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ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO E CINÉTICA DE EQUILÍBRIO Autores: Christovam de Carvalho Almeida Filipe Siman Assis Alves Juliana Barcellos da Silva Sacramento Letícia Menezes de Morais Orientadora: Dr. Letícia Fabri Turetta Coronel Fabriciano - MG Fevereiro/2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 4 2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 4 2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 4 3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 4 MATERIAIS E METÓDO.......................................................................................... 6 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 7 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 16 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 3 1 INTRODUÇÃO Segundo NASCIMENTO et al. (2014) a adsorção pode ser definida como uma operação de transferência de massa que tem como finalidade estudar habilidades de certos sólidos em concentrar na sua superfície determinadas substâncias existentes em fluidos líquidos ou gasosos, possibilitando assim a separação dos componentes desses fluidos. Dessa forma, uma vez que os componentes adsorvidos concentram- se sobre a superfície externa, quanto maior for esta superfície por unidade de massa sólida mais favorável será a adsorção. Sabe-se que o processo de adsorção pode ocorrer por meio de duas formas diferentes de interação entre as moléculas do meio fluido e as do sólido: a adsorção física (fisissorção) quando envolve interações relativamente fracas, por meio de uma diferença de energia ou forças de atração chamada força de Van der Waals e a adsorção química (quimissorção), quando ocorre uma interação de natureza química, envolvendo uma troca ou partilha de elétrons entre as moléculas do adsorvato e a superfície do adsorvente. No entanto, em certas ocasiões, os dois tipos de interações podem ocorrer simultaneamente (RUTHVEN, 1984). De acordo com DOMINGUES (2005) a natureza físico-química do adsorvente é fator determinante, visto que a capacidade e a taxa de adsorção dependem da área superficial específica, porosidade, volume específico de poros, distribuição do tamanho de poros, dos grupos funcionais presentes na superfície do adsorvente e da natureza do material precursor. É válido ressaltar que os estudos cinéticos são de extrema importância, tendo em vista que é através dos modelos cinéticos que se obtém informações sobre o comportamento adsorvato-adsorvente e eficiência do processo de adsorção (OLIVEIRA, 2009). 4 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Determinar a cinética de adsorção, os parâmetros cinéticos e equilíbrio de adsorção de um ácido carboxílico em carvão ativado de maneira a colocar em prática os conhecimentos adquiridos na disciplina de cinética. 2.2 Objetivos específicos Realizar o cálculo da concentração final de cada solução de ácido e montar o gráfico da concentração do ácido em função do tempo. Obter a concentração de equilíbrio. Construir as isotermas de adsorção. Determinar os parâmetros para as equações de isoterma de Langmuir e de Freundlich. Avaliar as vantagens e desvantagens para cada isoterma de adsorção. Comparar a análise titulométrica e gravimétrica para a obtenção da quantidade de ácido adsorvida no carvão ativado. 