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HEMATOPOESE, ANEMIA E HEMOGRAMA

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Hematopoese 
Lara Camila – Medicina – 5º Semestre 
 
Sangue: composição e função 
O sangue periférico é composto por três diferentes linhagens 
celulares: (1) glóbulos vermelhos/hemácias/eritrócitos, (2) 
glóbulos brancos/leucócitos e (3) plaquetas/trombócitos; 
➢ Apenas os leucócitos são células completas (com 
citoplasma e núcleo); as plaquetas são fragmentos de células 
da medula óssea (megacariócitos) e os eritrócitos perdem o 
núcleo antes de chegar na circulação. 
 
Glóbulos vermelhos: constituem a maior população de células do sangue 
São células anucleadas, mas complexas; originam-se na medula óssea a 
partir da proliferação e maturação dos eritroblastos (eritropoese), 
sendo que a eritropoetina é o principal fator de crescimento. 
A hemácia formada a partir do fenômeno de enucleação do eritroblasto 
ortocromático ainda contém grande quantidade de RNA e, por isso, 
continua a síntese proteica. Essa hemácia é chamada de reticulócito – 
que sai da medula, após o processo de enucleação, e cai na corrente 
sanguínea. Quando o reticulócito amadurece e perde o seu RNA, 
transforma-se em uma hemácia madura, incapaz de sintetizar 
hemoglobina. 
➢ A hemoglobina constitui 95% das proteínas das hemácias, e é a 
responsável por transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos, e 
dióxido de carbono dos tecidos aos pulmões; 
Glóbulos brancos: constituem o grupo mais heterogêneo das células do sangue 
São agrupados em duas categorias diferentes: (1) leucócitos mononucleares: linfócitos, plasmócitos e 
monócitos e (2) leucócitos polimorfonucleares (granulócitos): neutrófilos, eosinófilos e basófilos; 
➢ Apesar de todos os leucócitos se originarem de um precursor comum na medula óssea, os 
precursores intermediários são distintos e influenciados por diferentes fatores de crescimento; 
➢ Na infância, há predomínio de leucócitos mononucleares em relação aos polimorfonucleares; na 
vida adulta, essa relação se inverte e há predomínio, principalmente, de neutrófilos. 
Plaquetas: são formadas na medula óssea a partir da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos – 
célula grande e multilobulada. 
Órgãos hematopoéticos 
• Embrionário (1º ao 2º mês): ilhotas sanguíneas do saco vitelino; 
Os angioblastos formam o endotélio -> os angioblastos do endotélio se 
transformam em hemocitoblastos -> células sanguíneas; 
• Hepatoesplênico (2º ao 7º mês): fígado e baço; 
• Medular (a partir do 5º mês): porção esponjosa dos ossos, 
chamada de medula óssea vermelha; 
Quando adulto, a produção medular ocorre principalmente no esterno, nos ossos da bacia, costelas e 
nas vértebras; 
A medula óssea dos recém-nascidos é celular, com pouca presença de adipócitos. No entanto, com a 
idade, o espaço medular é preenchido por células gordurosas (temos, então, uma transição de medula 
óssea vermelha para medula óssea gordurosa), e a celularidade decresce progressivamente, sendo mais 
evidenciada após os 70 anos. 
➢ Pacientes com osteoporose, mesmo jovens, podem apresentar porcentagem do tecido 
hematopoiético diminuída devido ao aumento da cavidade medular, e não devido à diminuição 
da celularidade. 
➢ Em várias doenças, como nas anemias hemolíticas, a medula óssea gordurosa pode voltar a ser 
medula óssea vermelha, assim como o fígado e baço podem retomar sua atividade hematopoética 
fetal, o que é chamado de hematopoese extramedular. 
➢ A presença de tecido hematopoético ativo fora da medula óssea é denominada de metaplasia 
mieloide, que pode ser um fenômeno compensatório ou indicar uma proliferação primária 
(neoplásica). 
 
