Buscar

gest_sust_1_1_online

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina de 
GESTÃO SUSTENTÁVEL
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
João Roberto Mendes
Todos os direitos desta edição reservados à 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida 
e transmitida sem prévia autorização.
Divisão Acadêmica: 
Marlei Gomes da Silva Malinoski
Divisão Pedagógica: 
Analuce Barbosa Coelho Medeiros 
Margaret Maria Schroeder
Divisão Tecnológica: 
Flávio Taniguchi 
Haydée Silva Guibor
Neilor Pereira Stockler Junior
Projeto Gráfico 
Neilor Pereira Stockler Junior
Editoração Eletrônica
Haydée Silva Guibor
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” 
Universidade Tuiuti do Paraná 
Material de 
uso didático.
Universidade Tuiuti do Paraná
Reitoria 
Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação 
Afonso Celso Rangel dos Santos
Pró-Reitoria Administrativa 
Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitoria Acadêmica 
Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitoria de Promoção Humana
 Ana Margarida de Leão Taborda
Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão 
 Carmen Luiza da Silva
Disciplina de
GESTÃO SUSTENTÁVEL
1º Bimestre
Unidade 1.1
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
João Roberto Mendes
NOTAS SOBRE O AUTOR
João Roberto Mendes – é graduado em Geografia pela 
Universidade Federal do Paraná (1998). Participação como 
bolsista em projetos de extensão universitária relacionados às 
Tecnologias da Informação e da Comunicação - TICs durante 
a graduação. Especialização em Magistério Superior (1999). 
Mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná - UTFPR (2002). Doutorando em Geografia pela UFPR 
(2012). Professor das Faculdades OPET (Tutor AVA); e Professor 
Adjunto dos Cursso de Pedagogia e de Tecnologia em Logística 
da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP. Trabalha com as 
disciplinas: Tecnologias de Comunicação e Informação, Sistemas 
de Informação, Interação Humano Computador, Tecnologia da 
Informação e Metodologia do Ensino de Geografia Autor de 
livros e materiais didáticos para a EAD; Ensino de Geografia e 
Educação Ambiental.
ORIENTAÇÃO PARA LEITURA
Citação Referencial
Destaque
Dica do Professor
Explicação do Professor
Material On-Line
Para Reflexão
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO ......................................................
OBJETIVOS DO ESTUDO ..........................................................
PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................
CONCEITUAÇÃO DO TEMA ......................................................
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL ..........................................................................
1 Desenvolvimento Sustentável ..................................................
1.1 O conceito de Natureza ........................................................
1.1.1 Uma visão contemporânea da natureza .............................
1.2 O conceito de Meio Ambiente ...............................................
2 O impulso aos debates sobre Desenvolvimento Sustentável ..
2.1 Desenvolvimento sustentável: um conceito em evolução .....
2.2 Desenvolvimento Sustentável: estágio atual .........................
EXERCÍCIOS ..............................................................................
REFERÊNCIAS ...........................................................................
9
10
11
13
13
13
14
16
17
18
19
23
26
27
9
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
Nesta unidade, busca-se contribuir 
para o esclarecimento do conceito de 
desenvolvimento sustentável e suas 
aplicabilidades. Para isso, apresentamos 
uma abordagem histórica enfocando 
os avanços nos debates sobre os 
termos desenvolvimento + sustentável 
evidenciando a relação contínua entre 
eles.
10
OBJETIVOS DO ESTUDO
Refletir sobre os conceitos 
de desenvolvimento sustentável 
destacando os avanços e os limites 
de suas concepções.
11
PROBLEMATIZAÇÃO
Em nosso cotidiano nos deparamos com debates 
sobre a necessidade de ações tendo em vista 
a superação dos problemas ambientais, das 
desigualdades sociais e da apropriação da 
natureza como objeto de exploração e consumo. 
Diversas são as evidências de como os efeitos 
dessa exploração pode atingir não só os seres 
humanos, que as produzem, como também 
outras espécies e as futuras gerações.
