Buscar

apostila de história e cultura - CORRETA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
1 
 
 
 
IESI - CURSOS A DISTÂNCIA 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA E 
INDÍGENA 
 
 
Site da Imagem: http://elbagalindo.com/page/546/ 
 
 
 
 
UNAÍ-MG 
2012 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
2 
1 HISTÓRIA DA ÁFRICA 
―A historia da África é necessária à compreensão da historia universal, da 
qual muitas passagens permanecerão enigmas obscuros, enquanto o 
horizonte do continente africano não tiver sido iluminado.‖ Joseph Ki-Zerbo 
 
1.1 Introdução 
 
Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo 
africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia 
sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo 
alguns destes povos e suas principais características culturais. 
Ao partirmos da ideia de que a história é o campo das ações humanas no 
tempo, a África é a região do mundo de mais longa historicidade. Berço da 
humanidade, esse continente foi palco de diversificadas experiências sociais e 
múltiplos fenômenos culturais. No entanto, o aparecimento da ―ciência histórica‖, na 
Europa dos oitocentos, desconsiderou, por meio de seus pressupostos, a historia 
vivenciada naquele continente. 
Durante muito tempo, mitos e preconceitos de toda espécie esconderam do 
mundo a real historia da África. As sociedades africanas passavam por sociedades 
que não podiam ter historia. Apesar de importantes trabalhos efetuados desde as 
primeiras décadas deste século por pioneiros como Leo Frobenius, Maurice 
Delafosse e Arturo Labriola, um grande número de especialistas não africanos, 
ligados a certos postulados, sustentavam que essas sociedades não podiam ser 
objeto de um estudo cientifico, notadamente por falta de fontes e documentos 
escritos. 
Com efeito, havia uma recusa a considerar o povo africano como o criador de 
culturas originais que floresceram e se perpetuaram através dos séculos, por XX 
África sob dominação colonial, 1880-1935 vias que lhes são próprias e que o 
historiador só pode apreender renunciando a certos preconceitos e renovando seu 
método. 
Da mesma forma, o continente africano quase nunca era considerado como 
uma entidade histórica. Em contrario, enfatizava-se tudo o que pudesse reforçar a 
ideia de uma cisão que teria existido, desde sempre, entre uma ―África branca‖ e 
uma ―África negra‖ que se ignoravam reciprocamente. Apresentava-se 
frequentemente o Saara como um espaço impenetrável que tornaria impossíveis 
http://www.suapesquisa.com/egito
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/civilizacao.htm
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
3 
misturas entre etnias e povos, bem como trocas de bens, crenças, hábitos e ideias 
entre as sociedades constituídas de um lado e de outro do deserto. Traçavam-se 
fronteiras intransponíveis entre as civilizações do antigo Egito e da Nubia e aquelas 
dos povos subsaarianos. 
Certamente, a historia da África norte-saariana esteve antes ligada aquela da 
bacia mediterrânea, muito mais que a historia da África subsaariana, mas, nos dias 
atuais, e amplamente reconhecido que as civilizações do continente africano, pela 
sua variedade linguística e cultural, formam em graus variados as vertentes 
históricas de um conjunto de povos e sociedades, unidos por laços seculares. 
Outro fenômeno que grandes danos causou ao estudo objetivo do passado 
africano foi o aparecimento, com o trafico negreiro e a colonização, de estereótipos 
raciais criadores de desprezo e incompreensão, tão profundamente consolidados 
que corromperam inclusive os próprios conceitos da historiografia. Desde que foram 
empregadas às noções de ―brancos‖ e ―negros‖, para nomear genericamente os 
colonizadores, considerados superiores, e os colonizados, os africanos foram 
levados a lutar contra uma dupla servidão, econômica e psicológica. Marcado pela 
pigmentação de sua pele, transformado em uma mercadoria, entre outras, e 
condenado ao trabalho forcado, o africano passou a simbolizar, na consciência de 
seus dominadores, uma essência racial imaginaria e ilusoriamente inferior aquela do 
negro. Este processo de falsa identificação depreciou a historia dos povos africanos, 
no espirito de muitos, rebaixando-a a uma etno-historia em cuja apreciação das 
realidades históricas e culturais não podia ser senão falseada. 
A situação evoluiu muito desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 
particular, desde que os países da África, tendo alcançado sua independência, 
começaram a participar ativamente da vida da comunidade internacional e dos 
intercâmbios a ela inerentes. Historiadores, em numero crescente, esforçaram-se em 
abordar o estudo da África com mais rigor, objetividade e abertura de espírito, 
empregando ─ obviamente com as devidas precauções ─ fontes africanas originais. 
No exercício de seu direito a iniciativa histórica, os próprios africanos sentiram 
profundamente a necessidade de restabelecer, em bases solidas, a historicidade de 
suas sociedades. 
O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca 
de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo 
neste continente, ao longo dos séculos. Para além disso, a África foi, desde a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Egito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade-estado
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
4 
antiguidade, procurada por outrospovos, que buscavam as suas riquezas, por vezes 
ocupando partes do "Continente Negro" durante muitos anos. A estrutura atual de 
África, no entanto, é muito recente – meados do século XX – e resultou da 
colonizaçãoeuropeia. 
De fato, a divisão entre estados que hoje existe resultou da partilha da África 
pelas potências coloniaiseuropeias, consagrada na Conferência de Berlim. Com 
excepção da Etiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da 
Libéria, um estado criado pelos Estados Unidos durante o processo de abolição da 
escravatura, no século XIX, todos os países da África contemporânea foram 
constituídas como colónias europeias, nos séculos XIX e XX, e apenas conheceram 
a sua independência na segunda metade do século XX. 
 
1.2 Pré-história 
 
Norte de África 
 
No deserto da Líbia encontraram-se gravações 
em rochas (ou "petroglifos") do período Neolítico, e 
megalitos, que atestam da existência duma cultura de 
caçadores nas savanas secas desta região, durante a 
última glaciação. O atual deserto do Saara foi um dos 
primeiros locais onde se praticou a agricultura na África 
(cultura da cerâmica de linhas onduladas). Outros 
achados arqueológicos demonstram que, depois da 
desertificação do Saara, as populações do Norte de 
África passaram a concentrar-se no vale do rio Nilo: os 
"nomas", cuja cultura ainda não conhecia a escrita, e que, por volta de 6000 a.C., já 
tinha uma agricultura organizada. 
 