3 REFERENCIAL TEÓRICO A adsorção é um fenômeno físico-químico que pode ser definido como um processo de acumulação ou a concentração de substâncias em uma superfície ou interface. Durante este processo, um componente de uma fase gasosa ou líquida é transferido para superfície de uma fase sólida (PETRONI, 2004). Dessa forma, quando as moléculas do adsorvato entram em contato com um adsorvente, ocorrerá uma força de atração entre o sólido e as moléculas do fluido que poderá provocar a sua fixação na superfície do sólido. Essa intensidade está relacionada com a natureza do sólido e com o tipo de moléculas adsorvidas, como também pode variar com fatores pressão, temperatura e o processo a ser empregado na preparação do adsorvente. Faz-se necessário reiterar que a atração do adsorvente por alguns tipos de moléculas é tão forte que praticamente todas as moléculas 5 incidentes ficarão retidas até saturar os sítios ativos ou até que as condições da superfície sejam alteradas de forma a reduzir as forças de atração (GOMIDE, 1980). Acredita-se que uma das características mais importantes de um adsorvente é a quantidade de substâncias que possa acumular ou possa ser retirada da superfície do mesmo. Assim, uma forma que descreva essa acumulação é expressar a quantidade de substância adsorvida por quantidade de adsorvente (Qe) em função da concentração de adsorvato (Ce) em solução. Uma expressão desse tipo denomina-se isoterma de adsorção (LETTERMAN, 1999.; OSCIK e COOPER 1982). Isotermas podem ser definidas como diagramas que mostram a variação da concentração de equilíbrio no sólido adsorvente com a pressão parcial ou concentração da fase líquida, em uma determinada temperatura (NASCIMENTO et al., 2014). Existem alguns tipos de isotermas, O modelo de Langmuir (1918), que considera adsorção sobre a superfície do adsorvente em uma camada, foi inicialmente desenvolvido para representar a quimissorção em sítios diferentes de adsorção (RUTHVEN, 1984). A equação 1 relaciona a cobertura de moléculas em uma superfície sólida a uma temperatura fixa. A equação de Langmuir tem a seguinte forma (FEBRIANTO et al., 2009): 𝑞𝑒 = 𝑞𝑚𝑎𝑥 (𝐾𝐿𝐶𝑒) (1 + 𝐾𝐿𝐶𝐸) (𝐸𝑞. 1) A equação 2 frequentemente usada para formas lineares para determinar valores como o de KL possui a seguinte forma: 𝐶𝑒 𝑞𝑒 = 1 𝑞𝑚𝑎𝑥 𝐶𝑒 + 1 𝐾𝐿𝑞𝑚𝑎𝑥 (𝐸𝑞. 2) Já a equação de Freundlich (equação 3) sugere que a energia de adsorção decresce logaritmicamente, à medida que a superfície vai se tornando coberta pelo soluto, o que a diferencia da equação de Langmuir. O modelo de Freundlich pode ser derivado teoricamente ao se considerar que o decréscimo na energia de adsorção com o aumento da superfície coberta pelo soluto é devido à heterogeneidade da superfície (Bohn et al., 1979). 6 𝑜𝑔𝑞𝑒 = 𝑙𝑜𝑔𝐾𝑓 + 1 𝑛 𝑙𝑜𝑔𝐶𝑒 (𝐸𝑞. 3) Por fim, os métodos gravimétricos são quantitativos e tem como objetivo a determinação de massa de um composto ao qual o analito está quimicamente relacionado. Realiza-se através da medida de massa em uma balança analítica, um instrumento que fornece dados exatos e precisos (WEST et al., 2014). 4 MATERIAIS E METÓDO Ácido propanóico P.A. (100 mL) Hidróxido de sódio 0,05 M padronizado (1,0 L) Fenolftaleína 1% (100 mL) Carvão ativado granular (10 g) Balão Volumétrico 250 ml (5 unidades) Erlenmeyer 125 mL ou 250 mL (10 unidades) Pipeta graduada 1 mL (1 unidade) Pipeta graduada 2 ml (1 unidade) Pipeta volumétrica 10 mL (5 unidades) Béquer 250 mL (5 unidades) Béquer 150 mL (1 unidade) Bureta 25 mL ou 50 mL (3) Funil de filtração (5 unidades) Vidro de relógio (10 unidades) Papel de filtro (5 unidades) Cronômetro (1 unidade) Primeiro foi realizado os cálculos do volume necessário de ácido para preparar as soluções. Em seguida, preparou-se5 soluções do ácido propanóico com concentrações de 0,02 M; 0,04 M; 0,06 M; 0,08 M e 0,1 M, cada uma com 250 mL. Em 5 béqueres de 250 mL colocou-se 1,5 g de carvão ativado granulado em cada um. Assim, foi adicionado em cada um desses béqueres os 250 mL de cada solução preparada e marcou-se o início da operação. As soluções foram colocadas em agitadores magnéticos. Depois, retirou-se uma alíquota de 10 mL de cada solução a cada 15 minutos até obter-se 3 medidas consecutivas iguais. Posteriormente, as 7 alíquotas de 10 mL foram tituladas com uma solução de hidróxido de sódio 0,05 M, em presença de fenolftaleína e anotou-se o volume gasto em cada. Por último, as soluções que não foram tituladas foram deixadas em repouso, filtrou-se o carvão ativado e após seco o mesmo foi pesado. