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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

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1 
2020 – TGP- DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E NACIONAL ESTABELECIDA NO CPC 
Professora Cláudia Robert 
Antes de explicar o tema falaremos melhor do art. 25 do CPC 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§1
o
Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste 
Capítulo. 
§2
o
Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1
o
a 4
o
. 
 
Art. 25, caput, do Novo CPC: Apresenta EXCEÇÕES a COMPETENCIA (JURISDIÇÃO INTERNA) 
mesmo na possibilidade de jurisdição brasileira (concorrente), a competência para o processamento e 
julgamento não será de autoridade brasileira, quando houver cláusula de eleição de foro estrangeiro 
em contrato internacional, desde que haja arguição do réu na contestação. 
 
Art. 25, parágrafo 1º, do Novo CPC: Apresenta hipótese em que não se afasta a competência 
brasileira, porque se trará de competência é exclusiva da autoridade brasileira (art.. 23, CPC). 
 
Art. 25, parágrafo 2º, do Novo CPC: A regra do caput será aplicada, então, também ao art. 63, §§ 1º a 
4º, Novo CPC. 
 
PARA COMPREENDER O § 2º DO ART.25: é necessário adiantar uma modalidade de classificação 
de competência: Competência absoluta e relativa. 
 
Competência relativa: é a fixada pelo legislador pelo TERRITÓRIO e VALOR. Em regra, a comp. 
relativa aceita eleição de FORO. Todavia, essa regra tem exceções não descritas no art. 25, mas que 
estão previstas no art. 47 do CPC. 
Resumindo: o § 2º do art. 25, disse: O assunto territorial que envolver: 1) Direito de 
propriedade; 2) Vizinhança; 3) servidão; 4) divisão e demarcação de terra; e; nunciação de 
obra nova. Embora o legislador não tenha fixado a competência territorial, estas hipóteses a 
COMPETENCIA SERÁ ABSOLUTA. 
 
Competência absoluta: é a fixada pelo legislador pela matéria, pessoa e função (ou hierarquia – 
termo escolhido pelo CPC/73). Esse tipo de competência não permite eleição de foro (as partes 
transacionarem aonde será distribuída a demanda), pois é norma de cogência absoluta. A eleição 
de foto é NULA. 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta 
ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado 
negócio jurídico. 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que 
determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. 
 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de 
propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art63%C2%A71
https://blog.sajadv.com.br/contestacao/
https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-54-ao-art-63-do-novo-cpc/
https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-54-ao-art-63-do-novo-cpc/
 2 
 
 
 
 
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: 
 
O fato de o legislador dedicar os artigos 26 até art. 41 do CPC/2015 ao tema cooperação 
internacional, significa que grande são as preocupações a esse respeito. 
 
A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL TEM POR OBJETIVO tornar os procedimentos mais simples, 
facilitando o alcance de soluções justas e criar diálogos entre órgãos jurisdicionais de Estados soberanos. 
Desse modo, qualquer Tratado Internacional que o Brasil seja parte poderá disciplinar mecanismos de 
cooperação jurídica internacional, observadas algumas condições (vide art. 26 e art. 30). 
 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ATIVA: é aquela solicitada pelo Estado Brasileiro a outras nações. 
 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PASSIVA: tem por objeto todos os atos requeridos por Estado 
estrangeiro, de cunho judicial ou extrajudicial, e não proibidos pela lei brasileira, cuja prática deva aqui ser 
realizada. 
 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL TEM COMO BASE (requisitos): A existência de tratado de 
colaboração ratificado pelo Brasil. Na ausência de tratado, a cooperação internacional só ocorrerá se 
existente a reciprocidade entre os países, à exceção da homologação estrangeira. 
 
FORMAS PELA QUAL SE DÁ A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
a) Auxilio direto. 
b) Carta rogatória. 
c) Ação de homologação de sentença estrangeira 
 
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA COOPERAÇÃO ESTÃO PREVISTOS NO ART. 26: 
a) o respeito às garantias do devido processo legal, no Estado requerente; 
b) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros; 
c) a publicidade processual, exceto os casos de segredo de justiça; 
 3 
d) a existência de um órgão da administração pública, designado pelo Estado para receber e transmitir os 
pedidos, e; 
e) a espontaneidade na transmissão de informações. 
 
