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15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 1/38 Startups e Legaltechs Prof. Guilherme Deps Cabral Descrição A análise do reflexo da revolução digital em novos modelos de negócios, como startups e legaltechs. Propósito Compreender a mudança do mundo ocasionada pela transformação digital e o impacto em novos modelos de negócios, incluindo as startups e legaltechs; assimilar as possibilidades de demandas jurídicas insurgentes a partir da nova realidade e a necessidade da assessoria e estruturação jurídica correta; compreender a mudança no mercado jurídico ocasionado pelos vários tipos de legaltechs. Preparação Antes de iniciar a leitura deste conteúdo, consulte o Código Civil e a Lei Complementar nº 155/2016. Objetivos Módulo 1 Startups e legaltechs Definir os elementos determinantes para o surgimento de startups e legaltechs. Módulo 2 Startups, legaltechs e o Direito Identificar as principais demandas jurídicas de uma startup e legaltech. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 2/38 ega tec . Módulo 3 Legaltechs e o mercado jurídico Reconhecer a mudança do mercado jurídico e os problemas solucionados pelas legaltechs. 1 - Startups e legaltechs 1 O objetivo deste módulo é de�nir os elementos determinantes para o surgimento de startups e legaltechs A sociedade vem mudando a um ritmo acelerado e sem precedentes. Mercados estão sendo completamente revolucionados por startups que modificam o consumo, a produção e a distribuição de bens. Os mercados financeiro, imobiliário, de saúde, de educação, de construção civil, agropecuário, de energia, de marketing etc. estão sendo remoldados por startups, e a compreensão das novas demandas jurídicas advindas desses novos tipos de organização é essencial para o operador do Direito do século XXI que pretende continuar sendo uma figura indispensável. O próprio mercado jurídico vem se reestruturando, ocasionando o surgimento de startups focadas em resolver problemas jurídicos e do mercado jurídico. Nesse contexto, a compreensão dos fenômenos denominados Legaltechs também é extremamente importante para o operador do Direito do século XXI. Introdução 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 3/38 Estruturando startups e legaltechs Por onde começa a inovação: indústria 4.0 e transformação digital O mundo mudou. Essa mudança atingiu todos os segmentos da indústria e do comércio e foi marcada pelo desenvolvimento de ferramentas tecnológicas. Antes dos anos 2000, a maior parte da força de trabalho era composta pela grande necessidade de mão de obra para indústria e agricultura. A partir dos anos 2000, uma nova necessidade tornou-se tendência: a prestação de serviços. Então, o capital intelectual passou a ser valorizado. Grande parte dessa mudança se deve ao desenvolvimento da tecnologia. Se antes precisávamos da força humana para executar certos trabalhos, pouco a pouco essa necessidade foi sendo substituída pela máquina. A seguir, apresentamos algumas profissões que foram extintas com o desenvolvimento da tecnologia durante o século XX: Datilógrafo Operador da máquina de escrever. A profissão se resumia a escrever o que fosse necessário em uma máquina. Com o surgimento e a acessibilidade de computadores, essa profissão foi completamente extinta. Projecionista de cinema Antigamente, a projeção de cinema era feita de forma manual. Assim, era preciso que um profissional operasse essa máquina. Com o surgimento da projeção digital, a profissão de projetista acabou. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 4/38 Ascensorista de elevador Operador do elevador. A profissão vem desaparecendo com o surgimento de elevadores automáticos. Operadoras telefônicas Operavam o telefone e intermediavam ligações. Antigamente, para realizar uma ligação, era necessário ligar para uma central que direcionava todas as chamadas. Mais uma vez, com o desenvolvimento da tecnologia, esse processo tornou-se automatizado, fazendo desaparecer a necessidade desse profissional. No século XXI, a evolução trazida pela tecnologia apresenta características distintas. Enquanto no século XX os robôs substituíram a força manual humana, no século XXI, com desenvolvimento da inteligência artificial, os robôs substituem a força intelectual. E isso já é uma realidade há um bom tempo: A seguir, apresentamos alguns exemplos de uso de inteligência artificial: São exemplos disso os serviços de streaming como Netflix. Esses serviços oferecem um catálogo praticamente infinito de filmes e séries que é constantemente atualizado por um custo mensal baixo. Em vez de ir até a locadora e alugar uma mídia, atualmente as pessoas preferem assisti-las de casa a um custo muito menor. Não à toa, a Blockbuster, maior locadora de filmes do mundo, faliu em 2013. O que muitos não se dão conta é que os serviços de streaming utilizam a inteligência artificial para sugerir conteúdos ao expectador. Com isso, não há mais necessidade de um funcionário para ajudar a escolher uma mídia para locar. A sugestão é feita por algoritmos que aprendem seus gostos com base no que você vê. Serviços de streaming 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 5/38 A utilização de inteligência artificial também pode ser visualizada nos aplicativos de trânsito, como Google Maps e Waze, que fazem uma previsão inteligente da rota mais interessante para o viajante, considerando o trânsito em tempo real. Outro exemplo muito difundido de inteligência artificial são os chatbots, robôs programados para conversar com as pessoas de maneira natural. Essa tecnologia é atualmente considerada bastante simples e amplamente difundida. Quantas vezes já conversamos com robôs por chat da empresa? Vários bancos prestam inúmeros serviços por meio dessa tecnologia, sendo possível fazer até mesmo renegociações de dívida, um serviço que é inteiramente prestado por robô, desde a primeira conversa até o fechamento da nova contratação, sem qualquer interferência do ser humano. Saiba mais Um estudo foi feito pela empresa McKinsey, comparando o total de horas trabalhadas nos Estados Unidos e na Europa para diferentes habilidades em 2016 com esse mesmo total estimado para 2030. Foi possível perceber que as habilidades emocionais, as chamadas soft skills, tornam-se cada vez mais valorizadas em detrimento de habilidades físicas e manuais. Além disso, a necessidade de habilidades tecnológicas apresentou claro crescimento. Assim como aconteceu no século XX, em que profissões foram extintas e pouco a pouco substituídas pela tecnologia, o século XXI também vai ser marcado por essa transição. Ter um robô realizando cirurgias em pacientes está muito mais próximo da nossa realidade do que imaginamos. Sabemos que temos tecnologia existente para possibilidades infinitas. Veja algumas dessas tecnologias: Google Duplex Inteligência artificial desenvolvida pela Alphabet que realiza uma série de funções para você. Como se fosse um assistente, é capaz de fazer reserva em restaurante, salão de beleza e consulta médica, além de marcar uma série de compromissos. A tecnologia utilizada é o deep learning, por meio da qual vários algoritmos conversam entre si e aprendem sozinhos as funções. O sistema não recebe cada dado específico do que pode executar, mas, por correlação e aprendizagem de máquina, ele vai pouco a pouco desenvolvendo sozinho essas habilidades. Além