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PADRÕES DE HERANÇA DE GENES ÚNICOS As características de gene único, provocadas por mutações em genes do genoma nuclear, são denominadas mendelianas porque, assim como as características das ervilhas estudadas por Mendel, ocorrem em proporções fixas entre a descendência de tipos específicos de acasalamentos. Diferentes mutações no mesmo gene podem provocar diferentes doenças, e mutações em genes diferentes podem provocar doenças semelhantes ou indistinguíveis. Variação dos genes Variantes alternativas de um gene são denominadas alelos. Para genes em que existe um único alelo prevalente, presentes na maioria dos indivíduos, chama-se alelo comum; já os alelos variantes possuem uma mutação, uma alteração permanente na sequência de nucleotídeos ou no arranjo do DNA. Alelos variantes surgiram por mutação em algum momento. Se existirem pelo menos dois alelos relativamente com comuns do lócus na população, diz-se que o lócus exibe polimorfismo; os loci um ou mais alelos variantes raros, identificados por causarem doenças genéticas. O termo mutação é usado para indicar uma nova alteração genética que não era previamente reconhecida na família ou para indicar um alelo mutante causador de doenças. Genótipo e Fenótipo O genótipo de uma pessoa é o conjunto de alelos que compõem a sua constituição genética, tanto coletivamente em todos os loci quanto em um único lócus. Fenótipo constitui a expressão observável de um genótipo como um traço morfológico, clínico, celular ou bioquímico; refere-se a qualquer manifestação. Um único gene ou par anormal de genes produz diversos efeitos fenotípicos e determina que sistemas orgânicos serão envolvidos, que sinais e sintomas particulares ocorrerão e quando; denomina-se efeito pleiotrópico. Quando um distúrbio genético que parece ser herdado como um distúrbio de gene único é analisado por completo, incluindo uma série de fenótipos determinados por diferentes genótipos em diferentes loci. A heterogeneidade genética pode ser o resultado de diferentes mutações no mesmo lócus (alélica) ou diferentes loci (de lócus). Fenótipos distintos herdados em diferentes famílias podem resultar em diferentes alelos mutantes no mesmo gene, caracterizando a heterogeneidade clínica, considerando uma correlação ente genótipo e fenótipo. Homozigoto e Heterozigoto Um distúrbio de um único gene é aquele determinado primariamente pelos alelos de um único lócus. Quando uma pessoa possui um par de alelos idênticos em um lócus codificado no DNA nuclear, diz-se que é homozigota; quando os alelos são diferentes, é heterozigota. O termo heterozigoto composto é usado para descrever um genótipo no qual dois diferentes alelos mutantes do mesmo gene estão presentes, em vez de um normal e um mutante. Na situação especial em que um homem possui um alelo anormal para um gene localizado no cromossomo X, ele será denominado hemizigoto, porque não há outra cópia para este gene. Heredograma (símbolos) Para estabelecer o padrão de transmissão de um distúrbio, o primeiro passo é obter informações acerca da história familiar do paciente e resumir os detalhes sob forma de um heredograma, uma representação gráfica da arvore familiar, com símbolos-padrão. O probando é o individuo particular que estiver sendo estudado (uma família pode ter mais de um probando se for averiguado por meio de mais de uma origem). Irmãos e irmãs são denominados sibs. Os parentes são classificados como primeiro, segundo, terceiro grau e assim por diante, dependendo do número de degraus do parente. Casais que Julia Jordão Maiara- TXXII possuem um ou mais ancestrais em comum são consanguíneos. Se só houver um membro afetado na família será um caso isolado; se for determinado que o distúrbio é devido a uma nova mutação será um caso esporádico. Muitos pacientes com distúrbios não possuem parentes afetados, mas ainda pode ser possível reconhecer que o distúrbio é genético. A possibilidade de a condição demonstrar ou não um obvio padrão familiar de transmissão depende de se os indivíduos afetados se reproduzem ou não. O termo adaptabilidade é uma medida do impacto de uma condição sobre a reprodução; o numero de indivíduos da prole afetados com a condição que podem sobreviver ate uma idade produtividade, em comparação com um grupo-controle adequado. Herança Mendeliana Os padrões demonstrados pelos distúrbios de um gene único nos heredogramas dependem: se o fenótipo é dominante (quando um cromossomo do par for portador do alelo mutante e o outro possuir alelo do tipo comum) ou recessivo (quando ambos os cromossomos do par forem portadores de alelos mutantes no lócus); e se a localização cromossômica do lócus genético é em um autossômico ou sexual. A maioria dos loci no X exibem herança ligada ao X porque eles só participam da recombinação meiótica durante a gametogênese feminina, quando existem dois cromossomos X, mas não podem recombinar-se com o Y durante a gametogênese masculina. Existem genes localizados no cromossomo X que não exibem herança ligada ao X porque podem recombinar-se com contrapartes no cromossomo Y. Também há uma classe de distúrbios com um padrão materno