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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - AULAS 2022-1

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
A obrigação é uma relação de natureza pessoal na qual uma pessoa se compromete a uma 
prestação, positiva ou negativa, em favor de outra, visando à satisfação de interesses e 
respondendo com o seu patrimônio, inclusive com execução forçada pelo Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de Direito das Obrigações - É o ramo do direito que regula o complexo das relações 
de direito patrimonial e que têm por objetivo fatos ou prestações de uma pessoa em relação à 
outra (credor e devedor). 
 
Esboço Histórico - A noção de obrigação surgiu com o caráter coletivo, quando todo grupo 
empreendeu negociações e estabeleceu o comércio. O desenvolvimento de tal prática passou 
da obrigação coletiva para a individual, mas sempre tendo um caráter punitivo na hipótese de 
descumprimento do avençado. No Direito Romano, em razão da vinculação das pessoas, o 
devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento da obrigação. Com o surgimento da 
Lex Poetelia Papiria, de 428 a.C., foi abolida a execução sobre a pessoa do devedor, deslocando-
a para os seus bens. Idade Média: imperava o Direito Canônico e a obrigação tinha a mesma 
estrutura que no direito romano. Sacramentalização da obrigação. Pacta sunt servanta. Nessa 
evolução, o Direito Obrigacional passou por diversas transformações, acompanhando a 
expansão da economia, o desenvolvimento do comércio, a Revolução Industrial, a mais recente 
evolução tecnológica a aplicação de direitos fundamentais às relações cíveis. 
Distinção entre Direito Obrigacional (Pessoal) e Direito Real 
Direitos reais: definem-se como o poder jurídico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com 
exclusividade e contra todos. O sujeito passivo do direito real é toda a coletividade que deve 
abster-se de violá-lo, sendo de caráter erga omnes. 
Direitos obrigacionais (pessoais): Relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito 
passivo determinada prestação. No direito das obrigações somente se vinculam aqueles que 
fizeram parte do que contrataram e anuíram para comprometer-se a prestar ou exigir algo. 
Relação Jurídica Obrigacional: Sujeito Ativo (credor) ----- relação jurídica obrigacional ----- 
Sujeito Passivo (devedor) Relação Jurídica Real: Titular do Direito Real ------------relação jurídica 
real------------ Bem/Coisa 
Direitos da Personalidade Os direitos obrigacionais e os da personalidade são espécies do 
gênero direitos pessoais. Porém, os da personalidade possuem características jurídicas próprias, 
são oponíveis erga omnes, vitalícios, relativamente indisponíveis, enquanto os obrigacionais 
são inter partes, transmissíveis, patrimonializados e temporários, já que se resolvem pelo 
próprio adimplemento da prestação, em regra. 
Conceito de Obrigação “A obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida 
entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou 
negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu 
patrimônio.” (Washington de Barros Monteiro). 
“Obrigação é a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, a fazer ou não fazer 
alguma coisa economicamente apreciável em proveito de alguém, que, por ato nosso ou de 
alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude de lei, adquiriu o direito de exigir de 
nós essa ação ou omissão.” (Clóvis Beviláqua). 
“Obrigação caracteriza-se como o vínculo jurídico transitório entre credor e devedor cujo objeto 
consiste numa prestação patrimonial de dar, fazer ou não fazer.” (Wikipédia). 
UNIDADE II – FONTE DAS OBRIGAÇÕES 
São fatos jurídicos que dão margem à criação, ao surgimento das obrigações. Diferentemente 
das fontes do direito, de onde nascem os preceitos e as normas gerais e abstratas que regem a 
vida de todos na sociedade, as fontes das obrigações surgem de relações concretas que dizem 
respeito ao sujeito ativo e passivo dessas relações, constituindo o fato que dá origem à 
obrigação e podem ser divididas em fontes mediatas (condição determinante do nascimento 
das obrigações) e imediatas (lei como causa eficiente das obrigações). São fontes de obrigações: 
• Contrato • Atos unilaterais (Promessa de Recompensa, Gestão de Negócios, Pagamento 
Indevido, Testamento) • Ato ilícito (Responsabilidade Civil) • Lei 
UNIDADE III - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
• As partes na relação obrigatória (sujeitos - elemento pessoal ou subjetivo) 
• A prestação (objeto - elemento material) 
• O vínculo jurídico CC, Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa 
absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo 
determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V 
- for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por 
objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, 
sem cominar sanção. 
3.1 As Partes: Elemento subjetivo da obrigação. Sujeito ativo – credor ou accipiens – pode exigir 
o cumprimento da obrigação ou a execução – art. 331 CC. Sujeito passivo – devedor ou solvens 
– tem um dever perante o credor. 
Características do elemento subjetivo: 
• Duplicidade ou dualidade 
• Transmissibilidade ou Mudança subjetiva (ou seja, os sujeitos originais da obrigação podem 
mudar). 
• Determinabilidade (partes determinadas ou determináveis) • Sinalagma: direitos e deveres 
para ambas as partes – equilíbrio. Exceções: - Obrigações personalíssimas - O sujeito (ativo ou 
passivo) pode ser indeterminado quando da constituição da obrigação ou no momento do 
pagamento – art. 335 CC Auxiliares: não tem a condição de sujeitos, mas cooperam ajudando-
os. São eles: I - Os representantes II - Os mensageiros III - Os auxiliares executivos 
3.2 Objeto * Imediato ou direito – a prestação * Mediato ou remoto – é o bem material que se 
insere dentro da prestação (Venosa). 
Características do elemento objetivo (prestação): 
• Licitude (104 e 166, II, CC). • Possibilidade física ou material (166, II, CC). 
• Possibilidade jurídica (CC, art. 426). 
• Determinado ou Determinável 
• Patrimonialidade - a obrigação tem que ter valor econômico. 
3.3 Vínculo jurídico- Consiste no dever do sujeito passivo de satisfazer a prestação e o correlato 
direito do credor de exigir judicialmente o seu cumprimento, investindo contra o patrimônio do 
devedor, visto que o mesmo fato gerador do débito produz a responsabilidade. 
• Teoria monista – o vínculo era um elo simples, um exigia o cumprimento e o outro devia 
pagamento. 
• Teoria dualista da obrigação – o vínculo se subdivide em dois elementos (em duas fases). 
Elementos que compõem seu conceito: 1. Dívida (debitum - shuld) 2. Responsabilidade 
(obligatio – haftung). 
3.3.1 Obrigação X Responsabilidade 
Existem dois elementos que compõem a obrigação: o débito (schuld) e a responsabilidade 
(haftung). Aquele é a prestação que deve ser espontaneamente cumprida pelo devedor. Esta é 
a obrigação que surge ao devedor pelo inadimplemento daquele e recai sobre o patrimônio do 
devedor, não sobre sua pessoa. A RESPONSABILIDADE É SEMPRE UMA OBRIGAÇÃO DERIVADA, 
já que surge apenas quando a obrigação não for adimplida no prazo. O devedor responderá, 
havendo a responsabilidade, com todo o seu patrimônio para o cumprimento da obrigação, 
ressalvadas as restrições legais dos bens de família, bens absolutamente impenhoráveis e 
inalienáveis etc. Logo, como a execução não recai sobre a pessoa e sim sobre o patrimônio do 
próprio devedor, há que se dizer que ela é real. Somente existe execução pessoal no caso de 
recusa de alimentos e no direito penal. 
Responsabilidade patrimonial: CC, Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem 
todos os bens do devedor. * O Supremo Tribunal Federal (STF) editou, em 16de dezembro de 
2009, a Súmula Vinculante nº 25, que traduz: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer 
que seja a modalidade do depósito”. 
CPC, Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. “Embora os dois 
conceitos – obrigação e responsabilidade – estejam normalmente ligados, nada impede que haja 
uma obrigação sem responsabilidade ou uma responsabilidade sem obrigação”. (Arnoldo Wald) 
Débito sem responsabilidade: dívida prescrita e dívida de jogo – Obrigação Natural 
Responsabilidade sem débito: fiança, aval, direitos reais de garantia prestados por terceiros. 
“Schuld” e “Haftung”: Em alemão, “Schuld” pode significar culpa ou débito. “Haftung”, por sua 
vez traduzem responsabilidade. 
3.4 Novos paradigmas aplicáveis às Obrigações 
3.4.1 A Teoria dos Interesses: Na clássica acepção de obrigação, mesmo após a superação da 
filosofia positivista oitocentista, ainda prevalece hodiernamente a ideia de que esse instituto 
civilista tem lastro no poder do credor perante o devedor, numa relação de subordinação. Ainda 
que as cláusulas gerais da boa-fé objetiva e da função social tenham mitigado um pouco essa 
concepção, tal não ocorreu de forma suficientemente ampla para arraigar na sociedade uma 
visão mais humana do significado de obrigação. SEGUNDO A TEORIA DOS INTERESSES, A 
OBRIGAÇÃO NÃO TERIA LASTRO NO PODER, MAS NO INTERESSE, QUE É UM VALOR PRIVADO 
TUTELADO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO. Sendo o interesse o norte das obrigações, não se 
pode admitir que um conjunto de valores privados de certa pessoa seja tido como superior ao 
da outra, visto que são elas iguais no plano civil. O interesse tutelado pelo direito é aquele que 
promove o ser humano, que aprofunda os laços sociais e a solidariedade. Nessa linha de 
pensamento, o homem não se tornaria satisfeito em detrimento do outro, mas cresceria 
culturalmente com o concurso positivo de seu semelhante (síntese axiológica). Os interesses 
diferenciados, quando justapostos, se completam mutuamente, promovendo a conquista de 
outros valores em projeção infinita. 
