção sobre a superfície do adsorvente em uma camada, foi inicialmente 
desenvolvido para representar a quimissorção em sítios diferentes de adsorção 
(RUTHVEN, 1984). A equação 1 relaciona a cobertura de moléculas em uma 
superfície sólida a uma temperatura fixa. A equação de Langmuir tem a seguinte forma 
(FEBRIANTO et al., 2009): 
𝑞𝑒 = 𝑞𝑚𝑎𝑥
(𝐾𝐿𝐶𝑒)
(1 + 𝐾𝐿𝐶𝐸)
 (𝐸𝑞. 1) 
A equação 2 frequentemente usada para formas lineares para determinar valores 
como o de KL possui a seguinte forma: 
𝐶𝑒
𝑞𝑒
=
1
𝑞𝑚𝑎𝑥
𝐶𝑒 +
1
𝐾𝐿𝑞𝑚𝑎𝑥
 (𝐸𝑞. 2) 
Já a equação de Freundlich (equação 3) sugere que a energia de adsorção decresce 
logaritmicamente, à medida que a superfície vai se tornando coberta pelo soluto, o 
que a diferencia da equação de Langmuir. O modelo de Freundlich pode ser derivado 
teoricamente ao se considerar que o decréscimo na energia de adsorção com o 
aumento da superfície coberta pelo soluto é devido à heterogeneidade da superfície 
(Bohn et al., 1979). 
6 
 
𝑜𝑔𝑞𝑒 = 𝑙𝑜𝑔𝐾𝑓 +
1
𝑛
𝑙𝑜𝑔𝐶𝑒 (𝐸𝑞. 3) 
Por fim, os métodos gravimétricos são quantitativos e tem como objetivo a 
determinação de massa de um composto ao qual o analito está quimicamente 
relacionado. Realiza-se através da medida de massa em uma balança analítica, um 
instrumento que fornece dados exatos e precisos (WEST et al., 2014). 
4 MATERIAIS E METÓDO 
 Ácido propanóico P.A. (100 mL) 
 Hidróxido de sódio 0,05 M padronizado (1,0 L) 
 Fenolftaleína 1% (100 mL) 
 Carvão ativado granular (10 g) 
 Balão Volumétrico 250 ml (5 unidades) 
 Erlenmeyer 125 mL ou 250 mL (10 unidades) 
 Pipeta graduada 1 mL (1 unidade) 
 Pipeta graduada 2 ml (1 unidade) 
 Pipeta volumétrica 10 mL (5 unidades) 
 Béquer 250 mL (5 unidades) 
 Béquer 150 mL (1 unidade) 
 Bureta 25 mL ou 50 mL (3) 
 Funil de filtração (5 unidades) 
 Vidro de relógio (10 unidades) 
 Papel de filtro (5 unidades) 
 Cronômetro (1 unidade) 
Primeiro foi realizado os cálculos do volume necessário de ácido para preparar as 
soluções. Em seguida, preparou-se5 soluções do ácido propanóico com 
concentrações de 0,02 M; 0,04 M; 0,06 M; 0,08 M e 0,1 M, cada uma com 250 mL. 
Em 5 béqueres de 250 mL colocou-se 1,5 g de carvão ativado granulado em cada um. 
Assim, foi adicionado em cada um desses béqueres os 250 mL de cada solução 
preparada e marcou-se o início da operação. As soluções foram colocadas em 
agitadores magnéticos. Depois, retirou-se uma alíquota de 10 mL de cada solução a 
cada 15 minutos até obter-se 3 medidas consecutivas iguais. Posteriormente, as 
7 
 
alíquotas de 10 mL foram tituladas com uma solução de hidróxido de sódio 0,05 M, 
em presença de fenolftaleína e anotou-se o volume gasto em cada. Por último, as 
soluções que não foram tituladas foram deixadas em repouso, filtrou-se o carvão 
ativado e após seco o mesmo foi pesado. 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Primeiro, foi realizado o cálculo a fim de se obter os volumes necessários para 
preparar as soluções de ácido propanoico para assim preparar as soluções com as 
concentrações especificadas. A princípio, faz-se preciso encontrar a massa adequada 
para a preparação da solução. Utilizou-se para calcular a equação 4: 
 𝑚 = 𝐶 × 𝑀𝑀 × 𝑉 (𝐸𝑞. 4) 
Onde: 
m = Massa da solução (g); 
C = Concentração molar da solução (M ou mol/L) 
MM = Massa molar da solução (g/mol) 
V = Volume da solução. (L) 
A Tabela 1 abaixo contém os resultados obtidos utilizando para a massa molar do 
ácido propanoico 74,08 g/mol e volume de 0,250 L. 
Tabela 1. Massa necessária para a preparação da solução. 
Concentração (M) Massa (g) 
0,02 0,3704 
0,04 0,7408 
0,06 1,1112 
0,08 1,4816 
0,1 1,852 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Depois de encontrar a massa precisa para a preparação das soluções, descobriu-se 
o volume a partir da equação 5 considerando ρ= 0,99 g/mL. 
𝑉 =
𝑚
𝜌
 (𝐸𝑞. 5) 
Onde: 
8 
 