Cronologia 
 
 - Vestígios mais antigos do Homo Sapiens na África - 200 000 AC 
 - Agricultura e criação no Vale do Nilo - 5000 AC 
 - Os faraós unificam o Egito/Estado Egípcio - 3100 AC 
 - O Estado Kerma governa a Antiga Núbia no Sudão 2250 AC 
As primeiras 
civilizações 
surgiram na África 
na Antiguidade: 
 História do Egipto 
 História da Etiópia 
 Fenícia 
 Axum 
 Meroe 
 Grande Zimbabwe 
 Paisagem Cultural de 
Mapungubwe 
 África Subsaariana 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Povo
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3piahttp://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lib%C3%A9ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abolicionismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravatura
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Norte_de_%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADbia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neol%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Megalito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Savana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Glacia%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saara
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Nilo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_Sapiens
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Nilo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fara%C3%B3
http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAbia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%B5es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Egipto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Eti%C3%B3pia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fen%C3%ADcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Axum
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meroe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Zimbabwe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem_Cultural_de_Mapungubwe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem_Cultural_de_Mapungubwe
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_Subsaariana
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
5 
 - As dinastias Egípcias colonizam a Núbia - 1570 AC 
 - Os Estados Kush e Napato se estabelecem no Sudão - 1100 a 500 AC 
 - Fenícios fundaram a Capital em Cartago - 814 AC 
 - Os Kush da Núbia governam o Egito - 760 AC 
 - A tecnologia do Ferro é introduzida no Egito pelos invasores Assírios - 500 
AC 
 - Reinos Núbios - 400 AC 
 - Civilização Nok na África Ocidental - 450 AC 
 - Os Gregos invadem o Egito - 332 AC 
 - Os Romanos invadem o Egito 40 - AC 
 - Início do esplendor dos Reinos Axum na África Oriental - 0 
 - Expansão Islâmica no Norte Africano - 639 
 - Data aproximada da construção do Zimbabue - 700 
 - Ocupação de Gana pelos Almoravides - 1076 
 - Fundação do Império Monomotapa na África Austral. - 1200 
 - Início do Império do Mali - 1235 
 - Fundação do Reino do Congo - 1240 
 - Início do Império Songai - 1400 
 - Os Portugueses vencem os Mouros e tomam Ceuta no Norte Africano - 1415 
 - Fundação do Reino Luba na região do Rio Congo - 1420 
 - A presença constante de mercantes portugueses no Rio Senegal - 1445 
 - Estabelecimento do tratado comercial entre Reinos da África Ocidental e os 
Portugueses1456 
 - Tratado de Alcáçovas entre Espanhóis e Portugueses que permitem aos 
Portugueses a introdução de escravizados Africanos na Espanha - 1475. 
 - Chegada dos Portugueses ao Congo - 1484 
 - Conversão do Rei do Congo ao Catolicismo - 1491 (o catolicismo já havia 
penetrado na Etiópia 400 anos antes) 
 - Destruição do Império Songai - 1591 
 - Portugueses invadem Angola transformando o Reino em Colônia - 1575. 
 - O Reino do Congo é dominado pelos Portugueses - 1630 
 - Chegada dos ingleses como invasores e colonizadores na África do Sul - 
1795. 
 - Início das Campanhas Militares de Chaka-Zulu - 1808 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kush
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Napato&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fen%C3%ADcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cartago
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%ADria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nok
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_Ocidental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabue
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Monomotapa
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_Austral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Congo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Songai
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mouros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceuta
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Reino_Luba&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Senegal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Alc%C3%A1%C3%A7ovas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catolicismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Songai
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Congo
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chaka-Zulu
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
6 
 - Consolidação do Domínio Europeu na África - 1884-1885. 
 
1.3 História recente de África 
 
Pode dizer que a história recente ou "moderna" de África, no sentido do seu 
registo escrito, começou quando povos de outros continentes começaram a registar 
o seu conhecimento sobre os povos africanos – com exceção do Egito e dos antigos 
reinos de Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o Egito e já tinham a sua 
escrita própria. 
Assim, aparentemente, a história da África oriental começa a ser conhecida a 
partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma 
importante atividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os 
"Zanj" ou negrosafricanos. No entanto, outras partes do continente já tinha tido início 
a islamização, que trouxe a estes povos a língua árabe e a sua escrita, a partir do 
século VII. 
As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita própria, quando os 
missionárioseuropeus decidiram publicar a Bíblia e outros documentos religiosos 
naquelas línguas, ou seja, durante a colonização do continente, pelo menos, da sua 
parte subsaariana. 
 
Mapa da África Colonial em 1913. 
Bélgica 
França 
Alemanha 
Grã-Bretanha 
Itália 
Portugal 
Espanha 
Estados independentes (Libéria e Etiópia) 
 
Colonização europeia 
 
No período da expansão marítima européia, no século XV, os portugueses 
tentavam contornar a costa africana para chegar nas Índias em busca de 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita
http://pt.wikipedia.org/wiki/Povo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Egipto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Axum
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meroe
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_oriental
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_X
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rabe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Masudi
http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Isl%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_%C3%A1rabe
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_VII
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_bantu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mission%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mission%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lib%C3%A9ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3pia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Expans%C3%A3o_mar%C3%ADtima
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndias
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
7 
especiarias. Muitas áreas da costa africana foram conquistadas e o comércio 
europeu foi estendido para essas áreas. 
Na África existiam muitas tribos primitivas (segundo a visão etnocentrista 
européia) que viviam em contato com a natureza e não tinham tecnologia avançada. 
Havia guerras entre tribos diferentes, a tribo derrotada na guerra se tornava escrava 
da tribo vencedora. 
No período de Colonização da América, ocorria o tráfico negreiro, em que 
eram buscados negros da África para trabalhar como escravos nas colônias como 
mão-de-obra, principalmente nas plantações. Os escravos eram conseguidos pelos 
europeus por negociações com as tribos vencedoras, trocando os escravos por 
mercadorias de poucovalor na Europa, como tabaco e aguardente, e levados para 
América como peças (mercadorias valiosas). 
Após a Revolução Industrial e a independência das colônias do continente 
americano, no século XVIII, as potências européias começaram a dominar 
administrativamente várias áreas da África e da Ásia para expandir o comércio, 
buscar matérias-primas e mercado consumidor, e deslocar a mão-de-obra 
desempregada da Europa. 
Na colonização, a África foi dividida de acordo com os interesses europeus, 
que culminou com a partilha do continente pelos estados europeus na Conferência 
de Berlim, em 1885. Tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas unidas. Após a 
Segunda Guerra Mundial, as colônias na África começaram a conquistar a 
independência, formando os atuais países africanos. 
A questão racial assumiu uma forma radical na África do Sul: embora os 
negros, mestiços e descendentes de indianos constituíssem 86% da população, 
eram os brancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de 
direitos civis. 
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de 1911, quando os 
africânderes (descendentes de agricultores holandeses e franceses que emigraram 
para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar 
seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi 
oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros, asiáticos e 
mestiços. 
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), 
partido político contrário ao apartheid na África do Sul. Em 1960, o CNA foi 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Especiaria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_da_Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fico_negreiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aguardente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81sia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim
http://pt.wikipedia.org/wiki/1885
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesti%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indianos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brancos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid
http://pt.wikipedia.org/wiki/1911
http://pt.wikipedia.org/wiki/Afric%C3%A2nderes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holandeses
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negros
http://pt.wikipedia.org/wiki/1948
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segrega%C3%A7%C3%A3o_racial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brancos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Asi%C3%A1ticos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesti%C3%A7os
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950
http://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_Nacional_Africano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_pol%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/1960
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
8 
declarado ilegal e seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 
a 1976, a política do apartheid se fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar 
dos protestos da maioria negra (vide Massacre de Soweto). 
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta da maioria 
subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as 
manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. A 
comunidade internacional usou algumas formas de pressão contra o governo sul-
africano, especialmente no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo 
abolir a instituição do apartheid. 
Finalmente, em 1992, Frederik de Klerk aboliu as leis discriminatórias e 
libertou Mandela. Em 1994, tiveram lugar as primeiras eleições multirraciais na África 
do Sul, em que o CNA ganhou a maioria, embora dando o lugar de Vice-presidente a 
De Klerk; o CNA continuou a ganhar as eleições até 2009, continuando a governar. 
 
