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01. PRÁTICA PENAL - QUEIXA CRIME

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TEORIA DA PENA
PROFESSOR: RODRIGO BERTOLAZZI DE OLIVEIRA
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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RODRIGO BERTOLAZZI DE OLIVEIRA:
Pós graduado em Direito Penal e Processo Penal pelo Legale;
Pós graduado em Direito Homoafetivo e Gênero pela UNISANTA;
Pós graduado em Direito LGBTQIA+ pelo Verbo Jurídico;
Pós graduado em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão UNISE Educacional;
Pós Graduado em Direitos Humanos CENES;
Pós Graduado em Direito do Consumidor com Habilitação em Docência no Ensino Superior.
Mestrando em Direito FUNIBER (Fundação Universitária Iberoamericana);
- Advogado / Professor
- Coordenador jurídico Eternamente Sou / Membro do conselho consultivo 
@bertolazziadvogado /@rbobertolazzi
rodrigobertolazzi@adv.oabsp.org.br / rodrigo.bertolazzi2@gmail.com
(11) 98583-6689
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Principais eventos do semestre: Calendário Acadêmico
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Procedimentos de avaliação: 
Os procedimentos de avaliação contemplarão as competências desenvolvidas durante a disciplina por meio de provas presenciais, denominadas AV e AVS, sendo a cada uma delas atribuído o grau de 0,0 (zero) a 10 (dez) no formato PNI ? Prova Nacional Integrada.
Caso o aluno não atinja o resultado desejado na prova de AV, ele poderá recuperar sua nota na prova de AVS. Será composta por uma prova no formato PNI Prova Nacional Integrada, com total de 10 pontos, e substituirá a nota da AV, caso seja maior.
Para aprovação na disciplina, o aluno deverá, ainda: 
atingir nota igual ou superior a 6 (seis) na prova de AV ou AVS;
frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação Penal
Conceito: A ação penal equivale ao direito de provocar o Estado na sua função jurisdicional para a aplicação do direito penal objetivo em um caso concreto. Também é o direito do Estado, único titular do “jus puniendi”, de atender a sua pretensão punitiva.
Obs.: Enquanto a ação é um direito o processo é a ferramenta do exercício deste direito para processar a demanda jurídica.
Modalidades de AÇÃO PENAL
No Direito Processual Penal é necessário estudar as diferentes modalidades de ação que levam em consideração a titularidade para o exercício da demanda: 
Ação penal PÚBLICA 
Ação penal PRIVADA
ESTADO (juiz)
Órgão Acusador 
(MP/Particular)
Réu/Acusado
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação penal PÚBLICA
Conceito: é aquela titularizada PRIVATIVAMENTE pelo Ministério Público, em conformidade com o art. 129, inciso I, da CF e com o art. 257, inciso I, do CPP.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Obs.: PETIÇÃO INICIAL: a denúncia é a petição inicial da ação pública sendo que os seus requisitos estão no art. 41 do CPP.
Princípios
Princípio da OBRIGATORIEDADE: o exercício da ação pública é um DEVER FUNCIONAL, inerente à atuação do MP. 
Esse princípio sofre algumas mitigações que decorrem na JUSTIÇA PENAL NEGOCIADA.
Obs.: Esta forma de mitigar o PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE está na Lei dos Juizados Especiais por meio da transação penal: para quem praticar um crime com pena de até 2 anos (no Juizado Especial cabe transação), o juiz propõe uma pena alternativa. Se o réu aceitar, o acordo é homologado pelo juiz e, se o réu cumprir as obrigações, a punibilidade está extinta. Ele continua com bons antecedentes, e isso não conta para efeito de reincidência.
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL: cabível para crimes com pena mínima menor do que 4 anos, praticados sem violência ou grave ameaça contra pessoa e fora do contexto da Lei Maria da Penha. 
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Ação penal PÚBLICA
Conceito: é aquela titularizada PRIVATIVAMENTE pelo Ministério Público, em conformidade com o art. 129, inciso I, da CF e com o art. 257, inciso I, do CPP.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Obs.: PETIÇÃO INICIAL: a denúncia é a petição inicial da ação pública sendo que os seus requisitos estão no art. 41 do CPP.