disso, o Aplicativos de trânsito Chatbots 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 6/38 sistema não possui voz robotizada, constrói frases longas e utilizaexpressões de fala como “humm”. Alpha Go É outro exemplo do Google de aplicação da inteligência artificial. É um programa desenvolvido para enfrentar o campeão mundial do Go, jogo de tabuleiro milenar, em uma batalha de cinco jogos. Devido às infinitas possibilidades de jogadas, é considerado o jogo mais complexo do mundo. Alibaba’s Future Hotel O FlyZoo, hotel do futuro da empresa Alibaba Group, é um hotel, já em operação na cidade de Hangzhou na China, que utiliza tecnologia em todas as etapas dos serviços, desde a recepção com check-in digital (sem presença de nenhum funcionário), reconhecimento facial para entrada no quarto e garçons-robôs. Saiba mais Provavelmente, você conhece a história da Tay, robô da Microsoft que foi criado para interagir nas redes sociais e, em menos de 24 horas, tornou-se racista, xenófobo e sexista. Vale lembrar que a aprendizagem da máquina depende da análise de dados já existentes e criação de associações. Então, a depender da qualidade desses dados, a aprendizagem torna-se comprometida. Foi exatamente o que aconteceu com a Tay. Estamos a poucos passos da difusão cada vez maior desse nível de tecnologia. Essa difusão acontece em velocidade extremamente acelerada. Basta pensar que poucos anos atrás mal existia telefone celular para chamadas e, atualmente, a maior parte das pessoas possui um smartphone e o utiliza para milhares de outras funcionalidades, muito além da simples realização de chamadas. Essa difusão acelerada da tecnologia foi fator fundamental para o fenômeno das startups, assunto que trataremos no próximo tópico. Startups e empresas tradicionais Para começar, não podemos deixar de explicar o que é uma startup. Podemos resumi-la com uma frase clássica: uma startup é uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza. (RIES, 2011, p.11.) 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 7/38 Outra característica relevante das startups é que comumente exploram a tecnologia em seu modelo de negócio. Quando falamos em legaltechs, estamos nos referindo a startups voltadas especificamente para o mercado de tecnologia jurídica, o qual vem crescendo de maneira expressiva nos últimos anos. Foi exatamente a difusão acelerada da tecnologia e a consequente democratização do acesso a essas ferramentas que permitiram que um grupo pequeno de pessoas se juntasse para resolver as dores da sociedade e pudesse ser capaz de competir com gigantes consolidados. As startups estão cada vez mais ocupando espaço em nosso cotidiano, com a proposta de solucionar problemas de forma ágil, prática e com apenas um clique. Podem ser citadas como exemplo, dentre outras milhares que utilizamos todos os dias: Waze Uber Airbnb 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 8/38 Nubank Spotify Todas elas começaram pequenas, mas foram capazes de incomodar gigantes dos setores. No caso das legaltechs, podemos citar exemplos que para os advogados e operadores do Direito são bastante corriqueiros também, como Conjur, Jusbrasil, Jurídico Certo, Jota, entre várias outras. Sobre o impacto das startups na economia, os dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de junho de 2017 apontam que “as micro e pequenas empresas estão na contramão da realidade brasileira, pois registraram um saldo positivo na geração de empregos, um total de 35.769 novos postos de trabalho” (FARANI, 2017). De um lado, as empresas tradicionais ainda sentem na pele os graves impactos da crise que atingiu o país. Do outro, startups como Nubank, 99, Stone, PagSeguro e Movile (iFood), que valem cerca de R$89 bilhões, veem seus negócios 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 9/38 crescerem a dois dígitos por mês e se destacam na geração de empregos. Porque seu valor de mercado já alcançou a marca de US$1 bilhão, no jargão do mercado, essas empresas são chamadas de unicórnio (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2019). Como essas empresas alcançaram o sucesso na nova economia? De acordo com Amure Pinho, presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), essas empresas atuam em função de resolver problemas que geralmente atingem de forma significativa a vida do brasileiro, por exemplo, as falhas de mobilidade urbana, a baixa oferta de crédito e os custos elevados dos serviços financeiros. Mas ocupar as lacunas da velha economia é apenas umas das estratégias de sucesso adotadas pelas startups. (CORREIO BRASILIENSE, 2019). Esses dados retratam aquela clássica analogia da corrida entre: Navios Empresas grandes e consolidadas, “navios” são pesados, possuem estrutura complexa e burocratizada. Lanchas 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 10/38 Startups, “lanchinhas” são mais ágeis, enxutas e, por isso, chegam em primeiro lugar na corrida. Saiba mais Falando especificamente das legaltechs, a maior prestadora de serviços jurídicos de divórcio no Reino Unido não é um escritório de advocacia, mas sim uma Legaltech chamada Amicable, considerada ainda a quarta empresa mais disruptiva da Europa, segundo ranking da publicação Disruption 50. Com isso, percebemos que não só a exploração de tecnologia, mas também o modelo de gestão exponencial (ágil) tornou possível a competição entre startups (incluindo as legaltechs) e empresas tradicionais. Em A startup enxuta, Eric Ries desenvolveu o ciclo construir-medir- aprender. Basicamente, o ciclo consiste em um método de experimentação rápida para acelerar a falha, e, portanto, alcançar o produto lapidado também de forma mais rápida. É a famosa frase: Fail fast, learn faster (falhe rápido e aprenda ainda mais rápido). O processo começa com o desenvolvimento de um produto viável mínimo (MVP), o qual terá um formato o mais básico possível a fim de que seja colocado no mercado em sua versão beta, de modo que o empreendedor colha feedbacks dos seus clientes. Com isso, é possível validar a hipótese e entender se o produto a ser desenvolvido fará sentido para o mercado e para o público; a partir dessas informações, o produto é cada vez mais lapidado, e o processo pode ser repetido até que se encontre o produto final. O MVP, por ser uma versão beta, proporciona economia financeira e agilidade no teste da hipótese. Então, em vez de levar muitos meses ou anos para desenvolver um produto, para só então colocá-lo no mercado e correr o risco de não haver adesão dos seus clientes, com o MVP esse processo é agilizado e, em poucas semanas, você já terá a versão final do produto com a hipótese devidamente validada. Veja este gráfico que demonstra de forma clara como funciona o ciclo no método da Startup Enxuta desenvolvido por Eric Ries: 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 11/38 Não existe uma fórmula pronta para desenvolvimento do MVP. O que se precisa ter em mente é que o MVP deve permitir a validação da sua hipótese. Por exemplo, o Dropbox, empresa de armazenamento de arquivos em nuvem, criou um MVP muito simples para entender se o seu produto faria sentido: uma página na internet, com um vídeo rápido explicando o que seria o produto desenvolvido, pedindo que os interessados deixassem seu e-mail para serem avisados quando fosse lançado o projeto. Rapidamente, a empresa recebeu mais de 70 mil e-mails de interessados, levando