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HEMATOFÉRIAS ERITROPOIESE - Nas 1ªs semanas da vida embrionária, hemácias nucleadas primitivas são produzidas no saco vitelino - Durante o 2º trimestre da gestação, o fígado passa a constituir o principal órgão de produção, embora número razoável também seja produzido pelo baço e pelos linfonodos - Posteriormente, durante o último mês e após o nascimento, as hemácias são produzidas exclusivamente na medula óssea - A medula óssea de quase todos os ossos produz hemácias até que a pessoa atinja 5 anos; a de ossos longos, exceto pelas porções proximais do úmero e da tíbia, fica muito gordurosa, deixando de produzir hemácias aos 20 anos. Após essa idade, a maioria das hemácias continuam a ser produzida na medula óssea dos ossos membranosos, como vértebras, esterno, costelas e íleo. PROCESSO - A cada dia, são produzidos em torno de 1012; 1. A eritropoese se inicia quando uma célula-tronco hematopoiética (CTH), ao realizar mitose e originar 2 células-filhas, forma uma célula para repor o estoque de CTHs e outra célula que se diferencia no 1º precursor de toda a linhagem sanguínea: a unidade formadora de colônia-blastos (CFU-BLAST) | CTH > 1 cth e 1 cfu-blast. 2. O CFU-BLAST, por ação da IL-1, IL-3, IL-6, IL-11, trombopoetina (TPO) e fator de crescimento de célula- tronco (SCF), secretados pelas células do estroma da medula óssea vermelha ou por glóbulos brancos já maduros, se diferencia em um precursor mieloide comum. | CFU-BLAST > IL1,3,6,11,TPO,SCF > PRECURSOR 3. A partir da ação dos fatores de crescimento e citocinas GM-CSF, IL-3 e SCF, essa célula precursora mieloide comum se diferencia na pluripoetina (CFU- GEMM (unidade formadora de colônicas granulocíticas, eritroides, monocíticas e megacariocíticas)). | Precursora > GMCSF,SCF,IL3 > CFU-GEMM. 4. A pluripoetina, a partir da influência de diferentes combinações de citocinas, origina todas as linhagens mieloides das células hematopoiéticas: *Eritrócitos, megacariócitos, macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, células dendríticas e mastócitos; 5. Para que esse CFU-GEMM se comprometa apenas com a linhagem eritroide das células mieloides, é necessário o estímulo conjunto de SCF, GM-SCF, IL-3, TPO, IL-6 e IL-11, que agem para diferenciá-lo para o BFU-E (unidade de formação explosiva eritroide) 6. A partir desse comprometimento, o BFU-E se diferencia em CFU-E (unidade formadora de colônias eritroides) a partir da ação integrada de GM-CSF, IL-3, SCF e eritropoietina (EPO); 7. Esse CFU-E, por estimulação da EPO e TPO, forma os 1ºs precursores já diferenciados da linhagem eritroide, denominados proeritroblastos; 8. Por sua vez, esses proeritroblastos prosseguem para os estágios de maturação com a ação exclusiva da EPO. Por meio de várias divisões celulares, origina uma série de eritroblastos (eritroblastos basófilos à eritroblastos polimacromatófilo à eritroblasto ortocromático) progressivamente menores, mas com conteúdo de hemoglobina cada vez maior em seu citoplasma, o qual vai perdendo sua tonalidade azul escura à medida que perde seu RNA, o aparelho enzimático e organelas da síntese proteica, enquanto a cromatina nuclear torna-se mais condensada. 9. Porém, os eritroblastos ortocromáticos são incapazes de se dividir, embora ainda continuem a acumular hemoglobina em seu citoplasma. Por fim, o núcleo é expelido do eritroblasto maduro ainda na medula óssea, resultando em um estágio de reticulócito, o qual ainda possui um pouco de RNA ribossômico e ainda é capaz de sintetizar hemoglobina. 10. Esse reticulócito circulante necessita, ainda, de um certo polimento ou acabamento em sua estrutura celular, pois ainda contém restos de corpúsculos citoplasmáticos, como RNA e excesso de membrana celular, que devem ser ajustados para dar um formato adequado ao eritrócito maduro. 11. Ao atravessar os capilares sinusoides do baço, os macrófagos esplênicos realizam os processos de pitting (retirada de corpúsculos intracitoplasmáticos, como o RNA) e remodeling (retirada do excesso de membrana plasmática). O reticulócito termina sua maturação em 1 dia. 12. Surge, então, o eritrócito/hemácia madura, uma célula bicôncava, sem núcleo de coloração rosada. Ressalta-se ainda que 1 próeritroblasto pode originar 16 novas hemácias. FATORES REGULADORES - EPO - glicoproteína sintetizada, principalmente, no parênquima renal, pelas células justaglomerulares que possuem receptores capazes de detectar pequenas variações na concentração de O2, sendo a hipóxia seu principal estimulante - Cerca de 10% da eritropoietina é produzida nos hepatócitos (9%) e macrófagos residentes na medula óssea (1%). Desse modo, o nível circulante aumenta em proporção inversa à oxigenação tecidual e à massa eritrocitária - Então, à medida que a anemia se desenvolve, o aparelho sensor do rim aumenta a secreção de EPO, com aumento da síntese eritroide da medula óssea > AUMENTA RETICULÓCITOS NO SANGUE. Arthur Rodrigues | @arthurnamedicina | Problema 01 1 Mecanismo de ação 1. A hipóxia tecidual, induz a expressão de fatores de transcrição como o HIF-α (fator induzido por hipóxia), HIF- β/ARNT e HNF-4 (fator nuclear hepático); portanto, a produção de EPO aumenta em anemias onde a hemoglobina é incapaz de liberar O2 adequadamente por motivos metabólicos ou estruturais *Em situações de baixa pressão parcial de O2; em situações de disfunção cardíaca, pulmonar ou lesão na circulação renal que afete a liberação de O2 aos rins. 2. Na presença destes 3 fatores, a eritropoietina é codificada por um gene que se encontra no braço longo do cromossomo 7 (7q21). 3. A EPO liga-se à porção extracelular do receptor de eritropoietina (EpoR) expresso nos precursores eritroides. Assim, o receptor sofre dimerização, autofosforilação e ativação da janus quinase 2 (JAK2); 4. Este ativa uma série de mediadores como MAP quinase, GATA-1, FOG-1, AKT quinase e Stat5 que vão atuar na ativação e transcrição de genes que promovem a diferenciação eritroide e intensificam a expressão de genes antiapoptóticos e do receptor de transferrina (CD71) - Na ausência da ativação do EpoR, os precursores eritroides sofrem apoptose. A EPO estimula a proliferação, diferenciação e hemoglobinação da BFU- E e CFU-E. Resumo: 1. Estimula a proliferação das células indiferenciadas medulares, aumentando as mitoses dessas células. 2. Estimula o amadurecimento das células indiferenciadas, que caminham rapidamente para a eritropoese, surgindo assim os próeritroblastos e os eritroblastos basófilos. 3. Estimula a síntese de hemoglobina, sobretudo em indivíduos que sobem a altitudes elevadas, por rápida mobilização e estimulação de íon Fe2+, o qual integra a molécula de hemoglobina. 4. Aumenta a taxa de reticulócitos no sangue, sugerindo que o tempo de amadurecimento dos eritroblastos medulares se reduz após o estímulo da eritropoietina. FATORES REGULADORES – VITAMINA B12 - A vitamina B12 (cianocobalamina) é hidrossolúvel, sintetizada por microrganismos e encontrada especialmente nos alimentos de origem animal (carnes, ovo, leite) e em baixa quantidade em alimentos de origem vegetal - A necessidade diária dessa vitamina é cerca de 1-2 µg, número inferior ao encontrado na dieta. Por isso, há uma reserva intrínseca de vitamina B12 (cerca de 3000 µg) para manter os níveis plasmáticos da vitamina, mesmo quando o indivíduo está sob regime dietético deficiente de cobalamina Estômago – A vitamina B12 está, inicialmente, ligada às proteínas de origem animal, as quais sofrem a ação digestiva da pepsina, liberando cobalamina, que, por sua vez, é capturada pela haptocorrina/transcobalamina I (TC I), uma proteína R encontrada na cavidade oral (saliva) e estômago;Duodeno - Nesta região, as proteases pancreáticas degradam o complexo cobalamina-haptocorrina, liberando a vitamina B12, o que possibilita a ligação desta ao fator intrínseco - Dessa forma, o complexo vitamina B12-fator intrínseco na mucosa duodenal, o qual resiste às enzimas proteolíticas do lúmen intestinal Íleo - O complexo vitamina B12- fator intrínseco adere à mucosa ileal por meio de receptores específicos nos enterócitos ileais, sendo assim, internalizado - O fator intrínseco sofre degradação no interior dos enterócitos; ao passo que a cobalamina se liga fortemente à proteína transportadora transcobalamina II, e com menor afinidade à transcobalamina I; - Essa relevância é evidenciada pela produção de Anemia Megaloblástica Severa na presença de deficiência congênita de transcobalamina II, mas não de transcobalamina I - Circulação Porta -Finalmente, a vitamina B12 adentra à circulação portal e é distribuída para as células que expressam receptores específicos, os quais internalizam a vitamina na forma de complexo transcobalamina II/I- vitamina B12 - No fígado, é estocada na forma de adenosilcobalamina. Papel na eritropoiese - Tanto os folatos (ácido fólico) quanto a vitamina B12 são indispensáveis na eritropoese e no funcionamento do sistema nervoso - O metabolismo de ambos, de certo modo, se entrelaçam, de modo