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Sumário 1. Roteiro das Aulas ...................................................................................................................................... 4 2. PL 5977/2019 .............................................................................................................................................. 5 3. 665 cargos TRF 1 / 103 vagos ............................................................................................................ 6 4. NÚMERO DE QUESTÕES POR CONCURSO ................................................................................... 6 5. TRF 3 – XIX CONCURSO 2018 ............................................................................................................ 7 6. TRF 2 – XVII CONCURSO 2018 ........................................................................................................... 8 7. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 .................................................................. 8 8. PONTO 1 ................................................................................................................................................... 13 CONCEITO DE DIP ............................................................................................................................ 13 Principais características do DIP ........................................................................................... 15 Fontes Formais ............................................................................................................................. 19 Fontes Materiais .......................................................................................................................... 19 Questões ......................................................................................................................................... 22 RESUMO PONTO 1 ........................................................................................................................ 24 9. PONTO 2 ................................................................................................................................................... 26 TRATADOS......................................................................................................................................... 26 Características .................................................................................................................................. 27 Nomenclatura .................................................................................................................................. 28 Ressalvas do Dec. 7030/09 à incorporação da CVDT/69 ............................................. 29 Vigência dos Tratados .................................................................................................................. 30 Efeitos dos Tratados ..................................................................................................................... 31 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS ........................................................................................... 32 Validade dos Tratados ................................................................................................................. 33 Elaboração e Incorporação ao Direito Interno - Modelo Complexo (solene) ..... 35 Elaboração e Incorporação ao Direito Interno ......................................................... 35 Questão .......................................................................................................................................... 40 Competência para Análise de Tratados no Brasil ........................................................ 41 Aplicação de um Tratado no Brasil .................................................................................... 41 EXTINÇÃO (art. 54 e s. CVDT/69) ........................................................................................ 42 Questão .......................................................................................................................................... 43 Conflitos entre DI Público x Privado ................................................................................. 44 “Antinomias” - Critérios de Derrogação .......................................................................... 46 Questão .......................................................................................................................................... 