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Cultura Afro Indigena Brasileira

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Prévia do material em texto

Cultura Afro-Indígena 
Brasileira
Luiz Antonio Dias
Revisada por Luiz Antonio Dias (setembro/2012)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Cultura Afro-Indígena 
Brasileira, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico 
e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) 
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 5
1 O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO: ESCRAVIDÃO E OPRESSÃO .................................. 7
1.1 Resumo do Capítulo ............................................................................................................................................................9
1.2 Atividades Propostas ...........................................................................................................................................................9
2 O PROCESSO DE CONVERSÃO: CATEQUESE E INQUISIÇÃO .....................................11
2.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 12
2.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 13
3 ÍNDIOS, NEGROS E CULTURA BRASILEIRA .............................................................................15
3.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 18
3.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 18
4 LUTAS E RESISTÊNCIAS ........................................................................................................................19
4.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 20
4.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 20
5 O PROCESSO DE ABOLIÇÃO .............................................................................................................23
5.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 24
5.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 24
6 A IDEIA DE POVO: FORMAÇÃO E PRECONCEITO ..............................................................27
6.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 29
6.2 Atividade Proposta ............................................................................................................................................................ 29
7 NEGROS E ÍNDIOS DO BRASIL ATUAL .......................................................................................31
7.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 33
7.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 34
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..........................................35
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................37
SUMÁRIO
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Caros(as) alunos(as), o objetivo principal desta disciplina – e desta apostila – é apresentar e discutir 
a importância do elemento negro e do indígena na formação social e cultural do Brasil. Não pretendemos 
enfatizar o lado exótico e diferente de negros e índios; pelo contrário, pretendemos demonstrar a forte 
contribuição desses povos para a formação do Brasil, em sua totalidade. 
Tanto a cultura indígena quanto a cultura africana, durante todo o processo histórico, contribuíram 
para a formação da cultura brasileira, apresentando-se de forma diluída em vários aspectos: língua, mú-
sica, culinária e religião.
Mais do que apresentar a questão negra e indígena na formação histórica do Brasil, a intenção é 
promover o debate e a conscientização dos alunos para problemas que continuam presentes na contem-
poraneidade.
Em um país como o Brasil, com forte miscigenação, é fundamental pensarmos as contribuições 
culturais e a importância de seus vários elementos. Também devemos levar em conta a existência de 
uma sociedade marcada pela desigualdade social, mas que apresenta, igualmente, fortes traços de desi-
gualdade racial, ou seja, índios e afrodescendentes têm pouca participação nos estratos mais elevados 
da pirâmide social. 
O Brasil moderno – e seus problemas e impasses – só pode ser entendido a partir da análise de sua 
formação, de sua herança colonial. A desigualdade social tem origem na forma de concentração de ter-
ras/renda, que, em grande medida, não se alterou profundamente até os dias atuais.
No mesmo sentido, percebemos um choque racial, através de um racismo implícito, que se fun-
damenta na crença da inferioridade negra. No entanto, existe uma aceitação do elemento negro como 
necessário. Com isso, devemos repensar a ideia de “democracia racial”.
Dessa forma, discutimos o processo de colonização e seus impactos sobre os ameríndios, no aspec-
to social, cultural, religioso, mas também a contribuição dos nativos para a formação cultural da colônia 
portuguesa. De forma semelhante, buscamos analisar a cultura indígena e suas influências na formação 
cultural brasileira. 
Com relação ao elemento negro, buscamos apresentar e discutir as estruturas socioculturais da 
África portuguesa e suas influências sobre o Brasil, analisando a formação da cultura afro-brasileira, so-
bretudo como forma de resistência à opressão da escravidão e, também, da conversão.
Além de apresentar e discutir a importância e contribuição de negros e índios, buscamos também 
analisar a representação e representatividade do negro e do índio na história e na historiografia brasi-
leira, pensar como esses indivíduos foram “vistos” e “pensados” dentro da produção cultural e científica 
brasileira nos séculos XIX e XX. Buscamos, ainda, analisar os impactosdas ideias de “branqueamento”, su-
perioridade racial, eugenia etc., além disso, entender a preocupação com a formação do povo brasileiro 
na segunda metade do século XIX.
INTRODUÇÃO
Luiz Antonio Dias
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
6
Dentro dessa perspectiva, analisamos as ideias debatidas ao longo do século XX, como “democra-
cia racial”, “racialismo”, “coisificação” do negro, processos e mecanismos de resistência à opressão.
Finalizamos a discussão com reflexões sobre a situação atual de negros e índios: mercado de traba-
lho; mecanismos de inclusão e exclusão; racismo e preconceito. Além disso, buscamos debater a necessi-
dade – e possibilidades – dos programas e projetos “compensatórios” – sistema de cotas nas universida-
des públicas, por exemplo – como mecanismo que visa a reduzir a marginalização desses grupos.
Será um grande prazer acompanhá-los ao longo desse trajeto.
Prof. Luiz Antonio Dias
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7
Caro(a) aluno(a), neste capítulo iniciaremos a 
discussão sobre o processo de colonização.
O fortalecimento do comércio europeu du-
rante o século XIV criou a necessidade de se busca-
rem novas rotas comerciais para o Oriente, proces-
so que ficou conhecido como Expansão Marítima. 
Dentro desse contexto, os europeus chegaram ao 
Novo Mundo. Pedro Álvares Cabral tomou posse 
da colônia portuguesa (Brasil) em nome do Rei 
de Portugal. Não existiu, no início da ocupação, o 
objetivo de povoar; isso só ocorreu mais tarde, a 
partir da segunda metade do século XVI, quando 
as regiões tropicais passaram a ser ocupadas e ex-
ploradas. 
No entanto, desde o início, sempre houve a 
preocupação em converter a população local. Cabe 
destacar que Portugal e Espanha eram os grandes 
reinos católicos do período; dessa forma, ao lado 
das questões econômicas, existiam também as 
questões religiosas envolvidas na conquista. 
Um dos grandes grupos indígenas no terri-
tório recém-conquistado era os tupis, no entanto 
existia uma grande diversidade cultural entre os 
nativos. O principal grupo tupi, nessa região, eram 
os tupinambás. Percebe-se, desde o início, uma 
preocupação em buscar semelhanças entre os eu-
ropeus – homens de Deus – e os nativos, que deve-
riam ser salvos através da catequese. Dessa forma, 
a Coroa proibiu a escravidão indígena, a partir de 
1570, exceto por “razões justas” (ataques dos nati-
vos, resistência à catequese).
Nesse sentido, é importante destacar que 
as primeiras imagens dos nativos retratadas já na 
Carta de Caminha, rapidamente, começam a se 
transformar: descobre-se o canibalismo de vários 
grupos – entre eles os tupinambás – a crença em 
mitos e símbolos – associados pelos jesuítas ao 
mal. Essa nova visão acabou, em muitos momen-
tos, justificando as “capturas justas” de nativos para 
escravidão. 
A escravidão dos índios e o uso de sua 
mão-de-obra no plantio e beneficiamento 
da cana revelaram-se etapa transitória no 
desenvolvimento da indústria açucareira, 
durante a qual se empregou uma força 
de trabalho relativamente barata e pron-
tamente acessível até que a atividade se 
encontrasse totalmente capitalizada. [...] 
processo gradual e de forma alguma ine-
vitável. A escravidão dos aborígines defi-
nhou devido às percepções e limitações 
culturais de índios e europeus, à susceti-
bilidade dos nativos às doenças do Velho 
Mundo e ao curso de eventos históricos. 
(SCHWARTZ, 1988, p. 40). 
Percebe-se a importância dos nativos, prin-
cipalmente, no início da colonização. A substitui-
ção do trabalho escravo indígena pelo trabalho 
escravo negro foi, dessa forma, uma transição em 
função de vários fatores: intervenção dos jesuítas 
– que buscavam evitar a escravidão indígena; ne-
cessidade de limitar os poderes dos colonos – que 
podiam, até esse momento, capturar seus próprios 
escravos; aumentar a produção com braços mais 
fortes e não tão suscetíveis às doenças e, talvez o 
mais importante para a Coroa portuguesa, a neces-
sidade de auferir lucros no comércio de escravos. A 
escravidão negra, ao lado da empresa açucareira, 
foi determinante para o enriquecimento e fortale-
cimento do Império Português.
No Brasil, predominou sempre a economia 
agroexportadora. A “empresa açucareira” prospe-
rou principalmente na capitania de Pernambuco. 
Produtos tropicais com grande aceitação na Euro-
pa, em especial o açúcar, demandaram produção 
em larga escala, só obtida por meio do plantation.
