Buscar

4 Startups e Legaltechs

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 1/38
Startups e Legaltechs
Prof. Guilherme Deps Cabral
Descrição
A análise do reflexo da revolução digital em novos modelos de negócios,
como startups e legaltechs.
Propósito
Compreender a mudança do mundo ocasionada pela transformação
digital e o impacto em novos modelos de negócios, incluindo as
startups e legaltechs; assimilar as possibilidades de demandas jurídicas
insurgentes a partir da nova realidade e a necessidade da assessoria e
estruturação jurídica correta; compreender a mudança no mercado
jurídico ocasionado pelos vários tipos de legaltechs.
Preparação
Antes de iniciar a leitura deste conteúdo, consulte o Código Civil e a Lei
Complementar nº 155/2016.
Objetivos
Módulo 1
Startups e legaltechs
Definir os elementos determinantes para o surgimento de startups e
legaltechs.
Módulo 2
Startups, legaltechs e o Direito
Identificar as principais demandas jurídicas de uma startup e
legaltech.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 2/38
ega tec .
Módulo 3
Legaltechs e o mercado jurídico
Reconhecer a mudança do mercado jurídico e os problemas
solucionados pelas legaltechs.
1 - Startups e legaltechs 1
O objetivo deste módulo é de�nir os elementos determinantes para o surgimento de startups e
legaltechs
A sociedade vem mudando a um ritmo acelerado e sem
precedentes. Mercados estão sendo completamente
revolucionados por startups que modificam o consumo, a produção
e a distribuição de bens. Os mercados financeiro, imobiliário, de
saúde, de educação, de construção civil, agropecuário, de energia,
de marketing etc. estão sendo remoldados por startups, e a
compreensão das novas demandas jurídicas advindas desses
novos tipos de organização é essencial para o operador do Direito
do século XXI que pretende continuar sendo uma figura
indispensável.
O próprio mercado jurídico vem se reestruturando, ocasionando o
surgimento de startups focadas em resolver problemas jurídicos e
do mercado jurídico. Nesse contexto, a compreensão dos
fenômenos denominados Legaltechs também é extremamente
importante para o operador do Direito do século XXI.
Introdução
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 3/38
Estruturando startups e legaltechs
Por onde começa a inovação: indústria 4.0 e
transformação digital
O mundo mudou. Essa mudança atingiu todos os segmentos da
indústria e do comércio e foi marcada pelo desenvolvimento de
ferramentas tecnológicas.
Antes dos anos 2000, a maior parte da força de trabalho era composta
pela grande necessidade de mão de obra para indústria e agricultura. A
partir dos anos 2000, uma nova necessidade tornou-se tendência: a
prestação de serviços. Então, o capital intelectual passou a ser
valorizado.
Grande parte dessa mudança se deve ao desenvolvimento da
tecnologia. Se antes precisávamos da força humana para executar
certos trabalhos, pouco a pouco essa necessidade foi sendo substituída
pela máquina.
A seguir, apresentamos algumas profissões que foram extintas com o
desenvolvimento da tecnologia durante o século XX:
Datilógrafo
Operador da máquina de escrever. A profissão se resumia a escrever o
que fosse necessário em uma máquina. Com o surgimento e a
acessibilidade de computadores, essa profissão foi completamente
extinta.
Projecionista de cinema
Antigamente, a projeção de cinema era feita de forma manual.
Assim, era preciso que um profissional operasse essa máquina.
Com o surgimento da projeção digital, a profissão de projetista
acabou.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 4/38
Ascensorista de elevador
Operador do elevador. A profissão vem desaparecendo com o
surgimento de elevadores automáticos.
Operadoras telefônicas
Operavam o telefone e intermediavam ligações. Antigamente, para
realizar uma ligação, era necessário ligar para uma central que
direcionava todas as chamadas. Mais uma vez, com o
desenvolvimento da tecnologia, esse processo tornou-se
automatizado, fazendo desaparecer a necessidade desse profissional.