Nesse contexto, destaca-se o desenvolvimento 
sustentável como uma busca de soluções. Para 
refletir sobre esse tema, é importante ter em 
mente questões como: O que é desenvolvimento 
sustentável? Por que, no exercício das práticas 
12
profissionais, é necessário estar atualizado 
quanto a esse tema? Que avanços a perspectiva 
sustentável trouxe para a sociedade e para a 
natureza? Quais desafios se colocam para a 
efetivação do desenvolvimento sustentável?
Questões como essas causam certas 
inquietações para profissionais de várias áreas 
do conhecimento.
13
CONCEITUAÇÃO DO TEMA 
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1 Desenvolvimento Sustentável
Nessa unidade, busca-se apresentar a evolução conceitual 
sobre esse tema de forma a subsidiar a você estudante, quanto 
às relações entre os termos desenvolvimento e sustentabilidade, 
que desde a década de 1980, vem sendo direcionado a uma 
concepção qualitativa, acompanhada de uma perspectiva 
preocupada com a posterioridade, somando a esse conceito o 
termo sustentável.
Ressalta-se que este debate, por ocorrer em nível 
internacional, é permeado por pontos de vistas diferentes 
de acordo com a realidade socioeconômica dos diferentes 
países. Isso evidencia a necessidade de uma sistematização 
14
da problemática que envolve esses termos, destacando seus 
avanços e limites.
Nessa unidade, busca-se contribuir para o esclarecimento 
do conceito de desenvolvimento sustentável e suas aplicabilidades. 
Para isso, apresentamos uma abordagem histórica enfocando 
os avanços nos debates sobre os termos desenvolvimento + 
sustentável evidenciando a relação contínua entre eles.
Trata-se de uma temática que provoca debates e reflexões 
importantes sobre aos impactos ambientais advindos da forma 
de interação entre sociedade e natureza, que passaram a se 
intensificar a partir de meados do século XIX, com a Revolução 
Industrial. Nesse sentido, evidencia-se a necessidade de 
conhecimentos sobre meio ambiente por parte dos profissionais 
que atuam mais diferentes áreas, tendo em vista a busca de 
soluções e desafios da sociedade como um todo.
Na evolução conceitual do tema principal dessa unidade: 
“desenvolvimento sustentável”, faz-se necessário a compreensão 
de dois conceitos chave para o entendimento das diferentes 
perspectivas pelas quais os debates já passaram. Dessa 
forma, apresenta-se a seguir, os conceitos de Natureza e Meio 
Ambiente.
1.1 O conceito de Natureza
Ao se referir ao conceito de natureza, Gonçalves (2006, 
p. 23), afirma que “toda sociedade, toda cultura cria, inventa, 
institui uma determinada ideia do que seja natureza. Nesse 
sentido, o conceito de natureza não é natural, sendo na 
verdade criado e instituído pelos homens”. O termo natureza, 
conforme Backes et al (2009), teve origem na Idade Média, mais 
precisamente no século XIII e é originário de natura significa 
“fonte”, com conotação de algo “natural” ou “natura”, sendo 
relacionado ao verbo nascer em latim – (nascor, nasceris, 
natus, sum, nasci).
Destaca-se nessa conotação da natureza, sua visão 
de algo mítico. Com o tempo, conforme Oliveira (2006, 114), 
15
nas sociedades “civilizadas”, passa-se da concepção da mãe 
natureza mágica encantada, em que “a terra não pertence ao 
homem; é o homem que pertence a terra”, visando sempre uma 
harmonia e equilíbrio entre ambos, para uma visão do homem 
como sujeito de direito, dando origem a uma nova concepção. 
Essa conotação de separação entre homem e natureza “é uma 
característica marcante do pensamento que tem dominado o 
chamado mundo ocidental”. (GONÇALVES,2006, p. 28)
Assim, a natureza adquiriu diferentes conotações, como: 
conjunto de todas as coisas possíveis, incluindo os seres 
humanos, os vegetais, os animais, os astros e os minerais. 
Nesse conjunto, os seres humanos se destacam como agentes 
que, possuindo domínio técnico interagem com a natureza, 
resultando desse processo profundas transformações na 
superfície terrestre. De acordo com Oliveira (2006, p. 115), 
Em nossa sociedade, a natureza é vista, segundo Gonçalves 
(2006, p. 27), como “um objeto a ser dominado por sujeito, o 
homem, muito embora saibamos que nem todos os homens são 
proprietários da natureza. Assim, são poucos homens que dela 
verdadeiramente se apropriam”.