O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO: 
ESCRAVIDÃO E OPRESSÃO1
Luiz Antonio Dias
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8
A utilização do escravo negro ocorreu em 
função da falta de braços livres em Portugal e da 
impossibilidade de o colono europeu sujeitar-se, 
na América, ao trabalho assalariado. Além disso, 
Portugal possuía estrutura, na África, para fornecer 
os escravos necessários e integrar os mercados co-
loniais. 
A escravidão já existia, na África, antes da 
chegada dos portugueses, no entanto não era 
uma estrutura, os escravos eram consequências 
das guerras.
Alegadamente já cativados pelos nativos, 
os escravos eram adquiridos por compra e 
escambo nas feiras dos sertões, e não por 
captura direta dos portugueses, como só 
ia ocorrer no cativeiro indígena do Brasil. 
Na mesma época, ensinava-se na Univer-
sidade de Coimbra que o tráfico negreiro, 
regularmente submetido aos contratos e 
impostos régios de Portugal, recebia ipso 
facto, plena chancela jurídica (ALENCAS-
TRO, 2000, p. 172).
Segundo Alencastro (2000), o tráfico ne-
greiro tornou-se instrumento de alavancagem do 
Império Português no ocidente, ligando o Brasil à 
África Ocidental através de um comércio bilateral 
intermediado por Portugal. Dessa forma, Brasil e 
África – colônias portuguesas – tornaram-se com-
plementares e não concorrenciais.
Dentro dessa perspectiva, o Brasil tornou-
-se o maior “consumidor” de escravos da América. 
Estima-se que, durante os três séculos de tráfico 
negreiro, tenham entrado no Brasil mais de cinco 
milhões de escravos, submetidos a condições de-
sumanas no trajeto e, posteriormente, na colônia. 
Um número muito grande de negros morria 
no trajeto, além disso, percebemos altas taxas de 
mortalidade nos primeiros meses após a chegada 
em função das péssimas condições das viagens, de 
doenças, maus-tratos.
Muito comum, também, são os relatos de 
suicídios, além disso, existia um número muito ele-
vado de fugas, que, consequentemente, levavam à 
morte dos escravos fugitivos.
Além desse massacre físico, pelo qual os ín-
dios também passaram, devemos discutir também 
o “massacre cultural” imposto pela conversão e 
punição pelas heresias, cometidas por negros e ín-
dios.
DicionárioDicionário
Plantation significa unidade de produção agrí-
cola baseada no latifúndio, ou seja, monocultu-
ra apoiada em mão de obra barata/escrava.
AtençãoAtenção
No entanto, cabe destacar que Portugal 
foi o responsável por tornar a escravidão 
em um grande negócio. Dessa forma, 
com a utilização de mão de obra escrava 
negra na América, as guerras entre os po-
vos africanos tornaram-se a consequência 
da necessidade de escravos. Para Portu-
gal, que intermediava o negócio, os lucros 
tornaram-se fabulosos.
Saiba maisSaiba mais
No Brasil, a expectativa média de vida 
durante o cativeiro era de doze anos em 
média. Isso ocorria em função da grande 
exploração no trabalho (jornadas de até 
16 horas diárias); punições exageradas 
(trezentas chibatadas poderiam levar à 
morte); alimentação escassa e pouco va-
riada (basicamente feijão, farinha e rapa-
dura).
Cultura Afro-Indígena Brasileira
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9
Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos:
1. A expansão Marítima e o processo de colonização;
2. A escravidão e o tráfico negreiro;
3. As condições de vida e trabalhodos escravos.
Espero que a discussão tenha sido proveitosa.
1.2 Atividades Propostas
1.1 Resumo do Capítulo
Agora vamos avaliar a sua compreensão:
1. Reflita sobre a visão de Caminha sobre os nativos.
2. Analise as condições de vida e trabalho dos negros no Brasil.
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Caro(a) aluno(a), neste capítulo discutiremos 
as relações entre Estado, Igreja e o processo de 
conversão.
Segundo Souza (1993), a expansão marítima 
marcou a vitória da ciência (cálculos e rotas ma-
rítimas) sobre o “mágico” (crenças e superstições 
sobre seres monstruosos), no entanto o cotidiano 
europeu continuou marcado pelo “maravilhoso”, 
ou seja, o homem comum continuava a “encon-
trar” seres monstruosos 
pelo mundo, em especial 
na América. 
O primeiro con-
tato com os nativos, de 
acordo com os relatos 
de Caminha, foi positivo, 
no entanto, durante o 
processo de colonização, 
essa visão passou por al-
terações significativas. O 
índio puro transforma-se 
em “malicioso”; o índio 
hospitaleiro transforma-
-se em canibal; o índio 
que aceitaria facilmente o cristianismo torna-se 
“endemoniado”. Dessa forma, não tardou o contro-
le e a punição às heresias, à idolatria e ao caniba-
lismo.
Os desregramentos sexuais, o canibalis-
mo e as superstições demonstravam as 
ligações entre os índios e Satã. As mencio-
nadas práticas, porém, originavam-se do 
Diabo e não provinham da natureza dos 
nativos. Os relatos jamais demonstraram a 
irreversibilidade dos costumes indígenas, 
cabendo aos padres a tarefa de transfor-
má-los em fiéis aliados. (RAMINELLI, 1996, 
p. 19).
Essa visão tornou-
-se predominante a par-
tir do final do século XVI. 
Mesmo não sendo res-
ponsáveis pelo mal em si, 
os nativos deveriam ser 
punidos e purificados. 
Para a salvação seria ne-
cessária a expiação dos 
pecados (humilhação, 
humildade, trabalho). 
Para tanto, temos uma 
verdadeira “Cruzada” 
contra o mal na Améri-
ca. Os jesuítas, em especial, formam um poderoso 
exército para combater e expulsar o demônio des-
sas terras, mesmo que isso significasse a morte de 
milhares de nativos. A escravidão, as doenças, a in-
quisição e a catequese massacraram a população, 
a cultura e a religião indígena. 
O PROCESSO DE CONVERSÃO: 
CATEQUESE E INQUISIÇÃO2
AtençãoAtenção
O diferente sempre foi associado ao mal 
pelo ocidente cristão. A luta do bem (re-
presentado por Cristo e pela Igreja) contra 
o mal (representado pelo demônio e os 
seus seguidores) marcava a mentalidade 
europeia. O processo de expansão marí-
tima possibilitou a difusão da fé católica 
entre os povos bárbaros (ameríndios e, 
também, africanos). Dessa forma, Igreja e 
Estado acabam se entrelaçando no con-
trole das colônias, melhor exemplo disso 
foi o envio de missões para a América e o 
poder que a Igreja exercia no Brasil
DicionárioDicionário
Heresia trata-se de doutrinas contrárias à fé 
cristã. Atos ofensivos à Igreja. Os hereges eram 
perseguidos e punidos pela Igreja.
Luiz Antonio Dias
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
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Os nativos, porém, nem sempre aceitaram 
passivamente a evangelização, reagiam de forma 
violenta ou deturpavam os ensinamentos. Com re-
lação aos negros, a situação não foi muito diferente. 
Os cativos, antes do embarque nas costas africanas, 
deveriam receber o batismo e, posteriormente, na 
colônia conseguiriam a salvação da alma através 
da penitência e purgação dos pecados. Nesse sen-
tido, existia a perspectiva de uma “escravidão liber-
tadora”. Segundo Alencastro (2000), a Igreja tolera-
va a escravidão, tanto de índios quanto de negros, 
pois isso facilitaria a catequese.
No mesmo sentido, as garras da Inquisição 
também abateram muitos negros. Nos registros 
das visitações do Santo Ofício ao Brasil existem 
vários processos contra negros acusados de here-
sias diversas, feitiçaria, devassidão sexual etc. Além 
disso, a própria religiosidade negra não foi comple-
tamente abandonada com o processo de conver-
são ao cristianismo. Ocorreu, em muitos casos, um 
sincretismo religioso (mistura entre elementos das 
religiões africanas com os do cristianismo) e, tam-
bém, foi muito comum a manutenção dissimulada 
de práticas pagãs.
Podemos perceber que, a exemplo dos nati-
vos, o massacre dos negros não foi operado apenas 
pela escravidão e péssimas condições de vida, mas 
também pela Igreja e o processo de conversão.
Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos:
1. O processo de conversão e catequese dos nativos e dos negros;
2. O massacre cultural;
3. As resistências de nativos e negros.
2.1 Resumo do Capítulo
Saiba maisSaiba mais
Acredita-se que em 1500 existiam entre 
cinco e seis milhões de índios no Brasil, 
atualmente a Fundação Nacional do Ín-
dio (Funai) calcula que a população indí-
gena não chegue a 500 mil. Para a Igreja, 
no entanto, a salvação da alma dos nati-
vos era fundamental.