O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA EXERCERÁ A FUNÇÃO DE AUTORIDADE CENTRAL, EXCETO: se 
houver designação específica, como nos casos de pedidos realizados entre Ministério Público. 
 
DA NÃO NECESSIDADE DE TRATADO INTERNACIONAL PARA VIABILIZAR A COOPERAÇÃO: 
 
A regra geral: é a de existir tratado internacional regulando a cooperação internacional – vide caput do art. 
26. 
 
Exceção: Não existindo tratado, a cooperação é possível, desde que haja reciprocidade entre os Estados, 
o que se manifestará por via de acordo diplomático, por via do Ministério das Relações Exteriores, menos 
nos casos de homologação de sentença estrangeira. – parágrafo 1º. Art. 26. 
 
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e 
observará: 
(...). 
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em 
reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira. 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou 
que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica. 
 
 
 
 
 4 
ATOS (JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS) PASSÍVEIS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL – ART. 27 
CPC: 
atos de comunicação (citação, intimação e notificações); 
colheita de provas e obtenção de informações; 
homologação e cumprimento de decisão; 
concessão de medida judicial de urgência; 
assistência jurídica internacional. 
Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial – desde que não proibida pela lei brasileira. 
 
 
 
É DE RESPONSABILIDADE DO ÓRGÃO ESTRANGEIRO: a garantia de autenticidade e clareza do 
pedido de cooperação (art. 29 CPC). 
 
NOS CASOS DE AUXÍLIO DIRETO (CPC, ARTS. 30 A 32): compete à autoridade central brasileira 
comunicar-se diretamente com Estado Estrangeiro. Ao receber o pedido a AUTORIDADE CENTRAL 
encaminha a AGU que irá fazer a execução do pedido no juízo competente. (ou o MP quando está for a 
autoridade central – art. 33. 
 
A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PASSIVA: tem por objeto os atos requeridos por Estado estrangeiro, 
de cunho judicial ou extrajudicial, e não proibidos pela lei brasileira, sendo assim: Se necessária à 
manifestação jurisdicional brasileira deverá a autoridade central deverá encaminhar o pedido à AGU 
para requerer, perante o juízo federal do lugar em que deva ela ser executada,a medida solicitada (arts. 33 
e 34, CPC). 
 
 
OS PEDIDOS DE COOPERAÇÃO ORIUNDOS DE AUTORIDADE BRASILEIRA SERÃO REMETIDOS 
pela AUTORIDADE CENTRAL, com tradução para a língua oficial do Estado destinatário (CPC, art. 37 
e 38). 
 
ESTUDANDO AS TRÊS FORMAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
 5 
a) Auxilio direto. 
b) Carta rogatória. 
c) Ação de homologação de sentença estrangeira. 
 
A – DO AUXÍLIO DIRETO: 
 
É um mecanismo de cooperação empregado quando um Estado necessita que seja tomada, no 
território de outro Estado, providência relevante para um processo judicial que tramita em seu 
Judiciário. Trata-se de um instrumento por meio do qual A INTEGRALIDADE DOS FATOS É LEVADA 
AO CONHECIMENTO DE JUDICIÁRIO ESTRANGEIRO. 
 
CUIDADO: 
 
O ESTADO ESTRANGEIRO PODE REQUERER QUE O BRASIL PROFIRA: 
A) Ato de mérito judicial. 
B) Ato administrativo. 
 
 
 
Através do auxílio direto, o Estado abre mão do poder de dizer o direito sobre certo objeto de 
cognição e transfere às autoridades do outro Estado essa tarefa. Não se pede que se execute uma 
decisão sua, mas que se profira ato jurisdicional referente a uma determinada questão de mérito que 
advém de litígio em curso no seu território, ou que se obtenha ato administrativo a colaborar com o 
exercício de sua cognição. Não há o exercício de jurisdição pelos dois Estados, mas apenas pelas 
autoridades do Estado requerido. 
 