Diante desse cenário, faz-se necessária uma reflexão 
contínua sobre as consequências que o avanço da ciência e 
da técnica vem provocando na natureza, o que pode induzir os 
seres humanos à tomada de consciência da diversificação e da 
multiplicidade dos fenômenos. (BACKES, et al, 2009)
Nessa perspectiva, o desafio na contemporaneidade 
é buscar uma concepção de natureza que considere suas 
fragilidades, os impactos sofridos pela ação do homem e, que 
A emergência da ciência [a partir do século XV] traz 
consigo um a nova concepção da natureza. De uma 
concepção da natureza mãe, mágica, deus a ou 
morada dos deuses passa-se a uma concepção da 
natureza como máquina, regida por leis universais 
que urgem serem conhecidas pelo homem para que 
ele possa dominá-la.
16
ao mesmo tempo, atenda às necessidades e os interesses dos 
seres humanos.
1.1.1 Uma visão contemporânea da natureza 
Nesse início de milênio, ao analisar as características da 
natureza, o que se apresenta é a atuação de uma civilização 
impulsionada pelas forças do capitalismo. Como resultado desse 
sistema econômico, que se baseia na visão de que a natureza é 
simplesmente um bem a ser explorado, detectam-se problemas 
ambientes em diferentes níveis de intensidade em, praticamente, 
toda a Terra.
Destaca-se ainda que essa visão de natureza é aquela 
imposta pelos países desenvolvidos, sendo que também é 
causa desse processo de exploração, as desigualdades sociais. 
Um exemplo dessa desigualdade é citado por Protásio (2008), 
comparando o quadro socioeconômico da África e dos Estados 
Unidos.
Enquanto a África possui cerca de 800 milhões de 
habitantes e tem extensas reservas de petróleo; jazidas de 
minérios com alto valor comercial; diversas matérias primas 
inexistentes em outros continentes; é mesmo assim responsável 
por apenas 1% do Produto Interno Bruno (PIB) mundial. Nesse 
continente a grande maioria da população vive com menos de 
um dólar por dia; conflitos armados matam milhares todos os 
anos; o continente tem dois terços dos portadores de HIV do 
mundo; a mortalidade infantil mata milhares de crianças todos 
Capitalismo (sob a ótica econômica): sistema baseado 
na legitimidade dos bens privados e na irrestrita 
liberdade de comércio e indústria, com o principal 
objetivo de adquirir lucro; Sob a ótica social: sistema 
em que o capital está em mãos de empresas privadas 
ou indivíduos que contratam mão-de-obra em troca de 
salário. (HOUAISS, 2008)
17
os anos; cerca de 40% da população é analfabeta; entre outros 
graves problemas. (PROTÁSIO, 2008)
Os Estados Unidos, por outro lado, com cerca de 300 
milhões de habitantes, possui empresas que consomem metade 
dos recursos ambientais do planeta. São responsáveis por ¼ 
da poluição atmosférica global e mesmo assim, não ratificou o 
protocolo de Quioto, não se comprometendo assim, a diminuir 
as emissões de gases poluentes na atmosfera. Isso sob a 
alegação de que o país não pode colocar em risco suas tacas de 
crescimento do PIB. (PROTÁSIO, 2008)
No entanto, mesmo com esse quadro de desigualdades 
sociais, o consumo de produtos que agridem a natureza é 
crescente em todo o mundo, o que intensificam os impactos 
ambientais, sendo que as soluções para esse quadro são ainda 
incertas.
1.2 O conceito de Meio Ambiente
Para os ambientalistas mais contemporâneos, o emprego 
do termo meio ambiente parece ter se tornado incômodo. Carlos 
Walter Porto Gonçalves (1990), propõe o abandono do termo 
meio ambiente, principalmente pela necessidade de tratar o 
ambiente integralmente e não somente pela parte dele, considera 
tal proposta como bem pertinente. Tal incômodo se deve ao fato 
de a palavra meio também significa metade, parte ou porção, o 
que converge para a abordagem tradicional sobre o tema que, 
normalmente, exclui os aspectos sociais. 