Cultura Afro-Indígena Brasileira
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
2.2 Atividades Propostas
Agora vamos avaliar a sua compreensão. Leia e reflita sobre o texto, em seguida responda às ques-
tões propostas:
“A religião dos tupinambás”
A mentalidade etnocêntrica, reforçada pelo cristianismo da época da Reforma, aparece entre 
os cronistas-viajantes, principalmente quando eles tratam das crenças espirituais dos tupinambás.
Para Jean de Léry, que era fervoroso calvinista, só o deus e as práticas religiosas dos cristãos 
tinham validade, enquanto as crenças dos índios eram absurdas e produto do estado de selvage-
ria em que viviam [...]. No entanto o próprio cronista, caído em certa contradição, afirmava que 
os índios, mesmo não adorando deuses, acreditavam na imortalidade da alma. Principalmente os 
guerreiros, que matavam e comiam muitos inimigos, vingando os seus antepassados, ao morrerem 
iriam para uma espécie de paraíso, onde poderiam dançar e se regozijar de várias outras formas.
Acreditavam também em espíritos malignos e numa espécie de diabo: chamado Ainnham. 
Este podia assumir a forma de animais e freqüentemente atormentava os vivos, em especial os co-
vardes (depois de sua morte), numa espécie de inferno.
Figuras importantes, em termos da vida religiosa, eram os caraíbas, denominados pajés por 
Hans Staden, que, segundo vários cronistas, eram apenas trapaceiros que exploravam a crença in-
gênua dos índios.
Esses caraíbas andavam pelas diversas aldeias. Acreditava-se que se comunicavam com os 
espíritos e realizavam curas. Periodicamente presidiam cerimônias que reuniam aldeias inteiras, 
exorcizando demônios, pedindo sucesso na guerra, fertilidade da terra e caça e pesca abundantes.
Léry presenciou uma dessas cerimônias e a descreveu de maneira pormenorizada. Nelas, os 
participantes entravam em transe depois de cantar, dançar, tomar cauim e substâncias alucinóge-
nas.
Para o cristão Léry, esses rituais eram apenas ‘macaquices’. No entanto, ele parece se desmen-
tir quando diz que ficou impressionado com as cerimônias a que assistiu e particularmente com 
a música cantada pelos tupinambás e que ele conseguiu anotar. Muitos anos depois ele diria: “E 
ainda hoje quando recordo essa cena sinto palpitar o coração e parece-me a estar ouvindo.”
Sintetizando, podemos dizer que os cronistas-viajantes, assim como os colonizadores em 
geral, não compreenderam, ou não quiseram compreender, as práticas religiosas dos índios. Foi 
grande o esforço dos brancos, tanto católicos como protestantes, para destruir essas crenças e, 
em especial, para desmoralizar os caraíbas, particularmente no tocante às suas atividades de curar 
doenças. Esta foi uma das formas mais eficientes de implantar o cristianismo e a dominação colo-
nial em sociedades indígenas, que passaram a viver um processo de rápidas mudanças.
Fonte: Campos (1998, p. 54-55).
Luiz AntonioDias
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
A partir do texto anterior, da apostila e das aulas, assinale a alternativa correta:
1. Segundo o viajante Jean de Léry, os nativos:
a) Não tinham crenças sobrenaturais.
b) Eram cristãos e, portanto, acreditavam em Deus, no paraíso e no inferno.
c) Acreditavam na imortalidade da alma, na remissão dos pecados, na salvação e na vida eter-
na.
d) Acreditavam na existência de espíritos malignos punitivos.
2. A perseguição, punição e desmoralização dos pajés foram fundamentais para:
a) Implantar o cristianismo entre os nativos.
b) Promover uma valorização da cultura negra.
c) Reduzir as punições de Ainnham aos indígenas covardes.
d) Eliminar, completamente, a crença dos nativos no sobrenatural.
3. Segundo vários cronistas, os caraíbas eram:
a) Indivíduos que aumentavam as colheitas.
b) Demônios que aterrorizavam os nativos.
c) Charlatões que exploravam a ingenuidade dos nativos.
d) Espíritos dos guerreiros que morreram em combate.
4. Podemos perceber, a partir da leitura do texto, que: 
a) A preocupação dos europeus em preservar a cultura nativa.
b) A valorização dos bens materiais pelos europeus.
c) A inexistência de rituais religiosos entre os nativos. 
d) A ideia de superioridade cultural dos europeus.
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15
Caro(a) aluno(a), neste capítulo buscaremos 
compreender um pouco melhor quem somos.
A formação do povo e da cultura brasileira, 
como percebemos hoje, sofreu influências dos po-
vos indígenas e africanos. No entanto, essas contri-
buições foram desiguais. A maior proximidade en-
tre brancos e negros possibilitou um intercâmbio 
cultural mais efetivo. 
Além disso, a grande diferença social e cultu-
ral entre nativos e europeus impediu a valorização 
da cultura indígena. Ao contrário das grandes civi-
lizações existentes no México e nas regiões andi-
nas (Incas, Maias, Astecas), no Brasil a organização 
social, os padrões de comportamento e os valores 
eram muito diferentes dos europeus. Os nativos 
brasileiros sempre foram vistos pelos colonizado-
res e cronistas da época como inferiores. O índio 
começou a ser valorizado – e idealizado – somente 
no final do século XIX, quando intelectuais brasi-
leiros começam a buscar o “verdadeiro brasileiro”.
De qualquer forma, também percebemos, 
principalmente na língua e em alguns nomes pró-
prios, a contribuição indígena. Além disso, houve 
uma grande influência na chamada “medicina po-
pular” – duramente combatida pela Igreja – com-
posta por ervas e “beberagens”.
Assim como entre os negros, existe uma di-
versidade cultural muito grande entre os nativos, 
mas existem algumas características mais comuns, 
como, por exemplo, a pouca preocupação com o 
acúmulo de bens e riquezas. Isso motivou diferen-
tes teorias, sempre vinculadas às ideias predomi-
nantes na época como, por exemplo, a inaptidão 
do índio para o trabalho e sua “preguiça biológica”, 
muito presentes nos documentos do período colo-
nial. Essa perspectiva evidencia-se nesta descrição 
de um religioso do século XVI:
O irmão António Blazquez descreveu 
as choças indígenas, representando-as 
como o purgatório [...]. As casas eram es-
curas, fedorentas e ‘afumadas’, nelas havia 
uns cântaros semelhantes às caldeiras do 
Inferno. No interior das cabanas, os na-
turais permaneciam na imundície, pois a 
preguiça impedia-os de fazer suas neces-
sidades nos locais adequados. E assim uri-
navam nas redes, que logo apodreciam e 
exalavam aroma repugnante. (RAMINELLI, 
1996, p. 117).
Ou, por outro lado, existiu também uma idea-
lização do índio, que não se corrompeu diante de 
bens materiais, que preserva a natureza, vive em 
grande harmonia social e em perfeita comunhão 
com os seus semelhantes. Essa visão que surgiu no 
final do século XIX ainda é comum.
Essas ideias entram em choque com alguns 
aspectos muito reais do cotidiano indígena. 
Acredita-se que em nenhum dos casos te-
mos uma perspectiva correta dos povos indígenas, 
eles de fato possuem uma relação diferente com 
a terra – e isso deve ser levado em consideração 
nos processos de demarcação de terras indígenas, 
por exemplo. No entanto, também buscam uma 
interação com a sociedade branca e, consequente-
ÍNDIOS, NEGROS E 
CULTURA BRASILEIRA3
Saiba maisSaiba mais
As guerras entre as tribos eram extrema-
mente comuns, inclusive com a escra-
vidão dos derrotados e com rituais de 
antropofagia. Era comum, entre vários 
grupos indígenas, devorar o inimigo; bus-
cava-se adquirir as qualidades do guerrei-
ro morto por meio desses rituais.
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16
mente, assimilam valores da nossa cultura, como a 
ideia de acumulação e consumo.
No aspecto religioso, existia uma grande di-
versidade, no entanto, com uma estruturação co-
mum: crença nas forças da natureza, vistas como 
deuses e/ou espíritos; cultos aos antepassados 
(acreditava-se na permanência dos espíritos); im-
portância do pajé, espécie de sacerdote que inter-
mediava a relação dos índios com o mundo mági-
co, além disso, o pajé conhecia profundamente os 
mitos e curas (através de ervas), o que lhe conferia 
um grande poder entre os nativos.