ATENÇÃO: 
1) embora a redação do art. 28 seja confusa e induza ao leitor ao erro.o Ministério da Justiça Brasileiro 
entende que no auxilio direto não há exercício de juízo de delibação pelo Estado requerido. O Estado abre 
mão do poder de dizer o direito sobre determinado objeto de cognição para transferir as autoridades do 
outro estado essa tarefa (<http:www.justiça.gov.br/portalpadrão/>). Veja também o que o MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA DIZ NO (<HTTP://WWW.JUSTIÇA.GOV.BR/PORTALPADRÃO/). 
 
2) No Auxílio Direto, apesar da nomenclatura sugestiva do art. 28 parecer dizer que há juízo de 
delibação, não há comunicação direta entre juiz brasileiro e a autoridade estrangeira, o pedido de 
 6 
cooperação internacional é encaminhado pela autoridade central estrangeira à autoridade central 
brasileira, que neste caso é o Ministério da Justiça, para posterior distribuição à autoridade brasileira 
competente – AGU, MP, Polícia Federal e etc. 
 
O mesmo ocorre no caso do auxílio direto ativo: a autoridade central brasileira faz o papel de 
intermediadora do pedido de cooperação feito pela autoridade brasileira competente ao Estado-Parte 
estrangeiro. Destaca-se que, em que pese não haja comunicação direta entre juízes, não há, pela 
autoridade receptora do pedido, o exercício do juízo de delibação do ato jurisdicional em questão. Ou 
seja, diferentemente da Carta Rogatória, como se verá a seguir, não existe no Auxílio Direto anál ise 
prévia da legalidade do ato jurisdicional.1 
 
3) O que é Juízo de delibação? É um Juízo superficial sobre a legalidade de um ato, sem, contudo 
adentrar no exame de mérito. Ex.: homologação de sentença estrangeira. 
 
4) Juízo de prelibação? É o exame de admissibilidade realizado nos recursos, antes do mérito. É a 
aferição do preenchimento dos pressupostos recursais por parte do impetrante. Preenchendo os requisitos 
o recurso é admitido para depois ser julgado. 
 
5) DISTINÇÃO ENTRE JUÍZOS DE PRELIBAÇÃO E DE DELIBAÇÃO: O julgador, ao apreciar um 
recurso, depara-se com duas fases: uma inicial chamada de JUIZO DE PRELIBAÇÃO, ou admissibilidade. 
E uma posterior chamada de JUÍZO DE DELIBAÇÃO. 
 
ATENÇÃO: 
 
No dizer de Alexandre Câmara, trata-se de uma "escalada" para o julgamento do recurso, porque é no 
JUÍZO DE PRELIBAÇÃO onde o julgador verifica a presença dos requisitos de admissibilidade do recurso, 
como a verificação do prequestionamento para efeito de recurso especial e extraordinário. Já no JUÍZO DE 
DELIBAÇÃO é a próxima fase do recurso. Trata-se do exame do recurso pelo seu fundamento, isto é, 
saber se o recorrente tem ou não razão quanto ao objeto do recurso. Isso é juízo já é de mérito ou de 
delibação. 
 
Cuidado com ALEXANDRE CÂMARA POIS PARA O STF Juízo de delibação é um juízo superficial sobre 
a legalidade de um ato, sem, contudo, adentrar no exame de mérito. Exemplo: homologação de sentença 
estrangeira pelo STJ, exame de legalidade dos atos administrativos feito pelo Poder Judiciário. (VIDE 
direitonet.com.br, e, no PORTAL DO STF o conceito de juízo de delibação). 
 
1
 Cooperação internacional: auxílio direto e cartas rogatórias. Marco Gasparetti e Manuela Capp Ribeiro. IN Migalhas. 2020 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
No dizer de Elpidio Donitti2 Ao comentar o art. 28 diz que auxilio direto não se origina de 
decisão judicial estrangeira e, portanto, não se sujeita a Juízo de delibação. O Autor exemplifica 
dizendo: é o que acontece com o pedido de informações sobre andamentos de processos. Nesse caso, não 
se exige qualquer intervenção da autoridade jurisdicional brasileira. 
 