Também, sobre essa abordagem, Suertegaray (2009), 
destaca que as tendências mais atuais tendem a pensar o ambiente 
Nesse contexto, o grande desafio para as novas 
gerações de profissionais é inserir em suas práticas a 
abordagem ambiental na perspectiva humana, ou seja, 
social, econômica e cultural. Desse modo, os debates 
a respeito do tema passam a ser mais abrangentes. 
18
sem negar as tensões sob as suas diferentes dimensões. E, 
nessa perspectiva enfocam um pensamento de conjunto em que 
meio ambiente vai sendo pensando como ambiente por inteiro e 
não somente por uma parte. Ainda conforme a autora, isso ocorre 
na medida em que sua análise exige a compreensão das práticas 
sociais, das ideologias e das culturas envolvidas. 
2 O impulso aos debates sobre Desenvolvimento 
Sustentável 
Em nossos dias, pode-se afirmar que a sociedade, de forma 
geral, está mais consciente em relação à sua interdependência 
quanto ao meio ambiente. Desse modo, os gestores vêm 
modificando suas percepções e atuações em consonância com o 
entendimento coletivo. (POLONSKY, 1994). 
No meio acadêmico e político, a importância dos debates 
sobre meio ambiente se intensificaram a partir da segunda metade 
do século XIX, em escala mundial, o que deu origem a diversas 
linhas de pesquisas relacionadas às questões ambientais. 
O marco do início desses debates internacionais foi o ano de 
1945, a partir da fundação da Organização das Nações Unidas 
(ONU), quando os problemas ambientais foram reconhecidos 
oficialmente como emergenciais e que a busca de solução para 
eles envolvia ações integradas entre ações a serem direcionadas 
pelas nações e suas populações.
Nessa perspectiva, os termos desenvolvimento e 
sustentável, então emergentes, passaram a fazer parte das 
preocupações dos governantes, o que levou ao entendimento 
da necessidade e importância do planejamento para o 
desenvolvimento global equilibrado e ecológico. (MELO NETO & 
BRENNAND, 2004)
Nesse contexto, intensificaram-se as preocupações 
em preservar os recursos naturais como forma de garantir o 
desenvolvimento das futuras gerações e o entendimento das 
inter-relações das questões ambientais e sociais com as formas 
19
de planejar ações humanas. Dessa forma, o debate sobre as 
relações entre os conceitos: desenvolvimento e sustentável 
ganharam impulso sob diferentes perspectivas, o que impulsionam 
a sua evolução.
2.1 Desenvolvimento sustentável: um conceito em evolução
Os debates sobre a problemática do desenvolvimento 
sustentável vêm ocorrendo desde a fundação da ONU em 1945. 
Dessa forma, a fundação dessa organização é considerada o ponto 
de partida para os debates relacionados à defesa do meio ambiente 
no contexto do desenvolvimento sustentável, principalmente com 
a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA). 
Evidencia-se então, que os debates sobre as relações entre 
meio ambiente, natureza e desenvolvimento sustentável não é um 
tema novo, embora, não tenham se destacado na década de 1950. 
Já na década de 1960, o marco dos debates foram: a publicação 
de Primavera Silenciosa, por Rachel Carson; o surgimento do 
Clube de Roma e a formulação da Política Ambiental Americana 
NEPA (National Environmental Policy Act). (DIAS, 2006). 
Em 1962, com a publicação do livro de Rachel Carson, 
considerado uma referência para o movimento ambientalista no 
mundo, propondo o debate sobre as indústrias químicas trouxe o 
conceito de ecologia e as bases do direitoà informação e à vida. 
(RIBEIRO, 2012)
No ano de 1968, foi fundado na Itália o Clube de Roma, 
formado por diversos profissionais entre cientistas, educadores, 
economistas e industriais, tendo como objetivo o debate global 
sobre a preservação dos recursos naturais. Esse evento marcou 
o início da busca pela sensibilização em nível global tendo em 
vista o desenvolvimento da consciência ambiental internacional 
considerando os graves problemas ambientais. (CAMARGO, 
2003)
Com o “Clube de Roma”, ficou exposta a preocupação com 
o desequilíbrio ambiental, o qual foi relacionado ao crescimento 
20
demográfico centrado nos países subdesenvolvidos e ao emprego 
de tecnologias interferentes no sistema ecológico terrestre. 