Devemos destacar que a exemplo de várias 
mitologias politeístas, entre os nativos não existia 
a ideia de “bem” ou “mal” absolutos, representados 
por um deus. Os nativos acreditavam que os deu-
ses e espíritos eram apenas “caprichosos” – como, 
de fato, se apresentam as forças da natureza – des-
sa forma, deveriam buscar sua proteção e ajuda 
através de rituais, danças e oferendas. O Sol – vis-
to como um deus – que poderia ajudar o cultivo, 
também poderia destruir uma plantação, portanto 
o indígena deveria agradar o deus. Essa interpreta-
ção das vontades, caprichos e significados dos atos 
dos deuses era feita pelo pajé. 
Justamente, por isso, existia uma grande riva-
lidade – e, consequentemente, perseguição – entre 
os pajés e os religiosos. Nesse sentido, a Inquisição 
foi implacável com as pajelanças e contribuiu para 
a destruição da cultura indígena.
Aos índios caberia escolher entre o rigor 
da escravidão e a proteção dos jesuítas. 
Comumente, preferiam a segunda alterna-
tiva, porém ela mostrava-se tão destrutiva 
quanto a primeira. Os padres interferiam 
abertamente nos costumes indígenas, 
fazendo-os abandonar práticas perpe-
tuadas por seus ancestrais. Os religiosos 
lançaram-se contra os padrões da cultura 
dos índios da costa do Brasil. A poligamia, 
o casamento entre primos, a antropofagia 
e a guerra foram duramente perseguidos 
e extintos entre as populações que viviam 
nas áreas colonizadas. Nesse sentido, os 
projetos coloniais minavam os pilares da 
tradição tupinambá. (RAMINELLI, 1996, p. 
14).
De fato, a possibilidade de manter as tradi-
ções era muito reduzida diante do ímpeto dos 
portugueses em converter os nativos e “expulsar o 
demônio dessas terras”. Ao lado da estrutura eco-
nômica de exploração – da colônia, dos nativos e 
dos negros – existia, também, uma estrutura de 
“purificação” de todos eles.
A diversidade cultural, linguística e religiosa 
também era muito forte no continente africano, 
dessa forma, temos diferentes contribuições à cul-
tura brasileira. Vários grupos distintos entraram no 
Brasil, ao longo de três séculos de tráfico negreiro.
Apesar dessa diversidade, a maior parte dos 
escravos que entraram no Brasil era originária da 
região de Congo, Angola e Moçambique. De qual-
quer forma, apresentavam um padrão cultural, 
sexual e religioso muito diferente daquele vistos 
como corretos pelos portugueses. Portanto, a re-
pressão e tentativas de “enquadramento” foram 
comuns sobre os negros.
No aspecto sexual, predominava a poligamia, 
considerada pela igreja como uma heresia e passí-vel de forte punição. A homossexualidade também 
não era incomum entre os africanos, em especial 
na região de Congo e Angola, onde inclusive era 
institucionalizada através dos quimbandas.
A religiosidade negra, de forma geral, era 
marcada por características1 comuns aos ritos pa-
gãos – diversidade de deuses (orixás), mitos funda-
dores, ausência de bem e mal absolutos. Quando 
eram embarcados na África, os negros eram bati-
zados e convertidos ao catolicismo, isso, no entan-
to, não significava professar a fé cristã, muito pelo 
contrário, a maioria dos negros continuava a crer 
em seus orixás.
Percebemos essa permanência na constru-
ção do candomblé, no qual ocorre uma forte in-
fluência das estruturas dos iorubás (sudaneses), 
mas também de outros povos. Percebemos, no 
Brasil, uma grande mistura entre as “culturas africa-
DicionárioDicionário
Quimbandas eram os homossexuais masculinos.
1 Exceto pelos grupos islamizados, originários principalmente do norte da atual Nigéria. Esses indivíduos foram chamados de 
Malês (na Bahia) ou Alufás (no Rio de Janeiro) e buscaram, na medida do possível, manter sua religiosidade.
Cultura Afro-Indígena Brasileira
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17
nas”, em parte, devido à mistura étnica aqui ocor-
rida e também a partir do crescimento do núme-
ro de negros nascidos no Brasil, que perdem suas 
origens africanas. Apesar disso, o candomblé, que 
surgiu na metade do século XIX, foi a melhor re-
constituição da cultura negra e, apesar de revezes, 
mantêm-se forte até hoje.
Podemos destacar como características bási-
cas do candomblé:
a) Grande mistura de cultos, mitos e ceri-
mônias. Culto aos orixás (de cada família, 
de cada região). Além disso, existe o cul-
to comum a Exu (elemento que estabele-
ce a ligação entre os homens e as divin-
dades);
b) Culto ao orixá da adivinhação, Orunmilá, 
por uma confraria de sacerdotes (baba-
laôs), esse culto é importante para buscar 
previsões e entender os desígnios dos 
deuses. Somente a partir da interpreta-
ção dos mitos pode-se explicar o mundo;
c) Culto dirigido pelo chefe masculino ou 
feminino, o orixá do fundador do grupo 
torna-se o orixá de toda a comunidade;
d) Em cada grupo, ou região, a “nação afri-
cana” que o identifica é a que mais lhe 
fornece elementos, no entanto, ocorre 
uma forte mistura com elementos de ou-
tras “nações”.
A religião, para o negro, tornou-se uma espé-
cie de refúgio idílico capaz de atenuar as agruras 
do cotidiano.
Com o fim da escravidão e com a formação 
da sociedade de classes – a partir de 1889, com o 
advento da República –, as organizações de castas 
e étnicas perderam o sentido. Dessa forma, vários 
aspectos da cultura africana foram absorvidos pela 
cultura nacional.
No início do século XX, isso se tornou mais 
forte: a sobrevivência da cultura negra dependia da 
possibilidade de ser absorvida pela cultura branca. 
Na música, o lundu – ritmo de origem africana – le-
vou ao choro; a batida do candomblé influenciou o 
samba das classes médias. Na religião, a umbanda 
tornou-se mais aceitável, porque ocorreu um for-
te processo de miscigenação e branqueamento. 
Aliás, o culto religioso, na umbanda, deixa de ser 
apenas de afrodescendentes. Os próprios antepas-
sados deixam de ser os heróis africanos, mas sim 
os líderes de terreiros. Dessa forma, o mito passa a 
fazer sentido também para o branco que aderiu à 
umbanda; os orixás tornam-se universais e deixam 
de ser fonte de memória e identidade do negro.
Na segunda metade do século XX, a socieda-
de branca passou a incluir-se no candomblé, que 
deixou de ser exótico e tornou-se comum. A cultu-
ra de uma minoria tornou-se objeto de consumo 
de todos. 
Do Brasil de hoje se faz a África de ontem, 
África simbólica que é memória e identi-
dade possíveis aos afro-descendentes. O 
candomblé, nesse processo, deixa de ser 
religião e passa a funcionar apenas como 
fonte idealizada de identidade, mesmo 
porque o candomblé não tem a menor dis-
posição de se enfileirar com o movimento 
de afirmação do negro; pais e mães-de-
-santo, muitos deles brancos ou mestiços, 
querem ser apenas líderes religiosos [...]. O 
candomblé tornou-se religião universal, já 
não pertence a raça ou etnias definidas, é 
religião ‘para todos nós’, para todos os bra-
sileiros. (PRANDI, 2005, p. 173).
Dessa forma, a religiosidade negra, pelas 
perseguições da Igreja ou do Estado, só sobreviveu 
porque se reinventou a cada dia, tornando-se mais 
próxima dos padrões religiosos europeus; além 
disso, promoveu um processo de aproximação e 
sincretismo religioso, tomando emprestados san-
tos católicos para representar seus orixás. Um pro-
cesso de constante luta e resistência.
AtençãoAtenção
Esse processo de valorização da cultura 
negra ocorreu juntamente com movi-
mentos de minorias, que buscavam iden-
tidade. Dessa forma, a reconstituição do 
passado dos negros, que orienta a cons-
trução da identidade, só pode ser feita a 
partir da cultura brasileira. A negritude só 
pode ser afirmada como brasileira (daí a 
cultura “afro-brasileira”). 
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Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos os seguintes temas:
ƒƒ Cultura e religiosidade indígena.
ƒƒ Cultura e religiosidade negra.
ƒƒ Processo de formação da cultura brasileira a partir desses elementos.
ƒƒ Os sincretismos.
3.1 Resumo do Capítulo
3.2 Atividades Propostas
Agora vamos verificar como foi a compreensão do capítulo, respondendo às questões a seguir:
1. A religiosidade nativa apresentava uma grande diversidade, no entanto algumas característi-
cas eram muito comuns entre vários povos, dentre elas podemos destacar:
2. Com relação à religiosidade negra no Brasil, durante o período colonial, podemos afirmar que 
ela:
3. Com relação ao candomblé, podemos afirmar que:
a) A pajelança.
b) O monoteísmo.
c) O salvacionismo.
d) O messianismo.
e) As oferendas aos orixás.
a) Foi tolerada pela Igreja Católica.
b) Foi completamente extinta através da ação da Inquisição.
c) Apresentava um grande sincretismo.
d) Era monoteísta.
e) Tornou-se a religião oficial do Brasil colonial.
a) É uma religião africana.
b) Sempre foi tolerada pela Igreja católica e pelo Estado brasileiro.
c) Sofreu forte influência dos iorubas.
d) É uma religião monoteísta.
e) Foi criado no século XX como uma tentativa de “branquear” a umbanda.