 
NO DIZER DE ANTONIO DO PASSO CABRAL E RONALDO CRAMES3: ao comentar o art. 28, dizem 
que o critério de distinção adotado pelo NCPC entre auxilio direto e a carta rogatória é que prevaleceu na 
jurisprudência do STJ e na Resolução 9/20005 da Presidência do STJ ( AgRG na CR 3.162/CH, Rel. 
Ministro Cesar Asfor Rocha, Corte Especial. J, 18.08.2010, Dje 06.09.2010): baseia-se, essencialmente, no 
objeto jurídico do pedido da cooperação. 
No auxílio direto, não há pedido de execução de decisão judicial estrangeira, donde não há 
juízo de delibação, isto é, o Poder Judiciário brasileiro não precisará fazer exame de legalidade 
extrínseca do provimento jurisdicional estrangeiro. 
No auxilio-direto, o Estado estrangeiro transmite ao Brasil uma pretensão para ser submetida 
à autoridade competente para apreciá-la, podendo, inclusive, ensejar prestação jurisdicional. 
O que o Estado estrangeiro pretende não é a execução de decisão judicial, mas a satisfação – 
judicial ou não, conforme o ordenamento jurídico brasileiro reserve o objeto a apreciação 
judicial ou não – de pretensão processual ou pré-processual.4 
 
Atenção: 
Daniel Assumpção não fala sobre cooperação nacional no livro curso de Processo Civil. 
Luiz Fux não discorre sobre Cooperação internacional e nacional na obra Curso de Teoria Geral do Processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Donizetti, Elpidio. Novo CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL COMENTADO. ATLAS, 2ª EDIÇÃO P. 30 
3 CABRAL, Antonio do Passo, CRAMES, Ronaldo e outros, Comentários ao Novo Código de processo civil 
Forense p. 82. 
4 ANTONIO DO PASSO CABRAL é professor da UFBA – Universidade Federal da Bahia e PUC-Salvador, 
RONAL CRAMES professor da USP e Mackenzie 
 
 
 
 8 
 
OBJETOS TRATADOS NO AUXILIO DIRETO: 
Qualquer tema estabelecido em tratados; 
 
Obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou 
jurisdicionais findos ou em curso; 
 
Colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência 
exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
 
Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
 
 
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade 
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
 
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à 
autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. 
 
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os 
seguintes objetos: 
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos 
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em cursono estrangeiro, de 
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se 
necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de 
pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições 
específicas constantes de tratado. 
 
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não 
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para 
seu cumprimento. 
 
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à 
Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. 
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade 
central. 
 
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida, apreciar 
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
 
 
 9 
OBSERVAÇÃO: É cabível o auxílio direto (sem intervenção do Poder Judiciário) em toda medida que não 
decorra diretamente de autoridade jurisdicional e que não demande um juízo de deliberação (um juízo 
superficial sobre a legalidade do ato, sem, contudo, adentrar no mérito da questão) CPC, art. 28. 
 
ESTÃO FORA DO AUXÍLIO DIRETO: 
Cartas rogatórias que exijam o exequatur e as 
Questões submetidas ao procedimento de homologação perante o STJ 
 
 
B – DA CARTA ROGATÓRIA 
 
A CARTA ROGATÓRIA É PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA, com incidência de todas 
as garantias do devido processo legal e a defesa deve limitar-se ao atendimento dos requisitos para que o 
pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil (mediante o exequatur), sendo vedada a 
reapreciação do mérito do pronunciamento estrangeiro pela autoridade judicial brasileira (CPC, art. 
36 § 2º). 
 
Os atos praticados fora da sede do juízo são comunicados por meio de carta. Quando se deseja citar 
um réu domiciliado no exterior, se faz mediante carta rogatória. 
 
