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PONTO 9

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Sumário 
1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 .................................................................. 3 
2. PONTO 9 ...................................................................................................................................................... 4 
 Processo Internacional .................................................................................................................... 4 
 Competência da Autoridade Judiciária Brasileira no Plano Internacional ................ 6 
 LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL ............................................................................................ 9 
 Cláusula de Eleição de Foro.......................................................................................... 12 
 Cooperação Jurídica Internacional .......................................................................................... 18 
 Legalização Consular de Documentos .................................................................................. 21 
 Homologação de Sentença Estrangeira ............................................................................... 43 
 Métodos de Homologação de Sentença Estrangeira ........................................ 44 
 Homologação de Sentença Estrangeira no Brasil ............................................... 44 
 Questões Atinentes à Área de Família .................................................................................. 56 
 Homologação de Laudo Arbitral Estrangeiro .................................................................... 63 
 Métodos de Solução Alternativa de Controvérsias ......................................................... 70 
 ARBITRAGEM – Regulamentação ........................................................................................ 74 
 Resumo Ponto 9 ......................................................................................................................... 79 
 
 
3 
 
 
 
1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 
PONTO N. QUESTÕES % 
1 2 2,44 
2 10 12,20 
3 8 9,76 
4 16 19,51 
5 6 7,32 
6 4 4,88 
7 6 7,32 
8 3 3,66 
9 17 20,73 
10 10 12,20 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO – ponto 9 
 
 
 
 
4 
 
 
2. PONTO 9 
RESOLUÇÃO Nº 067, DE 03/07/09 RESOLUÇÃO No 407, DE 10/06/16 
16. Processo internacional. Competência 
jurisdicional nas relações jurídicas com 
elemento estrangeiro. Cartas rogatórias. 
Homologação de sentenças estrangeiras. 
9. Processo internacional. 
Competência jurisdicional nas 
relações jurídicas com elemento 
estrangeiro. Cartas rogatórias. 
Homologação de sentenças 
estrangeiras. Métodos de solução 
alternativa de controvérsias. 
Arbitragem. 
18. Métodos de solução alternativa de 
controvérsias. Arbitragem. 
 
 
 Processo Internacional 
• Conceito: ramo do Direito Internacional Privado lato sensu que estuda os 
princípios e regras de caráter processual que são regidas pela lex fori. 
• Competência Internacional 
჻ Definição de qual é a autoridade competente para conhecer de 
um litígio dentro de uma relação jurídica com conexão 
internacional, que pode ser um juiz do próprio Estado ou 
 
 
5 
 
 
estrangeiro. Poder do tribunal de um Estado para conhecer o litígio 
que lhe é submetido e para prolatar sentença em condições de 
receber o exequatur em outro país. 
჻ Fundamento: direito interno (territorialidade) – regra geral é a 
submissão ao Tribunal em que domiciliada a pessoa ou onde se 
encontre, independente de nacionalidade, por decorrer do poder 
soberano estatal de sujeitar todas as pessoas, bens e relações 
jurídicas ao seu regramento interno dentro do seu território. 
჻ Princípio perpetuatio fori: uma vez definida a competência, se 
perpetua permanentemente. 
჻ Conflito positivo x conflito negativo 
჻ Forum shopping: o autor pode optar, dentre os diversos foros 
competentes em Estados diversos, por aquele que lhe seja mais 
favorável. 
჻ Forum non conveniens: o juiz não pode examinar o caso se entender 
que o foro de outro Estado é mais adequado ou que melhor atenda 
aos interesses privados relevantes das partes. Ex: meios de prova, 
exequibilidade da sentença, custas, etc. 
• Regramento: 
 
 
6 
 
 
჻ Global: Convenção de Haia sobre DIP e Convenção Relativa à Proteção 
das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, de 
1993 (Dec. 3087/99) 
჻ Regional: a) Américas: Código de Bustamante e Conferência 
Especializada Interamericana(Américas), de 1993; b) Interamericana: Dec. 
1902/96 – Arbitragem Comercial Internacional, Dec. 1899/96 – Cartas 
Rogatórias; Dec. 1.213/94 – Regime Legal das Procurações para serem 
utilizadas no Exterior, de 1975; Dec. 1925/96 – Prova e Informação acerca 
do Direito Estrangeiro, de 1979; Dec. 2.411/97 - Eficácia Extraterritorial 
das Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiros, de 1979; c) Mercosul: Dec. 
2.626/97 – Protocolo de Medidas Cautelares, de 1994; Dec. 2.067/96 – 
Protocolo de Las Leñas e Dec. 2.095/96 – Protocolo de Buenos Aires. 
 
 
 Competência da Autoridade Judiciária Brasileira no Plano 
Internacional 
• Conflito de leis: disposições sobre processo civil previstas em tratados tem 
status supralegal (art. 13 CPC) 
• Modalidades: Competência exclusiva/absoluta/necessária x competência 
concorrente/relativa/alternativa/ cumulativa 
 
 
7 
 
 
• Hipóteses: art. 12 da LINDB. É competente a autoridade judiciária 
brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser 
cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das 
ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
• Momento: art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, 
alegar: II - incompetência absoluta e relativa; 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos 
IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não 
ocorrer o trânsito em julgado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA 
Art. 21 do CPC/2015: 
I - o réu, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato 
praticado no Brasil. 
Art. 22 - I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no 
Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como 
posse ou propriedade de bens, recebimento 
de renda ou obtenção de benefícios 
econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, 
quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou 
tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional. 
Art. 23 do CPC/2015: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil ; 
II - em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja de nacionalidade estrangeira ou 
tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou 
dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que 
o titular seja de nacionalidade estrangeira ou 
tenha domicílio fora do território nacional. 
 
 
 
 
9 
 
 
→ 3. No caso, a partilha de bens imóveis situados no Brasil, em decorrência 
de divórcio ou separação judicial, é competência exclusiva da Justiça 
brasileira, nos termos do art. 23, III, do Código de Processo Civil. Nada 
obstante, a jurisprudência pátria admite que a Justiça estrangeira ratifique 
acordos firmados pelas partes, independente do imóvel localizar-se em 
território brasileiro. Contudo, tal entendimento não pode se aplicar à 
situação em exame, em que não houve acordo,inclusive porque o réu, 
devidamente citado, não compareceu ao processo estrangeiro. 4. Assim, a 
partilha decretada no estrangeiro é válida tão somente em relação ao 
imóvel adquirido no Brasil em data anterior ao casamento, não havendo 
como homologar a partilha do imóvel cuja aquisição se deu já na constância 
do casamento e nem, tampouco, cabe discutir a partilha dos bens situados 
no estrangeiro. 5. Pedido de homologação de sentença estrangeira deferido 
parcialmente. (SEC 15.639/EX, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 04/10/2017, DJe 09/10/2017) 
 
 LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL 
• Conceito: existência de duas ou mais ações judiciais que compartilham 
entre si as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir e 
que correm em juízos de Estados diferentes. 
 
 
10 
 
 
Art. 24 do CPC/2015. A ação proposta perante tribunal estrangeiro 
não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária 
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, 
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e 
acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira 
não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando 
exigida para produzir efeitos no Brasil. 
• Regramento: lex fori. 
• Cabimento: competência concorrente 
• Prevalência: a proferida pelo juízo nacional se já transitada em julgado ao 
tempo do pedido de homologação da estrangeira; a sentença estrangeira 
se homologada pelo STJ antes do trânsito em julgado da brasileira. 
 