3.4.2 Princípio da Socialidade: A socialidade serve para harmonizar os princípios da autonomia 
da vontade e da solidariedade social, já que, por ser ela o fim do direito subjetivo obrigacional, 
deverá ser mantida uma relação de cooperação entre os partícipes da relação obrigacional – e 
entre eles e a sociedade – a fim de que seja possível a consecução do fim comum. A finalidade 
do princípio da socialidade é afastar a mera aplicação do Direito Civil às relações dos 
particulares, eis que esses vínculos, em diversas oportunidades, podem interessar à sociedade 
como um todo, autorizando, por conseguinte, a intervenção estatal. Em suma: o princípio da 
socialidade objetiva afastar a visão individualista, egoística e privatística do Código Civil de 1916, 
influenciado pela visão oitocentista de primeira dimensão civilista. 
3.4.3 Princípio da Eticidade: Hoje, as obrigações devem ser pautadas por um comportamento 
ético, de mútua cooperação, observando-se as cláusulas gerais de boa-fé, função social, abuso 
de direito, equidade e bons costumes. O princípio da eticidade tem por escopo valorizar o ser 
humano na sociedade, o que se dá mediante a efetivação dos princípios constitucionais, 
mormente o da dignidade da pessoa humana. Carlyle Popp enfatiza que a dignidade da pessoa 
humana "significa a superioridade do homem sobre todas as demais coisas que o cercam; é o 
homem como protagonista da vida social. Representa, então, a subordinação do objeto ao 
sujeito de direito". 3.4.5 Tu Quoque, Supressio, Surrectio, Venire Contra Factum Proprium, 
Stoppel: tipos de atos cujas presenças são repudiadas pelo Direito, sendo práticas abusivas. Tu 
quoque: proibição de que o torpe se aproveite de sua própria torpeza. 
Venire contra factum proprium ou Teoria dos Atos Próprios, que proíbe o comportamento 
contraditório. Isso porque ninguém pode voltar atrás, unilateralmente, numa postura que tenha 
criado uma legítima expectativa na outra parte. 
São pressupostos para a aplicação do venire: a) Conduta inicial (factum proprium); b) Legítima 
confiança da outra parte na conservação do sentido objetivo desta primeira conduta; c) Um 
comportamento contraditório e violador da confiança; d) Um dano efetivo ou potencial daí 
resultante. 
Supressio e surrectio: Pela primeira, constata-se que o não exercício de um direito durante 
longo tempo poderá significar a extinção desse direito, ou ao menos o impedimento de seu 
exercício, quando contrariar o princípio da boa-fé por se demonstrar abusiva a inatividade de 
seu titular, gerando uma expectativa legítima na outra parte. Logo, são seus elementos: a) 
Omissão no exercício do direito; b) Transcurso de determinado período, geralmente variável; c) 
Indícios objetivos de que esse direito não mais seria exercido. 
Como diferenciar o venire da supressio? O principal diferencial está no fator temporal. No 
venire, importam as condutas contraditórias em si mesmas consideradas, ainda que pouco 
tempo tenha se passado. Na supressio, imperioso decorrer determinado lapso temporal para 
configurar a hipótese de perda do direito. Ambos são, no entanto, decorrentes da violação da 
cláusula geral da boa-fé objetiva. Já a surrectio seria o nascimento de um direito, a contraface 
da supressio. 
UNIDADE IV – CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
4.1. QUANTO À ÁREA JURÍDICA 
• Obrigações civis e obrigações comerciais -O atual Código Civil unificou as obrigações civis com 
as obrigações comerciais, passando ambas a integrar em seu texto assuntos pertinentes as duas 
matérias. 
4.2. OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS EM SI MESMAS 
4.2.1 Em relação ao seu vínculo: Obrigação moral, obrigação civil e obrigação natural 
4.2.2 De natureza mista: Propter rem 
4.2.3 Quanto à natureza de seu objeto: - Positivas: obrigação de dar e obrigação de fazer - 
Negativas: obrigação de não fazer. 
4.2.4 Em atenção à sua liquidez: Obrigação líquida e obrigação ilíquida. 
4.2.5 Quanto ao modo de execução: Obrigação simples, cumulativa ou conjuntiva; obrigação 
alternativa e obrigação facultativa. 
4.2.6 Quanto ao tempo de adimplemento: Obrigação momentânea, instantânea, transitória ou 
transeunte e obrigação de execução continuada, contínua, periódica, duradoura ou de trato 
sucessivo. 
4.2.7 Quanto aos elementos acidentais: Pura e simples, condicional, modal e a termo. 
4.2.8 Em relação à pluralidade ou não de sujeitos: Fracionárias, conjuntas, disjuntivas, 
divisíveis, indivisíveis e solidárias. 
4.2.9 Quanto ao fim ou conteúdo: Obrigações de meio; de resultado e de garantia. 
4.3. OBRIGAÇÕES RECIPROCAMENTE CONSIDERADAS – Obrigação principal e acessória 
4.2. OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS EM SI MESMAS 
4.2.1 Em relação ao seu vínculo: - OBRIGAÇÃO MORAL - É mero dever de consciência. O Direito 
não lhe reconhece qualquer prerrogativa. O cumprimento de uma obrigação moral constitui, 
sob o prisma jurídico, uma simples questão de princípios, sem qualquer juridicidade. 
- OBRIGAÇÃO CIVIL -São as obrigações, que possuem todos os seus elementos constitutivos 
(vínculo, partes, objeto). Elas apresentam os dois elementos do vínculo jurídico: débito e 
responsabilidade. 
- OBRIGAÇÃO NATURAL -As obrigações naturais são obrigações INCOMPLETAS ou IMPERFEITAS 
(não possuem todos os elementos constitutivos da obrigação), que apresentam como 
características essenciais as particularidades de não serem judicialmente exigíveis, mas se forem 
cumpridas EXPONTANEAMENTE, ter-se-á por válido o pagamento, que não poderá ser repetido. 
• CC. art. 882, 1ª parte • Art. 814/815 CC - Características • Não é obrigação moral • Não há 
ação que garanta o direito • Se for cumprida espontaneamente por pessoa capaz, ter-se-á a 
validade do pagamento • O credor natural pode reter o pagamento. 
Natureza Jurídica - As obrigaçõesnaturais são DEVERES MORAIS ou SOCIAIS JURIDICAMENTE 
RELEVANTES. 4.2.2 De natureza mista ou híbrida - OBRIGAÇÕES “PROPTER REM” Também 
chamada de “ob rem” ou simplesmente “in rem”. 
Conceito: trata-se de uma obrigação acessória, de natureza mista, originária e unida a um direito 
real, acompanhando-o e transmitindo-se com este. OBS: não se confunde obrigação propter 
rem com obrigação de eficácia real. Esta última traduz uma prestação com oponibilidade erga 
omnes (ex: locação registrada no cartório de imóveis - art. 8º da Lei nº 8.245/91). - Natureza 
Jurídica Acessória mista de direito real e direito pessoal, de fisionomia autônoma. 
- Exposição dos pontos pacíficos pelos doutrinadores: Maria Helena Diniz Sílvio Rodrigues Sílvio 
Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES - Professora Me. Larissa Castro " vinculação a um 
direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é proprietário ou possuidor"; 
- "ela prende o titular de um direito real, seja ele quem for, em virtude de sua condição de 
proprietário ou possuidor"; 
- "trata-se de relação obrigacional que se caracteriza por sua vinculação à coisa"; 
 - "possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, renunciando o direito 
sobre a coisa"; 
- "o devedor se livra da obrigação pelo abandono do direito real"; 
- "o nascimento, a transmissão e a extinção da obrigação propter rem seguem o direito real, 
com uma vinculação de acessoriedade"; 
- "transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação recairá sobre o 
adquirente". 
- "a obrigação se transmite aos sucessores a título singular do devedor". 
- "sua eficácia perante os sucessores singulares do devedor confere estabilidade ao conteúdo 
do direito". 
- Aplicação • Art. 1315 do Código Civil • Art. 1297, § 1º do Código Civil • Art. 1383 do Código 
Civil • Art. 1280 do Código Civil • Arts. 1277 e 1313 do Código Civil (D. De Vizinhança) 
Jurisprudência 
4.2.3 Quanto à natureza de seu objeto 
• Positivas: - OBRIGAÇÃO DE DAR -Consiste na obrigação de entregar alguma coisa. Divide-se 
em obrigação de dar coisa certa (caracteriza-se por se referir a um objeto perfeitamente 
determinado, que se considera em sua individualidade) e obrigação de dar coisa incerta 
(caracteriza-se por ter objeto indeterminado, mas determinável, que deve, ao menos, ser 
indicado pelo gênero e quantidade). A distinção entre obrigação de dar coisa certa ou incerta, 
entretanto, é de duração limitada. A obrigação de dar ainda se divide, em obrigação de dar 
propriamente dita (a entrega da coisa visa à transferência do domínio ou de outros direitos reais 
sobre a coisa) e obrigação de restituir (envolve uma devolução, eis que o devedor, tendo 
recebido coisa alheia, encontra-se obrigado a restituí-la, pois o credor é o proprietário do bem). 
I - Regras pertinentes à obrigação de dar coisa certa: a) O credor de coisa certa não está 
obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa. (Art. 313) b) Abrangência dos acessórios (Art. 
