Buscar

Reflexões-acerca-do-Desenvolvimento-Sustentável-Relação-HomemNatureza-e-Desafios-Socioambientais

Prévia do material em texto

Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
172 
REFLEXÕES ACERCA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: RELAÇÃO 
HOMEM/ NATUREZAE DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS 
 
Adir Ubaldo Rech1 
Rachel Ivanir Marques2 
Sâmia Caroline dos Santos Souza3 
 
 
RESUMO 
O desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade e a relação homem/natureza são 
algumas reflexões e temas encontrados nas universidades, nos debates e 
programas políticos, no planejamento dos gestores, bem como nas conversas 
informais. Autores como François Ost, e Enrique Leff fornecem importantes visões 
acerca dessa relação tão conturbada entre homem e natureza. Com a constatação 
que se necessita avançar na implantação e implementação do que prevê tanto a 
Constituição Federal como as legislações infraconstitucionais, busca-se apontar que 
é possível encontrar o caminho para a concretização de políticas urbanas e 
atividades econômicas compatíveis com a sustentabilidade. 
 
Palavras-Chave: Princípio do desenvolvimento sustentável. Sustentabilidade. 
Relação homem/natureza. 
 
 
ABSTRACT 
Sustainable development, sustainability and human / nature relationship are some 
thoughts and themes found in universities, in television debates and political 
programs, in the planning of managers as well as in informal conversations. Authors 
such as François Ost and Enrique Leff provide important perspectives concerning 
this so troubled relationship between man and nature. From the fact that one needs 
to advance in the deployment and implementation of what both, the Federal 
Constitution and the infra-constitutional legislations provide for, we try to point out 
that it is possible for one to find the right path for the effectuation of urban policies 
and economic activities compatible with sustainability. 
 
Keywords: Principle of sustainable development. Sustainability. Man/nature 
relationship. 
 
 
 
1
Mestre e doutor em Direito Público pela UniversidadeFederal do Paraná. Coordenado e professor no Mestrado em Direito 
Ambiental e professor na graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul. Advogado, parecerista e relator de Planos 
Diretores. aurech@ucs.br 
2 Mestranda em Direito na Universidade de Caxias do Sul(UCS). Graduação em Letras e Direito pela Universidade de Caxias 
do Sul (UCS). Coordenadora da Central de Justiça Restaurativa da Infância e Juventude de Caxias do Sul na Universidade de 
Caxias do Sul (UCS). Advogada. rachelivanir@hotmail.com 
3 Mestranda em Direito na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Graduação em Direito pela Faculdade Dom Alberto (FDA). 
Advogada. scssouza@ucs.br 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
173 
INTRODUÇÃO 
 
 O presente trabalho busca analisar o princípio do desenvolvimento 
sustentável. Para o estudo desse tema atual e controverso buscar-se á referir alguns 
autores que são imprescindíveis quando se procura entender a relação homem-
natureza. 
 A primeira partediscorrerá sobre o autor François Ost, no seu livro: A 
natureza à margem da lei: A ecologia à prova do direito (1997). O estudo de Ost 
deflagra o problema ético central: o que fazemos da natureza e o que ela faz de nós. 
O autor fomenta a necessidade de um saber interdisciplinar que possa dar conta da 
crise do vínculo e a crise do limite, na medida em que perpassa pelas óticas 
“natureza-objeto”, “natureza-sujeito” e “natureza-projeto” e, sinaliza para a função 
socioambiental da propriedade. Uma obra introdutória e obrigatória ao tema 
ambiental. 
 Na sequência irá se buscar as reflexões de Enrique Leff, Saber Ambiental- 
Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder, 2001, em especial, nos seus 
capítulos I, IV, XXIV e XXVIII. A visão do autor tem como marco central a 
necessidade de um crescimento sustentado, onde sustentabilidade, equidade, 
justiça e democracia são condições ecológicas e sociais. Para Leff, a 
sustentabilidade ecológica constitui uma condição da sustentabilidade do poder 
econômico. 
 A terceira parte desse trabalho irá referir autores que abordaram o tema da 
sustentabilidade e dos desafios socioambientais.Com base nos elementos que 
foram explicitados pelos autores e diante da constatação que se necessita avançar 
na implantação do que prevê tanto a Constituição Federal como as legislações 
infraconstitucionais, busca-se apontar que é possível encontrar o caminho para a 
concretização de políticas urbanas e atividades econômicas compatíveis com a 
sustentabilidade. 
 No entanto, esse trabalho reconhece que a temática explicitada precisa ser 
tratada com autores de diferentes áreas do conhecimento e que só com essa visão 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
174 
multidisciplinar, interdisciplinar ou, ainda, transdisciplinar4 é que se pode analisar as 
premissas básicas e necessárias para discorrer sobresuas possibilidades e desafios. 
 