50 RESUMO PONTO 2 - Tratados ............................................................................................. 51 QUESTÕES OBJETIVAS PONTOS 1 e 2 DO EDITAL ..................................................... 52 4 1. Roteiro das Aulas DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO AULA 1 – PONTOS 1 e 2 AULA 2 – PONTO 3 AULA 3 – PONTO 4 AULA 4 – PONTO 5 AULA 5 – PONTO 6 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO AULA 6 – PONTO 7 AULA 7 – PONTOS 8 e 10 AULA 8 – PONTO 9 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO – ponto 1 e 2 5 2. PL 5977/2019 6 3. 665 cargos TRF 1 / 103 vagos 4. NÚMERO DE QUESTÕES POR CONCURSO CONCURSO NÚMERO DE QUESTÕES TRF 2ª 2014 5 TRF 4ª 2014 7 TRF 5ª 2014 10 7 TRF 1ª 2015 9 TRF 3ª 2016 8 TRF 4ª 2016 7 TRF 2ª 2017 9 TRF 5ª 2017 10 TRF 3ª 2018 8 TRF 2ª 2018 10 MÉDIA DE QUESTÕES POR PROVA 8,15 5. TRF 3 – XIX CONCURSO 2018 • Questões 93 a 100 – 8 questões ✓ Ponto 1 – 1 questão sobre Fontes (93) ✓ Ponto 2 – 2 questões sobre Tratados (94 – aplicação e 95 - interpretação) ✓ Ponto 3 – 1 questão sobre Asilo diplomático (96) ✓ Ponto 4 – 1 questão sobre Mercosul (97) ✓ Ponto 7 – 1 questão sobre DIP – regras de conexão (98) ✓ Ponto 9 – 1 questão sobre Arbitragem (99) 8 ✓ Ponto 10 – 1 questão sobre Sequestro Internacional de Crianças (100) 6. TRF 2 – XVII CONCURSO 2018 • Questões 91 a 100 – 10 questões ✓ Ponto 3 – 2 questões: Lei de Migração e imunidade de jurisdição (99 e 100) ✓ Ponto 4 – 2 questões: extradição e expulsão (97 e 98) ✓ Ponto 9 – 4 questões: homologação de sentença estrangeira, concessão de exequatur, homologação de laudo arbitral e competência da JF (91 a 94) ✓ Ponto 10 – 2 questões sobre Convenção de NY sobre Prestação de Alimentos e Sequestro Internacional de Crianças (95 e 96) 7. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 PONTO N. QUESTÕES % 1 2 2,44 9 2 10 12,20 3 8 9,76 4 16 19,51 5 6 7,32 6 4 4,88 7 6 7,32 8 3 3,66 9 17 20,73 10 10 12,20 10 1ª FASE 11 Questões Discursivas 12 PROVA ORAL 13 8. PONTO 1 RESOLUÇÃO Nº 067, DE 03 DE JULHO 2009 RESOLUÇÃO No 407, DE 10 DE JUNHO DE 2016 1.Direito Internacional Público. Conceito. Fontes. Princípios. 1. Direito Internacional Público. Conceito. Fontes. Princípios. CONCEITO DE DIP Ramo do Direito que tem sido tradicionalmente entendido o conjunto de regras escritas e não escritas que regula o comportamento dos Estados. (Alberto do Amaral Júnior) Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre os Estados soberanos. (Francisco Resek) Sistema de normas jurídicas que visa a disciplinar e a regulamentar as atividades exteriores da sociedade dos Estados (e também, modernamente, das organizações internacionais e ainda do próprio indivíduo). (Valério Mazzuoli) Ramo do Direito que visa a regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade 14 internacional, que incluem não só os Estados e as organizações internacionais, mas também outras pessoas e entes como os indivíduos, as empresas e as organizações não governamentais(ONGs), dentre outros. (Paulo Portela) Globalização: processo progressivo de aprofundamento da integração entre as várias partes do mundo, especialmente nos campos político, econômico, social e cultural, com vistas a formar um espaço internacional comum, dentro do qual bens, serviços e pessoas circulem da maneira mais desimpedida possível. SOCIEDADE INTERNACIONAL COMUNIDADE INTERNACIONAL Aproximação e vínculos intencionais Aproximação e vínculos espontâneos Aproximação pela vontade Aproximação por laços culturais, religiosos, línguisticos, etc. Objetivos Comuns Identidade Comum Possibilidade de dominação Ausência de dominação Interesses Cumplicidade entre os membros 15 • Terminologia ჻ Direito Internacional: 1780, por Jeremy Bentham, na obra: An Introduction to the Principles of Moral and Legislation • Sinônimos ჻ Direito das Gentes, jus inter gentes, jus gentium. • Objeto ჻ Reduzir a anarquia na sociedade internacional ჻ Delimitar as competências de seus membros ჻ Regular a cooperação internacional ჻ Conferir tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância ჻ Satisfazer interesses comuns dos Estados Principais características do DIP • Relativização da soberania nacional • Direito de coordenação • Ausência de poder central para a produção e aplicação das normas • Descentralização da produção normativa • Normas criadas pelos próprios destinatários • Obrigatoriedade 16 • Existência de mecanismos de exercício de jurisdição internacional • Jurisdição internacional depende do consentimento dos Estados • Possibilidade de sanções • Fragmentação: diversidade de matérias tratadas e de condições de elaboração das normas. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Regulação da sociedade internacional Regulação dos conflitos de leis no espaço Disciplina direta das relações internacionais ou das relações internas de interesse internacional Indicação da norma nacional aplicável a um conflito de leis no espaço Normas de aplicação direta Normas meramente indicativas do Direito aplicável Regras estabelecidas em normas internacionais Regras estabelecidas em normas internacionais ou internas Regras de Direito Internacional Público Regras de Direito Internacional Público ou interno 17 • Características ჻ Generalização / Unanimidade ჻ Universal / Regional / Bilateral ჻ Persistent Objector (Caso Haya de La Torre – Peru x Colômbia e Caso Julian Assenge – EUA x Inglaterra) ჻ Ônus probatório • Formas de extinção ჻ desuso, ჻ novo costume ჻ codificação • Dispensa incorporação • Tempo de formação Costume Internacional = Elemento material/objetivo: Reiteração + Elemento subjetivo: opinio iuris ( justa + necessária) 18 Princípios Gerais do Direito Princípios Gerais do DIP • caráter genérico e abstrato • soberania nacional • proteção da dignidade da pessoa humana • não intervenção • pacta sunt servanda • igualdade jurídica entre os Estados • boa-fé • autodeterminação dos povos • devido processo legal • cooperação internacional • coisa julgada • solução pacífica de controvérsias internacionais • obrigação de reparação • proibição da ameaça ou do uso da força • esgotamento dos recursos internos antes do recurso aos tribunais internacionais. 19 Fontes Formais Artigo 38. Estatuto da CIJ (Anexo a Carta da ONU – Dec. 19.841/45) I. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. II. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Côrte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem. Fontes Materiais • Analogia: fonte x meio de integração • Atos unilaterais dos Estados ჻ Ato público (expresso / tácito) ჻ Agente Público Competente 20 ჻ Intenção de vincular o Estado Ex: Caso Nova Zelândia e Austrália x França (96) - Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (70) / Protesto, notificação, renúncia, denúncia, reconhecimento... • Atos de Organizações Internacionais (Hard law / soft law) Ex: Resolução 217-A de 10/12/1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos passou a ser hard law a partir de 1993, por ocasião da Conferência de Viena s/ DH. / Capítulo 7 do CSONU – DECRETO Nº 8.825, DE 29 DE JULHO DE 2016 • Jus Cogens – Exceção a inexistência de hierarquia das fontes Art. 53 CVDT/69 - É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%208.825-2016?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%208.825-2016?OpenDocument 21 → FONTES MATERIAIS – JUS COGENS • Art. 64 CVDT/69 - Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se. • Ex: Dec. 592/92 - Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (‘66) ჻ Art. 4, §2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11, 15, 16, e 18. ჻ Art. 6 – Direto à vida ჻ Art. 7 – Proibição à tortura ჻ Art. 8 – Proibição à escravidão e à Servidão ჻ Art. 11 – Prisão por obrigação contratual ჻ Art. 15 – Irretroatividade da lei penal ჻ Art. 16 – Reconhecimento da personalidade jurídica ჻ Art. 18 – Liberdade de pensamento, consciência e religião • Jurisprudência - CIJ ჻ Proibição do Genocídio (Atividades Armadas no território do Congo – Congo vs Ruanda, CIJ, 2002, § 64) ჻ Proibição de Discriminação Racial (Atividades Armadas no território do Congo – Congo vs Ruanda, CIJ, 2002, § 78) 22 ჻ Proibição do Usa da Força (Military and Paramilitary Activities Case – Nicarágua vs. EUA, CIJ, 1986, § 190) – Exceções: art. 51 – legitima defesa e art. 42 – autorização do CSNU. ჻ Proibição da Tortura (Obrigação de Extraditar – Bélgica vs Senegal, CIJ, 2012, §99) Questões → TRF 3 – XIX CONCURSO – 2018 Questão 93. Considere as seguintes assertivas e assinale a INCORRETA: a) Sobre as fontes do Direito Internacional Público, a doutrina clássica afirma que tratado e costume possuem o mesmo valor sem que um tenha primazia sobre o outro; por isso, um pode derrogar ou modificar o outro. b) O ato unilateral tem sido considerado pela doutrina como fonte do Direito Internacional, apesar de não constar expressamente do rol previsto no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, tendo, como exemplo, as