No século XXI, a evolução trazida pela tecnologia apresenta
características distintas. Enquanto no século XX os robôs substituíram a
força manual humana, no século XXI, com desenvolvimento da
inteligência artificial, os robôs substituem a força intelectual. E isso já é
uma realidade há um bom tempo:
A seguir, apresentamos alguns exemplos de uso de inteligência artificial:
São exemplos disso os serviços de streaming como Netflix.
Esses serviços oferecem um catálogo praticamente infinito de
filmes e séries que é constantemente atualizado por um custo
mensal baixo. Em vez de ir até a locadora e alugar uma mídia,
atualmente as pessoas preferem assisti-las de casa a um custo
muito menor. Não à toa, a Blockbuster, maior locadora de filmes
do mundo, faliu em 2013. O que muitos não se dão conta é que
os serviços de streaming utilizam a inteligência artificial para
sugerir conteúdos ao expectador. Com isso, não há mais
necessidade de um funcionário para ajudar a escolher uma mídia
para locar. A sugestão é feita por algoritmos que aprendem seus
gostos com base no que você vê.
Serviços de streaming 
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 5/38
A utilização de inteligência artificial também pode ser visualizada
nos aplicativos de trânsito, como Google Maps e Waze, que
fazem uma previsão inteligente da rota mais interessante para o
viajante, considerando o trânsito em tempo real.
Outro exemplo muito difundido de inteligência artificial são os
chatbots, robôs programados para conversar com as pessoas de
maneira natural. Essa tecnologia é atualmente considerada
bastante simples e amplamente difundida.
Quantas vezes já conversamos com robôs por chat da empresa?
Vários bancos prestam inúmeros serviços por meio dessa
tecnologia, sendo possível fazer até mesmo renegociações de
dívida, um serviço que é inteiramente prestado por robô, desde a
primeira conversa até o fechamento da nova contratação, sem
qualquer interferência do ser humano.
Saiba mais
Um estudo foi feito pela empresa McKinsey, comparando o total de
horas trabalhadas nos Estados Unidos e na Europa para diferentes
habilidades em 2016 com esse mesmo total estimado para 2030. Foi
possível perceber que as habilidades emocionais, as chamadas soft
skills, tornam-se cada vez mais valorizadas em detrimento de
habilidades físicas e manuais. Além disso, a necessidade de habilidades
tecnológicas apresentou claro crescimento.
Assim como aconteceu no século XX, em que profissões foram extintas
e pouco a pouco substituídas pela tecnologia, o século XXI também vai
ser marcado por essa transição. Ter um robô realizando cirurgias em
pacientes está muito mais próximo da nossa realidade do que
imaginamos.
Sabemos que temos tecnologia existente para possibilidades infinitas.
Veja algumas dessas tecnologias:
Google Duplex
Inteligência artificial desenvolvida pela Alphabet que realiza
uma série de funções para você. Como se fosse um
assistente, é capaz de fazer reserva em restaurante, salão
de beleza e consulta médica, além de marcar uma série de
compromissos. A tecnologia utilizada é o deep learning, por
meio da qual vários algoritmos conversam entre si e
aprendem sozinhos as funções. O sistema não recebe cada
dado específico do que pode executar, mas, por correlação e
aprendizagem de máquina, ele vai pouco a pouco
desenvolvendo sozinho essas habilidades. Além disso, o
Aplicativos de trânsito 
Chatbots 
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 6/38
sistema não possui voz robotizada, constrói frases longas e
utilizaexpressões de fala como “humm”.
Alpha Go
É outro exemplo do Google de aplicação da inteligência
artificial. É um programa desenvolvido para enfrentar o
campeão mundial do Go, jogo de tabuleiro milenar, em uma
batalha de cinco jogos. Devido às infinitas possibilidades de
jogadas, é considerado o jogo mais complexo do mundo.
Alibaba’s Future Hotel
O FlyZoo, hotel do futuro da empresa Alibaba Group, é um
hotel, já em operação na cidade de Hangzhou na China, que
utiliza tecnologia em todas as etapas dos serviços, desde a
recepção com check-in digital (sem presença de nenhum
funcionário), reconhecimento facial para entrada no quarto e
garçons-robôs.