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Caros(as) alunos(as), neste capítulo veremos 
que além da resistência cultural e religiosa, tam-
bém temos a luta mais visível: as fugas, os quilom-
bos, os homicídios e os suicídios. Quando falamos 
em quilombos, a primeira ideia que vem à mente 
é o Quilombo de Palmares. De fato, tornou-se um 
símbolo de resistência à escravidão, mas Palmares 
não foi o único, existiram centenas de quilombos 
em várias partes do Brasil e em vários períodos da 
história.
Palmares destacou-se pela sua grandiosida-
de. Localizado na capitania de Pernambuco, che-
gou a contar com vinte mil habitantes. Surgiu por 
volta do início do século XVII e durou até o início 
do XVIII, quando foram definitivamente massacra-
dos após um longo período de guerras. Em 20 de 
novembro de 1695, Zumbi – a principal liderança 
militar de Palmares – foi assassinado. Cabe desta-
car que Zumbi tornou-se um mito e símbolo da 
resistência negra, mas não foi a única liderança 
importante, assim como Palmares não foi o único 
quilombo.
Dessa maneira, devemos entender os qui-
lombos como forma importante de resistência ao 
escravismo e, consequentemente, pensar o escra-
vo como um sujeito histórico.
Além disso, os negros – escravos ou forros 
(ex-escravos) – também se envolveram em ou-
tras revoltas mais amplas pela liberdade da colô-
nia. Essas revoltasde cunho mais popular sempre 
evidenciavam as desigualdades raciais e sociais, e 
os projetos de nação passavam sempre por ideais 
de igualdade e liberdade. Justamente por isso, es-
sas lutas pela independência (Conjuração Baiana, 
Insurreição Pernambucana) geraram entre a elite 
uma grande preocupação com o potencial revo-
lucionário das massas populares e, também, com 
o choque racial/social. Dessa forma, a elite brasi-
leira e portuguesa optou por uma independência 
“negociada”. A independência brasileira (07 de se-
tembro de 1822) preservou a antiga ordem social, 
manteve a escravidão e a estrutura fundiária.
Mesmo depois da independência, as mani-
festações de insatisfação popular continuaram, 
evidenciando o descontentamento com esse Im-
pério nascente. Uma trova (COSTA, 1973, p. 98-99) 
de 1823 exemplifica essa situação e dá uma dimen-
são do medo de um choque social/racial:
4 LUTAS E RESISTÊNCIAS
DicionárioDicionário
Os quilombos eram aldeamentos de negros fugi-
tivos, estes chamados de quilombolas
Saiba maisSaiba mais
No século XVIII, apenas na região das 
Minas, contabilizam-se quase duzentos 
quilombos. Cada quilombo possui sua 
especificidade e número de integrantes, 
podendo variar de uma dezena a mais 
de mil indivíduos. As atividades desen-
volvidas pelos quilombolas também 
eram variadas: mineração, lavoura, caça. 
A própria relação com a “vizinhança” – 
maior isolamento ou maior relaciona-
mento – também variava. Aliás, esse re-
lacionamento era vantajoso para todas 
as partes (negros, comerciantes, contra-
bandista etc.), por isso o governo sem-
pre tentou impedir essa relação.
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Marinheiros e caiados / todos devem se acabar
Porque só pardos e pretos / o País hão de habitar.
Essa trova nos dá uma ideia do país que co-
meçava a ser construído em 1822.
AtençãoAtenção
A situação de confronto entre escravos 
e brancos, senhores ou não, continuou 
se agravando e, desde o início do sécu-
lo XIX, suscitando discussões acaloradas 
e teorias sobre o melhor caminho para a 
sociedade brasileira. De forma geral, os 
projetos passavam pela necessidade da 
abolição da escravidão.
4.1 Resumo do Capítulo
4.2 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a), neste capítulo tivemos a oportunidade de conhecer:
ƒƒ As diversas formas de lutas dos negros.
ƒƒ A importância dos quilombos na luta negra.
ƒƒ O choque racial que avançou ao longo do Império.
Agora, vamos verificar a compreensão do capítulo respondendo às questões a seguir:
1. Com relação ao quilombo de Palmares podemos afirmar que:
a) Foi o único quilombo existente na região de Pernambuco, no século XVI, daí sua importân-
cia. 
b) Suas principais lideranças foram Canga Zumba e Negro Cosme.
c) Ele não teve grande importância na luta negra contra a escravidão.
d) Ele se destacou pela sua grandiosidade, localizado na capitania de Pernambuco, chegou a 
contar com mais de vinte mil habitantes.
e) Ele não representou, em nenhum momento, uma resistência ao sistema escravista.
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2. Sobre os quilombos, podemos afirmar que:
a) Eram agrupamentos de indígenas aprisionados para a catequese.
b) Existiram em pequena quantidade e não se constituíram como forma de luta contra a es-
cravidão.
c) Após a destruição do Quilombo de Palmares, em 20/11/1695, não surgiram novos quilom-
bos.
d) Não representaram, em nenhum momento, risco ao escravismo.
e) Cada quilombo possui sua especificidade e número de integrantes, podendo variar de uma 
dezena a mais de mil indivíduos.
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Caros(as) alunos(as), agora que já entende-
mos a escravidão e as lutas dos escravos, chegou 
o momento de entendermos como esse sistema 
chegou ao seu final.
Em 1850, o Tráfico Negreiro foi extinto pela 
da Lei Eusébio de Queiroz, dando a ideia que a 
própria escravidão logo chegaria ao fim. Em 13 de 
maio de 1888, a Lei Áurea acabou com a escravi-
dão no Brasil. Esse processo pode ser analisado de 
várias formas:
a) Em uma visão mais tradicional e em de-
suso, a abolição foi obra do caráter cari-
doso da Princesa Isabel, que já havia pro-
mulgado, em 1871, a Lei do Ventre Livre;
b) Questões econômicas, que passavam 
pela pressão britânica, com o objetivo 
de criar um mercado consumidor para 
seus produtos, e pelo surgimento de 
uma nova classe: a burguesia do café 
no Oeste Paulista (tese defendida, com 
poucas variações, por Fernando Henri-
que Cardoso, Otavio Ianni, Celso Furtado 
e Sérgio Buarque de Holanda). Essa bur-
guesia percebeu a falta de produtividade 
da mão de obra escrava e a possibilidade 
de ampliação do mercado consumidor 
interno para seus produtos. Dessa forma, 
apoiou a abolição, financiando e partici-
pando do movimento abolicionista;
c) Finalmente, uma nova produção histo-
riográfica, sobretudo do final dos anos 
1980 (AZEVEDO, 1987; CHALHOUB, 
1990), mostra a forte participação dos 
negros no processo de abolição, pressio-
nando, por meio de atitudes cotidianas – 
fugas, rebeliões, assassinatos –, as elites, 
que, temerosas do acirramento do con-
flito, optaram por uma saída honrosa: a 
concessão da liberdade.
Ainda dentro dessa terceira explicação, po-
demos perceber nas décadas de 1860-70, na pro-
víncia de São Paulo, um aumento considerável das 
revoltas e assassinatos cometidos por escravos e 
diminuição das fugas. Segundo Azevedo (1987), 
ocorreu, a partir de 1860, um aumento da reação 
negra nas fazendas e diminuição dos quilombos. 
Entre os motivos podemos destacar: 
a) Abrandamento da punição a crimes: a 
partir de 1857, as galés perpétuas pas-
saram a ter a pena máxima (ao invés da 
pena de morte prevista pela Lei de 10 de 
julho de 1835); 
b) A expansão das plantações de café di-
minuiu as matas e ampliou as vias de 
comunicação, dificultando a criação de 
quilombos; 
c) Negros recém-ingressos em São Paulo, 
que não conheciam a região.
5 O PROCESSO DE ABOLIÇÃO
AtençãoAtenção
Dentro desse terceiro modelo explicati-
vo, a afirmação – muito comum nos livros 
didáticos – de que os negros receberam 
um impulso inicial da elite branca e abo-
licionista para se rebelarem e fugirem (na 
década de 1880) é equivocada. Isso ocor-
reu porque a historiografia não percebeu 
as várias formas e possibilidades de resis-
tência (vistas como desordem).