Descolonização da África 
 
As duas grandes guerras que 
flagelaram a Europa durante a primeira 
metade do século XX deixaram aqueles 
países sem condições para manterem um 
domínio econômico e militar nas suas 
colônias. Estes problemas, associados ao 
movimento por independência que tomou 
uma forma mais organizada na 
Conferência de Bandung, levou as 
antigas potências coloniais a negociarem 
a independência das colônias, iniciando-
se a descolonização. 
Este processo foi geralmente 
antecedido por um conflito entre as 
"forças vivas" da colónia e a administração colonial, que pode tomar a forma de uma 
guerra por libertação (como foi o caso de algumas colónias portuguesas e da 
Argélia). No entanto, houve casos em que a potência colonial, quer por pressões 
internas ou internacionais, quer por verificar que a manutenção de colónias lhe traz 
Mapa de África com as várias datas de 
independência 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela
http://pt.wikipedia.org/wiki/1958
http://pt.wikipedia.org/wiki/1976
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bantust%C3%B5es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Soweto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brancos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_internacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomacia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederik_de_Klerk
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Bandung
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoloniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Portugu%C3%AAs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arg%C3%A9lia
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
9 
mais prejuízos que benefícios, decidem por sua iniciativa conceder a independência 
às suas colónias, como aconteceu com várias das ex-colónias francesas e 
britânicas. Nestes casos, foi frequente o estabelecimento de acordos em que a 
potência colonial tem privilégios no comércio e em outros pontos da economia e 
política. 
 
O povo Berberes 
 
Os berberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava 
as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas 
este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais 
como: objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras 
preciosas etc. 
Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. 
Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças à resistência deste 
animal e de sua adaptação ao meio desértico. 
Durante as viagens, os berberes levavam e traziam informações e aspectos 
culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu 
no norte do continente. 
 
Os bantos 
 
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países 
Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos berberes, os bantos eram 
agricultores. Viviamtambém da caça e da pesca. 
Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na 
conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino (reino do Congo) 
que dominava grande parte do noroeste do continente. 
Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também 
conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e 
alimentos de todas as tribos que formavam seu reino. 
O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter 
um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes 
do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava 
nas colheitas, guerras e saúde do povo. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/berberes.htm
http://www.suapesquisa.com/geografia/deserto_saara.htm
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/oasis.htm
http://www.suapesquisa.com/paises/nigeria
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/impostos.htm
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
10 
Os soninkés e o Império de Gana 
 
Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava 
organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era 
comandado por reis conhecidos como caia-maga. 
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma 
região povos do deserto (berberes). A região de Gana tornou-se com o tempo, uma 
área de intenso comércio. 
Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era 
formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a 
proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar 
impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam 
nas terras da nobreza. 
A África é um continente com, aproximadamente, 30,27 milhões de 
quilômetros quadrados de terras. Ao norte é banhado pelo mar Mediterrâneo; ao 
leste pelas águas do Oceano Índico e a oeste pelo Oceano Atlântico. O Sul do 
continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos. 
 
Os hauças 
 
A civilização dos hauças começou a ser construída por volta do século XI, no 
Sudão central. Os hauças eram, na verdade, diversos povos que falavam uma 
língua semelhante. Eles vivam em cidades-estados localizadas no centro e no 
noroeste de onde hoje está a Nigéria. Alguns hauças eram seguidores do islamismo. 
Os hauças não tinham tradição de guerreiros. Sua principal força estava nos 
frutos do trabalho. O artesanato era de alta qualidade, vendido até no norte do 
continente: tecidos bordados com seda importada dos árabes, sandálias de couro, 
objetos de ferro e ouro. Habituados ao comércio internacional, os hauças aceitavam 
conviver com pessoas de outras nações. Na cidade de Katsena, por exemplo, havia 
um ―bairro‖ só de estrangeiros. 
No século XVI, o império árabe no Norte da África estava em franco declínio, 
atacado pelos europeus e pelos turcos. Essa situação provocou a decadência de 
muitos Estados africanos que viviam do comércio com os árabes. 
 
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/mar_mediterraneo.htm
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/agua.htm
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
11 
1.4 Informações importantes sobre o Continente Africano: 
 
- A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás somente da 
Ásia). Possui, aproximadamente, 820 milhões de habitantes (estimativa 2011). 
- É um continente basicamente agrário, pois cerca de 63% da população habitam o 
meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades. 
- No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos índices 
de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de, 
aproximadamente, US$ 850,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a 
apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques industriais 
pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são industrializados, vivendo 
basicamente da agricultura. 
- O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa Development 
Community), formado por 15 países: África do Sul, Angola, Botswana, República 
Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Ilhas Maurício, Moçambique, 
Namíbia, Suazilândia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. 
- Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como, por 
exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os países, pois é 
feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente da Europa. 
- Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco melhor 
do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia e 
Líbia. 
- Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a principal) e os 
conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de guerra civil). 
- Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por exemplo, 
é de aproximadamente 40%. 
- As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de 40%) e 
católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos africanos. 
- As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe, português e as 
línguas africanas. 
 
Geografia da África: 
 
-Principais rios: Nilo, Níger, Congo, Limpopo, Zambeze e Orange. 
-Clima: Clima Mediterrâneo (chuvas na primavera e outono) no norte e sul; Clima 
Equatorial (quente e úmido) no centro. 
http://www.suapesquisa.com/geografia/asia.htm
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/pib.htm
http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos
http://www.suapesquisa.com/paises/angola
http://www.suapesquisa.com/paises/mocambique
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/empresas_multinacionais.htm
http://www.suapesquisa.com/geografia/europa.htm
http://www.suapesquisa.com/paises/africa_do_sul
http://www.suapesquisa.com/paises/marrocos
http://www.suapesquisa.com/paises/argelia/
http://www.suapesquisa.com/paises/tunisia/
http://www.suapesquisa.com/aids
http://www.suapesquisa.com/clima/clima_mediterraneo.htm
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
12 
-Relevo: Monte Atlas (norte), Planalto Centro-Africano (região central), Grande Vale 
do Rift com altas montanhas e depressões (leste). Na região norte destaca-se o 
Deserto do Saara. 
- Cidades mais populosas: Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (R. D. do 
Congo), Cartum (Sudão), Johanesburgo (África do Sul) e Gizé (Egito). 
 
 Países que fazem parte do continente africano: 
 
África do Sul, Angola, Argélia, Botswana, Camarões, Lesoto,Madagascar, Malawi, 
IlhasMaurício (Mauricia), Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia, Zimbábue, 
República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Chade, Congo, Benin, 
Burkina Faso, Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, 
Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, 
Senegal, Serra Leoa, São Tomé e Príncipe, Togo, Egito, Líbia, Marrocos, Saara 
Ocidental, Sudão, Sudão do Sul, Tunísia, Burundi, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quênia, 
Ruanda, Seychelles, Somália, 
Tanzânia, e Uganda. 
 