a serem imprescindíveis à síntese de timidina (um dos nucleotídeos que compõem o DNA) - Logo, a carência de um dos fatores resulta em menor síntese de DNA; 1. Os folatos (N5- N10- metilenotetraidofolato) cedem um radical metil à desoxiuridinamonofosfato (dUMP), transformando-a em timidinamonofosfato (dTMP), a qual é incorporada ao DNA; 2. A vitamina B12 participa indiretamente nesta reação, atuando como um cofator enzimático. Assim, converte a homocisteína em metionina pela ação da enzima metionina-sintetase. Ao receber o radical metil do metiltetraiodofolato, forma o tetraiodofolato (forma ativa de folato que participa na síntese de timidina) 3. Ao formar o tetraiodofolato, converte-se a cobalamina em metilcobalamina que, por sua vez, cede o radical metil à homocisteína, que forma a metionina. OBS: Durante a deficiência de vitamina B12, essa reação não pode ser realizada. Consequentemente, ocorre acúmulo da molécula de metiltetraidrofolato, quadro esse que leva à depleção de folatos necessários para a síntese de purina e timidilato, as quais são necessárias para a síntese de DNA. Isso leva por fim, à inibição da replicação do DNA nas hemácias, resultando de eritrócitos grandes e frágeis, denominados eritrócitos megaloblásticos. FATORES REGULADORES – ÁCIDO FÓLICO - Os folatos são substâncias que têm como estrutura básica o ácido pteroilglutâmico - Dentre as principais formas absorvidas, temos: os pteroilglutamatos, os diidrofolatos, os tetraidrofolatos e o metiltetraidrofolato - O ácido fólico (vitamina B9) é um exemplo de folato e participa de inúmeras reações metabólicas indispensáveis à síntese de DNA. Papel na eritropoiese - Agem como cofatores enzimáticos em diversas reações celulares fundamentais, como a conversão da homocisteína em metionina, juntamente com a vitamina B12. - Desse modo, quando ocorre deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, os níveis de homocisteína aumentam no sangue, caracterizando o quadro de hiperhomocisteinemia, que pode vir acompanhado de: distúrbios neurológicos, neoplasias malignas, doenças cardiovasculares e anemia. - Assim, os folatos se tornam necessários à divisão celular devido ao seu papel na biossíntese de purinas e pirimidinas, bem como na transferência de carbonos no metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos. - O metabolismo da vitamina B12 e dos folatos (ácido fólico) está intimamente relacionado, ou seja, se há deficiência de metilcobalamina, ocorre defeito na transferência de radicais metil do metiltetraidrofolato para a formação de tetraidrofolato (forma ativa) - Essa deficiência de tetraidrofolato causa redução da síntese de DNA, bem como de purinas e timidilato. Todas as células medulares sofrem com essa alteração metabólica, resultando em alterações morfológicas, tais como gigantismo celular (hipercelularidade), modificações grosseiras na cromatina e alterações cromossômicas; Importante: Na deficiência de vitamina B12 e folatos (vitamina B9), que leva aos baixos níveis de tetraidrofolato, as células eritroblásticas têm maturação anômala, síntese de DNA muito lenta ou parada total da maturação e morte intramedular, processo caracterizado como eritropoese ineficiente. A chamada transformação megaloblástica da medula óssea ocorre tanto na deficiência de folato como na de cobalamina, caracterizada pela hipercelularidade global da série eritroblástica, granulocítica e megacariocítica – as células são grandes, de núcleos volumosos e atípicos que apresentam cromatina irregularmente distribuída. A série granulocítica se caracteriza pela presença de neutrófilos gigantes com hipersegmentação dos núcleos; Curiosidade: Em geral, o crescimento rápido e as multiplicações celulares, aspecto central do desenvolvimento fetal, requerem um suprimento adequado de folato. Na gestação, previne defeitos de fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha bífida, além de lábio leporino e fenda palatina, malformações cardíacas e do trato geniturinário; RELAÇÕES - Altas altitudes: tecidos hipóxicos devido a baixa Po2, os órgãos hematopoieticos produzem mais. - Essa condição é denominada policitemia secundária, e a contagem de hemácias aumenta cerca de 30% acima da contagem normal - Tipo comum de policitemia secundária, denominada policitemia fisiológica, ocorre nos nativos que vivem em altitudes de 4.267 a 4.876 metros, em que a tensão de O2 atmosféricos é baixa - Esse aumento na contagem permite que essas pessoas mantenham nível relativamente alto de trabalho contínuo, até mesmo na atmosfera rarefeita. - Paciente renal crônico: Anemia por deficiência de EPO. - Atleta: Exercícios de alta intensidade podem acarretar em alterações hematológicas, podendo incluir hemoconcentração pelo aumento da pressão arterial, constrição venosa, acúmulo de metabólitos na musculatura exercitada, transpiração e perdas insensíveis de fluidos e, por outro lado, pode haver hemodiluição em virtude do acréscimo do volume plasmático, consequente ao aumento dos níveis de renina, aldosterona, vasopressina e abulmina e hemólise. - Os atletas, principalmente os praticantes de provas de resistência, tendem a apresentar concentrações de hemoglobina levemente inferiores, modificação chamada de pseudoanemia dilucional, anemia do desportista ou falsa anemia - Há um quadro de eritropoese ineficaz e redução da meia-vida das hemácias por aumento da hemólise - A eritropoese é considerada deficitária baseada na observação de que no momento do exercício, a necessidade de O2 por parte dos tecidos atua estimulando. Porém, com o treinamento contínuo, há aumento do 2,3- difosfoglicerato intra-eritrocitário, o que desloca a curva de dissociação da hemoglobina para a direita, proporcionando mais O2 aos tecidos, inclusive aos rins. Consequentemente, reduz-se o estímulo sobre a medula óssea. - O aumento da hemólise é explicado pelos frequentes traumas mecânicos sobre as hemácias. HEMOCATERESE - Após cerca de 120 dias em circulação, em virtude de seu esgotamento metabólico e alterações degenerativas, as hemácias são removidas e destruídas por células do sistema reticuloendotelial (incluindo fagócitos, células de kupffer hepáticas, células do baço e células medula óssea) - Essa lise é compensada com a formação constante de novos eritrócitos, de modo a manter estável o número de eritrócitos na circulação - Além disso, como a maior parte do ferro no organismoestá associado à molécula de hemoglobina, a fagocitose e degradação de hemácias senescentes representam uma fonte importante de ferro, reciclando cerca de 25 a 30 mg desse íon por dia, sendo essa quantidade suficiente pra manter a necessidade diária para a eritropoese - Em condições fisiológicas, a retirada do baço (esplenectomia) não altera a sobrevida das hemácias, pois a destruição medular é mantida. Porém, em casos de hemólise patológica (esferocitose e indivíduos talassêmicos com esplenomegalia), a destruição esplênica pode ser muito significativa na redução do tempo de vida dos eritrócitos - Nesses casos, a esplenectomia pode levar a uma redução acentuada da hemocaterese e aumento da sobrevida das hemácias na circulação sanguínea; RECONHECIMENTO DE HEMÁCIAS SENESCENTES - São fatores que contribuem para o reconhecimento de hemácias senescentes: (1) Redução da atividade metabólica, ou seja, o esgotamento enzimático – os eritrócitos são anucleados, logo, não sintetizam novas enzimas para repor o estoque – promove diminuição do metabolismo energético da glicose, o que, por sua vez, diminui a geração de ATP; (2) Oxidação da hemoglobina: moléculas de hemoglobina oxidadas (hemicromos) estabilizam a proteína transmembrana da banda 3, a qual forma agregados que são reconhecidos como antígenos pelos anticorpos IgG autólogos e sistema complemento - Com a deposição de uma densidade crítica de anticorpos e moléculas do sistema complemento, as hemácias senescentes são reconhecidas e eliminadas; DEGRADAÇÃO DE COMPONENTES - Uma vez fagocitada, a hemácia é decomposta em seus componentes: (1) Membrana celular é digerida em proteínas e fosfolipídios (2) Hemoglobina é decomposta em globina (que, em seguida, é metabolizada em aminoácidos) e no grupo heme (o catabolismo intracelular do grupo heme envolve várias enzimas, como a NADPH-citocromo C redutase, a hemoglobina- oxidase e a biliverdina-redutase, e terá como produtos finais o monóxido de carbono (CO), o íon ferro em estado ferroso (Fe2+) e a bilirrubina; FERRO (+3) - O ferro em estado ferroso pode ser estocado no macrófago sob a forma de ferritina (proteína hepática especializada no armazenamento de ferro) ou exportado pela proteína ferroportina: FPT (IRGE1) da membrana celular, o que promove a oxidação do Fe2+ pela enzima ceruloplasmina hepática, transformando-o em ferro férrico (Fe3+) e, em seguida, transportado pela transferrina até locais onde será utilizado, como na medula óssea para ser reaproveitado na síntese de hemoglobina; - Curiosidade: Não há via de excreção de ferro no organismo, de forma que a molécula passa a fazer parte do pool de