A verdade é que o CPC/73 no art. 202 e seguintes já disciplinava regras para a carta rogatória, no entanto, 
o CPC/2015 inovou ao fazer a previsão de regras sobre o procedimento da carta rogatória, reproduzindo 
algumas regras da Resolução 9/2005 do STJ, trata-se de veículo de transmissão de pedido judicial, 
podendo ser de caráter cível ou penal. 
 
Segundo Alexandre Flexa, professor da Emerj – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, o 
modelo adotado no Brasil é inspirado no modelo italiano, DENOMINADO DE SISTEMA DE DELIBAÇÃO, 
pelo qual não se questiona o mérito da decisão, em sua substância, senão para a verificação dos requisitos 
formais, além da ofensa a ordem pública, aos bons costumes e a soberania nacional. 
 
 10 
NA CARTA ROGATORIA HÁ JUIZO DE DELIBAÇÃO! Posição das professoras de processo civil Tássia 
Neumann e Bruna Daronch. 
 
A CARTA ROGATÓRIA PODE SER CONCEITUADA COMO A INTERAÇÃO ENTRE OS ESTADOS COM 
O OBJETIVO DE DAR EFICÁCIA EXTRATERRITORIAL A MEDIDAS PROCESSUAIS PROVENIENTES 
DE OUTRO ESTADO: consistindo em pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro 
Estado, com vistas a obter a colaboração deste para a prática de certos ATOS PROCESSUAIS 
(citações, intimações, coleta de provas etc). 
 
O PODER DO ESTADO SOMENTE É EXERCIDO DENTRO DE SEU PRÓPRIO TERRITÓRIO. É o 
princípio da territorialidade, inerente ao princípio da soberania (que é a regra geral no DIP). Assim, o poder 
jurisdicional, como um dos poderes do Estado, é exercido apenas nos limites territoriais (princípio da 
territorialidade da Jurisdição), e a autoridade dos juízes não pode extrapolar os limites territoriais do seu 
próprio país. Apenas em situações excepcionais o Estado poderá exercer poder fora do seu território, 
conforme regulação do direito internacional público e privado. 
 
Nesse passo, considerando que certos atos processuais precisam ser praticados em outros Estados, como 
a coleta de provas, oitiva de testemunhas, a execução de uma sentença, e que tal providência não pode 
ser tomada no território de outro Estado sem que haja interferência na respectiva soberania, será 
necessário pedir apoio das autoridades estrangeiras. As cartas rogatórias materializam pedidos feitos 
pelo juiz de um Estado ao judiciário de outro ente estatal, com vistas a obter a colaboração deste para 
a prática de certos atos processuais. 
 
O ESTADO NÃO É OBRIGADO A PRESTAR A COOPERAÇÃO SOLICITADA: Existe exceção. 
 
Quando o pedido atender os requisitos estabelecidos em seu próprio ordenamento interno ou nos tratados 
referentes à matéria de que forem parte o Estado que solicita a colaboração das autoridades de outro 
Estado (Estado Rogante) e o que é solicitado (Estado Rogado). 
 
 11 
A Carta Rogatória, recebida de uma autoridade estrangeira para cumprimento – será 
necessariamente encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores para o STJ para a análise 
do “exequatur”. 
O “EXEQUATUR” CONSISTE NO RECONHECIMENTO, EMANADO DO STJ, DE QUE A CARTA 
ROGATÓRIA não ofende a soberania nacional, a ordem pública e a dignidade da pessoa humana; e, 
consequentemente, na autorização para a execução, sob jurisdição brasileira, de atos processuais e 
diligências emanadas de autoridades estrangeiras. 
 
Cuidado: 
É PRECISO INTERPRETAR O ART. 17 DA LINDB C/C (COMBINAR COM) O ART. 36 CPC, C/C 
REGIMENTO INTERNO DO STJ ART. 216-P, E, POR FIM c/ ART. 26 § 3º CPC: 
 
Art. 17. LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e 
os bons costumes. 
 
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de 
jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
 
§ 1
o
 A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o 
pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. 
 