Princípios
Princípio da OBRIGATORIEDADE: o exercício da ação pública é um DEVER FUNCIONAL, inerente à atuação do MP. 
Esse princípio sofre algumas mitigações que decorrem na JUSTIÇA PENAL NEGOCIADA.
Obs.: Esta forma de mitigar o PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE está na Lei dos Juizados Especiais por meio da transação penal: para quem praticar um crime com pena de até 2 anos (no Juizado Especial cabe transação), o juiz propõe uma pena alternativa. Se o réu aceitar, o acordo é homologado pelo juiz e, se o réu cumprir as obrigações, a punibilidade está extinta. Ele continua com bons antecedentes, e isso não conta para efeito de reincidência.
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL: cabível para crimes com pena mínima menor do que 4 anos, praticados sem violência ou grave ameaça contra pessoa e fora do contexto da Lei Maria da Penha. 
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Ação penal PÚBLICA
Princípio da INDISPONIBILIDADE: o MP não poderá DESISTIR da ação deflagrada (art.42, Código de Processo Penal).
Obs.: o MP pode requerer a ABSOLVIÇÃO DO RÉU, o que não significa desistência.
Se o promotor, ao final do processo, está convencido de que o réu é inocente, nas alegações finais ele pode requerer a absolvição do réu? Sim. 
E se o promotor requer a absolvição do réu, está desistindo da ação? Não, ele está pedindo que o processo chegue ao final da maneira que ele considera justa, pois a justiça acontece quando o culpado é condenado e quando o inocente é absolvido. Pedir a absolvição também é pedir justiça, inclusive está autorizado pelo CP.
Obs.: O juiz, por força do art. 385 do CPP, pode divergir do promotor e condenar.
Princípio da DIVISIBILIDADE: o 3º princípio da ação pública com base no que os tribunais superiores consideram, com base no que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ditam, é o princípio da DIVISIBILIDADE.
Por exemplo, o promotor ajuizou uma ação contra dois sujeitos. No transcorrer do processo, descobriu-se que há um terceiro indivíduo envolvido. 
O promotor poderá, no decorrer do processo, aditar a denúncia (aditar = complementar) para inserir a pessoa faltante.
Para o STF e para o STJ, a ação pública é divisível porque ela pode ser desmembrada, pois aqueles que concorreram para o crime, podem ser processados conjuntamente (o que normalmente acontece), mas eventualmente podem ser processados separadamente.
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Ação penal PÚBLICA
Princípio da INTRANSCENDÊNCIA /princípio da PESSOALIDADE: No Direito Penal, afirma-se que a responsabilidade penal é subjetiva, só responde pelo crime quem agiu com dolo ou eventualmente com culpa.
No Direito Processual Penal, a ação penal é INTRANSCENDENTE, ela não pode ultrapassar, ela não pode extrapolar a figura do réu. A ação penal só atingirá aqueles que estão no polo passivo da demanda. 
Modalidades de ação pública (classificação)
Ação pública INCONDICIONADA: Alguns crimes afetam de tal maneira o interesse público que a atividade de persecução penal vai acontecer mesmo que a vítima não queira.
A regra geral é ação pública incondicionada, mais de 90% dos crimes no Brasil são de ação pública incondicionada. Quando a lei nada dispuser, o crime é de ação pública incondicionada. Para que a ação pública seja condicionada ou para que o crime seja de ação privada, é necessário que a lei determine, expressamente, o tipo penal.
Conceito: é aquela titularizada pelo MP e que não depende da manifestação da vontade da vítima ou de terceiros.
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Ação penal PÚBLICA
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisiçãodo Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
O art. 100 do CP traz o método. Basta ler o artigo que regula o crime. Se a lei nada determinar, a atividade do MP acontece de ofício e a ação é pública incondicionada, ou seja, a vontade da vítima é irrelevante. Essa é a regra geral para o homicídio, estupro, roubo, extorsão, corrupção, é a regra geral para a maioria dos crimes.
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Ação penal PÚBLICA
Ação pública CONDICIONADA: é aquela titularizada pelo MP, mas que dependerá de uma prévia manifestação de vontade do LEGÍTIMO INTERESSADO.