Eritropoese: produção de hemácias 
 
 
O proeritroblasto é o tipo celular mais imaturo que pode ser identificado como pertencente a linhagem 
eritroide; essa célula deriva de precursores mais primitivos, e entre os conhecidos morfologicamente, 
temos: (1) a unidade formadora de crescimento rápido-eritroide (BFU-E) e a unidade formadora de 
colônia-eritroide (CFU-E) 
➢ Cada proeritroblasto origina de 8 a 32 eritroblastos ortocromáticos, que não têm capacidade de 
se dividir e, ao perder o núcleo, dão origem às hemácias maduras; 
Os precursores eritroides também são caracterizados por possuírem intensa síntese proteíca, sendo que 
a principal proteína produzida é a hemoglobina. Quando o eritroblasto ortocromático perde o núcleo, o 
RNAm da globina para de ser produzido, no entanto, a produção de hemoglobina continua por algum 
tempo devido ao RNAm que estava presente no citoplasma, mas vai esgotando-se rapidamente. 
➢ Características fundamentais dos precursores eritroides: capacidade proliferativa e intensa síntese 
de hemoglobina; 
Assim, à medida que amadurece, o núcleo dessas células 
diminui de volume, e a cromatina fica mais condensada até 
o núcleo ficar picnótico, correspondendo à célula que perdeu 
a capacidade de se dividir = eritroblasto ortocromático. 
Além disso, há redução do número de RNAm e, assim, os 
eritroblastos iniciais que estão produzindo muita 
hemoglobina possuem característica basofílica (azulado) – 
eritroblastos basófilos. No entanto, à medida que amadurece, 
a quantidade de RNAm diminui, e a hemoglobina vai sendo acumulada e, assim, o citoplasma terá uma 
característica acidófila (rósea), que nas fases intermediárias mescla-se com basofilia do RNA 
(eritroblastos policromatófilos) e, por fim, temos os eritroblastos ortocromáticos. 
Em seguida, os eritroblastos ortocromáticos perdem o núcleo e transformam-se em reticulócitos, que é 
uma célula anucleada que ainda possui algumas organelas, como retículo endoplasmático, ribossomos 
(com RNAm) e mitocôndrias. Cerca de 10 a 20% da síntese de hemoglobina completa-se nesse estágio; 
➢ Os reticulócitos só são liberados da medula óssea para a corrente sanguínea quando estão 
maduros. Para isso, os macrófagos da medula produzem fibronectina, que se ligam aos receptores 
de fibronectina dos reticulócitos em desenvolvimento. Quando os reticulócitos estão maduros, 
esses receptores desaparecem e as células ficam livres para ir para a circulação. 
Após entrarem na circulação, os reticulócitos perdem todas as organelas, reduzem o volume e adquirem 
a coloração citoplasmática própria das hemácias maduras. Nesse momento, não há mais síntese proteica 
e nem metabolismo aeróbico (não há mais mitocôndrias); 
➢ O processo final de maturação dos reticulócitos, como modificações da membrana, pode ocorrer 
no baço, em um processo chamado de culling; pacientes esplenectomizados ou com asplenia, 
podem ter acúmulo de hemácias com anormalidades morfológicas. 
 
 
 
 
 
 
➢ A produção de hemácias é controlada por fatores de crescimento que agem sobre as células 
precursoras e estimulam o seu desenvolvimento e maturação, como a eritropoetina e a 
interleucina 3 (IL-3), e os hormônios tireoidianos e andrógenos, pelo seu efeito no metabolismo; 
Eritropoetina: principal fator de crescimento que regula a produção de hemácias 
A eritropoetina é um hormônio glicoproteico; a principal fonte no 
organismo é o tecido real: as células intersticiais peritubulares 
renais produzem cerca de 90% do hormônio e os 10% restantes 
são produzidos pelos hepatócitos; 
➢ Em situações de baixa oxigenação do sangue renal, essas células 
produzem a eritropoetina, que irá se ligar ao Receptor de 
Eritropoetina (EpoR) presentes nos precursores dos eritrócitos, 
estimulando a sua proliferação e diferenciação; 
➢ Hipóxia renal -> produção aumentada de Eritropoetina -> 
Elevação de hematócrito 
 