DicionárioDicionário
Galés perpétuas significa trabalhos forçados. O indi-
víduo tornava-se uma espécie de escravo público.
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Justamente esses negros recém-chegados 
do nordeste açucareiro, em crise, foram aponta-
dos como os principais elementos envolvidos em 
crimes. O “escravo mau, vindo do Norte” tornou-se 
sinônimo de “negro violento”. Para o presidente da 
província, em 1872, apenas o fim da escravidão po-
ria fim a essa barbárie.
Qualquer indivíduo corria o risco de ser ata-
cado por escravos fugitivos. Azevedo (1987) apre-
senta vários relatórios policiais do período, nos 
quais se evidencia que as principais vítimas eram 
senhores e feitores, mas qualquer um podia tornar-
-se vítima da violência:
Na fazenda de D. Maria Caetana de Olivei-
ra, o escravo Venâncio assassinou o feitor 
Boaventura Moreira da Silva, na noite de 
18 de maio, e, no dia seguinte, apresentou-
-se na cadeia pedindo que o prendessem 
porque tinha sido o autor de uma morte. 
A divulgação do fato foi demorada por-
que o escravo assassinou o feitor quando 
este dormia, mutilando-lhe o corpo com 
golpes de enxada. (RELATÓRIO POLICIAL, 
1874 apud AZEVEDO, 1987, grifo nosso).
Devemos destacar que o escravo apresen-
tou-se à polícia. Poderia ter fugido, mas preferiu ser 
preso a correr o risco de ser capturado e reescravi-zado pelo senhor. Ironia do destino: preso, porém 
liberto do cativeiro.
De qualquer forma, é importante discutir 
a união dos vários fatores que levaram ao fim da 
escravidão: econômicos, ação dos negros, fim do 
tráfico, evolução dos costumes sociais e políticos 
etc., caso contrário, a libertação poderia ter ocor-
rido antes.
Saiba maisSaiba mais
O crime poderia atingir qualquer pes-
soa, quando o intuito não se resumisse à 
vingança. Essa situação contribuía para 
o aumento da sensação de insegurança 
e da possibilidade de um “acerto final de 
contas” entre negros e brancos. Nesse 
sentido, a Lei Áurea, sem restrições – na 
época aventou-se a hipótese de um pe-
ríodo de trabalho compulsório para os 
negros libertos – foi a melhor forma de 
evitar uma revolta ainda maior.
Caro(a) aluno(a), neste capítulo discutimos as várias possibilidades de entendimento do processo 
de abolição e a importância do debate historiográfico para o aprofundamento da análise.
5.1 Resumo do Capítulo
5.2 Atividades Propostas
Agora, vamos realizar algumas atividades para verificarmos a compreensão do conteúdo:
1. A Lei Eusébio de Queiroz, de 1850, foi responsável pelo fim:
a) Da escravidão negra no Brasil.
b) Do tráfico negreiro para o Brasil.
c) Da escravidão indígena no Brasil.
d) Da catequese no Brasil.
e) Da dominação portuguesa sobre o Brasil.
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2. Segundo Célia Marinho Azevedo (1987) – em sua obra Onda Negra, Medo Branco –, o fim da 
escravidão deve ser pensada, também, como consequência:
a) Da benevolência da Princesa Isabel, que promulgou a Lei Áurea em 13/05/1888.
b) Da necessidade de ampliar o mercado consumidor interno através da expansão do traba-
lho assalariado.
c) Da ação cotidiana dos negros.
d) Das pressões portuguesas contra o tráfico negreiro.
e) Do estabelecimento da escravidão indígena, mais lucrativa para os colonos.
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Caros(as) alunos(as), neste capítulo analisa-
remos um dos grandes problemas que ainda hoje 
preocupam o país, a questão do preconceito racial.
Desde o início do século XIX, percebemos 
uma grande preocupação com o povo brasileiro. 
Durante o Império, a preocupação intensifica-se e, 
ao final do século XIX, a História, a Sociologia e a 
Literatura estão em busca do “verdadeiro” brasilei-
ro, que não era o português (colonizador e explo-
rador), tampouco o negro (inferior, de acordo com 
as teorias da época). Para vários intelectuais, esse 
título pertencia aos índios, nada mais paradoxal, 
uma vez que o índio é anterior ao Brasil.
A maior preocupação da elite branca era com 
a integração do negro à sociedade após a abolição 
(nível econômico/produtivo e social/costumes). 
No imaginário da elite, criava-se a ideia – não de 
todo errada – de um país com supremacia de uma 
minoria branca oprimindo a maioria negra, o que 
gerava revoltas e atos de vingança.
Da mesma forma que a abolição, o imigran-
tismo também foi percebido de formas diferentes: 
pensando no aspecto econômico, o imigrantismo 
tinha como objetivo ampliar a produtividade da 
terra. Em 1847, o Senador Vergueiro introduziu o 
sistema de parceria: o colono era obrigado a ser-
vir por cinco anos e dividiam-se despesas, lucros 
e prejuízos. Esse sistema prendia o trabalhador ao 
seu senhor e gerou reações de países europeus. 
Posteriormente, criou-se o sistema de colonato em 
que o imigrante recebia, também, um salário.
Por outro lado, autores como Azevedo 
(1987), mostram que o imigrantismo esteve ligado, 
também, a projetos de branqueamento da popula-
ção. Através da análise dos projetos abolicionistas/
integracionistas ou abolicionistas/imigrantistas, 
fica evidente que uma parcela da elite buscava a 
eliminação do elemento negro. Dessa forma, o imi-
grantismo esteve ligado, também, a questões cul-
turais e ideológicas.
O índio por sua vez, vivia um momento de 
idealização. Conforme já apresentamos, os nati-
vos passaram a sintetizar a essência do brasileiro e, 
através da idealização, encontramos um brasileiro 
forte, corajoso, leal, honesto. Isso contrastava com 
a sociedade real, corrompida e violenta. A explica-
ção da degeneração social recaía sobre a mistura 
racial, sobre o elemento negro, considerado infe-
rior, violento e degenerado pelas teorias científicas 
do final do século XIX.
A imprensa também contribuiu para a cria-
ção, divulgação e consolidação de várias teses 
que sustentavam a inferioridade negra. Schwarcz 
(1987) resgata, com grande propriedade, a repre-
sentação dos negros nos jornais paulistanos no fi-
nal do século XIX. O negro era apresentado como 
violento, fruto da ira do negro contra o branco e de 
A IDEIA DE POVO: 
FORMAÇÃO E PRECONCEITO6
Saiba maisSaiba mais
Desde a década de 1820, surgem teorias 
para melhorar a “raça brasílica” – que seria 
a mistura de europeus, negros e indígenas. 
AtençãoAtenção
Dessa forma, todas as soluções – para evi-
tar o ódio racial – passavam pela busca 
da ideia de nação e nacionalidade, que 
poderia superar o choque racial. Pensar-
se “brasileiro”, antes de pensar-se “negro” 
ou “pobre”, seria uma possibilidade de 
evitar os enfrentamentos. Por outro lado, 
buscava-se, também, trazer imigrantes 
europeus para purificar a raça brasílica. 
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uma selvageria própria de indivíduos animalescos. 
Apresentavam uma incapacidade genética de se 
cuidarem, tornando-se presas fáceis para os vícios. 
Além disso, eram vistos como degenerados, em 
função de suas “práticas bárbaras” como o samba 
e a capoeira – inclusive considerada crime pelo có-
digo penal – que sempre acabavam em confusão e 
mortes. Aliás, em todos os crimes nos quais o crimi-
noso era desconhecido, suspeitava-se de negros.
Ribeiro (2004, p. 451) aponta essa ideia – 
equivocada – que se manteve presente ao longo 
do século XX: “Fala-se muito, também, da preguiça 
brasileira, atribuída tanto ao índio indolente, como 
ao negro fujão e até às classes dominantes vicio-
sas.” Dessa forma, acaba ganhando corpo a ideia de 
melhoria da raça com o imigrantismo e também a 
ideia de necessidade de montar um forte aparato 
repressivo para conter a violência e a vadiagem 
promovida pelo negro/pobre.
Nesse mesmo sentido, também percebemos 
uma tentativa de “melhorar” o indígena, no entan-
to isso não ocorreria através da miscigenação ra-
cial, mas sim por meio de uma nova visão sobre os 
nativos. Através, principalmente, da obra O Guarani 
– de José de Alencar, publicada, originalmente, em 
folhetins em um jornal carioca –, percebemos uma 
releitura do elemento indígena. O elemento central 
do romance é Peri, um índio guarani forte, valente, 
corajoso, ou seja, virtuoso. Além disso, o romance 
de Peri com a jovem Ceci – filha de um fidalgo por-
tuguês – representaria a união dos povos. Dessa 
forma, teríamos um povo originário da união de 
uma espécie de nobreza portuguesa (fidalgo) com 
o herói nativo, representado por Peri.