 
 
 
População da África - dados e características gerais 
 
Como os censos de muitos países africanos não estão atualizados, não é 
possível chegar a um dado preciso sobre a população do continente africano. As 
estimativas dão conta de que a população do continente esteja entre 800 milhões e 
um bilhão de habitantes (estimativa de 2009). 
Como o território africano é muito extenso (30,2 milhões de km2), a densidade 
demográfica é baixa (cerca de 30 habitantes por km2). Esta população também se 
distribui irregularmente pelo continente. Grande parte da população se concentra 
nas grandes cidades dos países litorâneos.As áreas ocupadas por desertos e florestas densas são praticamente 
inabitadas, enquanto as regiões litorâneas e o vale do rio Nilo apresentam grandes 
concentrações populacionais. 
Você sabia? 
O Dia da África é comemorado em 25 de maio. 
http://www.suapesquisa.com/geografia/deserto_saara.htm
http://www.suapesquisa.com/cidadesdomundo/cairo.htm
http://www.suapesquisa.com/paises/egito
http://www.suapesquisa.com/paises/nigeria
http://www.suapesquisa.com/cidadesdomundo/johanesburgo.htm
http://www.suapesquisa.com/paises/botsuana/
http://www.suapesquisa.com/paises/camaroes/
http://www.suapesquisa.com/paises/lesoto/
http://www.suapesquisa.com/paises/madagascar/
http://www.suapesquisa.com/paises/mauricio/
http://www.suapesquisa.com/paises/namibia/
http://www.suapesquisa.com/paises/suazilandia/
http://www.suapesquisa.com/paises/zambia/
http://www.suapesquisa.com/paises/zimbabue/
http://www.suapesquisa.com/paises/republica_centro_africana/
http://www.suapesquisa.com/paises/republica_democratica_congo/
http://www.suapesquisa.com/paises/chade
http://www.suapesquisa.com/paises/congo/
http://www.suapesquisa.com/paises/burkina_faso/
http://www.suapesquisa.com/paises/cabo_verde/
http://www.suapesquisa.com/paises/costa_do_marfim/
http://www.suapesquisa.com/paises/gabao/
http://www.suapesquisa.com/paises/gambia/
http://www.suapesquisa.com/paises/gana
http://www.suapesquisa.com/paises/guine/
http://www.suapesquisa.com/paises/guine_bissau/
http://www.suapesquisa.com/paises/liberia/
http://www.suapesquisa.com/paises/mali/
http://www.suapesquisa.com/paises/mauritania/
http://www.suapesquisa.com/paises/niger/
http://www.suapesquisa.com/paises/senegal
http://www.suapesquisa.com/paises/serra_leoa/
http://www.suapesquisa.com/paises/togo/
http://www.suapesquisa.com/paises/libia/
http://www.suapesquisa.com/paises/sudao/
http://www.suapesquisa.com/paises/sudao_do_sul/
http://www.suapesquisa.com/paises/burundi/
http://www.suapesquisa.com/paises/etiopia/
http://www.suapesquisa.com/paises/quenia/
http://www.suapesquisa.com/paises/ruanda/
http://www.suapesquisa.com/paises/seychelles/
http://www.suapesquisa.com/paises/somalia/
http://www.suapesquisa.com/paises/tanzania/
http://www.suapesquisa.com/paises/uganda/
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
13 
Vale ressaltar também que grande parte da população africana se encontra 
na zona rural. A população urbana só é maior do que a rural em países como, por 
exemplo, Tunísia, Argélia e Líbia. 
 
Etnias 
 
Existem vários grupos étnicos na África. Cerca de 80% da população é 
formada por diferentes povos negros, que ocupam, principalmente, as regiões 
central e sul do continente (ao sul do deserto do Saara). Esta região é conhecida 
como ―África Negra‖. Os principais grupos étnicos que habitam esta região são: 
bantos, sudaneses, bosquímanos, pigmeus, nilóticos. 
Já os brancos (berberes, árabes e caucasianos) habitam, principalmente, a 
região setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara. Por isso essa 
região é conhecida como ―África branca‖. 
 
Faixas etárias 
 
Grande parte da população africana é formada por jovens, pois o continente 
apresenta taxas elevadas de natalidade. A expectativa de vida no continente é 
baixa, em função do subdesenvolvimento de grande parte dos países. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexões sobre o tema 
 Qual é a importância do estudo da historia e da cultura africana para a 
humanidade? 
 Que mudanças e avanços o currículo de sua escola pode apresentar com a 
introdução dos estudos da historia e cultura africana? 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
14 
2 RELIGIOSIDADE AFROBRASILEIRA 
 
O Estado brasileiro é laico. Isso significa que ele não deve ter, e não religião. 
Tem, sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5º, inciso VI, da 
Constituição: ―É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e as suas liturgias‖. A liberdade religiosa é um dos 
direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, da qual somos signatários. 
A pluralidade, construída por várias raças, culturas, religiões, permite que 
todos sejam iguais, cada um com suas diferenças. É o que faz do Brasil, Brasil. 
Certamente, deveríamos, pela diversidade de nossa origem, pela convivência entre 
os diferentes, servir de exemplo para o mundo. No Brasil de hoje, a intolerância 
religiosa não produz guerras, nem matanças. 
Entretanto, muitas vezes, o preconceito existe e se manifesta pela humilhação 
imposta àquele que é ―diferente‖. Outras vezes o preconceito se manifesta pela 
violência. No momento em que alguém é humilhado, discriminado, agredido devido à 
sua cor ou à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais, seus direitos 
humanos violados. 
Invadir terreiros de umbanda e candomblé, que, além de locais sagrados de 
culto, são também guardiães da memória de povos arrancados da África e 
escravizados no Brasil; desrespeitar a espiritualidade dos povos indígenas, ou tentar 
impor a eles a visão de que sua religião é falsa; agredir os ciganos devido à sua 
etnia ou crença. Tudo isso é intolerância, é discriminação religiosa. 
As religiões afro-brasileiras ocupam posição marcante na vida de várias 
cidades brasileiras desde o século XIX, acompanhado as mudanças histórico-
culturais no país, renovando-se e criando novas estruturas de culto e, por que não 
dizer, ―tradições‖. Como religiões de transe são fenômenos eminentemente urbanos, 
voltados para o culto aos deuses africanos, ancestrais e entidades de diferentes 
procedências. 
Se as religiões, como as ciências e outras práticas institucionais, são fontes 
organizadas de significados pela vida, códigos de comportamento, ou linguagens de 
interpretação do mundo, as comunidades afro-religiosas são capazes de oferecer a 
seus seguidores algo diferente daquilo que a religião dos orixáse dos voduns, em 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
15 
tempos mais antigos, podia certamente propiciar, quando sua presença significava 
para o escravo a ligação afetiva e mágica ao mundo africano do qual fora arrancado 
pela escravidão. Quando estas religiões se organizaram no século XIX, permitiram 
ao iniciado a reconstrução simbólica, através do terreiro, da sua comunidade tribal 
africana perdida e a manutenção de seu ethos cultural. 
De cultos escravos africanos de diferentes etnias, passaram a ser 
considerados cultos negros da terra, alcançando uma dimensão pluricultural e 
multiétnica como religião de conversão universal. Atualmente, todo e qualquer grupo 
– independente de suas origens étnica, cor, classe social ou posição social – pode 
nelas ingressar. 
Essas religiões formam o núcleo principal de preservação dos valores 
civilizatórios africanos, como por exemplo: religião como visão de mundo, ethos, 
oralidade, ancestralidade como fato de construção identitária, padrão estético, 
padrão moral, etc. Nessas comunidades religiosas são repassadas experiências 
místicas e são transmitidos saberes e conhecimentos que mantiveram vira a 
memória da cultura africana. Nelas também estão contidas a historia de mais de 
meio século de lutas pelo direito à historia, a uma religião não cristã, a uma 
identidade diferenciada pela origem étnica e cultural diversa. 
Essas informações fazem parte de um arcabouço acadêmico que infelizmente 
fica circunscrito aos pesquisadores das religiões afro-brasileiras. Quando se trata de 
levar essa temática ao universo do ensino religioso uma polêmica se estabelece. 
Não se trata de discutir apenas o ensino religioso previsto na Lei 9475/97, mas sim 
de refletir sobre a relação do ensino religioso e da religiosidade no âmbito da 
escolarização básica. Uma das questões a ser investigada é justamente saber como 
o ensino religioso pode ser aplicado no ensino,inserido dentro dos temas 
transversais do processo educativo e dentro do Projeto Político Pedagógico (PPP) 
de cada escola. 
O ensino religioso implantado por essa lei ocorre exclusivamente na 
educação fundamental. Aí, trata-se de catequese e de uma visão unilateral: a do 
cristianismo. Tema polêmico, tem suscitado alguns debates entre defensores e 
estudiosos contrários a essa prática. Outro problema levantado diz respeito a 
formação dos professores, saídos em sua grande maioria dos seminários teológico 
de padres e pastores, que excluem a experiência religiosa afro-brasileira. 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
16 
Em se tratando da historia e da cultura afro-brasileira, a perspectiva s torna 
mais ampla e deve levar em consideração a diversidade étnica-racial de cada região 
do território brasileiro. 
Quando se considerar religião e cultura como elementos fundamentais à 
construção de uma identidade positiva, o ensino da cultura contida na religiosidade 
afro-brasileira poderá ser uma excelente ferramenta para aumentar a autoestima da 
criança e do jovem negra/o e não branca/o, e evitar a construção do preconceito em 
crianças e jovens brancas/os ou que não se reconhecem como negras e mestiças. 
 