1
Em 1969, houve a formulação da Política Ambiental 
Americana (National Environmental Policy Act), sendo essa, 
conforme Braum (2005), uma das primeiras leis oficiais sobre o 
meio ambiente, o que incentivou a formulações de legislações 
ambientais. 
Em abril de 1970, houve um evento chamado 
comemoração do Dia da Terra, que pode foi considerado como 
a maior manifestação ambientalista até aquele momento. Foi a 
partir da década de 1970 que os movimentos em prol do meio 
ambiente se intensificaram, o que expandiu o debate sobre o 
conceito de sustentabilidade e que levou a criação de organismos 
internacionais, as agências estatais de meios ambientes e 
as regulamentações e mecanismos de controles ambientais. 
(CAMARGO, 2003)
Em 1972, foi publicado pelo Clube de Roma o documento 
denominado “Limites do Crescimento” (Limits to Growth), 
elaborado por cientistas do Massachusetts Institute of Tecnology 
(MIT), tornando-se um referencial para o debate sobre o meio 
ambiente. A publicação desse relatório motivou a realização da 
Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, no mesmo ano. 
1 Thomas Malthus (1766-1834), demógrafo e economista inglês, defendeu 
a teoria populacional segundo a qual, “a tendência natural da população 
é para crescer em ‘progressão Geométrica’, ao passo que os meios de 
subsistência não podem aumentar a um ritmo mais rápido daquele que 
resulta da ‘progressão aritmética’: o seu argumento principal para dar 
conta desta assimetria de taxas de crescimento é que os acréscimos 
da produção agrícola vão sendo gradualmente menores com a entrada 
em exploração de novas superfícies cultivadas, em virtude da menor 
fertilidade dos solos marginais”. (SCHWARZ, 2009, p. 42)
O Clube de Roma (atualmente uma Organização não 
governamental - ONG) teve diversos opositores que 
compararam esse documento, que expôs as ideias 
do grupo, a um retorno à tese de Malthus1 sobre 
crescimento ilimitado da população mundial versus 
esgotamento de recursos.
21
Nessa conferência foram debatidos problemas resultantes 
da contaminação do ar e das águas pelo aumento significativo 
das indústrias. De acordo com Ribeiro (1995), duas teses 
foram discutidas nessa reunião: a do crescimento zero contra 
a desenvolvimentista. Os países em desenvolvimento como 
o Brasil (na época, sob o regime da ditadura militar) queriam 
o desenvolvimento, mesmo que este trouxesse problemas 
ambientais. Sob esse aspecto e, numa demonstração de total 
desconhecimento dos problemas ambientais, consta que um 
representante brasileiro tenha afirmado: “Venham (as indústrias) 
para o Brasil. Nós ainda não temos poluição”.
O evento, embora criticado, teve efeitos positivos, tais 
como a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente – PNUMA (UNEP); a institucionalização do Dia Mundial 
do Meio Ambiente (cinco de junho) o Seminário Internacional 
sobre Educação Ambiental, na Iugoslávia, em 1975 (Workshop de 
Belgrado); e a Conferência Intergovernamental sobre Educação 
ambiental, organizada pela UNESCO e o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente, em Tbisili (Geórgia, da ex-União 
Soviética), no ano de 1977. 
Na conferência de Estocolmo em 1972, emergiu uma das 
primeiras versões do conceito de desenvolvimento sustentável, 
ainda denominado ecodesenvolvimento. Na definição de 
ecodesenvolvimento se partia do pressuposto de que a produção 
deveria atender as necessidades fundamentais da maioria da 
população. Conforme Sachs (1986), a produção deveria se 
basear na economia de recursos naturais como forma de garantir 
às gerações futuras a possibilidade de desenvolvimento. 
Em 1980, o termo desenvolvimento sustentável foi utilizado 
de forma inédita no documento A Estratégia Mundial para a 
Conservação, sendo este elaborado pela União Internacional 
para a Conservação da Natureza. A partir da publicação desse 
documento, passou-se então a difundir o desenvolvimento 
sustentável como princípios a integração entre natureza e 
desenvolvimento humanos. Essa perspectiva inclui questões 
como equiparação de rendas, justiça social, autodeterminação 
22
social, diversidade cultural e a manutenção da integridade 
ecológica. (RAYNAUT; ZANONI, 1993). 