233 do CC) c) Perda da coisa (Art. 234 do CC) d) Deterioração da coisa (Arts. 235 e 236 do CC) e) 
Melhoramentos e acrescidos sobrevindos à coisa antes da tradição (Art. 237 do CC) f) Perda da 
coisa, na obrigação de restituir coisa certa (Art. 238 e 239 do CC) g) Deterioração da coisa, na 
obrigação de restituir coisa certa (Art. 240 do CC) Obs.: A atribuição dos riscos, pela perda ou 
deterioração da coisa, nas obrigações de dar coisa certa, resolve-se pela aplicação da regra res 
perit domino, ou seja, o dono é quem sofre os prejuízos pela perda ou deterioração da coisa. 
Isto, quando não for o devedor o culpado pela deterioração ou perda. h) Melhoramentos e 
acréscimos sobrevindos à coisa restituível (Art. 241 do CC) i) Melhoramentos e acrescidos 
(cômodos) sobrevindos à coisa restituível (Art. 242 do CC) j) Frutos, no caso de obrigação de 
restituir coisa certa (Art. 242 do CC). 
II - Regras pertinentes à obrigação de dar coisa incerta: a) Riscos pelo perecimento ou 
deterioração (Arts. 246 do CC) b) Individualização da coisa c) A quem compete fazer a escolha 
(Arts. 244, 342 do CC) d) Como se deve fazer a escolha (Arts. 244, do CC) 
- OBRIGAÇÃO DE FAZER -“É a que vincula o devedor a prestação de um serviço ou ato positivo, 
material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa" (MHD). 
Divide-se em: obrigação de fazer fungível (a prestação pode ser realizada indiferentemente 
pelo devedor ou por terceira pessoa) e obrigação de fazer infungível (a prestação somente pode 
ser realizada pelo devedor, eis que é intuitu personae). 
Consequências do inadimplemento: I - Impossibilidade da prestação II - Inadimplemento 
voluntário (CC art. 249, parágrafo único). III - Da obrigação de emitir declaração de vontade (CPC 
art. 501) • Negativas: - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER “É aquela em que o devedor assume o 
compromisso de se abster de um fato, que poderia praticar, não fosse o vínculo que o prende" 
(Silvio Rodrigues). - Inadimplemento da obrigação de não fazer - Art. 251, parágrafo único do 
CC Tutela específica: CPC Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não 
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências 
que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para 
a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de 
um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da 
existência de culpa ou dolo. Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao 
conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. 
Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor 
individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este 
a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. Art. 499. A obrigação somente será 
convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a 
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Art. 500. A indenização por perdas e 
danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao 
cumprimento específico da obrigação. Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de 
declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em 
julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. 
4.2.4 Em atenção à sua liquidez: - OBRIGAÇÃO LÍQUIDA -Considera-se líquida a obrigação certa, 
quanto a sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto. 
- OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA -Considera-se ilíquida aquela obrigação incerta quanto a sua quantidade 
e que se torna certa pela liquidação. 
4.2.5 Quanto ao modo de execução: - SIMPLES - Obrigações simples são as coexistentes numa 
só prestação, recaem somente sobre uma coisa. Libera-se o devedor entregando o objeto 
devido • art. 313 CC • art. 356 CC Silvio de Sávio Venosa afirma que quanto ao objeto a obrigação 
é simples quando a prestação importar em um único ato ou numa só coisa. - CUMULATIVA OU 
CONJUNTIVA -A obrigação é cumulativa ou conjuntiva quando mais de uma prestação é devida 
conjuntamente. Nessas obrigações, há duas ou mais prestações que deverão ser realizadas 
totalmente. - OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA (DISJUNTIVA): a) Conceito: Obrigação alternativa é 
aquela que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu objeto. 
O objeto é ligado pela partícula “ou”. Ex. Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante 
entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço 
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. b) 
Características • Seu objeto é plural ou composto, pluralidade de prestações •As prestações são 
independentes entre si • Concedemum direito de opção, pode estar a cargo do devedor, do 
credor ou de um 3º • Feita a escolha, a obrigação se concentra na prestação escolhida • 
Exoneração do devedor mediante realização de uma única prestação. c) Concentração: O ato da 
escolha não se reveste de forma especial (art. 107 CC). • Concentração normal • Concentração 
extraordinária d) Efeito da escolha: O princípio dominante nas obrigações alternativas é que a 
escolha é irrevogável e indivisível. • Art. 252, § 1º CC • Art. 314 CC - OBRIGAÇÃO FACULTATIVA 
-É aquela que tem por objeto uma única prestação (ob. principal), mas confere somente ao 
devedor a faculdade de substituir essa prestação por outra, prevista na avença com caráter 
subsidiário. • Art. 1234 do CC •Regem-se pelos mesmos dispositivos concernentes as obrigações 
simples. 
Obrigação facultativa - Obrigação alternativa: Há uma prestação principal e outra acessória. Se 
a obrigação principal é nula, fica sem efeito a obrigação acessória. As duas ou mais prestações 
estão no mesmo nível. Desaparecendo uma prestação, não extingue a obrigação. Há exercício 
de uma opção. Há concentração. Unidade de objetos ao contrair a obrigação Pluralidade de 
objetos ao contrair a obrigação. A escolha é sempre do Devedor. Ex: obrigo-me a entregar 
açúcar, sendo que se me convier, poderei substituí-la por café A Escolha é do devedor, do credor, 
ou de Terceiro. EX: Devo milho Ou Feijão, o Devedor Realiza A Obrigação elegendo uma das duas 
Obrigações. É a prestação principal que determina a natureza do contrato. 
4.2.6 Quanto ao tempo de adimplemento: Classificam-se estas obrigações em: a) Instantânea: 
a obrigação se aperfeiçoa num único momento do tempo, como é comum na compra e venda. 
b) Diferida: prestação se aperfeiçoa num único momento do tempo, mas a ser realizada 
futuramente. c) De forma continuada: prestação se protrai no tempo, como ocorre no contrato 
de prestação de serviço de transporte, em geral. d) De trato sucessivo: aquelas que renascem 
continuamente, a cada prestação vencida, não se extinguindo com o pagamento, o qual apenas 
tem o efeito de solver o débito referente a cada período. Exemplo seria o contrato de 
fornecimento de bens entre um produtor de carne e um supermercado. Aquele se obriga a 
entregar, todo mês, duas toneladas de carne ao supermercado. A prestação de cada mês é 
adimplida no próprio mês, nascendo e findando uma nova obrigação em cada período. Outro 
exemplo é a prestação previdenciária. e) De cumprimento diferido no tempo: a prestação é 
feita em várias parcelas que se sucedem continuamente no tempo e fazem o objeto prestacional 
ser continuamente exaurido, até a extinção da obrigação. Exemplo é a compra e venda de um 
imóvel de forma parcelada. A prestação do comprador é única, apenas pagar o preço; o 
parcelamento não cria prestações autônomas. 
4.2.7 Quanto aos elementos acidentais: - PURA E SIMPLES- Aquela que não se encontra sujeita 
a condição, termo ou encargo. 
- CONDICIONAL -Se sua eficácia estiver sujeita a condição. • Arts. 121 a 130 do CC - A TERMO Se 
seus efeitos estiverem sujeitos a termo. • Arts. 131 a 135 do CC - MODAL Se estiver sujeita a 
encargo. • Arts. 136 e 137 do CC 
4.2.8 Em relação à pluralidade ou não de sujeitos: - DIVISÍVEIS (Fracionárias ou Parciais) 
"Obrigação divisível é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo 
de sua substância e de seu valor" (Maria Helena Diniz). • Art. 257 do CC • Art. 87 e 88 do CC - 
INDIVISÍVEIS (Conjuntas ou Unitárias ou de Mão Comum) "Obrigação indivisível é aquela cuja 
prestação só pode ser cumprida por inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações 
parceladas distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a prestação, o credor não obtém 
nenhuma utilidade ou obtém a que não representa a parte exata da que resultaria do 
adimplemento integral" (Maria Helena Diniz). • Arts. 258 a 263 do CC – SOLIDÁRIAS- 
"Obrigações solidárias são aquelas com pluralidade de credores ou devedores, cada um com 
direito ou obrigado ao total, como se houvesse um só credor ou devedor" (Arnoldo Wald). • Art. 
264 do CC • Solidariedade ativa, passiva e mista ou recíproca. 
- Características: a) pluralidade de sujeitos ativos e/ou passivos; b) multiplicidade de vínculos; 
c) unidade de prestação; d) co-responsabilidade dos interessados. 
- Regras gerais: a) Não presunção da solidariedade (art. 265 do CC) b) Variabilidade do modo de 
ser da obrigação na solidariedade (art. 266 do CC) Obs: alguns autores, como Silvio Venosa e 
Guilhermo Borda, diferenciam obrigação solidaria de obrigações in solidum. Esta última é aquela 
em que os devedores encontram-se vinculados pelo mesmo fato, não havendo necessária 
solidariedade entre eles. Ex: Incendiário e a seguradora. - Solidariedade ativa • Arts. 267 a 274 
do CC • Ex: de solidariedade ativa convencional é a que se estabelece entre os correntistas em 
conta corrente conjunta (REsp. 708. 612/RO). 
- Solidariedade passiva • Arts. 275 a 285 do CC • existe entendimento no STJ (REsp 577.902/DF) 
no sentido de que há solidariedade entre o proprietário e o condutor do veículo pelo fato da 
coisa. • não se pode confundir remissão com renúncia à solidariedade (art. 277 e 282 do CCB). 