 
O QUE FAZEMOSDA NATUREZA E OQUE ELA FAZ DE NÓS ATRAVÉS DA 
VISÃO DE FRANÇOIS OST 
 Esta seção objetiva discorrer sobre o pensamento de Ost quando deflagra a 
crise da nossa relação com a natureza, que segundo oautor é anterior à crise 
ecológica que se temassistido. Enquanto a crise ecológica aponta necessidade de 
enfrentamento aos ataques à biodiversidade, para o autor a crise do vínculo evoca 
que “Só se pode ligar o que é, por natureza, distinto e virtualmente 
destacável.”(OST,1997)5. O autor assevera que “Só podem existir vínculos entre 
elementos previamente reconhecidos” (OST.1997.p.12). Na definição do autor: a 
crise do vínculo (o que nos liga ao animal) e a crise do limite (o que nos distingue do 
animal) éa reflexão que se faz necessária para responder a significação que a 
natureza tem para o homem.(OST,1997)6. 
Esta crise é simultaneamente a crise do vínculo e a crise do limite: uma 
crise de paradigma, sem dúvida. Crise do Vínculo: já não conseguimos 
discernir o que nos liga ao animal, ao que tem vida, à natureza; crise do 
limite: já não conseguimos discernir o que deles nos distingue. (OST,1997)7. 
 
 
4Os conceitos multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar embora utilizados inúmeras vezes 
como sinônimos, denotam diferentes interconexões nas disciplinas ou ramos do conhecimento 
humano. Entendendo, portanto, multidisciplinar como a aproximação entreas diferentes 
disciplinas;interdisciplinar, como um avanço na concepção da multidisciplinaridade, indo além da 
aproximação entre as disciplinas, consistindo, também, em um relacionamento e articulação entre 
essas diferentes concepções/disciplinas. O conceito transdisciplinar evoca além da aproximação, 
relacionamento e articulação entre os diferentes saberes, também, uma perspectiva de superação 
desses ramos do conhecimento,visando romper com a lógica de categorização dasdisciplinas. O 
termo transdisciplinar, embora possa parecer meio utópico é o termo utilizado para dar conta da 
temática ambiental na educação, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs que 
apontam o MeioAmbiente como um tema transversal, pressupondo uma concepção transdisciplinar. 
Com base nos PCNs o Meio Ambiente não deve ser responsabilidade de nenhuma disciplina ou área 
do conhecimento específica, mas de todas elas. 
5OST, François. A natureza à margem da lei: A ecologia à prova do direito. Tradução Joana 
Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997.p.9. 
6 Idem 
7 Idem 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
175 
 O crescimento demográfico, demonstrado em estudos, que segundo a 
ONU8,apontam que apopulação mundial já ultrapassou os 7 (sete) bilhões de 
pessoas e que a maioria dessa população tem se concentrado nos grandes centros 
urbanos. Segundo dados do Censo de 20109, realizado pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística- IBGE,a população rural tem diminuído, gradativamente, a 
cada censo e a áreaurbana tem absorvido essa migração. De acordo com os dados, 
entre os anos de 2000 até 2010, a população urbana passou de 81% para 84%. 
Parece que uma das possíveis consequências dessa urbanização tem sido o 
afastamento do homem do contato com a natureza. Deve-se concordar com Ost que 
a dificuldade em perceber a nossa relação com a natureza, seja ela de dependência, 
ou ainda,de conexão como seres vivos pertencente àmesma Biosfera, tem 
impactado de forma contundente no homem e no próprio ambiente natural.“A 
modernidade ocidental transformou a natureza em “ambiente”: simples cenário no 
centro do qual reina o homem, que se autoproclama “dono e senhor”.” (OST, 
1997).10 
Para determinar este terceiro das relações homem-natureza, será 
necessário começar por elaborar um saber ecológico realmente 
interdisciplinar: não uma ciência das suas relações. A questão da paisagem 
(essa bela palavra que parece resultar da sobreposição de “país” e 
“imagem”)pode servir de paradigma: pois não é indistintamente, realidade 
física e produto social? Enquanto resultado, em constante transformação, 
dos costumes sociais de um determinado local, a paisagem evolui entre 
natureza e sociedade; ela é simultaneamente natureza-objecto e a 
natureza-sujeito.(OST,1997)11 
 