Petição Inicial – é a DENÚNCIA (art. 41, CPP).
Obs.: Para que o crime seja de ação pública CONDICIONADA, é necessário que a lei indique de forma expressa. Ex.: crime de ameaça, em conformidade com o parágrafo único do art. 147 do CP (art. 100, § 1º, CP).
Institutos CONDICIONANTES
REPRESENTAÇÃO: :é um pedido e ao mesmo tempo uma autorização que condiciona o início da persecução penal.
Obs.: Sem a representação NÃO HÁ ação, inquérito ou lavratura de flagrante.
Natureza jurídica da representação: ela é uma condição de PROCEDIBILIDADE, ou seja, uma condição para a adoção de providências penais.
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Ação penal PÚBLICA
Legitimidade: é da vítima ou do seu representante legal nas hipóteses de incapacidade (art. 24, CPP)
Obs.: e se a vítima falecer o direito de representar morre com ela? A resposta é não, pois o nosso código estabelece a possibilidade de sucessão no direito de representar. Então, se a vítima morre ou é declarada ausente, o direito de representar é repassado para um rol de pessoas que retratar-se-á em uma sigla: CADI (Cônjuge/companheiro(a), Ascendentes, Descendentes, Irmão).
Obs.: diante da morte ou da declaração de ausência da vítima, o direito de representar é transferido aos seguintes sujeitos: Cônjuge / companheiro(a); Ascendentes; Descendentes; Irmão.
Conclusão: o rol do § 1º do art. 24 do CPP é Preferencial e Taxativo. Todavia, ao lado do cônjuge, devemos inserir o companheiro(a).
Prazo: 6 meses contados do conhecimento da autoria da infração (art. 38 do CPP).
Obs.: o prazo decadencial é fatal, não tolerando suspensão, interrupção ou prorrogação. 
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Ação penal PÚBLICA
Forma: O ato não exige rigor formal, podendo ser apresentado oralmente ou por escrito a qualquer dos destinatários.
Retratação (Regra Geral): a vítima poderá se retratar (retirar a representação) até antes do oferecimento da denúncia (art. 25, CPP).
Regra Especial: violência doméstica.
Obs.: a regra especial tem uma peculiaridade. Na violência doméstica, existem crimes de ação pública condicionada. A Lei Maria da Penha define o contexto do que significa violência doméstica, mas os crimes que podem acontecer no contexto da violência doméstica estão definidos no Código Penal? Então, se o marido lesionar a esposa, a lesão corporal está definida no artigo 129 do Código Penal. E se o marido praticar um feminicídio? O feminicídio está positivado no artigo 121 do Código Penal. Se o marido ameaçar a esposa, a ameaça está no artigo 147 do Código Penal. Portanto, há vários crimes que podem acontecer no contexto da violência doméstica, mas que estão positivados no Código Penal.
A mulher poderá retirar a representação em audiência específica em audiência específica, na presença do juiz, ouvindo o MP (art. 16 da Lei n. 11.340/06 – Lei Maria da Penha).
Obs.: A retirada da representação pode ocorrer até antes do recebimento da denúncia.
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Ação penal PÚBLICA
Obs.: Na violência doméstica, o crime de lesão corporal, mesmo que leve, é de ação pública incondicionada, já que não aplicamos o art. 88 da Lei dos Juizados por força do art. 41 da Lei Maria da Penha (Súmula 542, STJ). 
Requisição do ministro da Justiça: há algumas infrações, nas quais a atividade persecutória depende de uma prévia autorização emanada do próprio ministro da Justiça. Por isso, a ideia da ação pública condicionada a uma requisição – a uma autorização do próprio ministro da Justiça.
É uma autorização essencialmente política, que condiciona o início da persecução penal, sem ela, não há ação, inquérito ou lavratura de flagrante. 
Legitimidade ativa: é do ministro da Justiça. 
Destinatário: a requisição é apresentada ao PG do MP.
Prazo: não há prazo decadencial para o exercício da requisição. Logo, a requisição pode ser apresentada a qualquer momento, desde que o crime não esteja prescrito. 
Retratação: não há na lei previsão sobre a retratação de requisição do ministro da Justiça, isto é, o Código de Processo Penal, de maneira pragmática, é omisso e não tratou da matéria. 