resoluções das organizações internacionais. c) Dentre os princípios gerais de direito no âmbito interno, os seguintes foram consagrados na jurisprudência internacional, segundo doutrina: (i) proibição ao abuso de direito; (ii)responsabilidade internacional 23 decorrente de atos ilícitos e restituição do que foi adquirido por enriquecimento ilícito; (iii) exceção da prescrição liberatória; (iv) obrigação de reparar os danos emergentes e lucros cessantes. d) O recurso à equidade prescinde da concordância das partes para ser validamente utilizado pelo juiz internacional ao proferir sua decisão. → TRF 5 – XIV CONCURSO – 11/2017 QUESTÃO 92 – (...) A respeito do assunto abordado nesse fragmento de texto, assinale a opção correta, considerando que CIJ se refere à Corte Internacional de Justiça. a) Jus cogens são normas imperativas de direito internacional geral, aceitas e reconhecidas pela comunidade internacional dos Estados como um todo, que não podem ser derrogadas ou modificadas, salvo por norma ulterior de direito internacional geral da mesma natureza, e que podem ter fundamento tanto convencional quanto consuetudinário. b) Dada sua soberania, os Estados podem, no que se refere aos atos unilaterais autonormativos, voltar atrás quanto a declarações ou manifestações formuladas expressamente, não havendo de se falar em vinculação ao conteúdo daquilo que formalmente expressaram. 24 c) Estatuto da CIJ enumera um rol de fontes que a Corte pode utilizar para cumprir sua função de decidir as controvérsias que lhe forem submetidas, mas não, do ponto de vista doutrinário, um rol de fontes para o direito internacional. d) A opinio juris do costume internacional representa uma atividade estatal que é normativamente obrigatória, de forma que, conforme já decidido pela CIJ, se pode inferir que há uma norma proibitiva de determinado agir quando os Estados não agirem de determinada forma. e) Conforme já decidido pela CIJ, a norma consuetudinária será absorvida ou revogada pela norma de tratado internacional se ambas regularem o mesmo conteúdo. RESUMO PONTO 1 • CONCEITO ჻ TRADICIONAL: regula relações entre Estados. ჻ MODERNO: regula relações entre Estados, OI e indivíduos. • FONTES ჻ FORMAIS: art. 38 do Estatuto da CIJ 25 Principais: tratados, costume, princípios gerais de direito Auxiliares: jurisprudência e doutrina ჻ MATERIAIS: analogia, atos unilaterais dos Estados, atos das OI e Jus Cogens (53/64) • PRINCÍPIOS DE DIP ჻ soberania nacional ჻ não intervenção ჻ igualdade jurídica entre os Estados ჻ autodeterminação dos povos ჻ cooperação internacional ჻ solução pacífica de controvérsias internacionais ჻ proibição da ameaça ou do uso da força ჻ esgotamento dos recursos internos antes do recurso aos tribunais internacionais. 26 9. PONTO 2 RESOLUÇÃO Nº 067, DE 03 DE JULHO 2009 RESOLUÇÃO No 407, DE 10 DE JUNHO DE 2016 2. Atos Internacionais. Tratado. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. 2. Atos Internacionais. Tratado. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. Atos internacionais. Convenção. Acordos. Ajuste. Protocolo. 3. Atos internacionais. Convenção. Acordos. Ajuste. Protocolo. TRATADOS • CONCEITO: ჻ Convenção de Havana sobre o Direito dos Tratados de 1928 27 Art. 2, § 1 CVDT/69 (Vigor 27/01/80 - Dec. 7030/09): “tratado” significa um acordo internacional concluído por ESCRITO entre ESTADOS e regido pelo DIREITO INTERNACIONAL, quer conste de um instrumento único, quer de DOIS ou MAIS instrumentos CONEXOS, qualquer que seja sua DENOMINAÇÃO específica; (Ex: Tratado de Assunção) Art. 2, § 1 CVDT/86: "tratado" significa um acordo internacional regido pelo Direito Internacional e celebrado por escrito i) entre um ou mais Estados e UMA OU MAIS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS; ou ii) ENTRE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS, quer este acordo conste de um único instrumento ou de dois ou mais instrumentos conexos e qualquer que seja sua denominação específica; Características • Acordo de vontades • Forma escrita* (CVDT/69 art. 3º x CDI-ONU) • Elaboração por Estados e OI • Regulamentação pelo DIP 28 • Regulação de temas de interesse comum • Obrigatoriedade • Sinônimos: Convenção, convênio, acordo, pacto, protocolo, ato internacional, ata, carta ou constituição, estatuto, compromisso, concordata (Santa Sé), memorando de entendimento, modus vivendi (vigência temporária). CUIDADO: gentlemen´s agreement e non-binding agrément Nomenclatura • Convenção: é normamente empregado para acordos multilaterais que visam estabelecer normas gerais de Direito Internacional em temas de grande interesse mundial. • Acordos: concebida para atos internacionais com reduzido número de participantes e menor importância política. • Ajuste: visa a detalhar ou a executar outro tratado de escopo mais amplo. • Protocolo: modalidade de ato internacional que, normalmente, é meramente complementar ou interpretativa de tratados anteriores. Pode ser também um compromisso menos formal ou uma ata de reunião internacional. 