2.1 Candomblé 
 
A instituição candomblé: 
 
...centenária e fortalecida, polariza não apenas a vida religiosa, mas 
também a vida social, a hierarquia, a ética, a moral, a tradição verbal e não 
verbal, o lúdico e tudo, enfim, que o espaço da defesa conseguiu manter e 
preservar da cultura do homem africano. (LODY, 1987, p. 10). 
 
 O candomblé é uma religião monoteísta. Oludumare – o Supremo Criador do 
Universo – é auxiliado no grande projeto de perpetuação da humanidade pelas 
divindades do panteon ioruba – os orixás. Tais divindades são acionadas por rituais 
preparatórios e o momento de absoluta sacralidade se dá quando os orixás 
expressa em suas historias mitológicas aos sons de atabaques e outros 
instrumentos, bem como das cantigas que retratam as características e feitos dessas 
divindades. 
 Para os praticantes do candomblé o significado do viver e de ser humano está 
ligado às formas míticas e às expressões da unidade ser/mundo. Os mitos 
descrevem as irrupções do sagrado no mundo e contam uma historia sagrada sobre 
como algo foi produzido e começou a ser. São narrativas de um acontecimento 
ocorrido no tempo primordial da criação. 
 
...como uma realidade passou a existir graças as façanhas dos Entes 
Sobrenaturais. Seja uma realidade total ou o Cosmo, ou apenas um 
fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, 
uma instituição... (ELIADE, 1972, p. 11). 
 
 Ao descrever as origens do universo e das criaturas, as relações entre os 
seres humanos e as divindades e, ainda, como se dá o equilíbrio dinâmico entre 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
17 
eles, o mito de cada divindade dota de sentido o mundo e fornece um sistema de 
valores e de princípios para seus seguidores. 
 O povo do candomblé faz sua conexão com o Sagrado por meio do Oráculo 
de Ifá, detentor de toda a sabedoria, e base teológica que contem os ensinamentos 
cosmológicos do povo ioruba. Os caminhos dos adeptos aos orixás são 
perpassados pelas consultas a esse oráculo que é 
 
...imprescindível para todo complexo religioso ioruba. O oráculo é 
consultado em toas as situações importantes, nos aspectos litúrgicos e 
sociais. A divinação é considerada vital ao homem para o cumprimento do 
seu desígnio. Por essas razões os iorubas recorrem à divinação em período 
regulares de suas vidas. 
(...) ele (sistema divinatório) é presidido pelo orixá que assistiu o inicio do 
processo de criação, portanto, é capaz de revelar às divindades e aos 
homens os seus destinos (limites e possibilidades); se sistema interno 
guarda uma lógica precisa e matemática; há um sofisticado sistema de 
versos exemplares, índices de conduta e procedimentos;há figuras de 
divinação, indicadores de mensagens... (XAVIER, 2000, p. 169/170). 
 
 A liturgia do candomblé é complexa e extensa, tanto na relação espaço-
temporal como nos atos votativos público e secretos, muitos ritos iniciam-se antes da 
festa pública onde os iniciados e possuídos por seus orixás apresentam suas 
coreografias míticas, portanto seus pertences sagrados e identificando-se com os 
seus domínios naturais pela cor de suas vestimentas. 
 O Ser Supremo – Deus – presenteou cada divindade com um atributo para 
auxiliá-lo na grande obra de perpetuação da humanidade, as forças da natureza é o 
reflexo das emanações dos orixás no planeta, as divindades/orixás são seus 
auxiliares para viabilizar o encontro do sagrado com a humanidade. 
 Para acontecer este divino encontro existe uma sabedoria no manejo do 
sagrado; o caminho do orixá é ordenado e existem vários papéis sacerdotais. As 
sacerdotisas são chamadas de ialorixás (mães). As ialorixás são a liderança 
máxima do candomblé, são as detém o maior conhecimento dos fundamentos da 
religião e a responsabilidade de transmitir esses conhecimentos e o axé à sua 
família de santo. 
 Cada orixá possui uma ritualística que inclui comida especial, interdições, 
roupas, insígnias, cores e cantos característicos, sem uma hierarquia fixa entre eles. 
 Os babalaô é o sacerdote que desvenda os segredos através da 
manipulação do jogo de búzios ou do oráculo de Ifá. O processo divinatório permite 
a comunicação com os orixás, revela o odú de cada um e indica as necessidades 
das pessoas. 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
18 
 As equedis e os ogâns,cujos os orixás não se manifestam, auxiliam as 
ialorixás na organização ritual de diferentes formas. Cuidam das oferendas, de vestir 
e paramentar as divindades, tocar os atabaques, preparar as comidas sagradas e 
realizar os atos votivos, enfim essenciais para a dinâmica da religião, nas situações 
de transe dos adeptos que manifestam os orixás. 
Cada um tem o seu dia, sua cor, sua dança, seus instrumentos, comidas e 
saudações. 
Orixá Atributo/missão 
Exu Dia da semana: segunda-feira. 
Cores: vermelho e preto. 
Domínios: caminhos, cruzamentos, alto das montanhas. 
Oferendas: padê, inhame com dendê, piquiri. 
Ogun Dia da semana: terça-feira. 
Cores: azul escuro, verde e branco. 
Domínios: caminhos, profundezas da terra, jazidas de ferro, 
praias. 
Oferendas: feijoada, vatapá, inhame com feijão preto, farofa de 
carne de frango desfiada. 
Odé-Oxossi 
 
Dia da semana: quinta-feira. 
Cores: azul turquesa e verde. 
Domínios: florestas, matas e terras virgens. 
Oferendas: aprecia muito o milho cozido. 
Ossain 
 
Dia da semana: terça-feira. 
Cores: verde-mata, branco e preto. 
Domínios: matas, florestas, raízes e folhas. 
Oferendas: mandioca ou inhame, folhas de fumo, folhas de café. 
Xangô 
 
Dia da semana: quarta-feira. 
Cores: marrom, vermelho e branco. 
Domínios: pedreiras, minérios, lava do vulcão, raios e trovões. 
Oferendas. Amalá, arroz com carne seca, ajebó, rabada. 
Oxun 
 
Dia da semana: sábado. 
Cores: amarelo ouro e rosa.. 
Domínios: rios, nascentes, olhos d’água, lagos, cachoeiras e 
mares. 
Oferendas: omolocun, ipetê, papa de fubá doce. 
Logun-Edé 
 
