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AULA 05 - DIR E TEC

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AULA 05 – O TRATAMENTO DE DADOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E OS DIREITOS DOS TITULARES
1. Tratamento de dados de crianças e adolescentes:
Art. 14 – LGPD: O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente.
Esse termo “em seu melhor interesse” é contemplado por outras normas – inclusive internacionais – que discorrem sobre crianças e adolescentes. 
Legislação pertinente: ECA e outras normas infralegais existentes. 
Crianças: Pessoas de 0 a 12 anos incompletos. 
Adolescente: A partir de 12 anos completos até 18 anos incompletos. 
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. 
A interpretação literal do primeiro parágrafo do art. 14 da LGPD culmina na concepção de que somente o tratamento de dados pessoais de crianças deve ser realizado com o consentimento específico dos responsáveis legais. 
A restrição do tratamento de dados pessoais de crianças a uma única base legal é prejudicial, pois, em determinadas ocasiões, o controlador necessita de tratar dados sem o consentimento dos pais/responsáveis legais. Por exemplo, uma criança que atua (ator/atriz) estabelece uma relação de trabalho com uma instituição. O controlador, às vezes, precisa tratar os dados da criança com base no estabelecido em contratos ou para se adequar a leis. 
Algumas escolas apresentam dados pessoais do aluno: desempenho pedagógico, frequência, histórico financeiro. Supondo que uma instituição de ensino precise compartilhar os dados dos alunos com a Secretaria de Educação do estado. Destarte, o consentimento dos pais não pode prejudicar (se tornar um empecilho a) uma política pública do governo. 
A interpretação plausível do art. 14 seria a seguinte: quando o consentimento for a base legal para o tratamento de determinados dados das crianças, esse consentimento deve ser dado pelos pais/responsáveis legais. 
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo.
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
A criança não tem discernimento e não consegue lidar com determinadas particularidades da vida adulta. Por exemplo, uma criança que coloca o cartão de crédito dos pais, sem o consentimento destes, para comprar itens em um jogo. Ela não o faz por maldade, mas pela falta de maturidade e experiência de vida (não consegue entender a seriedade inerente àquele cartão). Desse modo, o legislador foi muito feliz no parágrafo 4º do art. 14 da LGPD ao buscar concretizar o princípio da necessidade pelo fato de proibir a coleta de dados pessoais desnecessários à participação no jogo. Desse modo, por exemplo, não é necessário que o usuário insira o cartão de crédito/débito no jogo para participá-lo; somente caso queira realizar compras no aplicativo. 
Para solucionar o problema da autenticação (provar que foi o responsável legal que consentiu), ainda é inimaginável a adoção de medidas simples (como perguntas para testar a capacidade cognitiva da criança) ao invés de burocráticas. 
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao entendimento da criança. 
Não somente os pais/responsáveis legais são responsáveis pela transparência, mas as crianças (titulares), também. Deve-se utilizar, portanto, uma linguagem simples, clara e objetiva para mostrar às crianças o que será feito com os seus dados. 
Como o parágrafo 6º utiliza a expressa “referidas neste artigo”, inclui-se o caput e, por conseguinte, os adolescentes. Entretanto, a parte final se refere somente às crianças, levando-se em conta as características sensoriais e intelectuais desses indivíduos. 
2. O art. 18 da LGPD:
Art. 18 – LGPD: O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição:
I - confirmação da existência de tratamento;
II - acesso aos dados;
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto nesta Lei;
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regulamentação da autoridade nacional, observados os segredos comercial e industrial;     
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou uso compartilhado de dados;
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as consequências da negativa;
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º desta Lei.
Vale relembrar o princípio do livre acesso já estudado acerca da LGPD, o qual afirma que não devem existir medidas burocráticas que dificultem o acesso aos dados por parte do titular.
Marcus que não é mais cliente da Oi a uma década, caso desconfie que esta ainda continue armazenando seus dados, pode solicitar expressamente a confirmação da existência do tratamento e pode ter, inclusive, acesso a esses dados tratados. 
O inciso III do art. 18 apresenta vínculo com o princípio da qualidade dos dados, auxiliando, eventualmente, o titular a resolver problemas de ordem prática a partir da atualização dos seus dados. 