→ SENTENÇA ESTRANGEIRA - TRAMITAÇÃO DE PROCESSO NO BRASIL - 
HOMOLOGAÇÃO. O fato de ter-se, no Brasil, o curso de processo 
concernente a conflito de interesses dirimido em sentença estrangeira 
transitada em julgado não é óbice à homologação desta última. BENS 
IMÓVEIS SITUADOS NO BRASIL - DIVISÃO - SENTENÇA ESTRANGEIRA - 
HOMOLOGAÇÃO. A exclusividade de jurisdição relativamente a bens 
imóveis situados no Brasil - artigo 89, inciso I, do Código de Processo 
 
 
11 
 
 
Civil - afasta a homologação de sentença estrangeira que versar sobre 
divisão. 
(SEC 7209, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/2004, DJ 29-09-2006) 
 
→ RECURSO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO 
TRANSNACIONAL DE DROGAS. LITISPENDÊNCIA. FATOS APURADOS EM 
DISTINTOS ESTADOS SOBERANOS. BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. 
RECURSO NÃO PROVIDO. 
A litispendência guarda relação com a ideia de que ninguém pode ser 
processado quando está pendente de julgamento um litígio com as 
mesmas partes (eadem personae), sobre os mesmos fatos (eadem res), e 
com a mesma pretensão (eadem petendi), que é expressa por antiga 
máxima latina, o ne bis in idem. 
Pela análise de normativa internacionais incorporada e vigentes no 
ordenamento jurídico brasileiro, constata-se a regra de que é a sentença 
definitiva oriunda de distintos Estados soberanos - e não a existência 
de litígio pendente de julgamento - que pode obstar a formação, a 
continuação ou a sobrevivência da relação jurídica processual que 
configuraria a litispendência. (...) (RHC 104.123/SP, Rel. MIN. ROGERIO 
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 20/09/2019) 
 
 
12 
 
 
 Cláusula de Eleição de Foro 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo 
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
 § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência 
internacional exclusiva previstas neste Capítulo. 
 § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da 
função é inderrogável por convenção das partes. 
Art. 63 do CPC/2015. As partes podem modificar a competência em razão do 
valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos 
e obrigações. 
 § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento 
escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 
 § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
 § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode 
ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos 
autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
 § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição 
de foro na contestação, sob pena de preclusão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
 
 
13 
 
 
→ DIREITO DO CONSUMIDOR E INTERNACIONAL 
PRIVADO. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL E RELAÇÃO DE CONSUMO. 
A Justiça brasileira é absolutamente incompetente para processar e 
julgar demanda indenizatória fundada em serviço fornecido de forma 
viciada por sociedade empresária estrangeira a brasileiro que possuía 
domicílio no mesmo Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, 
quando o contrato de consumo houver sido celebrado e executado 
nesse local, ainda que o conhecimento do vício ocorra após o retorno 
do consumidor ao território nacional. O debate que se põe perpassa 
necessariamente pela definição do que seja relação de consumo interna 
ou internacional e por qual o critério diferenciador, nos termos da 
legislação vigente no momento da propositura da demanda. Cabe registrar 
que a competência internacional quanto às controvérsias decorrentes de 
relação de consumo internacional, à luz do CPC/1973, de fato, suscita 
interpretações doutrinárias por vezes absolutamente opostas. Por um lado, 
há quem advogue que a hipossuficiência ou vulnerabilidade do consumidor 
é suficiente para justificar a competência do foro de seu domicílio, 
aplicando à competência internacional as regras de distribuição 
de competência interna. Por outro prisma, há visões mais restritivas que 
entoam a aplicação das regras comuns de competência internacional de 
acordo com o local em que deva ser prestada a obrigação. Por óbvio, em 
 
 
14 
 
 
ambiente comercialmente integrado pela globalização, as relações tendem 
a se firmar com certa indiferença ao local em que se encontram 
fornecedores e consumidores, seja pelas facilidades da internet, seja pela 
mobilidade atual dos meios de transporte e comunicação em geral. (...) 
 
Nesse contexto global integrado, já não é suficiente o critério da 
nacionalidade das partes contratantes, havendo que se considerar 
peculiaridades na multiplicidade de situações fáticas que circundam a 
formação das relações jurídicas internacionais. Com efeito, as contratações 
internacionais compõem-se de diferentes e variados elementos de 
estraneidade, projetando-se sobre mais de um ordenamento jurídico e 
causando típicas situações de conflitos de leis e de jurisdições. Entre esses 
elementos, a doutrina tradicional do Direito Internacional Privado menciona 
como exemplos típicos a diversidade de domicílio e nacionalidade das 
partes, o local de assinatura dos contratos e o de cumprimento das 
obrigações, que por vezes nem coincide com o domicílio de nenhuma das 
partes. Isso porque, nessas contratações transfronteiriças, ambos os 
contratantes nutrem intuito manifesto de extrapolarem os limites dos 
territórios de seus respectivos Estados nacionais. Noutros termos, os 
contratos internacionais traduzem a intenção de importação e 
exportação de serviços e produtos, envolvendo negócios jurídicos que, 
 
 
15 
 
 
de fato, sobrepõem-se a territórios nacionais e por vezes têm, em algum 
dos polos, o consumidor internacional. Nesse cenário, parece mesmo não 
haver espaço para debate acerca da vulnerabilidadedos consumidores em 
qualquer local do globo. (...) 
 
Essa vulnerabilidade, desde 1985, é reconhecida inclusive pela Assembleia 
Geral da ONU (Resolução n. 39/248), na qual se instituiu diretrizes para os 
Estados promoverem a proteção aos consumidores no âmbito das 
legislações internas. Albergando esse mesmo paradigma, tanto nossa 
Constituição Federal como o Código de Defesa do Consumidor vieram 
garantir o acesso dos consumidores ao Poder Judiciário e tutelar seus 
interesses difusos e individuais, amparando de forma abrangente os 
consumidores, ainda que estrangeiros, e deixando bastante claro não ser o 
critério das nacionalidades das partes aquele que distinguirá entre uma 
relação jurídica estritamente nacional ou internacional. Ressalte-se que o 
STJ reconhece a legitimação dos estrangeiros a propor demanda 
perante a Justiça brasileira, sujeitando-os às regras processuais 
nacionais, inclusive quanto à exigência de caução de custas e 
honorários, quando a relação jurídica posta em juízo se firmou no Brasil 
(REsp 1.479.051-RJ, Terceira Turma, DJe 5/6/2015). Assim, distanciando-se 
o deferimento de tutela do critério da nacionalidade do consumidor, 
 
 
16 
 
 
conclui-se que se seguirá as regras nacionais de distribuição 
da competência brasileira, no que tange a consumidores, nacionais ou 
estrangeiros, envolvidos em relações consumeristas firmadas no território 
nacional. Isso porque, nessas hipóteses, não há propriamente uma relação 
contratual internacional, visto que as partes não nutriam o intuito de 
importação ou exportação, mas consumiram em um território nacional, 
inserindo-se em um único mercado consumidor local. Não há no espírito 
do consumidor nem do fornecedor o intuito de firmar uma relação que 
extrapole as fronteiras nacionais; a distinção de nacionalidades ou de 
domicílios torna-se um mero elemento acidental, e não um elemento de 
estraneidade da relação posta. (...) 
 
Por paralelismo, ou reciprocidade, do mesmo modo, deve-se reconhecer 
aos Estados estrangeiros sua competência para tutelar as relações 
firmadas e cumpridas nos estritos limites de seus territórios, ainda que 
envolvendo consumidor de nacionalidade brasileira. Desse modo, ainda 
que a nacionalidade do consumidor seja brasileira e para o Brasil tenha 
transferido novamente seu domicílio, não há que se cogitar sequer de 
uma relação de consumo internacional propriamente dita - aliás, nem 
sequer se constata a distinção de domicílios entre as partes então 
contratantes. No caso, verifica-se que o serviço foi ofertado e aceito nos 
 
 
17 
 
 
estritos limites territoriais estrangeiros, sem qualquer intenção, por parte de 
qualquer dos envolvidos, de criar uma relação para além de fronteiras 
nacionais. Também se deu em território estrangeiro o integral cumprimento 
do contrato, ainda que de forma eventualmente viciada. O fato de o vício 
somente ter se tornado conhecido após o retorno do brasileiro ao 
território nacional é elemento absolutamente estranho à definição do 
foro internacional competente. Assim, tratando-se de fato ocorrido no 
exterior e não previsto nas hipóteses excepcionais de alargamento da 
jurisdição nacional, concorrente ou exclusiva (arts. 88 e 89 do CPC/1973), 
não é competente o foro brasileiro para o conhecimento e 
processamento da demanda. (...) 
 
Claro que esse entendimento não é estanque, podendo-se admitir o 
alargamento do art. 88 do CPC/1973 para proteger consumidores 
brasileiros naqueles casos em que há típica contratação internacional, ou 
seja, em que pessoa domiciliada no Brasil - independentemente de sua 
nacionalidade - contrata serviço ofertado por empresa estrangeira, exemplo 
típico do mercado virtual ou mesmo contratações físicas em que há o real 
intuito de aproximação entre fornecedores e consumidores para além das 
fronteiras nacionais, com importação/exportação de bens ou serviços. 
Nesse sentido: AgRg no Ag 1.157.672-PR, Quarta Turma, DJe 26/5/2010; CC 
 
 
18 
 
 
29.220-RJ, Segunda Seção, DJ 23/10/2000. Essa situação se distingue 
sobremaneira do caso em que nenhum dos contratantes, seja consumidor, 
seja fornecedor, buscou uma contratação internacional, uma exportação de 
serviço. Aliás, ambos estavam na fronteira de seus domicílios, 
caracterizando uma relação nacional, embora de nacionalidade 
estrangeira. REsp 1.571.616-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 5/4/2016, DJe 11/4/2016. 
 