V = volume do ácido propanoico (mL); 
m = massa do ácido propanoico (g); 
ρ = massa específica do ácido propanoico (g/mL); 
No entanto, a solução do ácido propanoico usada possuía 99,5% de grau de pureza, 
dessa forma realizou-se a correção do volume através de uma regra de 3. 
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 99,5 
 𝑋 100 
No qual X será o valor do volume de ácido propanoico que deverá ser utilizado. Os 
volumes encontrados estão expressos na Tabela 2. 
Tabela 2. Volume utilizado para preparação das soluções 
Concentração 
(M) Volume (mL) 
0,02 0,368 
0,04 0,737 
0,06 1,105 
0,08 1,474 
0,1 1,843 
Fonte: Autores, 2021 
 
Em seguida, após executar o preparo das soluções, adicionou-se 1,5 g de carvão e 
titulou-se com NaOH todas as soluções de diferentes concentrações a cada 15 
minutos. Na Tabela 3 é possível visualizar os volumes consumidos do titulante. 
 Tabela 3. Volume gasto (em mL) de NaOH na titulação do ácido propanoico. 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Ademais, ao analisar a estequiometria da reação que ocorre na titulação pode-se 
concluir que a mesma tem proporção 1:1, dessa forma o ácido propanoico também 
Tempo Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M 
0 min 5,6 8,2 11,8 16,3 19,9 
15 min 4,7 7,5 11,9 15,7 20 
30min 4 8 11,7 15,5 19,6 
45min 3,8 7,7 11,5 15,2 19 
60min 3,8 7,5 11,5 15 19,4 
75min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 
90 min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 
105min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 
9 
 
terá o mesmo número de mol que o hidróxido de sódio possui (0,05 M). Assim, foi 
possível encontrar a concentração final de cada solução de ácido a partir da equação 
6: 
𝐶1 × 𝑉1 = 𝐶2 × 𝑉2 (𝐸𝑞. 6) 
Onde: 
C1 = a concentração inicial do ácido propanoico; 
V1 = volume gasto para a titulação; 
V2 = volume da alíquota; 
C2 = concentração final do ácido propanoico; 
Os valores obtidos da concentração final de cada solução de ácido estão descritos na 
Tabela 4 a seguir. 
Tabela 4. Concentração final de cada solução de ácido propanoico. 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Já o gráfico da concentração do ácido propanoico em função do tempo está expresso 
na Figura 1. 
Tempo Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M 
0 min 0,028 0,041 0,059 0,0815 0,0995 
15 min 0,0235 0,0375 0,0595 0,0785 0,1 
30 min 0,02 0,04 0,0585 0,0775 0,098 
45 min 0,019 0,0385 0,0575 0,076 0,095 
60 min 0,019 0,0375 0,0575 0,075 0,097 
75 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 
90 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 
105 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 
10 
 
Figura 1. Concentração de Ácido Propanoico X Tempo. 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Ao observar a tabela e o gráfico pode-se tirar como conclusão que a concentração do 
ácido propanoico na concentração 0,02 M foi diminuindo conforme o tempo foi 
passando até finalmente estagnar em uma concentração onde encontrou-se em 
equilíbrio. Entretanto, um leve aumento que foi apresentado em todas outras 
concentrações ocorreu provavelmente devido a erros cometidos ao realizar a 
titulação. 
Posteriormente, por meio da titulação foi obtida a concentração de equilíbrio de cada 
solução, a mesma representa o momento em que não ocorre mais queda da 
concentração do adsorvato. As constantes de equilíbrio encontradas estão 
representadas na Tabela 5 abaixo. 
Tabela 5. Concentrações iniciais e concentrações de equilíbrio. 
Solução CO CE 
0,02M 0,028 0,0185 
0,04M 0,041 0,0365 
0,06M 0,059 0,057 
0,08M 0,0815 0,074 
0,10M 0,0995 0,095 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Agora, já é possível encontrar a quantidade adsorvida em equilíbrio por unidade de 
massa de adsorvente (qE) através da equação 7. 
𝑞𝐸 =
𝑉 × (𝐶𝑜 − 𝐶𝑒)
𝑀𝑠
 (𝐸𝑞. 7) 
0,028
0,0235 0,02 0,019 0,019 0,0185 0,0185 0,0185
0,041 0,0375 0,04 0,0385 0,0375 0,0365 0,0365 0,0365
0,059 0,0595 0,0585 0,0575 0,0575 0,057 0,057 0,057
0,0815 0,0785 0,0775 0,076 0,075 0,074 0,074 0,074
0,0995 0,1 0,098 0,095 0,097 0,095 0,095 0,095
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0 20 40 60 80 100 120
C
o
n
ce
n
tr
a
çã
o
 (
M
)
Tempo (min)
Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M
11 
 