Em 1983, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CMMAD) foi criada pelo Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), tendo como objetivo 
reavaliar e buscar soluções para os problemas referentes à 
exploração da natureza e ao desenvolvimento mundial.
No Brasil, em 1986 com a criação do Conselho Nacional 
de Meio Ambiente (CONAMA) passou-se a exigir o EIA 
(Estudo de Impacto Ambiental) como instrumento obrigatório 
para o licenciamento de atividades que pudessem alterar 
significativamente as condições ambientais. 
Em 1987, a publicação do documento “O Nosso Futuro 
Comum”, também conhecido como “Relatório Brundtland”, pela 
Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – 
CMMAD -, fez críticas ao modelo de desenvolvimento adotado 
pelos países industrializados, o qual era seguido pelas nações 
em desenvolvimento. Esse documento ressalta os riscos de uso 
excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade 
de reposição dos ecossistemas. A globalização da economia, 
efetivando-se na década de 1990, determinou igualmente, a 
disseminação de conceitos de gestão, que levou à ampliação 
da adoção da série ISO 9 0002, como referência de qualidade 
de produtos e serviços.
No Rio de Janeiro, em 1992, ocorreu a Rio-92 que foi 
uma conferência, organizada pela Assembléia Geral das Nações 
Unidas para avaliar os avanços nas resoluções acordadas na 
Conferência de Estocolmo. A Rio-92, conforme Valle (2002), 
representa um marco para instituir a questão ambiental como uma 
preocupação de toda a humanidade. Como principais resultados 
2 A ISO, cuja sigla significa International Organization for Standardization, 
conforme Israelian et al (1996), é uma entidade não governamental 
criada em 1947 com sede em Genebra - Suiça. Tem como objetivo 
promover o desenvolvimento da normatização e da qualidade em nível 
internacional. As normas da ISO foram oficializadas em 1987, baseadas 
em normas já existentes e podem ser utilizadas por qualquer tipo de 
empresa, seja ela grande ou pequena, de caráter industrial, prestadora 
de serviços ou mesmo uma entidade governamental.
23
dessa conferência, destacam-se: a consagração do princípio 
de desenvolvimento sustentável e a implantação de estruturas 
institucionais para tomada das decisões e ações em níveis 
nacionais e internacionais. 
Em 1996, foram aprovadas as normas ISO 14 000, ou seja, 
o consenso mundial sobre gestão ambiental. Essas duas séries, 
a ISO 9 000 (qualidade) e a ISO 14 000 (proteção ambiental) 
apresentam normas que estão se incorporando à cultura daquelas 
empresas que, de alguma maneira, interferem no meio ambiente.
A Rio-92 foi complementada pelo Fórum Global 92 e 
pela elaboração do documento Agenda 21, debatendo sobre a 
busca de soluções globais para o desenvolvimento sustentável e 
definindo diferentes responsabilidades (BRAUN, 2005). A partir de 
1992, os debates ocorridos na Rio-92 e os resultados da Agenda 
21 vem sendo periodicamente reavaliados a cada cinco anos, 
aproximadamente. 
Em 1997, em Nova York, aconteceu o evento Rio+5,sendo que neste mesmo ano foi assinado o Protocolo de Kioto, 
no Japão, segundo o qual os países signatários concordaram em 
reduzir a emissão de gases de efeito estufa até 2012. Em 2002, 
em Johanesburgo, ocorreu o encontro Rio+10.
Já em 2012, ocorreu uma nova conferência denominada 
Rio+20, também sediada no Rio de Janeiro, da qual resultou um 
documento final que reafirma as decisões da Rio-92. Nas análises 
realizadas na Rio+20, reconhece-se que pouco se avançou em 
relação às questões da sustentabilidade no intervalo de tempo 
entre a ocorrência das duas conferências. Conforme o exposto, o 
conceito de sustentabilidade vem se modificando ao longo desse 
tempo, tendo em vista acrescentar aos debates questões sociais, 
econômicas e políticas.