Somente no século XX, essas ideias de pure-
za racial, superioridade dos europeus e necessida-
de de melhorar a “raça brasílica” começaram a ser 
superadas. Especialmente após os estudos de Gil-
berto Freyre, que resultaram na obra-prima Casa-
-Grande & Senzala, publicada em 1933. Nessa obra, 
Freyre derruba mitos como a superioridade da cul-
tura europeia e mostra, pela primeira vez, o papel 
de negros e mulatos na história e na cultura brasi-
leira. No entanto, também cria outros mitos, como, 
por exemplo, a do “bom senhor”, da “docilidade” 
dos escravos e, principalmente, da “democracia 
racial”. 
A força, ou antes, a potencialidade da cul-
tura brasileira parece-nos residir toda na 
riqueza de antagonismos equilibrados [...]. 
Não que no brasileiro subsistamcomo no 
anglo-americano duas metades inimigas: 
a branca e a preta; o ex-senhor e o ex-
-escravo. De modo nenhum. Somos duas 
metades confraternizantes que se vêm 
mutuamente enriquecendo de valores e 
experiências diversas; quando nos com-
pletarmos num todo não será com o sa-
crifício de um elemento a outro. (FREYRE, 
1987, p. 377).
Nesse trecho, percebemos a importância da 
miscigenação racial, que criou um novo povo, di-
ferente e, em certa medida, melhor, pois vive em 
harmonia com suas diferenças, as quais são inte-
gradas.
A grande questão que se coloca é debater 
se, efetivamente, vivemos em uma “democracia ra-
cial”, se o brasileiro se vê como um povo mestiço, 
e se não existe, entre nós, racismo e preconceito. 
Somos, de fato, “duas metades confraternizantes”?
DicionárioDicionário
Democracia Racial traz a ideia de que, no Brasil, 
não existe preconceito racial, todos são iguais. 
Negros e brancos convivem dentro de uma certa 
ordem, com relativa proximidade.
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Caro(a) aluno(a), neste capítulo analisamos:
a) O processo de formação do povo brasileiro.
b) O elemento negro na formação do povo brasileiro.
c) O elemento indígena na formação do povo brasileiro.
d) A ideia de “democracia racial”.
6.1 Resumo do Capítulo
6.2 Atividade Proposta
Agora, devemos refletir um pouco sobre essas questões, analisando o texto a seguir e respondendo 
conforme solicitado:
Para Sérgio Buarque de Holanda seriam características nossas, herdadas dos iberos, sobran-
ceira hispânica, o desleixo e a plasticidade lusitanas, bem como o espírito aventureiro e o apreço à 
lealdade de uns e outros e, ainda, seu gosto maior pelo ócio do que pelo negócio. Da mistura de to-
dos esses ingredientes, resultaria uma certa frouxidão e anarquismo, a falta de coesão, a desordem, 
a indisciplina e a indolência. Mas derivariam delas, também, certo pendor para o mandonismo, 
para o autoritarismo e para a tirania [...].
Fala-se muito, também, da preguiça brasileira, atribuída tanto ao índio indolente, como ao 
negro fujão e até às classes dominantes viciosas. Tudo isso é duvidoso demais frente ao fato do 
que aqui se fez. E se fez muito, como a construção de toda uma civilização urbana nos séculos de 
vida colonial, incomparavelmente mais pujante e mais brilhante do que aquilo que se verificou na 
América do Norte, por exemplo. A questão que se põe é entender por que eles, tão pobres e atra-
sados, rezando em suas igrejas de tábua, sem destaque em qualquer área de criatividade cultural, 
ascenderam plenamente à civilização industrial, enquanto nós mergulhávamos no atraso.
As causas desse descompasso devem ser buscadas em outras áreas. O ruim aqui, e efetivo 
fator causal do atraso, é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da 
população, desde sempre sangrada para servir a desígnios alheios e opostos aos seus. Não há, nun-
ca houve, aqui um povo livre, regendo seu destino na busca de sua própria prosperidade. O que 
houve e o que há é uma massa de trabalhadores explorada, humilhada e ofendida por uma minoria 
dominante, espantosamente eficaz na formulação e manutenção de seu próprio projeto de pros-
peridade, sempre pronta a esmagar qualquer ameaça de reforma da ordem social vigente. 
Fonte: Ribeiro (2004, p. 451).
1. De acordo com Darcy Ribeiro, o povo brasileiro não pode ser considerado inferior. No entan-
to, as teorias do século XIX afirmavam essa inferioridade. Produzam um texto – refletindo e 
posicionando-se – sobre essas duas ideias. 
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Segundo dados da Funai (2010), existem 
hoje no Brasil cerca de 800 mil índios, distribuídos 
entre 225 sociedades indígenas. Além desses, es-
tima-se que existam pouco menos de 200 mil fora 
das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. A 
maior parte destes indígenas está em áreas mais 
afastadas. 
Os grupos que viviam no litoral, em especial 
os Tupis, foram praticamente dizimados durante o 
processo de colonização. Hoje, muitos vivem em 
núcleos urbanos, completamente descaracteriza-
dos. Tornaram-se miseráveis como qualquer bra-
sileiro. Paradoxalmente, foram integrados ao Brasil 
por meio da pobreza e marginalidade. 
Com relação à visão sobre os índios, perce-
bemos hoje um misto de tudo o que já foi pensado 
no Brasil. Ora o índio é idealizado – como superior, 
puro, defensor da natureza –, ora é visto como um 
sujeito incapaz que ocupa grandes áreas sem nada 
produzir, travando o desenvolvimento da região. 
No entanto, nas últimas décadas, percebe-
mos uma ampliação de estudos sobre os indígenas 
e maior preocupação do Estado com a sua preser-
vação cultural e física, o que possibilitou cresci-
mento demográfico nos últimos anos.
Com relação aos negros, também percebe-
mos velhos preconceitos e mitos escondidos sob 
uma suposta “democracia racial”. 
A característica distintiva do racismo bra-
sileiro é que ele não incide sobre a origem 
racial das pessoas, mas sobre a cor de sua 
pele [...]. Acresce que aqui se registra, tam-
bém, um branquização puramente social 
ou cultural [...]. Essa situação não chega a 
configurar uma democracia racial, como 
quis Gilberto Freyre e muita gente mais, 
tamanha é a carga de opressão, precon-
ceito e discriminação antinegro que ela 
encerra. [...], mas o certo é que contrasta 
muito, e contrasta para melhor, com as 
formas de preconceito propriamente ra-
cial que conduzem ao apartheid. (RIBEIRO, 
2004, p. 225-226).
De fato, percebemos que no Brasil existe a 
possibilidade de “deixar de ser negro” através da 
ascensão social. Caetano Veloso, na música Haiti, 
diz “quase pretos de tão pobres”; poderíamos dizer, 
também, “quase brancos de tão ricos” aos negros 
que ascendem socialmente e passam a ser trata-
dos como “brancos” pela sociedade.
NEGROS E ÍNDIOS DO BRASIL ATUAL7
AtençãoAtenção
No entanto, essa ideia não é um con-
senso. Alguns autores, como Guimarães 
(1998), afirmam que a discriminação ra-
cial no Brasil é camuflada, porque ten-
demos a atribuir a pobreza dos negros à 
discriminação de classe e isso nos levaria 
a duas armadilhas: 
a) Perde-se a dimensão do conceito de 
classe; 
b) Descarta-se o conceito de raça, mesmo 
que a discriminação seja motivada por 
questões raciais. Significa dizer que ne-
gros pobres sofrem maior preconceito 
do que apenas os pobres e, mais, a ori-
gem dessa pobreza estaria vinculada à 
cor do indivíduo.
Luiz Antonio Dias
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Percebemos hoje uma ampla – e positiva – 
discussão sobre esses preconceitos, sobre o racis-
mo e, até mesmo, sobre o conceito de raça. É co-
mum a utilização do conceito entre aspas (“raça”) 
para demonstrar seu caráter de construção social. 
No entanto, a ideia de raça é uma categoria indis-
pensável para organizar a resistência antirracista. 
Outro grande debate, presente na sociedade 
civil neste início de século XXI, diz respeito aos pro-
jetos e programas de políticas compensatórias, ou 
seja, compensar negros e índios pela exploração 
passada. Dentro desse debate, a discussão mais vi-
sível diz respeito ao sistema de cotas raciais nas 
universidades públicas. Existem duas visões dife-
rentes, dentro do próprio movimento negro e do 
debate acadêmico, sobre a Lei de Cotas e o Estatu-
to da Igualdade Racial. 