29 Ressalvas do Dec. 7030/09 à incorporação da CVDT/69 • Art. 25 - Aplicação Provisória 1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se provisoriamente enquanto não entra em vigor, se: a) o próprio tratado assim dispuser; ou b) os Estados negociadores assim acordarem por outra forma. 2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados negociadores acordem de outra forma, a aplicação provisória de um tratado ou parte de um tratado, em relação a um Estado, termina se esse Estado notificar aos outros Estados, entre os quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não se tornar parte no tratado. • Art. 66 - Processo de Solução Judicial, de Arbitragem e de Conciliação Se, nos termos do parágrafo 3 do artigo 65, nenhuma solução foi alcançada, nos 12 meses seguintes à data na qual a objeção foi formulada, o seguinte processo será adotado: a) qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a interpretação dos artigos 53 ou 64 poderá, mediante pedido escrito, submetê-la à decisão da Corte Internacional de Justiça, salvo se as partes decidirem, de comum acordo, submeter a controvérsia a arbitragem; 30 b) qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a interpretação de qualquer um dos outros artigos da Parte V da presente Convenção poderá iniciar o processo previsto no Anexo à Convenção, mediante pedido nesse sentido ao Secretário-Geral das Nações Unidas. Vigência dos Tratados • TEMPUS REGIT ACTUM ჻ Até 26/01/80 ou 24/10/09 – Convenção de Havana de 1928 (Dec. 18.956/29) ჻ Após 27/01/1980 ou 25/10/09 – aplica-se a CVDT/69, observado: Artigo 1- A presente Convenção aplica-se aos tratados entre Estados. Artigo 5 – A presente Convenção aplica-se a todo tratado que seja o instrumento constitutivo de uma organização internacional e a todo tratado adotado no âmbito de uma organização internacional, sem prejuízo de quaisquer normas relevantes da organização. Artigo 4 – (...) esta somente se aplicará aos tratados concluídos por Estados após sua entrada em vigor em relação a esses Estados. para outros sujeitos do DIP – costume internacional (CVDT/86 não está ainda em vigor). 31 Ex: Carta de São Francisco de 1945 / Tratado de Assunção de 1991 / Protocolo de Olivos de 2002 Efeitos dos Tratados I. Vinculativo Artigo 18- Obrigação de NÃO FRUSTRAR O OBJETO E FINALIDADE de um Tratado antes de sua Entrada em Vigor Um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariamo objeto e a finalidade de um tratado, quando: a) tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou b) tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada em vigor do tratado e com a condição de esta não ser indevidamente retardada. Ex: Convenção sobre as Pessoas com Deficiência – Dec. 6949/09 - art. 3º acessibilidade; em 30/03/2007 – Assinatura e em 31/08/2008 - Ratificação. II. Ex nunc Artigo 28 - Irretroatividade de Tratados (EM GERAL) 32 A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, SUAS DISPOSIÇÕES NÃO OBRIGAM uma parte em relação a um ato ou fato anterior ou a uma situação que deixou de existir ANTES da entrada em vigor do tratado, em relação a essa parte. Ex: Convenção contra a Tortura de 1984, Brasil em 1989 / Lei 6683/79 – Lei de Anistia (ADPF 153/DF) EXCEÇÃO: A retroação só é permitida a fatos preexistentes excepcionalmente (Resek). Ex: Decreto 4463/2003 – aceitação do Brasil da competência da Corte Interamericana – fatos posteriores a 10 de dezembro de 1998 – via de regra não se pode retroagir. Caso Carlos Gomes Lund x Brasil (CIDH). CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS • Número de partes: bilaterais ou multilaterais • Procedimento de conclusão: ჻ Forma Solene: 1ª Etapa: negociação 2ª Etapa: assinatura do texto 3ª Etapa: referendo 33 4ª Etapa: confirmação e/ou ratificação 5ª Etapa: eficácia e promulgação. ჻ Forma Simplificada: 1, 2ª e 5ª etapas – em regra, apenas Poder Executivo. Ex: executive agreements ou fast track. Art. 49 CF. