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1 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 Aula 1 – Definição: HEMÁCIAS: • Células vermelhas; • Mais abundantes do sangue; • Formato bicôncavo (devido ter - membrana) • Anucleadas • Funções da hemoglobina: - Transporte de gases ao organismo, principalmente, O2 aos tecidos; - Manter a coloração vermelha do sangue; • São eliminadas no fígado e baço - Vida média: 120 dias Eritropoiese: . Local em que ocorre: Medula óssea vermelha . Linhagem eritróide é formada a partir de um precursor mieloide . O núcleo da célula vai diminuindo, o último estágio que tem núcleo é o eritroblasto ortocromático. . Produção ocorre na medula óssea vermelha até o estágio de eritroblasto ortocromático. . Tempo de produção: +- 5 dias . Maturação: Sangue periférico - O reticulócito (hemácia jovem) é lançado na corrente sanguínea, não possui núcleo, mas possui restos citoplasmáticos, seu formato ainda é redondo devido ao excesso de membrana. . A maturação ocorre no baço - O reticulócito (eritrócito jovem) lançado na corrente sanguínea, entra na circulação do baço, passa pelos sinusóides esplênicos, sofrem ação dos macrófagos esplênicos (retiram o excesso de membrana e os corpúsculos citoplasmáticos) Origina as hemácias/eritrócitos maduros Regulação da eritropoiese: ✓ Troca de gases entre células e tecidos; tensão de O2: estímulo para eritropoiese tensão de O2: estímulo para eritropoiese (há POLICITEMIA- (↑ na prod. de eritrócitos) ✓ Estímulos: DIRETO: céls. indiferenciadas (fase inicial da diferenciação) fatores de crescimento (ex.: BPA) INDIRETO: age principalmente na fase final de diferenciação eritropoetina MECANISMO DA ERITROPOETINA: Quantidade de O2 no sangue ( tensão de O2) - Estímulo para os rins produzir ERITROPOETINA (produzidas nas células tubulares) - ERITROPOETINA age na medula óssea vermelha (possui receptores), começa a produzir + hemácias, principalmente reticulócitos, 2 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 - Resumindo: de O2 nos tecidos → EPO → Medula óssea → produção de eritrócitos. . Produzida nas células tubulares do rim (80%) . Pequena quantidade pelos hepatócitos no fígado. (10% da produção) ATUAÇÃO NA ERITROPOIESE: . Estimula a proliferação de células indiferenciadas (não é um estímulo acentuado, os fatores de crescimento são os responsáveis) . Amadurecimento das células + indiferenciadas. Ex.: Proeritroblasto . Síntese da hemoglobina (principal ação da eritropoetina na eritropoiese, principalmente nas fases finais de eritroblasto ortocromático e reticulócitos) . reticulócitos no sangue MECANISMO AUTOREGULADOR: . Doadores de sangue - Ao retirar sangue, retira hemácias, diminui o transporte de O2, essa flebotomia se torna um estímulo para produção de eritropoietina . Influência dos andrógenos - Principalmente testosterona, ele age de 2 formas na eritropoiese: DIRETA: Age estimulando as céls. formadoras de unidades de eritrócitos INDIRETA: estimulando a produção de eritropoietina Obs.: Por isso que os homens possuem mais hemácias e hemoglobinas que as mulheres. FATORES NUTRICIONAIS: . Temos 3 principais: FERRO, FOLATO, VITAMINA B12 FERRO: - Essencial para a formação da porção heme da hemoglobina; - FORNECIDO PELA DIETA: . Ingerimos na forma inorgânica de Fe+++ (forma férrica) ou Fe++ (forma ferrosa) ou na forma orgânica heme . Dieta adequada: 14mg/diário - Só absorvemos de 1 a 2 mg, a maior parte que usamos para produção das hemácias vem da” reciclagem das hemácias senescentes” feita pelos macrófagos durante a destruição das hemácias velhas (que possuem mais de 120 dias), - ABSORÇÃO DO FERRO: ocorre no IG Ferro INORGÂNICO Céls. da mucosa intestinal Ferro HEME Céls. intestinais Ferro INORGÂNICO Fe³+ (férrico) sofre ação da enzima redutase (Fe redutase) na membrana do enterócito e é reduzida a Fe ²+ (ferroso). . Esse Fe²+ é absorvido para dentro do enterócito por meio de uma proteína da membrana apical (DMT1). . Ao entrar no enterócito o Fe tem 2 caminhos: 1º CAMINHO: Ser absorvido e mandado DIRETO para corrente sanguínea, por meio da proteína da membrana basal, chamada ferroportina (FP), ao chegar na CS, o Fe é oxidado (Fe²+ → Fe³+) 2º CAMINHO: Se ele não for mandado direto para a CS, ele é armazenado no enterócito na forma de ferritina (Fe³+), quando tivermos uma descamação do intestino, essa ferritina será eliminada. Ferro ORGÂNICO HEME sofre internalização por meio de uma proteína da membrana apical (HT), ao entrar no enterócito, o Fe heme sofre ação da enzima heme oxigenase, e o transforma em Fe²+. A partir daqui ele pode ter 2 caminhos, como o Fe inorgânico. 