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HEMATOLOGIA - ERITROPOIESE, HEMOCATERESE, HEMOGLOBINA, METABOLISMO DA HEMÁCIA, , METABOLISMO DO FERRO, ANEMIA, HEMOGRAMA SISTEMA ABO RH, TRANSFUSÕES

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HEMATOFÉRIAS 
ERITROPOIESE 
- Nas 1ªs semanas da 
vida embrionária, 
hemácias nucleadas 
primitivas são 
produzidas no saco 
vitelino - Durante o 2º 
trimestre da gestação, 
o fígado passa a constituir o principal órgão de 
produção, embora número razoável também seja 
produzido pelo baço e pelos linfonodos - Posteriormente, 
durante o último mês e após o nascimento, as hemácias 
são produzidas exclusivamente na medula óssea - A 
medula óssea de quase todos os ossos produz hemácias 
até que a pessoa atinja 5 anos; a de ossos longos, exceto 
pelas porções proximais do úmero e da tíbia, fica muito 
gordurosa, deixando de produzir hemácias aos 20 anos. 
Após essa idade, a maioria das hemácias continuam a 
ser produzida na medula óssea dos ossos membranosos, 
como vértebras, esterno, costelas e íleo. 
PROCESSO 
 
- A cada dia, são produzidos em torno de 1012; 
1. A eritropoese se inicia quando uma célula-tronco 
hematopoiética (CTH), ao realizar mitose e originar 2 
células-filhas, forma uma célula para repor o estoque de 
CTHs e outra célula que se diferencia no 1º precursor de 
toda a linhagem sanguínea: a unidade formadora de 
colônia-blastos (CFU-BLAST) | CTH > 1 cth e 1 cfu-blast. 
2. O CFU-BLAST, por ação da IL-1, IL-3, IL-6, IL-11, 
trombopoetina (TPO) e fator de crescimento de célula-
tronco (SCF), secretados pelas células do estroma da 
medula óssea vermelha ou por glóbulos brancos já 
maduros, se diferencia em um precursor mieloide 
comum. | CFU-BLAST > IL1,3,6,11,TPO,SCF > PRECURSOR 
3. A partir da ação dos fatores de crescimento e 
citocinas GM-CSF, IL-3 e SCF, essa célula precursora 
mieloide comum se diferencia na pluripoetina (CFU-
GEMM (unidade formadora de colônicas granulocíticas, 
eritroides, monocíticas e megacariocíticas)). 
| Precursora > GMCSF,SCF,IL3 > CFU-GEMM. 
4. A pluripoetina, a partir da influência de diferentes 
combinações de citocinas, origina todas as linhagens 
mieloides das células hematopoiéticas: *Eritrócitos, 
megacariócitos, macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos, células dendríticas e mastócitos; 
5. Para que esse CFU-GEMM se comprometa apenas 
com a linhagem eritroide das células mieloides, é 
necessário o estímulo conjunto de SCF, GM-SCF, IL-3, 
TPO, IL-6 e IL-11, que agem para diferenciá-lo para o 
BFU-E (unidade de formação explosiva eritroide) 
6. A partir desse comprometimento, o BFU-E se diferencia 
em CFU-E (unidade formadora de colônias eritroides) a 
partir da ação integrada de GM-CSF, IL-3, SCF e 
eritropoietina (EPO); 
7. Esse CFU-E, por estimulação da EPO e TPO, forma os 
1ºs precursores já diferenciados da linhagem eritroide, 
denominados proeritroblastos; 
8. Por sua vez, esses proeritroblastos prosseguem para os 
estágios de maturação com a ação exclusiva da EPO. 
Por meio de várias divisões celulares, origina uma série 
de eritroblastos (eritroblastos basófilos à eritroblastos 
polimacromatófilo à eritroblasto ortocromático) 
progressivamente menores, mas com conteúdo de 
hemoglobina cada vez maior em seu citoplasma, o qual 
vai perdendo sua tonalidade azul escura à medida que 
perde seu RNA, o aparelho enzimático e organelas da 
síntese proteica, enquanto a cromatina nuclear torna-se 
mais condensada. 
9. Porém, os eritroblastos ortocromáticos são incapazes 
de se dividir, embora ainda continuem a acumular 
hemoglobina em seu citoplasma. Por fim, o núcleo é 
expelido do eritroblasto maduro ainda na medula óssea, 
resultando em um estágio de reticulócito, o qual ainda 
possui um pouco de RNA ribossômico e ainda é capaz 
de sintetizar hemoglobina. 
10. Esse reticulócito circulante necessita, ainda, de um 
certo polimento ou acabamento em sua estrutura 
celular, pois ainda contém restos de corpúsculos 
citoplasmáticos, como RNA e excesso de membrana 
celular, que devem ser ajustados para dar um formato 
adequado ao eritrócito maduro. 
11. Ao atravessar os capilares sinusoides do baço, os 
macrófagos esplênicos realizam os processos de pitting 
(retirada de corpúsculos intracitoplasmáticos, como o 
RNA) e remodeling (retirada do excesso de membrana 
plasmática). O reticulócito termina sua maturação em 1 
dia. 
12. Surge, então, o eritrócito/hemácia madura, uma 
célula bicôncava, sem núcleo de coloração rosada. 
Ressalta-se ainda que 1 próeritroblasto pode originar 16 
novas hemácias. 
FATORES REGULADORES - EPO 
- glicoproteína sintetizada, 
principalmente, no 
parênquima renal, pelas 
células justaglomerulares 
que possuem receptores 
capazes de detectar 
pequenas variações na 
concentração de O2, 
sendo a hipóxia seu 
principal estimulante -
Cerca de 10% da 
eritropoietina é produzida 
nos hepatócitos (9%) e 
macrófagos residentes na 
medula óssea (1%). Desse modo, o nível circulante 
aumenta em proporção inversa à oxigenação tecidual 
e à massa eritrocitária - Então, à medida que a anemia 
se desenvolve, o aparelho sensor do rim aumenta a 
secreção de EPO, com aumento da síntese eritroide da 
medula óssea > AUMENTA RETICULÓCITOS NO SANGUE. 
 
Arthur Rodrigues | @arthurnamedicina | Problema 01
 1 
Mecanismo de ação 
1. A hipóxia tecidual, 
induz a expressão 
de fatores de 
transcrição como o 
HIF-α (fator induzido 
por hipóxia), HIF-
β/ARNT e HNF-4 
(fator nuclear 
hepático); 
portanto, a 
produção de EPO 
aumenta em anemias onde a hemoglobina é 
incapaz de liberar O2 adequadamente por motivos 
metabólicos ou estruturais *Em situações de baixa 
pressão parcial de O2; em situações de disfunção 
cardíaca, pulmonar ou lesão na circulação renal 
que afete a liberação de O2 aos rins. 
2. Na presença destes 3 fatores, a eritropoietina é 
codificada por um gene que se encontra no braço 
longo do cromossomo 7 (7q21). 
3. A EPO liga-se à porção extracelular do receptor de 
eritropoietina (EpoR) expresso nos precursores 
eritroides. Assim, o receptor sofre dimerização, 
autofosforilação e ativação da janus quinase 2 
(JAK2); 
4. Este ativa uma série de mediadores como MAP 
quinase, GATA-1, FOG-1, AKT quinase e Stat5 que 
vão atuar na ativação e transcrição de genes que 
promovem a diferenciação eritroide e intensificam a 
expressão de genes antiapoptóticos e do receptor 
de transferrina (CD71) 
- Na ausência da ativação do EpoR, os precursores 
eritroides sofrem apoptose. A EPO estimula a 
proliferação, diferenciação e hemoglobinação da BFU-
E e CFU-E. 
Resumo: 
1. Estimula a proliferação das células indiferenciadas 
medulares, aumentando as mitoses dessas células. 
2. Estimula o amadurecimento das células 
indiferenciadas, que caminham rapidamente para a 
eritropoese, surgindo assim os próeritroblastos e os 
eritroblastos basófilos. 
3. Estimula a síntese de hemoglobina, sobretudo em 
indivíduos que sobem a altitudes elevadas, por rápida 
mobilização e estimulação de íon Fe2+, o qual integra a 
molécula de hemoglobina. 
4. Aumenta a taxa de reticulócitos no sangue, sugerindo 
que o tempo de amadurecimento dos eritroblastos 
medulares se reduz após o estímulo da eritropoietina. 
FATORES REGULADORES – VITAMINA B12 
- A vitamina B12 (cianocobalamina) é hidrossolúvel, 
sintetizada por microrganismos e encontrada 
especialmente nos alimentos de origem animal (carnes, 
ovo, leite) e em baixa quantidade em alimentos de 
origem vegetal 
- A necessidade diária dessa vitamina é cerca de 1-2 µg, 
número inferior ao encontrado na dieta. Por isso, há uma 
reserva intrínseca de vitamina B12 (cerca de 3000 µg) 
para manter os níveis plasmáticos da vitamina, mesmo 
quando o indivíduo está sob regime dietético deficiente 
de cobalamina 
Estômago – A vitamina B12 está, inicialmente, ligada às 
proteínas de origem animal, as quais sofrem a ação 
digestiva da pepsina, liberando cobalamina, que, por 
sua vez, é capturada pela 
haptocorrina/transcobalamina I (TC I), uma proteína R 
encontrada na cavidade oral (saliva) e estômago;Duodeno - Nesta região, as proteases pancreáticas 
degradam o complexo cobalamina-haptocorrina, 
liberando a vitamina B12, o que possibilita a ligação 
desta ao fator intrínseco - Dessa forma, o complexo 
vitamina B12-fator intrínseco na mucosa duodenal, o 
qual resiste às enzimas proteolíticas do lúmen intestinal 
Íleo - O complexo vitamina B12- fator intrínseco adere à 
mucosa ileal por meio de receptores específicos nos 
enterócitos ileais, sendo assim, internalizado - O fator 
intrínseco sofre degradação no interior dos enterócitos; 
ao passo que a cobalamina se liga fortemente à 
proteína transportadora transcobalamina II, e com 
menor afinidade à transcobalamina I; 
- Essa relevância é evidenciada pela produção de 
Anemia Megaloblástica Severa na presença de 
deficiência congênita de transcobalamina II, mas não 
de transcobalamina I 
- Circulação Porta -Finalmente, a vitamina B12 adentra 
à circulação portal e é distribuída para as células que 
expressam receptores específicos, os quais internalizam 
a vitamina na forma de complexo transcobalamina II/I-
vitamina B12 - No fígado, é estocada na forma de 
adenosilcobalamina. 