Obs. Parte da doutrina defende a retratação até antes do oferecimento da denúncia, em analogia ao que ocorre com a representação da vítima.
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Ação penal PRIVADA
Ação penal privada: é aquela titularizada pela vítima ou por seu representante legal, na condição de substituição processual, já que a vítima atua em nome próprio pleiteando a punição, que será exercida pelo Estado. 
Enquadramento terminológico:
A vítima é chamada de querelante;
O réu é chamado de querelado;
A petição inicial é chamada de queixa-crime, a qual está devidamente regulada no art. 41 do Código de Processo Penal.
Princípio da ação penal privada
Princípio da oportunidade: a vítima só exercerá a ação privada se ela desejar.
Decadência: é a perda da possibilidade de ingressar com a ação privada em razão do decurso do prazo, qual seja, em regra 6 meses contados do conhecimento da autoria da infração, segundo o art. 38 do CPP.
A decadência provoca extinção da punibilidade, ou seja, o criminoso não poderá ser punido, pois a possibilidade de ser punido está extinta, segundo o artigo 107, IV, CP
Renúncia: pode ser de maneira expressa ou tácita, pois ocorre pela declaração expressa a vítima de que não pretende ingressar com a ação privada ou pela prática de um ato incompatível com essa vontade, segundo o artigo 50 e 57 do CPP.
Obs.: A renúncia provoca a extinção da punibilidade, segundo o artigo 107, V, CP.
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Ação penal PRIVADA
Princípio da DISPONIBILIDADE: a vítima poderá desistir da ação privada ajuizada, se lhe for conveniente.
Obs.: se a ação penal privada existe para atender à conveniência da vítima, se ela ingressa com a ação penal privada, pode desistir. Portanto, o segundo princípio que rege a ação privada é o da disponibilidade.
Institutos correspondentes:
Perdão: O perdão é um ato de boa vontade, de benevolência, seja por um ímpeto religioso, espiritual, amoroso ou filosófico. Se a vítima quer, durante o processo, perdoar ao réu, ela vai declarar expressamente que não quer continuar com a ação que já ajuizou, ou vai praticar um ato incompatível com a vontade de continuar com a ação que já está em curso.
Obs.: detalhe muito importante, a vítima já ajuizou a ação e agora pretende perdoar. Para que o perdão surta efeito, é necessário que aquele que ofendeu, que cometeu o ato, aceite esse perdão. O réu que recusa o perdão é o réu que deseja que o processo prossiga, pois ele tem a esperança de, ao final, ser declarado inocente.
Obs.: o perdão ocorre com a declaração expressa da vítima de que não pretende CONTINUAR COM A AÇÃO, ou pela prática de ato incompatível com essa vontade (art. 58, CPP).
Bilateralidade: para que o perdão surta o efeito pretendido, qual seja, a extinção da punibilidade, é necessário que ele seja aceito, o que pode ocorrer de forma expressaou tácita. (art. 59, CPP)
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Ação penal PRIVADA
Obs.: para que o perdão possa extinguir a punibilidade, é necessário que o réu o aceite, e ele pode aceitá-lo de forma expressa ou tácita. Se recusar, o processo seguirá.
Procedimento: se a vítima declarar nos autos o perdão, o réu será intimado e dispõe de 3 dias para dizer se o aceita (art. 58, CPP). 
Obs.: a omissão faz presumir a aceitação tácita.
Momento: o instituto pode ocorrer na fase processual, inclusive em grau de recurso.
Obs.: o perdão só vai acontecer depois que a ação penal já foi ajuizada.
Perempção (descaso): é a sanção judicialmente imposta pelo DESCASO da vítima na condução da ação privada.
Obs.: perempção é uma sanção judicialmente imposta diante do descaso da vítima na condução da ação privada, e essa sanção provoca a extinção da punibilidade.
Exemplo: a vítima não pede a condenação do réu nas alegações finais.
Hipóteses: elas estão previstas no art. 60 do CPP.
Consequência: a perempção provoca a extinção da punibilidade(art. 107, IV, CP)
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação penal PRIVADA
Princípio da Indivisibilidade: se a vítima optar por ajuizar a ação penal privada, deverá fazer contra todos os infratores conhecidos.