2.2 Desenvolvimento Sustentável: estágio atual
Num levantamento realizado por Willians e Millington 
(2004), foram identificados cerca de oitenta diferentes, e por 
vezes contraditórias, abordagens desse conceito, sendo que na 
24
maioria deles o termo desenvolvimento estava sendo utilizado 
como sinônimo de crescimento econômico.
Em função dessa perspectiva de desenvolvimento atrelado 
ao crescimento econômico, o Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD) propôs o conceito de Desenvolvimento 
Humano Sustentável (DHS) 
Assim, além do crescimento econômico, enfatiza-se a 
erradicação da pobreza, a promoção da equidade e inclusão 
social, da igualdade de gênero e étnica, a sustentabilidade 
ambiental, a participação política e os direitos humanos. E, para 
a sua mensuração, foram criados alguns índices, tais como: o 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o IDH Municipal 
(IDHM), o Índice de Pobreza Humana (IPH), o Índice de 
Desenvolvimento Humano ajustado por Gênero (IDG) e a Medida 
de Empoderamento de Gênero (MEG).
Essas concepções de desenvolvimento sustentável 
ocorreram no bojo da revolução técnico-científica que influenciou 
o cenário político e econômico internacional do final do século XX 
e se acentua no início do século XXI. Esse contexto, conforme 
Custódio (2004, p. 57), coloca
... resgatando idéias importantes para a humanidade. 
Segundo esse conceito, o ser humano é a razão de 
ser do desenvolvimento, e no ser humano devem 
estar centrados tanto o processo quanto os resultados 
inerentes ao desenvolvimento (OLIVEIRA, 2005, p.2). 
à disposição do homem saberes e recursos nunca antes 
imaginados, a questão ambiental emerge como nova 
ordem social e política. Aos debates sobre os limites do 
crescimento com os quais a questão se coloca em todos 
os relevantes encontros para a discussão da temática 
ambiental (Estocolmo/72, ECO/92, Johanesburgo/02) 
impõem-se, hoje, discussões relativas à superação 
desses limites por meio de tecnologias alternativas 
movidas pela busca da adequação entre potencial de 
recursos e produção social.
25
Numa análise do conceito de desenvolvimento sustentável, 
Dias (2003, p. 48), o apresenta de forma mais ampla: 
Avaliando-se esses diversos eventos e as fases relativas 
às questões ambientais, verifica-se que tanto no Brasil, como em 
boa parte dos demais países, muito se fala em meio ambiente, há 
muitos projetos, muitas propostas, mas poucas ações efetivas, 
existindo, pois uma grande distância entre a possibilidade de 
interferência técnica e a vontade política de viabilizar as ações 
necessárias. 
Tal situação, mais do que uma incapacidade é, em 
essência, uma característica do modelo econômico vigente, 
principalmente nos países em desenvolvimento e dependentes, 
nos quais se considera a degradação ambiental como necessária 
ao desenvolvimento.
Considerar a evolução das ações visando o desenvolvimento 
sustentável e os desafios que esse processo envolve é de 
fundamental importância para pensar a Gestão Ambiental, cujas 
características e peculiaridades serão apresentadas na próxima 
unidade. 
Embora seja um conceito amplamente utilizado, não 
existe uma visão única do que seja o desenvolvimento 
sustentável. Para alguns, alcançar o desenvolvimento 
sustentável é obter o crescimento econômico contínuo 
por meio de manejo mais racional dos recursos 
naturais e a utilização de tecnologias mais eficientes 
e menos poluentes. Para outros, o desenvolvimento 
sustentável é antes de tudo um projeto social e político 
destinado a erradicar a pobreza, elevar a qualidade 
de vida e satisfazer às necessidades básicas da 
humanidade que oferece os princípios e orientações 
para o desenvolvimento harmônico da sociedade, 
considerando a apropriação e a transformação 
sustentável dos recursos ambientais.
26
EXERCÍCIOS
Todos os exercícios estão disponíveis na página 
da disciplina no Ambiente Virtual de Aprendizagem 
em http://ead.utp.edu.br, para respondê-los 
é necessário fazer login.
27
REFERÊNCIAS
BACKES; M. T. S. et al. Noções de natureza e derivações para 
a saúde: uma incursão na literatura. Physis Revista de Saúde 
Coletiva, Rio de Janeiro, 2010. Bertrand Brasil, 2011. 