 
 Cooperação Jurídica Internacional 
• Pressupostos: territorialidade da jurisdição, limites do poder soberano 
estatal. 
• Conceito: articulação dos entes estatais para a solução de processos 
judiciais que correm em outros Estados. 
• Aplicável: a todos os ramos do Direito. 
• Objeto (art. 27 do CPC): I - citação, intimação e notificação judicial e 
extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - 
homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial 
de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra 
medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1571616
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1571616
 
 
19 
 
 
• Regramento: tratados ou compromisso de reciprocidade (26, §1º). 
• Instrumentos: cartas rogatórias, homologação de sentenças estrangeiras, 
extradição, auxílio direto, adoção e sequestro internacionais de crianças. 
 
Art. 26 do CPC . A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de 
que o Brasil faz parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes 
ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos 
processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na 
legislação brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos 
pedidos de cooperação; (art. 26 § 4o O Ministério da Justiça exercerá as 
funções de autoridade central na ausência de designação específica) 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades 
estrangeiras. 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas 
fundamentais que regem o Estado brasileiro. 
 
 
 
20 
 
 
• Modalidades do Cooperação Jurídica Internacional: Ativa ou Passiva 
• Limites: ordem pública (art. 39) e normas fundamentais (26, §3º) 
• Tradução (art. 38, 41 e 192, 18 do Dec. 13.609/43): língua oficial do Estado 
requerido (versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática 
ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado) 
• Meios: auxílio direto (art. 28), concessão de exequatur às carta rogatória ou 
ação de homologação de sentença estrangeira (art. 40) 
• Tratados que o Brasil aderiu: a) globais: Convenção para a Repressão do 
Tráfico de Pessoas e do Lenocínio (Dec. 46.981/1959), Convenção sobre 
Prestação de Alimentos no Estrangeiro (Dec. 56.826/1965), Convenção 
sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças (Dec. 
3.4123/2000) e Convenção da Unidroit sobre Bens Culturais Furtados ou 
Ilicitamente Exportados (Dec. 3.166/99); b) interamericanos: Protocolo 
sobre Uniformidade do Regime Legal das Procurações Utilizadas no 
Exterior, de 1940, Convenção Interamericana sobre Cartas Rogatórias (Dec. 
1899/1956), CI sobre o Regime Legal das Procurações para serem utilizadas 
no exterior (Dec. 1.213/1994), CI sobre Prova e Informação acerca do Direito 
Estrangeiro (Dec. 1925/96), CI sobre Obrigação Alimentar (Dec. 2.428/97) e 
CI sobre RestituiçãoInternacional de Menores (Dec. 1.212/94); c) Mercosul: 
Protocolo de Las Leñas (Dec. 2.067/96) e Protocolo de Ouro Preto sobre 
 
 
21 
 
 
Medidas Cautelares (Dec. 2.626/97); d) bilaterais: Argentina, Bolívia, Chile, 
Espanha, EUA, França, Itália, Japão, Peru, Portugal, Suíça e Uruguai. 
 
 
 Legalização Consular de Documentos 
 Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos 
Públicos Estrangeiros (“Convenção da Apostila de Haia”), de 1961, internalizada 
pelo Dec. 8.660/2016, com vigor após 14/08/2016. 
Aplica-se aos atos públicos lavrados e apresentados em um dos países 
signatários. São considerados como atos públicos: 
 Documentos provenientes de uma autoridade ou de um funcionário 
dependente de qualquer jurisdição do país, compreendidos os provenientes 
do Ministério Público, de um escrivão de direito ou de um oficial de 
diligências; 
 Documentos administrativos ou atos notariais; 
 Declarações oficiais tais como menções de registro, vistos para data 
determinada e reconhecimento de assinatura, inseridos em atos de natureza 
privada. 
 
 
22 
 
 
A Convenção não se aplica a: documentos elaborados pelos agentes 
diplomáticos ou consulares e documentos administrativos relacionados 
diretamente com uma operação comercial ou aduaneira. 
A única formalidade que pode ser exigida para atestar a veracidade da 
assinatura, a qualidade e a autenticidade será o selo ou carimbo dado pela 
autoridade competente do país donde o documento é originário. Esta formalidade 
não pode ser exigida caso as leis, os regulamentos, os costumes que vigorem no 
país onde se celebrou o ato afaste, simplifique ou dispense o ato da legalização. 
Acesso: https://www.hcch.net/pt/home / http://www.cnj.jus.br/poder-
judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia 
 
→ 7. O argumento da parte requerida de que os documentos apresentados 
pela autoridade estrangeira deveriam vir acompanhados da chancela 
consular brasileira não merece prosperar. O Decreto 8.660/2016 
promulgou a Convenção sobre a Eliminação da Exigência de 
Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros, firmada pela 
República Federativa do Brasil, em Haia, em 5 de outubro de 1961, 
eliminando a necessidade da chancela consular em documentos 
públicos produzidos no Brasil, tendo os Estados Unidos como 
signatários. 8. A Resolução Conselho Nacional de Justiça 228/2016 
dispensou a chancela consular a partir de 14.8.2016 para a legalização 
https://www.hcch.net/pt/home%20/
http://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia
http://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia
 
 
23 
 
 
de documentos estrangeiros, desde que os países sejam signatários da 
denominada "Convenção da Apostila“. (HDE 330/EX, Rel. Min. HERMAN 
BENJAMIN, CORTE ESPECIAL, j. 07/11/2018) 
Conforme dispõe a Convenção sobre a Eliminação da Exigência de 
Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros (Convenção de Haia), 
promulgada pelo Decreto 8.660/2016, são considerados documentos 
públicos os atos notariais (art. 1o., c), sendo dispensada a formalidade 
pela qual os agentes diplomáticos ou consulares do país no qual o 
documento deve produzir efeitos atestam a autenticidade da 
assinatura, a função ou o cargo exercidos pelo signatário do 
documento e, quando cabível, a autenticidade do selo ou carimbo 
aposto no documento (art. 2o.), sendo suficiente para tal finalidade a 
aposição de apostila, emitida pela autoridade competente do Estado 
no qual o documento é originado (art. 3o.), atendendo-se, portanto, o 
requisito previsto no art. 37, I da Lei 9.307/1996, sendo desnecessário, no 
presente caso, a autenticação consular da decisão objeto da homologação. 
(HDE 1.940/EX, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE 
ESPECIAL, j. 05/02/2020) 
 
 
 
24 
 
 
1. AUXÍLIO DIRETO (art. 28 do CPC/2015): medidas solicitadas por Estado 
estrangeiro que não decorrem diretamente de decisão de autoridade 
jurisdicional alienígena. 
• Requisitos: documento autêntico e clareza do pedido (art 29) 
• Procedimento: direto via autoridade central (art. 31) 
• Objeto (art. 30): I - obtenção e prestação de informações sobre o 
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais 
findos ou em curso; II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada 
em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de 
autoridade judiciária brasileira; III - qualquer outra medida judicial ou 
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
• Órgão executor quando o auxílio direto passivo requeira prestação 
jurisdicional: AGU / MP 
• Competência (art. 34): Compete ao juízo federal do lugar em que deva 
ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
2. CARTA ROGATÓRIA: 
• Conceito: pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro 
ente estatal, com vistas a obter a colaboração deste para a prática de 
certos atos processuais. 
 
 
26 
 
 
• Regramento: lex fori ou tratados 
• Ato discricionário 
• Requisitos: quanto ao conteúdo da Carta segue as normas do Estado 
rogante; quanto à forma de execução: normas do Estado rogado. 
• Tipos: ativa e passiva (art. 237 do CPC - Será expedida carta: II - 
rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de 
cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante 
órgão jurisdicional brasileiro;) 
• Competência: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: (...) i) a homologação de sentenças 
estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença 
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, 
inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLUXOGRAMA DA CARTA 
ROGATÓRIA, VIA 
DIPLOMÁTICA. 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLUXOGRAMA DA 
CARTA ROGATÓRIA, 
VIA TRATADO. 
 
 
30 
 
 
→ Fluxograma da CR no STJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Procedimento: 
Art. 36 do CPC. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal 
de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias 
do devido processo legal. 
 
 
31 
 
 
§ 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos 
requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos 
no Brasil. 
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do 
pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. 
Art. 260 do CPC. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória: 
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; 
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do 
mandato conferido ao advogado; 
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto; 
IV - o encerramento com a assinatura do juiz. 
Art. 262. do CPC A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de 
lhe ser ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela 
consta, a fim de se praticar o ato. 
Art. 960 § 1o do CPC - A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada 
no Brasil por meio de carta rogatória. 
Art. 961 do CPC - A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a 
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas 
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. 
 