Saiba mais
Provavelmente, você conhece a história da Tay, robô da Microsoft que
foi criado para interagir nas redes sociais e, em menos de 24 horas,
tornou-se racista, xenófobo e sexista. Vale lembrar que a aprendizagem
da máquina depende da análise de dados já existentes e criação de
associações. Então, a depender da qualidade desses dados, a
aprendizagem torna-se comprometida. Foi exatamente o que aconteceu
com a Tay.
Estamos a poucos passos da difusão cada vez maior desse nível de
tecnologia. Essa difusão acontece em velocidade extremamente
acelerada. Basta pensar que poucos anos atrás mal existia telefone
celular para chamadas e, atualmente, a maior parte das pessoas possui
um smartphone e o utiliza para milhares de outras funcionalidades,
muito além da simples realização de chamadas.
Essa difusão acelerada da tecnologia foi fator fundamental para o
fenômeno das startups, assunto que trataremos no próximo tópico.
Startups e empresas tradicionais
Para começar, não podemos deixar de explicar o que é uma startup.
Podemos resumi-la com uma frase clássica:
uma startup é uma instituição humana desenhada
para criar um novo produto ou serviço em
condições de extrema incerteza.
(RIES, 2011, p.11.)
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 7/38
Outra característica relevante das startups é que comumente exploram
a tecnologia em seu modelo de negócio. Quando falamos em
legaltechs, estamos nos referindo a startups voltadas especificamente
para o mercado de tecnologia jurídica, o qual vem crescendo de maneira
expressiva nos últimos anos.
Foi exatamente a difusão acelerada da tecnologia e a consequente
democratização do acesso a essas ferramentas que permitiram que um
grupo pequeno de pessoas se juntasse para resolver as dores da
sociedade e pudesse ser capaz de competir com gigantes
consolidados.
As startups estão cada vez mais ocupando espaço em nosso cotidiano,
com a proposta de solucionar problemas de forma ágil, prática e com
apenas um clique. Podem ser citadas como exemplo, dentre outras
milhares que utilizamos todos os dias:
Waze
Uber
Airbnb
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 8/38
Nubank
Spotify
Todas elas começaram pequenas, mas foram capazes de incomodar
gigantes dos setores. No caso das legaltechs, podemos citar exemplos
que para os advogados e operadores do Direito são bastante
corriqueiros também, como Conjur, Jusbrasil, Jurídico Certo, Jota, entre
várias outras.
Sobre o impacto das startups na economia, os dados do Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de junho de 2017
apontam que “as micro e pequenas empresas estão na contramão da
realidade brasileira, pois registraram um saldo positivo na geração de
empregos, um total de 35.769 novos postos de trabalho” (FARANI,
2017).
De um lado, as empresas tradicionais ainda sentem na pele os
graves impactos da crise que atingiu o país.
Do outro, startups como Nubank, 99, Stone, PagSeguro e Movile
(iFood), que valem cerca de R$89 bilhões, veem seus negócios

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 9/38
crescerem a dois dígitos por mês e se destacam na geração de
empregos. Porque seu valor de mercado já alcançou a marca de
US$1 bilhão, no jargão do mercado, essas empresas são chamadas
de unicórnio (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2019).
Como essas empresas alcançaram o sucesso
na nova economia?
De acordo com Amure Pinho, presidente da Associação Brasileira de
Startups (Abstartups), essas empresas atuam em função de resolver
problemas que geralmente atingem de forma significativa a vida do
brasileiro, por exemplo, as falhas de mobilidade urbana, a baixa oferta
de crédito e os custos elevados dos serviços financeiros. Mas ocupar as
lacunas da velha economia é apenas umas das estratégias de sucesso
adotadas pelas startups. (CORREIO BRASILIENSE, 2019).
Esses dados retratam aquela clássica analogia da corrida entre:
Navios
Empresas grandes e consolidadas, “navios” são pesados, possuem
estrutura complexa e burocratizada.
Lanchas

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 10/38
Startups, “lanchinhas” são mais ágeis, enxutas e, por isso, chegam
em primeiro lugar na corrida.