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Primeiro, foi realizado o cálculo a fim de se obter os volumes necessários para preparar as soluções de ácido propanoico para assim preparar as soluções com as concentrações especificadas. A princípio, faz-se preciso encontrar a massa adequada para a preparação da solução. Utilizou-se para calcular a equação 4: 𝑚 = 𝐶 × 𝑀𝑀 × 𝑉 (𝐸𝑞. 4) Onde: m = Massa da solução (g); C = Concentração molar da solução (M ou mol/L) MM = Massa molar da solução (g/mol) V = Volume da solução. (L) A Tabela 1 abaixo contém os resultados obtidos utilizando para a massa molar do ácido propanoico 74,08 g/mol e volume de 0,250 L. Tabela 1. Massa necessária para a preparação da solução. Concentração (M) Massa (g) 0,02 0,3704 0,04 0,7408 0,06 1,1112 0,08 1,4816 0,1 1,852 Fonte: Autores, 2022. Depois de encontrar a massa precisa para a preparação das soluções, descobriu-se o volume a partir da equação 5 considerando ρ= 0,99 g/mL. 𝑉 = 𝑚 𝜌 (𝐸𝑞. 5) Onde: 8 V = volume do ácido propanoico (mL); m = massa do ácido propanoico (g); ρ = massa específica do ácido propanoico (g/mL); No entanto, a solução do ácido propanoico usada possuía 99,5% de grau de pureza, dessa forma realizou-se a correção do volume através de uma regra de 3. 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 99,5 𝑋 100 No qual X será o valor do volume de ácido propanoico que deverá ser utilizado. Os volumes encontrados estão expressos na Tabela 2. Tabela 2. Volume utilizado para preparação das soluções Concentração (M) Volume (mL) 0,02 0,368 0,04 0,737 0,06 1,105 0,08 1,474 0,1 1,843 Fonte: Autores, 2021 Em seguida, após executar o preparo das soluções, adicionou-se 1,5 g de carvão e titulou-se com NaOH todas as soluções de diferentes concentrações a cada 15 minutos. Na Tabela 3 é possível visualizar os volumes consumidos do titulante. Tabela 3. Volume gasto (em mL) de NaOH na titulação do ácido propanoico. Fonte: Autores, 2022. Ademais, ao analisar a estequiometria da reação que ocorre na titulação pode-se concluir que a mesma tem proporção 1:1, dessa forma o ácido propanoico também Tempo Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M 0 min 5,6 8,2 11,8 16,3 19,9 15 min 4,7 7,5 11,9 15,7 20 30min 4 8 11,7 15,5 19,6 45min 3,8 7,7 11,5 15,2 19 60min 3,8 7,5 11,5 15 19,4 75min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 90 min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 105min 3,7 7,3 11,4 14,8 19 9 terá o mesmo número de mol que o hidróxido de sódio possui (0,05 M). Assim, foi possível encontrar a concentração final de cada solução de ácido a partir da equação 6: 𝐶1 × 𝑉1 = 𝐶2 × 𝑉2 (𝐸𝑞. 6) Onde: C1 = a concentração inicial do ácido propanoico; V1 = volume gasto para a titulação; V2 = volume da alíquota; C2 = concentração final do ácido propanoico; Os valores obtidos da concentração final de cada solução de ácido estão descritos na Tabela 4 a seguir. Tabela 4. Concentração final de cada solução de ácido propanoico. Fonte: Autores, 2022. Já o gráfico da concentração do ácido propanoico em função do tempo está expresso na Figura 1. Tempo Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M 0 min 0,028 0,041 0,059 0,0815 0,0995 15 min 0,0235 0,0375 0,0595 0,0785 0,1 30 min 0,02 0,04 0,0585 0,0775 0,098 45 min 0,019 0,0385 0,0575 0,076 0,095 60 min 0,019 0,0375 0,0575 0,075 0,097 75 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 90 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 