A porcentagem de reticulócitos no sangue periférico é um importante indicador da capacidade 
funcional da medula óssea na anemia. 
Reticulócitos elevados = atividade proliferativa compensatória por parte da medula óssea (Ex: 
anemias hemolíticas). Assim, temos uma anemia hiperproliferativa. 
Reticulócitos normal ou reduzidos em pacientes anêmicos = medula hipoproliferativa. Assim, temos 
uma anemia por menor produção de hemácias. 
 
Ferro➢ Faz parte do grupo heme; 
➢ É um metal pesado; 
➢ Ferro livre é insolúvel e tóxico, por isso está sempre ligado 
a ptn de transporte ou funcionais; 
➢ Mais de 2/3 do ferro do organismo está incorporado à 
hemoglobina; por isso, a anemia é a manifestação clínica mais evidente da carência de ferro. 
➢ Além da hemoglobina, nosso organismo armazena ferro na forma de ferritina e hemossiderina; 
Absorção do Ferro 
A facilidade com que o intestino absorve o ferro 
depende da forma como ele está presente no 
alimento; o ferro na forma heme, presente na carne 
e no fígado, representa 1/3 do ferro da dieta, e é 
muito mais facilmente absorvido. 
A absorção do ferro heme é realizada pela proteína 
HCP1; 
No entanto, a absorção do ferro não-heme, encontrado nos vegetais, não é tão eficiente. Nesse caso, são 
necessárias as enzimas fotorredutases (DcytB), capazes de transformar Fe3+ (ferro férrico) -> Fe2+ 
(ferro ferroso) e, para que o Fe2+ seja absorvido, precisamos do transportador DMT1. 
 
 
 
 
Transporte do Ferro 
Após entrar no enterócito o ferro pode ser armazenado como ferritina na própria célula, ou pode chegar 
à membrana basolateral e alcançar o plasma. Ao alcançar o plasma, o ferro se liga à transferrina, que 
pode liberá-lo para os depósitos, para os eritroblastos, para o músculo, para a síntese de mioglobina, ou 
para diferentes tecidos para a síntese de enzimas e citocromos. 
➢ Transferrina + Ferro + Carbonato (tampona a ligação, deixando o meio básico). 
 
 
 
 
DcytB 
OBS: Vitamina C, ácido clorídrico e solubilizantes facilitam o funcionamento das fotorredutases; 
Leite, por ex, é rico em Ca2+, que irá sobrecarregar o DMT-1 e, assim, comprometer a absorção de 
ferro não-heme. 
 
 
Diabéticos -> cetoacidose -> transferrina perde afinidade pelo ferro -> aumento do ferro sérico; 
Com o aumento de ferro livre, as bactérias capturam o ferro e se proliferam. Assim, o paciente fica 
suscetível a infecções recorrentes/oportunistas. 
 