armazenamento e poderá ser utilizada novamente para síntese de hemoglobina. Para voltar a um eritroblasto em desenvolvimento, o ferro pode: (1) ser liberado na superfície da célula e transportado para o eritroblasto ligado à transferrina; e alternativamente, (2) pequenos fragmentos do citoplasma podem passar diretamente do macrófago ao eritroblato, num processo semelhante à fagocitose denominado rofeocitose. BR INDIRETA/NÃO CONJUGADA - Circula ligada à albumina, sendo captada pelos hepatócitos - Nos hepatócitos, a bilirrubina é conjugada com compostos que a tornam hidrossolúvel, em especial o ácido glicurônico pela presença da enzima glicuroniltransferase - Dessa forma, forma-se a bilirrubina direta/conjugada, excretada nos canalículos hepáticos, finalmente alcançando o duodeno como componente da bile - No intestino, numerosos compostos são derivados da oxidação e do metabolismo da bilirrubina direta, a exemplo do urobilinogênio fecal. Uma parte deste é reabsorvida no intestino e alcança o fígado pela circulação êntero-hepática, sendo praticamente todo captado pelo hepatócito e re-excretado no intestino; - a maior destruição de hemoglobina, que caracteriza as anemia hemolíticas, aumenta a concentração de bilirrubina indireta no plasma e a quantidade de urobilinogênio fecal produzida diariamente, mas não leva ao aumento grosseiro de urobilinogênio na urina; o qual ocorre apenas quando há lesão funcional dos hepatócitos; causa hipercolia fecal e não altera urina. Não passa no glomérulo. HEMÁCIA – MORFOLOGIA E AFINS - anucleadas, compostas por uma membrana que envolve uma solução rica em eletrólitos (com destaque ao PO4) e hemoglobina, desprovida de organelas típicas e bicôncavo. - É altamente dependente glicose como fonte de energia (ATP) e, como não existem mitocôndrias, a produção de ATP é quase exclusiva através da glicólise. - Funcionam apenas dentro da corrente sanguínea para ligar o O2 e, ligar o CO2 para a remoção dos tecidos. O formato bicôncava maximiza a área de superfície. MEMBRANA ERITROCITÁRIA - bicamada lipídica inseridas proteínas transmembrana e proteínas periféricas, que residem na superfície interna da membrana celular. - Os fosfolipídios presentes na membrana são: fosfatidilcolina (30%); fosfatidiletanolamina (28%); fosfatidilserina (14%) e esfingomielina (25%) - A porção externa da dupla camada lipídica, em contato com o plasma sanguíneo, é rica em fosfatidilcolina e esfingomielina, enquanto que sua interna, em contato com o citoplasma, é rica em fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina - Dentre as proteínas integrais, temos 2 grupos principais: as glicoforinas e as proteínas da banda 3. Seus domínios extracelulares são glicosados e expressam antígenos específicos aos demais grupos sanguíneos - A glicoforina C, possui importante papel na fixação da rede proteica do citoesqueleto (malha de espectrina alfa e beta) subjacente à membrana celular. A proteína da banda 3 liga a hemoglobina e age como um local de fixação adicional para as proteínas do citoesqueleto - Por outro lado, as proteínas periféricas de membrana são organizadas em uma rede hexagonal bidimensional, posicionada paralelamente à membrana celular, sendo composta, principalmente, de proteínas do citoesqueleto: espectrina; actina; proteína das bandas 4.2 e 4.9; aducina e tropomiosina, as quais formam uma “rede” ou “malha” - Esta rede se ancora à bicamada lipídica pela proteína globular anquirina, a qual interage com a proteína integral da banda 3 ao mesmo tempo que interage com a da banda 4.2. Papel do arranjo citoesquelético - Este contribui para a forma das hemácias e confere a elas propriedades elásticas (elasticidade, deformabilidade e reestruturação) e estabilidade da membrana - O citoesqueleto não é estático; ele sofre contínuo rearranjo em resposta aos vários fatores físicos e estímulos químicos à medida que a célula se move através da rede vascular - Qualquer defeito na expressão de genes que codificam as proteínas do citoesqueleto pode resultar em hemácias frágeis e com formato anormal. Correlação Clínica: A esferocitose hereditária é causada por um defeito primário na expressão do gene da espectrina que resulta em hemácias esféricas. A eliptocitose hereditária é causada por uma deficiência nas proteínas da banda 4.1 que resulta em hemácias elípticas. Em ambas as condições, as hemácias são incapazes de se adaptar às mudanças em seu ambiente (pressão osmótica e deformações mecânicas), o que resulta na destruição prematura das células, ou hemólise. - Alterações na forma – Poiquilocitoses – Drepanócitos (foice), eliptócitos/ovalócitos (ferropriva ou megaloblástica), dacriócitos/em lágrima (meiofibrose), em alvo (talassemia), equinócitos (crinadas – hepatopatias), esquisócitos (fragmentos), estomatócitos (RN, estomacitose hereditária). HEMOGLOBINA - proteína que permite que estas transportem O2 e CO2 - moléculas de hemoglobina ficam próximas da membrana plasmática - deve permanecer dentro dos glóbulos vermelhos para executar eficazmente suas funções - É excelente tampão acidobásico (principal tampãointracelular) de todo o sangue. - formada por 2 partes: o grupo heme, que contém ferro; e 4 cadeias polipeptídicas denominadas globinas - A sua síntese ocorre precocemente na mitocôndria das células da linhagem vermelha, iniciando na fase de pró- eritroblasto e se perpetuando até o reticulócito. SÍNTESE DO GRUPO HEME 1. Os eritroblastos utilizam os aminoácidos glicina e succinato (sob a forma de succinilcolina proveniente do ciclo de Krebs), que se condensam no interior das mitocôndrias, para formar o ácido delta levulínico (δ- ALA); reação catalisada pela enzima ácido δ- aminolevulínico sintetase e condensada pela enzima piridoxal-5’-fosfato (vitamina B6) 2. Em seguida, 2 moléculas de ácido delta levulínico (δ- ALA) se condensam para formar um anel pirrólico, sob ação da enzima ALA-deidratase. Quando 4 aneis pirrólicos interagem, formam um anel tetrapirrólico, que permanece unido por pontes de meteno, formando a molécula de protoporfirina 3. O ferro, por sua vez, é absorvido pelo eritroblasto por meio de receptores específicos que se ligam ao complexo ferro-transferrina. O ferro intracelular entra na mitocôndria e é incorporado ao grupo prostético heme. - A síntese do grupo heme necessita de 8 enzimas: a 1ª (ALA-sintetase) e as 3 últimas (coproporfinogênio- oxidase, protoporfirinogêniooxidase, ferroquelatase) se situam na mitocôndria dos eritroblastos e as demais se localizam no citoplasma. - A formação do profobilinogênio a partir do δ-ALA, pela enzima alanina deidratase se processa no citoplasma, assim como as fases seguintes de urobilinogênio e do coproporfirnogênio. Este último é oxidado pela enzima protoporfirinogênio-oxidase ao nível da mitocôndria, resultando na formação da protoporfirina - Esta então une-se ao ferro, por ação da enzima ferroquelatase, para formar o grupo prostético heme Importante: Caso haja excesso de ferro, este se deposita sob a forma de ferritina em pequenos agregados no citoplasma, formando 2 tipos celulares: os eritroblastos que contêm tais agregados são denominados sideroblastos; e os eritrócitos maduros que os possuem são denominados siderócitos. SÍNTESE DE GLOBINA -A globina constitui a maior porção da molécula de hemoglobina e sua síntese ocorre na maquinaria ribossômica do citoplasma do eritroblasto. - Sua formação é comandada por genes dos eritroblastos, existindo 4 diferentes genes: 1. O gene alfa (localizado no cromossomo 16) e os genes beta, gama e delta (localizados no cromossomo 11) sintetizam, respectivamente as cadeias polipeptídicas alfa, beta, gama e delta. 2. Inicialmente, estes monômeros se associam em pares, formando dímeros proteicos e, em seguida, em grupos de 4 cadeias, formando tetrâmeros. 