 
32 
 
 
Art. 12 § 2o LINDB - A autoridade judiciária brasileiracumprirá, concedido 
o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências 
deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, 
quanto ao objeto das diligências. 
Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o 
julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, 
tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova neles solicitada 
for imprescindível. 
Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo 
ou concedidas sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a 
qualquer momento. 
• Pressupostos da Carta Rogatória: 
Art. 963 do CPC. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da 
decisão: 
I - ser proferida por autoridade competente; 
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
IV - não ofender a coisa julgada brasileira; 
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense 
prevista em tratado; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
 
 
33 
 
 
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, 
observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste artigo e 
no art. 962, § 2º (§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do 
réu poderá ser executada, desde que garantido o contraditório em 
momento posterior). 
Art. 216-O do RI/STJ. É atribuição do Presidente conceder exequatur a 
cartas rogatórias, ressalvado o disposto no art. 216-T. 
§ 1º Será concedido exequatur à carta rogatória que tiver por objeto 
atos decisórios ou não decisórios. 
§ 2º Os pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por 
objeto atos que não ensejem juízo deliberatório do STJ, ainda que 
denominados de carta rogatória, serão encaminhados ou devolvidos ao 
Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento 
por auxílio direto. 
Art. 216-P. Não será concedido exequatur à carta rogatória que ofender a 
soberania nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem 
pública. => IMPORTANTE! 
Art. 216-Q. A parte requerida será intimada para, no prazo de quinze dias, 
impugnar o pedido de concessão do exequatur. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
 
 
34 
 
 
§ 1º A medida solicitada por carta rogatória poderá ser realizada sem 
ouvir a parte requerida, quando sua intimação prévia puder resultar na 
ineficiência da cooperação internacional. 
§ 2º No processo de concessão do exequatur, a defesa somente poderá 
versar sobre a autenticidade dos documentos, a inteligência da 
decisão e a observância dos requisitos previstos neste Regimento. 
Art. 216-R. Revel ou incapaz a parte requerida, dar-se-lhe-á curador 
especial. 
Art. 216-S. O MP terá vista dos autos nas cartas rogatórias pelo prazo de 
quinze dias, podendo impugnar o pedido de concessão do exequatur. 
Art. 216-T. Havendo impugnação ao pedido de concessão de exequatur a 
carta rogatória de ato decisório, o Presidente poderá determinar a 
distribuição dos autos do processo para julgamento pela Corte Especial. 
Art. 216-U. Das decisões do Presidente ou do relator na concessão de 
exequatur a carta rogatória caberá agravo. 
Art. 216-V. Após a concessão do exequatur, a carta rogatória será 
remetida ao Juízo Federal competente para cumprimento. 
§ 1º Das decisões proferidas pelo Juiz Federal competente no 
cumprimento da carta rogatória caberão embargos, que poderão ser 
opostos pela parte interessada ou pelo Ministério Público Federal no 
prazo de dez dias, julgando-os o Presidente deste Tribunal. 
 
 
35 
 
 
§ 2º Os embargos de que trata o parágrafo anterior poderão versar sobre 
qualquer ato referente ao cumprimento da carta rogatória, exceto 
sobre a própria concessão da medida ou o seu mérito. 
Art. 216-W. Da decisão que julgar os embargos cabe agravo. 
Parágrafo único. O Presidente ou o relator do agravo, quando possível, 
poderá ordenar diretamente o atendimento à medida solicitada. 
Art. 216-X. Cumprida a carta rogatória ou verificada a impossibilidade de 
seu cumprimento, será devolvida ao Presidente deste Tribunal no prazo de 
dez dias, e ele a remeterá, em igual prazo, por meio do Ministério da 
Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, à autoridade estrangeira 
de origem. 
 
→ "[...] '[o] mero procedimento citatório não produz qualquer efeito 
atentatório à soberania nacional ou à ordem pública, apenas possibilita 
o conhecimento da ação que tramita perante a justiça alienígena e 
faculta a apresentação de defesa' [...]". "[...] questões de mérito 
relacionadas ao vínculo jurídico não comportam apreciação em carta 
rogatória, ficando o exame a cargo da Justiça rogante. Conforme previsto 
no art. 216-Q do RISTJ, a defesa somente poderá versar sobre a 
autenticidade dos documentos, a inteligência da decisão e a observância 
 
 
36 
 
 
dos requisitos previstos no referido regimento". (AgInt na CR 12027 / EX, 
Min. Laurita Vaz, Corte Especial, j. 16/05/2018) 
 
→ Inexiste ofensa ao princípio da colegialidade quando o presidente do 
Superior Tribunal de Justiça concede exequatur a carta rogatória, pois a 
determinação de distribuição dos autos para julgamento pela Corte 
Especial, caso o pedido verse sobre ato decisório e haja impugnação do 
interessado, é discricionária (arts. 216-O e 216-T do RISTJ). (AgInt na CR 
13.193/EX, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, 
julgado em 26/11/2019, DJe 29/11/2019) 
 
→ AGRAVO INTERNO NA CARTA ROGATÓRIA. CITAÇÃO VÁLIDA E 
CONSTITUIÇÃO DE DEFENSOR. COMPROVAÇÃO. DESNECESSIDADE. 
CHANCELA CONSULAR. TRAMITAÇÃO PELA AUTORIDADE CENTRAL. 
CONCESSÃO DE EXEQUATUR. POSSIBILIDADE. PRESUNÇÃO DE 
AUTENTICIDADE. 
1. A citação válida e a constituição de defensor para o interessado no processo 
estrangeiro são matérias a ser apreciadas pela Justiça rogante, cabendo ao 
STJ emitir juízo meramente delibatório acerca da concessão do 
exequatur. 
 
 
37 
 
 
2. Consideram-se autênticos os documentos recebidos por meio da 
autoridade central ou pela via diplomática, o que dispensa a chancela 
consular e demais formalidades. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt na 
CR 12.703/EX, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, 
DJe 04/02/2019) 
 
→ 3. Cabe ao STJ emitir juízo meramente de delibação acerca da concessão 
do exequatur nas cartas rogatórias, sendo competência da Justiça 
rogante a análise de alegações relacionadas ao mérito da causa. 
(AgInt nos EDcl na CR 14.431/EX, Rel. Min. JOÃO O. NORONHA, CE, julgado 
em 22/10/2019) 
HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO. 
CÔNJUGE RESIDENTE NO BRASIL. CITAÇÃO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE. 
NECESSIDADE DE CITAÇÃO POR CARTA ROGATÓRIA. HOMOLOGAÇÃO 
INDEFERIDA. I - A citação de brasileiro residente no Brasil deve ocorrer 
por carta rogatória, sendo inválida a citação por edital ocorrida no 
estrangeiro. (HDE 855/EX, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 05/12/2018, DJe 12/12/2018) 
 
→ 2. A expedição de carta rogatória, para a intimação do apenado acerca do 
início da execução da pena, não interrompe o curso do prazo prescricional, 
 
 
38 
 
 
por não se enquadrar em qualquer das hipóteses de causas interruptivas 
do curso prescricional, a que se refere o art. 117 do CP, cuja natureza é 
taxativa. (REsp 1784520/PR, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, 6ª T., j. em 
27/08/2019) 
 
→ Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (art. 1.036 do 
Código Fux, CPC/2015), fixando-se a tese: nos casos de intimação/citação 
realizadas por Correio, Oficial de Justiça, ou por Carta de Ordem, 
Precatória ou Rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntadaaos 
autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada 
da carta. (REsp 1632497/SP, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
CORTE ESPECIAL, j. 17/05/2017) 
3. "O cumprimento de cartas rogatórias não implicará em caráter definitivo 
o reconhecimento de competência da autoridade judiciária requerente nem 
o compromisso de reconhecer a validade ou de proceder à execução da 
sentença que por ela venha a ser proferida" (art. 9º da Convenção 
Interamericana sobre Cartas Rogatória) (AgInt na CR 11.219/EX, Rel. Min. 
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, j. 13/11/2018). 
1. A intimação para fornecimento de documentos solicitados pela 
Justiça estrangeira não caracteriza, por si só, violação da garantia contra 
a autoincriminação e a concessão de exequatur não acarreta prejuízo aos 
 
 
39 
 
 
direitos da parte. 2. Ninguém pode eximir-se de colaborar com o Poder 
Judiciário, mas a parte tem o direito de não produzir prova contra si, em 
observância ao princípio nemo tenetur se detegere. (AgInt nos EDcl na CR 
10.603/EX, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, 
julgado em 13/11/2018) 
 
→ AGRAVO INTERNO NA CARTA ROGATÓRIA. CITAÇÃO DA PARTE 
INTERESSADA PARA AÇÃO DE COBRANÇA. CONCESSÃO DE EXEQUATUR. 
VIOLAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. NÃO OCORRÊNCIA. TESE DE DEFICIÊNCIA 
NA INSTRUÇÃO. DOCUMENTAÇÃO SUFICIENTE PARA COMPREENSÃO 
DA CONTROVÉRSIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 
1. A comissão tem por finalidade a citação da parte Interessada para ação 
de cobrança, diligência que não traduz violação da ordem pública. Não se 
verifica qualquer óbice ao seu cumprimento. 
2. A carta rogatória para a concessão do exequatur não precisa estar 
acompanhada de todos os documentos existentes na petição inicial e 
de detalhes do processo em curso, mas de peças suficientes para a 
compreensão da controvérsia. 
3. Cabe ao Superior Tribunal de Justiça emitir juízo meramente delibatório 
acerca da concessão do exequatur nas cartas rogatórias, sendo competência 
da Justiça rogante a análise de alegações relacionadas ao mérito da causa. 
 