a crer que a hipótese criada faria sentido para o mercado. A Liberfly, maior Legaltech da América Latina focada na resolução de problemas de consumidores com companhias aéreas, iniciou suas atividades, há quatro anos, utilizando um simples formulário do Google. Atualmente, a empresa conta com os recursos avançadosde inteligência artificial, automação e um robusto time de tecnologia e recentemente teve sua operação avaliada em R$50 milhões. Com os aspectos relacionados à estruturação de startups e legaltechs compreendidos, agora abordaremos os aspectos jurídicos mais relevantes a respeito do tema. Startups x empresas tradicionais No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre as startups e as empresas tradicionais! Falta pouco para atingir seus objetivos. Dropbox Liberfly 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 12/38 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Assinale a alternativa que descreve corretamente a importância do MVP (Produto mínimo viável) para uma startup: A É por meio do desenvolvimento de um produto mínimo viável que uma startup consegue ser imediatamente vendida. B O MVP não permite a validação do produto que a startup está desenvolvendo, mas garante o IPO da empresa na bolsa de valores. O MVP é um tipo de contrato de investimento fundamental. C Por meio do MVP, uma startup consegue validar determinada hipótese de mercado e descobrir se sua solução realmente faz sentido. D O MVP é característico de empresas tradicionais. E O principal objetivo do MVP é garantir a segurança das informações do negócio a fim de que não caiam nas mãos de um concorrente. Parabéns! A alternativa D está correta. O MVP é um produto inicial e rudimentar de uma startup, objetivando validação de mercado. Questão 2 Qual das alternativas abaixo reflete uma das estratégias adotadas por startups? A Aproveitar as falhas e lacunas do mercado tradicional, focando seus esforços na solução de algum problema de maneira escalável. B Focar na elaboração de produtos físicos. C Esquivar-se da legislação, conseguindo, dessa forma, escalar seus produtos. Utilizar o MVP para atingir e dominar mercados como 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 13/38 2 - Startups, legaltechs e o Direito O objetivo deste módulo é identi�car as principais demandas jurídicas de uma startups e legaltechs Cronologia e aspectos jurídicos das startups e legaltechs Compreender a cronologia das startups (incluindo legaltechs, que são startups voltadas para o setor jurídico) é extremamente importante. Isso porque existem diferentes documentos, cláusulas contratuais e formas de atuação a depender da fase em que se encontra o empreendedor e seu projeto. D Utilizar o MVP para atingir e dominar mercados como o da produção de commodities. E Não focar em mercados extremamente engessados, como o mercado jurídico. Parabéns! A alternativa D está correta. Geralmente, as startups se beneficiam do fato de que os mercados tradicionais, como educação, mercado financeiro, jurídico, de mobilidade, ainda estão entrando para a nova era da digitalização e aproveitam essa oportunidade. Ideação Nessa fase, o empreendedor identifica na sociedade um problema que deseja solucionar e estrutura um possível modelo de negócio para isso. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 14/38 É importante destacar, no entanto, que não existe rigidez em relação à ordem de execução dessas fases, pois são fluidas e mutáveis. Com isso, há empreendedores que seguem o lema “primeiro quem, depois o quê”. Esses empreendedores primeiro formam o time, reunindo pessoas com os mesmos ideais que querem empreender, para só então estruturar de fato o projeto. Por outro lado, há empreendedores que começam a rodar o MVP sozinhos, para só então trazerm mais gente para o time. Então, nada dito aqui pode ser tomado como absoluto, até porque a vida é dinâmica e o Operação Nessa etapa, o empreendedor reúne pessoas com habilidades complementares a fim de desenvolverem juntos a ideia. Logo após a formação do time, é hora de estruturar o projeto, uma etapa negocial em que é desenvolvido todo o planejamento estratégico e estrutural da startup. Validação O objetivo dessa fase é entender se tudo aquilo que foi pensado pelo empreendedor e pela sua equipe terá aderência do mercado. Nessa etapa, utiliza-se o ciclo construir – medir – aprender, desenvolvido por Eric Ries. Tração Essa fase inicia-se depois de encontrado o modelo de negócio ideal ao mercado. Seu objetivo é acelerar o crescimento do negócio, mantendo o timing para a solução. Geralmente, é nessa fase que se iniciam rodadas mais robustas de investimento. Nesse ponto, o empreendedor já entendeu que a ideia dele faz sentido, e a hipótese foi testada. Por isso, é hora de escalar o negócio. Consolidação Nessa fase, o negócio já assumiu dimensões maiores. Por isso, é possível que a empresa seja vendida por preços milionários (ou até bilionários) ou que o capital seja aberto na bolsa de valores (oferta pública inicial), o chamado IPO (Initial Public Offering). 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 15/38 universo de startups comporta inúmeras variáveis e novidades. Em relação ao aspecto jurídico, é importante ter em mente que durante as fases iniciais de formação do time e estruturação do projeto existem dois documentos relevantes: É um contrato elaborado entre as partes com a finalidade de impedir o vazamento de informações compartilhadas, já que isso pode apresentar um risco para a continuidade do negócio. O principal objetivo, portanto, é garantir a segurança das informações do negócio, a fim de que não caiam nas mãos de um concorrente. Como todo contrato, a margem criativa no NDA é bastante ampla, podendo-se estabelecer confidencialidade com os próprios membros do time, com parceiros em reuniões comerciais, com futuros investidores, com mentores, com aceleradoras e incubadoras, por exemplo. É possível ainda que a confidencialidade seja estabelecida perante qualquer informação tratada na reunião, ou, a depender do caso, perante um plano de marketing, plano estratégico, software desenvolvido, projetos, invenções, e demais segredos comerciais. É uma modalidade pré-contratual na qual são definidas regras e diretrizes do futuro negócio. O processo de abertura de empresa no Brasil costuma ser lento e burocrático e, por esse motivo, muitos empreendedores iniciam a validação da hipótese antes mesmo da constituição da empresa. Apesar disso, uma das principais causas de insucesso das startups (incluindo as legaltechs) são conflitos entre os sócios. Por isso, como forma de ter algum resguardo jurídico, principalmente em relação às definições entre os sócios, o memorando de entendimentos se revela como uma alternativa. A constituição da empresa só acontece com o cumprimento dos requisitos formais, já que, de acordo com o art. 45 do Código Civil, a personalidade jurídica só se inicia com registro dos atos constitutivos no órgão competente. Confira-se o artigo 45 do Código Civil: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, Acordo de confidencialidade ou NDA (Non-Disclosure Agreement) Memorando de entendimentos ou MOU (Memorandum of Understanding) 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 16/38 quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Mais uma vez, a liberdade criativa dos contratos impera. Apesar disso, é bastante comum