Enunciado 349 da IV JDC 349 – “Art. 282. Com a renúncia da solidariedade quanto a apenas um 
dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida; 
permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte 
correspondente aos beneficiados pela renúncia.”. 
Diferenças Existentes entre Obrigações Solidárias e as Obrigações Indivisíveis: a) A causa da 
solidariedade é o título (decorrente da lei ou vontade das partes), e a da indivisibilidade é, 
normalmente, a natureza da obrigação; b) Na solidariedade, cada devedor paga por inteiro, 
porque deve integralmente (motivação subjetiva), enquanto na indivisibilidade ele solve a 
totalidade em razão da impossibilidade jurídica de se repartir em quotas a coisa devida 
(motivação objetiva); c) A solidariedade é uma relação subjetiva, e a indivisibilidade objetiva; d) 
Enquanto a indivisibilidade assegura a unidade da prestação, a solidariedade visa a facilitar a 
satisfação do crédito/aumentar a garantia do credor; e) A indivisibilidade justifica-se com a 
própria natureza da prestação, quando o objeto é em si mesmo insuscetível de fracionamento, 
enquanto a solidariedade é sempre de origem técnica, resultando da lei ou da vontade das 
partes, nunca se presumindo; f) A solidariedade cessa com a morte dos devedores, enquanto a 
indivisibilidade subsiste enquanto a prestação suportar; g) A indivisibilidade termina quando a 
obrigação se converte em perdas e danos, enquanto a solidariedade conserva este atributo 
mesmo com a conversão. 
4.2.9 Quanto ao fim ou conteúdo: - DE MEIO- Aquela em que o devedor se compromete apenas 
em atuar com diligência e zelo normais na prestação de serviço, a fim de alcançar determinado 
resultado, sem se vincular a obtê-lo. RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS 
MORAIS - ERRO MÉDICO - MORTE DE PACIENTE DECORRENTE DE COMPLICAÇÃO CIRÚRGICA - 
OBRIGAÇÃO DE MEIO - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO MÉDICO - ACÓRDÃO RECORRIDO 
CONCLUSIVO NO SENTIDO DA AUSÊNCIA DE CULPA E DE NEXO DE CAUSALIDADE - 
FUNDAMENTO SUFICIENTE PARA AFASTAR A CONDENAÇÃO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE - 
TEORIA DA PERDA DA CHANCE - APLICAÇÃO NOS CASOS DE PROBABILIDADE DE DANO REAL, 
ATUAL E CERTO, INOCORRENTE NO CASO DOS AUTOS, PAUTADO EM MERO JUÍZO DE 
POSSIBILIDADE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - A relação entre médico e paciente é contratual 
e encerra, de modo geral (salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação de meio, sendo 
imprescindível para a responsabilização do referido profissional a demonstração de culpa e de 
nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado, tratando-se de responsabilidade 
subjetiva; II - O Tribunal de origem reconheceua inexistência de culpa e de nexo de causalidade 
entre a conduta do médico e a morte da paciente, o que constitui fundamento suficiente para o 
afastamento da condenação do profissional da saúde; III - A chamada "teoria da perda da 
chance", de inspiração francesa e citada em matéria de responsabilidade civil, aplica-se aos 
casos em que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo de probabilidade, e não de mera 
possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no âmbito da responsabilidade civil, em 
regra, não é indenizável; IV - In casu, o v. acórdão recorrido concluiu haver mera possibilidade 
de o resultado morte ter sido evitado caso a paciente tivesse acompanhamento prévio e 
contínuo do médico no período pósoperatório, sendo inadmissível, pois, a responsabilização do 
médico com base na aplicação da "teoria da perda da chance"; V - Recurso especial provido. 
(STJ, REsp 1104665/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
09/06/2009, DJe 04/08/2009 
- DE RESULTADO: Aquela em que o credor tem a faculdade de exigir determinado resultado do 
devedor, sem o que ocorrerá o inadimplemento da obrigação. OBS: - O cirurgião plástico 
reparador assume obrigação de meio; ao passo que o estético de resultado. RECURSO ESPECIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. ART. 14 DO CDC. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE 
RESULTADO. CASO FORTUITO. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. 1. Os procedimentos 
cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam verdadeira obrigação de resultado, pois 
neles o cirurgião assume verdadeiro compromisso pelo efeito embelezador prometido. 2. Nas 
obrigações de resultado, A RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL DA MEDICINA PERMANECE 
SUBJETIVA. Cumpre ao médico, contudo, demonstrar que os eventos danosos decorreram de 
fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia. 3. Apesar de não prevista 
expressamente no CDC, a existente de caso fortuito possui força liberatória e exclui a 
responsabilidade do cirurgião plástico, pois rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado 
pelo paciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age com cautela e conforme os ditames 
da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura do paciente em “termo de consentimento 
informado”, de maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgir durante o 
pós-operatório. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (STJ, REsp 1180815/MG, Rel. 
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 26/08/2010) - A 
maioria da jurisprudência entende que a cirurgia de miopia a laser é obrigação de meio, e não 
de resultado (TJMG AP. Civil, 1070701044481-8/001) - DE GARANTIA Visa à eliminação de risco, 
que pesa sobre o credor. 4.3. OBRIGAÇÕES RECIPROCAMENTE CONSIDERADAS: - PRINCIPAL- É 
a obrigação que tem vida própria e independente de qualquer outra. • Art. 92 do CC • Art. 184 
do CC • Art. 233 do CC. – ACESSÓRIA- É aquela cuja existência supõe a da principal – Princípio 
da Gravitação Jurídica. 
 UNIDADE V – TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
1- Cessão de crédito: (arts. 286 a 298 C.C.) 1.1. Conceito – conforme Sílvio Rodrigues “a cessão 
de crédito é o negócio jurídico, em geral de caráter oneroso, pelo qual o sujeito ativo (cedente) 
de uma obrigação a transfere à terceiro (cessionário), estranho ao negócio original, 
independentemente da anuência do devedor”. É um negócio jurídico em que o credor transfere 
a um terceiro seu direito. É apenas uma substituição de credor. A obrigação é a mesma e 
continua com os acessórios. A cessão pode ser total ou parcial- Pode ocorrer a título gratuito 
ou oneroso. OBS: o crédito não poderá ser cedido em três situações: a) quando a natureza do 
direito o impedir (alimentos); 
b) se houver proibição de lei (ex: art. 1749, III, CC - Ainda com a autorização judicial, não pode o 
tutor, sob pena de nulidade: III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o 
menor.) c) quando houver cláusula proibitiva (pacto de non cedendo) - a cláusula proibitiva 
somente terá eficácia, em respeito ao princípio da eticidade, se constar do título da obrigação. 
1.2 - A posição do devedor não faz parte do negócio jurídico – é alheio ao negócio jurídico, mas 
deve tomar conhecimento do ato para efetuar o pagamento (pode ser notificado pelo cedente 
ou cessionário – art. 290, 1ª parte C.C.). No instante em que for notificado, o devedor deve opor 
tanto ao cedente como ao cessionário, as exceções que lhe competirem. 1.3- Natureza jurídica 
É de natureza jurídica contratual; contrato consensual que poderá ser por instrumento público 
ou particular. Pode ser gratuita, assemelhando-se a uma doação, ou onerosa, assemelhando-se 
à compra e venda. 1.4- Requisitos: Objeto lícito (art.286 C.C.), capacidade e legitimação 1.5 - 
Modalidades: -Convencional -Judicial e legal -Total ou parcial -A título gratuito ou oneroso. -
Pro soluto - quando o cedente, após a transferência, deixa de ter qualquer responsabilidade 
pelo crédito, afora a sua existência (regra geral) -Pro solvendo - quando o cedente continua 
responsável pelo pagamento do crédito, caso o cedido não o faça. Natureza pro solvendo- 
Cedente garante existência E solvência Cedente responde subsidiariamente Natureza pro soluto 
Cedente garante existência do crédito, se houver má fé, caso gratuita Cedente garante 
existência do crédito se nulo ou anulável à época da cessão, se onerosa Cedente somente 
garante solvência se cedido já era inadimplente à época da cessão, se onerosa. 
1.6 – Forma: A forma é livre, bastando a manifestação da vontade, visto que o contrato de 
cessão de crédito é consensual e não solene. Contudo, para produzir efeitos quanto a terceiros, 
o contrato só prevalecerá se for solene (art. 288) 
2 - Assunção de dívida - cessão de débito – 299 a 303 C.C. 2.1 - Conceito - é um negócio jurídico 
aonde aconteceu a substituição do devedor com expresso consentimento do credor e dos 
garantes do débito. (art. 299 do CC) - Peculiaridade: O novo devedor assume uma obrigação que 
não foi contraída por ele. * A assunção pode liberar o devedor primitivo ou mantê-lo preso à 
obrigação. Caso o devedor primitivo mantenha-se preso à obrigação, denominamos de 
Assunção Imperfeita, e caso haja a sua liberação teremos a Assunção Perfeita. Para que o 
devedor primitivo seja solidário deve ser convencionado entre as partes (expressamente) – a 
solidariedade não se presume. * As garantias especiais não acompanham a assunção – art. 300 
do CC. Ex.: a fiança não admite a interpretação extensiva, bem como a hipoteca. 2.2 - 
Características - Negócio Jurídico de natureza contratual; - Bilateral ou plurilateral; - De forma 
livre; - Objeto – dívidas presentes ou futuras. 