Os incisos IV e VI apontam para a eliminação dos dados, entretanto, caindo sobre questões distintas. No inciso IV, a eliminação está vinculada a dados desnecessários, excessivos ou tratados em desconformidade com a lei. 
Diante de conflitos em face de eventuais recusas do controlador, uma das saídas por parte do titular seria peticionar perante a autoridade nacional (ANPD) – conforme o disposto no parágrafo 1º do referido artigo. 
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade nacional. 
A eliminação tratada no inciso VI não tem nada a ver com a necessidade/desnecessidade e/ou licitude/ilicitude. Uma das particularidades do consentimento é a prerrogativa do titular revogar o consentimento dado (conforme o inciso IX do art. 18) e que impacta, diretamente, o expresso no inciso VI – podendo o titular solicitar a eliminação dos dados tratados com o consentimento 
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º desta Lei.
Um aluno pode informar a uma escola da revogação do seu consentimento para o recebimento de propagandas de intercâmbio. Dessa forma, pode, também, solicitar a remoção dos dados no que tange aos parceiros dessa escola. 
§ 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso compartilhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o bloqueio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impossível ou implique esforço desproporcional. 
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante requerimento expresso do titular ou de representante legalmente constituído, a agente de tratamento.A lei prevê, expressamente, que o titular seja informado expressamente pelo controlador a recusa do exercício de direito que trata o parágrafo 3º. 
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da providência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao titular resposta em que poderá:
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indicar, sempre que possível, o agente; ou
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a adoção imediata da providência
Essas razões mencionadas no inciso II do parágrafo quarto podem ser jurídicas (geralmente são) ou fáticas (“não posso remover dados sobre você porque não tenho dados sobre você” – questão de fato que pode ser apresentada pelo controlador). 
O inciso VII discorre sobre a possibilidade do controlador apresentar aos titulares informações compartilhadas com terceiros (inclusive com órgãos do governo). 
O inciso VIII gera a liberdade de recusa no que tange ao consentimento, ou seja, o consentimento precisa ser livre. A não atribuição do consentimento pode gerar algumas consequências – que devem ser explicitadas ao titular. Exemplo: Um curso de inglês coletou dados dos alunos para o ensino pedagógico e para o controle financeiro. Supondo que a base legal para legitimar isso teria sido o consentimento (e não o cumprimento de contrato), mas que impõe o consentimento para o ingresso do aluno em um serviço de intercâmbio parceiro do curso de inglês. Se A não consentiu com o tratamento daqueles dados, isso não o inviabiliza de frequentar as aulas, somente não poderá participar do intercâmbio. 
3. O art. 20 da LGPD: 
Art. 20 – LGPD: O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de decisões tomadas unicamente com base em tratamento automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade.
O artigo anterior discorre sobre o tratamento automatizado.
Por exemplo, Marcus tentou comprar um produto no exterior e teve a compra recusada imediatamente por suposta tentativa fraudulenta. Esse “não” foi realizado por um programa de computador treinado para analisar padrões dos clientes e bloquear transações suspeitas. Ao ocorrer ao bloqueio, um atendente (pessoa física) entra em contato com Marcus para saber se foi ele que realizou a compra. Marcus afirma que sim, que foi ele que realizou a transação para adquirir um produto no Vietnã. 
A Amazon tem um tempo de resposta incrível que no que concerne ao tempo de aprovações pois apresenta um algoritmo que analisa a confiabilidade do cliente. Destarte, a Amazon envia o produto, às vezes, antes do “cliente confiável” efetuar o pagamento, analisando o benefício dele ficar satisfeito com a resposta da entrega e continuar comprando. 
O uso de IA, por exemplo, em processos seletivos, embora possa proporcionar celeridade, pode, às vezes, acabar colocando em risco o princípio da não discriminação no que tange ao tratamento de dados pessoais.
A lei, no seu art. 20, caput, é vaga pois não especifica quem realizaria essa “revisão”. Marcus Seixas compreende que o mais adequado seria uma revisão humana, ainda que esta se limitasse em identificar na máquina algum tipo de irregularidade e, por conseguinte, manter ou não o que a máquina realizou. 
O ferimento ao princípio da não discriminação pode proporcionar intervenção da ANPD.
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos procedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os segredos comercial e industrial.
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para verificação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado de dados pessoais.

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