que os memorandos de entendimento contenham definições como: descrição do projeto; funções a serem desenvolvidas pelos futuros sócios (comumente denominados Founders, Fundadores em inglês); confidencialidade; regras para caso de retirada de um Founder; futuro percentual de participação de cadaum; cláusulas de exclusividade e de não competição; alinhamentos sobre propriedade intelectual; e gatilhos para constituição da sociedade, como faturamento, tempo, ou recebimento de aporte de investimentos. A depender do modelo do negócio, mesmo a fase de validação deve obter sustentação jurídica mais robusta, sob pena de graves implicações para os fundadores. Alguns mercados são extremamente regulamentados, por isso, é impossível começar a atuar sem cumprir com os requisitos formais e burocráticos, podendo os fundadores serem penalizados com multas exorbitantes e indiciados criminalmente. Exemplo Um exemplo bastante comum de mercado sob forte regulamentação são as fintechs (startups focadas no mercado financeiro). O mercado financeiro é regulamentado por vários órgãos, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários. Com isso, começar a atuar no ramo requer adequações como possuir um CNPJ, com tipos societários e CNAEs adequados, e estar de acordo com legislações especificas. Nesse contexto, é imprescindível uma assessoria jurídica atuando desde o início, até mesmo para que tais pontos sejam devidamente esclarecidos. Na fase de validação e tração começam também a surgir questões envolvendo os investimentos em startups, assunto que abordaremos a seguir. Investimento em startups Como falamos, o investimento em startups em diferentes fases tem muita relação com a cronologia de criação do projeto. Bootstrapping e Friends and Fools Logo no início, durante a fase de validação, é comum que os empreendedores utilizem capital próprio para sustentar o projeto, o 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 17/38 chamado bootstrapping. A vantagem de manter o projeto durante o maior período com capital próprio é que não haverá necessidade de dividir participação societária com investidores. Apesar disso, é possível que os recursos próprios não sejam suficientes para propiciar um crescimento acelerado, o que pode resultar na morte do projeto em detrimento de outro semelhante que chegue no mesmo ponto em menor tempo. Ainda na fase de validação, é também comum que pessoas próximas aportem valores no projeto, a etapa Family, Friends and Fools. Nesse momento, o projeto está começando, então é comum que pessoas próximas, que confiam no potencial dos fundadores porque já os conhecem, façam pequenos aportes. Na prática, essa etapa muitas vezes carece de formalidade jurídica, já que pode ocorrer antes mesmo que se tenha a constituição formal da empresa. Apesar de comum, essa não é a situação ideal. É importante que as regras sejam devidamente definidas em contrato para evitar problemas posteriores. Por exemplo, se esse investimento for convertido em participação societária futura, é importante que seja definido e pensado exatamente qual será o percentual. Se a startup prosperar, a divisão do capital entre sócios e os documentos formais celebrados (práticas de governança corporativa) serão de extrema importância para avaliação de futuros investidores. Bootstrapping Capital dos empreendedores. Vantagem Não há necessidade de dividir participação societária com investidores. Atenção: A limitação de capital pode causar a morte do projeto. Family, Friends and Fools Aporte de capital de pessoas próximas. Vantagem 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 18/38 Com o aporte de capital no projeto a empresa acelera seu crescimento. Atenção: A carência de formalidade jurídica pode gerar problemas futuros. Investimento-anjo A próxima etapa de investimentos, o investimento-anjo, é de extrema importância, sendo uma etapa revestida de maior formalidade jurídica, o que acontece quando a empresa já está formalmente constituída. De acordo com o portal Anjos do Brasil, o investimento-anjo: Essa modalidade de investimento foi reconhecida em 2016 pela LC 155, que alterou a LC 123/2006 (que dispõe sobre as Microempresas e Empresa de Pequeno Porte), introduzindo os artigos 61-A a 61-D. A LC 155/2016 acrescentou em seu art. 61-A, §2º, que o investidor-anjo pode ser pessoa jurídica. Essa legislação inova ao trazer o contrato de participação enquanto veículo de investimento (art. 61-A, §1º, LC 155/2016). Além do contrato de participação, existem outros veículos de investimento possíveis para essa etapa: Contrato de participação Como já abordamos, esse veículo é uma novidade legislativa de 2016. 1 É efetuado por profissionais (empresários, executivos e profissionais liberais) experientes, que agregam valor para o empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos, além dos recursos financeiros, por isso é conhecido como smart-money. 2 Tem normalmente uma participação minoritária no negócio. 3 Não tem posição executiva na empresa, mas apoia o empreendedor atuando como um mentor ou conselheiro. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 19/38 Diante da regulamentação, o investidor-anjo que investe por meio desse contrato tem algumas garantias (art. 61-A, §4º, I e II), como: (i) não ser considerado sócio; (ii) não responder por dívidas da sociedade; (iii) não suportar riscos, como trabalhista e desconsideração da personalidade jurídica. Essas garantias são valiosas para o investidor-anjo, pois não é de interesse desse player sofrer os riscos de ser considerado sócio da empresa. O objetivo do investidor-anjo, portanto, é conseguir a valorização do capital aportado e também estar ao lado dos fundadores para agregar valor ao negócio. Mas, de outra sorte, ser considerado sócio e sofrer todos os ônus disso, não é interessante. Atenção! Apesar dessas garantias, essa modalidade de investimento recebe algumas críticas por estar sob regulamentação excessiva. Por exemplo, a LC 155/2016 estabelece alguns prazos, como a vigência máxima do contrato (art. 61-A, §1º), e define regras de remuneração dos aportes (art. 61-A, §6º). Isso não é visto com bons olhos, pois limita a liberdade de contratação e pode, por vezes, não se adequar à realidade da startup e do investidor. Sociedade em Conta de Participação A Sociedade em Conta de Participação (SCP), regulada pelos arts. 991 a 996 do Código Civil, é um tipo societário comumente utilizado como veículo de investimento com a finalidade de levantar capital para algum empreendimento. Também é bastante comum quando o assunto é investimentos em startups também. Assim, temos: Sócio ostensivo O empreendedor ou a própria startup. Realiza a operação prevista como objeto social da sociedade. Sócio participante/oculto 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 20/38 Investidor-anjo. Aporta capital com o objetivo de obter lucro quando a sociedade for desfeita. De acordo com o Código Civil (art. 993), a SCP não possui personalidade jurídica própria e sua constituição independe de qualquer formalidade, podendo provar-se por todos os meios de direito (art. 992), motivos pelos quais a doutrina costuma classificá-la como uma sociedade com natureza contratual. Com isso, todas as obrigações assumidas são em nome do sócio ostensivo, aquele que exerce de fato o objeto social (art. 991). Saiba mais Em 2014, a Receita Federal do Brasil editou uma