2.3 – Efeitos- Pressupõe a pré-existência de uma obrigação, que subsiste. - Substituição da figura 
do devedor com ou sem seu consentimento - Extinção das garantias especiais 
2.4 – Espécies: • Delegação: Por acordo entre um terceiro (novo devedor) e o devedor primitivo, 
com expresso consentimento do credor. • Expromissão: Por acordo entre o terceiro (novo 
devedor) e o credor, com ou sem o consentimento do devedor. • Liberatória • Cumulativa - 
Cessão de Contrato ou Cessão de Posição Contratual 
3.1 - Conceito- é um negócio jurídico em que uma das partes, o cedente, com consentimento 
do outro contratante, ou seja, o cedido, transfere sua posição para um terceiro (cessionário). A 
Cessão de Contrato realiza a forma mais completa de substituição na relação obrigacional. * Em 
regra geral, é necessário o consentimento do cedido. 3.2 - Teorias explicativas da cessão de 
contrato: 1) teoria da decomposição (ou atomística – doutrina da decomposição): para esta 
corrente a cessão de contrato não seria global, única, mas sim, várias cessões de crédito e débito 
reunidas. 2) teoria unitária: defendida por Pontes de Miranda e Antunes Varela. Esta teoria 
diferentemente afirma quea cessão de contrato se dá globalmente, de forma unitária em um 
único ato. Na cessão de contrato a anuência da outra parte é condição de eficácia para o ato. 
3.3 - Natureza jurídica Contratual: é um conjunto de cessão de créditos e assunção de dívidas. 
A cessão em si constitui um contrato típico, quem tem por finalidade transferir outro contrato. 
O contrato transferido, que constitui o objeto da cessão, chama-se contrato-base. 3.4 - 
Categorias - cessão de contrato com liberação do cedente - cessão de contrato sem liberação 
do cedente 3.5 - Efeitos -Entre o cedente e cessionário - o cedente é responsável pela existência 
do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo. -Entre cedente e cedido – Com 
a transferência de sua posição contratual, sai o cedente da relação jurídica, mas as partes podem 
manifestar em sentido contrário. -Entre cessionário e cedido – ambos passam a ser partes no 
contrato-base. O cessionário toma o lugar do cedente nos direitos e obrigações. O cedido só 
liberará de suas obrigações contratuais com o pagamento ao cessionário, após tomar 
conhecimento e anuir na cessão. O contrato pode ser cedido parcialmente cumprido. Todos os 
acessórios dos direitos conferidos pelo contrato também se transmitem ao cessionário. As 
garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, prestadas por terceiro necessitam do 
consentimento destes. 
UNIDADE VI – EXECUÇÃO VOLUNTÁRIA E EXECUÇÃO FORÇADA DA OBRIGAÇÃO 
O Pagamento – Solutio 1. Conceito: ato do devedor ao credor que dá cumprimento ao acordo 
de vontades que originou a obrigação, nada mais é então do que a execução do crédito. A 
execução da obrigação é o pagamento (toda vez que houver um cumprimento da prestação). 
- Teoria do adimplemento substancial 1. (D. Inglês) - esta doutrina sustenta que não se deve 
considerar resolvida a obrigação quando a atividade do devedor, embora não tenha atingido 
plenamente o fim proposto, aproxima-se consideravelmente do seu resultado final. 2. Natureza 
jurídica do pagamento: É um fato jurídico, sendo que respeitável parcela da doutrina (Caio 
Mário, Roberto de Ruggiero) afirmam que o pagamento é um fato jurídico de natureza negocial. 
Assim, aplicam-se ao pagamento os defeitos do negócio jurídico. 3. Quem pode pagar (Solvens) 
– devedor, fiador, terceiro interessado (art. 304) e não interessado (art. 304, parágrafo único), 
avalista e herdeiro. *O terceiro não interessado pode pagar em nome e por conta do devedor 
ou pagar em seu próprio nome (neste caso tem o direito de reeembolsar-se do que pagou). *O 
pagamento pelo devedor não é apenas uma obrigação, mas um direito seu. *Se a obrigação for 
personalíssima não terá a sua transmissão – o que interessa é que o próprio devedor execute a 
obrigação – infungível. (obrigação de fazer ou não fazer). Sum. 581/STJ: A recuperação judicial 
do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra 
terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou 
fidejussória. 4. A quem se deve pagar (Accipiens) O pagamento deve ser feito ao credor ou seu 
representante. * Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo 
se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante (art. 311). * Pode se fazer o 
pagamento ao representante do credor 5. Credor putativo ou aparente (art. 309) Supõe-se ser 
uma pessoa legítima para receber o crédito (acredita-se estar fazendo o pagamento ao único 
herdeiro, por exemplo). Neste caso, se o devedor a ele efetuar o pagamento, este será válido se 
o devedor estiver de boa-fé e ignorar por completo a situação. *A lei condiciona a validade do 
pagamento ao fato de o accipiens ter a aparência de credor e estar o solvens de boa-fé. 6. 
Quando o pagamento feito a terceiro desqualificado será válido a) Art. 308 – ratificação de 
recebimento pelo credor b) Art. 308 - 310 – prova de que o pagamento se reverteu em benefício 
do credor c) Credor putativo 7. Pagamento feito ao inibido de receber • Art. 310 - Não vale o 
pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em 
benefício dele efetivamente reverteu. • Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de 
intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o 
pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, 
ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. • Também estará inibido de receber e quitar 
o devedor falido desde o momento de abertura da falência 8. Objeto do pagamento – arts. 313 
a 318 • O pagamento deve compreender, como objeto, o que foi acordado (art. 313 e 314). * A 
estipulação de pagamento em moeda estrangeira não é possível, salvo se houver permissão 
legal – art. 318. A moeda representa um elemento da soberania nacional. - Teoria da imprevisão 
do contrato – art. 317 - Clausula da escala móvel – art. 316 9. Prova do pagamento (quitação – 
arts. 319 a 324): prova é a demonstração material de um fato, ato ou negócio jurídico. - observar 
a regra do art. 320 – documento que libera o devedor do vínculo obrigacional. - Prova do 
pagamento pela entrega do título (art. 321 e 324) - Perda ou extravio do título representativo 
da obrigação (art. 321). * Observar as normas dos arts. 322, 323 e 324 C.C. 
10. Pagamento em cotas sucessivas, periódicas (art. 322) 11. Dos Juros ante a quitação do 
capital - art. 323 - São acessórios do principal. *Presunção iuris tantum – presunção relativa – 
admite prova em contrário (uma corrente) – se recebeu o principal não quer dizer que tenha 
recebido o juro. *Presunção iuris et de jure – presunção absoluta – se recebeu o principal, não 
pode reclamar o juro (outra corrente) não admite prova em contrário. 12. Despesas com o 
pagamento e quitação: Art. 325 – devedor. 13. Pagamento por medida, ou peso: Art. 326 – 
Silêncio das partes - os do lugar da execução. 14. Do lugar do pagamento -Em princípio o 
pagamento deve ser feito no domicílio do devedor (dívida quesível- quérable) – Art. 327 - Pode 
constar expressamente no contrato, a obrigação do devedor levar o débito no domicílio do 
credor ou onde esse indicar (dívida portável- portable) Local alternativo – se ficar designado dois 
ou mais lugares, o credor elege o que lhe for mais favorável. Art. 327, par. Único. - Ver arts. 328, 
329 330 15. Do tempo do pagamento: Regra geral - não pode o credor exigir o pagamento antes 
do vencimento do prazo. Exceções: art. 333. 16. Obrigações Puras e Simples: Se não houver 
nenhuma condição e nenhum vencimento, deverá ser satisfeita imediatamente. – Princípio da 
satisfação imediata (art. 331 c/c 134) 17. Obrigações com prazo e condicionais: Execuções – 
por conveniência do devedor quando o prazo houver sido estabelecido em seu favor (art. 332 
c/c 125, 127 e 128, CC). No caso do mútuo de dinheiro, não tendo sido estipulado o vencimento, 
o prazo legal para pagamento é de 30 dias (art. 592, II, CC). ATENÇÃO - Antecipação do 
vencimento por disposição legal (art. 333). 
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES: Do Pagamento em 
Consignação (art. 334 a 345 CC, 539 a 549, CPC) - Considera-se pagamento, e extingue a 
obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e 
forma legais – art. 334. Pela sistemática do CPC, art. 539, § 1º, tratando-se de obrigação em 
dinheiro, o devedor ou terceiro podem optar pelo depósito em estabelecimento bancário. *A 
consignação é uma faculdade às mãos do devedor. 
Natureza jurídica Mista ou híbrida – porque está regulamentada tanto no CC quanto no CPC. A 
decisão judicial é que vai dizer se o pagamento feito desse modo em juízo terá o condão de 
extinguir a obrigação. Objeto que envolva uma obrigação de dar ou uma obrigação de fazer c/c 
obrigação de dar. No caso de imóveis o depósito judicial é simbolizado pela chave. As obrigações 
de fazer e não fazer,devido sua própria natureza, não permitem consignação. 
Obrigações ilíquidas não podem ser objeto de consignação, enquanto não se tornarem líquidas. 
Se a coisa for consumível não é possível o depósito judicial. (desde que se deteriore em pouco 
tempo). Hipóteses - Art. 335 Procedimento Arts. 539 a 549 do CPC. A pretensão de consignar 
nasce no momento de vencimento da obrigação. A lei não estabelece até quando após o 
vencimento pode ser utilizada a consignação. Se o depósito for insuficiente, permite-se ao autor 
que o complemente. Requisitos de validade - Art. 336 Levantamento do depósito -A arts. 338 a 
340 Consignação de coisa certa e incerta - Arts 341 e 342 Despesa da consignação - Art. 343 
Possibilidade de o credor ajuizar a consignatória - Art. 345. 