Dia da semana: quinta-feira e sábado. 
Cores: azul turquesa e amarelo ouro. 
Domínios: margens dos rios, várzeas, cachoeiras, cursos de 
água, florestas e matas. 
Oferendas: papa de milho com coco, milho cozido com feijão 
fradinho, ipetê, papa de coco. 
Yansã 
 
Dia da semana: quarta-feira. 
Cores: vermelho terra, marrom, branco e rosa. 
Domínios: ventos, cemitérios, taquaral, caminhos, águas. 
Oferendas: acarajé, inhame, broto de bambu. 
Yemanjá 
 
Dia da semana: Sábado. 
Cores: branco, prata, transparências de azul e verde. 
Domínios: lagoas, mares (quebra-mar) e pororocas. 
Oferendas: manjar branco, canjica amarela, milho branco com 
mel. 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
19 
Obaluayê-Omolú 
 
Dia da semana: segunda-feira.Cores: preto, branco e vermelho. 
Domínios: terra, árvores, cemitérios, estradas abandonadas, 
universo das doenças. 
Oferendas: pipoca, sarapatel, cuscuz, inhame. 
Oxumaré 
 
Dia da semana: terça-feira. 
Cores: preto, verde, amarelo ou multicolorido. 
Domínios: terra, atmosfera, chuva e arco-íris. 
Oferendas: batata doce, amendoim, inhame. 
Nanã 
 
Dia da semana: terça-feira e sábado. 
Cores: branco, preto, roxo e azul. 
Domínios: lama, pântanos, lodo do fundo dos rios e mares. 
Oferendas: feijão fradinho, milho branco, arroz, acaçá e pipoca. 
Oxalá 
 
Dia da semana: sexta-feira. 
Cores: Oxalufan: branco e prata; 
Oxanguian: branco com nuances de azul ou vermelho. 
Domínios: atmosfera, oceanos, alto das montanhas, céu. 
Oferendas: canjica (ebô), acaçá de inhame, arroz com peito de 
frango, arroz doce. 
 
 
A educação religiosa do candomblé retrata a educação tradicional africana 
para a vida. Da infância a velhice todos os membros são tratados igualmente e todos 
tem direito a ser educados. Outro aspecto a destacar nas religiões de matrizes 
africanas é a compreensão dos poderes cósmicos da vida e a concepção de tempo 
distinto do tempo linear e cíclico presente na cultura europeia ocidental. O conjunto 
de valores oriundos das religiões africanas tradicionais e afro-brasileiras revela que 
as divindades estão presentes no nosso cotidiano e são vivificadas por seu 
participes, afinal as forças sobrenaturais estão sempre presentes – nunca se está só 
para vender os reveses da vida. 
 
 
 
 
 
Arte Africana e Afro brasileira 
 
 
Máscara de Madeira 
 
Reflexões sobre o tema 
 Que danos psíquicos, podem ocorrer a partir de situações de intolerância 
religiosa? 
 Como o candomblé possibilita aos seus participantes e, em especial, aos 
afrodescendentes, convivências igualitárias, onde todos podem viver com 
autoconfiança, dignidade e respeito? 
 Como o candomblé oferece aos participantes da sua comunidade visões de 
mundo integradas e relações humanas respeitosas e inclusivas? 
 Como os estudos sobre o candomblé e/ou outras manifestações sócio-culturais, 
negras, oferecem subsídios para a aplicação da Lei 10.639/2003? 
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
20 
3 HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS DA ARTE 
AFRICANA 
 
3.1 Introdução 
 
A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas pelos 
povos da África subsaariana ao longo da história. 
O continente africano acolhe uma grande variedade de 
culturas, caracterizadas cada uma delas por um idioma 
próprio, tradições e formas artísticas características. O deserto 
do Saara atuou e continua atuando como uma barreira natural 
entre o norte da África e o resto do continente. Os registros 
históricos e artísticos demonstram indícios que confirmam uma 
série de influências entre as duas zonas. Estas trocas culturais foram facilitadas 
pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a antiguidade. 
 Podemos identificar atualmente, na região sul do Saara, características da 
arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de influência norte-africana. A arte 
africana é um reflexo fiel das ricas historias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes 
do continente. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para 
vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do 
século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana. 
 A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas 
artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na 
região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era). 
 
Igbo-Ukwu: arte 
africana em 
bronze 
Outros exemplos da arte primitiva africana são as esculturas 
modeladas em argila dos artistas da cultura Nok (norte da 
Nigéria), feitas entre 500 AC e 200 DC. Destacam-se também os 
trabalhos decorativos de bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X) e 
as magníficas esculturas em bronze e terracota de Ifé (do século 
XII al XV). Estas últimas mostram a habilidade técnica e estão 
representadas de forma tão naturalista que, até pouco tempo 
atrás, acreditava-se ter inspirações na arte da Grécia Antiga. 
Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos 
da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e 
ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de arte remetem ao 
http://www.suapesquisa.com/afric
http://www.suapesquisa.com/geografia/continente_africano.htm
http://www.suapesquisa.com/afric
http://www.suapesquisa.com/paises/nigeria
http://www.suapesquisa.com/grecia
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/marfim.htm
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
21 
cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e 
pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano 
etc. 
 