Instrução Normativa (nº 1.470/2014) que conferiu às SCP a obrigatoriedade de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, consequentemente, exigiu o cumprimento de obrigações acessórias. Mútuo conversível O contrato de mútuo é, tipicamente, um contrato de empréstimo. O mutuante empresta valor ao mutuário e ambos estabelecem prazos e parâmetros para devolução do valor. No mútuo conversível, em vez de o valor emprestado ser devolvido, é estabelecido um prazo para que, ao final do contrato, aquele valorseja convertido em participação societária. Apesar disso, é importante também que conste no contrato a possibilidade de que a dívida seja cobrada monetariamente, porque pode ser que, ao final do prazo estabelecido, a conversão em participação não seja oportuna para o investidor. Esse modelo é interessante, porque o investidor não assume riscos decorrentes da participação societária até que, de fato, haja a conversão. Opção de compra O contrato de opção de compra é bastante comum no ambiente empresarial. Por meio dele, o comprador adquire o direito de comprar participação societária, em determinado período, por um valor pré- fixado. Diferentemente do contrato de mútuo, em que o valor pago pela participação societária é despendido logo no início, na opção de compra, o valor pago pela participação societária é despendido apenas no final do período de tempo previamente definido, quando o comprador pode ou não exercer o direito de aquisição de participação. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 21/38 Apesar disso, também no início do contrato de opção de compra, o comprador precisará despender um valor referente ao direito de aquisição de ativo e não à aquisição do ativo em si, o que acontecerá em momento posterior. Agora que já apresentamos os veículos para investimento-anjo, voltaremos a tratar das fases de investimento. Fundos de investimento Depois do investimento-anjo, a próxima fase é a dos fundos de investimento. Nessa etapa, são necessários conhecimentos mais específicos de Direito societário e mercado de capitais, pois a atividade dos fundos de investimento apresenta uma estruturação específica e é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Neste ponto, citamos a Lei nº 6.385/1976, que é responsável tanto por criar a CVM quanto por regulamentar aspectos do mercado de valores mobiliários. De acordo com a Lei nº 6.385, os fundos de investimentos são modalidades de investimento coletivo, sendo que o patrimônio integral é dividido por quotas de valores mobiliários. Outro aspecto de extrema relevância, que envolve o risco de estruturação de investimentos coletivos, é que a CVM considera como valores mobiliários sujeitos ao seu controle quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que sejam ofertados publicamente. Dessa forma, é preciso estar atento à realização ou não de oferta pública de participação na estruturação de alguma modalidade de investimento coletivo que não seja por meio de fundos. No contexto de atuação dos fundos de investimentos, surgem termos típicos do universo de startups: Capital semente (Seed Money) Venture Capital (VC) Private Equity (PE) Cada fundo de investimento possui uma especialização, uma tese de investimento, uma média de valor de aporte. Exemplo Existem fundos de investimento internacionais especializados em investimentos em fintechs da América Latina e aportes de capital semente. É importante que, ao assessorar o cliente, você esteja ciente desse tipo de realidade. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 22/38 Os fundos de capital semente atuam com aportes um pouco menores, até aproximadamente R$5 milhões, em startups que ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento. Já os fundos de Venture Capital e Private Equity são modalidades de investimento de risco, em que se realiza aporte esperando alto retorno. Nesse momento, as startups estão saindo da fase de desenvolvimento e caminhando para expansão e consolidação. Por isso, os valores aportados são muito maiores e a proporção de participação societária negociada também é maior. É importante considerar que o investimento em startups é realizado em rodadas: Series A A primeira rodada comumente é denominada Series A e tem o objetivo de melhorar o produto, remunerar melhor o time, melhorar a estruturação do local, tudo dentro de uma fase de desenvolvimento. Series B Caso não seja possível alcançar todos os objetivos pretendidos com o capital aportado em Series A, faz-se uma nova rodada de investimentos em Series B. Aqui, estamos falando da participação de fundos de VC. Os fundos de Venture Capital geralmente realizam aportes entre R$5 milhões e R$20 milhões com a finalidade de propiciar o crescimento e a consolidação. Series C Já na fase de internacionalização do projeto, em que a startup já está consolidada, temos a participação de fundos de Private Equity em rodada de Series C Series D Quando a rodada em Series C não alcança o resultado desejado, é possível fazer uma rodada em Series D. Aqui, estamos falando de fundos de Private Equity que realizam aportes geralmente acima de R$50 milhões. Initial Public Offering (IPO) Fi l t últi f é b t d it l b l d 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 23/38 No meio de todo esse processo, é possível que a startup seja vendida para outra, ou para um fundo, por exemplo, por preços milionários ou até bilionários. Exemplo A startup Creditas inicialmente trabalhava com concessão de crédito com garantia, mas recentemente adquiriu a startup Creditoo com o objetivo de expandir o mercado e trabalhar também com a concessão de crédito consignado. Para facilitar a visualização das etapas de investimento, configura o gráfico abaixo: Outra modalidade de investimento que está ganhando destaque no mercado é o equity crowdfunding, uma forma de investimento por financiamento coletivo que acontece por meio de plataformas on-line. Essa modalidade foi regulamentada pela Instrução CVM nº 588 de 2017. As plataformas selecionam startups e empreendedores on-line que, após passar por uma rigorosa análise, têm participações oferecidas em troca de aportes financeiros, tudo regulado e supervisionado pela CVM. Assim, centenas de investidores tem a possibilidade de realizar investimento em startups por meio de uma plataforma on-line, com baixos valores aportados. Os investimentos em startups No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre os diferentes tipos de investimentos em startups! Relações trabalhistas Finalmente, a última fase é a abertura de capital na bolsa de valores (oferta pública inicial), o chamado IPO (Initial Public Offering). 