Obs.: imagine que a vítima deseja ingressar com ação penal privada. Se ela optar por ajuizar a ação penal privada, deverá fazer contra todos os criminosos conhecidos; ou ela processa todos ou não processa nenhum. Se ela ingressar com a ação, não poderá escolher casuisticamente quem ela quer processar.
Obs.: o papel do promotor na ação penal privada é ser o fiscal da Lei e observar se o princípio da indivisibilidade está sendo aplicado. (art 48 CPP)
Consequência: 
01º se a vítima, dolosamente, processa apenas parte dos sujeitos, ela renunciará ao direito em favor dos não processados, extinguindo a punibilidade em favor de todos.
02º o perdão oferecido à parte dos réus é aplicável a todos que queiram aceitá-lo. (art. 51, CPP)
Obs.: o perdão oferecido a um dos réus se estende a todos os demais que queiram aceitálo, pois, se alguém recusar, o processo seguirá apenas contra o réu que o recusou.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação penal PRIVADA
Princípio da intranscendência/Princípio da pessoalidade: Os efeitos da ação privada não podem ultrapassar a figura do réu.
Obs.: A ação irá atingir aqueles que figuram no polo passivo da demanda
Modalidades de ação privada (classificação):
Ação privada EXCLUSIVA/ação privada PROPRIAMENTE DITA: A ação privada exclusiva é titularizada pela vítima ou pelo representante legal da vítima, caso seja incapaz.
Exemplo: A vítima possui 17 anos, logo, terá um representante legal. 
Conceito: É aquela titularizada pela vítima ou por seu representante legal.
Sucessão: diante da morte ou da declaração de ausência da vítima, o direito de ação é transferido aos seguintes sujeitos (art. 31, CPP): Cônjuge/ companheiro(a); Ascendentes; Descendentes; Irmãos.
Prazo: 6 meses contados do CONHECIMENTO DA AUTORIA DA INFRAÇÃO (art. 38, CPP).
Ação privada PERSONALÍSSIMA: O único crime de ação personalíssima no Brasil é o crime de induzimento ao erro ou ocultação de impedimento para casar.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação penal PRIVADA
Conceito: é aquela que possui um ÚNICO titular, quem seja, a VÍTIMA. Conclusão: não há intervenção do representante legal ou sucessão por morte/ausência.
Obs.: o único crime de ação personalíssima é o induzimento ao erro ou ocultação de impedimento ao casamento (art. 236, CP). 
Prazo: 6 meses contados do trânsito em julgado da sentença cível que invalidar o casamento (parágrafo único, art. 236, CP).
Ação privada subsidiária da pública: Caso o promotor não atue nos prazos previstos, a Constituição Federal autoriza que a vítima do crime ajuíze uma ação privada em um crime que era da esfera pública.
Quando o inquérito policial é concluído e chega ao promotor, o membro do Ministério Público poderá:
• Oferecer denúncia 
• Requerer novas diligências 
• Promover o arquivamento do inquérito.
Obs.: ela é positivada no art. 5º, LIX, CF, permitindo que a vítima ingresse com a ação PRIVADA em um delito da esfera pública, já que o MP não cumpriu o seu papel nos prazos legais.
Obs.: Se o MP ofereceu denúncia, propôs o ANPP, requereu novas diligências ou promoveu o arquivamento do inquérito, 
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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Ação penal PRIVADA
Prazo: 6 meses contados do ESGOTAMENTO DO PRAZO que o MP tinha para agir, qual seja, 5 dias do recebimento da investigação quando a pessoa está presa, ou 15 dias quando o sujeito está em liberdade (art. 46, CPP)
Obs.: Na ação privada subsidiária, não há perdão por parte da vítima.
Queixa-crime: é a PETIÇÃO INICIAL que caracteriza o exercício da AÇÃO PENAL PRIVADA.
Identificação da peça na OAB: o examinador vai indicar que determinada pessoa foi vítima de um crime, procurando o seu escritório para a adoção das providências penais adequadas.
Obs.: A investigação é dispensável.
Obs: Devemos buscar na legislação penal qual a ação penal cabível para o crime ocorrido, de forma que vamos nos certificar de que o crime é de ação privada.