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial 
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. 
 
RI do STJ Art. 216-P. Não será concedido exequatur à carta rogatória que ofender a soberania 
nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública. 
 
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e 
observará: 
(...). 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou 
que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
 12 
 
 
 
ATENÇÃO: 
Elpidio Donizett5i ao discorrer sobre o art. 36 do CPC, afirma: é preciso observar que o conflito de 
interesse deve-se limitar ao juízo de delibação. Logo a defesa deve-se restringir ao cumprimento ou não 
dos requisitos exigidos para que a decisão estrangeira produza seus efeitos no território nacional. O 
órgão jurisdicional brasileiro não detém competência pra jugar ou modificar o mérito da decisão proferida 
no país que solicitou a cooperação. Trata-se do denominado sistema de CONTENCIOSIDADE 
LIMITADA. 
 
O QUE CONTENCIOSIDADE LIMITADA ? 
(...) Somente (admite-se) impugnação contrária a concessão do exequatur quando fundada em pontos 
específicos, como a FALTA DE AUTENCIDADE DOS DOCUMENTOS, A INOBSERVANCIA DE 
FORMALIDES LEGAIS OU A OCORRENCIA DE DESRESPEITO A ORDEM PÚBLICA, AOS BONS 
COSTUMES E A SOBERANIA NACIONAL. Tornam-se inviável, portanto, no âmbito de cartas 
rogatórias passivas, pretender discutir o fundo da controvérsia jurídica que originou no juízo 
rogante, a instauração do pertinente processo, exceto se essa questão traduzir situação caracterizadora 
de OFENSA ÀSOBERANIA ou DESRESPEITO À ORDEM PÚBLICA BRASILEIRA. (STF, CR nº 
7.870,Rel. Ministro Celso de Mello). 
: 
O STJ AO RECEBER A CARTA ROGATÓRIA: intimará a parte requerida para, no prazo de 15 dias, 
querendo, impugnar o pedido de concessão do exequatur. 
 
REQUISITOS DA IMPUGNAÇÃO A CARTA ROGATÓRIA: 
Tal impugnação poderá versar sobre a autenticidade dos documentos que acompanham a Carta 
Rogatória, a ofensa à soberania nacional, a ordem pública e/ou a dignidade da pessoa humana. Caso a 
parte requerida opte por não apresentar impugnação, o presidente do STJ nomeará curador especial. 
 
 
5
 Donizetti, Elpidio. Novo CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL COMENTADO. ATLAS, 2ª EDIÇÃO P. 30 
 
 13 
 
 
Após a apresentação de impugnação, seja pela parte requerida ou pelo curador especial nomeado, 
será concedida vista dos autos ao Ministério Público Federal, para, querendo, apresentar impugnação. 
E, em ato contínuo, o Presidente do Superior Tribunal de Justiça analisará as manifestações e proferirá 
decisão de concessão ou não do exequatur, sendo tal decisão passível recurso – Agravo Interno, no 
caso.6 
OBSERVAÇÃO: A AUTORIDADE CENTRAL recebe a carta rogatória, remete ao STJ que faz o juízo 
de delibação, envia a execução ao Juiz federal (art. 109 X, para executar a carta). 
 
ATENÇÃO A DISTINÇÃO DE AUXILIO DIRETO E CARTA ROGATORIA7: 
 
 
AUXÍLIO DIRETO 
 
CARTA ROGATÓRIA 
O auxílio direto consubstancia-se na 
realização de uma diligência de natureza 
administrativa no Brasil ou na busca de 
uma prolação de uma decisão judicial 
brasileira relativa a litígio que tem lugar em 
Estado estrangeiro, que terá impacto em 
um caso em curso, ou seja, que profira 
uma decisão de mérito. Visa, portanto, a 
obter decisão judicial estrangeira sobre 
um processo que tramita no Estado que 
pede o auxílio. 
Visa permitir a prática de um ato processual 
em outro Estado, sendo uma forma de 
comunicação entre o judiciário de países 
diferentes. 
No caso da rogatória, o processo está 
tramitando em um país e o ato processual 
tem que ser cumprido em outro. 
 