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; • Efeitos: Restritos às partes ou alcançando terceiros • Adesão: abertos ou fechados Validade dos Tratados • Capacidade das partes: Estados, OI, Santa Sé, beligerantes, blocos regionais e Comitê Internacional da Cruz Vermelha. • Habilitação dos agentes ჻ Artigo 7 da CVDT/69 – Plenos Poderes (treaty making power): 2. Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado: 34 a) os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado; b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados; c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão. ჻ Art. 21 da CF. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; Art. 84 da CF. Compete privativamente ao Presidente da República: VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; • Objeto lícito e possível: Não pode violar jus cogens • Consentimento regular: ausência de vícios como erro, dolo, coação ou corrupção. 35 Elaboração e Incorporação ao Direito Interno - Modelo Complexo (solene) Elaboração e Incorporação ao Direito Interno • 1ª Etapa: NEGOCIAÇÃO ჻ Sujeito capaz ჻ Objeto lícito e possível ჻ Adoção (art. 9 do CVDT/69) 36 2/3 consenso Art. 1º do Dec. 4.759/03 – delegação. Ex: Estatuto de Roma – cria o TPI: das 148 delegações presentes, 120 a favor; 7 contra e 21 abstenções. Votaram contra: EUA, Iêmen, Iraque, Israel, Líbia, Catar e China. • 2ª Etapa: ASSINATURA ჻ Autenticação do texto definitivo ჻ Impede alterações unilaterais e permite proposição de reservas ჻ Obrigação de não fazer (art. 18) ჻ A não ser que demonstre o contrário Reserva do Brasil ao art. 25 da CVDT/69 – aplicação provisória • 3ª Etapa: Referendo Art. 12 da CVDT/69 - Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura 1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta- se pela assinatura do representante desse Estado: a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito; 37 b) quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. 2. Para os efeitos do parágrafo 1: a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados negociadores nisso concordaram; b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. • 4ª Etapa: RATIFICAÇÃO ჻ Autoridade competente: Brasil – PR (art. 84, VII e VIII da CF), com prévia autorização do CN (art. 49, I, da CF – aprovar ou rejeitar no todo/ Decreto Legislativo do Presidente do Senado). ჻ Procedimento segue rito interno do Estado (STF – CF/88) ჻ Ato discricionário ჻ Não há prazo 38 → OBS: Entrada em vigor no plano internacional (art. 24, I e II da CVDT/69) pode ocorrer: a) imediata: última notificação de ratificação ou troca de instrumentos; b) diferida: sujeito à número x de ratificações ou em prazo estabelecido no instrumento. → OBS 2: art. 80 CVDT/69 – REGISTRO E PUBLICIDADE - Após sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao Secretariado das Nações Unidas para fins de registro ou de classificação e catalogação, conforme o caso, bem como de publicação. → CUIDADO: STF ao analisar a eventual possibilidade de incidência dos princípios do efeito direto e da aplicabilidade imediata no Direito brasileiro, concluiu que – pelo menos por enquanto, ambos são inaplicáveis no Brasil (CR-AgR 8.279/AT/2000). • 5ª Etapa: PROMULGAÇÃO CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DE CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM GERAL E DE TRATADOS DE INTEGRAÇÃO (MERCOSUL). - A recepção dos tratados internacionais em geral e dos acordos celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL depende, para efeito de sua ulterior execução no plano interno, de uma sucessão causal e ordenada de atos revestidos de caráter político- jurídico, assim definidos: 39 a) aprovação, pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, de tais convenções; b) ratificação desses atos internacionais, pelo Chefe de Estado, mediante depósito do respectivo instrumento; c) promulgação de tais acordos ou tratados, pelo Presidente da República, mediante decreto, em ordem a viabilizar a produção dos seguintes efeitos básicos, essenciais à sua vigência doméstica: (1) publicação oficial do texto do tratado e (2) executoriedade do ato de direito internacional público, que passa, então - e somente então - a vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno. (CR-AgR 8.279/AT/2000) → Exceção à regra de internalização quanto à APROVAÇÃO: Art. 5º da CFRB/88: § 3º Os TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm40 Questão TRF 5 – XIX CONCURSO 2017 QUESTÃO 93 - Acerca dos tratados internacionais, assinale a opção correta. a) Admite-se que a