 
Destruição de hemácias 
Após 120 dias em circulação, as hemácias estão esgotadas metabolicamente e, por isso, são removidas 
e destruídas intracelularmente, principalmente no baço, fígado e medula óssea; 
Após fagocitada, a hemácia é decomposta em seus 
componentes: membrana e hemoglobina. As proteínas e 
fosfolipídios de membrana serão digeridos; A hemoglobina 
será decomposta em globina (será metabolizada, 
formando aminoácidos) e heme (libera ferro – devido a 
abertura do anel de protoporfirina - e forma a 
bilirrubina); O ferro, por sua vez, permanece no 
macrófago e será reaproveitado para a síntese de 
hemoglobina. Para isso, o ferro pode ser liberado na 
superfície do macrófago e transportado para o 
eritroblasto ligado à transferrina. 
A bilirrubina lipossolúvel (indireta/não conjugada) 
formada a partir da abertura do anel heme e da liberação 
do ferro, irá se ligar á albumina e será retirada da circulação pelos hepatócitos. Nos hepatócitos, a 
bilirrubina passa a ser conjugada ao ácido glicurônico (enzima glicuroniltransferase), tornando-se 
hidrossolúvel. Assim, temos uma bilirrubina direta/conjugada que será excretada nos canalículos 
hepáticos, alcançando o duodeno como parte da bile. 
No intestino, haverá a formação de compostos oriundos da oxidação e do metabolismo da bilirrubina 
direta. Esses compostos são chamados de urobilinogênio fecal, e o produto da oxidação desses compostos 
são responsáveis pela coloração das fezes. 
➢ Parte do urobilinogênio é reabsorvido do intestino, alcança o fígado pela circulação portal, é 
captado pelo hepatócito e re-excretado no intestino. Quando há lesão funcional nos hepatócitos, 
teremos urobilinogênio na circulação sistêmica e, consequentemente, na urina, pois será filtrado 
pelos rins. 
 
 
 
 
 
 
 
Pacientes com anemia hemolítica possuem aumento da bilirrubina indireta no plasma e da produção 
diária de urobilinogênio fecal, mas não terão urobilinogênio na urina. Isso porque, urobilinogênio só 
é excretado na urina quando há lesão nos hepatócitos. 
 
 
 
Anemias e interpretação do hemograma 
Lara Camila – Medicina – 5º Semestre 
 
OMS: anemia é a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como 
resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais. 
Anemia verdadeira é aquela em que há redução da 
massa eritrocitária; anemia relativa é aquela em que 
há um aumento do volume plasmático sem 
correspondente aumento das hemácias. 
A anemia pode ter três causas básicas: (1) perdas 
sanguíneas agudas (hemorragia aguda); (2) menor 
produção de eritrócitos (diminuição da produção) ou 
(3) diminuição da sobrevida dos eritrócitos (aumento 
da destruição). 
Como avaliar o hemograma? 
Analisando a série vermelha 
a) Eritrócitos: indica a formação medular das hemácias; 
 
1- TEM ANEMIA? 
b) Analisar hemoglobina; 
 
2- EFEITOS LABORATORIAIS DA ANEMIA 
c) VGM/VCM (volume globular/corpuscular médio das hemácias): tamanho das hemácias 
(normocítica, microcítica ou macrocítiva); 
Pan mielopatia Defeito na 
diferenciação; 
An. Aplástica Infecções virais, reações 
autoimunes; 
An. Renal Redução na produção de 
eritropoetina; 
An. Megaloblástica Doenças genéticas, def. 
de ácido fólico, def. de 
vit B12; 
An. Microcítica 
hipocrômica 
Def. de ferro, def. na 
síntese de heme ou 
globina; 
An, hemolítica Defeitos nos eritrócitos, 
danos mecânicos, 
imunológicos etc. 
d) CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): cor das 
hemácias (normocrômica, hipocrômica ou hipercrômica); 
e) RDW: índice de variação do tamanho dos eritrócitos; RDW elevado -
> anisocitose: hemácias com tamanhos desiguais. 
 
3- CAUSA DA ANEMIA 
f) Hipoproliferativa ou hiperproliferativa? Analisar reticulócitos 
Outros dados do hemograma 
a) Avaliar leucócitos 
Uma leucopenia sugere anemia aplásica, deficiência de B12 ou deficiência de ácido fólico; 
Uma leucocitose sugere inflamação, infecção ou neoplasia; 
b) Monocitose: sugere síndrome mielodisplásica 
c) Linfopenia: sugere infecção viral (incluindo HIV); 
d) Neutrófilos hipersegmentados: sugere anemia megaloblástica 
e) Plaquetas 
Uma trombocitopenia sugere anemia aplásica, deficiência de B12 ou de ácido fólico, ou hiperesplenismo 
– aumento do baço. 
Uma trombocitose sugere deficiência de ferro, anemia de doença crônica ou neoplasia e sepse;

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