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QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA (Gabarito) – 5,0 pontos (Conforme orientação na prova: 1,25 se acertou o gabarito e fundamentou todos os itens; 0,75 se acertou o gabarito e só justificou a correta; 0,50 se só marcou a correta) 1) Rogério, funcionário público municipal, no exercício de cargo em comissão, por ser pessoa de confiança dentro da estrutura da Administração Pública Direta, subtraiu, fora do horário de serviço, o laptop da repartição em que trabalhava. Para tanto, ele contou com a ajuda do primo João, que não tinha qualquer vínculo com o Poder Público, mas que, certamente, tinha conhecimento do cargo que Rogério exercia e da facilidade que teriam em razão do acesso ao local dos fatos. Ocorre que a conduta dos primos foi registrada pelas câmeras de segurança, sendo as imagens encaminhadas para a autoridade policial. Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Rogério configura crime de A) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena, em razão do cargo em comissão que exercia, respondendo João também pelo crime contra Administração Pública, apesar de este ser classificado como próprio. B) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João também pelo crime contra a Administração Pública, apesar da natureza própria do delito. C) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. D) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena em razão do cargo em comissão que exercia, respondendo João, porém, pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. E) furto qualificado pelo concurso de agentes, assim como João, já que os fatos ocorreram fora do horário de serviço. 2) Mariano, agente fiscal de rendas, constatou sonegação de impostos por parte da empresa Beta. No entanto, deixou de autuá-la, retardando a prática do ato de ofício, por ser amigo do sócio administrador da empresa. Porém, outro fiscal, sabendo do ocorrido, foi até a empresa e lavrou o auto de infração. Nesse caso, Mariano A) responderá por corrupção ativa. B) responderá por prevaricação na forma tentada. C) responderá por prevaricação na forma consumada. D) não responderá por delito algum, por ter sido o auto de infração lavrado por seu colega de função. E) responderá por excesso de exação na forma culposa. 3) Acerca dos crimes contra a administração pública, assinale a alternativa INCORRETA. A) O agente público comete crime de prevaricação quando retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica, contra disposição legal, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. B) A pena do crime de corrupção passiva é aumentada de um terço quando o funcionário público, em razão de vantagem ou promessa, retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. C) Quanto aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, é correto afirmar que o crime de concussão pode ser praticado por quem exerce cargo em entidade paraestatal. D) Apenas dinheiro, valores e bens móveis públicos constituem objeto do crime de peculato. 4) Considere a seguinte situação hipotética: Sócrates, funcionário público municipal concursado, exige, para si, diretamente em razão da função, vantagem indevida. Em tal hipótese, o referido funcionário estará cometendo o crime de A) peculato. B) concussão. C) prevaricação. D) corrupção ativa. E) corrupção passiva. 5) Cornélio, funcionário público, exercia suas funções na Circunscrição de Trânsito e recebeu quantia em dinheiro de uma autoescola para aprovação e fornecimento de carteira de habilitação aos candidatos nela matriculados, sem os necessários exames. Cornélio cometeu crime de A) concussão. B) corrupção ativa. C) prevaricação. D) corrupção passiva. E) peculato. QUESTÕES DISCURSIVAS (Gabarito) – 5,0 pontos DISC. 1 Juliano, retornando para casa após ir a uma festa com sua esposa, é parado em uma blitz de rotina. Ele fica bastante nervoso, pois sabe que seu carro está com a documentação totalmente irregular (IPVA atrasado, multas vencidas e vistoria não realizada) e, muito provavelmente, o veículo será rebocado para o depósito. Após determinar a parada do veículo, o policial solicita que Juliano saia do carro e exiba os documentos. Como havia diversos outros carros parados na fiscalização, forma-se uma fila de motoristas. Juliano, então, em pé, na fila, aguardando sua vez para exibir a documentação, fala baixinho à sua esposa: “Vou ver se tem jogo. Vou oferecer cem reais pra ele liberar a gente. O que você acha? Será que dá?”. O que Juliano não sabia, entretanto, é que exatamente atrás dele estava um policial que tudo escutara e, tão logo acaba de proferir as palavras à sua esposa, Juliano é preso em flagrante. Atordoado, ele pergunta: “O que eu fiz?”, momento em que o policial que efetuava o flagrante responde: “Tentativa de corrupção ativa!”. Atento(a) ao caso narrado e tendo como base apenas as informações descritas no enunciado, responda justificadamente, aos itens a seguir. A) É correto afirmar que Juliano deve responder por tentativa de corrupção ativa? (1,5 pontos) Não. O delito de corrupção ativa (artigo 333 do CP) é crime formal que não admite, via de regra, a modalidade tentada [0,5] (exceto, como exemplo recorrente na doutrina, se o crime for praticado via escritos) [0,25]. Além disso, percebe-se que o delito em análise sequer teve o início da execução [0,25] e, muito menos, atingiu a consumação. Isso porque a corrupção ativa somente se consuma com o efetivo oferecimento ou promessa de vantagem indevida, o que não ocorreu no caso narrado [0,25]. Consequentemente, a conduta levada a efeito por Juliano é atípica [0,25]. B) Caso o policial responsável por fiscalizar os documentos, observando a situação irregular de Juliano, solicitasse quantia em dinheiro para liberá-lo e, Juliano, por medo, pagasse tal quantia, ele (Juliano) responderia por corrupção ativa? O