Saiba mais
Falando especificamente das legaltechs, a maior prestadora de serviços
jurídicos de divórcio no Reino Unido não é um escritório de advocacia,
mas sim uma Legaltech chamada Amicable, considerada ainda a quarta
empresa mais disruptiva da Europa, segundo ranking da publicação
Disruption 50.
Com isso, percebemos que não só a exploração de tecnologia, mas
também o modelo de gestão exponencial (ágil) tornou possível a
competição entre startups (incluindo as legaltechs) e empresas
tradicionais.
Em A startup enxuta, Eric Ries desenvolveu o ciclo construir-medir-
aprender. Basicamente, o ciclo consiste em um método de
experimentação rápida para acelerar a falha, e, portanto, alcançar o
produto lapidado também de forma mais rápida. É a famosa frase:
Fail fast, learn faster (falhe rápido e aprenda
ainda mais rápido).
O processo começa com o desenvolvimento de um produto viável
mínimo (MVP), o qual terá um formato o mais básico possível a fim de
que seja colocado no mercado em sua versão beta, de modo que o
empreendedor colha feedbacks dos seus clientes. Com isso, é possível
validar a hipótese e entender se o produto a ser desenvolvido fará
sentido para o mercado e para o público; a partir dessas informações, o
produto é cada vez mais lapidado, e o processo pode ser repetido até
que se encontre o produto final.
O MVP, por ser uma versão beta, proporciona economia financeira e
agilidade no teste da hipótese. Então, em vez de levar muitos meses ou
anos para desenvolver um produto, para só então colocá-lo no mercado
e correr o risco de não haver adesão dos seus clientes, com o MVP esse
processo é agilizado e, em poucas semanas, você já terá a versão final
do produto com a hipótese devidamente validada.
Veja este gráfico que demonstra de forma clara como funciona o ciclo
no método da Startup Enxuta desenvolvido por Eric Ries:
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 11/38
Não existe uma fórmula pronta para
desenvolvimento do MVP. O que se precisa ter
em mente é que o MVP deve permitir a
validação da sua hipótese.
Por exemplo, o Dropbox, empresa de armazenamento de
arquivos em nuvem, criou um MVP muito simples para entender
se o seu produto faria sentido: uma página na internet, com um
vídeo rápido explicando o que seria o produto desenvolvido,
pedindo que os interessados deixassem seu e-mail para serem
avisados quando fosse lançado o projeto. Rapidamente, a
empresa recebeu mais de 70 mil e-mails de interessados,
levando a crer que a hipótese criada faria sentido para o
mercado.
A Liberfly, maior Legaltech da América Latina focada na
resolução de problemas de consumidores com companhias
aéreas, iniciou suas atividades, há quatro anos, utilizando um
simples formulário do Google. Atualmente, a empresa conta com
os recursos avançadosde inteligência artificial, automação e um
robusto time de tecnologia e recentemente teve sua operação
avaliada em R$50 milhões.
Com os aspectos relacionados à estruturação de startups e legaltechs
compreendidos, agora abordaremos os aspectos jurídicos mais
relevantes a respeito do tema.
Startups x empresas tradicionais
No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre
as startups e as empresas tradicionais!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Dropbox 
Liberfly 

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 12/38
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que descreve corretamente a importância do MVP
(Produto mínimo viável) para uma startup:
A
É por meio do desenvolvimento de um produto
mínimo viável que uma startup consegue ser
imediatamente vendida.
B
O MVP não permite a validação do produto que a
startup está desenvolvendo, mas garante o IPO da
empresa na bolsa de valores. O MVP é um tipo de
contrato de investimento fundamental.
C
Por meio do MVP, uma startup consegue validar
determinada hipótese de mercado e descobrir se sua
solução realmente faz sentido.
D O MVP é característico de empresas tradicionais.
E
O principal objetivo do MVP é garantir a segurança das
informações do negócio a fim de que não caiam nas
mãos de um concorrente.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O MVP é um produto inicial e rudimentar de uma startup, objetivando validação de mercado.
Questão 2
Qual das alternativas abaixo reflete uma das estratégias adotadas por
startups?
A
Aproveitar as falhas e lacunas do mercado tradicional,
focando seus esforços na solução de algum problema
de maneira escalável.