3.2 Chegada ao Brasil 
 
 No Brasil, um país predominantemente marcado pela miscigenação, a 
definição de uma identidade nacional é controversa. Das três principais influências 
atuantes durante o desenvolvimento do povo brasileiro – a ameríndia, a europeia e a 
africana – ora sobressaem-se individualmente, em espaços determinados, ora 
amalgamam-se e produzem um novo modelo detentor de aspectos próprios às três 
fortes culturas. 
 A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos 
para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, 
os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para 
gerar novos componentes artísticos de uma magnífica arte afro-brasileira. 
 De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz 
cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as 
manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, 
desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial 
da capoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, 
algumas manifestações de origem folclórico, como as congadas, assim como 
expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas. 
 Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-
brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites 
brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as 
manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das 
primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou 
posição de destaque na música popular, no início do século XX. 
 Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas 
desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira 
encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de 
samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral 
das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_marcial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Congadas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lundu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Geral_das_Escolas_de_Samba_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Geral_das_Escolas_de_Samba_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/1934
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
22 
 Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era 
considerada própria de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre 
Bimba ao presidente Vargas, que entãoa chamou de "único esporte 
verdadeiramente nacional". 
 A partir da década de 1950 as perseguições às religiões afro-brasileiras 
diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média carioca. 
Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela 
elite intelectual branca. 
 Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de 
ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-
brasileira. 
 O interesse pela cultura afro-brasileira manifesta-se pelos muitos estudos nos 
campos da sociologia, antropologia, etnologia, música e linguística, entre outros, 
centrados na expressão e evolução histórica da cultura afro-brasileira. 
 Muitos estudiosos brasileiros como o advogadoEdison Carneiro, o médico 
legistaNina Rodrigues, o escritor Jorge Amado, o poeta e escritor mineiro Antonio 
Olinto, o escritor e jornalistaJoão Ubaldo, o antropólogo e museólogoRaul Lody, 
entre outros, além de estrangeiros como o sociólogofrancêsRoger Bastide, o 
fotografo Pierre Verger, a pesquisadora etnólogaestadunidenseRuth Landes, o pintor 
argentinoCarybé, dedicaram-se ao levantamento de dados sobre a cultura afro-
brasileira, a qual ainda não tinha sido estudada em detalhe. 
 Alguns infiltraram-se nas religiões afro-brasileiras, como é o caso de João do 
Rio, com esse propósito; outros foram convidados a fazer parte do Candomblé como 
membros efetivos, recebendo cargos honorificos como Obá de Xangô no Ilê Axé 
Opô Afonjá e Ogan na Casa Branca do Engenho Velho, Terreiro do Gantois, e 
ajudavam financeiramente a manter esses Terreiros. 
 Muitos sacerdotes leigos em literatura se dispuseram a escrever a história das 
religiões afro-brasileiras, recebendo a ajuda de acadêmicos simpatizantes ou 
membros dos candomblés. Outros, por já possuírem formação acadêmica, tornaram-
se escritores paralelamente à função de sacerdote, como é caso dos antropólogos 
Júlio Santana Braga e Vivaldo da Costa Lima, as Iyalorixás Mãe Stella e Giselle 
Cossard, também conhecida como Omindarewa a francesa, o professor Agenor 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
http://pt.wikipedia.org/wiki/1953
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_afro-brasileiras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda
http://pt.wikipedia.org/wiki/2003
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_fundamental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Advogado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Advogado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Advogado
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico_legista
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico_legista
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico_legista
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico_legista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poeta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escritor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Olinto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Olinto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Olinto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escritor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antrop%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muse%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muse%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muse%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Bastide
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Verger
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_Landes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caryb%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_afro-brasileiras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_do_Rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_do_Rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ob%C3%A1_de_Xang%C3%B4
http://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%AA_Ax%C3%A9_Op%C3%B4_Afonj%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%AA_Ax%C3%A9_Op%C3%B4_Afonj%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%AA_Ax%C3%A9_Op%C3%B4_Afonj%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ogan
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_Branca_do_Engenho_Velho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Terreiro_do_Gantois
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antrop%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Santana_Braga
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vivaldo_da_Costa_Lima
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iyalorix%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e_Stella
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giselle_Cossard
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giselle_Cossard
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giselle_Cossard
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agenor_Miranda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agenor_Miranda
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
23 
Miranda, a advogada Cléo Martins e o professor de sociologiaReginaldo Prandi, 
entre outros. 
 A arte negra tem sido uma referência ambivalente. Ao mesmo tempo em que 
é enaltecida pela militância como forma de resgate dos valores negros, ela também 
é apropriada pela industria cultural, a qual cria a falsa ideia de que o consumo de 
bens culturais negros legitima a ―democracia racial‖. 
 Do ponto de vista dos ganhos, é importante constatar que, como 
consequência das ações protagonizadas pelo Movimento Negro, a discussão sobre 
arte e cultura negra ganhou vários fóruns, indo desde os grupos mais autênticos de 
expressão artística até o espaço da política institucional. 
 
3.3 Tráfico Negreiro 
 
 Chama-se de tráfico negreiro o transporte forçado de negros como escravos 
para as Américas e para outras colônias de países europeus, durante o período 
colonialista. 
 A escravatura foi praticada por muitos povos, em diferentes regiões, desde as 
épocas mais antigas. Eram feitos escravos, em geral, os prisioneiros de guerra. 
 Na Idade Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um 
florescimento da escravidão. Desenvolvendo-se então um cruel e lucrativo comércio 
de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas. A escravidão passou 
a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta 
superioridade racial e cultural dos europeus. 
 
3.3.1 A América 
 
O uso de mão de obra africana no Caribe e 
no sul das colônias inglesas da América do Norte 
formou uma grande rede empresarial que 
comprava escravos já apresados no litoral de 
Angola e Guiné, trazendo-os para a América. 
O tráfico de escravos causou verdadeira 
sangria na África: alimentou guerras internas, 
abalou organizações tradicionais, destruiu reinos, tribos e clãs e matou 
criminosamente milhões de negros. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A9o_Martins
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9ricas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Moderna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_da_Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caribe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Norte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_(regi%C3%A3o)
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
24 
Na América do Sul, o tráfico foi muito intenso, principalmente na América 
portuguesa. 
 
3.3.2 Brasil 
 
Os portugueses já usavam o negro como 
escravo antes da colonização do Brasil, nas ilhas da 
Madeira, Açores e Cabo Verde. O tráfico para o Brasil, 
embora ilegal a partir de 1830, somente cessou em 
torno de 1850, após a aprovação de uma lei de autoria 
de Eusébio de Queirós, depois de intensa pressão do 
governo britânico, interessado no desenvolvimento do 
trabalho livre para a ampliação do mercado consumidor. 
Iniciado na primeira metade do século XVI, o tráfico de escravos negros da 
África para o Brasil teve grande crescimento com a expansão da produção de 
açúcar, a partir de 1560 e com a descoberta de ouro, no século XVIII. A viagem para 
o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a 
viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da 
viagem sempre havia lucro. Os principais portos de desembarque no Brasil eram a 
Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de onde seguiam para outras cidades. 
 
3.4 Historia e Historiografia da escravidão no Brasil 
 
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensarnos portugueses, 
espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros 
africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da 
América. 
A escravidão (denominada também escravismo, esclavagismo e 
escravatura) é a prática social em que um ser humano assume direitos de 
propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por 
meio da força. Em algumas sociedades, desde os tempos mais remotos, os 
escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam 
conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a procedência e o 
destino. 
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que 
perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_portuguesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_portuguesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_portuguesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Madeira
http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7ores
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verde
http://pt.wikipedia.org/wiki/1830
http://pt.wikipedia.org/wiki/1850
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eus%C3%A9bio_de_Queir%C3%B3s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%BAcar
http://pt.wikipedia.org/wiki/1560
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pre%C3%A7o
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
25 
Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos 
abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto. 
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do 
que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, 
quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus 
conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos 
como escravos desde os começos da História. 
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a 
execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Romaforam uma 
delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus 
escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade. 
O dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, 
sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal, mas 
isso não é regra. Não era em todas as sociedades que o escravo era visto como 
mercadoria: na Idade Antiga, haja vista que os escravos de Esparta, os hilotas, não 
podiam ser vendidos, trocados ou comprados, isto, poiseles eram propriedade do 
Estado espartano, que podia conceder a proprietários o direito de uso de alguns 
hilotas; mas eles não eram propriedade particular, não eram pertencentes a alguém, 
o Estado que tinha poder sobre eles. A escravidão da era moderna está baseada 
num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o 
comerciante é considerado superior, embora já na Antiguidade as diferenças raciais 
fossem bastante exaltadas entre os povos escravizadores, principalmente quando 
havia fortes disparidades fenotípicas. Na antiguidade também foi comum a 
escravização de povos conquistados em guerras entre nações. Enquanto modo de 
produção, a escravidão assenta na exploração do trabalho forçado da mão-de-obra 
escrava. Os senhores alimentam os seus escravos e apropriam-se do produto 
restante do trabalho destes. 
A exploração do trabalho escravo torna possível a produção de grandes 
excedentes e uma enorme acumulação de riquezas, contribuindo assim para o 
desenvolvimento económico e cultural que a humanidade conheceu em dados 
espaços e momentos: construíram-se diques e canais de irrigação, exploraram-se 
minas, abriram-se estradas, construíram-se pontes e fortificações, desenvolveram-se 
as artes e as letras. Nas civilizações escravagistas, não era pela via do 
aperfeiçoamento técnico dos métodos de produção (que se verifica aquando da 
http://www.suapesquisa.com/grecia
http://www.suapesquisa.com/imperioromano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esparta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hilotas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
26 
Revolução Industrial) que os senhores de escravos procuravam aumentar a sua 
riqueza; e os escravos, sem qualquer interesse nos resultados do seu trabalho, não 
se empenhavam na descoberta de técnicas mais produtivas. 
Opinião oposta sobre a produtividade do escravo teve o economista Molinaire, 
citado pelo deputado Pedro Luís, na sessão de 10 de maio de 1888, na Câmara dos 
Deputados do Brasil: 
 ―Molinaire diz que, em geral, o trabalho do liberto é um terço menos produtivo 
que o trabalho do escravo, sendo necessários dez libertos para os serviços 
que eram feitos por sete escravos. Dá as razões deste fato e conclui que, na 
melhor das hipóteses, continuando os libertos todos nos estabelecimentos 
rurais, teremos uma diferença de 1/3 para menos na produção!‖ Pedro Luís 
(Deputado Brasileiro) 
 