Aqueles que defendem as cotas argumen-
tam que seria uma forma de compensar a explo-
ração e segregação histórica desses grupos; além 
disso, atingiria apenas uma parte do sistema uni-
versitário e, finalmente, o aproveitamento dos co-
tistas não é inferior aos dos alunos que ingressaram 
pelo sistema tradicional. Nesse sentido, já existem 
dados confiáveis, em especial referentes às univer-
sidades estaduais do Rio de Janeiro, que utilizam osistema de cotas há vários anos.
O grupo contrário acredita que a ideia de 
raça está superada, que isso poderia levar a uma 
cisão da sociedade brasileira, efeito contrário do 
esperado. Além disso, o sistema de cotas não seria 
sustentável; nesse sentido, seria mais interessante 
investir em uma educação universal de qualidade. 
De qualquer forma, incontestável é a atual 
situação de marginalidade dos negros e índios no 
mercado de trabalho, na educação, sobretudo na 
educação superior e na divisão de renda.
DicionárioDicionário
Sistema de Cotas, referido no Projeto de Lei nº 
73/1999, Institui Sistema Especial de Reserva de 
Vagas para estudantes egressos de escolas públi-
cas, em especial negros e indígenas, nas institui-
ções públicas federais de educação superior.
Saiba maisSaiba mais
Quase 70% dos analfabetos são negros. 
(IBGE, 2008)
Rendimento e Jornada Total Homens Mulheres
Rendimento Médio (em R$) 878 1.051 652
Negros* 538 639 412
Não Negros** 1.033 1.236 765
Tabela 1 – Rendimento Real Médio no Trabalho Principal, por Sexo, segundo a Cor Região Metropoli-
tana de São Paulo – Ano 2000.
Fonte: Seade-Dieese (2011). Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
Legenda: *Negros: população preta e parda. **Não Negros: população branca e amarela.
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33
A Tabela 1 aponta para uma situação de infe-
rioridade dos negros no mercado de trabalho – e, 
em especial, das mulheres negras. De acordo com 
os dados apresentados, o indivíduo negro recebe 
em média pouco mais da metade do salário de um 
trabalhador branco. Dessa forma, podemos afirmar 
que, no mercado de trabalho, um branco equivale 
a dois negros, ou três negras.
As estatísticas demonstram que não ape-
nas o ponto de partida é desvantajoso (a 
herança do passado), mas que, em cada 
estágio da competição social, na educa-
ção e no mercado de trabalho, somam-se 
novas discriminações que aumentam tal 
desvantagem. Ou seja, as estatísticas de-
monstram que a desvantagem dos negros 
não é apenas decorrente do passado, mas 
é ampliada no tempo presente, através de 
discriminações. (GUIMARÃES, 1998, p. 67).
Um mercado de trabalho discriminatório, 
uma educação discriminatória (escolas com baixa 
qualidade dificultam o acesso ao ensino superior 
público) e um processo de urbanização discrimina-
tório (empurram pobres para áreas cada vez mais 
periféricas) tornam os negros “escravos da escravi-
dão”. Ou seja, marcados pelo passado e pelas ideias 
de inferioridade, continuam a ser discriminados no 
presente. Dessa forma, quais seriam as perspecti-
vas para o futuro?
Nós brasileiros, nesse quadro, somos um 
povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo 
mestiço na carne e no espírito, já que aqui 
a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. 
Nela fomos feitos e ainda continuamos 
nos fazendo. Essa massa de nativos oriun-
dos da mestiçagem viveu por séculos sem 
consciência de si, afundada na ninguen-
dade. Assim foi até se definir como uma 
nova identidade étnico-nacional, a de bra-
sileiros. Um povo, até hoje, em ser, na dura 
busca de seu destino. Olhando-os, ouvin-
do-os, é fácil perceber que são, de fato, 
uma nova romanidade, uma romanidade 
tardia mas melhor, porque lavada em san-
gue índio e sangue negro. (RIBEIRO, 2004, 
p. 453).
Sociedade em (re)construção, povo em (re)
construção, devemos pensar e discutir que futu-
ro queremos. Esse debate passa pela escola, pela 
educação, mas deve seguir adiante, em propostas, 
projetos e programas que, efetivamente, possam 
reduzir a desigualdade social e racial que hoje im-
pera.
Caro(a) aluno(a), neste capítulo mostramos a situação de indígenas e, principalmente, de negros 
no momento atual; isso é importante para termos uma ideia da necessidade da implantação de políticas 
públicas para a redução da desigualdade racial e, também, social.
Além disso, este capítulo apresentou o debate atual sobre essas políticas, sobretudo a polêmica 
sobre o sistema de cotas.
7.1 Resumo do Capítulo
Luiz Antonio Dias
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34
a) O fim da escravidão encerrou a desigualdade racial e social no Brasil.
b) O processo de democratização da sociedade brasileira ampliou a discriminação racial no 
Brasil.
c) O racismo e o preconceito foram difundidos pela imprensa.
d) A desigualdade não e fruto apenas do passado escravocrata, mas, também de discrimina-
ções do presente.
e) A “Democracia Racial” está, definitivamente, consolidada no Brasil.
7.2 Atividades Propostas
Agora vamos responder às questões a seguir para verificarmos a compreensão da discussão feita 
no capítulo:
1. “As estatísticas demonstram que não apenas o ponto de partida é desvantajoso (a herança do 
passado), mas que, em cada estágio da competição social, na educação e no mercado de tra-
balho, somam-se novas discriminações que aumentam tal desvantagem. Ou seja, as estatísti-
cas demonstram que a desvantagem dos negros não é apenas decorrente do passado, mas é 
ampliada no tempo presente, através de discriminações.” (GUIMARÃES, 1998, p. 68). Segundo 
esse trecho, podemos afirmar que:
2. Com relação ao atual mercado de trabalho, podemos afirmar que:
a) Não existe, como regra, a discriminação racial.
b) Homens negros recebem, em geral, um salário mais baixo que os homens brancos.
c) Existe discriminação racial, no entanto isso não se reflete nos salários.
d) Os homens negros apresentam, em média, rendimentos superiores aos homens brancos.
e) As estatísticas demonstram que os negros recebem salários semelhantes aos brancos.
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35
CAPíTULo 1
1. Caminha apresenta os nativos como seres puros, que seriam facilmente convertidos ao cris-
tianismo.
2. As condições eram péssimas, com jornadas de trabalho intensas, péssima alimentação e cas-
tigos físicos constantes.
CAPíTULo 2
1. d
2. a
3. c
4. d
CAPíTULo 3
1. a
2. c
3. c
CAPíTULo 4
1. d
2. e
CAPíTULo 5
1. b
2. b
CAPíTULo 6
1. A análise do capítulo e a compreensão do texto mostram que as teorias chamadas de cientí-
ficas, do século XIX, estavam carregadas de preconceitos, pois sustentavam a ideia de raças 
superiores e raças inferiores. Temos que levar em consideração que existia a necessidade de 
justificar a escravidão e a opressão dos negros e indígenas, além disso as elites não aceitavam 
o negro, em especial, como um dos elementos formadores do povo brasileiro.
CAPíTULo 7
1. b
2. b
RESPOSTAS COMENTADAS DAS 
ATIVIDADES PROPOSTAS
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37
ALENCASTRO, L. F. de. o trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia. das 
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Luiz Antonio Dias
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
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SOUZA, L. de M. e. Inferno atlântico: demonologia e colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.
 
	Cultura Afro-Indigena Brasileira_online2013_1
	 INTRODUÇÃO
	1
	O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO: ESCRAVIDÃO E OPRESSÃO
	1.2 Atividades Propostas
	1.1 Resumo do Capítulo
	2
	O PROCESSO DE CONVERSÃO: CATEQUESE E INQUISIÇÃO
	2.2 Atividades Propostas
	2.1 Resumo do Capítulo
	3
	ÍNDIOS, NEGROS E CULTURA BRASILEIRA
	3.2 Atividades Propostas
	3.1 Resumo do Capítulo
	4 LUTAS E RESISTÊNCIAS
	4.1 Resumo do Capítulo
	4.2 Atividades Propostas
	5 O PROCESSO DE ABOLIÇÃO
	5.1 Resumo do Capítulo
	5.2 Atividades Propostas
	6
	A IDEIA DE POVO: FORMAÇÃO E PRECONCEITO
	6.1 Resumo do Capítulo
	6.2 Atividades Propostas
	7
	NEGROS E ÍNDIOS DO BRASIL ATUAL
	7.2 Atividades Propostas
	7.1 Resumo do Capítulo
	RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS
	REFERÊNCIAS

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