Onde: 
qE = Quantidade adsorvida em equilíbrio por unidade de massa de adsorvente; 
V = Volume da solução; 
Ms = Massa do carvão ativado pesado antes de realizar a adsorção; 
Co = Concentração inicial; 
Ce = Concentração equilíbrio; 
A Tabela 6 abaixo apresenta os valores de quantidade adsorvida por grama de 
adsorvente (Qe) obtidos através da equação 7. 
Tabela 6. Valores de qE. 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Uma vez determinada as concentrações e as quantidades que foram adsorvidas por 
unidade de massa de carvão, os dados podem ser avaliados por isotermas de 
adsorção. 
Possuindo CE e qE, plotou-se as isotermas de Langmuir e então foi realizada a 
representação dos dados experimentais em equilíbrio. Para isso, utilizou a equação 
de Langmuir (equação 8). 
1
𝑞𝐸
=
1
𝑏𝑞𝑚𝑐𝑒
+
1
𝑞𝑚
 (𝐸𝑞. 8) 
Essa equação é responsável por descrever uma reta de 1/qE em função de 1/ce, no 
qual o coeficiente angular será igual a 1/qm.b e o coeficiente linear igual a 1/qm. Dessa 
forma, é possível encontrar os parâmetros qm e b. A Tabela 7 contém os dados 
utilizados para plotar a Isoterma de Langmuir. 
 
 
Soluções Co (g/L) Ce (g/L) qE (g/g) 
0,02 M 0,028 0,0185 0,001583 
0,04 M 0,041 0,0365 0,00075 
0,06 M 0,059 0,057 0,000333 
0,08 M 0,0815 0,074 0,00125 
0,10 M 0,0995 0,095 0,00075 
12 
 
 
Tabela 7. Dados utilizados para plotar a Isoterma de Langmuir. 
Soluções 1/CE 1/qE 
0,02 54,05405 631,5789 
0,04 27,39726 1333,333 
0,06 17,54386 3000 
0,08 13,51351 800 
0,1 10,52632 1333,333 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Após linearizar os dados, plotou-se o gráfico da Isoterma de Adsorção de Langmuir 
do ácido acético, conforme Figura 2 abaixo. 
Figura 2. Isoterma de Langmuir 
 
Fonte: Autores, 2022. 
 
A equação da reta encontrada foi y = -21,282x + 1943,3 tendo r2 = 0,1605.Assim, 
observando os dados obtidos, pode-se concluir que o coeficiente de correlação igual 
a 0,1605 não foi satisfatório. Provavelmente, houve falha na titulação ultrapassando o 
tempo de viragem, interferindo na concentração final de cada solução de ácido 
propanoico, no Co e Ce e consequentemente no cálculo da isoterma. 
Ademais, possuindo os coeficientes linear e angular é possível encontrar os 
parâmetros de Langmuir. Através da equação 9 obtém-se qm, que é a quantidade 
máxima de adsorvato adsorvida pelo adsorvente: 
𝑏 =
1
𝑞𝑚
 (𝐸𝑞. 9) 
y = -21,282x + 1943,3
R² = 0,1605
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 10 20 30 40 50 60
1
/q
e
1/ce
Isoterma de Langmuir
13 
 
𝑞𝑚 =
1
1943,3
 
𝑞𝑚 = 0,000514 
Já através da equação a seguir, encontra-se o valor de K que é a constante de 
Langmuir: 
𝑎 =
1
𝑞𝑚 × 𝐾
 
𝐾 = 
1
𝑞𝑚 × 𝑎
 
𝐾 = 
1
0,000514 × (−21,282)
 
𝐾 = −91,416 
O parâmetro de equilíbrio RL permite indicar se a adsorção é favorável ou desfavorável 
e pode ser calculado pela equação a seguir: 
𝑅𝐿 =
1
1 + 𝑞𝑚 × 𝐾
 
