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INTRODUÇÃO - TIPOS DE DIREITO

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Tipos de direito 
 
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO 
 
A noção de direito objetivo diz respeito ao ordenamento jurídico como um todo, traduzindo um comando estatal, 
a norma de ação ditada pelo Poder Público (PEREIRA, 2017). Em outras palavras, o direito objetivo diz respeito 
às normas de conduta social criadas pelo Estado, como por exemplo: 
Constituição / Leis ordinárias / Leis delegadas / Medidas provisórias / Decretos / Instruções normativas 
O direito objetivo não se confunde com a lei; esta, com efeito, é uma das espécies que compõem o direito 
objetivo, embora, do ponto de vista quantitativo, talvez seja a de maior importância. 
A seu turno, ao se falar em direito subjetivo, menciona-se o direito previsto no ordenamento jurídico em favor 
de alguém, consistente na faculdade de exigir de outrem determinada prestação. Assim, o direito subjetivo costuma 
ser definido como a facultas agendi. Ele representaria um poder de exigir determinado comportamento de outrem, 
sendo que tal poder é conferido pela norma jurídica. Daí também a usual conceituação que se faz ao contrapor o 
direito subjetivo ao direito objetivo para delimitar sua definição (ABBOUD; CARNIO, 2012, p. 11). 
✓ Exemplo de direito objetivo e subjetivo: posso exigir a licença à maternidade, sendo esse direito objetivo. 
Mas preciso provar esse direito subjetivo, ou seja, preciso provar que estou grávida. É aquele que pode ser exigido 
pelo seu titular 
Em relação ao direito subjetivo, há algumas classificações que costumam ser adotadas pela doutrina. Veremos 
a seguir,, algumas delas, as quais são mais relevantes: 
 
DIREITO ABSOLUTO E RELATIVO 
 
Direito absoluto é o direito subjetivo oponível erga omnes, ou seja, a todos. Os direitos reais, elencados no 
art. 1.225 do Código Civil, são direitos subjetivos oponíveis a todos. O direito relativo, por sua vez, é o direito 
subjetivo oponível à outra parte da relação jurídica, como é o caso dos direitos de crédito. 
✓ Exemplo de direito absoluto: o direito fundamental a liberdade de locomoção (art. 5º, XV), pode ser 
restringido pelo Estado em tempos de guerra, até mesmo porque o art. 5º, inc. XV registra que “é livre a locomoção 
no território nacional em tempo de paz (…)”. 
✓ Exemplo de direito relativo: quando dizem respeito apenas aos envolvidos em determinada relação 
jurídica. Exemplo: contrato de locação, que vincula apenas as partes pertencentes à relação. 
 
DIREITO TRANSMISSÍVEL E INTRANSMISSÍVEL 
 
Direito transmissível é o direito passível de alienação por seu titular. É o caso, por exemplo, do direito de 
propriedade, que, como regra, pode ser alienado de um proprietário para outra pessoa natural ou jurídica. O direito 
intransmissível é o direito subjetivo não passível de alienação por seu titular, quer por disposição legal (por 
exemplo, os direitos da personalidade), quer por disposição negocial (por exemplo, cláusula de inalienabilidade 
oposta em contrato de doação). 
✓ Exemplo de direito transmissível: O direito de indenização, tanto por danos materiais quanto morais, é 
transmissível por herança, conforme prevê o art. 943 do Código Civil; 
✓ Exemplo de direito intransmissível: Os direitos políticos (votar e ser votado), os personalíssimos (direito 
ao nome, à vida, à liberdade), nos quais também se incluem os familiais (vínculos conjugais, poder familiar, guarda, 
visita), são absolutamente intransmissíveis por ato inter-vivos ou mortis causa. 
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DIREITO PATRIMONIAL E NÃO PATRIMONIAL 
 
Direito patrimonial é o direito passível de avaliação econômica (a título de exemplo, um direito de crédito), ao 
passo que o direito não patrimonial não possui valor pecuniário aferível (por exemplo, os direitos da 
personalidade). Como regra, direitos patrimoniais são direitos alienáveis, ao passo que direitos não patrimoniais 
não são alienáveis por seu titular. 
Há casos, contudo, direitos patrimoniais que não são passíveis de alienação, quer por disposição legal (por 
exemplo, direito à herança de pessoa viva, como prevê o art. 426 do Código Civil), quer por disposição contratual 
(por exemplo, contrato de doação com cláusula de inalienabilidade). 
 