3 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 FERRO PLASMÁTICO: - Nome dado ao Fe absorvido; - Se combina com: Apotransferrina (globulina) → transferrina (proteína de transporte) . A tranferrina é quem promove o transporte de Fe a partir da CS, Fe não circula sozinho. - Possui diferentes receptores, depende do tecido (ex.: Fe é levado para medula óssea em condições normais, em mulheres grávidas o Fe é levado para a placenta) . EXCESSO DE Fe depósito em forma de ferritina e hemossiderina. Ferritina: Depósito de Fe em forma de proteína, + instável, + acessível. Ex.: Demanda de Fe urgente, usa-se a ferritina Hemossiderina: Aglomerado de ferritina, + estável, - acessível. REGULAÇÃO DO FERRO: . Ingestão de ferro na dieta - Se ingere ↑ quant. de Fe, uma parte é absorvida e outra parte é armazenada na forma de ferritina no enterócito. . Estoque regulador - Se temos ↑ quant. de ferritina, não precisamos absorver mais Fe. . Necessidade de Fe para eritropoiese. - Ao precisar de Fe, recruta-se do depósito, a quantidade de ferritina, estímulo para absorção de Fe. METABOLISMO DO FERRO: . Ocorre no baço . Decorrente da destruição de eritrócitos (hemácias velhas ou defeituosas) VITAMINA B12 (Cianocobalamina): - Associada ao folato; - Fornecida pela dieta, em sua maioria, alimentos de origem animal - ABSORÇÃO DE VIT. B12 : ocorre no TGI . Ao ser ingerida, se liga a proteínas da própria alimentação. . Chegam no estômago, se desligam dessas proteínas e ligam-se a proteínas R (haptocorrina), essa proteína fica ligada a vitamina B12 no próprio estômago. .ESTÔMAGO: temos as células parietais, responsáveis por produzir FATOR INTRÍNSECO, importante para absorção de VIT. B12 (ocorre na porção distal do ID) . DUODENO: sofrem ação das enzimas do pâncreas (proteases), a partir disso, a proteína R se desliga da Vit.B12. (VIT.B12 livre no duodeno) - O fator intrínseco se liga a vit. B12, nos enterócitos do íleo temos receptores para fator intrínseco, sendo assim, a vit. B12 entra no enterócito a partir da ligação do fator intrínseco. - Vit. B12 se liga a um transportador (transcobalamina II), a partir daí vitamina B12 (cobalamina) consegue chegar na CS. Obs.: ANEMIA MEGALOBLÁSTICA - Por deficiência de Vit.B12 - Pode ocorrer quando temos anemia perniciosa, destruição das células parietais do estômago, ou seja, não temos produção do fator intrínseco. Obs.: GASTRECTOMIA TOTAL - Remove-se todo estômago - Não temos mais produção de fator intrínseco . FUNÇÃO: ✓ Formação normal das células sanguíneas; ✓ Função adequada do tecido nervoso ✓ Ligada à função dos folatos - Ao ingerirmos folato, é ingerido na forma de 5- Metiltetraidrofolatos, ele doa o radical metila para a cobalamina (vit. B12), e a partir disso, forma-se o tetraidrofolato (responsável pela formação do material genético) 4 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 - Ao receber radical metila, a cobalamina (vit. B12), setransforma em meticobalamina (Vit.B12), por conseguinte, doa seu radical metila para a homocisteína, ao receber o radical metila, torna-se metionina (importante para mielinização do sistema nervoso). Obs.: A vit. B12 é um cofator para duas reações, tanto a do folato, quando da homocisteína. FOLATO: - São derivados do ÁCIDO PTEROILGLUTÂMICO. Ex.: Metiltetraidrofolatos e tetraidrofolatos . METILTETRAIDROFOLATOS: . Forma como absorvemos no ID; . Doa o radical metila para formar a metilcobalamina . TETRAIDROFOLATOS: . Síntese dos ácidos nucleicos DEFICIÊNCIA DE COBALAMINA E FOLATO: - Não forma tetraidrofolato; - Não terá transferência do radical metil para a cobalamina; - Não tem quem transfira radical metil para homocisteína - Não terá produção de metionina - HIPERHOMOCISTEINEMIA (pode causar problemas cardiovasculares, trombose, anemia) - DEFICIÊNCIA DE METIONINA (problemas