Papel na eritropoiese 
- Tanto os folatos (ácido fólico) 
quanto a vitamina B12 são 
indispensáveis na eritropoese e 
no funcionamento do sistema 
nervoso - O metabolismo de 
ambos, de certo modo, se 
entrelaçam, de modo a serem 
imprescindíveis à síntese de 
timidina (um dos nucleotídeos 
que compõem o DNA) - Logo, a 
carência de um dos fatores 
resulta em menor síntese de 
DNA; 
1. Os folatos (N5- N10- 
metilenotetraidofolato) cedem um radical metil à 
desoxiuridinamonofosfato (dUMP), transformando-a em 
timidinamonofosfato (dTMP), a qual é incorporada ao 
DNA; 
2. A vitamina B12 participa indiretamente nesta reação, 
atuando como um cofator enzimático. Assim, converte a 
homocisteína em metionina pela ação da enzima 
metionina-sintetase. Ao receber o radical metil do 
metiltetraiodofolato, forma o tetraiodofolato (forma 
ativa de folato que participa na síntese de timidina) 
3. Ao formar o tetraiodofolato, converte-se a 
cobalamina em metilcobalamina que, por sua vez, 
cede o radical metil à homocisteína, que forma a 
metionina. 
OBS: Durante a deficiência de vitamina B12, essa reação 
não pode ser realizada. Consequentemente, ocorre 
acúmulo da molécula de metiltetraidrofolato, quadro 
esse que leva à depleção de folatos necessários para a 
síntese de purina e timidilato, as quais são necessárias 
para a síntese de DNA. Isso leva por fim, à inibição da 
replicação do DNA nas hemácias, resultando de 
eritrócitos grandes e frágeis, denominados eritrócitos 
megaloblásticos. 
 
FATORES REGULADORES – ÁCIDO FÓLICO 
- Os folatos são substâncias que têm como estrutura 
básica o ácido pteroilglutâmico - Dentre as principais 
formas absorvidas, temos: os pteroilglutamatos, os 
diidrofolatos, os tetraidrofolatos e o metiltetraidrofolato - 
O ácido fólico (vitamina B9) é um exemplo de folato e 
participa de inúmeras reações metabólicas 
indispensáveis à síntese de DNA. 
Papel na eritropoiese 
- Agem como cofatores enzimáticos em diversas 
reações celulares fundamentais, como a conversão da 
homocisteína em metionina, juntamente com a vitamina 
B12. 
- Desse modo, quando ocorre deficiência de vitamina 
B12 e/ou ácido fólico, os níveis de homocisteína 
aumentam no sangue, caracterizando o quadro de 
hiperhomocisteinemia, que pode vir acompanhado de: 
distúrbios neurológicos, neoplasias malignas, doenças 
cardiovasculares e anemia. 
- Assim, os folatos se tornam necessários à divisão celular 
devido ao seu papel na biossíntese de purinas e 
pirimidinas, bem como na transferência de carbonos no 
metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos. 
- O metabolismo da vitamina B12 e dos folatos (ácido 
fólico) está intimamente relacionado, ou seja, se há 
deficiência de metilcobalamina, ocorre defeito na 
transferência de radicais metil do metiltetraidrofolato 
para a formação de tetraidrofolato (forma ativa) - Essa 
deficiência de tetraidrofolato causa redução da síntese 
de DNA, bem como de purinas e timidilato. Todas as 
células medulares sofrem com essa alteração 
metabólica, resultando em alterações morfológicas, tais 
como gigantismo celular (hipercelularidade), 
modificações grosseiras na cromatina e alterações 
cromossômicas; 
Importante: Na deficiência de vitamina B12 e folatos 
(vitamina B9), que leva aos baixos níveis de 
tetraidrofolato, as células eritroblásticas têm maturação 
anômala, síntese de DNA muito lenta ou parada total da 
maturação e morte intramedular, processo 
caracterizado como eritropoese ineficiente. A 
chamada transformação megaloblástica da medula 
óssea ocorre tanto na deficiência de folato como na de 
cobalamina, caracterizada pela hipercelularidade 
global da série eritroblástica, granulocítica e 
megacariocítica – as células são grandes, de núcleos 
volumosos e atípicos que apresentam cromatina 
irregularmente distribuída. A série granulocítica se 
caracteriza pela presença de neutrófilos gigantes com 
hipersegmentação dos núcleos; 
Curiosidade: Em geral, o crescimento rápido e as 
multiplicações celulares, aspecto central do 
desenvolvimento fetal, requerem um suprimento 
adequado de folato. Na gestação, previne defeitos de 
fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha 
bífida, além de lábio leporino e fenda palatina, 
malformações cardíacas e do trato geniturinário; 
RELAÇÕES 
- Altas altitudes: tecidos hipóxicos devido a baixa Po2, os 
órgãos hematopoieticos produzem mais. - Essa 
condição é denominada policitemia secundária, e a 
contagem de hemácias aumenta cerca de 30% acima 
da contagem normal - Tipo comum de policitemia 
secundária, denominada policitemia fisiológica, ocorre 
nos nativos que vivem em altitudes de 4.267 a 4.876 
metros, em que a tensão de O2 atmosféricos é baixa -
Esse aumento na contagem permite que essas pessoas 
mantenham nível relativamente alto de trabalho 
contínuo, até mesmo na atmosfera rarefeita. 
- Paciente renal crônico: Anemia por deficiência de 
EPO. 
- Atleta: Exercícios de alta intensidade podem acarretar 
em alterações hematológicas, podendo incluir 
hemoconcentração pelo aumento da pressão arterial, 
constrição venosa, acúmulo de metabólitos na 
musculatura exercitada, transpiração e perdas 
insensíveis de fluidos e, por outro lado, pode haver 
hemodiluição em virtude do acréscimo do volume 
plasmático, consequente ao aumento dos níveis de 
renina, aldosterona, vasopressina e abulmina e 
hemólise. 
- Os atletas, principalmente os praticantes de provas de 
resistência, tendem a apresentar concentrações de 
hemoglobina levemente inferiores, modificação 
chamada de pseudoanemia dilucional, anemia do 
desportista ou falsa anemia - Há um quadro de 
eritropoese ineficaz e redução da meia-vida das 
hemácias por aumento da hemólise - A eritropoese é 
considerada deficitária baseada na observação de que 
no momento do exercício, a necessidade de O2 por 
parte dos tecidos atua estimulando. Porém, com o 
treinamento contínuo, há aumento do 2,3- 
difosfoglicerato intra-eritrocitário, o que desloca a curva 
de dissociação da hemoglobina para a direita, 
proporcionando mais O2 aos tecidos, inclusive aos rins. 
Consequentemente, reduz-se o estímulo sobre a 
medula óssea. - O aumento da hemólise é explicado 
pelos frequentes traumas mecânicos sobre as hemácias. 
HEMOCATERESE 
- Após cerca de 120 dias em circulação, em virtude de 
seu esgotamento metabólico e alterações 
degenerativas, as hemácias são removidas e destruídas 
por células do sistema reticuloendotelial (incluindo 
fagócitos, células de kupffer hepáticas, células do baço 
e células medula óssea) - Essa lise é compensada com 
a formação constante de novos eritrócitos, de modo a 
manter estável o número de eritrócitos na circulação -
Além disso, como a maior parte do ferro no organismoestá associado à molécula de hemoglobina, a 
fagocitose e degradação de hemácias senescentes 
representam uma fonte importante de ferro, reciclando 
cerca de 25 a 30 mg desse íon por dia, sendo essa 
quantidade suficiente pra manter a necessidade diária 
para a eritropoese - Em condições fisiológicas, a retirada 
do baço (esplenectomia) não altera a sobrevida das 
hemácias, pois a destruição medular é mantida. Porém, 
em casos de hemólise patológica (esferocitose e 
indivíduos talassêmicos com esplenomegalia), a 
destruição esplênica pode ser muito significativa na 
redução do tempo de vida dos eritrócitos - Nesses casos, 
a esplenectomia pode levar a uma redução acentuada 
da hemocaterese e aumento da sobrevida das 
hemácias na circulação sanguínea; 
RECONHECIMENTO DE HEMÁCIAS SENESCENTES 
- São fatores que contribuem para o reconhecimento de 
hemácias senescentes: 
(1) Redução da atividade metabólica, ou seja, o 
esgotamento enzimático – os eritrócitos são anucleados, 
logo, não sintetizam novas enzimas para repor o 
estoque – promove diminuição do metabolismo 
energético da glicose, o que, por sua vez, diminui a 
geração de ATP; 
(2) Oxidação da hemoglobina: moléculas de 
hemoglobina oxidadas (hemicromos) estabilizam a 
proteína transmembrana da banda 3, a qual forma 
agregados que são reconhecidos como antígenos 
pelos anticorpos IgG autólogos e sistema complemento 
- Com a deposição de uma densidade crítica de 
anticorpos e moléculas do sistema complemento, as 
hemácias senescentes são reconhecidas e eliminadas; 
DEGRADAÇÃO DE COMPONENTES 
- Uma vez fagocitada, a hemácia é decomposta em 
seus componentes: (1) Membrana celular é digerida em 
proteínas e fosfolipídios (2) Hemoglobina é decomposta 
em globina (que, em seguida, é metabolizada em 
aminoácidos) e no grupo heme (o catabolismo 
intracelular do grupo heme envolve várias enzimas, 
como a NADPH-citocromo C redutase, a hemoglobina-
oxidase e a biliverdina-redutase, e terá como produtos 
finais o monóxido de carbono (CO), o íon ferro em 
estado ferroso (Fe2+) e a bilirrubina; 
FERRO (+3) 
- O ferro em estado ferroso pode ser estocado no 
macrófago sob a forma de ferritina (proteína hepática 
especializada no armazenamento de ferro) ou 
exportado pela proteína ferroportina: FPT (IRGE1) da 
membrana celular, o que promove a oxidação do Fe2+ 
pela enzima ceruloplasmina hepática, transformando-o 
em ferro férrico (Fe3+) e, em seguida, transportado pela 
transferrina até locais onde será utilizado, como na 
medula óssea para ser reaproveitado na síntese de 
hemoglobina; 
- Curiosidade: Não há via de excreção de ferro no 
organismo, de forma que a molécula passa a fazer parte 
do pool de armazenamento e poderá ser utilizada 
novamente para síntese de hemoglobina. Para voltar a 
um eritroblasto em desenvolvimento, o ferro pode: (1) ser 
liberado na superfície da célula e transportado para o 
eritroblasto ligado à transferrina; e alternativamente, (2) 
pequenos fragmentos do citoplasma podem passar 
diretamente do macrófago ao eritroblato, num 
processo semelhante à fagocitose denominado 
rofeocitose. 