 Na visão do autor a Natureza-objeto é aquela manipulável, coisificada, 
apropriada e à mercê do homem, a Natureza-sujeito, aquela sagrada e intocável, 
impulso de retorno à natureza, mística. Onde o homem é deslocado da centralidade 
ética da discussão. Ost defende, então, a síntese entre esses dois extremos: 
Natureza-objeto e Natureza-sujeito, ou seja, a Natureza-projeto: (meio justo); que 
valoriza as complexidades das relações do homem com o ambiente, demonstrando 
 
8 ONU. Disponível: <http://www.onu.org.br/populacao-mundial-deve-atingir-96-bilhoes-em-2050-diz-
novo-relatorio-da-onu/>. Acesso em: 23.jul.2014. 
9 IBGE. Disponível: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=9&uf=00/>Acesso 
em: 23.jul.2014. 
10OST, François. A natureza à margem da lei: a ecologia à prova do direito. Tradução Joana 
Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997.p.10. 
11Idem.p.16,17. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
176 
preocupação com o futuro do homem e natureza. Quando a exigência ética da 
partilha, numa reflexão dialética, em saber “o que fazemos da natureza e o que ela 
faz de nós”. “Do ponto de vista epistemológico, a tarefa de assegurar um meio justo 
evoca um saber interdisciplinar voltado à compreensão das interações entre o 
natural e o cultural (bem como entre as ciências naturais e sociais)” (GRASSI; 
SILVEIRA, 2014).12 
 A síntese dos conceitos de natureza objeto e natureza sujeito. O meio-justo 
não é para Ost, simplesmente, um meio termo entre dois extremos, mas sim o meio 
como tensão entre o objeto e o sujeito. Nem uma ciência do homem, nem uma 
ciência da natureza, mas sim uma ciência das suas inter-relações. Para o autor: [...] 
“o meio justo surge como uma alternativa radical: radicalidade da exigência ética da 
partilha, radicalidade epistemológica do ‘espaço intermédio’ (o meio como tensão 
entre objeto e sujeito)”. (OST, 1997).13 
 Para OST, a dicotomia que perpassa as teorias antropocentrista e 
biocentrista apontam para uma ótica reducionista, sugerindo uma transposição 
teórica destas visões. O bem ambiental tem que ser reconhecido como patrimônio 
comum ecológico. 
Entende-se que, embora cada qual contenha seu momento de verdade, 
estes posicionamentos são insuficientes, pois recaem em um dos polos de 
um dualismo redutor – ou é o homem que pertence à terra, ou é a terra que 
pertence ao homem.” (GRASSI; SILVEIRA, 2014)14 
 
 Vê-se, portanto, que essa mesma lógica é encontrada na explicitação de 
terminologias utilizadas na área e que são vistas como sinônimas, para os 
profissionais que abordam esse tema, mas que para Ost representam visões 
diferentes. Através de sua reflexão esse antagonismo é explicitado nas expressões: 
meio, natureza e ambiente. Ambiente, segundo o autor é um depósito de recursos, 
vinculado com as correntes mais racionalistas; Natureza, consiste em uma visão 
romântica, de uma natureza intocável, vinculado com uma visão mística, sagrada e 
Meio, para Ost, seria expressão mais adequada, pois evidencia as inter-relações 
 
12 GRASSI, Karine; SILVEIRA, Clóvis Eduardo Malinverni da. Configuração e justificação de um 
direito fundamental ao meio ambiente à luz dos conceitos de meio justo e de natureza-projeto em 
François Ost. Revista Direito e Práxis, 2014. 
13OST, François. A natureza à margem da lei: a ecologia à prova do direito. Tradução Joana 
Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997 p.18. 
14 Idem 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
177 
entre essas visões e conceitos, buscando a superação com elementos que permitam 
sua complementaridade: homem e natureza em uma transformação 
verdadeiramente dialética. 
 Disso, pode-sededuzir que o trabalho de OST fornece subsídios para 
entender o meio ambiente - no rol dos direitos difusos e coletivo - já protegido pela 
garantia de tutela jurisdicional efetiva, mas queperpassam para além de uma 
garantia legal, necessitando de uma ruptura no modelo jurídico que privilegia os 
direitos e obrigações individuais, avançando para um regime que resgata os 
interesses de todos e das futuras gerações, bem como as responsabilidades 
coletivas. (OST,1997, p. 355) 
 O conceito trazido por Ost conversa com a questão da função socioambiental 
da propriedade, pois sinaliza para uma necessária restrição da exploração em 
função da preservação do patrimônio ecológico coletivo, visando o bem das 
gerações atuais e futuras. 
A lógica monofuncional e a partilha exclusivista induzidas pelo regime da 
propriedade privada- e pela sua transposição política, a soberania estatal - o 
patrimônio substitui uma lógica complexa, que toma em consideração as 
múltiplas utilizações que implicam os espaços e os recursos, e cria redes de 
direitos de utilização e de controle que ultrapassam os modelos emergentes 
da propriedade e da soberania (OST, 1997)15 
 