neurológicos, principalmente relacionado a sensibilidade) - Essa anemia é decorrente de uma produção inadequada de material genético. - Afeta outras células, ex.: Neutrófilos (nesse caso, se tornam hipersegmentados) OUTROS FATORES IMPORTANTES PARA ERITROPOIESE: ✓ Carboidratos ✓ Lipídeos ✓ Aminoácidos ✓ Sais Minerais - Zinco, cobre ✓ Função endócrina (estimulam eritropoietina) - Suprarrenais - Tireoide Obs.: DEFICIÊNCIA DE B12 E FOLATO – Anemia Megaloblástica DEFICIÊNCIA DE FERRO – Anemia Ferropriva Hemoglobina: • Molécula responsável pela pigmentação do sangue; • Importante para absorção, transporte e liberação de O2 para os tecidos. • Formada por 2 porções: HEME + GLOBINA FUNÇÃO: • Coloração vermelha do sangue; • Combinação reversível com o O2 - Variável pelo pH e temperatura • Transporta até 4 moléculas de O2 - Cada porção heme contém Fe em seu centro, como são 4 cadeias, ligaremos a 4 moléculas • Possui anidrase carbônica (enzima que converte Co2 e O2) 5 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 - Importante para transportar CO2 - Funciona como solução tampão SÍNTESE DO HEME: . Ocorre na mitocôndria . O Fe chega no sangue por meio da transferrina . Nos eritroblastos temos receptor para transferrina, assim o Fe entra na célula. . Há junção da succinil CoA+ glicina Pirrol ou anel pirrólico . 4 anéis Pirrol Protoporfirina (acopla o Fe no seu centro e forma-se a heme) . Fe + Protoporfirina = HEME . Heme + Globina = hemoglobina . Globina é a porção proteica formada no ribossomo SÍNTESE DA GLOBINA: . Ocorre no ribossomo . Há formação de 4 cadeias de globina: Alfa α Beta β Delta δ Gama γ . Hemoglobina A + abundante - Formada por 2 alfa+ 2 betas . o Fe está no centro das cadeias de globina (ambiente hidrofóbico para a porção heme) HbA: α2β2 = 95-98% HbA2: α2δ2= 1,5- 3% HbF: α2γ2 = 0-1% (Presente no nascimento, em maior quantidade) - afinidade com O2 HEMOGLOBINAS ANORMAIS: . Anemia falciforme- hemoglobinopatia S (defeito qualitativo) . Talassemias (defeito quantitativo) . hemoglobinopatia C (defeito qualitativo) MEMBRANA DOS ERITRÓCITOS: . Permite a maleabilidade das hemácias . Formada por: LIPÍDEOS e PROTEÍNAS. PROTEÍNAS DA MEMBRANA: . Transmembranosas (integrais): - Glicoforina A possui carboidratos que auxiliam na formação das cargas – das hemácias, evita aglutinação. - Proteína da banda 3 possui ligação com a proteína anquirina e α – espectina, importante para formar o citoesqueleto e fixá-lo na camada lipídica. PROBLEMA NA INTERAÇÃO VERTICAL: . Há instabilidade na camada lipídica . Forma-se hemácias diferentes. Ex.: ESFERÓCITOS PROBLEMA NA INTERAÇÃO HORIZONTAL: . Instabilidade do citoesqueleto . Forma-se hemácias diferentes. Ex.: ELIPTÓCITOS ANTÍGENOS DA MEMBRANA: . Se localizam na superfície dos eritrócitos; . Há cerca de 250 antígenos; . Se agrupam e formam sistemas, temos 2 mais importantes: ABO . Hemácia A → antígenoA → anticorpo B . Hemácia B → antígeno B → anticorpo A . Hemácia AB → antígenos A e B → 0 . Hemácia O → 0 → anticorpo A e B Obs.: ANTÍGENOS= AGLUTINOGÊNIOS ANTICORPOS= AGLUTININAS RHESUS . Fornece + ou – para o tipo sanguíneo + → antígeno D → 0 - → 0 → anticorpo D METABOLISMO DOS ERITRÓCITOS: . Ausência de núcleo e mitocôndrias; . Usa glicose e fosfato do citoplasma . NÃO utiliza O2 DESTRUIÇÃO DOS ERITRÓCITOS: . Promovida pelo BAÇO (“Cemitério das hemácias”) - Hemácias velhas – perdem velocidade e maleabilidade (passam devagar pelo baço) - Hemácias defeituosas. Ex.: Esferócitos e eliptócitos 6 Juliana F. M. de Camargo I Turma IV I 2020.2 . Transferrina vai para a medula óssea para fazer novos eritrócitos . Fe que a medula não precisa vai ser liberado para depósito na forma de ferritina e hemossiderina. . Bilirrubina se liga a albumina (bilirrubina indireta), e é levada para o fígado, os hepatócitos fazem a conjugação dessa bilirrubina (transforma BILIRRUBINA INDIRETA em BILIRRUBINA DIRETA) . Bilirrubina conjugada é excretada pela bile . No intestino se transforma em urobilinogênio e uma parte é excretada nas fezes, uma parte sofrem ação das bactérias e outra parte é reabsorvida e cai na corrente sanguínea, onde é liberada nos rins na forma de urobilina.
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