𝑅𝐿 =
1
1 + 0,000514 × (−91,416)
 
𝑅𝐿 = 1,0493 
Utilizando a equação acima obteve-se um resultado igual a 1,0493. Pode-se concluir 
através deste resultado que a isoterma de Langmuir foi desfavorável uma vez que 
RL>1 indica que a adsorção não é favorável. 
Por último, plotou-se a isoterma de Freundlich através da equação 10 linearizada. 
log 𝑞𝐸 = log 𝐾 + 
1
𝑛
× log 𝐶𝑒 (𝐸𝑞. 10) 
Na Tabela 8, encontram-se os dados que foram utilizados para plotar a Isoterma de 
Freundlich. 
 
14 
 
Tabela 8. Dados usados para plotar a Isoterma de Freundlich. 
Soluções Ce qe log CE log QE 
0,02 0,0185 0,001583 -1,732828272 -2,800519085 
0,04 0,0365 0,00075 -1,437707136 -3,124938737 
0,06 0,057 0,000333 -1,244125144 -3,477555766 
0,08 0,074 0,00125 -1,13076828 -2,903089987 
0,1 0,095 0,00075 -1,022276395 -3,124938737 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Já na Figura 3, é possível visualizar o gráfico obtido da Isoterma de Freundlich: 
Figura 3. Isoterma de Freundlich para o Ácido Propanóico. 
 
Fonte: Autores, 2022. 
 
A equação da reta encontrada foi y = -0,3817x – 3,5876. Assim, utiliza-se os valores 
encontrados para calcular os parâmetros n (constante adimensional de intensidade de 
adsorção adsorvente/adsorvato) e k (constante que representa a capacidade de 
adsorção). Para encontrar o n foi utilizada a equação 11. 
𝑎 =
1
𝑛
 (𝐸𝑞. 11) 
𝑛 =
1
−0,3817
 
𝑛 = −2,6198 
Sabe-se que o parâmetro n é responsável por dizer se a adsorção é favorável ou não, 
os valores do mesmo entre 1 e 10 indicam que a adsorção é favorável, entretanto não 
y = -0,3817x - 3,5876
R² = 0,1688
-4
-3,5
-3
-2,5
-2
-1,5
-1
-0,5
0
-2 -1,5 -1 -0,5 0
L
o
g
 Q
e
Log Ce
Isoterma de Freundlich
15 
 
é o que aconteceu na prática realizada. Uma vez que o valor encontrado foi -2,6198 
conclui-se que a adsorção não foi satisfatória e consequentemente desfavorável. 
𝐾𝐹 = 𝐸𝑥𝑝𝑏 
𝐾𝐹 = 𝐸𝑥𝑝−3,5876 
𝐾𝐹 = 0,0276 
Tabela 9. Comparação entre as isotermas de Langmuir e Freundlich. 
Langmuir Freundlich 
y= -21,282x + 1943,2 y= -0,3817x - 3,5876 
R2= 0,1605 R2= 0,1688 
qm= 0,000514 n= -2,6198 
K= -91,416 kf= 0,0276 
 Fonte: Autores, 2022. 
Após as análises, filtrou e secou-se o carvão ativado. Sabe-se que é possível obter a 
massa de ácido propanoico adsorvido através do método gravimétrico e do método 
titulométrico. Na análise gravimétrica o resultado da massa de ácido adsorvido quando 
se alcança o equilíbrio é alcançado a partir da diferença do peso final e inicial do 
carvão ativado seco. Já na análise titulométrica, o volume gasto do titulante é usado 
para conseguir a massa de ácido em solução no equilíbrio. 
A fim de realizar o estudo da análise gravimétrica, obteve-se os dados da massa do 
carvão ativado antes e depois da realização da prática, conforme mostra a Tabela 10 
a seguir. 
Tabela 10. Quantidade de ácido adsorvido de acordo com a análise gravimétrica. 
Soluç
ão 
M carvão ini 
(g) 
M papel filtro 
(g) 
 M carvão fin 
(g) 
M carvão ácido 
adsorvido (g) 
Quantidade 
adsorvida (g) 
0,02 1,5 1,4274 3,0784 1,651 0,151 
0,04 1,5 1,4424 3,0859 1,6435 0,1435 
0,06 1,5 1,4315 3,0692 1,6377 0,1377 
0,08 1,5 1,4154 3,0622 1,6468 0,1468 
0,1 1,5 1,4122 2,574 1,1618 -0,3382 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Observou-se que a massa do carvão aumentou devido ao ácido propanoico ser 
adsorvido pelo carvão ativado, e que mesmo sendo em diferentes concentrações de 
ácido, a quantidade adsorvida é muito próxima uma da outra. Todavia, a solução de 
0,1 não apresentou aumento de massa conforme se esperava. Isso pode ser explicado 
tendo em vista que a chapa de agitação estava apresentando problemas desde o 
16 
 