Para Ost, precisa-se enfrentar a crise ambiental admitindo que a propriedade e sua 
função socioambiental primam pela convergência dos interesses coletivos e não de 
interesses privados. 
 
O SABER AMBIENTAL: SUSTENTABILIDADE, RACIONALIDADE, 
COMPLEXIDADE E PODER, SEGUNDO ENRIQUE LEFF 
 
 O desenvolvimento sustentável pode ser entendido de diversas maneiras de 
acordo com a doutrina, tanto em aspectos ambientais, quanto econômicos ou 
sociais. A expressão “desenvolvimento sustentável” foi apontada no Relatório de 
 
15OST, François. A natureza à margem da lei: A ecologia à prova do direito. Tradução Joana 
Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997p.371. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
178 
Brundtland, gerenciado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas. Conforme destaca 
Leff16: 
A pedido do secretário-geral das Nações Unidas, em 1984, foi criada a 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento para avaliar os 
avanços dos processos de degradação ambiental e a eficácia das políticas 
ambientais para enfrenta-los. Depois de três anos de estudos, deliberações 
e audiências públicas, a Comissão publicou suas conclusões num 
documento intitulado Nosso futuro comum (CMMAD, 1988), também 
conhecido como Informe Bruntland. 
Nosso futuro comum reconhece as disparidades entre as nações e a forma 
como se acentuam com a crise da dívida dos países do Terceiro Mundo. 
(2001, p.19) 
 
 Neste momento ficou definido que o desenvolvimento sustentável é “processo 
que permite satisfazer asnecessidades da população atual sem comprometer a 
capacidade de atender as gerações futuras”. O discurso da “sustentabilidade” leva 
portanto a lutar por um crescimento sustentado [...]” (LEFF, 2001)17 
 Assim, para que o desenvolvimento seja sustentável é necessário que seu 
desdobramento aconteça de tal forma que não impeça as gerações atuais de 
suprirem suas necessidades e não prejudique as gerações vindouras, tanto na 
esfera ecológica, quanto social e financeira. Desta forma é um desafio de 
autogestão com respeito ao princípio constitucional da solidariedade, tão invocado 
quando se fala em proteção ao meio ambiente. 
 Tratando-se de problemas ambientais, na sociedade atual, muitos deles 
acontecem em função do crescimento desordenado e desenvolvimento sem respeito 
às futuras gerações, assim, os chefes de Estado foram convidados a orientar o 
desenvolvimento de forma sustentável: 
O Informe de Bruntland oferece uma perspectiva renovada à discussão da 
problemática ambiental e do desenvolvimento. Com base nisso foram 
convocados todos os chefes de Estado do planeta à Conferência das 
Nações unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, celebrada no Rio 
de Janeiro, em junho de 1992. Nesta conferência foi elaborado e aprovado 
um programa global (conhecido como Agenda 21) para regulamentar o 
processo de desenvolvimento com base nos princípios da sustentabilidade. 
Desta forma foi sendo prefigurada uma política para a mudança global que 
 
16 LEFF, Enrique. Saber Ambiental- Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Tradução 
de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. P. 19 
17 Idem 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
179 
busca dissolver as contradições entre meio ambiente e desenvolvimento. 
(LEFF, 2011)18 
 