BR INDIRETA/NÃO CONJUGADA 
- Circula ligada à albumina, sendo captada pelos 
hepatócitos - Nos hepatócitos, a bilirrubina é conjugada 
com compostos que a tornam hidrossolúvel, em especial 
o ácido glicurônico pela presença da enzima 
glicuroniltransferase - Dessa forma, forma-se a bilirrubina 
direta/conjugada, excretada nos canalículos hepáticos, 
finalmente alcançando o duodeno como componente 
da bile - No intestino, numerosos compostos são 
derivados da oxidação e do metabolismo da bilirrubina 
direta, a exemplo do urobilinogênio fecal. Uma parte 
deste é reabsorvida no intestino e alcança o fígado pela 
circulação êntero-hepática, sendo praticamente todo 
captado pelo hepatócito e re-excretado no intestino; 
- a maior destruição de hemoglobina, que caracteriza 
as anemia hemolíticas, aumenta a concentração de 
bilirrubina indireta no plasma e a quantidade de 
urobilinogênio fecal produzida diariamente, mas não 
leva ao aumento grosseiro de urobilinogênio na urina; o 
qual ocorre apenas quando há lesão funcional dos 
hepatócitos; causa hipercolia fecal e não altera urina. 
Não passa no glomérulo. 
HEMÁCIA – MORFOLOGIA E AFINS 
- anucleadas, compostas por uma membrana que 
envolve uma solução rica em eletrólitos (com destaque 
ao PO4) e hemoglobina, desprovida de organelas 
típicas e bicôncavo. 
- É altamente dependente glicose como fonte de 
energia (ATP) e, como não existem mitocôndrias, a 
produção de ATP é quase exclusiva através da glicólise. 
- Funcionam apenas dentro da corrente sanguínea para 
ligar o O2 e, ligar o CO2 para a remoção dos tecidos. O 
formato bicôncava maximiza a área de superfície. 
MEMBRANA ERITROCITÁRIA 
- bicamada lipídica 
inseridas proteínas 
transmembrana e 
proteínas periféricas, 
que residem na 
superfície interna da 
membrana celular. 
- Os fosfolipídios 
presentes na membrana são: fosfatidilcolina (30%); 
fosfatidiletanolamina (28%); fosfatidilserina (14%) e 
esfingomielina (25%) - A porção externa da dupla 
camada lipídica, em contato com o plasma sanguíneo, 
é rica em fosfatidilcolina e esfingomielina, enquanto que 
sua interna, em contato com o citoplasma, é rica em 
fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina - Dentre as 
proteínas integrais, temos 2 grupos principais: as 
glicoforinas e as proteínas da banda 3. Seus domínios 
extracelulares são glicosados e expressam antígenos 
específicos aos demais grupos sanguíneos - A 
glicoforina C, possui importante papel na fixação da 
rede proteica do citoesqueleto (malha de espectrina 
alfa e beta) subjacente à membrana celular. A proteína 
da banda 3 liga a hemoglobina e age como um local 
de fixação adicional para as proteínas do citoesqueleto 
- Por outro lado, as proteínas periféricas de membrana 
são organizadas em uma rede hexagonal bidimensional, 
posicionada paralelamente à membrana celular, sendo 
composta, principalmente, de proteínas do 
citoesqueleto: espectrina; actina; proteína das bandas 
4.2 e 4.9; aducina e tropomiosina, as quais formam uma 
“rede” ou “malha” - Esta rede se ancora à bicamada 
lipídica pela proteína globular anquirina, a qual interage 
com a proteína integral da banda 3 ao mesmo tempo 
que interage com a da banda 4.2. 
Papel do arranjo citoesquelético 
- Este contribui para a forma das hemácias e confere a 
elas propriedades elásticas (elasticidade, 
deformabilidade e reestruturação) e estabilidade da 
membrana - O citoesqueleto não é estático; ele sofre 
contínuo rearranjo em resposta aos vários fatores físicos 
e estímulos químicos à medida que a célula se move 
através da rede vascular - Qualquer defeito na 
expressão de genes que codificam as proteínas do 
citoesqueleto pode resultar em hemácias frágeis e com 
formato anormal. 
Correlação Clínica: A esferocitose hereditária é 
causada por um defeito primário na expressão do gene 
da espectrina que resulta em hemácias esféricas. A 
eliptocitose hereditária é causada por uma deficiência 
nas proteínas da banda 4.1 que resulta em hemácias 
elípticas. Em ambas as condições, as hemácias são 
incapazes de se adaptar às mudanças em seu 
ambiente (pressão osmótica e deformações 
mecânicas), o que resulta na destruição prematura das 
células, ou hemólise. 
- Alterações na forma – Poiquilocitoses – Drepanócitos 
(foice), eliptócitos/ovalócitos (ferropriva ou 
megaloblástica), dacriócitos/em lágrima (meiofibrose), 
em alvo (talassemia), equinócitos (crinadas – 
hepatopatias), esquisócitos (fragmentos), estomatócitos 
(RN, estomacitose hereditária). 
HEMOGLOBINA 
- proteína que permite que 
estas transportem O2 e CO2 - 
moléculas de hemoglobina 
ficam próximas da membrana 
plasmática - deve permanecer 
dentro dos glóbulos vermelhos 
para executar eficazmente 
suas funções - É excelente 
tampão acidobásico (principal tampãointracelular) de 
todo o sangue. 
- formada por 2 partes: o grupo heme, que contém ferro; 
e 4 cadeias polipeptídicas denominadas globinas 
- A sua síntese ocorre precocemente na mitocôndria das 
células da linhagem vermelha, iniciando na fase de pró-
eritroblasto e se perpetuando até o reticulócito. 
SÍNTESE DO GRUPO HEME 
1. Os eritroblastos utilizam os aminoácidos glicina e 
succinato (sob a forma de succinilcolina proveniente do 
ciclo de Krebs), que se condensam no interior das 
mitocôndrias, para formar o ácido delta levulínico (δ-
ALA); reação catalisada pela enzima ácido δ-
aminolevulínico sintetase e condensada pela enzima 
piridoxal-5’-fosfato (vitamina B6) 
2. Em seguida, 2 moléculas de ácido delta levulínico (δ-
ALA) se condensam para formar um anel pirrólico, sob 
ação da enzima ALA-deidratase. Quando 4 aneis 
pirrólicos interagem, formam um anel tetrapirrólico, que 
permanece unido por pontes de meteno, formando a 
molécula de protoporfirina 
3. O ferro, por sua vez, é absorvido pelo eritroblasto por 
meio de receptores específicos que se ligam ao 
complexo ferro-transferrina. O ferro intracelular entra na 
mitocôndria e é incorporado ao grupo prostético heme. 
- A síntese do grupo heme necessita de 8 enzimas: a 1ª 
(ALA-sintetase) e as 3 últimas (coproporfinogênio-
oxidase, protoporfirinogêniooxidase, ferroquelatase) se 
situam na mitocôndria dos eritroblastos e as demais se 
localizam no citoplasma. 
- A formação do profobilinogênio a partir do δ-ALA, pela 
enzima alanina deidratase se processa no citoplasma, 
assim como as fases seguintes de urobilinogênio e do 
coproporfirnogênio. Este último é oxidado pela enzima 
protoporfirinogênio-oxidase ao nível da mitocôndria, 
resultando na formação da protoporfirina 
- Esta então une-se ao ferro, por ação da enzima 
ferroquelatase, para formar o grupo prostético heme 
Importante: Caso haja excesso de ferro, este se deposita 
sob a forma de ferritina em pequenos agregados no 
citoplasma, formando 2 tipos celulares: os eritroblastos 
que contêm tais agregados são denominados 
sideroblastos; e os eritrócitos maduros que os possuem 
são denominados siderócitos. 
SÍNTESE DE GLOBINA 
-A globina constitui a maior porção da molécula de 
hemoglobina e sua síntese ocorre na maquinaria 
ribossômica do citoplasma do eritroblasto. 
- Sua formação é comandada por genes dos 
eritroblastos, existindo 4 diferentes genes: 
1. O gene alfa (localizado no cromossomo 16) e os genes 
beta, gama e delta (localizados no cromossomo 11) 
sintetizam, respectivamente as cadeias polipeptídicas 
alfa, beta, gama e delta. 
2. Inicialmente, estes monômeros se associam em pares, 
formando dímeros proteicos e, em seguida, em grupos 
de 4 cadeias, formando tetrâmeros. 
3. Cada tetrâmero possui 2 cadeias α (α-2) que fazem 
par com monômeros de 2 cadeias β (β-2) na 
hemoglobina adulta (HbA), cuja estrutura é α2-β2 - A 
disposição dos aminoácidos na molécula de globina 
obedece a uma orientação preestabelecida, onde as 
cadeias de globina se enrolam sobre si mesmas, 
formando segmentos ou hélices; ao passo que os grupos 
prostéticos heme se encontram no interior da molécula, 
ligado às globinas por meio do resíduo de histidina 
- Quando ocorre descarga de O2, as cadeias β são 
separadas, permitindo a entrada de 2,3 DPG diminuindo 
a afinidade da molécula por O2 (curva p/ direita) 
- A proteção do grupo heme contra a entrada de água 
é necessária para que ele se combine melhor com o O2 
em meio hidrofóbico - Como existem 4 cadeias de 
globinas na molécula de hemoglobina, devem haver 4 
grupos heme, cada um com seu átomo de ferro. 
TIPOS DE HB 
- Hemoglobina Adulta (HbA) - 96% da total - É um 
tetrâmero com 2 cadeias α e 2 β (α2β2). 
- Hemoglobina A2 (HbA2) - 1,5% a 3% - Consiste em 2 
cadeias α e 2 cadeias δ (α2δ2). 
- Hemoglobina Fetal (HbF) - Contém 2 cadeias α e 2 γ 
(α2γ2) - É a principal forma de hemoglobina no feto 
Importante: Ao final do período gestacional, a HbA 
aumenta no feto, chegando a 20-30% do total de Hb ao 
nascimento, enquanto a HbF (α2γ2) ainda representa 
70-80% da hemoglobina. No 5º mês de vida, a HbA 
atinge níveis semelhantes aos do adulto. 