3. Cada tetrâmero possui 2 cadeias α (α-2) que fazem par com monômeros de 2 cadeias β (β-2) na hemoglobina adulta (HbA), cuja estrutura é α2-β2 - A disposição dos aminoácidos na molécula de globina obedece a uma orientação preestabelecida, onde as cadeias de globina se enrolam sobre si mesmas, formando segmentos ou hélices; ao passo que os grupos prostéticos heme se encontram no interior da molécula, ligado às globinas por meio do resíduo de histidina - Quando ocorre descarga de O2, as cadeias β são separadas, permitindo a entrada de 2,3 DPG diminuindo a afinidade da molécula por O2 (curva p/ direita) - A proteção do grupo heme contra a entrada de água é necessária para que ele se combine melhor com o O2 em meio hidrofóbico - Como existem 4 cadeias de globinas na molécula de hemoglobina, devem haver 4 grupos heme, cada um com seu átomo de ferro. TIPOS DE HB - Hemoglobina Adulta (HbA) - 96% da total - É um tetrâmero com 2 cadeias α e 2 β (α2β2). - Hemoglobina A2 (HbA2) - 1,5% a 3% - Consiste em 2 cadeias α e 2 cadeias δ (α2δ2). - Hemoglobina Fetal (HbF) - Contém 2 cadeias α e 2 γ (α2γ2) - É a principal forma de hemoglobina no feto Importante: Ao final do período gestacional, a HbA aumenta no feto, chegando a 20-30% do total de Hb ao nascimento, enquanto a HbF (α2γ2) ainda representa 70-80% da hemoglobina. No 5º mês de vida, a HbA atinge níveis semelhantes aos do adulto. Importante: Diferenças entre a afinidade pelo O2 da HbF e HbA: A HbF possui uma maior afinidade pelo O2 do que a Hb materna, o que ocorre devido a diferença estrutural entre as 2, sendo que a HbF se liga menos fortemente ao 2,3 DPG, e isso faz com que a sua afinidade com o O2 se eleve. Funções da Hb - o de transportar o O2 dos pulmões aos tecidos e carrear o CO2 dos capilares teciduais aos pulmões. - Para cada decilitro (dL) de sangue arterial oxigenado, há cerca de 19-20 ml de oxigênio em combinação com a hemoglobina e cerca de 0,3 ml dissolvidos no plasma. - A hemoglobina fica saturada de O2 em 97% nos alvéolos pulmonares, sendo que a pressão parcial desse gás naquele local (capilares alveolares) é de 100mmHg. - Após a troca gasosa, a hemoglobina por O2 nos capilares teciduais baixa para cerca de 70%,. Na prática, esses dados são demonstrados pela curva de dissociação do O2 ou de saturação da hemoglobina por O2. - cada molécula de hemoglobina transporta 4 moléculas de O2 - Nesse sentido, a P50 representa a pressão parcial de O2 (em mmHg) necessária para que 50% dos sítios de ligação da hemoglobina fiquem saturados e equivale a 26,3/27 mmHg para o indivíduo adulto, ao nível do mar CURVA DE DISSOCIAÇÃO DA HB - A curva de saturação da hemoglobina pelo O2 pode variar em razão da maior ou menor taxa de O2 liberada pela hemoglobina, podendo estar desviada para a direita ou para a esquerda: 1) O desvio para a esquerda aumenta a afinidade da hemoglobina pelo O2, com diminuição da P50. 2) O desvio para a direita diminui a afinidade da hemoglobina pelo O2, com consequente aumento da P50. FATORES QUE ALTERAM A CURVA - Afinidade entre Hb e O2: direita (diminui afinidade), esquerda (aumenta afinidade). OBS: A ligação O2-Hb obedece a lei das massas: se a concentração de O2 aumenta, a reação da ligação O2-Hb se desloca mais para direita e mais O2 se liga a Hb. Se a concentração de O2 diminui, a reação se desloca mais para esquerda e a hemoglobina libera alguns de seus O2 ligados. - CO2 e PH: CO2 aumentada leva a formação de íons H+, diminuindo o pH e deslocando a curva de dissociação para a direita. Esse deslocamento é benéfico, uma vez que auxilia o O2 a se libertar da hemoglobina para, em seguida, se difundir nos tecidos - O efeito da concentração de CO2 sobre a afinidade entre a hemoglobina e o O2 é denominado efeito Bohr e aumenta a captação de oxigênio nos pulmões e a liberação desse gás aos tecidos - De modo inverso, à medida que o sangue passa pelos pulmões, o CO2 é expirado, e, como consequência, ocorre aumento do pH, o que produz um deslocamento da curva de dissociação da oxi-hemoglobina para a esquerda – Efeito Haldane. - Temperatura: exercícios, metabolismo, aumento da agitação das moleculas > aumenta a demanda por oxigenio, descola pra direita. - 2,3-DPG: As condições que aumentam os níveis de 2,3- DPG incluem a hipóxia, a diminuição da Hb e o aumento do pH. Os glóbulos vermelhos maduros não têm mitocôndrias e, como consequência, sua respiração celular baseia-se na glicólise anaeróbica - Durante a glicólise são formadas grandes quantidades de um intermediários metabólico, o 2,3-DPG, no interior dos glóbulos vermelhos, e a afinidade da Hb pelo O2 diminui à medida que os níveis de 2,3-DPG aumentam. a ligação do 2,3-DPG à Hb produz efeito alostérico que inibe a ligação do O2. HEMOGLOBINOPATIAS - Existem hemoglobinas anormais que aparecem como resultado de mutações dos genes alfa, beta, gama ou delta. Como consequência, as cadeias de globina se formam de modo anormal, perturbando a função desempenhada pela hemoglobina dos eritrócitos. - Os defeitos hereditáriosda hemoglobina podem ser agrupados em 3 tipos: mutações genéticas que ocasionam alterações da estrutura das cadeias de globina, havendo um defeito qualitativo dessas estruturas; mutações genéticas que diminuem ou param totalmente a produção de uma ou mais cadeias de globina, havendo um defeito quantitativo dessas estruturas; e mutações genéticas que resultam em persistência da síntese de hemoglobina fetal durante a vida adulta. - Anemia Falciforme: é um exemplo de defeito qualitativo nas cadeias globínicas, na qual é formada a hemoglobina falciforme (HbS), onde o glutamato (aminoácido polar) presente na posição 6 do gene da cadeia beta é substituído pela valina (aminoácido apolar), reduzindo a flexibilidade dos eritrócitos durante seu transporte pela corrente sanguínea. - Talassemias: são doenças genéticas caracterizadas pela redução ou ausência da síntese de determinada cadeia de globina (alfa ou beta). Desse modo, classificam-se em alfatalassemias (comprometimento da cadeia alfa) e betalassemias (comprometimento da cadeia beta). A síntese reduzida da cadeia globínica mutada leva à redução do conteúdo eritrocitário de Hb e, finalmente, a uma Anemia Hipocrômica e Microcítica de intensidade variada. - Elas possuem um espectro clínico amplo de apresentação, variando desde indivíduos inteiramente assintomáticos até crianças com anemia grave, deformidades ósseas e destruição acelerada de células vermelhas. METABOLISMO ENERGÉTICO - Os eritrócitos são anucleados e não possuem mitocôndrias em seu citoplasma. Dessa forma, o metabolismo energético dessas células é bastante complexo e depende da utilização da glicose (substrato primário ao requerimento energético) e de fosfatos do citoplasma, já que não existem aminoácidos e nem ácidos graxos para serem metabolizados. VIA ENERGÉTICA DE EMBDEN-MEYERHOF (GLICÓLISE ANAERÓBICA) - É a principal via de utilização da glicose pelos eritrócitos - Os eritrócitos possuem um sistema especial que permite a entrada de glicose ao interior da célula e sua utilização leva à formação de lactato, num sistema que consome 2 moléculas de ATP e, ao final, são formadas 4 moléculas de ATP. Logo, há um ganho de 2 moléculas de ATP para cada molécula de glicose utilizada. - O ATP gerado fornece a energia necessária para manter as propriedades da membrana, para preservar os lipídeos dessa membrana, para o funcionamento das bombas de Na+, K+ e Ca+2 e para permitir a concentração de 2,3-DPG dentro da Hemácia. 1. Uma vez dentro da célula, a glicose é fosforilada à (G6P) pela enzima hexoquinase (HX) 2. A (G6P) é, então, metabolizada pela via da glicólise ou pela via das pentoses (VPP) 3. Na via da glicólise, os produtos finais são: ATP e lactato, por meio da enzima piruvato-quinase (PK) - Além da Via de Embden-Meyerhof, existem mais 3 vias metabólicas importantes nos eritrócitos: o (1) Shunt da Hexosemonofosfato; a (2) Via de Luebering-Rapaport (do 2,3-DPG); e a (3) Via da MetaHemoglobina- Redutase. SHUNT DA HEXOSE-MONOFOSFATO (VIA DAS PENTOSES) - utilização de apenas 10% da glicose, sendo o ponto de partida dessa via a molécula de glicose-6-fosfato, em que um carbono se oxida a CO2 - Essa via fornece toda o NADPH da célula, e a importância desse nucleotídeo é manter a glutationa - tripeptídeo formado por: ácido glutâmico, cisteína e glicina - (GSSG) em estado reduzido (GSH); essa via não fornece energia à célula - No Shunt da Hexose-monofosfato, a quantidade de glicose metabolizada é regulada, provavelmente, pela quantidade de NADP+ acumulada no interior do eritrócito. 1. Na via das pentoses ou shunt hexosemonofosfato, a glicose-6-fosfato (G6P) sofre ação da enzima G6P- desidrogenase (G6PD), formando a 6-fosfogluconato e o NADPH 2. O NADPH, por sua vez, é coenzima da enzima glutationa-redutase, que leva à regeneração da glutationa reduzida (GSH) 3. A GSH é utilizada pela enzima glutationa-peroxidase para a eliminação de peróxido de hidrogênio (H2O2) pela hemácia, evitando a oxidação dos seus componentes (o que causaria instabilidade celular) - Em resumo, a G6PD protege a Hb e a membrana eritrocitária do dano oxidativo dos radicais livres do O2 produzidos por infecções, drogas, toxinas, cetoacidose diabética etc. A oxidação de estruturas da membrana pode causar hemólise intravascular. A G6PD também atua, por intermédio da produção de NADH, para manter o heme na forma reduzida Fe+2, evitando a formação da metemoglobina (heme contendo ferro férrico- Fe+3), que precipita, lesando a membrana eritrocitária de diversas maneiras. Os precipitados se chamam corpúsculos de Heinz. VIA DE LUEBERING-RAPAPORT - É a via necessária para a produção de 2,3-DPG, composto que regula a absorção de O2 pelos tecidos - Esta via depende do metabolismo da glicose no ponto em que atua a enzima fosfofrutocinase (PFK); quando há necessidade de aumento da desoxi-hemoglobina no sangue, a glicólise é estimulada e forma-se maior quantidade de 2,3-DPG; assim, ocorre a diminuição da afinidade da Hb pelo O2, e este é liberado mais facilmente aos tecidos por desvio da curva de dissociação/saturação da hemoglobina pela ação da 2,3-DPG, de forma independente da pressão de O2 nesse nível. VIA DA META-HB REDUTASE - Em condições normais, uma pequena quantidade de hemoglobina é constantemente