começo da execução, no qual não era possível controlar a velocidade da agitação e 
do peixinho. Dessa forma, o carvão foi dissolvido, por isso a massa de carvão no final 
foi menor que a inicial. 
Ademais, pela análise titulométrica, o volume de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na 
titulação foi utilizado para obter a massa de ácido em solução no equilíbrio. Os 
resultados obtidos da massa de ácido adsorvido por esse método estão expostos na 
Tabela 11. 
Tabela 11. Quantidade de ácido adsorvido de acordo com a análise titulométrica. 
Soluções C inicial C final 
quant mol 
ini 
quant mol 
fin 
massa ini 
(g) 
massa fin(g) massa adsorvida (g) 
0,02 0,028 0,0185 0,007 0,004625 0,51856 0,34262 0,17594 
0,04 0,041 0,0365 0,01025 0,009125 0,75932 0,67598 0,08334 
0,06 0,059 0,057 0,01475 0,01425 1,09268 1,05564 0,03704 
0,08 0,0815 0,074 0,020375 0,0185 1,50938 1,37048 0,1389 
0,1 0,0995 0,095 0,024875 0,02375 1,84274 1,7594 0,08334 
Fonte: Autores, 2022. 
 
Nota-se que há diferença entre os valores encontrados pelos dois métodos. Isso pode 
ser explicado pelos erros de operação, diferença de precisão entre as análises, 
pesagem errada do carvão, tempo que o mesmo ficou na estufa, erro na viragem da 
titulação, vidrarias contaminadas, erros na leitura e etc. 
6 CONCLUSÃO 
Através da realização do experimento foi possível analisar a capacidade de adsorção 
do carvão ativado com diferentes concentrações do ácido propanoico, construir 
isotermas como também determinar os parâmetros necessários de cada modelo, seja 
Langmuir ou Freundlich. Com isso, pode-se notar que nenhum dos dois modelos se 
aplicaram e foram satisfatórios à prática uma vez que houve erros durante a titulação 
que interferiu em todos os resultados seguintes. 
Ademais, tanto o método gravimétrico quanto o método titulométrico se adequaram e 
foram eficientes para o procedimento, além de poder colocar em prática ensinamentos 
que foram adquiridos na matéria de Cinética química do sexto período. Dessa forma, 
é possível concluir que mesmo com erros durante a execução da aula ainda sim 
ocorreu a realização e a conclusão do experimento e do relatório, obtendo sucesso 
no que foi estabelecido. 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
DOMINGUES, V. M. F. Utilização de um produto natural (cortiça) 
como adsorvente de pesticidas piretróides em águas. 2005. 224 
f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Faculdade de 
Engenharia da Universidade do Porto, Porto. 2005. 
 
FEBRIANTO, J.; KOSASIH, A. N.; SUNARSO, J.; JU, Y-H.; INDRASWATI, N.; 
ISMADJI, S. Equilibrium and kinetic studies in adsorption of heavy metals using 
biosorbent: a summary of recent studies. Journal of Hazardous Materials, v. 162, n.2, 
2009. p. 618-635. 
GOMIDE, R. Operações Unitárias, Edição do autor, São Paulo, 1980. 
 
McCABE, W. L., SMITH, J. C., HARRIOT, P. Unit Operations of Chemical 
Engineering. McGraw-Hill, New York, 5th Ed, 1993. p. 810. 
NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do et al,. Adsorção aspectos teóricos e aplicações 
ambientais, p.14-15,2014. 
OLIVEIRA, C. S. Estudo cinético e termodinâmico da interação de corantes 
atômicos com escamas de peixe Piau (Leporinus elongatus).2009. 90 p. 
Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal de Sergipe, São 
Cristóvão, 2009. 
 
PETRONI, Sérgio Luis Graciano. Avaliação cinética e de equilíbrio do processo 
de adsorção dos íons dos metais cádmio, cobre e níquel em turfa. 2004. 134f. 
RUTHVEN, D. M. Principals of Adsorption and Adsorption Processes. John 
Wiley & Sons, 1984, 433p. 
WEST, Donald M. et al. Fundamentos de Química Analítica. 9. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2014.

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