105 min 0,0185 0,0365 0,057 0,074 0,095 10 Figura 1. Concentração de Ácido Propanoico X Tempo. Fonte: Autores, 2022. Ao observar a tabela e o gráfico pode-se tirar como conclusão que a concentração do ácido propanoico na concentração 0,02 M foi diminuindo conforme o tempo foi passando até finalmente estagnar em uma concentração onde encontrou-se em equilíbrio. Entretanto, um leve aumento que foi apresentado em todas outras concentrações ocorreu provavelmente devido a erros cometidos ao realizar a titulação. Posteriormente, por meio da titulação foi obtida a concentração de equilíbrio de cada solução, a mesma representa o momento em que não ocorre mais queda da concentração do adsorvato. As constantes de equilíbrio encontradas estão representadas na Tabela 5 abaixo. Tabela 5. Concentrações iniciais e concentrações de equilíbrio. Solução CO CE 0,02M 0,028 0,0185 0,04M 0,041 0,0365 0,06M 0,059 0,057 0,08M 0,0815 0,074 0,10M 0,0995 0,095 Fonte: Autores, 2022. Agora, já é possível encontrar a quantidade adsorvida em equilíbrio por unidade de massa de adsorvente (qE) através da equação 7. 𝑞𝐸 = 𝑉 × (𝐶𝑜 − 𝐶𝑒) 𝑀𝑠 (𝐸𝑞. 7) 0,028 0,0235 0,02 0,019 0,019 0,0185 0,0185 0,0185 0,041 0,0375 0,04 0,0385 0,0375 0,0365 0,0365 0,0365 0,059 0,0595 0,0585 0,0575 0,0575 0,057 0,057 0,057 0,0815 0,0785 0,0775 0,076 0,075 0,074 0,074 0,074 0,0995 0,1 0,098 0,095 0,097 0,095 0,095 0,095 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0 20 40 60 80 100 120 C o n ce n tr a çã o ( M ) Tempo (min) Solução 0,02M Solução 0,04M Solução 0,06M Solução 0,08M Solução 0,10M 11 Onde: qE = Quantidade adsorvida em equilíbrio por unidade de massa de adsorvente; V = Volume da solução; Ms = Massa do carvão ativado pesado antes de realizar a adsorção; Co = Concentração inicial; Ce = Concentração equilíbrio; A Tabela 6 abaixo apresenta os valores de quantidade adsorvida por grama de adsorvente (Qe) obtidos através da equação 7. Tabela 6. Valores de qE. Fonte: Autores, 2022. Uma vez determinada as concentrações e as quantidades que foram adsorvidas por unidade de massa de carvão, os dados podem ser avaliados por isotermas de adsorção. Possuindo CE e qE, plotou-se as isotermas de Langmuir e então foi realizada a representação dos dados experimentais em equilíbrio. Para isso, utilizou a equação de Langmuir (equação 8). 1 𝑞𝐸 = 1 𝑏𝑞𝑚𝑐𝑒 + 1 𝑞𝑚 (𝐸𝑞. 8) Essa equação é responsável por descrever uma reta de 1/qE em função de 1/ce, no qual o coeficiente angular será igual a 1/qm.b e o coeficiente linear igual a 1/qm. Dessa forma, é possível encontrar os parâmetros qm e b. A Tabela 7 contém os dados utilizados para plotar a Isoterma de Langmuir. Soluções Co (g/L) Ce (g/L) qE (g/g) 0,02 M 0,028 0,0185 0,001583 0,04 M 0,041 0,0365 0,00075 0,06 M 0,059 0,057 0,000333 0,08 M 0,0815 0,074 0,00125 0,10 M 0,0995 0,095 0,00075 12 Tabela 7. Dados utilizados para plotar a Isoterma de Langmuir. Soluções 1/CE 1/qE 0,02 54,05405 631,5789 0,04 27,39726 1333,333 0,06 17,54386 3000 0,08 13,51351 800 0,1 10,52632 1333,333 Fonte: Autores, 2022. Após linearizar os dados, plotou-se o gráfico da Isoterma de Adsorção de Langmuir do ácido acético, conforme Figura 2 abaixo. Figura 2. Isoterma de Langmuir Fonte: Autores, 2022. A equação da reta encontrada foi y = -21,282x + 1943,3 tendo r2 = 0,1605.Assim, observando os dados obtidos, pode-se concluir que o coeficiente de correlação igual a 0,1605 não foi satisfatório. Provavelmente, houve falha na titulação ultrapassando o tempo de viragem, interferindo na concentração final de cada solução de ácido propanoico, no Co e Ce e consequentemente no cálculo da isoterma. Ademais, possuindo os coeficientes linear e angular é possível encontrar os parâmetros de Langmuir. Através da equação 9 obtém-se qm, que