distintivo de herança que podem ser devidas a mutações no genoma mitocondrial. Herança Autossômica e Ligada ao X Os distúrbios autossômicos afetam homens e mulheres igualmente. Nos distúrbios ligados ao X, os homens possuem apenas um X e são hemizigotos com respeito aos genes ligados ao X, nunca serão heterozigotos; as mulheres podem ser heterozigotas ou homozigotas para os loci ligados ao X. para compensar o duplo complemento dos genes logados ao X das mulheres, os alelos são expressos a partir de somente um dos dois cromossomos X em qualquer uma das células de uma mulher. Herança Dominante e Recessiva Uma herança expressa somente em homozigotos e não em heterozigotos é recessiva; geralmente causada devido a mutações que reduzem ou eliminam a função do produto genético, assim chamadas de mutações de perda da função. Uma herança expressa tanto em homozigotos quanto em heterozigotos para um alelo mutante é dominante; ocorrem se houver ou não um produto genético normal produzido pelo alelo normal remanescente. Em uma doença dominante pura, homozigotos e heterozigotos para o alelo mutante são igualmente afetados. Pode ocorrer a expressão fenotípica de dois alelos para um lócus, situação a qual os dois alelos são denominados codominantes. Há também distúrbios mais graves em homozigotos do que em heterozigotos, a qual a doença é denominada incompletamente dominante. Fatores que afetam o heredograma: Penetrância e Expressividade Diferenças frequentes na expressão do fenótipo podem levar a dificuldades no diagnóstico e na interpretação do heredograma. Penetrância é a probabilidade que um gene venha, de fato, possuir uma expressão fenotípica. Quando a frequência de expressão de um fenótipo é menor que 100%, ou seja, quando alguns daqueles que apresentam o genótipo apropriado falham completamente em expressá-los, diz-se que o gene possui penetrância reduzida, pois existe um conceito de tudo ou nada. É a porcentagem de pessoas com um genótipo predisponente que são realmente afetadas. Expressividade é a gravidade da expressão do fenótipo entre os indivíduos com o mesmo genótipo causador da doença. Quando a gravidade da doença difere em pessoas que possuem o mesmo genótipo, há uma expressividade variável. Algumas das dificuldades levantadas pela penetrância dependente da idade e pela expressividade variável na compreensão da herança de um fenótipo patológico são demonstradas pela doença autossômica dominante neurofibromatose. Idade do início Os distúrbios genéticos podem surgir a qualquer momento da vida de um indivíduo, variando dos primórdios do desenvolvimento intrauterino ate os anos pós-reprodutivos, e em todas as idades entre estas. Um distúrbio genético é aquele que é determinado pelos genes,enquanto um distúrbio congênito é aquele que está presente no nascimento, podendo ou não ter uma base genética. Herança Autossômica Recessiva A herança autossômica recessiva ocorre somente em homozigotos ou em heterozigotos compostos, indivíduos com dois alelos mutantes e nenhum alelo normal, porque nessas doenças, uma cópia normal do gene é capaz de compensar o alelo mutante e prevenir a ocorrência de uma enfermidade; os homozigotos herdam um alelo mutante de cada genitor. Quando ambos os genitores de uma pessoa afetada são heterozigotos portadores, o risco de seus filhos receberem um alelo recessivo é de um meio de cada genitor e, portanto, a probabilidade de herdar dois alelos recessivos e, ser afetado, é de 1 em 4. • Um fenótipo autossômico recessivo, ao surgir em mais de um membro de uma família, só é observado nos irmãos do probando, não nos genitores, descendentes ou outros parentes; • Para a maioria dos distúrbios autossômicos recessivos, os homens e as mulheres tem a mesma possibilidade de serem afetados; • Os genitores de uma criança afetada são portadores assintomáticos de alelos mutantes; • Os genitores de uma criança afetada podem, em alguns casos, ser consanguíneos. Isso é especialmente provável se o gene responsável pela condição é raro na população; • O risco de ocorrência para cada irmão do probando é de 1 em 4. Consanguinidade Os alelos mutantes podem ser transmitidos nas famílias por numerosas gerações sem nunca aparecer no estado homozigoto, provocando uma doença manifesta; a menos que o portador venha a se unir a alguém que também seja portador de um alelo mutante para o mesmo lócus e os dois alelos sejam ambos herdados por um descendente. A possibilidade de que ambos os genitores sejam portadores de um alelo mutante para o mesmo lócus é substancialmente aumentada se esses genitores orem aparentados e puderem ter herdado o alelo mutante de um único ancestral em comum, em uma situação denominada consanguinidade: a união de indivíduos aparentados entre si. A união de pessoas não aparentadas, cada uma das quais podendo, ao caso, ser uma portadora, é responsável pela maioria dos casos de doença autossômica recessiva, particularmente se uma característica recessiva apresentar uma elevada frequência na população. Portanto, a consanguinidade é mais frequentemente encontrada com um antecedente de pacientes com condições muito raras
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