Não há decisão judicial do Estado que Há decisão judicial do Estado que pede o 
 
6 Cooperação internacional: auxílio direto e cartas rogatórias. Marco Gasparetti e Manuela Capp Ribeiro. IN 
Migalhas. 2020.. 
7 Posição das professoras de processo civil Tássia Neumann e Bruna Daronch. 
 
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pede o auxílio. auxílio. 
NÃO HÁ JUÍZO DE DELIBAÇÃO HÁ JUÍZO DE DELIBAÇÃO 
 
 
 
AS CARTAS PODEM SER - ART. 260/268 DO CPC/2015: 
 
- Carta precatória – aquela em que a diligência nela requisitada tem de ser cumprida por juiz da mesma 
hierarquia e entre o mesmo país. O juiz deprecante é aquele que expede a carta e o juiz deprecado é 
aquele que cumpre a carta; 
 
- Carta de ordem – juiz de hierarquia superior expede esta carta para que outro de hierarquia inferior 
pratique o ato necessário; 
 
- Carta rogatória – são atos realizados em juízos de jurisdição diferentes (países diferentes) Ex.: réu 
domiciliado no exterior. 
 
- Carta de arbitragem (inovação do CPC/2015) – Carta que atenderá o mesmo requisito das demais 
cartas, no que couber, devendo ser instruída com a convenção de arbitragem e com provas da nomeação 
do arbitro e de sua aceitação para a função. 
 
 
C - HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA: 
 
Desde a edição da Emenda Constitucional nº 45/2004, a competência, que antes era do Supremo Tribunal 
Federal, passou a ser do Superior Tribunal de Justiça (art. 105, inciso I, alínea “i”, da Constituição Federal). 
 
Sem a homologação, a sentença estrangeira é absolutamente ineficaz, ainda que tenha transitado em 
julgado no exterior. Assim, não pode ser executada no Brasil, não induz litispendência e nem coisa julgada. 
Tais efeitos só ocorrem após a homologação, que tem natureza jurídica de ação. (vide art. 24, 337 e 963, 
IV, CPC). 
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ATENÇÃO: Os critérios para a homologação da sentença estrangeira são estabelecidos pelas normas do 
Estado que homologa (ou seja, lex fori) e por tratados. 
 
NO BRASIL, SERÁ EXECUTADA A SENTENÇA PROFERIDA NO ESTRANGEIRO, QUE REÚNA OS 
SEGUINTES REQUISITOS: 
a) Haver sido proferida por autoridade competente; 
b) Ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; para homologar sentença de 
processo que tramitou NO EXTERIOR CONTRA PESSOA DOMICILIADA NO BRASIL, a citação deve 
ter sido regular, ou seja, deve ter-se realizado por CARTA ROGATÓRIA. 
c) Ser eficaz no país em que foi proferida; 
d) Não ofender a coisa julgada brasileira; 
e) Estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado. 
f) Não conter manifesta ofensa à ordem pública; 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
1) Antes do NCPC não se homologava sentença estrangeira sem a prova que havia o transito em 
julgado (Sumula 420 do STJ). Atualmente o NCPC exige que a sentença estrangeira esteja eficaz no 
país de origem para sua homologação (art. 963, III). A LEI 13.105/2015, revogou tacitamente o art. 
216 – D o Regimento interno do STJ. 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a 
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, 
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em 
vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
2) A sentença estrangeira homologada é título executivo judicial, conforme o art. 515, VIII, CPC e deverá 
ser executada não perante o Superior Tribunal de Justiça, mas perante o juízo federal competente! 
(ART. 109, x, CF) 
 
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Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de 
decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta 
rogatória. 
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, 
aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. 
 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de 
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido 
contrário de lei ou tratado. 
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial 
que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional. 
§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente. 
§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução 
provisória no processo de homologação de decisão estrangeira. 
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em 
tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. 
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, 
independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (ATENÇÃO) 
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter 
principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência. 
 