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 24/38 O cenário real das startups em estágio inicial muitas vezes não comporta a formalização de um vínculo celetista. Por causa dos tributos envolvidos, um dos custos mais altos de uma empresa é a folha de pagamento de empregados. Assim, diante do baixo faturamento dessas empresas que estão começando, é comum que impere a informalidade. Essa informalidade representa um grande risco para o empreendedor e até mesmo para a continuidade do negócio, pois, segundo os requisitos do art. 3º da CLT (Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943), a relação de emprego pode ser reconhecida ainda que o contrato sinalize uma relação de trabalho informal. Além disso, é comum que a personalidade jurídica seja desconsiderada para o cumprimento de obrigações trabalhistas. Diante disso, o empreendedor se vê num grande dilema: tentar empreender e avançar no projeto, mantendo a informalidade das contratações diante da impossibilidade de arcar com os custos de uma relação de emprego formal, ou desistir do seu negócio. Infelizmente, na maior parte dos casos de startups em estágio inicial, não existe uma terceira opção de formalizar os vínculos celetistas. Dado esse cenário, a assessoria jurídica prestada deve, em primeiro lugar, levar em conta a situação real do empreendedor e expor todos os riscos envolvidos na informalidade das relações trabalhistas. Desse modo, conforme os requisitos do art. 3º da CLT, a contratação celetista deve ser recomendada:Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. A despeito dos riscos, muitas vezes o empreendedor opta pela realização de um simples contrato de prestação de serviços ou mesmo pela “pejotização” dos funcionários, todas essas formas consideradas pela Justiça do Trabalho como “máscaras” de um vínculo que, na verdade, deveria ser celetista. “pejotização” A denominação “pejotização” tem sido utilizada pela jurisprudência para se referir à contratação de serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de modo subordinado, não eventual e oneroso. Esse tipo de contratação é realizado por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim, na tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego que evidentemente seriam existentes, fomentando a ilegalidade e burlando os direitos trabalhistas. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 25/38 É preciso frisar, no entanto, que o passivo trabalhista deve ser eliminado o quanto antes, já que pode ser um empecilho para a captação de investimentos no mercado. Muitos investidores compreendem que o passivo trabalhista pode significar a morte da startup e, por tal motivo, esse aspecto é levado em consideração durante a avaliação da startup. Muitas vezes, o empreendedor questiona ao advogado se o contrato de vesting não seria uma boa alternativa para driblar as exigências trabalhistas, acreditando que o funcionário poderá trabalhar sem receber remuneração em troca de participação societária futura. Apesar de ser uma prática comum em ambiente de startups, é preciso estar atento aos riscos. No contrato de vesting, o empreendedor oferece participação societária para funcionários estratégicos, por vezes, com o objetivo de recrutar executivos mais seniores para trabalhar na empresa. Ocorre que o contrato de vesting não pode ser utilizado para mascarar relação de emprego, sob pena de esta ser reconhecida pela Justiça do Trabalho em uma possível reclamação trabalhista. Por isso, o colaborador deve receber seu salário e pagar pela aquisição de participação societária, ainda que com desconto. A aquisição de participação geralmente é feita gradualmente ao longo do tempo e condicionada ao cumprimento de metas ou à ocorrência de uma situação específica. Esse lapso de tempo em que vai acontecendo gradualmente o direito de aquisição de participação é chamado de período de vesting. Saiba mais Um outro termo muito comum a esse tipo de contrato é o cliff, uma espécie de período de carência do contrato. Somente depois do cliff surge o direito à aquisição de participação societária. Apesar de a Justiça do Trabalho ser bastante conservadora em relação ao reconhecimento do vínculo empregatício, podemos dizer que já temos algumas conquistas no universo das startups. Veja um caso a seguir: Um caso emblemático aconteceu com a startup Singu, de Tallis Gomes. A Singu utilizou o memorando de entendimentos, um contrato que já abordamos aqui, para disciplinar a relação entre os sócios fundadores da startup. Nesse memorando, os fundadores estabeleceram cláusula vesting, na qual eles adquiririam participação societária após o período de cliff. Contudo, um dos fundadores foi “cliffado”, ou seja, saiu do projeto antes do período de cliff, por isso não foi vestido da participação societária e, portanto, não participou do contrato social. Caso startup Singu - Reclamação trabalhista 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 26/38 Por causa disso, ingressou com reclamação trabalhista (Processo nº: RTOrd 1000856-03.2017.5.02.0023 – 23ª Vara do Trabalho de SP) com o intuito de reconhecer vínculo empregatício na relação existente. O Magistrado sabiamente reconheceu que não estavam presentes os requisitos da relação de emprego e destacou que o fato de não constar no contrato social não era suficiente para descaracterizar a condição de sócio, tendo em vista que havia um memorando de entendimentos que disciplinava sua participação societária futura após o período do cliff (que foi descumprido). Relações de consumo e proteção de dados Comumente, as startups (incluindo as legaltechs) atuam por meio de aplicativos ou plataforma digitais, o que demanda do advogado uma atuação voltada ao mercado digital. Nesse contexto, dois documentos revelam-se extremamente necessários: Os termos de uso A política de privacidade Atenção! Esses documentos são extremamente relevantes para a empresa porque neles estão previstos todos os limites da responsabilidade assumida pela empresa naquela contratação, bem como todas as possíveis regras. Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, esses documentos são contratos de adesão e, por esse motivo, devemos estar sempre atentos às regras dessa legislação. A partir dessa perspectiva, cláusulas tidas como abusivas, por exemplo, podem ser consideradas nulas, e tudo aquilo que limita o Direito do Consumidor deve estar em destaque no documento. Outro aspecto relevante é o direito de arrependimento, trazido pelo CDC e reforçado pela Lei do E-Commerce (Decreto nº 7.962, de 15 de março de 2013 - outra legislação que merece atenção, juntamente com o Marco Civil da Internet). O consumidor tem o direito de se arrepender e devolver o produto em até 7 dias úteis do recebimento, sendo necessário que a restituição do valor de compra seja integral. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 27/38 Ambos os documentos devem estar sempre à disposição do consumidor dentro da plataforma, para que ele consulte sempre que desejar. Além disso, é relevante que o consumidor aceite esses contratos antes de fazer a compra, concordando com as regras estabelecidas. Os termos de uso contêm todas as definições do produto ou serviço prestado pela empresa, com descrição das funcionalidades, da correta utilização do produto/serviço. A política de privacidade, por sua vez, prevê toda a forma de coleta, armazenamento, forma de utilização, finalidade da coleta, tempo de armazenamento dos dados do consumidor coletados na utilização da plataforma. Neste ponto, cabe atenção especial à Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018), já que a questão da privacidade de dados é uma preocupação global. Propriedade industrial: a importância da proteção dos ativos da empresa A inovação, muitas vezes inerente a startups e legaltechs, apresenta reflexos na preocupação com a propriedade industrial, os ativos intangíveis da empresa. É bastante comum relacionar o termo “aspectos intangíveis” à propriedade industrial. Isso acontece porque, de fato, marcas, patentes e software, por exemplo, não são ativos palpáveis do ponto de vista material, mas na maioria dos casos são um dos principais, se não o principal, pontos de inovação do negócio. Por isso é de fundamental importância a proteção jurídica desses ativos. Marcas Patentes Software A marca possui vários aspectos, como branding, design, gestão, mercado, além do aspecto jurídico, que diz respeito ao direito de uso exclusivo. Tal direito é garantido com o registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O INPI disponibiliza em seu site um manual de marcas que apresenta uma série de definições sobre marcas e esclarece como o registro da marca é feito. De acordo com o Manual de Marcas (INPI, 2021): marca é um sinal distintivo cujas funções principais são identificar a origem e distinguir produtos ou serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins de origem diversa. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 28/38 Assim, diante de tantos aspectos, registrar a marca e garantir a proteção jurídica, revela-seessencial para a continuidade do negócio. É muito importante que o registro seja feito o quanto antes, pois pode ser que a marca não esteja mais disponível no futuro, obrigando o empreendedor a criar uma nova marca e passar novamente por todo o processo de design e branding. Veja a seguir um comparativo entre registro de marca e patente: Registro de marca É uma exigência que muitas vezes acontece em rodadas de investimento mais avançadas como também em casos nos quais o empreendedor deseja franquear o seu negócio. Patente É a proteção conferida ao titular de uma invenção para que só ele ou terceiros autorizados possam explorar essa invenção. A patente é concedida mediante solicitação ao INPI. De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (LPI – Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996), existem dois tipos de patentes: Patentes de invenção Configuram-se como uma nova solução para um problema técnico específico. Patentes de modelo de utilidade São definidas como uma nova forma ou disposição de um objeto visando melhoria funcional. A LPI de�ne vários requisitos e estabelece o que pode ou não ser patenteado. Sobre software, cabe mencionar a Lei de Software (Lei nº 9.609/1998), que confere proteção aos programas de computador, assim definidos pela lei como “um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza (...)”. Além de proteger o sistema, muitas vezes, é preciso também proteger o código do sistema desenvolvido, e essa proteção se dá por meio de outra legislação, a de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/1998). 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 29/38 Atenção! Esses três assuntos são complexos e merecem grande atenção dentro da Propriedade Industrial, já que a inovação e a exploração de tecnologia são praticamente inerentes às startups. Quanto a esses fatores, o papel da assessoria jurídica é alertar o empreendedor sobre a necessidade de conferir proteção jurídica à marca, à patente e ao software, bem como auxiliar o empreendedor nesse processo. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Assinale a alternativa abaixo que corresponde a um tipo de contrato de investimento típico de startup: A Contrato de empreitada. B Contrato de opção de compra. C Contrato de arrendamento. D Contrato de trabalho. E Contrato de aluguel. Parabéns! A alternativa B está correta. Por meio de um contrato de opção de compra, firmam-se condições para uma possibilidade de compra futura de participação societária da startup, viabilizando o investimento. Questão 2 A figura do sócio ostensivo está presente em qual tipo de contrato? A Contrato de trabalho. B Contrato de mútuo conversível. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 30/38 3 - Legaltechs e o mercado jurídico O objetivo deste módulo é reconhecer a mudança do mercado jurídico e os problemas solucionados por legaltechs Legaltechs As legaltechs são startups jurídicas focadas em solucionar os mais variados problemas e “dores” do mercado jurídico tradicional. As soluções criadas pelas legaltechs visam não só a melhorar o dia a dia dos advogados, mas também a auxiliar os juízes no desempenho de suas atividades jurisdicionais, assim como resolver problemas jurídicos de maneira mais eficiente e escalável por meio da tecnologia. As startups jurídicas podem ajudar os profissionais jurídicos das seguintes maneiras: Aumentando a produtividade e e�ciência Reduzindo os custos dos escritórios Oferecendo diferenciais competitivos C Contrato de vesting. D Sociedade em Conta de Participação (SPC). E Contrato de opção de compra. Parabéns! A alternativa D está correta. Em uma SCP, há a figura do sócio ostensivo, aquele que vai assumir uma posição de gestão do investimento em uma startup, assim como a figura do sócio oculto, responsável por realizar aporte financeiro. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 31/38 Além disso, podem auxiliar o Poder Judiciário: Diminuindo a quantidade de processos/litígios Democratizando e aprimorando os serviços Aumentando a transparência e reduzindo a burocracia Legaltech e lawtech são a mesma coisa? Muitos se perguntam se há diferença entre os termos “Lawtech” e “Legaltech”. Há quem diga que os temos não são sinônimos, usando legaltech para denominar empresas que prestam serviços a advogados, escritórios de advocacia e departamentos jurídicos corporativos; e lawtechs para denominar empresas que buscam otimizar as atribuições dos advogados como público final. No Brasil, utilizam-se os termos como sinônimos. Tipos de problemas solucionados por legaltechs Existem dois grandes grupos de problemas que podem ser solucionados por legaltechs: Problemas jurídicos Problemas do mercado jurídico Tradicionalmente, problemas jurídicos sempre foram solucionados com o conhecimento de profissionais e operadores do Direito, em sua maioria os advogados. Entretanto, com o início da transformação digital, muitas tarefas que anteriormente eram exclusivamente feitas por advogados sob a garantida da lei, atualmente podem ser solucionadas pelas legaltechs, utilizando-se automação, grandes quantidades de dados (big data) e algoritmos. Dessa forma, com o auxílio da tecnologia disponível, demandas jurídicas (na maioria das vezes repetitivas e mecânicas) de várias áreas, como Direito do Consumidor, Direito Civil, Proteção de Dados, Direito Imobiliário, Direito Tributário, dentre outras, são resolvidas de forma mais escalável e eficiente. Exemplo São legaltechs brasileiras: Dados Legais, Legaut, Liberfly, TaxVision. Já os problemas do mercado jurídico podem ser solucionados por legaltechs focadas em jurimetria, gestão de documentos, gestão 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 32/38 processual, educação, inteligência artificial, entre outros, facilitando o trabalho de advogados, juízes, tribunais, estagiários etc. Categorias de legaltechs De acordo com a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), existem 13 categorias de startups jurídicas que solucionam tanto problemas essencialmente jurídicos como do mercado jurídico: Analytics e jurimetria Redes de pro�ssionais Compliance Inteligência arti�cial Regtech Taxtech Civic tech 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 33/38 Real Estate Tech Conteúdo, educação e consultoria Resolução de con�itos on-line Automação e gestão de documentos Gestão de escritórios e departamentos jurídicos Extração e monitoramento de dados públicos Tendo em vista o crescente número de