é a quantidade máxima de adsorvato adsorvida pelo adsorvente: 𝑏 = 1 𝑞𝑚 (𝐸𝑞. 9) y = -21,282x + 1943,3 R² = 0,1605 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 10 20 30 40 50 60 1 /q e 1/ce Isoterma de Langmuir 13 𝑞𝑚 = 1 1943,3 𝑞𝑚 = 0,000514 Já através da equação a seguir, encontra-se o valor de K que é a constante de Langmuir: 𝑎 = 1 𝑞𝑚 × 𝐾 𝐾 = 1 𝑞𝑚 × 𝑎 𝐾 = 1 0,000514 × (−21,282) 𝐾 = −91,416 O parâmetro de equilíbrio RL permite indicar se a adsorção é favorável ou desfavorável e pode ser calculado pela equação a seguir: 𝑅𝐿 = 1 1 + 𝑞𝑚 × 𝐾 𝑅𝐿 = 1 1 + 0,000514 × (−91,416) 𝑅𝐿 = 1,0493 Utilizando a equação acima obteve-se um resultado igual a 1,0493. Pode-se concluir através deste resultado que a isoterma de Langmuir foi desfavorável uma vez que RL>1 indica que a adsorção não é favorável. Por último, plotou-se a isoterma de Freundlich através da equação 10 linearizada. log 𝑞𝐸 = log 𝐾 + 1 𝑛 × log 𝐶𝑒 (𝐸𝑞. 10) Na Tabela 8, encontram-se os dados que foram utilizados para plotar a Isoterma de Freundlich. 14 Tabela 8. Dados usados para plotar a Isoterma de Freundlich. Soluções Ce qe log CE log QE 0,02 0,0185 0,001583 -1,732828272 -2,800519085 0,04 0,0365 0,00075 -1,437707136 -3,124938737 0,06 0,057 0,000333 -1,244125144 -3,477555766 0,08 0,074 0,00125 -1,13076828 -2,903089987 0,1 0,095 0,00075 -1,022276395 -3,124938737 Fonte: Autores, 2022. Já na Figura 3, é possível visualizar o gráfico obtido da Isoterma de Freundlich: Figura 3. Isoterma de Freundlich para o Ácido Propanóico. Fonte: Autores, 2022. A equação da reta encontrada foi y = -0,3817x – 3,5876. Assim, utiliza-se os valores encontrados para calcular os parâmetros n (constante adimensional de intensidade de adsorção adsorvente/adsorvato) e k (constante que representa a capacidade de adsorção). Para encontrar o n foi utilizada a equação 11. 𝑎 = 1 𝑛 (𝐸𝑞. 11) 𝑛 = 1 −0,3817 𝑛 = −2,6198 Sabe-se que o parâmetro n é responsável por dizer se a adsorção é favorável ou não, os valores do mesmo entre 1 e 10 indicam que a adsorção é favorável, entretanto não y = -0,3817x - 3,5876 R² = 0,1688 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 -2 -1,5 -1 -0,5 0 L o g Q e Log Ce Isoterma de Freundlich 15 é o que aconteceu na prática realizada. Uma vez que o valor encontrado foi -2,6198 conclui-se que a adsorção não foi satisfatória e consequentemente desfavorável. 𝐾𝐹 = 𝐸𝑥𝑝𝑏 𝐾𝐹 = 𝐸𝑥𝑝−3,5876 𝐾𝐹 = 0,0276 Tabela 9. Comparação entre as isotermas de Langmuir e Freundlich. Langmuir Freundlich y= -21,282x + 1943,2 y= -0,3817x - 3,5876 R2= 0,1605 R2= 0,1688 qm= 0,000514 n= -2,6198 K= -91,416 kf= 0,0276 Fonte: Autores, 2022. Após as análises, filtrou e secou-se o carvão ativado. Sabe-se que é possível obter a massa de ácido propanoico adsorvido através do método gravimétrico e do método titulométrico. Na análise gravimétrica o resultado da massa de ácido adsorvido quando se alcança o equilíbrio é alcançado a partir da diferença do peso final e inicial do carvão ativado seco. Já na análise titulométrica, o volume gasto do titulante é usado para conseguir a massa de ácido em solução no equilíbrio. A fim de realizar o estudo da análise gravimétrica, obteve-se os dados da massa do carvão ativado antes e depois da realização da prática, conforme mostra a Tabela 10 a seguir. Tabela 10. Quantidade de ácido adsorvido de acordo com a análise gravimétrica. Soluç ão M carvão ini (g) M papel filtro (g) M carvão fin (g) M carvão ácido adsorvido (g) Quantidade adsorvida (g) 0,02 1,5 1,4274 3,0784 1,651 0,151 0,04 1,5 1,4424 3,0859 1,6435 0,1435 0,06 1,5 1,4315 3,0692 1,6377 0,1377 0,08 1,5 1,4154 3,0622 1,6468 0,1468 0,1 1,5 1,4122 2,574 1,1618 -0,3382 Fonte: Autores, 2022. Observou-se que a massa do carvão aumentou devido ao ácido propanoico ser adsorvido pelo carvão ativado, e