✓ Exemplo de direito patrimonial: O Código Civil Brasileiro e o Código do Consumidor ditam as regras 
relativas ao direito patrimonial, quando protegem as relações de consumo, os regimes de casamentos, as 
transferências de patrimônio após o falecimento, as doações, etc. 
✓ Exemplo de direito não patrimonial: as obrigações não patrimoniais são aquelas que nunca serão 
convertidas em dinheiro pela própria natureza da obrigação. Um exemplo seria o dever de fidelidade entre os 
cônjuges, o dever de guarda e educação dos filhos pelos pais, o dever do filho de se submeter ao poder parental 
exercido pelos pais, dentre outros. 
 
 
 
DIREITO REAL E DIREITO OBRIGACIONAL 
O direito real diz respeito à relação jurídica entre uma pessoa e um bem (por exemplo, propriedade, usufruto 
e demais direitos elencados exemplificativamente no rol do art. 1.225 do Código Civil). O direito obrigacional diz 
respeito às relações jurídicas entre pessoas. 
✓ Exemplo de direito real: Estabelece o art. 1.225, do Código Civil, que"são direitos reais: I - a propriedade; 
II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador 
do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moraria; 
XII - a concessão de direito real de uso", Recai sobre as coisas, É violado via AÇÃO. Exemplo: invadir propriedade 
alheia. 
✓ Exemplo de direito obrigacional: Recai sobre o patrimônio do devedor, É violada por uma OMISSÃO. 
Exemplo: o não pagamento. 
 
Tais espécies de Direito possuem diferenças significativas em razão da distinção entre as relações jurídicas 
existentes. Por se tratar de uma relação entre uma pessoa e um bem, o direito, por exemplo, é dotado de sequela. 
Outra distinção relevante entre direitos reais e obrigacionais diz respeito à transmissibilidade. Direitos reais 
sobre bens imóveis somente se transferem mediante registro no cartório de registro de imóveis dos respectivos 
títulos aquisitivos, como exposto no art. 1.227 do Código Civil, salvo as exceções legais. Por sua vez, os direitos 
obrigacionais, como regra, transmitem-se mediante simples tradição (por exemplo, um direito de crédito pode ser 
transferido, como regra, pelo endosso do título). 
 
 
 
 
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Direito Público 
 
Ele vem de cima para baixo, ou seja: o Estado é mais importante do que o indivíduo, porque ele trata do coletivo, 
e que devemos segui-la. Não é algo que escolhemos ou não fazer. Assim, se você é obrigado a pagar impostos, 
vai ter de pagar impostos, querendo ou não. Se é proibido o assassinato, você não pode praticá-lo porque assim 
deseja. 
Por conta disso, caso você não cumpra a lei, há penalidades, que variam do tipo de delito cometido. Então, no 
caso do não pagamento de tributos, o cidadão paga uma multa. Já no do assassinato, ele é julgado e preso. 
Outra coisa que deve ser vista no Direito Público é organizar o papel do Estado. Ele também se submete às 
leis e não está acima delas. Nem autoridades ou nossos representantes políticos. As repartições públicas são 
regidas pelo Direito Público, que determina quais são suas áreas de atuação e o que elas podem fazer. 
✓ Exemplo de direito público: leis que regulamentam crimes ou criam impostos. 
 