oxidada, formando-se a meta-hemoglobina. Isso leva à mudança do íon ferro de seu estado ferroso (Fe+2) ao estado férrico (Fe+3); entretanto, a célula possui sistemas redutores que permitem a volta do íon ferro do estado férrico ao ferroso, havendo equilíbrio entre a oxidação e a redução a hemoglobina - A enzima meta-hemoglobina- redutase (NADH-diaforase ou NADH-desidrogenase) permite tal redução, constituindo a principal via redutora da célula, a partir do NADH advindo da glicólise. METABOLISMO DO FERRO - O ferro é um mineral vital à homeostase celular, sendo essencial ao transporte de O2, síntese de DNA e metabolismo energético - Atua como um cofator importante para enzimas da cadeia respiratória mitocondrial e na fixação do nitrogênio. Nos mamíferos, é utilizado principalmente na síntese de hemoglobina nos eritroblastos, da mioglobina nos músculos e dos citocromos no fígado (citocromo oxigenase, peroxidase e catalase) - O ferro utilizado pelo organismo é obtido de 2 fontes principais: dieta e reciclagem de hemácias senescentes. - Sendo um metal pesado, o ferro livre é quase insolúvel e bastante tóxico, e por isso durante todo o seu ciclo metabólico está sempre ligado a proteínas de transporte ou funcionais. ABSORÇÃO DO FERRO -A absorção intestinal duodenal e é firmemente regulada em resposta às necessidades orgânicas. Em geral é absorvido 0,5-2 mg/dia, quantidade que compensa as perdas, principalmente resultantes da descamação de células, crescimento e, no caso das mulheres, das perdas sanguíneas menstruais. - facilidade com que o tubo intestinal absorve o ferro depende da forma como ele está presente no alimento. FERRO NA FORMA HEME (1/3) -A aquisição dietética do ferro na forma heme (íon ferroso ligado à protoporfirina) é proveniente da quebra da hemoglobina e mioglobina presente na carne vermelha, ovos e laticínios; sendo muito mais facilmente absorvível. Proteína Transportadora do Heme-1 (HCP1) - Promove a internalização do ferro heme da dieta, o grupo heme se liga à membrana da borda em escova e a proteína transportadora atravessa intacta importando o grupo heme extracelular - A HCP1 também é expressa no fígado e nos rins e sua regulação na membrana celular é feita de acordo com o nível de ferro intracelular: na deficiência de ferro, a HCP1 se redistribui do citoplasma à membrana plasmática, no excesso, a redistribuição se dá a partir da borda em escova ao seu citoplasma - Condiçõesde hipóxia tecidual também induzem a síntese de HCP1, facilitando a captação de heme quando há maior necessidade do organismo. FERRO NA FORMA INORGÂN./NÃO HEME (FÉRRICO) +3 - Já a absorção do ferro dos vegetais é menos eficiente, dependendo bastante de vários fatores, como a presença de outras substâncias (fosfatos, oxalatos, aminoácidos livres) e produção de HCl pelo estômago - Proteína DMT-1 (Nramp2) - Localiza-se na membrana apical dos enterócitos e, além do ferro, transporta manganês, cobalto, cobre e zinco; para exercer sua função, a DMT-1 necessita que o ferro inorgânico (proveniente da reciclagem de hemácias senescentes) tenha sido convertido de ferro férrico para o estado ferroso, o que é mediado pela enzima redutase citocromo b duodenal (DCYTB), de igual localização apical. FERRO NO INTERIOR DO ENTERÓCITO - Uma vez no citoplasma do enterócito, o ferro pode: ser armazenado sob a forma de ferritina no enterócito; ou atravessar a membrana basolateral à circulação sanguínea - A proporção de ferro que segue cada uma das vias é determinada quando a célula é formada nas criptas do epitélio intestinal. LIBERAÇÃO DO FERRO NA CIRCULAÇÃO - O principal exportador do ferro é a proteína ferroportina (IREG1), localizada na membrana basolateral dos enterócitos (além de macrófagos e hepatócitos) - Assim como o DMT-1, é seletiva ao ferro em estado ferroso (Fe+2). TRANSPORTE DO FERRO - No plasma sanguíneo, o ferro é transportado pela transferrina (TF), mas esta possui afinidade pelo ferro férrico (Fe+3); - Como ocorre a ligação da transferrina com o Fe+2 liberado? a enzima hefaestina é responsável pela conversão/oxidação do ferro ferroso (Fe+2) no interstício à ferro férrico (Fe+3). Curiosidade: A proteína da hemocromatose (HFE) está fortemente relacionada com a regulação da absorção intestinal do ferro, interagindo com o receptor de transferrina (TfR) para detectar seu grau de saturação e assim, sinalizar para o enterócito se há maior ou menor necessidade de absorção do ferro na luz intestinal. Indivíduos com mutação no gene da HFE apresentam o quadro patológico de Hemocromatose, caracterizada pelo acúmulo de ferro no organismo decorrente da contínua absorção do ferro pelo intestino. TRANSPORTE E CAPTAÇÃO PELAS CÉLULAS - O complexo Fe+3-transferrina é internalizado pelas células-alvo por meio do receptor de transferrina (TFR) que possui: um domínio extracelular com sítio de ligação ao complexo ferro-transferrina; e um domínio intracelular que sinaliza à célula para realizar endocitose do complexo Fe+3-transferrina. - A proteína da hemocromatose (HFE) se une ao complexo, formando o complexo Fe+3-transferrina- receptor de transferrina-HFE e sofre endocitose - Dentro do endossoma, a bomba de prótons dependente de ATP reduz o pH, facilitando a liberação de ferro da transferrina (esta que retorna ao plasma sanguíneo) - Na membrana do endossoma, a enzima DMT-1 permite que o ferro atravesse a membrana da vesícula e alcance o citoplasma. Porém, a DMT-1 possui alta afinidade pelo ferro ferroso (Fe2+), necessitando da ação da enzima ferriredutase Steap3, que reduz o F3+ a F2+ (transferido ao citosol pela DMT-1). - O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea sob a forma de ferritina e hemossiderina. A apoferritina (proteína livre de ferro) é capaz de abrigar até 4.500 átomos de ferro sob a forma de hidroxifosfato férrico. Quando ligada ao ferro, denomina-se ferritina. ARMAZENAMENTO - Mais de 2/3 DO FERRO TA NA HB. a hemoglobina é a principal forma funcional de ferro no organismo e também seu principal depósito, e por isso a anemia é a manifestação clínica mais proeminente da carência de ferro - A mioglobina tem uma estrutura muito semelhante à hemoglobina, contém um total de cerca de 300 mg de ferro. - O ferro não tem via de excreção. Ele é absorvido pelo intestino, mas não é eliminado. - No homem normal, cerca de 1/4 do ferro absorvido permanece nos locais de depósito. Na mulher normal, os depósitos são menores devido às perdas menstruais periódicas. - O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea ligado a 2 proteínas: a) Ferritina: maior parte está ligada à ferritina; - Há vários tipos de ferritina no homem. Além disso, há uma forma de ferritina desprovida de ferro - apoferritina. b) Hemossiderina: corresponde a agregados grosseiros de ferritina, uma forma mais estável e menos acessível desse ferro de depósito. - O nível de ferritina plasmática varia em função da quantidade de ferro dos depósitos, sendo sempre inferior nas mulheres que menstruam em comparação com aquelas que estão na menopausa e com o sexo masculino. - Os macrófagos tissulares desempenham papel importante no transporte e no armazenamento do ferro. Parecem existir 2 tipos diferentes de macrófagos no que concerne ao metabolismo do ferro: a) Um tipo adquire o ferro por fagocitose de eritrócitos envelhecidos, mas não é capaz de ceder este elemento à medula óssea, onde estão se formando os eritrócitos (hemoglobina). Eles mantêm o ferro indefinidamente no seu citoplasma. b) O outro tipo de macrófago também fagocita eritrócitos envelhecidos e, rapidamente, metaboliza a hemoglobina, liberando ferro, que será reaproveitado para a formação de novos eritrócitos pela medula óssea. - Esses macrófagos também são especializados em remover excesso de ferritina presente nas células maduras que estão prontas para serem lançadas na circulação, assim como removem as células defeituosas formadas na medula HOMEOSTASE DO FERRO - A homeostase do ferro é regulada por 2 mecanismos principais: 1 deles intracelular, de acordo com a quantidade de ferro que a célula dispõe, e o outro sistêmico, onde a HPN (receptor de hepicidina) tem papel crucial. - Regulação Intracelular - Para evitar excesso de ferro livre ou falta dentro da célula, proteínas reguladoras do ferro (IRP1 e IRP2) controlam a expressão póstranscricional dos genes moduladores da captação e estoque do ferro. - Regulação Sistêmica -O controle do equilíbrio do ferro requer uma comunicação entre os locais de absorção, utilização e estoque. Essa comunicação é feita pela HPN (hormônio peptídeo circulante). - A FPN (ferroportina) é o receptor do HPN, e a sua interação gera o complexo HPN- FPN, que é internalizado na membrana basolateral dos macrófagos - Ocorre então a fosforilação da tirosina em um dos domínios da FPN, com internalização da proteína, desfosforilação, ubiquitinação e degradação de ambas as proteínas com componente lisossomal do endossoma - Desse modo, o ferro não é externalizado, levando ao aumento dos níveis de ferro no citosol que serão estocados como ferritina, RECICLAGEM