Obs.: A queixa-crime é apresentada ao juiz de primeiro grau competente, sendo que, uma queixa-crime só seria apresentada no Tribunal se o autor do delito gozasse de foro por prerrogativa de função.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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ROTEIRO DE PEÇA 
Endereçamento: A queixa-crime é usualmente apresentada ao juiz de 1º grau, comportando as seguintes situações: 
a) Juiz Estadual: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... 
b) Juiz Federal: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE...
c) Juizado especial: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE... 
d) Violência doméstica: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE...
Preâmbulo: O art. 41 do CPP funciona como um mapa, já que o preâmbulo deve abordar os seguintes itens:
a) Qualificação do Querelante
b) Assistência por advogado- faremos referência no preâmbulo à procuração com PODERES ESPECIAIS, em conformidade com a exigência do art. 44 do CPP.
ADVERTÊNCIA: Só vamos elaborar a procuração se o ENUNCIADO da questão exigir de maneira EXPRESSA
c) Embasamento jurídico da peça
Obs.: É importante destacar que há uma preleção de artigos para cada uma das ações abaixo.
Ação privada EXCLUSIVA: artigos 30 e 41 do CPP c/c art. 100, §2º, CP
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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ROTEIRO DE PEÇA 
Ação privada PERSONALÍSSIMA: é aquela cabível no crime de induzimento a erro ou ocultação de impedimento ao casamento: artigos 30 e 41 do CPP c/c art. 100, §2º e 236, parágrafo único do CP. 
 Ação privada subsidiária da pública: é aquela cabível quando o crime de ação pública e o MP foi omisso: art. 5º, LIX, CF c/c art. 29 do CPP e art. 100, §3º, CP.
Obs. LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Nome jurídico da peça: A queixa é o nome de uma petição inicial apresentada ao juiz e caracteriza o exercício da ação penal privada.
Obs.: No caso de uma ação privada subsidiária da pública, a queixa-crime será chamada de queixa-crime substitutiva, tendo em vista que irá substituir a denúncia que não foi apresentada no prazo legal.
Nome jurídico da peça:
Regra geral- o nome da petição inicial na ação privada é QUEIXA-CRIME 
b) Regra especial – em se tratando de ação privada subsidiária da pública, a peça é chamada de QUEIXA-CRIME SUBSTITUTIVA.
 Tempestividade: Em regra, o prazo para a queixa-crime é de 6 meses, sendo que o prazo será contado a partir do conhecimento da autoria do crime. Entretanto, é importante destacar que o prazo para propor a queixa-crime é um prazo decadencial, ou seja, não é interrompido, suspendido ou prorrogado (art 38 CPP).
AULA DIREITOPENAL – PRÁTICA PENAL 
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ROTEIRO DE PEÇA 
Obs.: O prazo é contado de acordo com o art. 10 do CP, de forma que o dia do conhecimento da autoria já é computado.
Ex. O conhecimento da autoria ocorreu em 23/03/2024. O prazo irá acabar no dia 22/09/2024, considerando que o primeiro dia é contado e o último dia é excluído da contagem.
Regras especiais: No crime de induzimento a erro ou ocultação de impedimento ao casamento, o prazo começa a contar do trânsito em julgado da sentença cível que invalidar o casamento (art. 236, parágrafo único, CP).
Ação privada subsidiária da pública: O prazo começa a contar do esgotamento do prazo que o MP tinha para a agir, qual seja, em regra 5 dias quando a pessoa está presa ou 15 dias quando está em liberdade (art. 46, CPP).
Narrativa fática: deverá construir com suas próprias palavras os fatos que foram trazidos no enunciado da questão, cabendo ressaltar que não é possível inventar informação e será necessário evitar a utilização de parágrafos longos.
Obs.: Devemos apresentar de forma lógica e com nossas palavras o fato apresentado no enunciado da questão. 
Obs.: NÃO PODEMOS INVENTAR INFORMAÇÕES. 
Obs.: Devemos evitar parágrafos longos.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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ROTEIRO DE PEÇA 
Esboço jurídico: 
Devemos indicar os artigos de lei que caracterizam a conduta criminosa imputada na queixa crime.