 
40 
 
 
(AgInt na CR 12.025/EX, Rel. Min. LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, j. 
02/05/2018) 
 
• Segundo a jurisprudência do STJ, não cabe CR: 
჻ Devolução de crianças levadas ilicitamente; 
჻ Quebra de sigilo bancário ou sequestro de bens; 
჻ Execução em território nacional de mandado de prisão expedido por 
autoridade estrangeira; 
჻ Ato executório que dependem da homologação de sentença estrangeira 
que os determina. Ex: arresto, sequestro, penhora, transferência de 
títulos ou de bens, em virtude de partilha, etc. 
• Cabe CR para título executivo judicial - art. 515 do CPC. São títulos 
executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos 
previstos neste Título: (...) IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a 
concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 
 
AUXÍLIO DIRETO CARTAS ROGATÓRIAS 
Mecanismo de cooperação jurídica Mecanismo de cooperação jurídica 
 
 
41 
 
 
Visa a realização de uma diligência de 
natureza administrativa ou obtenção de 
decisão judicial estrangeira sobre um 
processo que tramita no Estado que 
pede o auxílio 
Visa a permitir a prática de um ato 
processual determinado pelas 
autoridades judiciárias de um Estado 
em outro país 
Não há decisão judicial do Estado que 
pede o auxílio 
Há decisão judicial do Estado que 
pede o auxílio 
Não há juízo de delibação Há juízo de delibação 
Pedido de auxílio direto prestado 
administrativamente pelo MJ ou julgado 
no Brasil: JF 
Pedido de execução de rogatórias no 
Brasil: JF 
 
 
→ QUESTÃO 54 – TRF5/2017 
De acordo com as regras do Código de Processo Civil (CPC) que tratam da 
cooperação jurídica internacional, o denominado auxílio direto passivo 
a) depende, para que seja cumprido, da concessão de exequatur, exceto 
quando tiver por objeto ato de instrução processual. 
 
 
42 
 
 
b) deve ser, caso dependa de medida judicial, pleiteado em juízo pelo 
Ministério Público, independentemente de quem atue como autoridade 
central no caso. 
c) deve ser encaminhado, pelo Estado estrangeiro interessado, diretamente a 
órgão do Poder Judiciário brasileiro. 
d) pode ser utilizado para qualquer medida judicial ou extrajudicial, desde que 
não vedada pela lei brasileira e não sujeita a juízo de delibação no Brasil. 
e) somente pode ser utilizado nos casos previstos em tratados internacionais 
ratificados pelo Brasil, dependendo a sua efetivação de homologação no 
STJ. 
 
→ QUESTÃO 92 – TRF2/2018 
Em matéria cível, na concessão do exequatur às cartas rogatórias provenientes do 
exterior: 
I – Não deve haver análise de mérito da ação que tramita no exterior. 
II – Deve haver análise do mérito da ação que tramita no exterior para verificar a 
sua procedência à luz do direito brasileiro. 
III – A análise da compatibilidade com a ordem pública brasileira deve se limitar 
ao ato a ser praticado no Brasil. 
IV – A ordem pública brasileira impede o exequatur para prática de ato que, 
segundo a lei brasileira, não seria cabível na hipótese analisada. 
 
 
43 
 
 
a) Somente as alternativas I e III estão corretas. 
b) Somente as alternativas I e IV estão corretas. 
c) Somente a alternativa II está correta. 
d) Somente a alternativa III está correta. 
e) Somente a alternativa I está correta. 
 
 
 Homologação de Sentença Estrangeira 
• Cada Estado tem poderes para fazer valer os provimentos jurisdicionais 
proferidos por suas autoridades competentes apenas no âmbito alcançado 
pelos respectivos poderes soberanos, a eficácia de uma decisão judicial em 
território estrangeiro está condicionada, fundamentalmente, ao 
consentimento do Estado em cujo território a sentença deva ser executada, 
que normalmente é materializado por meio da homologação. 
• Homologação/Reconhecimento/Ratificação/Execução de Sentença 
Estrangeira é o ato por meio do qual uma decisão judicial proferida em um 
Estado passa a ter efeitos e ser executada no território de outro ente estatal, 
observadas a lex fori. 
• Ato discricionário 
 
 
 
44 
 
 
 Métodos de Homologação de Sentença Estrangeira 
• Revisão do mérito da sentença: deve haver novo processo judicial no Estado 
homologante, como se não existisse sentença estrangeira anterior a 
homologar, e, somente após o julgamento do processo nacional, e 
dependendo de seu resultado, poderá a decisão estrangeira ser 
homologada; 
• Revisão parcial de mérito: a homologação depende da verificação da boa 
ou má aplicação da lei do Estado onde a sentença estrangeira gerará 
efeitos; 
• Reciprocidade diplomática: a homologação é fundamentada em tratados 
que envolvam o Estado de origem da sentença e aquele onde a decisão 
judicial deverá surtir efeitos, sem os quais não será possível; 
• Reciprocidade de fato: só pode ocorrer a homologação quando o Estado 
de origem da sentença também homologa sentenças estrangeiras; 
• Delibação: não se entra no mérito da decisão a ser homologada, 
examinando-se apenas certos pressupostos formais. 
 
 Homologação de Sentença Estrangeira no Brasil 
• Método adotado: DELIBAÇÃO 
• Hipóteses de Vedação: 
 
 
45 
 
 
჻ Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese 
de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira. 
჻ Art. 26 § 3o CPC - Na cooperação jurídica internacional não será 
admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam 
resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o 
Estado brasileiro. 
჻ Art. 17 da LINDB: As leis, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, 
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes. 
჻ Art. 216-F do RI/STJ: Não será homologada a decisão estrangeira que 
ofender a soberania nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a 
ordem pública. 
•Regramento: tratados, LINDB, RI do STJ e CPC/2015 – art. 40. A cooperação 
jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por 
meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença 
estrangeira, de acordo com o art. 960. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
 
 
46 
 
 
O sistema de homologação de sentenças estrangeiras adotado no Brasil não 
exige a revisão do mérito da decisão a ser homologada e tampouco a 
observância da lei brasileira, devendo-se somente verificar a compatibilidade da 
decisão estrangeira com princípios, tanto de direito material como processual, 
considerados fundamentais no país. 
(e.g.: STJ, HDE 176, Min. Rel. Benedito Gonçalves e STF, SEC 7394, Rel. Min. Ellen 
Gracie). 
 
• Competência: Art. 105 da CF/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: (...) i) a homologação de sentenças 
estrangeiras (...); 
Art. 109 da CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar: X – (...) 
a execução (...) de sentença estrangeira, após a homologação (...) 
• Requisitos: 
Art. 15 da LINDB. Será executada no Brasil a sentença proferida no 
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à 
revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
 
 
47 
 
 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
OBS: art. 41 do CPC - Considera-se autêntico o documento que instruir 
pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a 
língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de 
autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, 
autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
e) ter sido homologada pelo “Superior Tribunal de Justiça” (art. 105, 
I, i, CF) 
 
ART. 15 DA LINDB ART. 963 DO CPC/2015 
a) haver sido proferida por juiz 
competente; 
I - ser proferida por autoridade 
competente; (art. 216-D, I, RI/STJ) 
b) terem sido os partes citadas ou haver-
se legalmente verificado à revelia; (art. 
216-D, II, RI/STJ) 
II - ser precedida de citação regular, 
ainda que verificada a revelia; 
c) ter passado em julgado (art. 216-D, III, 
RI/STJ) e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em 
que foi proferida; 
III - ser eficaz no país em que foi 
proferida; 
 
 
48 
 
 
 
IV - não ofender a coisa julgada 
brasileira; 
d) estar traduzida por intérprete 
autorizado; 
V - estar acompanhada de tradução 
oficial, salvo disposição que a dispense 
prevista em tratado; 
 
VI - não conter manifesta ofensa à 
ordem pública. 
e) ter sido homologada pelo Supremo 
Tribunal Federal (pós EC45 – STJ). 
 