PELOS MACRÓFAGOS - Como a maior parte do ferro no organismo está associada à molécula de Hb, a fagocitose e degradação de hemácias senescentes representam uma fonte importante de ferro (de 25 mg a 30 mg/dia). Essa quantidade de ferro reciclado é suficiente para manter a necessidade diária de ferro para a eritropoese. - Macrófagos do baço e da medula óssea e, em menor extensão, células de Kupffer no fígado reconhecem modificações bioquímicas na superfície da hemácia que vão se acumulando à medida que a célula torna- se senescente (ex: peroxidação de lipoproteínas de membrana, perda de resíduos de ácido siálico e formação de neoantígenos, como moléculas modificadas da banda 3). Essas alterações sinalizam para que o macrófago elimine essas células, processo conhecido como eriptose (ou morte programada característica das células vermelhas), onde as células sofrem um "encolhimento" e externalização de fosfatidilserina, que será reconhecido pelo CD36, receptor da fosfatidilserina no macrófago. *Após a reconhecimento dessasmodificações por macrófagos da medula óssea, baço e fígado, as hemácias são internalizadas, com consequente degradação dos seus componentes. *Catabolismo intracelular do heme: é feito por um complexo enzimático ancorado na membrana do RE (isto é, uma NADPHcitocromo C redutase, a HO1 e a biliverdina redutase) -> produtos: CO, ferro e bilirrubina *Catabolismo da cadeia globínica: tem seus aminoácidos reciclados e aproveitados na síntese de novas proteínas. - O Fe2+ pode ser retido no próprio macrófago dentro das moléculas de ferritina OU ser exportado pela FP. Após a exportação pela FP, o Fe2+ será oxidado pela ceruloplasmina, sintetizada no fígado. O Fe3+ será transportado pela Tf até os locais onde será reutilizado, predominantemente medula óssea, onde participará da hemoglobinização de novos eritrócitos; ANEMIA - É definida como a diminuição da concentração de Hb do sangue abaixo dos valores de referência. - OBS: A Hb e o hematócrito dependem do volume plasmático, assim, em gravidez e esplenomegalia, em que há aumento do volume plasmático, esses podem se diluir, caracterizando uma falsa anemia. Já em situação contrária (redução do volume plasmático), pode acabar mascarando uma queda da Hb, pela hemoconcentração, ou causar uma pseudopoliglobulia - As causas de anemias são muito variadas: *Deficiência de vários nutrientes (anemias carenciais, como ferropriva e megaloblástica), como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas. *Ativação imune aguda ou crônica (anemias inflamatórias ou de doenças crônicas). *Defeito quantitativo na produção das cadeias de globina (Talassemias). *Falha na ativação do grupo Heme (Anemia sideroblástica, hereditária ou adquirida). *Substituição do tecido hematopoético por gordura (Anemia Aplásica). *Sangramento agudo (Anemias Hemolíticas) . *Desregulação endócrina (Anemia das Doenças Endócrinas) . *Defeito na síntese de DNA (Anemia megaloblástica). CLASSIFICAÇÃO ANEMIA MICROCÍTICA E HIPOCRÔMICA: - VCM < 80 fL HCM < 27pg - Apresentam hemácias menores que as normais (VCM baixo) devido à alteração de produção de Hb e de coloração menos intensa (HCM baixo), pelo pouco conteúdo de hemoglobina - A microcitose é definida a partir do esfregaço de sangue periférico - Dentre as causas estão: *A alteração da produção de Hb (talassemia) *Deficiência relativa de ferro (anemia de inflamação) *Deficiência absoluta de ferro (anemia ferropriva) (A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia microcítica e as mulheres são mais suscetíveis devido ao sangramento menstrual) *Defeitos na síntese de grupo heme (anemia sideroblástica hereditária, adquirida clonal ou não) *Intoxicação por chumbo. NORMOCÍTICA E NORMOCRÔMICA - VCM = 80-95 fL HCM >/= 27pg - Associada a uma queda do número de eritrócitos, mas o seu tamanho (VCM normal) e quantidade de hemoglobina (HCM normal) continuam os mesmos - As causas podem ser: *Deficiências nutricionais combinadas (Fe + cobalamina + ácido fólico) *A insuficiência renal crônica pode comprometer a produção de eritropoetina *A insuficiência cardíaca também gera anemia normocítica em estágios avançados *A anemias hemolíticas *Anemia pós-hemorrágica aguda *Nefropatia *Deficiências mistas *Disfunções medulares podem causar a anemia normocítica –E ssas seriam: mieloma múltiplo, aplasia pura da série vermelha, leucemias agudas, leucemias crônicas com alterações funcionais como leucocitose e trombocitose a depender do subtipo, síndrome mielodisplásica e mielofibrose. MACROCÍTICA E HIPERCRÔMICA - VCM > 95 fL -Trata-se de hemácias grandes e geralmente hipercrômicas (HCM alto), maiores que a média, porém com conteúdo globínico normal - As principais causas são: *Deficiência de vitamina B12 (colabamina) ou de ácido fólico (B9) – anemia megalobástica. *Alterações clonais da medula óssea podem causar anemia macrocítica como a síndrome mielodisplásica, doenças linfoproliferativas e anemia aplásica *Casos de hepatopatia *Hipotireoidismo *Uso de hidroxiureia, alopurinol e zidovudina. MEGALOBLÁSTICA - Há um atraso na maturação do núcleo em relação ao citoplasma causada pela síntese defeituosa de DNA, em geral pela deficiência de vitamina B12 ou de folatos - Tanto o folato quanto a B12, que atua como uma coenzima, são indispensáveis para a síntese de timidilato e purinas, os nucleotídeos que compõe o DNA. - A carência de um deles tem como consequência menor síntese de DNA e, devido principalmente a lentidão da divisão celular na fase S da mitose, há aumento do número de células com quantidade de DNA entre diploide e tetraploide. - A maioria dessas células com alterações no DNA são incapaz de completar o ciclo celular, sendo precocemente destruídas na medula óssea. Os eritrócitos que sobrevivem apresentam um grande espessamento de seu citoplasma, denominado transformação megaloblástica Anemia Perniciosa - É a forma mais comum de anemia megaloblástica, ocasionado por carência de vitamina B12 - Essa carência pode ser causada por uma agressão autoimune à mucosa gástrica, levando à atrofia do estômago e, dessa forma, prejudicar a secreção de fator intrínseco, tornando-o ausente ou extremamente reduzido. FERROPRIVA - A deficiência de ferro instala-se por mecanismos diversos: (1) aumento do consumo, (2) excesso de perda (hemorragias) ou (3) má absorção - Na deficiência de ferro, só ocorre anemia quando já há depleção completa dos depósitos reticuloendoteliais de hemossiderina e ferritina - Consequências: alteração do desenvolvimento motor e cognitivo, astenia e atraso no aprendizado - Além das manifestações comuns de anemia, na ferropenia podem surgir sintomas menos típicos como glossite atrófica, perversão do apetite, geofagia (vontade de comer terra e barro), disfagia cervical (síndrome de Plummer-Vinson, principalmente em mulheres mais idosas, onde há uma formação de uma membrana entre hipofaringe e o esôfago), coiloníquia, estomatite angular, amenorreia, cabelos finos e quebradiços e diminuição da libido. OBS: O ferro é transportado no plasma através da ferroportina, sendo este transportador regulado pela hepcidina, hormônio produzido no fígado, que atua se ligando na ferroportina e diminuindo a sua ação e assim reduzindo a absorção do ferro. A hepcidina está aumentada no ambiente em que há aumento de citocinas inflamatórias, ou seja, em casos de anemia da doença crônica, e quando há aumento de ferro no organismo. Ela está diminuída em casos de hipóxia. Ela está particularmente associada à fisiopatologia da Anemia de Doença Crônica (ADC), definida como uma anemia hipoproliferativa associada a condições infecciosas, inflamatórias ou neoplásicas, sendo caracterizada laboratorialmente por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro. - Devido o processo inflamatório, temos: *anormalidades no metabolismo e utilização prejudicada do ferro; *produção inadequada e bloqueio da resposta dos progenitores eritróides à eritropoietina (EPO); *redução da sobrevida das hemácias; *e proliferação e diferenciação alteradas dos progenitores eritróides. As principais citocinas envolvidas na fisiopatogênese dessa doença são: IFN-γ, TNF-α, IL-1, IL-6 e IL-10. Entre elas, a IL- 6 tem um papel fundamental, já que é o principal estimulador da produção de hepcidina pelos hepatócitos. A inibição da absorção do ferro nos enterócitos e o bloqueio da liberação pelos macrófagos vão levar à hipoferremia que, por sua vez, limitará a disponibilidade de ferro para a eritropoese, causando uma anemia como consequência do processo. HEMOLÍTICA - São resultantes de um aumento no ritmo de destruição dos eritrócitos, acompanhado de uma incapacidade da medula óssea em compensar sua produção - As anemias hemolíticas possuem 2 classificações: -Anemias Hemolíticas Hereditárias - Podem ocorrer por defeitos na membrana (perda da membrana plasmática por liberação de parte de sua bicamada fosfolipídica), defeitos no metabolismo do eritrócito ou por deficiência da enzima glicose6-fosfato desidrogenase, com consequente redução do NAD e