Devemos enquadrar o fato ao tipo penal.
Apontar qualificadoras.
Apontar causas de aumento de pena.
Apontar agravantes.
Destacar a materialidade e a autoria.
Indicar eventual concursos de crimes (material, formal ou crime continuado).
Pedidos:
Recebimento da petição inicial.
Abertura de vistas ao MP como “custos legis”.
Citação do querelado para formulação de defesa e intimação para os demais termos do processo até final julgamento, onde deve ser condenado nas penas dos artigos... 
Fixação do valor mínimo de indenização pelos danos provocados pelo delito, nos termos do art. 387, IV, CPP.
Notificação oportuna das testemunhas arroladas. 
ADVERTÊNCIA: A petição inicial é o momento para a acusação arrolar as suas testemunhas, sob pena de preclusão.
AULA DIREITO PENAL – PRÁTICA PENAL 
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ROTEIRO DE PEÇA 
Esboço jurídico: 
Fechamento da peça: Vamos apontar o local, a data e a assinatura. 
Obs. sem nenhuma indificação, pois qualquer identificação a sua peça é zerada!
Obs.: Se o examinador exigir que a peça seja apresentada no último dia do prazo, devemos atender a esta exigência.
PEÇA PROFISSIONAL: Enunciado
Maurício, programador de uma startup, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Maurício utiliza constantemente ferramentas da internet para contatos profissionais e lazer, como fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo.
No dia 24/04/2024, quinta-feira, Maurício comemora a promoção no trabalho e planeja, para a ocasião, uma reunião à tarde com parentes e amigos para festejar a data em um famoso restaurante da cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Na manhã da comemoração, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal para todos os seus contatos. 
Gabriela, vizinha e ex-namorada de Maurício, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na cidade de Ouro Preto, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Maurício.
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Naquele momento, Gabriela, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não entendi o motivo da comemoração, já que você é um bicheiro, bêbado e irresponsável”, e, com o propósito de prejudicar Maurício perante seus colegas de trabalho e aviltar sua reputação acrescentou, ainda, “ele costuma parar de trabalhar para apostar no jogo do bicho, inclusive, no dia 05 do mês passado, ele saiu do trabalho no horário do expediente apenas para apostar”.
Imediatamente, Maurício que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu smartphone, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com comentários ofensivos de Gabriela em seu perfil pessoal.
Maurício, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Alberto, Davi e Ramon, que estavam ao seu lado naquele instante. 
Muito envergonhado, Maurício tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Maurício procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Maurício procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima.
Você, na qualidade de advogado de Maurício, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes no último dia do prazo. 
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Check List
Infrações: 
• Injúria (art. 140, CP) 
• Difamação (art. 139, CP) 
Pena - Injúria: 1 a 6 meses. / Difamação: 3 meses a 1 ano.
Obs.: A Ação Penal cabível para os crimes contra a honra é indicada no art. 145 do CP.
Causa de aumento de pena: §2º, art. 141, CP (3x) 
Concurso formal: (art. 70, CP) 
Peça- QUEIXA-CRIME: (art. 145, CP) 
Rito: rito especial previsto nos artigos 519 a 523 do CPP. Ação Penal – Os crimes são de AÇÃO PRIVADA (art. 145, CP) 
Momento: Estamos na fase pré-processual, sendo convocados para o ajuizamento da ação penal.
Teses: Imputar os crimes ocorridos ao correspondente responsável. 
Situação prisional: É irrelevante. 
Competência: Como por força das causas de aumento a pena é superior a 2 anos, a matéria não é de competência do juizado especial.
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1º passo: Endereçamento a queixa-crime será apresentada ao juiz de 1º grau. 