Importante: Diferenças entre a afinidade pelo O2 da HbF 
e HbA: A HbF possui uma maior afinidade pelo O2 do 
que a Hb materna, o que ocorre devido a diferença 
estrutural entre as 2, sendo que a HbF se liga menos 
fortemente ao 2,3 DPG, e isso faz com que a sua 
afinidade com o O2 se eleve. 
Funções da Hb 
- o de transportar o O2 dos pulmões aos tecidos e 
carrear o CO2 dos capilares teciduais aos pulmões. 
- Para cada decilitro (dL) de sangue arterial oxigenado, 
há cerca de 19-20 ml de oxigênio em combinação com 
a hemoglobina e cerca de 0,3 ml dissolvidos no plasma. 
- A hemoglobina fica saturada de O2 em 97% nos 
alvéolos pulmonares, sendo que a pressão parcial desse 
gás naquele local (capilares alveolares) é de 100mmHg. 
- Após a troca gasosa, a hemoglobina por O2 nos 
capilares teciduais baixa para cerca de 70%,. Na 
prática, esses dados são demonstrados pela curva de 
dissociação do O2 ou de saturação da hemoglobina por 
O2. 
- cada molécula de hemoglobina transporta 4 
moléculas de O2 - Nesse sentido, a P50 representa a 
pressão parcial de O2 (em mmHg) necessária para que 
50% dos sítios de ligação da hemoglobina fiquem 
saturados e equivale a 26,3/27 mmHg para o indivíduo 
adulto, ao nível do mar 
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DA HB 
- A curva de saturação da hemoglobina pelo O2 pode 
variar em razão da maior ou menor taxa de O2 liberada 
pela hemoglobina, podendo estar desviada para a 
direita ou para a esquerda: 
1) O desvio para a esquerda aumenta a afinidade da 
hemoglobina pelo O2, com diminuição da P50. 
2) O desvio para a direita diminui a afinidade da 
hemoglobina pelo O2, com consequente aumento da 
P50. 
FATORES QUE ALTERAM A CURVA 
- Afinidade entre Hb e O2: direita (diminui afinidade), 
esquerda (aumenta afinidade). 
OBS: A ligação O2-Hb obedece a lei das massas: se a 
concentração de O2 aumenta, a reação da ligação 
O2-Hb se desloca mais para direita e mais O2 se liga a 
Hb. Se a concentração de O2 diminui, a reação se 
desloca mais para esquerda e a hemoglobina libera 
alguns de seus O2 ligados. 
- CO2 e PH: CO2 aumentada leva a formação de íons 
H+, diminuindo o pH e deslocando a curva de 
dissociação para a direita. Esse deslocamento é 
benéfico, uma vez que auxilia o O2 a se libertar da 
hemoglobina para, em seguida, se difundir nos tecidos -
O efeito da concentração de CO2 sobre a afinidade 
entre a hemoglobina e o O2 é denominado efeito Bohr 
e aumenta a captação de oxigênio nos pulmões e a 
liberação desse gás aos tecidos - De modo inverso, à 
medida que o sangue passa pelos pulmões, o CO2 é 
expirado, e, como consequência, ocorre aumento do 
pH, o que produz um deslocamento da curva de 
dissociação da oxi-hemoglobina para a esquerda – 
Efeito Haldane. 
- Temperatura: exercícios, metabolismo, aumento da 
agitação das moleculas > aumenta a demanda por 
oxigenio, descola pra direita. 
- 2,3-DPG: As condições que aumentam os níveis de 2,3-
DPG incluem a hipóxia, a diminuição da Hb e o aumento 
do pH. Os glóbulos vermelhos maduros não têm 
mitocôndrias e, como consequência, sua respiração 
celular baseia-se na glicólise anaeróbica - Durante a 
glicólise são formadas grandes quantidades de um 
intermediários metabólico, o 2,3-DPG, no interior dos 
glóbulos vermelhos, e a afinidade da Hb pelo O2 diminui 
à medida que os níveis de 2,3-DPG aumentam. a 
ligação do 2,3-DPG à Hb produz efeito alostérico que 
inibe a ligação do O2. 
HEMOGLOBINOPATIAS 
- Existem hemoglobinas anormais que aparecem como 
resultado de mutações dos genes alfa, beta, gama ou 
delta. Como consequência, as cadeias de globina se 
formam de modo anormal, perturbando a função 
desempenhada pela hemoglobina dos eritrócitos. 
- Os defeitos hereditáriosda hemoglobina podem ser 
agrupados em 3 tipos: mutações genéticas que 
ocasionam alterações da estrutura das cadeias de 
globina, havendo um defeito qualitativo dessas 
estruturas; mutações genéticas que diminuem ou param 
totalmente a produção de uma ou mais cadeias de 
globina, havendo um defeito quantitativo dessas 
estruturas; e mutações genéticas que resultam em 
persistência da síntese de hemoglobina fetal durante a 
vida adulta. 
- Anemia Falciforme: é um exemplo de defeito 
qualitativo nas cadeias globínicas, na qual é formada a 
hemoglobina falciforme (HbS), onde o glutamato 
(aminoácido polar) presente na posição 6 do gene da 
cadeia beta é substituído pela valina (aminoácido 
apolar), reduzindo a flexibilidade dos eritrócitos durante 
seu transporte pela corrente sanguínea. 
- Talassemias: são doenças genéticas caracterizadas 
pela redução ou ausência da síntese de determinada 
cadeia de globina (alfa ou beta). Desse modo, 
classificam-se em alfatalassemias (comprometimento 
da cadeia alfa) e betalassemias (comprometimento da 
cadeia beta). A síntese reduzida da cadeia globínica 
mutada leva à redução do conteúdo eritrocitário de Hb 
e, finalmente, a uma Anemia Hipocrômica e Microcítica 
de intensidade variada. - Elas possuem um espectro 
clínico amplo de apresentação, variando desde 
indivíduos inteiramente assintomáticos até crianças com 
anemia grave, deformidades ósseas e destruição 
acelerada de células vermelhas. 
METABOLISMO ENERGÉTICO 
- Os eritrócitos são anucleados e não possuem 
mitocôndrias em seu citoplasma. Dessa forma, o 
metabolismo energético dessas células é bastante 
complexo e depende da utilização da glicose (substrato 
primário ao requerimento energético) e de fosfatos do 
citoplasma, já que não existem aminoácidos e nem 
ácidos graxos para serem metabolizados. 
VIA ENERGÉTICA DE EMBDEN-MEYERHOF (GLICÓLISE 
ANAERÓBICA) 
- É a principal via de utilização da glicose pelos 
eritrócitos - Os eritrócitos possuem um sistema especial 
que permite a entrada de glicose ao interior da célula e 
sua utilização leva à formação de lactato, num sistema 
que consome 2 moléculas de ATP e, ao final, são 
formadas 4 moléculas de ATP. Logo, há um ganho de 2 
moléculas de ATP para cada molécula de glicose 
utilizada. 
- O ATP gerado fornece a energia necessária para 
manter as propriedades da membrana, para preservar 
os lipídeos dessa membrana, para o funcionamento das 
bombas de Na+, K+ e Ca+2 e para permitir a 
concentração de 2,3-DPG dentro da Hemácia. 
1. Uma vez dentro da célula, a glicose é fosforilada à 
(G6P) pela enzima hexoquinase (HX) 
2. A (G6P) é, então, metabolizada pela via da glicólise 
ou pela via das pentoses (VPP) 
3. Na via da glicólise, os produtos finais são: ATP e 
lactato, por meio da enzima piruvato-quinase (PK) 
- Além da Via de Embden-Meyerhof, existem mais 3 vias 
metabólicas importantes nos eritrócitos: o (1) Shunt da 
Hexosemonofosfato; a (2) Via de Luebering-Rapaport 
(do 2,3-DPG); e a (3) Via da MetaHemoglobina-
Redutase. 
SHUNT DA HEXOSE-MONOFOSFATO (VIA DAS PENTOSES) 
- utilização de apenas 10% da glicose, sendo o ponto de 
partida dessa via a molécula de glicose-6-fosfato, em 
que um carbono se oxida a CO2 - Essa via fornece toda 
o NADPH da célula, e a importância desse nucleotídeo 
é manter a glutationa - tripeptídeo formado por: ácido 
glutâmico, cisteína e glicina - (GSSG) em estado 
reduzido (GSH); essa via não fornece energia à célula 
- No Shunt da Hexose-monofosfato, a quantidade de 
glicose metabolizada é regulada, provavelmente, pela 
quantidade de NADP+ acumulada no interior do 
eritrócito. 
1. Na via das pentoses ou shunt hexosemonofosfato, a 
glicose-6-fosfato (G6P) sofre ação da enzima G6P-
desidrogenase (G6PD), formando a 6-fosfogluconato e o 
NADPH 
2. O NADPH, por sua vez, é coenzima da enzima 
glutationa-redutase, que leva à regeneração da 
glutationa reduzida (GSH) 
3. A GSH é utilizada pela enzima glutationa-peroxidase 
para a eliminação de peróxido de hidrogênio (H2O2) 
pela hemácia, evitando a oxidação dos seus 
componentes (o que causaria instabilidade celular) 
- Em resumo, a G6PD protege a Hb e a membrana 
eritrocitária do dano oxidativo dos radicais livres do O2 
produzidos por infecções, drogas, toxinas, cetoacidose 
diabética etc. A oxidação de estruturas da membrana 
pode causar hemólise intravascular. A G6PD também 
atua, por intermédio da produção de NADH, para 
manter o heme na forma reduzida Fe+2, evitando a 
formação da metemoglobina (heme contendo ferro 
férrico- Fe+3), que precipita, lesando a membrana 
eritrocitária de diversas maneiras. Os precipitados se 
chamam corpúsculos de Heinz. 
VIA DE LUEBERING-RAPAPORT 
- É a via necessária para a produção de 2,3-DPG, 
composto que regula a absorção de O2 pelos tecidos -
Esta via depende do metabolismo da glicose no ponto 
em que atua a enzima fosfofrutocinase (PFK); quando há 
necessidade de aumento da desoxi-hemoglobina no 
sangue, a glicólise é estimulada e forma-se maior 
quantidade de 2,3-DPG; assim, ocorre a diminuição da 
afinidade da Hb pelo O2, e este é liberado mais 
facilmente aos tecidos por desvio da curva de 
dissociação/saturação da hemoglobina pela ação da 
2,3-DPG, de forma independente da pressão de O2 
nesse nível. 