 Considerando o esgotamento dos recursos naturais essa foi uma medida 
basilar, pois impulsiona as vertentes econômicas e sociais trazidas pelo 
desenvolvimento considerando as normas ecológicas. 
 No que tange ao meio ambiente, o desenvolvimento pode ser sinônimo de 
incerteza, muitas vezes de ameaça, quando não são respeitadas as leis naturais. No 
entendimento de “sociedade de risco” difundido pelo sociólogo alemão Ulrich Beck19, 
houve uma passagem da sociedade industrial para a sociedade de risco, onde o 
desenvolvimento enquanto produção de riquezas e de conhecimento cientifico é um 
importante gerador de riscos sociais, pois há uma distribuição desigual dos 
desdobramentos do recurso, tanto na esfera social quando ambiental. Beck atribui 
as disparidades à modernização dos processos, sistematizando a produção de 
riscos com a produção de recursos. Assim, na ânsia de encontrar soluções para os 
desejos da sociedade moderna, torna-se catastrófico, uma ameaça, principalmente, 
no âmbito de degradação da natureza. 
 Diante do panorama oferecido por Beck evidencia-se que atualmente a 
sociedade passa por um processo de modernização, que a cada dia vem se 
intensificando, impulsionado pela vontade de suprir as necessidades das gerações 
presentes. Porém, o que desenvolvimento sustentável busca é exatamente um 
equilíbrio entre a desordem que se dá no decurso do crescimento e o respeito à 
humanidade como um todo, englobando as futuras gerações e um meio ambiente 
saudável para que possam sobreviver. Este é o grande enigma de sustentabilidade, 
“O discurso da sustentabilidade busca reconciliar os contrários da dialética do 
desenvolvimento: o meio ambiente e o crescimento econômico.” (LEFF, 2011)20. 
Assim, talvez onde haja vontade de sustentabilidade não haja uma sociedade em 
risco. 
 
18 LEFF, Enrique. Saber Ambiental- Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Tradução 
de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. P.21,22. 
19 BECK, Ülrich. Sociedade de Risco. Rumo a uma outra modernidade. Tradução Sebastião 
Nascimento. São Paulo: 34, 2010. 
20LEFF, Enrique. Saber Ambiental- Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Tradução 
de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. p.26. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
180 
 Alguns efeitos colaterais já podem ser sentidos no planeta em matéria 
ambiental, em função do esgotamento de recursos que há, contudo, o desafio de um 
desenvolvimento sustentável passa por reparar danos já causados, mas 
principalmente por evitar ao máximo novas deteriorações na natureza. 
 Considerando que os recursos naturais são finitos, o desenvolvimento deverá 
considerar suas limitações, talvez em algum momento não suprir todas as 
necessidades das gerações atuais para preservar as futuras, em um elo de 
solidariedade. 
 A preocupação em manter a harmonia entre situações de conflito é a nível 
mundial, o que fica claro quando observamos os ajustes universais, dentre eles 
Declarações de Estocolmo/1972 e do Rio de Janeiro/1992 e o Protocolo de Quioto, 
assim, o que se busca é o equilíbrio entre as atividades econômicas e a preservação 
ambiental. Conforme Leff“O discurso da sustentabilidade busca reconciliar os 
contrários da dialética do desenvolvimento: o meio ambiente e o crescimento 
econômico.” (LEFF,2011).21 
 O grande desafio é que o meio ambiente ecologicamente equilibrado não seja 
entendido como empecilho para o progresso do desenvolvimento, pois “[...] a 
degradação ambiental se manifesta como sintoma de crise de civilização, marcada 
pelo modelo de modernidade regido pelo predomínio do desenvolvimento da razão 
tecnológica sobre a organização da natureza.” (LEFF, 2011)22. Os recursos deverão 
ser utilizados de forma racional para que não afete as gerações futuras de maneira 
irreparável. 
 O princípio do desenvolvimento sustentável, consta daDeclaração do Rio 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Conferência das Nações Unidas, que 
aconteceu no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, dispondo nos Princípios23: 
 1 Os seres humanos estão no centro das preocupações com o 
desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, 
em harmonia com a natureza. 
4Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental 
constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser 
considerada isoladamente deste. 
 
21 Idem p.26. 
22 Idem p.17. 
23 ONU. Declaração do Rio sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento Disponível em: 
<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf.> Acesso em: 27/07/14. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
181 
 
 O Princípio 9 da Declaração Rio 9224, prevê que: 
Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena 
para o desenvolvimento sustentável, mediante o aprimoramento da 
compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimentos 
científicos e tecnológicos, e mediante a intensificação do desenvolvimento, 
da adaptação, da difusão e da transferência de tecnologias, incluindo as 
tecnologias novas e inovadoras. 
 
 
 É a premissa da globalização do patrimônio intelectual, através da 
solidariedade dos povos e seus governos, visando intercâmbio de ensino, pesquisa 
e tecnologia, fomentando a reversão dos impactos da ação nociva do homem sobre 
o meio ambiente, também no Princípio 27 da Declaração Rio 9225: 
Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito 
de parceria para a realização dos princípios consubstanciados nesta 
Declaração, e para o desenvolvimento progressivo do direito internacional 
no campo do desenvolvimento sustentável. 
 