No caso em exame, pela quantidade de pena, a competência é da vara comum, e não do juizado especial. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE OURO PRETO–MG b) 
2º passo pular 5 linhas 
3º passo: preâmbulo - Checklist: Qualificação do querelante (exauriente); Assistência por advogado (fazer referência à procuração com poderes especiais – art. 44, CPP); Nome jurídico da peça: QUEIXA-CRIME; Artigos de lei para embasamento: artigos 30 e 41 do CPP c/c art. 100, §2º, CP Qualificação do querelado
Modelo:
Mauricio, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., filiação..., naturalidade..., RG n.°..., CPF n.°..., residente e domiciliado na Rua..., por meio do seu advogado que esta subscreve (procuração com poderes especiais anexa – art. 44 do CPP), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos dos artigos 30 e 41 do CPP c/c art. 100, §2º do CP, oferecer QUEIXA-CRIME, em desfavor de Gabriela, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., filiação..., naturalidade..., RG n.°..., CPF n.°..., residente e domiciliado na Rua..., pelas razões de fato e de direito a seguir apontadas.
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04º passo: pular uma linha
Obs.: Vamos elaborar a narrativa fática da nossa queixa-crime, com base no enunciado. Será uma narrativa fática objetiva, direta, clara, com parágrafos curtos e sem tentar nada extraordinário.
SUGESTÃO
5º passo: DOS FATOS 
A querelada em 24/04/2024, com o intuito de ofender a dignidade do querelante, publicou em seu perfil em rede social aseguinte frase: “não entendi o motivo da comemoração, já que você é bicheiro, bêbado e irresponsável” e, com o propósito de ofender a boa fama de Maurício perante os colegas de trabalho, ainda alegou que “ele costuma parar de trabalhar para apostar no jogo do bicho, inclusive, no dia 05 do mês passado, ele saiu do trabalho no horário do expediente apenas para apostar”. 
As ofensas foram proferidas por Gabriela no perfil de rede social da vítima, o que foi presenciado pelos amigos de Maurício, em especial Alberto, Davi e Ramon.
6º passo: pular 1 linha
7º passo: DA TEMPESTIVIDADE 
A presente queixa-crime é tempestiva, visto que respeita o prazo decadencial de seis meses do conhecimento da autoria da infração, nos termos do art. 38 do CPP. 
Considerando que o conhecimento da autoria do delito ocorreu em 24/04/2024, o último dia do prazo é 23/10/2024, nos termos do art. 10 do CP.
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08º passo: pular uma linha
SUGESTÃO
9º passo: DO DIREITO (o registro das teses)
Cumpre registrar que, ao atribuir ao querelante as características de bêbado, bicheiro e irresponsável, Gabriela o fez com a intenção de ofender e desqualificar Maurício atingindo a sua honra e sua moral. Assim, a conduta se enquadra com perfeição ao crime de injúria, capitulado no art. 140 do CP. 
Ademais, a querelada afirmou na mesma publicação que, em determinado dia, o querelante saiu do trabalho no horário do expediente para apostar no jogo do bicho. A frase materializa o crime de difamação, nos termos do art. 139 do CP, uma vez que tem o fito de abalar a forma como a coletividade enxerga Maurício, ou seja, ferir a sua boa fama. 
Para além da capitulação delitiva, Gabriela cometeu os crimes contra a honra por meio de uso de rede social, atraindo assim a incidência da causa de aumento de pena descrita no § 2º do art. 141 do CP. 
Por fim, percebe-se que, com uma só conduta, a saber, a publicação em rede social, Gabriela praticou dois crimes contra a honra. Portanto, incide o concurso formal de delitos, descrito no art. 70 do CP.
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10º passo: pular uma linha
11º passo: DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência: 
I) Designação da audiência preliminar de conciliação; (art. 519 a 523 CPP);
II) O recebimento da presente queixa-crime; 
III) A citação da querelada para responder ao teor da imputação; 
IV) Abertura de vistas ao MP como fiscal da lei; 
V) A intimação da querelada para os demais termos do processo, devendo ser condenada pelo crime de injúria (art. 140, CP) e pelo crime de difamação (at. 139, CP), com a causa de aumento de pena decorrente do emprego de rede social (art. 141, § 2º, CP), em curso formal de delitos (art. 70, CP). 
VI) A intimação oportuna das testemunhas abaixo arroladas. 
VII) A fixação do valor mínimo indenizatório, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
12º passo: pular 1 linha
13º passo: fechamento da peça 
Termos em que pede deferimento. 
Ouro Preto, 23/10/2024 
Advogado...; OAB n... 
Rol de testemunhas: Alberto, qualificação... –Davi, qualificação... –Ramon, qualificação...

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