entrada em vigor de um tratado ocorra a partir do implemento de uma condição, como, por exemplo, o depósito junto ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). b) Na hipótese de um tratado não ter entrado em vigor, um Estado signatário pode praticar atos que acarretem a inviabilidade prática de aplicação do ato internacional. c) Admite-se que, por ocasião da aprovação do texto convencional de tratado, o Congresso Nacional do Estado efetue emendas a esse tratado, de modo que a ratificação seja realizada com reservas. d) A expedição de decreto presidencial executório de tratado internacional, após sua ratificação, pelo presidente da República, junto ao depositário, é expressamente prevista na Constituição Federal de 1988. e) Não se admite que se considere o preâmbulo do tratado para fins de interpretar o contexto desse mesmo tratado. 41 Competência para Análise de Tratados no Brasil • STF (art. 102, III, “b”) - III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: (...) b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; • STJ (art. 105, III, “a”) - III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: (...) a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; • JF (art. 109, III, V e V-A): III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; Aplicação de um Tratado no Brasil JF (art. 109) V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 42 § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador- Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) EXTINÇÃO (art. 54 e s. CVDT/69) • Vontade comum das partes • Denúncia/Retirada (ato unilateral, prévio aviso, retratação) ADI 1625 – Dec. 2100/96 – término da relação de trabalho por iniciativa do empregador x Convenção 158/82 da OIT (Min. Mauricio Correa e Carlos Brito; Nelson Jobim e Teori Zavascki; Joaquim Barbosa e Rosa Weber). • Alteração das circunstâncias • Por previsão no instrumento (Ex: maioria, violação substancial) • Expiração do prazo de vigência / condição resolutiva • Acordo posterior • Impossibilidade de cumprimento (Ex: redução partes) • Caducidade (desuso) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm 43 • Perda do objeto → OBS: rompimento das relações diplomáticas / ex nunc *Itens em vermelho – causas de SUSPENSÃO. Questão TRF 3 – XIX CONCURSO - 2018 Questão 94. Sobre a aplicação de tratados internacionais com normas contraditórias entre si, devem ser respeitadas certas regras, que são enunciadas pela Convenção de Viena. Aponte, portanto, a afirmação INCORRETA: a) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecendo-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado mais recente, aplica-se o mais recente. b) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecendo-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado anterior, aplica-se o tratado anterior. c) entre os Estados parte nos dois tratados só se aplica o anterior no que ele não for compatível com o novo tratado. 44 d) a violação de um tratado pode sujeitar o Estado a ser responsabilizado em âmbito internacional, sendo que os conflitos porventura existentes são na maioria das vezes resolvidos por meio de interpretação. Conflitos entre DI Público x Privado I. DUALISMO (Heinrich Trieppel e Dionísio Anziolotti) • 2 ordens jurídicas, distintas e independentes entre si; • uma ordem jurídica internacional e outra interna • Impossibilidade de conflito i. DUALISMO RADICAL: Lei interna ii. DUALISMO MODERADO: prevalece a lei interna até a incorporação. II. MONISMO • 1 ordem jurídica • normas de DIP podem ter a eficácia condicionada à harmonia ao direito interno • não há processo de incorporação i. INTERNACIONALISTA RADICAL (Kelsen/ Escola de Viena) ii. INTERNACIONALISTA MODERADO (Alfred von Verdross) 45 iii. NACIONALISTA (Hegel) → CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA CONVENÇÃO Nº 158/OIT, CUJA APLICABILIDADE DEPENDE DA AÇÃO NORMATIVA DO LEGISLADOR INTERNO DE CADA PAÍS - POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO DAS DIRETRIZES CONSTANTES DA CONVENÇÃO Nº 158/OIT ÀS EXIGÊNCIAS FORMAIS E MATERIAIS DO ESTATUTO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO – (...). É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e dualistas - que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro. O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe - 46 enquanto Chefe de Estado que é - da competência para promulgá-los mediante decreto. (ADI 1480 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/1997 “Antinomias” - Critérios de Derrogação I. Hierárquico • Artigo 46 CVDT/69 - Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados 1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental. 