Ramos do Direito Público 
• Direito Constitucional: ele estuda a Constituição, a lei mais importante do país. É como se fosse 
um manual de instruções que mostra como deve funcionar a sociedade brasileira. Assim, ela assegura o direito à 
vida, saúde, educação, trabalho, justiça e propriedade; 
• Direito Administrativo: organiza o funcionamento do Estado no que diz respeito aos órgãos 
públicos. Assim, ela diz qual é o papel das repartições públicas de forma geral. Dessa forma, é o Direito 
Administrativoque diz o que o servidor pode fazer. Ele só pode atuar dentro do que a lei determina. Se a lei não 
diz nada a respeito, ele não pode atuar além dos seus limites; 
• Direito Penal: é o que disciplina a vida das pessoas em sociedade. Ele protege o direito à vida, à 
propriedade, à intimidade e à liberdade, e estabelece punições para quem o descumprir; 
• Direito Tributário: é o que regula a arrecadação dos tributos. Embora o cidadão seja obrigado a 
pagá-los, há normas para isso. 
Direito Privado 
É a regulamentação que organiza as relações entre as partes interessadas. Assim, nenhuma é superior à 
outra, elas atuam em condições de igualdade. Não são obrigações às quais as partes devem cumprir, sendo 
assim, em um processo, há a possibilidade de acordo. 
✓ Exemplo de direito privado: um contrato de aluguel é regido pelo Código Civil, que tem uma lei, a do 
inquilinato, com algumas regras que precisam ser seguidas, como o valor do reajuste anual e como funcionam as 
ações de despejo. Mas determinados trechos do contrato podem ser combinados entre inquilino e proprietário. O 
valor mensal e o dia do pagamento do aluguel, o prazo do contrato, o que pode ou não ser feito dentro da casa 
✓ 
Ramos do Direito privado 
• Direito Civil: ele regula as ações entre as pessoas. É o caso do contrato de aluguel do qual falamos lá 
atrás, mas vai além. Ele diz respeito aos direitos da família (como casamentos, divórcios e sucessões), de 
propriedade, etc; 
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• Direito Empresarial: organiza o trabalho das empresas, e traz as leis que regem as relações entre 
comprador e vendedor, e até em processos de aquisição ou extinção de empresas; 
• Direito do Trabalho: aqui estamos falando das relações do trabalho, entre empregados e empregadores. 
Há as obrigações dos empregados (como a de comparecer no horário) e a dos empregadores (a de fazer o 
pagamento dos salários); 
• Direito do Consumidor: diz respeito à defesa dos direitos do consumidor sobre a aquisição de um 
produto ou serviço. 
 
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL 
A distinção entre direito material e direito processual remonta ao século XIX, em especial aos estudos de alguns 
autores italianos, tais como Carnelutti e Chiovenda. Podemos resumir da seguinte forma: 
➔ Direito material 
Pode ser conceituado como o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e 
utilidades da vida (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2007, p. 46). É o caso do direito civil, do direito penal, 
administrativo, entre outros, destinados a reger as relações jurídicas predominantemente de direito público e de 
direito privado. 
✓ Exemplo de direito material: o direito à vida, o direito ao nome, o direito à privacidade, etc 
 
➔ Direito processual 
Diz respeito ao exercício da função jurisdicional pelo Estado, disciplinando a relação jurídica entre o Estado-
juiz e as partes do processo. Com efeito, o direito processual é um instrumento a serviço do direito material, 
destinando-se à tutela do direito material. 
Nem sempre o direito processual foi entendido como uma matéria autônoma. Em um primeiro momento, a 
chamada fase de sincretismo, considerava-se o direito processual um direito adjetivo, ou seja, a ação era o próprio 
direito material que, uma vez lesado, gerava a possibilidade ao ofendido de buscar o seu reparo e a sua efetivação. 
Após, na fase autonomista ou conceitual, inicia-se a construção e a delimitação de uma ciência processual, 
marcada pelos estudos de Oskar von Bullow, em 1868, mas ainda via-se o direito processual como um mero 
instrumento técnico a serviço da ordem jurídica material, sem qualquer conotação crítica em relação à sua 
finalidade, conotações deontológicas, etc. 
Já na fase instrumentalista, a fase processual moderna, o processo atinge níveis expressivos de 
desenvolvimento e passa-se a enxergá-lo em seu contexto social como um instrumento de efetivação da justiça e 
da paz social, analisando-se a sua finalidade e funcionalidade em meio à convivência em sociedade. 
Assim, compreende-se a instrumentalidade do processo, pois ele não é um fim em si mesmo, mas um meio 
de se alcançar um fim, um meio pelo qual a parte concretiza o seu direito de ação, e busca a aplicação da jurisdição 
pelo Estado, através do juiz, a fim de que se pacifique determinado conflito.

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