 
 
→ (...) constituem requisitos indispensáveis ao deferimento da 
homologação, os seguintes: 
i. instrução da petição inicial com o original ou cópia autenticada da 
decisão homologanda e de outros documentos indispensáveis, 
devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no Brasil 
e chancelados pela autoridade consular brasileira; 
ii. haver sido a sentença proferida por autoridade competente; 
 
 
49 
 
 
iii. terem as partes sido regularmente citadas ou haver-se legalmente 
verificado a revelia; 
iv. ter a sentença transitado em julgado; 
v. não ofender a soberania, a dignidade da pessoa humana e/ou ordem 
pública. 
(HDE 69/EX, Rel. Min. OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, j. 21/11/2018) 
Súmula 420 STJ – “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro 
sem prova do trânsito em julgado”. 
 
→ HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. SENTENÇA 
ARBITRAL SUIÇA. TRIBUNAL ARBITRAL DO ESPORTE. (...) 
5. O Código Fux, por meio do disposto no art. 963, III, derrogou a 
exigência de que haja o trânsito em julgado da decisão a ser 
homologada, sendo suficiente, para efeito de homologação, que seja 
eficaz no país em que foi proferida. Nesse sentido: HDE 818/EX, Rel. Min. 
BENEDITO GONÇALVES, DJe 10.9.2019. 
6. A decisão estrangeira homologanda não ofende a soberania nacional, a 
dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública, nos termos do art. 
216-F do RI/STJ, tendo sido proferida por autoridade competente, haja vista 
a eleição válida, pelas partes, do Tribunal Arbitral du Sport para resolver 
todo e qualquer litígio originado do Contrato Padrão de Representação. 
 
 
50 
 
 
7. Sentença arbitral estrangeira homologada. Condena-se a parte requerida 
ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, no importe 
de 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa. (HDE 1.940/EX, 
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 05/02/2020, DJe 17/02/2020) 
 
→ QUESTÃO 91 – TRF2/2018 - O art. 963, VI, do Código de Processo Civil 
exige, para que uma sentença estrangeira seja homologada, que não haja 
ofensa à ordem pública. Qual o alcance desse requisito? 
I. A sentença estrangeira deve ser idêntica àquela que seria proferida no 
Brasil, caso o litígio fosse submetido ao Judiciário brasileiro. 
II. A sentença estrangeira, quanto ao mérito, deve ser compatível com 
princípios fundamentais do direito brasileiro. 
III. A sentença estrangeira, quanto ao seu procedimento no exterior, deve ser 
compatível com o devido processo legal. 
IV. A sentença estrangeira deve ter considerado a legislação sobre o assunto. 
a) Somente a alternativa I está correta. 
b) As alternativas I e IV estão corretas. 
c) Somente a alternativa II está correta. 
d) Somente a alternativa III está correta. 
e) As alternativas II e III estão corretas. 
 
 
51 
 
 
• Cabimento: decisão arbitral, decisão judicial definitiva, bem como a 
decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional. 
OBS: art. 961 § 4o do CPC - Haverá homologação de decisão estrangeira 
para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa 
de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. 
Exceção: art. 961 § 5o do CPC - A sentença estrangeira de divórcio 
consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça; § 6o Na hipótese 
do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, 
em caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada 
em processo de sua competência. 
• Extensão: homologação total ou parcial (art. 216-A, § 2, do RI/STJ e 961,§ 
2,CPC) 
• Atribuição: Art. 216-A do RI/STJ. É atribuição do Presidente do Tribunal 
homologar decisão estrangeira, ressalvado o disposto no art. 216-K. 
• Plano da Eficácia: Art. 216-B do RI/STJ. A decisão estrangeira não terá 
eficácia no Brasil sem a prévia homologação do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
→ Trata-se de homologação de provimento estrangeiro em que os 
requerentes apresentaram petição solicitando a renúncia à pretensão de 
 
 
52 
 
 
obtenção da homologação, com o que expressamente não concordam os 
requeridos. Observe-se, inicialmente que, em sede de homologação de 
provimento estrangeiro, não é factível o exercício da renúncia. Isso porque, 
conforme lição doutrinária, a homologação consiste em "ato formal de 
órgão nacional a que se subordina a aquisição de eficácia pela sentença 
estrangeira". Nessa linha de intelecção, a homologação consubstancia 
um pressuposto de eficácia da decisão alienígena em território nacional, 
objetivando apenas a sua posterior execução, o que denota o seu 
caráter meramente processual, sem correlação direta com o direito 
material veiculado na ação original. Tal fato torna-se ainda mais evidente 
quando se observa o procedimento imposto pela legislação nacional ao 
reconhecimento da sentença estrangeira, limitando o juízo exercido por 
esta Corte à mera delibação, que se restringe, via de regra, à verificaçãodos requisitos formais preconizados no ordenamento jurídico, com vistas a 
conferir a produção de efeitos jurídicos ao ato proveniente de outra 
jurisdição. Dessarte, nesta seara, a boa técnica jurídica prenuncia que a 
parte requerente pode tão somente desistir do processo homologatório 
e não renunciar ao próprio direito reconhecido no provimento 
alienígena. (SEC 8.542-EX, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, 
julgado em 29/11/2017 – INFO STJ 621) 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=SEC8542
 
 
53 
 
 
• Desnecessidade de reciprocidade: Art. 26 do CPC - § 1o Na ausência de 
tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em 
reciprocidade, manifestada por via diplomática; § 2o Não se exigirá a 
reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença 
estrangeira. 
• Tutela de urgência: art. 216-G do RI/STJ e art. 961 § 3o do CPC - A 
autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar 
atos de execução provisória no processo de homologação de decisão 
estrangeira. Cabe inclusive com o contraditório diferido. 
Art. 962 § 3o O juízo sobre a urgência da medida compete 
exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão 
estrangeira. / § 4o Quando dispensada a homologação para que a 
sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de 
medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua 
validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-
lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo STJ. 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Procedimento de homologação: 
Art. 216-C do RI/STJ. A homologação da decisão estrangeira será proposta pela 
parte requerente, devendo a petição inicial conter os requisitos indicados na lei 
processual, bem como os previstos no art. 216-D, e ser instruída com o original 
ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros documentos 
indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no 
 
 
55 
 
 
Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira competente, quando for 
o caso. 
Art. 216-E. Se a petição inicial não preencher os requisitos exigidos nos artigos 
anteriores ou apresentar defeitos ou irregularidades que dificultem o julgamento 
do mérito, o Presidente assinará prazo razoável para que o requerente a 
emende ou complete. 
Parágrafo único. Após a intimação, se o requerente ou o seu procurador não 
promover, no prazo assinalado, ato ou diligência que lhe for determinada no 
curso do processo, será este arquivado pelo Presidente. 
Art. 216-H. A parte interessada será citada para, no prazo de quinze dias, contestar 
o pedido. 
Parágrafo único. A defesa somente poderá versar sobre a inteligência da 
decisão alienígena e a observância dos requisitos indicados nos arts. 216-
C, 216-D e 216-F. 
Art. 216-I. Revel ou incapaz o requerido, dar-se-lhe-á curador especial, que será 
pessoalmente notificado. 
Art. 216-J. Apresentada contestação, serão admitidas réplica e tréplica em cinco 
dias. 
Art. 216-K. Contestado o pedido, o processo será distribuído para julgamento 
pela Corte Especial, cabendo ao relator os demais atos relativos ao 
andamento e à instrução do processo. 
 
 
56 
 
 
Parágrafo único. O relator poderá decidir monocraticamente nas hipóteses em 
que já houver jurisprudência consolidada da Corte Especial a respeito do tema. 
Art. 216-L. O Ministério Público terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias, 
podendo impugnar o pedido. 
Art. 216-M. Das decisões do Presidente ou do relator caberá agravo. 
Art. 216-N. A decisão estrangeira homologada será executada por carta de 
sentença no Juízo Federal competente. 
 