DO PAGAMENTO POR SUB-ROGAÇÃO – arts. 346 a 351 Conforme esclarece Washington de 
Barros Monteiro, em sentido amplo, sub-rogar é colocar uma coisa no lugar da outra (sub-
rogação real – art. 1911 e 1.659, II do CC), ou uma pessoa no lugar da outra (sub-rogação 
pessoal). É desta última espécie que ora trataremos. Assim, “sub-rogação é a transferência dos 
direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou emprestou o necessário para solvê-
la” (Clóvis Beviláqua, citado por Washington de Barros Monteiro). I - Modalidades: a) Sub-
rogação legal (346 do CC) - é a imposta por lei, nos seguintes casos: - do credor que paga a dívida 
do devedor comum; - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem 
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; - do 
terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. 
b) Sub-rogação convencional (347 do CC) - é a que decorre de acordo de vontades entre o credor 
e terceiro ou entre o devedor e terceiro, desde que tal convenção seja contemporânea do 
pagamento, e expressamente declarada, pois, se o pagamento é um ato liberatório, a sub-
rogação não se presume (MHD). Ocorre nos seguintes casos: - quando o credor recebe o 
pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Nesta hipótese, 
vigoram as disposições pertinentes à cessão de crédito; - quando terceira pessoa empresta ao 
devedor a quantia para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado 
nos direitos do credor satisfeito. II - Efeitos: 1º) efeito translativo - transferência ao novo credor 
de todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo em relação à dívida, contra o 
devedor principal e os fiadores. Na sub-rogação convencional, entretanto, as partes poderão 
estabelecer restrições a alguns desses direitos; 2º) efeito liberatório - exoneração do devedor 
ante o credor originário; 3º) na sub-rogação legal, o sub-rogado não poderá exercer os direitos 
e as ações do credor, senão até à soma, que tiver desembolsado para desobrigar o devedor (a 
convencional pode ter natureza expeculativa); 4º) o credor originário, só em parte 
reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida, se os bens do devedor não 
chegarem, para saldar inteiramente o que a um e outro dever 
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO: (art.352 a 355 C.C.) Álvaro Villaça: trata-se da determinação 
feita entre dois ou mais débitos da mesma natureza líquidos e vencidos devidos a um só credor. 
I - Requisitos: a) existência de dualidade ou pluralidade de dívidas; b) identidade de credor e de 
devedor; c) igual natureza dos débitos; d) suficiência do pagamento para resgatar qualquer das 
dívidas. II - Espécies: a) imputação do pagamento feita pelo devedor ou terceiro, nos casos em 
que tiver direito de fazê-la. É possível apenas se referir-se a débitos líquidos e vencidos, salvo 
consentimento do credor. O devedor encontra duas limitações ao proceder a tal imputação: 1ª) 
havendo capital e juros, o pagamento se imputará primeiro nos juros vencidos e, depois, no 
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital; 
2ª) se a dívida for de montante superior ao pagamento oferecido, não pode o devedor nela 
imputar o pagamento. b) imputação do pagamento feita pelo credor - quando o devedor não 
declara em qual das dívidas pretende imputar o pagamento. Aceita a quitação de uma delas pelo 
devedor, este não poderá reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo se provar haver 
ele cometido violência, ou dolo. c) imputação do pagamento feita pela lei - quando nenhuma 
das partes procede à imputação do pagamento. Assim, se o devedor não fizer a imputação, e se 
a quitação for omissa quanto a ela, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. 
Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais 
onerosa. III - Efeitos: extinção do débito a que se refere, com todas as garantias reais e pessoais. 
OBS: As regras do CC não se aplicam nem mesmo subsidiariamente no Direito Tributário, já que 
o instituto da imputação ao pagamento foi disciplinado de forma exaustiva art. 163 do CTN. 
DAÇÃO EM PAGAMENTO- datio in solutum (arts. 356 a 359) 1. CONCEITO - consiste na entrega 
pelo devedor, a título de pagamento, de um objeto que não é devido (estipulado) no vínculo 
obrigacional, mediante a aceitação do credor. Pode consistir na substituição de dinheiro por 
coisa (rem pro pecuni), também de uma coisa por outra (rem pro re), assim como a substituição 
de uma coisa por uma obrigação de fazer. 2 - REGRAS DA DAÇÃO: arts. 356 a 359. 3 - 
REQUISITOS - Animus solvendi - A coisa dada em pagamento deve ser diferente do objeto da 
prestação original. - O credor deve concordar com a substituição. - Não há necessidade de 
equivalência de valor na substituição. *A dação em pagamento com títulos de crédito – 
aplicação das regras de cessão de crédito (art. 358). *O representante necessita de poderes 
especiais para dar esse tipo de quitação, que foge ao exato cumprimento da obrigação. O 
mandatário com poderes gerais não poderá aceitá-la. SFH. SUBSTITUIÇÃO DA GARANTIA 
HIPOTECÁRIA POR TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA. DAÇÃO EM PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1. 
Não é possível utilização de Títulos da Dívida Pública para quitação de débito relativo a contrato 
de mútuo com garantia hipotecária. Inexistência de requisitos dos institutos da dação em 
pagamento e da compensação. 
2. A dação em pagamento, como meio indireto de satisfazer obrigação, não pode ser coativa, 
pois demanda o consentimento do credor, sem o qual será irrealizável (arts. 313 e 356, do CC). 
Precedentes desta Corte. [...] (TRF1, AC 2000.34.00.018612-0/DF, Rel. Desembargadora Federal 
Selene Maria De Almeida, Conv. Juíza Federal Mônica Neves Aguiar Da Silva (conv.), Quinta 
Turma, e-DJF1 p.553 de 22/09/2009) - NATUREZA JURÍDICA Trata-se de um negócio jurídico 
bilateral, oneroso e real. - RESPONDE O ALIENANTE PELA EVICÇÃO – art. 359. - EQUIPARAÇÃO À 
COMPRA E VENDA - aplicam-se todas as regras atinentes ao negócio, suas questões de nulidade 
e anulabilidade (art. 357) *O art. 357 incide tanto se o bem objeto da dação for móvel quanto 
se for imóvel. *Se o objeto não for pecuniário e houver substituição por outra coisa, a analogia 
é com a troca ou permuta. 
UNIDADE VII – NOVAÇÃO, COMPENSAÇÃO, CONFUSÃO, REMISSÃO 
1 - DA NOVAÇÃO (art.360 a 367 do C.C.) “Ato que cria uma nova obrigação, destinada a extinguir 
a precedente, substituindo-a” (Maria Helena Diniz). I - Requisitos: a) existência de uma 
obrigação anterior, que se extingue com a constituição de uma nova, que a substitui. Não podem 
ser objeto de novação obrigações nulas, extintas ou inexistentes, admitindo-se, entretanto, que 
tal modalidade extintiva se refira a obrigações simplesmente anuláveis, caso em que se terá a 
confirmação destas (art. 172 do CCB); b) criação de uma obrigação nova, em substituição à 
anterior, que se extinguiu; c) elemento novo, que pode se referir ao objeto ou aos sujeitos; d) 
animus novandi, expressoou tácito, mas inequívoco - não havendo ânimo de novar, a segunda 
obrigação confirma simplesmente a primeira; e) capacidade e legitimação das partes. II - 
Espécies: a) objetiva ou real- Quando há alteração no objeto da relação obrigacional; b) 
subjetiva ou pessoal - Quando há alteração no que tange aos sujeitos da relação obrigacional. 
Pode ser passiva (quando a pessoa do devedor se altera) ou ativa (quando a pessoa do credor 
se altera). A novação subjetiva passiva pode se dar por expromissão (ocorre quando um terceiro 
assume a dívida do devedor originário, substituindo-o sem o consentimento deste, desde que o 
credor concorde com tal mudança) ou delegação (a substituição do devedor é feita com o 
consentimento do devedor originário). c) mista III - Efeitos: 1º) extinção da dívida anterior; 2º) 
extinção dos acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário; 
3º) ineficácia da ressalva da hipoteca, anticrese ou penhor, se os bens dados em garantia 
pertencerem a terceiro, que não foi parte na novação; 4º) exoneração do fiador, se for feita sem 
o seu consenso com o devedor principal; 5º) operada entre o credor e um dos devedores 
solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e 
garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados; 6º) 
se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o 
primeiro, salvo se este obteve de má-fé a substituição. 
2 - DA COMPENSAÇÃO (art.368 a 380 do C.C.) Conceito: “Um modo de extinção especial das 
obrigações recíprocas, pelo qual duas obrigações existentes, em sentido inverso entre as 
mesmas pessoas, extinguem-se até o montante da menor” (Planiol e Ripert, citados por Sílvio 
Rodrigues). Aliás, neste sentido, dispõe o Código Civil que “se duas pessoas forem ao mesmo 
tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se 
compensarem”. I - Espécies: a) legal - prevista no Código Civil, cujos efeitos operam de pleno 
direito, independente de convenção das partes. Entretanto, não pode ser declarada de ofício 
pelo juiz, cabendo ao interessado alegá-la. O fato de a compensação processar-se por força de 
lei, implica nas seguintes consequências: é irrelevante o problema da capacidade das partes; a 
compensação retroage à data em que a situação de fato se configurou, inclusive quanto aos 
acessórios do débito; b) convencional ou voluntária - decorrente de acordo das partes, que 
podem dispensar qualquer de seus requisitos. c) judicial. 