mero “sim” ou “não”, desprovido de justificativa ou mesmo com a indicação de justificativa inaplicável ao caso, não será pontuado. (1,0 ponto) Caso Juliano pagasse a quantia solicitada pelo policial ele não responderia por corrupção ativa pelo simples fato de que tal conduta sequer está descrita no tipo penal do artigo 333 do CP (oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público) [0,5], configurando, portanto, fato atípico [0,5]. DISC. 2 Uma chinesa de 37 anos foi presa pela Polícia Rodoviária Federal na BR-040. Ela transportava bolsas, carteiras e bijuterias falsificados em um veículo - as mercadorias não tinham nota fiscal. Ela partiu de São Paulo para Brasília (DF), onde disse à polícia que venderia os itens na Feira dos Importados. Segundo a PRF, os policiais abordaram o veículo às 9h, no km 100, em uma blitz. Eles suspeitaram de sobrecarga porque a suspensão do veículo estava rebaixada. A condutora do veículo, ao saber da prisão, tentou subornar os policiais oferecendo a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais). Discorra de forma fundamentada e justificada a qual(is) delito(s) corresponde o fato narrado. (2,5 pontos) Verifica-se a prática dos crimes de contrabando consumado (0,25), tipificado no art. 334-A, V (0,5), e crime de corrupção ativa consumado (0,25), tipificado no art. 333 (0,5), ambos do Código Penal em concurso material de crimes, nos termos do art. 69 do CP (0,25). Não há que se confundir com o crime de descaminho, uma vez que os produtos são falsificados, ou seja, importou mercadoria proibida (0,25). A autora não fará jus a qualquer benefício, nem mesmo o acordo de não persecução penal (ANPP), na forma do art. 28-A do CPP, pois as penas mínimas do crime de corrupção ativa (2 anos) e contrabando (2 anos)somadas em concurso material não são inferiores a 4 anos (0,5). Obs: Não se trata de receptação (art. 180 do CP), visto que a conduta se amolda de forma mais específica ao contrabando, por se tratar de aquisição, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial, mercadoria proibida pela lei brasileira (art. 334-A, V do CP). Aos que observaram outros tipos penais, tais como crimes contra o registro de marca (Lei 9.279/96), tiveram pontuação atribuída (aos que não mencionaram, não houve decréscimo de nota, pois o tema não fora trabalhado em aula/material). Não se aplica ao caso narrado os tipos penais da Lei 8.137/90, pois absorvidos pelo crime fim, contrabando. Aos que bem observaram os efeitos da conduta narrada no CTB (art. 278-A), obtiveram pontuação atribuída. DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL II) QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA (Gabarito) – 5,0 pontos (Conforme orientação na prova: 1,25 se acertou o gabarito e fundamentou todos os itens; 0,75 se acertou o gabarito e só justificou a correta; 0,50 se só marcou a correta) 1) Rogério, funcionário público municipal, no exercício de cargo em comissão, por ser pessoa de confiança dentro da estrutura da Administração Pública Direta, subtraiu, fora do horário de serviço, o laptop da repartição em que trabalhava. Para tanto, ... A) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena, em razão do cargo em comissão que exercia, respondendo João também pelo crime contra Administração Pública, apesar de este ser classificado como próprio. B) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João também pelo crime contra a Administração Pública, apesar da natureza própria do delito. C) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. D) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena em razão do cargo em comissão que exercia, respondendo João, porém, pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. E) furto qualificado pelo concurso de agentes, assim como João, já que os fatos ocorreram fora do horário de serviço. 2) Mariano, agente fiscal de rendas, constatou sonegação de impostos por parte da empresa Beta. No entanto, deixou de autuá-la, retardando a prática do ato de ofício, por ser amigo do sócio administrador da empresa. Porém, outro fiscal, sabendo do oco... A) responderá por corrupção ativa. B) responderá por prevaricação na forma tentada. C) responderá por prevaricação na forma consumada. D) não responderá por delito algum, por ter sido o auto de infração lavrado por seu colega de função. E) responderá por excesso de exação na forma culposa. 3) Acerca dos crimes contra a administração pública, assinale a alternativa INCORRETA. A) O agente público comete crime de prevaricação quando retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica, contra disposição legal, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. B) A pena do crime de corrupção passiva é aumentada de um terço quando o funcionário público, em razão de vantagem ou promessa, retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. C) Quanto aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, é correto afirmar que o crime de concussão pode ser praticado por quem exerce cargo em entidade paraestatal. D) Apenas dinheiro, valores e bens móveis públicos constituem objeto do crime de peculato. 4) Considere a seguinte situação hipotética: Sócrates, funcionário público municipal concursado, exige, para si, diretamente em razão da função, vantagem indevida. Em tal hipótese, o referido funcionário estará cometendo o crime de A) peculato. B) concussão. C) prevaricação. D) corrupção ativa. E) corrupção passiva. 5) Cornélio, funcionário público, exercia suas funções na Circunscrição de Trânsito e recebeu quantia em dinheiro de uma autoescola para aprovação e fornecimento de carteira de habilitação aos candidatos nela matriculados, sem os necessários exames. C... A) concussão. B) corrupção ativa. C) prevaricação. D) corrupção passiva. E) peculato. QUESTÕES DISCURSIVAS (Gabarito) – 5,0 pontos
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