VIA DA META-HB REDUTASE 
- Em condições normais, uma pequena quantidade de 
hemoglobina é constantemente oxidada, formando-se 
a meta-hemoglobina. Isso leva à mudança do íon ferro 
de seu estado ferroso (Fe+2) ao estado férrico (Fe+3); 
entretanto, a célula possui sistemas redutores que 
permitem a volta do íon ferro do estado férrico ao 
ferroso, havendo equilíbrio entre a oxidação e a 
redução a hemoglobina - A enzima meta-hemoglobina-
redutase (NADH-diaforase ou NADH-desidrogenase) 
permite tal redução, constituindo a principal via 
redutora da célula, a partir do NADH advindo da 
glicólise. 
METABOLISMO DO FERRO 
- O ferro é um mineral vital à homeostase celular, sendo 
essencial ao transporte de O2, síntese de DNA e 
metabolismo energético - Atua como um cofator 
importante para enzimas da cadeia respiratória 
mitocondrial e na fixação do nitrogênio. Nos mamíferos, 
é utilizado principalmente na síntese de hemoglobina 
nos eritroblastos, da mioglobina nos músculos e dos 
citocromos no fígado (citocromo oxigenase, peroxidase 
e catalase) 
- O ferro utilizado pelo organismo é obtido de 2 fontes 
principais: dieta e reciclagem de hemácias 
senescentes. - Sendo um metal pesado, o ferro livre é 
quase insolúvel e bastante tóxico, e por isso durante 
todo o seu ciclo metabólico está sempre ligado a 
proteínas de transporte ou funcionais. 
ABSORÇÃO DO FERRO 
-A absorção intestinal duodenal e 
é firmemente regulada em 
resposta às necessidades 
orgânicas. Em geral é absorvido 
0,5-2 mg/dia, quantidade que 
compensa as perdas, 
principalmente resultantes da 
descamação de células, 
crescimento e, no caso das 
mulheres, das perdas sanguíneas 
menstruais. - facilidade com que 
o tubo intestinal absorve o ferro depende da forma como 
ele está presente no alimento. 
FERRO NA FORMA HEME (1/3) 
-A aquisição dietética do ferro na forma heme (íon 
ferroso ligado à protoporfirina) é proveniente da quebra 
da hemoglobina e mioglobina presente na carne 
vermelha, ovos e laticínios; sendo muito mais facilmente 
absorvível. 
Proteína Transportadora do Heme-1 (HCP1) - Promove a 
internalização do ferro heme da dieta, o grupo heme se 
liga à membrana da borda em escova e a proteína 
transportadora atravessa intacta importando o grupo 
heme extracelular 
- A HCP1 também é expressa no fígado e nos rins e sua 
regulação na membrana celular é feita de acordo com 
o nível de ferro intracelular: na deficiência de ferro, a 
HCP1 se redistribui do citoplasma à membrana 
plasmática, no excesso, a redistribuição se dá a partir 
da borda em escova ao seu citoplasma 
- Condiçõesde hipóxia tecidual também induzem a 
síntese de HCP1, facilitando a captação de heme 
quando há maior necessidade do organismo. 
FERRO NA FORMA INORGÂN./NÃO HEME (FÉRRICO) +3 
- Já a absorção do ferro dos vegetais é menos eficiente, 
dependendo bastante de vários fatores, como a 
presença de outras substâncias (fosfatos, oxalatos, 
aminoácidos livres) e produção de HCl pelo estômago 
- Proteína DMT-1 (Nramp2) - Localiza-se na membrana 
apical dos enterócitos e, além do ferro, transporta 
manganês, cobalto, cobre e zinco; para exercer sua 
função, a DMT-1 necessita que o ferro inorgânico 
(proveniente da reciclagem de hemácias senescentes) 
tenha sido convertido de ferro férrico para o estado 
ferroso, o que é mediado pela enzima redutase 
citocromo b duodenal (DCYTB), de igual localização 
apical. 
FERRO NO INTERIOR DO ENTERÓCITO 
- Uma vez no citoplasma do enterócito, o ferro pode: ser 
armazenado sob a forma de ferritina no enterócito; ou 
atravessar a membrana basolateral à circulação 
sanguínea - A proporção de ferro que segue cada uma 
das vias é determinada quando a célula é formada nas 
criptas do epitélio intestinal. 
LIBERAÇÃO DO FERRO NA CIRCULAÇÃO 
- O principal exportador do ferro é a proteína 
ferroportina (IREG1), localizada na membrana 
basolateral dos enterócitos (além de macrófagos e 
hepatócitos) - Assim como o DMT-1, é seletiva ao ferro 
em estado ferroso (Fe+2). 
TRANSPORTE DO FERRO 
- No plasma sanguíneo, o ferro é transportado pela 
transferrina (TF), mas esta possui afinidade pelo ferro 
férrico (Fe+3); 
- Como ocorre a ligação da transferrina com o Fe+2 
liberado? a enzima hefaestina é responsável pela 
conversão/oxidação do ferro ferroso (Fe+2) no interstício 
à ferro férrico (Fe+3). 
Curiosidade: A proteína da hemocromatose (HFE) está 
fortemente relacionada com a regulação da absorção 
intestinal do ferro, interagindo com o receptor de 
transferrina (TfR) para detectar seu grau de saturação e 
assim, sinalizar para o enterócito se há maior ou menor 
necessidade de absorção do ferro na luz intestinal. 
Indivíduos com mutação no gene da HFE apresentam o 
quadro patológico de Hemocromatose, caracterizada 
pelo acúmulo de ferro no organismo decorrente da 
contínua absorção do ferro pelo intestino. 
TRANSPORTE E CAPTAÇÃO PELAS CÉLULAS 
- O complexo Fe+3-transferrina é internalizado pelas 
células-alvo por meio do receptor de transferrina (TFR) 
que possui: um domínio extracelular com sítio de ligação 
ao complexo ferro-transferrina; e um domínio 
intracelular que sinaliza à célula para realizar 
endocitose do complexo Fe+3-transferrina. 
- A proteína da hemocromatose (HFE) se une ao 
complexo, formando o complexo Fe+3-transferrina-
receptor de transferrina-HFE e sofre endocitose - Dentro 
do endossoma, a bomba de prótons dependente de ATP 
reduz o pH, facilitando a liberação de ferro da 
transferrina (esta que retorna ao plasma sanguíneo) - Na 
membrana do endossoma, a enzima DMT-1 permite que 
o ferro atravesse a membrana da vesícula e alcance o 
citoplasma. Porém, a DMT-1 possui alta afinidade pelo 
ferro ferroso (Fe2+), necessitando da ação da enzima 
ferriredutase Steap3, que reduz o F3+ a F2+ (transferido 
ao citosol pela DMT-1). 
- O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do 
fígado, baço e medula óssea sob a forma de ferritina e 
hemossiderina. A apoferritina (proteína livre de ferro) é 
capaz de abrigar até 4.500 átomos de ferro sob a forma 
de hidroxifosfato férrico. Quando ligada ao ferro, 
denomina-se ferritina. 
ARMAZENAMENTO 
- Mais de 2/3 DO FERRO TA NA HB. a hemoglobina é a 
principal forma funcional de ferro no organismo e 
também seu principal depósito, e por isso a anemia é a 
manifestação clínica mais proeminente da carência de 
ferro - A mioglobina tem uma estrutura muito semelhante 
à hemoglobina, contém um total de cerca de 300 mg 
de ferro. 
- O ferro não tem via de excreção. Ele é absorvido pelo 
intestino, mas não é eliminado. 
- No homem normal, cerca de 1/4 do ferro absorvido 
permanece nos locais de depósito. Na mulher normal, os 
depósitos são menores devido às perdas menstruais 
periódicas. 
- O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do 
fígado, baço e medula óssea ligado a 2 proteínas: 
a) Ferritina: maior parte está ligada à ferritina; - Há vários 
tipos de ferritina no homem. Além disso, há uma forma 
de ferritina desprovida de ferro - apoferritina. 
b) Hemossiderina: corresponde a agregados grosseiros 
de ferritina, uma forma mais estável e menos acessível 
desse ferro de depósito. 
- O nível de ferritina plasmática varia em função da 
quantidade de ferro dos depósitos, sendo sempre inferior 
nas mulheres que menstruam em comparação com 
aquelas que estão na menopausa e com o sexo 
masculino. 
- Os macrófagos tissulares desempenham papel 
importante no transporte e no armazenamento do ferro. 
Parecem existir 2 tipos diferentes de macrófagos no que 
concerne ao metabolismo do ferro: 
a) Um tipo adquire o ferro por fagocitose de eritrócitos 
envelhecidos, mas não é capaz de ceder este elemento 
à medula óssea, onde estão se formando os eritrócitos 
(hemoglobina). Eles mantêm o ferro indefinidamente no 
seu citoplasma. 
b) O outro tipo de macrófago também fagocita 
eritrócitos envelhecidos e, rapidamente, metaboliza a 
hemoglobina, liberando ferro, que será reaproveitado 
para a formação de novos eritrócitos pela medula 
óssea. 
- Esses macrófagos também são especializados em 
remover excesso de ferritina presente nas células 
maduras que estão prontas para serem lançadas na 
circulação, assim como removem as células defeituosas 
formadas na medula 
HOMEOSTASE DO FERRO 
- A homeostase do ferro é regulada por 2 mecanismos 
principais: 1 deles intracelular, de acordo com a 
quantidade de ferro que a célula dispõe, e o outro 
sistêmico, onde a HPN (receptor de hepicidina) tem 
papel crucial. 
- Regulação Intracelular - Para evitar excesso de ferro 
livre ou falta dentro da célula, proteínas reguladoras do 
ferro (IRP1 e IRP2) controlam a expressão 
póstranscricional dos genes moduladores da captação 
e estoque do ferro. 
- Regulação Sistêmica -O controle do equilíbrio do ferro 
requer uma comunicação entre os locais de absorção, 
utilização e estoque. Essa comunicação é feita pela HPN 
(hormônio peptídeo circulante). - A FPN (ferroportina) é 
o receptor do HPN, e a sua interação gera o complexo 
HPN- FPN, que é internalizado na membrana basolateral 
dos macrófagos - Ocorre então a fosforilação da tirosina 
em um dos domínios da FPN, com internalização da 
proteína, desfosforilação, ubiquitinação e degradação 
de ambas as proteínas com componente lisossomal do 
endossoma - Desse modo, o ferro não é externalizado, 
levando ao aumento dos níveis de ferro no citosol que 
serão estocados como ferritina, 
RECICLAGEM PELOS MACRÓFAGOS 
- Como a maior parte do ferro no organismo está 
associada à molécula de Hb, a fagocitose e 
degradação de hemácias senescentes representam 
uma fonte importante de ferro (de 25 mg a 30 mg/dia). 