2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé. • Artigo 29 CVDT/69 - Aplicação Territorial de Tratados 47 A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território. ❖ CRITÉRIO HIERÁQUICO NO SISTEMA BRASILEIRO • Tratados em geral: status infraconstitucional, equiparados à lei ordinária e em caso de conflito submetem-se os critérios cronológico e de especialidade (STF, RE 80.004/1977) • Tratados em direitos humanos: * antes da EC 45/04 – até o HC 90.172/SP, de 17/08/07 status de lei ordinária, após status supralegal. => entendimento minoritário: HC 87.585/TO, Min. Celso de Mello – status de constitucionalidade material das normas de DH. * após EC 45/04 - se aprovado pelorito do § 3º do art. 5º da CF – status de emenda constitucional. (Ex: Dec. 6.494/09 – Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência) → PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS INTERNACIONAIS E NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO INTERNO. - Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao 48 direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. No sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico ("lex posterior derogat priori") ou, quando cabível, do critério da especialidade. (ADI 1480 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/1997 → Tratados em direito tributário Status supralegal (RE 229.096/460.320 – pauta 12/9) Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. → Tratados em direito processual civil 49 Status supralegal Art. 13 do CPC/15 A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Ex: Protocolo de Las Leñas II. Cronológico (art. 30 da CVDT/69) III. Especialidade • Notificação consultar (art. 36, §1, b da Convenção de Viena de 1963 – INFO 573 STF) • Primazia da norma mais favorável ao indivíduo (HC 96.772 – art. 7, §7 da Convenção Americana de DH) • Controle de convencionalidade (Ext 1223/Rep Equador, INFO 649) Art. 14, 7 do PDCP – Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país. 50 Questão TRF2 – 2017 QUESTÃO 96. Quanto à internalização de tratados ao ordenamento nacional, marque a correta: a) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal não acolhe o chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções internacionais sobre Direitos Humanos. b) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para fins de cumprimento de pena somente poderá ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil e o respectivo Estado estrangeiro. c) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso Nacional, seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional adquirir validade no Direito Brasileiro. d) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva ao domínio da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato de internalização seja observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da Constituição. e) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não podem ser objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado da proibição de retrocesso. 51 RESUMO PONTO 2 - Tratados • Conceito ჻ Tradicional: Estados ჻ Moderno: +OI e indivíduo a) escrito b) regido pelo DIP c) 1 ou + instrumentos d) independe da denominação • Validade ჻ Capacidade das partes ჻ Habilitação dos agentes ჻ Objeto lícito e possível ჻ Consentimento regular • Efeitos • Ex nunc • Caráter vinculante 52 • Incorporação ჻ Forma Solene: 1ª Etapa: negociação 2ª Etapa: assinatura do texto 3ª Etapa: referendo 4ª Etapa: ratificação 5ª Etapa: eficácia e promulgação. ჻ Forma Simplificada: 1, 2ª e 5ª etapas – em regra, apenas Poder Executivo. • Extinção e suspensão • Conflito: DIP e direito interno ჻ Critérios: hierárquico, cronológico ou da especialidade QUESTÕES OBJETIVAS PONTOS 1 e 2 DO EDITAL PONTO TRF / Ano da Prova / no questão 1. Direito Internacional Público. Conceito. Fontes. Princípios. TRF 5 (2017): 92 53 TRF 3 (2018): 93 Subtotal: 2 = 2,44% 2. Atos Internacionais. Tratado. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. Atos internacionais. Convenção. Acordos. Ajuste. Protocolo. TRF 2 (2014): 96 TRF 4 (2014): 97, 100 TRF 5 (2014): 91 TRF 1 (2015): 92 TRF 2 (2017): 92, 96 TRF 5 (2017): 93 TRF 3 (2018): 94 e 95 Subtotal: 10 = 12,20% SUPERE-SE! VOCÊ SÓ CONCORRE CONSIGO MESMO! Boa sorte e bons estudos!
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