 
 Ainda consta dessa Declaração a preocupação com as necessidades das 
presentes e futuras gerações. Na busca de um desenvolvimento sustentável que 
reduza as diferenças sociais e erradique a pobreza, há recomendação 
decooperação entre Estadosna esfera local e global, bem como entre os indivíduos. 
 Precisa-se evocar a grande reflexão de OST26, quando discorre que a crise 
ecológica não está apenas na deterioração dos recursos ambientais, mas sobretudo 
na própria relação humana com a natureza, sustentando a premissa de um 
crescimento sustentável, defendida por LEFF27, para visualizar as possibilidades e 
articulações teóricas e práticas disponíveis nos dias de hoje. 
 
 
24 . Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Disponível em: 
<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf.> Acesso em: 27/07/14. 
25Idem 
26OST, François. A natureza à margem da lei: A ecologia à prova do direito. Tradução Joana 
Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997 
27 LEFF, Enrique. Saber Ambiental- Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 
tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
182 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ARTICULAÇÕES TEÓRICAS E 
APLICAÇÕES PRÁTICAS28 
 
O processo de desenvolvimento sustentável é fundamental para meio ambiente, 
assim é amparado Constitucionalmente e é considerado uma eficaz providência na 
preservação ambiental. 
 
Percebe-se, portanto, que o processo, em alguns casos, é tão ou mais 
importante que o objeto buscado por ele. O processo de desenvolvimento 
sustentável encontra total respaldo no art. 225 da Constituição Federal 
Brasileira, no instante em que o legislador transcreve o dever do Poder 
Público e da coletividade de defender e preservar o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Assim, o 
desenvolvimento sustentável, caminho da sustentabilidade, é orientado 
pelas políticas públicas formuladas pelo Estado. (RECH, 2012)29 
 
 Conforme leciona Silveira e Nader30é importante refletir acerca do termo 
desenvolvimento sustentável, visando aprofundar uma discussão de 
desenvolvimento econômico ou de desenvolvimento humano que possa dar conta 
da necessidade de limitar a ação humana e sua interferência no ambiente natural. 
Dessa forma, a expressão desenvolvimento sustentável contrapõe com a ideia de 
desenvolvimento a qualquer preço. Para os autores, portanto: 
O fato de o termo desenvolvimento sustentável refletir um modismo 
temporal e de seu status oscilar entre o slogan, a estratégia de marketing e 
o vazio semântico pelo uso corriqueiro, não significa que se deva rejeitá-lo, 
ou adorá-lo. Academicamente, torna-se ainda mais importante o debate em 
torno da expressão, que reflete as transformações do processo científico, as 
crenças políticas e econômicas, bem como os rumos e os limites da relação 
homem/natureza. Os aspectos ambiental, econômico e social, que formam 
o tripé da sustentabilidade, precisam ser constante criticamente revistos, e 
criadas outras alternativas. (SILVEIRA; NADER, 2013)31 
 
Os autores ainda ressaltamque existem três correntes básicas que tratam do tema 
da sustentabilidade, sendoportanto: a primeira aquela que não acredita na 
 
28 SILVEIRA, Clóvis Eduardo Malinverni; RODRIGUES, Isabel Nader. Desenvolvimento sustentável 
e a matriz energética: aspectos ambientais, econômicos e sociais. In: SILVEIRA, Clóvis Eduardo 
Malinverni da. (Org.). Princípios de direito ambiental: articulações teóricas e aplicações práticas. 
Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2013. Parte do título da obra. (capa) 
29 RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Zoneamento ambiental como plataforma de 
planejamento da sustentabilidade: instrumentos de uma gestão ambiental, urbanística e agrária 
para o desenvolvimento sustentável. Educs, 2012., p. 101. 
30 SILVEIRA; RODRIGUES, op.cit., p. 103. 
31 SILVEIRA; RODRIGUES, op.cit., p.100,101. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
183 
possibilidade de conciliar crescimento econômico com a preservação ambiental, 
mesmo que para sua defesa não existam argumentos científicos que corroborem 
sua tese (segue a mesma linha utilizada por Kuznets do “U” invertido32). A segunda 
corrente que acreditana não possibilidade de reverter o crescimento e suas mazelas 
ambientais (estudos de Elmar Altavater e Nicholas Georgescu-Roegen) e a terceira 
corrente que prega a condição estacionária de crescimento, apontando a 
necessidade de uma preservação mínima para garantir a renovação dos recursos 
naturais (trabalhos de Herman E. Daly e John Stuart Mill).33 
 Mesmo apontando que essas correntes possuem críticas que as tornam, 
respectivamente, como: sem cientificidade, negativista, ou ainda, sem possibilidade 
de delimitação factível; são importantes versões quepermitem regular, enfrentar e 
dar maior efetividade ao tema da sustentabilidade. Uma possibilidade de 
transposição, certamente se dará na medida em que a investigação científica e o 
interesse acadêmico dediferentes áreas do conhecimento ganharem os gestores 
públicos e privados na busca da solução de problemas que envolvam temas como: 
resíduos sólidos, matriz energética, crescimento econômico, planejamento urbano, 
ocupação do solo, recursos hídricos, qualidade de vida, entre outros com 
importância na área ambiental. 
Ao examinar a sustentabilidade pode-se abordar suas dimensões, segundo 
teorizado por Sachs34, identifica-se: 1) sustentabilidade social: visa melhorar as 
condições de vida da população; 2) sustentabilidade econômica: busca a alocação e 
gestão eficiente dos recursos; 3) sustentabilidade ecológica: dispõe de medidas que 
viabilizem a adequada proteção ambienta; 4) sustentabilidade espacial: propõe o 
melhor uso e planejamento do espaço territorial e 5) sustentabilidade cultural: 
 