Essa quantidade de ferro reciclado é suficiente para 
manter a necessidade diária de ferro para a eritropoese. 
- Macrófagos do baço e da medula óssea e, em menor 
extensão, células de Kupffer no fígado reconhecem 
modificações bioquímicas na superfície da hemácia 
que vão se acumulando à medida que a célula torna-
se senescente (ex: peroxidação de lipoproteínas de 
membrana, perda de resíduos de ácido siálico e 
formação de neoantígenos, como moléculas 
modificadas da banda 3). Essas alterações sinalizam 
para que o macrófago elimine essas células, processo 
conhecido como eriptose (ou morte programada 
característica das células vermelhas), onde as células 
sofrem um "encolhimento" e externalização de 
fosfatidilserina, que será reconhecido pelo CD36, 
receptor da fosfatidilserina no macrófago. 
*Após a reconhecimento dessasmodificações por 
macrófagos da medula óssea, baço e fígado, as 
hemácias são internalizadas, com consequente 
degradação dos seus componentes. 
*Catabolismo intracelular do heme: é feito por um 
complexo enzimático ancorado na membrana do RE 
(isto é, uma NADPHcitocromo C redutase, a HO1 e a 
biliverdina redutase) -> produtos: CO, ferro e bilirrubina 
*Catabolismo da cadeia globínica: tem seus 
aminoácidos reciclados e aproveitados na síntese de 
novas proteínas. 
- O Fe2+ pode ser retido no próprio macrófago dentro 
das moléculas de ferritina OU ser exportado pela FP. 
Após a exportação pela FP, o Fe2+ será oxidado pela 
ceruloplasmina, sintetizada no fígado. O Fe3+ será 
transportado pela Tf até os locais onde será reutilizado, 
predominantemente medula óssea, onde participará da 
hemoglobinização de novos eritrócitos; 
ANEMIA 
- É definida como a diminuição da concentração de Hb 
do sangue abaixo dos valores de referência. 
- OBS: A Hb e o hematócrito dependem do volume 
plasmático, assim, em gravidez e esplenomegalia, em 
que há aumento do volume plasmático, esses podem se 
diluir, caracterizando uma falsa anemia. Já em situação 
contrária (redução do volume plasmático), pode 
acabar mascarando uma queda da Hb, pela 
hemoconcentração, ou causar uma pseudopoliglobulia 
- As causas de anemias são muito variadas: 
*Deficiência de vários nutrientes (anemias carenciais, 
como ferropriva e megaloblástica), como ferro, zinco, 
vitamina B12 e proteínas. 
*Ativação imune aguda ou crônica (anemias 
inflamatórias ou de doenças crônicas). 
*Defeito quantitativo na produção das cadeias de 
globina (Talassemias). 
*Falha na ativação do grupo Heme (Anemia 
sideroblástica, hereditária ou adquirida). 
*Substituição do tecido hematopoético por gordura 
(Anemia Aplásica). 
*Sangramento agudo (Anemias Hemolíticas) . 
*Desregulação endócrina (Anemia das Doenças 
Endócrinas) . 
*Defeito na síntese de DNA (Anemia megaloblástica). 
CLASSIFICAÇÃO 
 
ANEMIA MICROCÍTICA E HIPOCRÔMICA: 
- VCM < 80 fL HCM < 27pg - Apresentam hemácias 
menores que as normais (VCM baixo) devido à 
alteração de produção de Hb e de coloração menos 
intensa (HCM baixo), pelo pouco conteúdo de 
hemoglobina - A microcitose é definida a partir do 
esfregaço de sangue periférico 
- Dentre as causas estão: *A alteração da produção de 
Hb (talassemia) *Deficiência relativa de ferro (anemia 
de inflamação) *Deficiência absoluta de ferro (anemia 
ferropriva) (A deficiência de ferro é a causa mais 
comum de anemia microcítica e as mulheres são mais 
suscetíveis devido ao sangramento menstrual) *Defeitos 
na síntese de grupo heme (anemia sideroblástica 
hereditária, adquirida clonal ou não) *Intoxicação por 
chumbo. 
NORMOCÍTICA E NORMOCRÔMICA 
- VCM = 80-95 fL HCM >/= 27pg - Associada a uma 
queda do número de eritrócitos, mas o seu tamanho 
(VCM normal) e quantidade de hemoglobina (HCM 
normal) continuam os mesmos - As causas podem ser: 
*Deficiências nutricionais combinadas (Fe + cobalamina 
+ ácido fólico) *A insuficiência renal crônica pode 
comprometer a produção de eritropoetina *A 
insuficiência cardíaca também gera anemia 
normocítica em estágios avançados *A anemias 
hemolíticas *Anemia pós-hemorrágica aguda 
*Nefropatia *Deficiências mistas *Disfunções medulares 
podem causar a anemia normocítica –E ssas seriam: 
mieloma múltiplo, aplasia pura da série vermelha, 
leucemias agudas, leucemias crônicas com alterações 
funcionais como leucocitose e trombocitose a 
depender do subtipo, síndrome mielodisplásica e 
mielofibrose. 
MACROCÍTICA E HIPERCRÔMICA 
- VCM > 95 fL -Trata-se de hemácias grandes e 
geralmente hipercrômicas (HCM alto), maiores que a 
média, porém com conteúdo globínico normal - As 
principais causas são: *Deficiência de vitamina B12 
(colabamina) ou de ácido fólico (B9) – anemia 
megalobástica. *Alterações clonais da medula óssea 
podem causar anemia macrocítica como a síndrome 
mielodisplásica, doenças linfoproliferativas e anemia 
aplásica *Casos de hepatopatia *Hipotireoidismo *Uso 
de hidroxiureia, alopurinol e zidovudina. 
MEGALOBLÁSTICA 
- Há um atraso na maturação do núcleo em relação ao 
citoplasma causada pela síntese defeituosa de DNA, em 
geral pela deficiência de vitamina B12 ou de folatos -
Tanto o folato quanto a B12, que atua como uma 
coenzima, são indispensáveis para a síntese de timidilato 
e purinas, os nucleotídeos que compõe o DNA. 
- A carência de um deles tem como consequência 
menor síntese de DNA e, devido principalmente a 
lentidão da divisão celular na fase S da mitose, há 
aumento do número de células com quantidade de 
DNA entre diploide e tetraploide. 
- A maioria dessas células com alterações no DNA são 
incapaz de completar o ciclo celular, sendo 
precocemente destruídas na medula óssea. Os 
eritrócitos que sobrevivem apresentam um grande 
espessamento de seu citoplasma, denominado 
transformação megaloblástica 
Anemia Perniciosa - É a forma mais comum de anemia 
megaloblástica, ocasionado por carência de vitamina 
B12 - Essa carência pode ser causada por uma agressão 
autoimune à mucosa gástrica, levando à atrofia do 
estômago e, dessa forma, prejudicar a secreção de fator 
intrínseco, tornando-o ausente ou extremamente 
reduzido. 
FERROPRIVA 
- A deficiência de ferro 
instala-se por mecanismos 
diversos: (1) aumento do 
consumo, (2) excesso de 
perda (hemorragias) ou (3) 
má absorção 
- Na deficiência de ferro, só 
ocorre anemia quando já 
há depleção completa dos 
depósitos 
reticuloendoteliais de 
hemossiderina e ferritina -
Consequências: alteração 
do desenvolvimento motor 
e cognitivo, astenia e 
atraso no aprendizado - Além das manifestações 
comuns de anemia, na ferropenia podem surgir 
sintomas menos típicos como glossite atrófica, perversão 
do apetite, geofagia (vontade de comer terra e barro), 
disfagia cervical (síndrome de Plummer-Vinson, 
principalmente em mulheres mais idosas, onde há uma 
formação de uma membrana entre hipofaringe e o 
esôfago), coiloníquia, estomatite angular, amenorreia, 
cabelos finos e quebradiços e diminuição da libido. 
OBS: O ferro é transportado no plasma através da 
ferroportina, sendo este transportador regulado pela 
hepcidina, hormônio produzido no fígado, que atua se 
ligando na ferroportina e diminuindo a sua ação e assim 
reduzindo a absorção do ferro. A hepcidina está 
aumentada no ambiente em que há aumento de 
citocinas inflamatórias, ou seja, em casos de anemia da 
doença crônica, e quando há aumento de ferro no 
organismo. Ela está diminuída em casos de hipóxia. Ela 
está particularmente associada à fisiopatologia da 
Anemia de Doença Crônica (ADC), definida como uma 
anemia hipoproliferativa associada a condições 
infecciosas, inflamatórias ou neoplásicas, sendo 
caracterizada laboratorialmente por hipoferremia na 
presença de estoques adequados de ferro. 
- Devido o processo inflamatório, temos: *anormalidades 
no metabolismo e utilização prejudicada do ferro; 
*produção inadequada e bloqueio da resposta dos 
progenitores eritróides à eritropoietina (EPO); *redução 
da sobrevida das hemácias; *e proliferação e 
diferenciação alteradas dos progenitores eritróides. As 
principais citocinas envolvidas na fisiopatogênese dessa 
doença são: IFN-γ, TNF-α, IL-1, IL-6 e IL-10. Entre elas, a IL-
6 tem um papel fundamental, já que é o principal 
estimulador da produção de hepcidina pelos 
hepatócitos. A inibição da absorção do ferro nos 
enterócitos e o bloqueio da liberação pelos macrófagos 
vão levar à hipoferremia que, por sua vez, limitará a 
disponibilidade de ferro para a eritropoese, causando 
uma anemia como consequência do processo. 
HEMOLÍTICA 
- São resultantes de 
um aumento no ritmo 
de destruição dos 
eritrócitos, 
acompanhado de 
uma incapacidade da medula óssea em compensar 
sua produção - As anemias hemolíticas possuem 2 
classificações: 
-Anemias Hemolíticas Hereditárias - Podem ocorrer por 
defeitos na membrana (perda da membrana 
plasmática por liberação de parte de sua bicamada 
fosfolipídica), defeitos no metabolismo do eritrócito ou 
por deficiência da enzima glicose6-fosfato 
desidrogenase, com consequente redução do NAD e 
NADPH, além de defeitos hereditários na síntese de 
hemoglobina. 