 
 
 
3.4.1 Escravidão moderna e contemporânea 
 
No Brasil, a escravidão começou com os índios. Os índios escravizavam 
prisioneiros de guerra muito antes da chegada dos portugueses; depois da sua 
chegada os índios passaram a comerciar seus prisioneiros com os europeus. Mais 
tarde os portugueses recorreram aos negros africanos, que foram utilizados nas 
minas e nas plantações: de dia faziam tarefas costumeiras, à noite carregavam cana 
e lenha, transportavamformas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar. 
O comércio de escravos passou já tinha rotas intercontinentais na época do 
al-Andalus e mesmo antes durante o Império Romano. Criam-se novas rotas no 
momento em que os europeus começaram a colonizar os outros continentes, no 
século XVI e, por exemplo, no caso das Américas, nos casos em que os povos 
locais não se prestavam a suprir as necessidades de mão-de-obra dos colonos, foi 
necessário importar mão-de-obra, principalmente da África. 
 
Nessa altura, muitos reinos africanos e árabes islâmicos, decorrente das 
chamadas guerras santas empreendidas pelos muçulmanos, os quais, sancionados 
Escravo sendo açoitado em 
Minas Gerais, durante o auge 
do ciclo do ouro. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economista
http://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_maio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1888
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%BAcar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Andalus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9ricas
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rabes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_ouro
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
27 
por sua religião, se apossavam dos bens dos chamados "infiéis" submetidos, 
principalmente sua liberdade, vendendo-os ou trocando-os por mercadorias, como 
escravos para os europeus. Em alguns territórios brasileiros, o índio chegou a ser 
mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. 
Em São Paulo, até ao final do século XVII, quase não se encontravam negros, 
dado a pobreza de sua população que não dispunha de recursos financeiros para 
adquirirem escravos africanos, e os documentos da época que usavam o termo 
"negros da terra" referiam-se na verdade aos índios, os quais não eram objeto de 
compra e venda, só de aprisionamento, sendo proibido inclusive que se fixasse valor 
para eles nos inventários de bens de falecidos. Esta posição fora defendida pelos 
Jesuítas no Brasil, o que gerou conflitos com a população local interessada na 
escravatura, culminando em conflito, na chamada "A botada dos padres fora" em 
1640. 
Com o surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na Europa, a 
escravatura passou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorreta. Em 
1850, no Brasil, pela Lei Eusébio de Queirós, passou-se a punir os traficantes de 
escravos, de modo a que nenhum escravo mais entrasse no país; em 1871 foi 
sancionada a Lei do Ventre Livre que declarava livre os filhos de escravos nascidos 
a partir daquele ano, e em 1885 a Lei dos sexagenários, que concedia liberdade aos 
maiores de 60 anos. E mais tarde fez surgir o abolicionismo, em meados do século 
XIX. 
Em 1888, quando a escravidão foi abolida no Brasil,pela Lei Áurea, ele era o 
único país ocidental que ainda mantinha a escravidão legalizada. A Mauritânia foi, 
em 9 de novembro de 1981, o último país a abolir, na letra da lei, a escravatura, pelo 
decreto de número 81.234, porém, a escravidão segue existindo no Sudão. 
A escravidão é pouco produtiva porque, como o escravo não tem propriedade 
sobre sua própria produção, ele não é estimulado a produzir já que isto não irá 
resultar em um incremento no bem-estar material de si mesmo. 
Segundo a National Geographic, há mais escravos hoje do que o total de 
escravos que, durante quatro séculos fizeram parte do tráfico transatlântico. Embora, 
as denuncias de trabalho escravo no Brasil e em outros países têm sentido 
metafórico, já que se trata de proibição de sair os empregados de fazendas, mas 
não se trata de compra e venda de pessoas como ocorria no tempo da escravidão 
negra. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Jesus_no_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_botada_dos_padres_fora
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/1850
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Eus%C3%A9bio_de_Queir%C3%B3s
http://pt.wikipedia.org/wiki/1871
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_do_Ventre_Livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/1885
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_sexagen%C3%A1rios
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abolicionismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
http://pt.wikipedia.org/wiki/1888
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maurit%C3%A2nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/9_de_novembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sud%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/National_Geographic
 
 
História e Cultura Afrobrasileira e Indígena 
 
28 
3.5 A escravidão e os negros vistos pela Igreja Católica 
 
A Igreja Católica desde o século XV, pronunciou sua posição através de 
vários papas, condenando a escravidão. Em 13 de Janeiro de 1435, através da bula 
Sicut Dudum, O primeiro documento que trata explicitamente da questão, é do Papa 
Eugénio IV, que mandou restituir à liberdade os escravos das Ilhas Canárias. Em 
1462, o Papa Pio II (1458-1464) deu instruções aos bispos contra o tráfico negreiro 
que se iniciava, proveniente da Etiópia; o Papa Leão X (1513-1521) despachou 
documentos no mesmo sentido para os reinos de Portugal e da Espanha. 
Nos séculos seguintes, contra a escravidão e o tráfico se pronunciam também 
os papas Gregório XIV (1590-1591), por meio da bula Cum Sicuti (1591), Urbano VIII 
(1623-1644), na bula Commissum Nobis (1639) e Bento XIV (1740-1758) na bula 
Immensa Pastorum (1741). No século XIX, no mesmo sentido se pronunciou o papa 
Gregório XVI (1831-1846) ao publicar a bula In Supremo Apostolatus (1839). Em 
1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos bispos do Brasil, pediu-
lhes apoio ao Imperador (Dom Pedro II) e a sua filha (Princesa Isabel), na luta que 
estavam a travar pela abolição definitiva da escravidão. 
 
3.5.1 África 
 
As primeiras excursões portuguesas à África subsaariana foram pacíficas (o 
marco da chegada foi à construção da fortaleza de S. Jorge da Mina, em Gana, em 
1482). Portugueses muitas vezes se casavam com mulheres nativas e eram aceitos 
pelas lideranças locais. Já em meados da década de 1470 os "portugueses tinham 
começado a comerciar na Enseada do Benim e frequentar o delta do rio Níger e os 
rios que lhe ficavam logo a oeste", negociando principalmente escravos com 
comerciantes muçulmanos. 
Os investimentos na navegação da costa oeste da África foram inicialmente 
estimulados pela crença de que a principal fonte de lucro seria a exploração de 
minas de ouro, expectativa que não se realizou. Assim, consta que o comércio de 
escravos que se estabeleceu no Atlântico entre 1450 e 1900 contabilizou a venda de 
cerca de 11 313 000 indivíduos (um volume que tendo a considerar subestimado). 
Em torno do comércio de escravos estabeleceu-se o comércio de outros 
produtos, tais como marfim, tecido, tabaco, armas de fogo e peles. Os comerciantes 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sicut_Dudum&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Eug%C3%A9nio_IV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Eug%C3%A9nio_IV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Eug%C3%A9nio_IV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_Can%C3%A1rias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_II
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3pia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Le%C3%A3o_X
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha

Continue navegando