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência. 
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência 
dar-se-á por carta rogatória. 
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que 
garantido o contraditório em momento posterior. 
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida competeexclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora 
da decisão estrangeira. 
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§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, 
a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade 
expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: 
I –ser proferida por autoridade competente; 
II –ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
IV - não ofender a coisa julgada brasileira; 
V –estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; 
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os 
pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2
o
. 
 
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva 
da autoridade judiciária brasileira. 
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória. 
 
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a 
requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional. 
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão 
homologatória ou do exequatur, conforme o caso. 
 
ATENÇÃO: 
1) Não confunda as regras de jurisdição nacional, formuladas pelo CPC, com regras de aplicação de 
direito material estrangeiro, formuladas, por exemplo, na Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro. 
 
2) As normas do CPC dirão se determinado processo poderá correr no Brasil ou não. Mas é possível 
que, nesse caso, o direito material aplicável ao caso seja estrangeiro. Isso obrigará o juiz brasileiro, ao 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art962%C2%A72
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proferir sentença, a aplicar direito estrangeiro, caso em que poderá exigir que a parte que o invocou prove 
o seu teor e vigência (CPC, art. 376). Por exemplo: em um inventário que corre no Brasil, porque os bens 
estão aqui situados (art. 23, II, do CPC), o juiz aplicará as regras de sucessão do país de origem do de 
cujus, desde que elas sejam mais favoráveis ao cônjuge ou filhos brasileiros (art.10, da Lei de Introdução). 
 
 
3) A homologação da sentença estrangeira TEM JUÍZO DE DELIBAÇÃO 
 
CONCLUSÃO: 
 
EXISTE LIMITAÇÃO A COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL É óbice à cooperação jurídica 
internacional a pratica de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas 
fundamentais que regem o Estado brasileiro. Isso porque a cooperação jurídica internacional deve ser 
pautada pelos respeito ao devido processo legal. O pedido passivo de cooperação jurídico internacional é 
recusado se configurada manifesta ofensa à ordem pública. 
 
DO PROCEDIMENTO DE REQUERIMENTO DE COOPERAÇÃO: O pedido de cooperação deve ser 
enviado à autoridade central, instruído com todos os documentos necessário a sua apreciação, incluindo 
tradução para língua oficial do Estado destinatário. No caso dos pedidos de cooperação recebidos pelo 
Brasil, não é imprescindível a tradução juramentada. – vide art. 41. 
 
EXECUÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA: A cooperação jurídica entre Estados, ocorrerá por meio de 
carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960 do 
CPC/2015. 
 
 
 
 
 
 
 
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DA COOPERAÇÃO NACIONAL 
 
É dever de todos os órgãos do Judiciário a recíproca colaboração, por meio de seus magistrados e 
servidores. Como regra, essa colaboração se dá por intermédio de carta precatória ou de carta de ordem, 
mas a lei dispensa a observância de forma específica (CPC, art. 69). 
 
Os atos de cooperação podem ser executados como auxílio direto, reunião ou apensamento dos 
processos, prestação de informações e atos concertados entre juízes cooperantes. 
 
Os atos concertados consistirão em citação, intimação ou notificação de ato, produção de provas, 
efetivação de tutela provisória, efetivação das medidas para recuperação e preservação de empresas, 
facilitação da habilitação de créditos na falência ou recuperação judicial, centralização de processos 
repetitivos e execução de decisão jurisdicional, entre outros (CPC, art. 69, § 2º). 
 
DAS REGRAS DO CPC 
 
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as 
instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca 
cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. 
 
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato 
processual. 
 
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma 
específica e pode ser executado como: 
I - auxílio direto; 
II - reunião ou apensamento de processos; 
III - prestação de informações; 
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. 
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código. 
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§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no 
estabelecimento de procedimento para: 
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; 
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; 
III - a efetivação de tutela provisória; 
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; 
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; 
VI - a centralização de processos repetitivos; 
VII - a execução de decisão jurisdicional. 
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes 
ramos do Poder Judiciário.

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