 
 Questões Atinentes à Área de Família 
→ 2. Não há óbice à homologação da sentença estrangeira que disponha 
apenas sobre guarda de menor e direito à percepção de alimentos e de 
visitas (...). 3. A competência internacional concorrente, prevista no art. 
88, III, do CPC/73, não induz a litispendência, podendo a Justiça 
estrangeira julgar igualmente os casos a ela submetidos. Eventual 
concorrência entre sentença proferida pelo Judiciário brasileiro e a 
sentença estrangeira homologada pelo STJ, sobre a mesma questão, 
deve ser resolvida pela prevalência da que transitar em julgado em 
primeiro lugar. 4. Ademais, ainda que se analisasse o presente pedido de 
homologação à luz do Código de Processo Civil de 2015, este também 
 
 
57 
 
 
trata a matéria como de competência internacional concorrente, 
conforme previsão do art. 21, III, mantida, no art. 24, a regra segundo a 
qual a ação proposta perante tribunal estrangeiro "não induz 
litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições 
em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor 
no Brasil". 5. "São homologáveis sentenças estrangeiras que dispõem 
sobre guarda de menor ou de alimentos, muito embora se tratem de 
sentenças sujeitas a revisão, em caso de modificação do estado de 
fato" (SEC 5.736/EX, Corte Especial, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 
de 19/12/2011). 6. Pedido de homologação de sentença estrangeira 
deferido. (SEC 16.121/EX, Rel. Min. RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 15/05/2019) 
 
→ SENTENÇA ESTRANGEIRA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO. GUARDA DE 
MENORES E ALIMENTOS. TRÂNSITO EM JULGADO. OCORRÊNCIA. 
PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO CONSENSUAL E VOLUNTÁRIA. LONGO 
LAPSO TEMPORAL ENTRE A PROLAÇÃO NO EXTERIOR E A HOMOLOGAÇÃO 
NO BRASIL. CERTIDÃO DE TRÂNSITO. DESNECESSIDADE. GUARDA DE 
MENORES E ALIMENTOS. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL BRASILEIRA 
CONCORRENTE COM A ESTRANGEIRA. MERO AJUIZAMENTO DE AÇÃO NO 
 
 
58 
 
 
BRASIL SOBRE A MESMA MATÉRIA TRATADA NA DECISÃO ESTRANGEIRA. 
IRRELEVÂNCIA. SUPERVENIÊNCIA DE DECISÃO BRASILEIRA CUJO 
CONTEÚDO CONTRARIA A SENTENÇA ESTRANGEIRA. IMPOSSIBILIDADE DE 
HOMOLOGAÇÃO NO BRASIL. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DO MELHOR 
INTERESSE DO MENOR. 
1 - O propósito da presente ação é obter a homologação de sentença 
estrangeira proferida pelo Poder Judiciário dos Estados Unidos da América 
e que homologou acordo celebrado entre as partes sobre tempo, modo e 
condições para a guarda dos filhos menores havidos na constância do 
casamento e sobre os alimentos a eles devidos. (...) 
3 - O Brasil adotou sistema que prevê ser de jurisdição internacional 
concorrente com a estrangeira, e não exclusiva, o conhecimento das 
questões relacionadas à guarda de menores e à alimentos, de modo que 
o simples ajuizamento de uma ação judicial no Brasil não inviabiliza, por 
si só, a homologação da sentença estrangeira que versou sobre as 
mesmas matérias. Precedentes. 
 
→ 4- Conquanto haja julgados desta Corte no sentido de ser admissível a 
homologação de sentença estrangeira cujo conteúdo contrarie uma decisão 
judicial brasileira sobre a mesma questão, condicionando-se a sua eficácia 
e exequibilidade a ulterior verificação daquela que primeiro transitou 
 
 
59 
 
 
em julgado ou à consideração do juízo em que tramitará a execução, é 
certo que a superveniência de decisão proferida pelo Poder Judiciário 
do Brasil sobre tema que também fora examinado na sentença 
estrangeira é causa de improcedência da ação de homologação da 
sentença estrangeira, quer seja porque as sentenças relacionadas à 
guarda de menores ou à alimentos não transitam em julgado 
propriamente ditas, havendo a presunção de que a decisão mais recente 
é aquela que retrata mais fielmente a situação atual do menor e o seu 
melhor interesse, quer seja porque relegar a solução da controvérsia 
somente para o momento da execução geraria severas incompatibilidades 
procedimentaisquanto a competência, a disparidade de fases processuais 
e a reunião e conexão de processos. 
5- A mera pendência de ação judicial no Brasil não impede a homologação 
da sentença estrangeira; mas a existência de decisão judicial proferida no 
Brasil contrária ao conteúdo da sentença estrangeira impede a sua 
homologação. 
6- Pedido de homologação de sentença estrangeira julgado improcedente. 
(HDE 1.396/EX, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CE, julgado em 23/09/2019) 
 
→ QUESTÃO 99 TRF5/2017 - A respeito da homologação de sentenças 
estrangeiras, assinale a correta. 
 
 
60 
 
 
a) Na hipótese de tutela provisória de urgência estrangeira, o beneficiário que 
tiver interesse na sua execução no território brasileiro deverá requerer a 
respectiva homologação ao STJ. 
b) Conforme entendimento do STJ, a comprovação da definitividade da 
decisão homologanda só será admitida por meio da certidão de seu 
trânsito. 
c) O indeferimento de pedido de homologação de sentença estrangeira 
impede a propositura de novo pedido, em função da coisa julgada. 
d) No caso de sentença estrangeira que regulamenta alimentos homologada 
pelo STJ, admite-se a superveniência de decisão posterior, pelo Poder 
Judiciário brasileiro, que disponha de forma diferente. 
e) Caso um interessado pretenda fazer valer a eficácia, no Brasil, de decisão 
estrangeira de divórcio consensual ou conflituoso, deverá requerer ao STJ 
a respectiva homologação. 
 
→ Na ação de divórcio direto consensual, é possível a 
imediata homologação do divórcio, sendo dispensável a realização de 
audiência de conciliação ou ratificação (art. 1.122 do CPC), quando o 
magistrado tiver condições de aferir a firme disposição dos cônjuges 
em se divorciarem, bem como de atestar que as demais formalidades 
foram atendidas. Com a edição da EC 66/2010, a nova redação do art. 226, 
 
 
61 
 
 
§ 6º, da CF - que dispõe que o casamento civil pode ser dissolvido 
pelo divórcio - eliminou os prazos à concessão do divórcio e afastou a 
necessidade de arguição de culpa, presente na separação, não mais 
adentrando nas causas do fim da união, deixando de expor desnecessária 
e vexatoriamente a intimidade do casal, persistindo essa questão apenas na 
esfera patrimonial quando da quantificação dos alimentos. (...) Assim, não 
havendo mais a separação, mas o divórcio consensual direto e, 
principalmente, em razão de não mais haver que se apurarem as causas da 
separação para fins de divórcio, não cabe a audiência de conciliação ou 
ratificação, por se tornar letra morta. Nessa perspectiva, a audiência de 
conciliação ou ratificação teria apenas cunho eminentemente formal, sem 
nada a produzir. De fato, não se desconhece que a Lei do Divórcio ainda 
permanece em vigor, discorrendo acerca de procedimentos da separação 
judicial e do divórcio (arts. 34 a 37, 40, §2º, e 47 e 48), a qual remete ao 
CPC (arts. 1.120 a 1.124). Entretanto, a interpretação de todos esses 
dispositivos infraconstitucionais deverá observar a nova ordem 
constitucional e a ela se adequar, seja por meio de declaração de 
inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, seja como da 
interpretação conforme a constituição ou, como no caso em comento, 
pela interpretação sistemática dos artigos. REsp 1.483.841-RS, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, julgado em 17/3/2015, DJe 27/3/2015. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=%3cstrong%3eREsp1483841%3c/strong%3e-
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=%3cstrong%3eREsp1483841%3c/strong%3e-
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=%3cstrong%3eREsp1483841%3c/strong%3e-
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=%3cstrong%3eREsp1483841%3c/strong%3e-
 
 
62 
 
 
→ DIVÓRCIO LITIGIOSO E CONSENSUAL “NÃO” PURO E SIMPLES: 
Art. 7 § 6º da LINDB - O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos 
os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 
(um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de 
separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá 
efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de 
seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, 
decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças 
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir 
todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036/2009). 
Art. 226 § 6º da CF - O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) 
Com relação ao argumento da DPU de que, em se tratando "de 
homologação de decisão estrangeira de divórcio por mútuo 
consentimento, dispensa-se a homologação pelo STJ", adoto as razões 
externadas pela Presidência (e-STJ, fl. 40): "Diversamente do que afirmado 
no parecer de fl. 38, o caso dos autos não versa sobre divórcio 
consensual puro ou simples porque, conforme se verifica da sentença 
de fls. 29-31, o pedido não foi conjunto e não há notícia nos autos de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12036.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc66.htm
 
 
63 
 
 
que tenha havido acordo entre as partes“. (HDE 69/EX, Rel. Ministro OG 
FERNANDES, CORTE ESPECIAL, j. 21/11/2018) 
 