que mesmo sendo em diferentes concentrações de ácido, a quantidade adsorvida é muito próxima uma da outra. Todavia, a solução de 0,1 não apresentou aumento de massa conforme se esperava. Isso pode ser explicado tendo em vista que a chapa de agitação estava apresentando problemas desde o 16 começo da execução, no qual não era possível controlar a velocidade da agitação e do peixinho. Dessa forma, o carvão foi dissolvido, por isso a massa de carvão no final foi menor que a inicial. Ademais, pela análise titulométrica, o volume de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na titulação foi utilizado para obter a massa de ácido em solução no equilíbrio. Os resultados obtidos da massa de ácido adsorvido por esse método estão expostos na Tabela 11. Tabela 11. Quantidade de ácido adsorvido de acordo com a análise titulométrica. Soluções C inicial C final quant mol ini quant mol fin massa ini (g) massa fin(g) massa adsorvida (g) 0,02 0,028 0,0185 0,007 0,004625 0,51856 0,34262 0,17594 0,04 0,041 0,0365 0,01025 0,009125 0,75932 0,67598 0,08334 0,06 0,059 0,057 0,01475 0,01425 1,09268 1,05564 0,03704 0,08 0,0815 0,074 0,020375 0,0185 1,50938 1,37048 0,1389 0,1 0,0995 0,095 0,024875 0,02375 1,84274 1,7594 0,08334 Fonte: Autores, 2022. Nota-se que há diferença entre os valores encontrados pelos dois métodos. Isso pode ser explicado pelos erros de operação, diferença de precisão entre as análises, pesagem errada do carvão, tempo que o mesmo ficou na estufa, erro na viragem da titulação, vidrarias contaminadas, erros na leitura e etc. 6 CONCLUSÃO Através da realização do experimento foi possível analisar a capacidade de adsorção do carvão ativado com diferentes concentrações do ácido propanoico, construir isotermas como também determinar os parâmetros necessários de cada modelo, seja Langmuir ou Freundlich. Com isso, pode-se notar que nenhum dos dois modelos se aplicaram e foram satisfatórios à prática uma vez que houve erros durante a titulação que interferiu em todos os resultados seguintes. Ademais, tanto o método gravimétrico quanto o método titulométrico se adequaram e foram eficientes para o procedimento, além de poder colocar em prática ensinamentos que foram adquiridos na matéria de Cinética química do sexto período. Dessa forma, é possível concluir que mesmo com erros durante a execução da aula ainda sim ocorreu a realização e a conclusão do experimento e do relatório, obtendo sucesso no que foi estabelecido. 17 REFERÊNCIAS DOMINGUES, V. M. F. Utilização de um produto natural (cortiça) como adsorvente de pesticidas piretróides em águas. 2005. 224 f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto. 2005. FEBRIANTO, J.; KOSASIH, A. N.; SUNARSO, J.; JU, Y-H.; INDRASWATI, N.; ISMADJI, S. Equilibrium and kinetic studies in adsorption of heavy metals using biosorbent: a summary of recent studies. Journal of Hazardous Materials, v. 162, n.2, 2009. p. 618-635. GOMIDE, R. Operações Unitárias, Edição do autor, São Paulo, 1980. McCABE, W. L., SMITH, J. C., HARRIOT, P. Unit Operations of Chemical Engineering. McGraw-Hill, New York, 5th Ed, 1993. p. 810. NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do et al,. Adsorção aspectos teóricos e aplicações ambientais, p.14-15,2014. OLIVEIRA, C. S. Estudo cinético e termodinâmico da interação de corantes atômicos com escamas de peixe Piau (Leporinus elongatus).2009. 90 p. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2009. PETRONI, Sérgio Luis Graciano. Avaliação cinética e de equilíbrio do processo de adsorção dos íons dos metais cádmio, cobre e níquel em turfa. 2004. 134f. RUTHVEN, D. M. Principals of Adsorption and Adsorption Processes. John Wiley & Sons, 1984, 433p. WEST, Donald M. et al. 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