BRAUN, R. Novos paradigmas ambientais. Desenvolvimento ao 
Ponto Sustentável. Petrópolis: Vozes, 2005.
CAMARGO, A. L. de B,l. Desenvolvimento sustentável: dimensões 
e desafios. Campinas: Papirus, 2003.
CUSTÓDIO, D. V. A importância do planejamento urbano-
ambiental para o crescimento sustentável do setor turístico. 
In: BARBOSA, Luiz G. M. ; ZOUAIN, D. M. (Org.) Gestão do 
turismo e hotelaria: experiências públicas e privadas. São Paulo: 
Aleph, 2004.
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e 
sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006.
GONÇALVES, C. W. P.. Os (des)caminhos do meio ambiente. 
São Paulo: Contexto, 2006.
ISRAELIAN, E.; BECKER, K. , SEIXAS, M. L. S. A. e ROPKE, 
S. Uma Introdução às Normas da Série ISO 9000. Disponível 
28
em <http://allchemy.iq.usp.br/sedimentando/iso.htm>. Acesso 10 
mai. 2014.
MELO NETO, F. de; BRENNAND, J. Melo. Empresas socialmente 
sustentáveis: o novo desafio da gestão moderna. Rio de 
Janeiro: Qualitymark, 2004.
OLIVEIRA, G. As relações homem/natureza na promoção de uma 
cidadania global. Unidade de Ciências Politicas da Educação e 
do Comportamento. Universidade Jean Piaget. Cabo Verde, 
2006. Disponível em: < http://bdigital.unipiaget.cv:8080/jspui/
bitstream/10964/225/1/Gertrudes%20Silva%20Oliveira.pdf >. 
Acesso 10 jun. 2014
POLONSKY, M. J. An introduction to green marketing. 
Electronic Green Journal, v. 1, n. 2, nov., 1994. Disponível 
em: <http://egj.lib.uidaho.edu/egj02/polon01.html>. Acesso em: 5 
de maoi. 2014.
PROTÁSIO, A. R. O conceito de natureza em Gramsci: 
Contribuições para a Educação Ambiental. Dissertação. 
Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental. Fundação 
Universidade do Rio Grande – FURG, 2008.
RAYNAUT, C.; ZANONI, M. La construction del’ interdiciplinarité en 
formation integrée de l’environnement. Paris: Unesco (Document 
préparé pour Ia Réunion surles Modalités de travail de Chaires 
Unesco du.Développement durable). Curitiba, 1 - 4 juillát, 1993.
RIBEIRO, R.. 50 anos do livro primavera silenciosa: um tributo à 
Rachel Carson. Observatório Eco, EcoAgência, 2012. Disponível 
em: < http://www.mundosustentavel.com.br/2012/03/50-anos-do-
livro-primavera-silenciosa-um-tributo-a-rachel-carson/>. Acesso 
em: 20 de mai. 2014.
SCHWARZ, H. Três axiomas da economia ecológica. Revista 
Economia Global e Gestão v.14 n.3 Lisboa dez. 2009. Disponível 
em: < http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0873-74442009000300004>. Acesso em 20 mai. 
2014.
 SUERTEGARAY, D. M.. Geografia Física (?) Geografia Ambiental 
(?) ou Geografia e Ambiente (?). In: MENDONÇA, Francisco 
A.; KOZEL, Salete. Elementos de epistemologia da geografia 
contemporânea. Curitiba: Ed. UFPR, 2009.
29
VALLE, C. E. Qualidade ambiental: ISO 14000. São Paulo: 
Senac, 2002.
WILLIAMS, C.; MILLINGTON, A.. The diverse and contested 
meanings of sustainable development. The Geographical Journal. 
2004.
30
Disciplina de 
GESTÃO SUSTENTÁVEL
Coordenadoria de Educação a Distância
Coordenação 
MarleiGomes da Silva Malinoski
Divisão Pedagógica 
Analuce Barbosa Coelho Medeiros 
Margaret Maria Schroeder
Editoração 
Haydée Silva Guibor 
Neilor Pereira Stockler Junior

Continue navegando