32 Um dos primeiros trabalhos que relaciona a desigualdade de renda e crescimento econômico foi 
elaborado Simon Kuznets (1955). Em Economic Growth and Income Inequality (1955), Simon 
Kuznets utilizou um modelo dual com um setor não agrícola – moderno e dinâmico – e outro agrícola 
com o intuito de analisar a relação entre desigualdade de renda e o crescimento econômico. A 
suposição é de que a desigualdade de renda se elevaria no curto prazo e, com o crescimento 
econômico, seria reduzida, configurando um U-invertido. Disponível em: < 
http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/eventos/forumbnb2009/docs/curva.pdf> 
33SILVEIRA; RODRIGUES, op.cit., p. 103,104. 
34 FILHO, Airton Guilherme Berger; MARQUES, Edson Dinon. A sociedade de risco e os princípios de 
direito ambiental. In: AUGUSTIN, Sérgio e SPAREMBERGER, Raquel Fabiana Lopes. Org. O Direito 
na sociedade de risco: dilemas e desafios socioambientais. Caxias do Sul, RS: Plenum, 2009. 
P.33,34. 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
184 
objetiva o respeito as questões culturais de cada povo e região. (AUGUSTIN; 
SPAREMBERGER, 2009. Org) 
 Essas preocupações com o desenvolvimento sustentável devem ter a 
prerrogativa de ser pluralista e objetivam garantir: “uma ênfase na discussão do 
desenvolvimento regional (Agenda 21 local) integrado evidentemente ao 
desenvolvimento nacional (Agenda 21 nacional) e mundial.”(BERGUER FILHO; 
MARQUES. 2009)In: AUGUSTIN; SPAREMBERGER. Org)35 
Seria salutar para o planeta, pensar numa perspectiva transdisciplinar, aquela 
que busca a partir da aproximação, relacionamento e articulação dos diferentes 
saberes a sua superação, rompendo com a lógica disciplinar do conhecimento.Onde 
como na educação, nenhuma área do conhecimento, isoladamente, seja 
responsável pelas abordagens em questões ambientais, mas todas se sintam 
desafiadas a pensarem, proporem e colocarem em prática um plano ambiental que 
deve perpassar pelos nossos ordenamentos legais (constitucional e 
infraconstitucionais), bem com pela visão e atuação de nossos gestores públicos e 
privados . 
 A comunidade científica,a gestão pública, privada ou os ordenadores do 
direito não conseguirão movimentar esforços suficientes se as comunidades locais e 
a sociedade como um todo não buscarem medidas que possam dar conta dessa 
preocupação na construção da sustentabilidade. A contradição das necessidades e 
das possibilidades de todos está na matriz da sustentabilidade e precisa regular os 
processos de desenvolvimento e crescimento. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Pela observação dos aspectos apresentados pelos autores, é possível 
concluir que a população global já ultrapassou os 7 (sete) bilhões de pessoas, 
segundo dados de crescimento demográfico da ONU36, supramencionados, e que a 
 