 Homologação de Laudo Arbitral Estrangeiro 
• PROC. HOMOLOGAÇÃO DE LAUDO ARBITRAL: (art. 34 a 40 da Lei 
9.307/96) 
Art. 34. Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha 
sido proferida fora do território nacional. => jus soli 
Art. 37. A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte 
interessada, devendo a petição inicial conter as indicações da lei processual, 
conforme o art. 282 do Código de Processo Civil, e ser instruída, necessariamente, 
com: 
I - o original da sentença arbitral ou uma cópia devidamente certificada, 
autenticada pelo consulado brasileiro e acompanhada de tradução oficial; 
II - o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada, 
acompanhada de tradução oficial. 
Art. 38. Somente poderá ser negada a homologação para o reconhecimento ou 
execução de sentença arbitral estrangeira, quando o réu demonstrar que: I - as 
partes na convenção de arbitragem eram incapazes; II - a convenção de 
arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram, ou, na 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
 
 
64 
 
 
falta de indicação, em virtude da lei do país onde a sentença arbitral foi proferida; 
III - não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de 
arbitragem, ou tenha sido violado o princípio do contraditório, impossibilitando 
a ampla defesa; (...) 
(...) IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de 
arbitragem, e não foi possível separar a parte excedente daquela submetida à 
arbitragem; V - a instituição da arbitragem não está de acordo com o 
compromisso arbitral ou cláusula compromissória; VI - a sentença arbitral não se 
tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha sido anulada, ou, ainda, 
tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde a sentença arbitral for 
prolatada. 
Art. 39. A homologação para o reconhecimento ou a execução da sentença 
arbitral estrangeira também será denegada se o Superior Tribunal de Justiça 
constatar que: (Redação dada pela Lei nº 13.129/2015) (Vigência) 
I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido 
por arbitragem; 
II - a decisão ofende a ordem pública nacional. 
Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem públicanacional a 
efetivação da citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos 
moldes da convenção de arbitragem ou da lei processual do país onde se 
realizou a arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação postal com prova 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13129.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13129.htm
 
 
65 
 
 
inequívoca de recebimento, desde que assegure à parte brasileira tempo 
hábil para o exercício do direito de defesa. 
Art. 40. A denegação da homologação para reconhecimento ou execução de 
sentença arbitral estrangeira por vícios formais, não obsta que a parte 
interessada renove o pedido, uma vez sanados os vícios apresentados. 
 
→ QUESTÃO 93 TRF2/2018 - Para a homologação de laudo arbitral proferido 
no exterior, envolvendo réu domiciliado no Brasil: 
a) A citação para o procedimento arbitral deve ter sido feita pela via de carta 
rogatória citatória. 
b) A citação para o procedimento arbitral pode ter sido feita pela via postal, 
com prova inequívoca de recebimento. 
c) A citação para o procedimento arbitral é presumida pelo comparecimento 
do réu ao procedimento de exequatur. 
d) A citação para o procedimento arbitral deve ter observado a legislação 
aplicável ao mérito da arbitragem. 
e) A citação para o procedimento arbitral deve ter sido feita por edital. 
 
→ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ARBITRAL 
ESTRANGEIRA. HOMOLOGAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. A sentença 
arbitral estrangeira, quando homologada, adquire plena eficácia no 
 
 
66 
 
 
território nacional, tornando-se obrigatória. Essa obrigatoriedade, 
segundo o art. 3º da Convenção de Nova York, deve ser assegurada pelos 
Estados partes. Portanto, a sentença não pode ser revista ou modificada 
pelo Poder Judiciário, o que lhe confere, no Brasil, status de título executivo 
judicial. Assim, dar continuidade a processo judicial com o mesmo objeto 
da sentença homologada poderia caracterizar até ilícito internacional; pois, 
ao ratificar a mencionada convenção, o Brasil assumiu o compromisso de 
reconhecer como obrigatórias as sentenças arbitrais estrangeiras. REsp 
1.203430-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
20/9/2012. 
 
→ ENTENDIMENTOS DO STJ: 
• O fato da empresa se encontrar em recuperação judicial não obsta a 
homologação de sentença arbitral estrangeira (SEC 14.408-EX, INFO 
610). 
• A prerrogativa de imparcialidade do julgador aplica-se à arbitragem 
e sua inobservância resulta em ofensa direta à ordem pública 
nacional – o que legitima o exame da matéria pelo Superior Tribunal 
de Justiça, independentemente de decisão proferida pela Justiça 
estrangeira acerca do tema (SEC 9.412-EX, INFO 605). 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1203430
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1203430
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1203430
 
 
67 
 
 
• É possível a homologação de sentença penal estrangeira que 
determine o perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o 
bem ser produto do crime de lavagem de dinheiro (SEC 10.612-FI, 
INFO 586). 
• A prescrição, por se tratar de matéria de mérito, deve ser arguida no 
juízo competente (SEC 13877/EX). 
• A homologação de acordo de colaboração premiada por juiz de 
primeiro grau de jurisdição, que mencione autoridade com 
prerrogativa de foro no STJ, não traduz em usurpação de 
competência desta Corte Superior. (Rcl 31.629-PR, INFO 612) 
• Cabível a homologação quando a decisão disponha acerca de bem 
a respeito do qual tenha havido acordo entre as partes e que 
somente ratifica o que restou pactuado. (SEC 1.304/US) 
• O fato de o imóvel estar no Brasil não impede a homologação da 
sentença estrangeira de partilha de bens no divórcio quando houver 
acordo entre as partes quanto ao referido bem. (SEC 878/PT) 
• Possível a homologação de sentença penal estrangeira que 
determine o perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o 
bem ser produto do crime de lavagem de dinheiro (SEC 10.612/FI) 
 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Rcl31629
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Rcl31629
 
 
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❖ Conforme dispõe a Convenção sobre a Eliminação da Exigência de 
Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros (Convenção de Haia), 
promulgada pelo Decreto 8.660/2016, são considerados documentos 
públicos os atos notariais (art. 1o., c), sendo dispensada a formalidade pela 
qual os agentes diplomáticos ou consulares do país no qual o documento 
deve produzir efeitos atestam a autenticidade da assinatura, a função ou o 
cargo exercidos pelo signatário do documento e, quando cabível, a 
autenticidade do selo ou carimbo aposto no documento (art. 2o.), sendo 
suficiente para tal finalidade a aposição de apostila, emitida pela autoridade 
competente do Estado no qual o documento é originado (art. 3o.), 
atendendo-se, portanto, o requisito previsto no art. 37, I da Lei 9.307/1996, 
sendo desnecessário, no presente caso, a autenticação consular da decisão 
objeto da homologação. 
Conforme já decidiu esta Corte Especial, o conceito de documento público 
para fins de aplicação da Convenção de Haia, deve ser interpretado de 
maneira ampla e abrangente, o que assegura o reconhecimento da 
autenticidade, de maneira simplificada, a um maior número possível de 
documentos, sendo o apostilamento meio hábil para a comprovação da 
autenticidade da assinatura, selo ou carimbo oficiais do Estado de 
origem apostos no documento legal estrangeiro. Nesse sentido, 
confiram-se: SEC 14385/EX, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJe 21.8.2018; HDE 
 
 
69 
 
 
2578/EX, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 10.9.2019. (HDE 
1.940/EX, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL, 
julgado em 05/02/2020, DJe 17/02/2020) 
 
→ VEDADA HOMOLOGAÇÃO, SEGUNDO O STJ, NOS CASOS: 
• De decisão desprovida de fundamentação (SEC 684/US). 
• De decisão proferida por árbitro parcial (SEC 9.412/EX) 
• De parte da decisão que verse sobre guarda ou alimentos quando já exista 
decisão do Judiciário Brasileiro acerca do mesmo assunto, mesmo que esta 
decisão tenha sido proferida em caráter provisório e após o trânsito em 
julgado daquela (SEC 6.485/EX) 
• De decisão de divórcio consensual de cônjuges estrangeiros, domiciliados 
no Brasil, formalizado em consulado estrangeiro, no Brasil. 
OBS: Súmula 381 do STF – Não se homologa sentença de divórcio obtida, 
por procuração, em país de que os cônjuges não eram nacionais. 
• De sentença penal estrangeira. 
 
 
 
 
 
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 Métodos de Solução Alternativa de Controvérsias 
• Conceito de controvérsias internacionais: “todo desacordo existente sobre 
determinado ponto de fato ou de direito, ou seja, toda oposição de 
interesses ou de teses jurídicas entre dois Estados (ou eventualmente 
grupos de Estados) ou OI” CIJ. 
• Objetivos: a) finalidade impeditiva: solucionar as controvérsias entre Estados 
e OI; e b) finalidade preventiva: prevenir o recurso ao uso privado da força 
pelos Estados no plano internacional. 
• Regra das Nações Unidas: Capítulo VI da Carta da ONU 
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são: 1. Manter a paz e a segurança 
internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar 
ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz 
e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e 
do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações 
que possam levar a uma perturbação da paz; (...) 3. Conseguir uma cooperação 
internacional

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