NADPH, além de defeitos hereditários na síntese de hemoglobina. - Anemia Falciforme: é um exemplo clássico de mutação pontual que leva a um defeito na estrutura da hemoglobina, capaz de provocar uma singular interação molecular e causar uma drástica redução na solubilidade da hemácia Anemias Hemolíticas Adquiridas. - Podem ser causadas por doenças autoimunes, induzida por fármacos, por agentes infecciosos (ex: malária), agentes físicos (radiação ionizante) - Anemia Hemolítica Autoimune: é caracterizada pela destruição precoce das hemácias devido à fixação de IgG ou pela proteína C3b do sistema complemento na superfície das hemácias. Esses eritrócitos são ingeridos pelos macrófagos do sistema reticuloendotelial. Parte da membrana revestida por anticorpo é perdida, de modo que a célula se torna progressivamente mais esférica para manter o mesmo volume e, por fim, é prematuramente destruída, especialmente no baço. ANEMIAS APLÁSICAS - A anemia aplásica é definida pelo estado de pancitopenia (redução das 3 séries hematológicas do sangue periférico: anemia, leucopenia e plaquetopenia) associado a uma biópsia de medula óssea que demostra acelularidade ou hipocelularidade, com menos de 30% do espaço medular sendo ocupado por células hematopoiéticas. - Nestes casos, a baixa resposta reticulocitária é característica, ou sejam contagens menores que 100.000 reticulócitos/mm3 sem resposta medular eficaz, o que caracteriza uma anemia por deficiência de produção. - Existe uma distribuição etária bifásica na incidência de anemia aplásica: maior pico ocorre entre a 2ª e a 3ª décadas de vida, e o segundo pico é observado em idosos - Anemia Aplásica Adquirida - Em 50% dos casos, tratam- se de Anemias Aplásicas/Hipoplásicas Idiopáticas, ou seja, de causa desconhecida. O restante se relaciona a algum fator desencadeante, que pode ser: radiação ionizante; benzeno ou produtos químicos; diversas drogas (cloranfenicol, fenilbutazona e quimioterápicos citotóxicos); infecções virais do tipo Hepatite não- A/não-B/não-C, Mononucleose Infecciosa (Vírus Epste- in-Barr) ou Infecção pelo HIV; Reação Transfusional Enxerto Versus Hospedeiro; e outros fatores, como Fasciite Eosinofílica, Transplante . - Anemia Aplásica Congênita (Síndrome de Fanconi e Disceratose Congênita) -A Síndrome de Fanconi se trata de uma Doença Genética de Herança Autossômica Recessiva que se caracteriza por forte Instabilidade Genômica, ou seja, o DNA é suscetível a alterações. A Disceratose Congênita é uma rara Síndrome Hereditária, de Herança Autossômica Dominante ou Recessiva. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS - redução da oxigenação dos tecidos, principalmente cérebro e coração e relacionadas à capacidade compensatória do sistema pulmonar e cardiovascular. - Quanto mais abrupta for essa queda no volume sanguíneo e/ou níveis de Hb, mais intensos serão os sintomas. Assim, nas hemorragias agudas ou nas crises hemolíticas, os pacientes apresentam sintomas mais intensos do que nos quadros de instalação lenta e de longa duração. Anemias Agudas - Devido à baixa oxigenação sanguínea de forma abrupta, não há espaço para o corpo se ‘’acostumar’’, causando uma aceleração do ritmo cardíaco - Os principais sintomas são: *Dispneia *Palpitações *Tontura *Fadiga extrema. Anemias Crônicas - Podem ser assintomáticas ou pouco sintomáticas - Dependendo do grau, pode-se manifestar com: palidez; cefaleia; vertigem; hipotensão postural; astenia; dispneia; palpitações; sopros sistólicos; angina; ICC; lipotimia; anorexia; alterações tróficas da pele e de anexos; quielite angular (lesão na junção do lábio – carências de ferro, vitamina B12 e ácido fólico); couloníquia (unha convexa – formato de colher); palidez nas mucosas (boca, conjuntiva e leito ungueal). EXAMES COMPLEMENTARES 1) Capacidade total da ligação de ferro (TIBC) - somatório de todos os sítios de ligação de todas as moléculas de transferrina circulantes, ou seja, o somatório dos sítios livres com os sítios ligados ao ferro. Desse modo, traduz a capacidade da Massa Total de Transferrina Sérica de se associar ao Ferro. 2) Saturação de Transferrina - percentual de receptores de ferro em todas as moléculas de transferrina circulantes, ou seja, a “massa total de transferrina” que é ocupada pelo ferro 3) Dosagem de Ferritina Sérica - proteína de depósito (reserva) de ferro - Quanto maior a quantidade de ferro nos estoques celulares, maior será o valor da ferritina sérica, a dosagem da ferritina no soro é o primeiro parâmetro a se alterar na Anemia Ferropriva -Na Anemia de Doença Crônica, a Ferritina Sérica costuma estar entre 50-500 ng/mL. Na associação Anemia Ferropriva + Anemia de Doença Crônica, a Ferritina Sérica se encontra, comumente, entre 20-60 ng/mL. Nas Talassemias e na Anemia Sideroblástica, ela fica acima de 200 ng/mL 4) Dosagem do Anticorpo Anti-Fator Intrínseco - diagnóstico de Anemia Megaloblástica por carência de vitamina B12, o diagnóstico de Anemia Perniciosa deve ser pesquisado por meio deste exame - A sensibilidade deste marcador é de 50-70%, e sua especificidade beira os 100%, ou seja, quando positivo essencialmente confirma o diagnóstico. O anticorpo anti-célula parietal é mais sensível (presente em 90% dos pacientes), porém, menos específico (isoladamente não confirma o diagnóstico). - Teste de Schilling 1º Passo - Consiste na administração de 1.000 µg de Cianocobalamina intramuscular, a fim de saturar os sítios receptores no organismo. Em seguida, após 2 horas, administra-se de 5 a 2 µg de Cianocobalamina por via oral marcada radioativamente - Caso se administrasse somente a Cobalamina Marcada, indivíduos com baixas reservas de vitamina B12, esta pode ser incorporada para suprir a deficiência corporal, não sendo excretada na Urina - A radioatividade é avaliada e medida na urina de 24h - O teste é normal se, após a ingestão de Cobalamina marcada por via oral, a análise urinária demonstrar 34% da dose. Caso esteja na faixa de 0,5-8%, deve-se pensar em: Má Absorção Intestinal, Insuficiência Pancreática Exócrina, Hiperproliferação Bacteriana e, principalmente, de Anemia Perniciosa (Deficiência de FI), sempre a etiologia mais provável para a carência de B12; 2º Passo - É dividida em 3 etapas: na 1ª, administramos vitamina B12 marcada ligada ao fator intrínseco - Se a vitamina B12 marcada for detectada na urina, diagnostica-se Anemia Perniciosa, e o teste está concluído. Se, mesmo com a administração de FI, obtivermos contagens urinárias de vitamina B12 radioativa baixa, o problema não deve ser a carência desse fator. Logo, na 2ª Etapa: promove-se a ingestão de vitamina B12 marcada junto com extrato pancreático -Se a vitamina B12 marcada for detectada na urina, estamos diante de um caso de Insuficiência Pancreática Exócrina, mas, caso ela ainda não consiga ser detectada na urina, não se trata nem de Anemia Perniciosa nem de Insuficiência Pancreática. Nesse ponto, para afastarmos a suspeita de Hiperproliferação Bacteriana, partimos para a 3ª etapa e iniciamos tratamento empírico com Metronidazol (250 mg, de 8/8h) + Cefalexina (250 mg de 6/6h), e o teste com a vitamina B12 oral marcada deve ser repetido depois de 4 dias de Antibioticoterapia. - Se a contagem urinária baixa a indetectável de vitamina B12 radioativa persistir, devemos finalmente suspeitar de Lesão dos Receptores Ileais, como ocorre na Doença de Crohn, Linfoma, Ressecção Ileal, Tuberculose Extensa do Íleo, etc. O Teste de Schilling, noentanto, só é solicitado quando a origem da Deficiência de Cobalamina não é esclarecida nas avaliações iniciais, o que é raro. HEMOGRAMA - Proporciona a avaliação dos 3 componentes principais do sangue periférico: eritrócitos (série vermelha), leucócitos (série branca) e plaquetas (série plaquetária) - O processo de realização do hemograma envolve basicamente 4 etapas: *Coleta e processamento da amostra de sangue periférico; *Contagem das células, incluindo determinação dos índices da série vermelha e das plaquetas; *Determinação diferencial dos leucócitos; *Microscopia do esfregaço de sangue periférico para avaliação de potenciais anormalidades morfológicas. - OBS: tipos de tubos de coleta → a coleta precisa ser realizada em um tubo com anticoagulantes, afim de se evitar aglutinação das células sanguíneas. São eles: EDTA (usado no hemograma, tubo roxo), heparina (estudo eritrocitário, tubo verde), citrato (ideal para coagulograma, tubo azul). ERITROGRAMA Contagem de hemácias: Uma redução isolada de seus valores, com Hb dentro de valores normais, geralmente não indica anemia; entretanto, uma redução conjunta no número de hemácias e de Hb caracteriza um quadro de anemia, sendo necessária a dosagem de outros fatores para determinar o tipo. < Dosagem de Hb: Hematócrito: - Corresponde à concentração de eritrócitos numa certa quantidade de sangue total - Correlaciona-se melhor que a contagem de eritrócitos com a viscosidade sanguínea sendo, portanto, o parâmetro mais utilizado para avaliar alterações volêmicas. OBS: o valor do hematócrito é 3x maior que a dosagem