35 Idem 
36 ONU. Disponível: < http://www.onu.org.br/populacao-mundial-deve-atingir-96-bilhoes-em-2050-diz-
novo-relatorio-da-onu/> 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
185 
maioria dos indivíduos tem se direcionado para os centros urbanos, o que reflete em 
saturação dos mesmos. 
 Desta forma é plausível concordar com o autor François Ost, no sentido de há 
um grande impacto no ambiente natural e no próprio homem, quando a humanidade 
ainda tem dificuldades compreender sua relação com a natureza, na forma de 
dependência ou de vínculo com o demais seres vivos, como pertencente a mesma 
Biosfera. Na mesma linha, torna-se razoável entender o meio ambiente situado no 
rol de direitos difusos e coletivos, que protegido pela tutela jurisdicional vai além, 
quando prenuncia os interesses das gerações vindouras e enfatiza as 
responsabilidades coletivas. Percebe-se que é preciso que os interesses coletivos 
estejam sempre em posição mais elevada do que os interesses privados, quando 
tratarmos de aspectos socioambientais. 
 Em um elo para que o desenvolvimento acentuado e o meio ambiente 
saudável estejam em equilíbrio, o Relatório de Brundtland, gerenciado pela 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela 
Organização das Nações Unidas definiu desenvolvimento sustentável como 
“processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem 
comprometer a capacidade de atender as gerações futuras”. 
 Consoante às ideias de Ost, Leff, segue a linha de pensamento de que o 
crescimento, a urbanização, quando desordenados são prejudiciais ao meio 
ambiente, sendo assim, o que se busca é um crescimento sustentado. Assim, são 
difundidas importantes versões entre os autores mencionados que permitem regular, 
enfrentar e dar maior efetividade ao tema da sustentabilidade. 
 É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se 
conscientizem de que é preciso mobilização com afinco da sociedade como um todo 
e das comunidades locais para a construção desta sustentabilidade no crescimento 
socioeconômico. 
 O desafio é colocarem em prática um plano ambiental que deve perpassar 
pelos nossos ordenamentos legais (constitucional e infraconstitucionais), bem com 
pela visão e atuação de nossos gestores públicos e privados para a solução de 
problemas na área ambiental, nos mais diversos aspectos. Para ilustrar cita-se as 
adversidades quanto aos resíduos sólidos, matriz energética, crescimento 
 
 
 
Revista de Direito, Santa Cruz do Sul, n. 5, out. 2014 
 
186 
econômico, planejamento urbano, ocupação do solo, recursos hídricos, qualidade de 
vida, entre outros com importância na área ambiental. 
 Logo, é possível encontrar o caminho para a concretização de políticas 
urbanas e atividades econômicas compatíveis com a sustentabilidade, basta que 
haja conexão entre os interesses ambientais e os interesses socioeconômicos, seja 
na esfera pública ou privada, suprindo as necessidades das gerações atuais, sem 
afetar as futuras. 
 
 
REFERÊNCIAS 
BECK, Ülrich. Sociedade de Risco. Rumo a uma outra modernidade. Tradução 
Sebastião Nascimento. São Paulo: 34, 2010. 
 
FILHO, Airton Guilherme Berger; MARQUES, Edson Dinon. A sociedade de risco e 
os princípios de direito ambiental. In: AUGUSTIN, Sérgio e SPAREMBERGER, 
Raquel Fabiana Lopes (Org). O Direito na sociedade de risco: dilemas e desafios 
socioambientais. Caxias do Sul, RS: Plenum, 2009. 
 
GRASSI, Karine; SILVEIRA, Clóvis Eduardo Malinverni da. Configuração e 
justificação de um direito fundamental ao meio ambiente à luz dos conceitos de meio 
justo e de natureza-projeto em François Ost. Revista Direito e Práxis, 2014. 
 
LEFF, Enrique. Saber Ambiental - Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, 
poder. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 
 
OST, François. A natureza à margem da lei: A ecologia à prova do direito. 
Tradução Joana Chaves-Instituto Piaget. Lisboa (Portugal), 1997. 
 
RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Zoneamento ambiental como plataforma 
de planejamento da sustentabilidade: instrumentos de uma gestão ambiental, 
urbanística e agrária para o desenvolvimento sustentável. Educs, 2012. 264p. 
 
SILVEIRA, Clóvis Eduardo Malinverni da SILVEIRA; RODRIGUES, Isabel Nader. 
Desenvolvimento sustentável e a matriz energética: aspectos ambientais, 
econômicos e sociais. In: Clóvis Eduardo Malinverni (Org.). Princípios de direito 
ambiental: articulações teóricas e aplicações práticas. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 
2013. 
 
SILVEIRA, Clóvis Eduardo Malinverni da. (Org.). Princípios do direito ambiental. 
Atualidades, Volume I. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2012.

Continue navegando

Outros materiais