advogados inscritos na OAB, com projeções em torno de 2 milhões de advogados para 2023, o mercado jurídico no Brasil certamente sofrerá grandes transformações nos próximos 20 anos. De acordo com o advogado e professor britânico Richard Susskind, o cenário jurídico mudará mais nessas próximas décadas do que mudou nos últimos 200 anos. No Brasil, além da saturação do mercado jurídico tradicional como uma das causas de transformação do próprio mercado, vemos um setor de investimentos de Venture Capital (investimentos em startups) extremamente aquecido, fator que traz mais liquidez para os advogados empreendedores dispostos a se arriscarem, podendo captar investimento para sua lawtech com uma facilidade muito maior do que tinha há alguns anos. Richard Susskind 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 34/38 Autor dos livros Tomorrow’s Lawyers e The Future of the Professions. Saiba mais Nos últimos anos, o ecossistema de lawtechs tem se expandido de maneira bastanteexpressiva, apresentando um crescimento de aproximadamente 300% nos últimos 4 anos. Em 2017, a AB2L tinha aproximadamente 50 startups jurídicas associadas. Hoje são aproximadamente 200 associadas e 422 legaltechs mapeadas no Brasil inteiro. Nas palavras de Mark Beer (2020), um dos maiores especialistas em tecnologia jurídica no mundo, as legaltechs serão, na próxima década, o que foram as fintechs na década de 2010, referindo-se ao nível de impacto causado ao mercado em que atuam: Em um canto do ringue, temos a confluência perfeita de poder de processamento, tecnólogos e investimentos e, no outro, temos um sistema envelhecido, ineficiente e antiquado (…). Não é difícil prever o resultado!. Dessa forma, o empreendedorismo voltado para legaltechs é uma das inúmeras novas profissões jurídicas que surgiram como opção aos operadores do Direito, sendo um caminho alternativo a concursos públicos e advocacia nos moldes mais tradicionais. O papel das legaltechs No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre as legaltechs! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Das alternativas abaixo, qual não se encaixa em um tipo de serviço prestado por uma legaltech: A Marketplace de advogados correspondentes. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 35/38 Considerações �nais B Gestão processual. C Agritech. D Jurimetria. E Civic tech. Parabéns! A alternativa C está correta. Agritechs são startups e tecnologias focadas no agronegócio. Questão 2 Assinale a alternativa falsa: A As legaltechs são startups jurídicas focadas somente na solução de problemas essencialmente jurídicos. B As legaltechs revolvem problemas relacionados à jurimetria. C O Direito passará por uma transformação profunda. D O mercado de legaltech cresceu 300% nos últimos 4 anos. E As legaltechs resolvem problemas relacionados à resolução de disputas on-line. Parabéns! A alternativa A está correta. Startups jurídicas resolvem tanto problemas essencialmente jurídicos, como problemas do mercado jurídico. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 36/38 Ao longo do conteúdo, compreendemos algumas questões extremamente, desde a mudança estrutural da sociedade até a Quarta Revolução Industrial, que propiciou o surgimento das startups e legaltechs, assim como questões de ordem mais prática relacionadas ao processo de formação, estruturação e crescimento desse tipo de empreendimento. Abordamos também questões jurídicas mais relevantes, como, por exemplo, as estruturas contratuais e os contratos de investimentos mais utilizados, e as diferentes legislações envolvidas: trabalhista, de propriedade industrial, consumerista e de proteção de dados. Por fim, depois de compreendermos as nuances jurídicas de startups, passamos para a compreensão das startups jurídicas, ou legaltechs, de seu mercado específico, da mudança do universo jurídico que vem propiciando o seu crescimento, assim como os tipos de legaltechs e as oportunidades contidas nesse novo universo. Caberá às novas gerações de juristas e de operadores do Direito se ajustarem e compreenderem a nova realidade de negócios, os aspectos jurídicos contidos nela e as novas relações jurídicas emergentes, assim como a reformulação em andamento no mercado jurídico. Podcast Agora com a palavra o professor Guilherme Cabral, comentando sobre o papel das startups e a relevância das legaltechs para o Direito. Vamos ouvir! Fala, Mestre! Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas trajetórias únicas e brilhantes, sempre em conexão com o tema que você acabou de estudar! Aqui você encontra entretenimento de qualidade conectado com a informação que te transforma. O Papel do Direito na Sociedade Sinopse: Ana Frazão, presidente da Comissão de Direito Econômico da OAB Federal, discorre sobre a relação do direito com a sociedade e sua função ao lado dos outros fatores regulatórios que a regulam. Referências 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 37/38 BEER, Mark. Como a tecnologia jurídica melhorará a justiça para todos. The Astana Times. 28 de julho de 2020. Consultado na internet em: 26 abr. 2021. BUGHIN, Jacques et al. Mudança de habilidade: automação e o futuro da força de trabalho. McKinsey Global Institute. 23 de maio de 2018. Consultado na internet em: 26 abr. 2021. FARANI, Camila. Qual o papel desempenhado pelas startups na economia brasileira em tempos de crise? Propmark. 2 de agosto de 2017. Consultado na internet em: 26 abr. 2021. INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL. INPI. Manual de marcas. 3. ed. 2021. Consultado na internet em: 19 abr. 2021. PEREIRA, Renée. Em meio à crise, maiores startups do país atraem capital e já valem R$89 bi. O Estado de S. Paulo. 3 mar. 2019. Consultado na internet em: 26 abr. 2021. RIES, Eric. A startup enxuta. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro: 2016. SUSSKIND, Richard. Tomorrows Lawyers. Oxford University Press, 2013. SUSSKIND, Richard. The future of the professions. Oxford University Press, 2016. Explore + Compreenda mais a respeito do mercado de Venture Capital e investimento em startups no canal Pergunte ao VC, do Rodrigo Baer, gestor de um fundo de Venture Capital. Assista ao vídeo sobre o FlyZoo, hotel “inteligente” onde os serviços são executados por robôs e veja o impacto do uso de IA, disponível no canal da CNBC International (versão em inglês com possibilidade de legendagem automática em português). Disponível no YouTube. Assista ao documentário Alpha Go sobre a aplicação de inteligência artificial em jogos, criado por uma startup de tecnologia e posteriormente comprada pelo Google, disponível na internet e na plataforma Netflix. Conheça os sites: AB2L - Associação Brasileira de Lawtechs & legalTechs Portal Anjos do Brasil Leia os artigos: How Law Made Sillicon Valley, do Professor Anupan Chandler (2014), explicando a importância do Direito para o ambiente de startups no Vale do Silício. Desreguladores do divórcio — como o startup da LawTech amigável está mudando as regras, disponível no site Lowtomated. 15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 38/38 Creditas compra startup de crédito consignado Creditoo, disponível no site Infomoney. Leia também SPINA, Cassio A. Investidor Anjo — como conseguir investimento para seu negócio (eBook Kindle). 2013. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF()
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