II - Requisitos (da compensação legal): 1º) reciprocidade de débitos - é indispensável que duas 
pessoas sejam, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra. Impõe-se observar as 
seguintes regras: - terceiro não interessado poderá pagar, se o fizer em nome e por conta do 
devedor, porém não poderá compensar; - pessoa que se obriga por terceiro não poderá 
compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever; - Exceção - o devedor só pode 
compensar com o credor o que este lhe dever, mas o fiador pode compensar sua dívida com a 
de seu credor ao afiançado; - o devedor que, notificado, nada opõe à cessão, que o credor faz a 
terceiros, dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão 
teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao 
cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente; 2º) liquidez das dívidas; 
3º) exigibilidade atual das prestações; 4º) fungibilidade dos débitos; entretanto, embora sejam 
do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, 
verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato; 5º) a diferença da 
causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: se uma provier de furto ou roubo; se 
uma se originar de comodato, depósito, ou alimentos; se uma for de coisa não suscetível de 
penhora; 6º) não haver renúncia prévia de um dos devedores; 7º) não haver estipulação entre 
as partes excluindo a possibilidade de compensação; 8º) dedução das despesas necessárias à 
operação, quando as duas dívidas não forem pagáveis no mesmo lugar; 9º) observância das 
regras pertinentes à imputação do pagamento, havendo vários débitos compensáveis; 10º) 
ausência de prejuízo a terceiros. Assim, o devedor que se torne credor do seu credor, depois de 
penhorado o crédito deste por terceiro, não pode opor ao exequente a compensação, de que 
contra o próprio credor disporia. Obs: - o STJ tem flexibilizado a proibição de compensação de 
débito alimentar, como podemos observar no REsp 982.857/RJ, julgado em 18/09/08. - o STJ no 
Agr. Reg. No Agr. 353.291/RS apontou a impossibilidade de retenção de salário para efeito de 
compensação. Todavia, note-se que o empréstimo consignado é uma exceção admitida pelo 
próprio ordenamento jurídico. - Súmula 306, STJ: “Os honorários advocatícios devem ser 
compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do 
advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte”. 
3 - DA CONFUSÃO7 (art.381 a 383 do C.C.) Conceito: “É a reunião, em uma única pessoa e na 
mesma relação jurídica, da qualidade de credor e devedor” (Silvio Rodrigues). I – Espécies: a) 
total ou própria - se diz respeito ao total da dívida; b) parcial ou imprópria - se diz respeito a 
apenas parte da dívida. II - Requisitos: a) unidade da relação obrigacional; b) união, na mesma 
pessoa, das qualidades de credor e devedor; c) ausência de separação dos patrimônios. III - 
Efeitos: a) extinção da obrigação; b) cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos 
os seus acessórios, a obrigação anterior. 
4 - DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS (art.385 a 388 do C.C.) Conceito: “É a liberalidade do credor, 
consistente em dispensar o devedor de pagar a dívida” (Silvio Rodrigues). É o perdão da dívida. 
I - Modalidades: a) expressa (firmada por ato escrito) e tácita (nos casos previstos em lei); b) 
total (se tiver por objeto a completa extinção da obrigação) e parcial (se tiver por objeto apenas 
parte da dívida). II – Regras: - a remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, 
mas sem prejuízo de terceiro; - a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito 
particular, prova a desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, 
e o devedor capaz de adquirir. - a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia 
do credor à garantia real, mas não a extinção da dívida. - a remissão concedida a um dos co-
devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o 
credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte 
remitida. 
UNIDADE VIII – INADIMPLEMENTO RELATIVO - DA MORA (Arts. 394 a 401) 
I – Conceito: “Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que o 
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer” (art. 394, 
CC). A mora (inadimplemento relativo) distingue-se do inadimplemento absoluto. Neste, há o 
descumprimento da obrigação e a impossibilidade de sê-lo, proveitosamente, para o credor. 
Naquela, a obrigação não é cumprida em tempo, lugar e forma devidos, mas poderá sê-lo, 
proveitosamente, para o credor. - Enunciado 162 da III JDC, a luz do princípio da boa-fé, se a 
prestação objetivamente considerada tornar-se inútil, não haverá simples mora, mas sim 
inadimplemento absoluto e responsabilidade civil. II - Espécies: - mora solvendi ou debitoris - 
mora do devedor, quando este não cumprir, por culpa sua, a prestação devida na forma, tempo 
e lugar devidos. Manifesta-se como mora ex re (decorre da lei, resultando do simples 
descumprimento da obrigação quando existe termo certo e independendo de provocação do 
credor) e como mora ex persona (se não houverestipulação de termo certo para a execução da 
relação obrigacional, sendo indispensável a 7 PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. 
CANCELAMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. SUCESSÃO. CONFUSÃO 
ENTRE CREDOR E DEVEDOR. ART. 267, X, CPC. 1. Com a extinção do Banco Nacional de Crédito 
Cooperativo S/A - BNCC em 23/05/1994, a União o sucedeu na presente execução, e, após a 
edição da Lei 11.457/2007, a União passou a representar judicialmente o INSS. No presente caso, 
credor e devedor se confundem. 2. Ocorrendo confusão entre credor e devedor, incabível a 
condenação aos honorários advocatícios. 3. Apelação a que se dá provimento. (TRF1, AC 
2008.01.00.064802-7/DF, Rel. Desembargadora Federal Maria Do Carmo Cardoso, Oitava 
Turma, e-DJF1 p.899 de 15/05/2009 adoção de certas providências do credor para constituir o 
devedor em mora). Para se configurar, exige culpa do devedor, eis que não havendo fato ou 
omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. - mora credendi ou accipiendi - mora 
do credor, quando este se recusa injustamente a aceitar o adimplemento da obrigação no 
tempo, lugar e forma devidos ou não vai recebê-la. - mora de ambos – compensação. 
III - Consequências jurídicas: 1º) Da mora do devedor: - responde o devedor pelos prejuízos a 
que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado; - se a prestação, devido à mora, se 
tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir satisfação de perdas e danos 
(inadimplemento absoluto); - o devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, 
embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem 
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa (na mora), ou que o dano sobreviria, ainda 
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. 2º) Da mora do credor: - subtrai o 
devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa; - obriga o credor a 
ressarcir as despesas empregadas na conservação da coisa; - sujeita o credor a receber a coisa 
pela estimação mais favorável ao devedor, se o valor oscilar entre o dia estabelecido para o 
pagamento e o da sua efetivação. 
IV - Termo inicial: - mora ex re - o inadimplemento de obrigação, positiva e líquida, no seu termo 
constitui de pleno direito em mora o devedor. Regra dies interpellat pro homine. Obs: - no caso 
das obrigações decorrentes de alienação fiduciária, o STJ tem entendido de forma pacífica que 
se trata de mora ex re, de maneira que a notificação do devedor é apenas comprobatória da 
mora (Ag. Reg. No REsp 1.041.543/RS). CONTRATO BANCÁRIO. MORA. DESCARACTERIZAÇÃO. A 
Seção, reiterando jurisprudência consolidada deste Superior Tribunal, reafirmou que a cobrança 
de encargos ilegais, durante o período da normalidade contratual, descaracteriza a configuração 
da mora. Precedente citado: EREsp 785.720-RS, DJe 11/6/2010. EREsp 775.765-RS, 2S, Rel. Min. 
Massami Uyeda, julgados em 8/8/2012. - mora ex persona - não havendo termo, a mora se 
constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. - mora solvendi na obrigação negativa 
- nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora, desde o dia em que executar o 
ato de que se devia abster. - mora em caso de ato ilícito (responsabilidade extracontratual ou 
aquiliana) - nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde 
que o praticou. V - Purgação ou emenda da mora: É o ato espontâneo do contratante moroso, 
que visa remediar a situação a que deu causa, evitando os efeitos dela decorrentes, 
reconduzindo a obrigação à normalidade. - Purgação da mora debitoris - ocorre quando o 
devedor oferece a prestação devida (desde que esta não tenha se tornado inútil ao credor), mais 
a importância dos prejuízos decorrentes até o dia da oferta. - Purgação da mora do credor - 
ocorre quando credor se oferece a receber o pagamento e a se sujeitar aos efeitos da mora até 
a mesma data. - DAS PERDAS E DANOS (Arts. 402 a 405) I – Regra geral: Salvo as exceções 
expressamente previstas em lei, abrangem os danos emergentes e os lucros cessantes. Visam 
restabelecer o status quo ante. 
II – Requisitos: - Culpa - Existência de dano - Nexo causal (não se indeniza o dano indireto) III - 
Perdas e danos nas obrigações de pagamento em dinheiro: serão pagas com atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e 
honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Pode o juiz conceder ao credor 
indenização suplementar. IV - Regras pertinentes à fixação dos prejuízos efetivos e dos lucros 
cessantes: as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito 
direto e imediato da inexecução. 