- Anemia Falciforme: é um exemplo clássico de 
mutação pontual que leva a um defeito na estrutura da 
hemoglobina, capaz de provocar uma singular 
interação molecular e causar uma drástica redução na 
solubilidade da hemácia Anemias Hemolíticas 
Adquiridas. - Podem ser causadas por doenças 
autoimunes, induzida por fármacos, por agentes 
infecciosos (ex: malária), agentes físicos (radiação 
ionizante) 
- Anemia Hemolítica Autoimune: é caracterizada pela 
destruição precoce das hemácias devido à fixação de 
IgG ou pela proteína C3b do sistema complemento na 
superfície das hemácias. Esses eritrócitos são ingeridos 
pelos macrófagos do sistema reticuloendotelial. Parte 
da membrana revestida por anticorpo é perdida, de 
modo que a célula se torna progressivamente mais 
esférica para manter o mesmo volume e, por fim, é 
prematuramente destruída, especialmente no baço. 
ANEMIAS APLÁSICAS 
- A anemia aplásica é definida pelo estado de 
pancitopenia (redução das 3 séries hematológicas do 
sangue periférico: anemia, leucopenia e 
plaquetopenia) associado a uma biópsia de medula 
óssea que demostra acelularidade ou hipocelularidade, 
com menos de 30% do espaço medular sendo ocupado 
por células hematopoiéticas. 
- Nestes casos, a baixa resposta reticulocitária é 
característica, ou sejam contagens menores que 
100.000 reticulócitos/mm3 sem resposta medular eficaz, 
o que caracteriza uma anemia por deficiência de 
produção. 
- Existe uma distribuição etária bifásica na incidência de 
anemia aplásica: maior pico ocorre entre a 2ª e a 3ª 
décadas de vida, e o segundo pico é observado em 
idosos 
- Anemia Aplásica Adquirida - Em 50% dos casos, tratam-
se de Anemias Aplásicas/Hipoplásicas Idiopáticas, ou 
seja, de causa desconhecida. O restante se relaciona a 
algum fator desencadeante, que pode ser: radiação 
ionizante; benzeno ou produtos químicos; diversas 
drogas (cloranfenicol, fenilbutazona e quimioterápicos 
citotóxicos); infecções virais do tipo Hepatite não-
A/não-B/não-C, Mononucleose Infecciosa (Vírus Epste-
in-Barr) ou Infecção pelo HIV; Reação Transfusional 
Enxerto Versus Hospedeiro; e outros fatores, como 
Fasciite Eosinofílica, Transplante . 
- Anemia Aplásica Congênita (Síndrome de Fanconi e 
Disceratose Congênita) -A Síndrome de Fanconi se trata 
de uma Doença Genética de Herança Autossômica 
Recessiva que se caracteriza por forte Instabilidade 
Genômica, ou seja, o DNA é suscetível a alterações. A 
Disceratose Congênita é uma rara Síndrome Hereditária, 
de Herança Autossômica Dominante ou Recessiva. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
- redução da oxigenação dos tecidos, principalmente 
cérebro e coração e relacionadas à capacidade 
compensatória do sistema pulmonar e cardiovascular. 
- Quanto mais abrupta for essa queda no volume 
sanguíneo e/ou níveis de Hb, mais intensos serão os 
sintomas. Assim, nas hemorragias agudas ou nas crises 
hemolíticas, os pacientes apresentam sintomas mais 
intensos do que nos quadros de instalação lenta e de 
longa duração. 
Anemias Agudas - Devido à baixa oxigenação 
sanguínea de forma abrupta, não há espaço para o 
corpo se ‘’acostumar’’, causando uma aceleração do 
ritmo cardíaco - Os principais sintomas são: *Dispneia 
*Palpitações *Tontura *Fadiga extrema. 
Anemias Crônicas - Podem ser assintomáticas ou pouco 
sintomáticas - Dependendo do grau, pode-se 
manifestar com: palidez; cefaleia; vertigem; hipotensão 
postural; astenia; dispneia; palpitações; sopros sistólicos; 
angina; ICC; lipotimia; anorexia; alterações tróficas da 
pele e de anexos; quielite angular (lesão na junção do 
lábio – carências de ferro, vitamina B12 e ácido fólico); 
couloníquia (unha convexa – formato de colher); 
palidez nas mucosas (boca, conjuntiva e leito ungueal). 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
1) Capacidade total da ligação de ferro (TIBC) - 
somatório de todos os sítios de ligação de todas as 
moléculas de transferrina circulantes, ou seja, o 
somatório dos sítios livres com os sítios ligados ao ferro. 
Desse modo, traduz a capacidade da Massa Total de 
Transferrina Sérica de se associar ao Ferro. 
2) Saturação de Transferrina - percentual de receptores 
de ferro em todas as moléculas de transferrina 
circulantes, ou seja, a “massa total de transferrina” que 
é ocupada pelo ferro 
3) Dosagem de Ferritina Sérica - proteína de depósito 
(reserva) de ferro - Quanto maior a quantidade de ferro 
nos estoques celulares, maior será o valor da ferritina 
sérica, a dosagem da ferritina no soro é o primeiro 
parâmetro a se alterar na Anemia Ferropriva -Na Anemia 
de Doença Crônica, a Ferritina Sérica costuma estar 
entre 50-500 ng/mL. Na associação Anemia Ferropriva + 
Anemia de Doença Crônica, a Ferritina Sérica se 
encontra, comumente, entre 20-60 ng/mL. Nas 
Talassemias e na Anemia Sideroblástica, ela fica acima 
de 200 ng/mL 
4) Dosagem do Anticorpo Anti-Fator Intrínseco - 
diagnóstico de Anemia Megaloblástica por carência de 
vitamina B12, o diagnóstico de Anemia Perniciosa deve 
ser pesquisado por meio deste exame - A sensibilidade 
deste marcador é de 50-70%, e sua especificidade beira 
os 100%, ou seja, quando positivo essencialmente 
confirma o diagnóstico. O anticorpo anti-célula parietal 
é mais sensível (presente em 90% dos pacientes), porém, 
menos específico (isoladamente não confirma o 
diagnóstico). 
- Teste de Schilling 
1º Passo - Consiste na administração de 1.000 µg de 
Cianocobalamina intramuscular, a fim de saturar os sítios 
receptores no organismo. Em seguida, após 2 horas, 
administra-se de 5 a 2 µg de Cianocobalamina por via 
oral marcada radioativamente - Caso se administrasse 
somente a Cobalamina Marcada, indivíduos com 
baixas reservas de vitamina B12, esta pode ser 
incorporada para suprir a deficiência corporal, não 
sendo excretada na Urina - A radioatividade é avaliada 
e medida na urina de 24h - O teste é normal se, após a 
ingestão de Cobalamina marcada por via oral, a análise 
urinária demonstrar 34% da dose. Caso esteja na faixa 
de 0,5-8%, deve-se pensar em: Má Absorção Intestinal, 
Insuficiência Pancreática Exócrina, Hiperproliferação 
Bacteriana e, principalmente, de Anemia Perniciosa 
(Deficiência de FI), sempre a etiologia mais provável 
para a carência de B12; 
2º Passo - É dividida em 3 etapas: na 1ª, administramos 
vitamina B12 marcada ligada ao fator intrínseco - Se a 
vitamina B12 marcada for detectada na urina, 
diagnostica-se Anemia Perniciosa, e o teste está 
concluído. Se, mesmo com a administração de FI, 
obtivermos contagens urinárias de vitamina B12 
radioativa baixa, o problema não deve ser a carência 
desse fator. Logo, na 2ª Etapa: promove-se a ingestão 
de vitamina B12 marcada junto com extrato pancreático 
-Se a vitamina B12 marcada for detectada na urina, 
estamos diante de um caso de Insuficiência Pancreática 
Exócrina, mas, caso ela ainda não consiga ser 
detectada na urina, não se trata nem de Anemia 
Perniciosa nem de Insuficiência Pancreática. Nesse 
ponto, para afastarmos a suspeita de Hiperproliferação 
Bacteriana, partimos para a 3ª etapa e iniciamos 
tratamento empírico com Metronidazol (250 mg, de 
8/8h) + Cefalexina (250 mg de 6/6h), e o teste com a 
vitamina B12 oral marcada deve ser repetido depois de 
4 dias de Antibioticoterapia. 
- Se a contagem urinária baixa a indetectável de 
vitamina B12 radioativa persistir, devemos finalmente 
suspeitar de Lesão dos Receptores Ileais, como ocorre 
na Doença de Crohn, Linfoma, Ressecção Ileal, 
Tuberculose Extensa do Íleo, etc. O Teste de Schilling, noentanto, só é solicitado quando a origem da Deficiência 
de Cobalamina não é esclarecida nas avaliações 
iniciais, o que é raro. 
HEMOGRAMA 
- Proporciona a avaliação dos 3 componentes principais 
do sangue periférico: eritrócitos (série vermelha), 
leucócitos (série branca) e plaquetas (série plaquetária) 
- O processo de realização do hemograma envolve 
basicamente 4 etapas: *Coleta e processamento da 
amostra de sangue periférico; *Contagem das células, 
incluindo determinação dos índices da série vermelha e 
das plaquetas; *Determinação diferencial dos 
leucócitos; *Microscopia do esfregaço de sangue 
periférico para avaliação de potenciais anormalidades 
morfológicas. 
- OBS: tipos de tubos de coleta → a coleta precisa ser 
realizada em um tubo com anticoagulantes, afim de se 
evitar aglutinação das células sanguíneas. São eles: 
EDTA (usado no hemograma, tubo roxo), heparina 
(estudo eritrocitário, tubo verde), citrato (ideal para 
coagulograma, tubo azul). 
ERITROGRAMA 
Contagem de 
hemácias: 
Uma redução 
isolada de seus 
valores, com 
Hb dentro de 
valores 
normais, 
geralmente 
não indica 
anemia; 
entretanto, 
uma redução 
conjunta no 
número de hemácias e de Hb caracteriza um quadro 
de anemia, sendo necessária a dosagem de outros 
fatores para determinar o tipo. 
< Dosagem de Hb: 
Hematócrito: -
Corresponde à 
concentração de 
eritrócitos numa certa 
quantidade de sangue 
total - Correlaciona-se 
melhor que a 
contagem de eritrócitos 
com a viscosidade 
sanguínea sendo, 
portanto, o parâmetro mais utilizado para avaliar 
alterações volêmicas. OBS: o valor do hematócrito é 3x 
maior que a dosagem da hemoglobina. 
VCM (Volum corpuscular médio): macrocitose, 
microcitose, normocitose. 