da hemoglobina. VCM (Volum corpuscular médio): macrocitose, microcitose, normocitose. RDW (HETEROGENEIDADE VOLUMÉTRICA): ferropriva (aumentado), talassemia (normal), sideroblástica (muito aumentado), anemia de doenças cronicas (normal ou aumentado). HCM (Hb corpuscular média): quantidade de hb que tem em uma hemácia. CHCM (Concentração da hb corpuscular média): ambas dizem sobre coloração, hipercromica, normocrômica ou hipocrômica. Contagem de reticulócitos: eritrócitos imaturos. Anemia hemolítica está aumentado. Avaliação microscópica de esfregaço: avalia alterações na forma (poiquilocitose) - esferócitos; ovalócitos; hemácias em alvo; dácriocitos (hemácias em lágrima); estomatocitos; esquizócitos; equinócitos; acantocitos; drepanócitos (hemácias em foice). VSH (velocidade de sedimentação): verifica dosagem de várias proteínas plasmáticas, principalmente o fibrinogênio que aumenta em processos inf agudos. SISTEMA ABO/RH - Consiste em 3 genes alelos: A, B e O. - Os genes A e B controlam a síntese de proteínas/enzimas específicas responsáveis pela adição de um resíduo de carboidrato em uma glicoproteína específica, a chamada substância H *Formando dois antígenos diferentes: A e B pela adição com a H. - O gene O é amorfo e não transforma a substância H *Existindo apenas o antígeno H - Além de antígenos (A e B) existem anticorpos no plasma sanguíneo, são chamados de aglutininas e reagem com os antígenos *Só há reação quando os antígenos são contrários àqueles presentes nos eritrócitos próprios *Por exemplo: se o seu tipo sanguíneo é B, seus eritrócitos têm antígenos B, e seu plasma sanguíneo tem anticorpos antiA. - Esses genes são capazes de formar 4 tipos sanguíneos *Sangue do tipo A: que apresenta apenas o antígeno A e a aglutinina anti-B. *Sangue do tipo B: que apresenta apenas o antígeno B e a aglutinina anti-A. *Sangue do tipo AB: que apresenta os dois antígenos e não apresenta aglutininas. *Sangue do tipo O: que não apresenta antígenos A ou B e apresenta as aglutininas anti-A e anti-B. AGLUTINOGÊNIOS - Representado pelos Antígenos A e B, denominados aglutinogênios por causarem aglutinação com frequência das células sanguíneas. Dessa forma, formam-se 6 possíveis genótipos. Exemplos: (1) a pessoa com genótipo OO não produz aglutinogênios; e a (2) pessoa com genótipo AO ou AA produz aglutinogênio do tipo A. AGLUTININAS - anticorpos naturais que se desenvolvem no plasma a partir dos aglutinogênios que não estão presentes nas hemácias. O sangue do tipo O, apesar de não conter antígenos, contêm anticorpos A e B. - Logo após o nascimento, a quantidade de anticorpos é quase zero. Após 2 a 8 meses de vida pós-natal, o lactente começa a produzir aglutininas: (1) Anti-A quando os aglutinogênios Anti-A não estão presentes nas suas células e (2) Anti-B quando os antígenos B não estão presentes nas células. - Os anticorpos são gamaglobulinas, sendo produzidas pelas mesmas células da medula óssea e dos órgãos linfáticos que produzem anticorpos para quaisquer outros antígenos. Em sua maior parte são IgM e IgG. Dessa forma, indivíduos de tipagem sanguínea A/B produzem IgM; ao passo que indivíduos de iipagem sanguínea O produzem IgM e IgG. - Elas são expressas, pois pequenos antígenos Anti-B e Anti-B entram no corpo por meio dos alimentos, das bactérias (carboidratos presentes) e outras formas, desencadeando o desenvolvimento das aglutininas. Uma elevação anormal pode vir de uma Cirrose Hepática, Hepatites Crônicas Ativas. - Quando ocorre a mistura de sangue não compatível, as aglutininas Anti-A e Anti-B se misturam com os aglutinogênios A ou B das hemácias, respectivamente. Essas aglutininas possuem IgG (2 locais de ligação) e IgM (10 locais de ligação) que podem fixar 2 ou mais Hemácias ao mesmo tempo, fazendo com que elas se prendam uma as outras (aglutinação). SISTEMA RH - Também codifica proteínas de membrana que possuem antígenos D, Cc e Ee. - Quando não há a presença de nenhum desses antígenos, o sangue é classificado como negativo. - Quando há presença de qualquer um dos antígenos ele será positivo. - Os anticorpos Rh raramente ocorrem de forma natural, mas sim em resposta a uma sensibilização. - Como por exemplo resultando de uma transfusão sanguínea ou de uma gravidez anterior. ANTICORPOS ANTI-RH - Ocorrem por transfusões ou por gestações (Imunes) e raramente são descritos anticorpos naturais. As aglutininas Anti-Rh se desenvolvem lentamente, atingindo uma concentração máxima após período de 2 a 4 meses, ocorrendo resposta maior em algumas pessoas. Com exposições múltiplas a pessoa RhNegativa finalmente fica muito sensibilizada. A maioria dos anticorpos é da classe IgG1 ou IgG3, potencializando-se com o uso de enzimas. Porém, não fixa o complemento. - Anti-D: o Antígeno D é o imunógeno mais potente (seguido de c, E, C e e). 30% dos indivíduos Rh Negativos produzem Anti-D. Eles têm alta Imunogenicidade e não devem ser expostos ao sangue de pessoas Rh+; - Anti-E: é o mais comum e pode ocorrer em alguns casos de maneira natural; - Anti-c: pode ocorrer isoladamente ou associado ao Anti-E. Caso pessoas sejam portadores de Anti-c é recomendado que nas transfusões não receba de hemácias com Antígeno E (prevenção de aloimunização); - Anti-C e Anti-E: a incidência e é mais rara; Correlação Clínica: Eritroblastose Fetal: é uma Anemia Hemolítica Fetal causada pela transmissão transplacentária de anticorpos maternos. O distúrbio costuma resultar de incompatibilidade entre os grupos sanguíneos materno e fetal, em geral os antígenos Rh0 (D). Em mulheres portadoras de sangue Rh- e grávidas de um feto com sangue Rh+, os eritrócitos fetais estimulam a produção materna de anticorpos contra os antígenos Rh. Quanto maior a hemorragia feto-materna, mais anticorpos são produzidos. A anemia estimula a medula óssea fetal a produzir e liberar eritrócitos imaturos (eritroblastos) na circulação periférica fetal (Eritroblastose Fetal). Já, a hemólise resulta em níveis elevados de bilirrubina indireta nos neonatos, causando Kernicterus (deposição de bilirrubina indireta nosnúcleos da base do SNC). - o (-) pode doar para positivo e negativo, mas não recebe do positivo. TRANSFUSÕES - Uma transfusão é a transferência de sangue total, ou de componentes sanguíneos (apenas os eritrócitos ou apenas o plasma). - Uma transfusão é feita, com maior frequência, para aliviar a anemia, aumentar o volume de sangue (por exemplo, após hemorragia grave) ou para melhorar a imunidade. - Em uma transfusão de sangue incompatível, os anticorpos no plasma do receptor se ligam aos antígenos, provocando a aglutinação dos eritrócitos. - A aglutinação é uma resposta antígenoanticorpo, na qual os eritrócitos tornam-se mutuamente entrecruzados (Aglutinação não é o mesmo que coagulação sanguínea) Quando esses complexos antígeno- anticorpo se formam, ativam as proteínas plasmáticas da família do complemento. Essencialmente, estas tomam a membrana plasmática dos eritrócitos doados permeável, provocando hemólise (ruptura) dos eritrócitos e liberação da Hb para o plasma. A hemoglobina liberada pode provocar lesão aos rins, entupindo as membranas de filtração. - *Exemplo à Considere o que acontece se uma pessoa com sangue tipo A recebe uma transfusão de sangue tipo B. - Sangue tipo A (sangue do receptor): contém antígenos A nos eritrócitos e anticorpos anti-B - Sangue tipo B (sangue do doador): contém antígenos B e anticorpos anti-A no plasma. - Nessa situação, duas coisas podem acontecer: 1 - os anticorpos anti-B no plasma do receptor ligam-se aos antígenos B nos eritrócitos do doador, provocando aglutinação e hemólise dos eritrócitos 2 - os anticorpos anti-A no plasma do doador ligam-se aos antígenos A nos eritrócitos do receptor, uma reação menos grave, porque os anticorpos anti-A do doador tornam-se tão diluídos no plasma do receptor que não provocam aglutinação e hemólise significativas dos eritrócitos do receptor. - Sangue do tipo AB não têm anticorpos anti-A ou anti-B em seus plasmas. Ocasionalmente, são chamados de receptores universais porque, teoricamente, recebem sangue de doadores de todos os quatro tipos sanguíneos. Essas pessoas não têm anticorpos para atacar antígenos nos eritrócitos doados. - Sangue tipo O não têm antígenos A ou B nos seus eritrócitos e, às vezes, são chamados de doadores universais porque, teoricamente, doam sangue para todos os quatro tipos sanguíneos do sistema ABO. Pessoas com tipo O que necessitem de sangue só podem receber sangue tipo O. OBS: Na prática, o uso das expressões receptor universal e doador universal é errôneo e perigoso. O sangue contém antígenos e anticorpos além daqueles associados ao sistema ABO que causam problemas nas transfusões. Assim, o sangue deve ser cuidadosamente submetido à reação cruzada ou tipado, antes de ser transfundido. Em aproximadamente 80% da população, os antígenos solúveis do tipo ABO aparecem na saliva e em outros líquidos corporais, quando o tipo sanguíneo é identificado em amostra de saliva.
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