- DOS JUROS MORATÓRIOS (Arts. 405 a 407) I – Noções: Juros são o preço do uso do capital 
(Silvio Rodrigues). Podem ser compensatórios, remuneratórios ou juros-frutos (compensação 
pelo uso de capital alheio) ou moratórios (indenização pelos prejuízos resultantes do 
retardamento ou descumprimento de obrigação). Os juros ainda podem ser divididos em 
convencionais (decorrentes da manifestação de vontade das partes) e legais (decorrentes da 
lei). II – Regra: Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros de mora que 
se contarão assim às dívidas em dinheiro, com às prestações de outra natureza, uma vez que 
lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as 
partes. Independem de pedido na inicial – art. 322 do CPC e SUM 254 do STF III - Taxa: Quando 
os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando 
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a 
mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional8 . IV - Momento em que começam 
a correr os juros de mora: a) regra geral – art. 405: contam-se os juros de mora desde a citação 
inicial (aplica-se em geral nas obrigações ilíquidas); b) regras especiais: b.1) inadimplemento de 
obrigação, positiva e líquida, com termo fixado: a mora se constitui pelo mero advento do termo, 
contando-se os juros moratórios a partir desse momento; b.2) inadimplemento de obrigação 
sem termo fixado: a mora se constitui pela interpelação judicial ou extrajudicial, bem como pela 
citação, contando-se os juros moratórios a partir de então; b.3) obrigações provenientes de ato 
ilícito: considera-se o devedor em mora desde que praticou o ato ilícito, razão por que, nos 
termos da Súmula 54 do STJ, “os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de 
responsabilidade extracontratual”; 8 Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se refere o art. 
406 é a do art. 161, §1º, do Código Tributário Nacional, ou seja, 1% (um por cento) ao mês. 
Segundo Rosenvald utilização da taxa Selic como índice de apuração dos juros legais não é 
juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros; não é operacional, 
porque seu uso será inviável sempre que se calcularem somente juros ou somente correção 
monetária; é incompatível com a regra do art. 591 do novo Código Civil, que permite apenas a 
capitalização anual dos juros. Todavia outro é o entendimento atual do STJ RECURSO ESPECIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. PARTO. SEQUELAS IRREVERSÍVEIS. PARAPLEGIA. 
INDENIZAÇÃO. [...] 7. Os juros moratórios, em caso de indenização por danos morais, são 
devidos à taxa de 6% (seis por cento) ao ano, a partir da citação, observando-se o limite prescrito 
nos arts. 1.062 e 1.063 do Código Civil/1916 até a entrada em vigor do Código Civil de 2002. 8. 
A partir da vigência do CC/2002, os juros moratórios submetem-se à regra contida no seu art. 
406, segundo a qual, de acordo com precedente da Corte Especial (EREsp 727.842 / SP), 
corresponde à Taxa Selic, RESSALVANDO-SE A NÃOINCIDÊNCIA DE CORREÇÃOMONETÁRIA 
DESDE ENTÃO, POIS JÁ COMPÕE A REFERIDA TAXA. 8. A correção monetária do valor da 
indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento (Súmula 362/STJ). [...] (STJ, REsp 
933.067/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
07/12/2010, DJe 17/12/2010). b.4) obrigações de natureza diversa de dinheiro: os juros 
começam a correr desde a citação, mas é necessário que lhes seja fixado o valor pecuniário por 
sentença judicial, arbitramento ou acordo entre as partes. Súmula 54, STJ: “Os juros moratórios 
fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”. Súmula 43, STJ: 
“Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”. 
UNIDADE IX – RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL 
Se origina da inexecução contratual - ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou da 
mora no cumprimento de qualquer obrigação. - infração a um dever especial estabelecido pela 
vontade dos contratantes, por isso decorre de relação obrigacional preexistente e pressupõe 
capacidade para contratar. - na responsabilidade contratual, não precisa o contratante provar 
a culpa do inadimplente, para obter reparação das perdas e danos, basta provar o 
inadimplemento. - ônus da prova na responsabilidade contratual: competirá ao devedor, que 
deverá provar, ante o inadimplemento, a inexistência de sua culpa ou presença de qualquer 
excludente do dever de indenizar (art. 389). - para que o devedor não seja obrigado a indenizar, 
o mesmo deverá provar que o fato ocorreu devido a caso fortuito ou força maior. (art. 393) a - 
Regra geral (389): Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários 
de advogado. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor, salvo 
os considerados impenhoráveis. b – Inadimplementos nas obrigações negativas (390): Nas 
obrigações negativas (não fazer) o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que 
executou o ato de que se devia abster. c - Responsabilidade nos contratos benéficos (392): Nos 
contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e 
por dolo aquele a quem não favoreça. Súmula 145 do STJ: “No transporte desinteressado, de 
simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao 
transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. d - Responsabilidade nos contratos 
onerosos (392): Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as 
exceções previstas em lei. e - Caso fortuito e força maior (393): O caso fortuito e a força maior 
exigem, para sua caracterização, dois requisitos: um objetivo, que consiste na inevitabilidade 
do acontecimento (fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir), e um 
subjetivo, que consiste na ausência de culpa na produção do evento. 
UNIDADE X - DA CLÁUSULA PENAL (Arts. 408 a 416) 
 I – Noção: “É um pacto secundário e acessório, em que se estipula pena ou multa para a parte 
que se subtrair ao cumprimento da obrigação, a que se obrigara, ou que apenas retardá-la” 
(Washington de Barros Monteiro). É também denominada de multa contratual ou pena 
convencional. II - Funções: - função compulsória, pois constitui um meio de forçar o 
cumprimento do estipulado, - função indenizatória, por estimar previamente as perdas e danos, 
caracterizando uma liquidação antecipada e convencional dos prejuízos a serem ressarcidos, no 
caso de inadimplemento da avença. II - Caracteres: a) acessoriedade b) condicionalidade; c) 
compulsoriedade; d) subsidiariedade, na hipótese de pena compensatória; ou cumulatividade, 
na pena moratória. e) ressarcibilidade, por constituir liquidação prévia e convencional das 
perdas e danos, no caso de inadimplemento futuro do convencionado; f) imutabilidade relativa, 
eis que poderá ser modificada pelo magistrado nos casos previstos em lei. III - Modalidades: a) 
compensatória (art. 410) - É a que é estipulada para as hipóteses de total inadimplemento da 
obrigação. b) moratória (art. 411) - É a convencionada para o caso de mora ou relacionada à 
inexecução de alguma cláusula especial. IV - Estipulação: pode ocorrer conjuntamente com a 
obrigação principal ou em ato posterior. V - Regras: a) Cláusula penal estipulada para o caso de 
total inadimplemento da obrigação - O credor pode exigir o cumprimento da obrigação, ou a 
satisfação da cláusula penal, não podendo cumular ambas as pretensões. Não pode, entretanto, 
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado, ainda que o prejuízo exceda o 
previsto na cláusula penal; entretanto, se tiver havido convenção admitindo a aludida 
suplementação, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o 
prejuízo excedente. b) Cláusula penal estipulada para o caso de mora, ou em segurança especial 
de outra cláusula determinada - O credor tem o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, 
juntamente com o desempenho da obrigação principal. c) Desnecessidade de comprovação do 
prejuízo - Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. - Valor 
- Não pode ser superior ao da obrigação principal. RECURSO ESPECIAL - CONTRATO BILATERAL, 
ONEROSO E COMUTATIVO - CLÁUSULA PENAL - EFEITOS PERANTE TODOS OS CONTRATANTES - 
REDIMENSIONAMENTO DO QUANTUM DEBEATOR -NECESSIDADE - RECURSO PROVIDO. 1. A 
cláusula penal inserta em contratos bilaterais, onerosos e comutativos DEVE VOLTAR-SE AOS 
CONTRATANTES INDISTINTAMENTE, AINDA QUE REDIGIDA APENAS EM FAVOR DE UMA DAS 
PARTES. 2. A cláusula penal não pode ultrapassar o conteúdo econômico da obrigação 
principal, cabendo ao magistrado, quando ela se tornar exorbitante, adequar o quantum 
debeatur. 3. Recurso provido. (REsp 1119740/RJ, Rel. MIN. MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 27/09/2011, DJe 13/10/2011) È lícita a cláusula que prevê a perda de todas as 
prestações pagas a título de cláusula penal? O STJ tem o entendimento (REsp 399.123/SC, REsp 
435608/PR) no sentido de que os contratos celebrados após a entrada em vigor do CDC, por 
conta do princípio constitucional de defesa do consumidor, pode em tese ter esta cláusula 
impugnada. e) Redução do valor (art. 413) – proporcionalidade e vedação do excesso f) 
Momento em que se torna devida - desde que o devedor, culposamente, deixe de cumprir a 
obrigação ou se constitua em mora. g) Pluralidade de devedores na obrigação com cláusula 
penal: 1º) Se a obrigação for indivisível, todos os devedores, caindo em falta um deles, 
incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo 
cada um dos outros somente pela sua cota. Aos não culpados assiste o direito de regresso contra 
o culpado. 2º) Se a obrigação for divisível, só incorrerá na pena o devedor ou o herdeiro do 
devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. 
UNIDADE XI - DAS ARRAS OU SINAL 
I – Conceito: “As arras, ou sinal, constituem a importância em dinheiro ou a coisa dada por um 
contratante ao outro, por ocasião da conclusão do contrato, com escopo de firmar a presunção 
de acordo final e tornar obrigatório o ajuste; ou ainda, excepcionalmente, com o propósito de 
assegurar, para cada um dos contratantes, o direito de arrependimento” (SR). 
II - Natureza jurídica: pacto acessório ao contrato principal e de caráter real. III – Objeto: 
dinheiro ou bem móvel. IV - Espécies: a) arras confirmatórias - de acordo com o Código Civil, as 
arras têm, ordinariamente, função confirmatória, ou seja, têm por finalidade firmar a presunção 
de acordo final e tornar obrigatório o ajuste; b) arras penitenciais – têm função unicamente 
indenizatória, destinando-se a assegurar às partes o direito de arrependimento, quando este for 
estipulado no contrato para qualquer das partes. V – Regras:

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