RDW (HETEROGENEIDADE VOLUMÉTRICA): ferropriva 
(aumentado), talassemia (normal), sideroblástica (muito 
aumentado), anemia de doenças cronicas (normal ou 
aumentado). 
HCM (Hb corpuscular média): 
quantidade de hb que tem em 
uma hemácia. 
CHCM (Concentração da hb 
corpuscular média): ambas 
dizem sobre coloração, 
hipercromica, normocrômica ou hipocrômica. 
Contagem de reticulócitos: eritrócitos imaturos. Anemia 
hemolítica está aumentado. 
Avaliação microscópica de esfregaço: avalia 
alterações na forma (poiquilocitose) - esferócitos; 
ovalócitos; hemácias em alvo; dácriocitos (hemácias 
em lágrima); estomatocitos; esquizócitos; equinócitos; 
acantocitos; drepanócitos (hemácias em foice). 
VSH (velocidade de sedimentação): verifica dosagem 
de várias proteínas plasmáticas, principalmente o 
fibrinogênio que aumenta em processos inf agudos. 
SISTEMA ABO/RH 
- Consiste em 3 genes 
alelos: A, B e O. 
- Os genes A e B controlam 
a síntese de 
proteínas/enzimas 
específicas responsáveis 
pela adição de um resíduo 
de carboidrato em uma 
glicoproteína específica, a chamada substância H 
*Formando dois antígenos diferentes: A e B pela adição 
com a H. 
- O gene O é amorfo e não transforma a substância H 
*Existindo apenas o antígeno H 
- Além de antígenos (A e B) existem anticorpos no 
plasma sanguíneo, são chamados de aglutininas e 
reagem com os antígenos 
*Só há reação quando os antígenos são contrários 
àqueles presentes nos eritrócitos próprios *Por exemplo: 
se o seu tipo sanguíneo é B, seus eritrócitos têm 
antígenos B, e seu plasma sanguíneo tem anticorpos 
antiA. 
- Esses genes são capazes de formar 4 tipos sanguíneos 
*Sangue do tipo A: que apresenta apenas o antígeno A 
e a aglutinina anti-B. 
*Sangue do tipo B: que apresenta apenas o antígeno B 
e a aglutinina anti-A. 
*Sangue do tipo AB: que apresenta os dois antígenos e 
não apresenta aglutininas. 
*Sangue do tipo O: que não apresenta antígenos A ou B 
e apresenta as aglutininas anti-A e anti-B. 
AGLUTINOGÊNIOS 
- Representado pelos Antígenos A e B, denominados 
aglutinogênios por causarem aglutinação com 
frequência das células sanguíneas. Dessa forma, 
formam-se 6 possíveis genótipos. Exemplos: (1) a pessoa 
com genótipo OO não produz aglutinogênios; e a (2) 
pessoa com genótipo AO ou AA produz aglutinogênio 
do tipo A. 
AGLUTININAS 
- anticorpos naturais que se desenvolvem no plasma a 
partir dos aglutinogênios que não estão presentes nas 
hemácias. O sangue do tipo O, apesar de não conter 
antígenos, contêm anticorpos A e B. 
- Logo após o nascimento, a quantidade de anticorpos 
é quase zero. Após 2 a 8 meses de vida pós-natal, o 
lactente começa a produzir aglutininas: (1) Anti-A 
quando os aglutinogênios Anti-A não estão presentes 
nas suas células e (2) Anti-B quando os antígenos B não 
estão presentes nas células. 
- Os anticorpos são gamaglobulinas, sendo produzidas 
pelas mesmas células da medula óssea e dos órgãos 
linfáticos que produzem anticorpos para quaisquer 
outros antígenos. Em sua maior parte são IgM e IgG. 
Dessa forma, indivíduos de tipagem sanguínea A/B 
produzem IgM; ao passo que indivíduos de iipagem 
sanguínea O produzem IgM e IgG. 
- Elas são expressas, pois pequenos antígenos Anti-B e 
Anti-B entram no corpo por meio dos alimentos, das 
bactérias (carboidratos presentes) e outras formas, 
desencadeando o desenvolvimento das aglutininas. 
Uma elevação anormal pode vir de uma Cirrose 
Hepática, Hepatites Crônicas Ativas. 
- Quando ocorre a mistura de sangue não compatível, 
as aglutininas Anti-A e Anti-B se misturam com os 
aglutinogênios A ou B das hemácias, respectivamente. 
Essas aglutininas possuem IgG (2 locais de ligação) e IgM 
(10 locais de ligação) que podem fixar 2 ou mais 
Hemácias ao mesmo tempo, fazendo com que elas se 
prendam uma as outras (aglutinação). 
SISTEMA RH 
- Também codifica proteínas de membrana que 
possuem antígenos D, Cc e Ee. 
- Quando não há a presença de nenhum desses 
antígenos, o sangue é classificado como negativo. 
- Quando há presença de qualquer um dos antígenos 
ele será positivo. 
- Os anticorpos Rh raramente ocorrem de forma natural, 
mas sim em resposta a uma sensibilização. 
- Como por exemplo resultando de uma transfusão 
sanguínea ou de uma gravidez anterior. 
ANTICORPOS ANTI-RH 
- Ocorrem por transfusões ou por gestações (Imunes) e 
raramente são descritos anticorpos naturais. As 
aglutininas Anti-Rh se desenvolvem lentamente, 
atingindo uma concentração máxima após período de 
2 a 4 meses, ocorrendo resposta maior em algumas 
pessoas. Com exposições múltiplas a pessoa 
RhNegativa finalmente fica muito sensibilizada. A 
maioria dos anticorpos é da classe IgG1 ou IgG3, 
potencializando-se com o uso de enzimas. Porém, não 
fixa o complemento. 
- Anti-D: o Antígeno D é o imunógeno mais potente 
(seguido de c, E, C e e). 30% dos indivíduos Rh Negativos 
produzem Anti-D. Eles têm alta Imunogenicidade e não 
devem ser expostos ao sangue de pessoas Rh+; 
- Anti-E: é o mais comum e pode ocorrer em alguns 
casos de maneira natural; 
- Anti-c: pode ocorrer isoladamente ou associado ao 
Anti-E. Caso pessoas sejam portadores de Anti-c é 
recomendado que nas transfusões não receba de 
hemácias com Antígeno E (prevenção de 
aloimunização); 
- Anti-C e Anti-E: a incidência e é mais rara; 
Correlação Clínica: Eritroblastose Fetal: é uma Anemia 
Hemolítica Fetal causada pela transmissão 
transplacentária de anticorpos maternos. O distúrbio 
costuma resultar de incompatibilidade entre os grupos 
sanguíneos materno e fetal, em geral os antígenos Rh0 
(D). Em mulheres portadoras de sangue Rh- e grávidas 
de um feto com sangue Rh+, os eritrócitos fetais 
estimulam a produção materna de anticorpos contra os 
antígenos Rh. Quanto maior a hemorragia feto-materna, 
mais anticorpos são produzidos. A anemia estimula a 
medula óssea fetal a produzir e liberar eritrócitos 
imaturos (eritroblastos) na circulação periférica fetal 
(Eritroblastose Fetal). Já, a hemólise resulta em níveis 
elevados de bilirrubina indireta nos neonatos, causando 
Kernicterus (deposição de bilirrubina indireta nosnúcleos 
da base do SNC). 
- o (-) pode doar para positivo e negativo, mas não 
recebe do positivo. 
TRANSFUSÕES 
- Uma transfusão é a transferência de sangue total, ou 
de componentes sanguíneos (apenas os eritrócitos ou 
apenas o plasma). 
- Uma transfusão é feita, com maior frequência, para 
aliviar a anemia, aumentar o volume de sangue (por 
exemplo, após hemorragia grave) ou para melhorar a 
imunidade. 
- Em uma transfusão de sangue incompatível, os 
anticorpos no plasma do receptor se ligam aos 
antígenos, provocando a aglutinação dos eritrócitos. 
- A aglutinação é uma resposta antígenoanticorpo, na 
qual os eritrócitos tornam-se mutuamente entrecruzados 
(Aglutinação não é o mesmo que coagulação 
sanguínea) Quando esses complexos antígeno-
anticorpo se formam, ativam as proteínas plasmáticas 
da família do complemento. Essencialmente, estas 
tomam a membrana plasmática dos eritrócitos doados 
permeável, provocando hemólise (ruptura) dos 
eritrócitos e liberação da Hb para o plasma. A 
hemoglobina liberada pode provocar lesão aos rins, 
entupindo as membranas de filtração. 
- *Exemplo à Considere o que acontece se uma pessoa 
com sangue tipo A recebe uma transfusão de sangue 
tipo B. - Sangue tipo A (sangue do receptor): contém 
antígenos A nos eritrócitos e anticorpos anti-B - Sangue 
tipo B (sangue do doador): contém antígenos B e 
anticorpos anti-A no plasma. - Nessa situação, duas 
coisas podem acontecer: 
1 - os anticorpos anti-B no plasma do receptor ligam-se 
aos antígenos B nos eritrócitos do doador, provocando 
aglutinação e hemólise dos eritrócitos 
2 - os anticorpos anti-A no plasma do doador ligam-se 
aos antígenos A nos eritrócitos do receptor, uma reação 
menos grave, porque os anticorpos anti-A do doador 
tornam-se tão diluídos no plasma do receptor que não 
provocam aglutinação e hemólise significativas dos 
eritrócitos do receptor. 
- Sangue do tipo AB não têm anticorpos anti-A ou anti-B 
em seus plasmas. Ocasionalmente, são chamados de 
receptores universais porque, teoricamente, recebem 
sangue de doadores de todos os quatro tipos 
sanguíneos. Essas pessoas não têm anticorpos para 
atacar antígenos nos eritrócitos doados. 
- Sangue tipo O não têm antígenos A ou B nos seus 
eritrócitos e, às vezes, são chamados de doadores 
universais porque, teoricamente, doam sangue para 
todos os quatro tipos sanguíneos do sistema ABO. 
Pessoas com tipo O que necessitem de sangue só 
podem receber sangue tipo O. 
OBS: Na prática, o uso das expressões receptor universal 
e doador universal é errôneo e perigoso. O sangue 
contém antígenos e anticorpos além daqueles 
associados ao sistema ABO que causam problemas nas 
transfusões. Assim, o sangue deve ser cuidadosamente 
submetido à reação cruzada ou tipado, antes de ser 
transfundido. Em aproximadamente 80% da população, 
os antígenos solúveis do tipo ABO aparecem na saliva e 
em outros líquidos corporais, quando o tipo sanguíneo é 
identificado em amostra de saliva.

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