B Focar na elaboração de produtos físicos.
C
Esquivar-se da legislação, conseguindo, dessa forma,
escalar seus produtos.
Utilizar o MVP para atingir e dominar mercados como
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 13/38
2 - Startups, legaltechs e o Direito
O objetivo deste módulo é identi�car as principais demandas jurídicas de uma startups e
legaltechs
Cronologia e aspectos jurídicos das
startups e legaltechs
Compreender a cronologia das startups (incluindo legaltechs, que são
startups voltadas para o setor jurídico) é extremamente importante. Isso
porque existem diferentes documentos, cláusulas contratuais e formas
de atuação a depender da fase em que se encontra o empreendedor e
seu projeto.
D Utilizar o MVP para atingir e dominar mercados como
o da produção de commodities.
E
Não focar em mercados extremamente engessados,
como o mercado jurídico.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Geralmente, as startups se beneficiam do fato de que os mercados tradicionais, como educação, mercado
financeiro, jurídico, de mobilidade, ainda estão entrando para a nova era da digitalização e aproveitam essa
oportunidade. 
Ideação
Nessa fase, o empreendedor identifica na sociedade um
problema que deseja solucionar e estrutura um possível
modelo de negócio para isso.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 14/38
É importante destacar, no entanto, que não existe rigidez em relação à
ordem de execução dessas fases, pois são fluidas e mutáveis. Com
isso, há empreendedores que seguem o lema “primeiro quem, depois o
quê”. Esses empreendedores primeiro formam o time, reunindo pessoas
com os mesmos ideais que querem empreender, para só então
estruturar de fato o projeto. Por outro lado, há empreendedores que
começam a rodar o MVP sozinhos, para só então trazerm mais gente
para o time.
Então, nada dito aqui pode ser tomado como
absoluto, até porque a vida é dinâmica e o
Operação
Nessa etapa, o empreendedor reúne pessoas com
habilidades complementares a fim de desenvolverem juntos
a ideia. Logo após a formação do time, é hora de estruturar o
projeto, uma etapa negocial em que é desenvolvido todo o
planejamento estratégico e estrutural da startup.
Validação
O objetivo dessa fase é entender se tudo aquilo que foi
pensado pelo empreendedor e pela sua equipe terá
aderência do mercado. Nessa etapa, utiliza-se o ciclo
construir – medir – aprender, desenvolvido por Eric Ries.
Tração
Essa fase inicia-se depois de encontrado o modelo de
negócio ideal ao mercado. Seu objetivo é acelerar o
crescimento do negócio, mantendo o timing para a solução.
Geralmente, é nessa fase que se iniciam rodadas mais
robustas de investimento. Nesse ponto, o empreendedor já
entendeu que a ideia dele faz sentido, e a hipótese foi
testada. Por isso, é hora de escalar o negócio.
Consolidação
Nessa fase, o negócio já assumiu dimensões maiores. Por
isso, é possível que a empresa seja vendida por preços
milionários (ou até bilionários) ou que o capital seja aberto
na bolsa de valores (oferta pública inicial), o chamado IPO
(Initial Public Offering).
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 15/38
universo de startups comporta inúmeras
variáveis e novidades.
Em relação ao aspecto jurídico, é importante ter em mente que durante
as fases iniciais de formação do time e estruturação do projeto existem
dois documentos relevantes:
É um contrato elaborado entre as partes com a finalidade de
impedir o vazamento de informações compartilhadas, já que isso
pode apresentar um risco para a continuidade do negócio. O
principal objetivo, portanto, é garantir a segurança das
informações do negócio, a fim de que não caiam nas mãos de
um concorrente.
Como todo contrato, a margem criativa no NDA é bastante
ampla, podendo-se estabelecer confidencialidade com os
próprios membros do time, com parceiros em reuniões
comerciais, com futuros investidores, com mentores, com
aceleradoras e incubadoras, por exemplo. É possível ainda que a
confidencialidade seja estabelecida perante qualquer informação
tratada na reunião, ou, a depender do caso, perante um plano de
marketing, plano estratégico, software desenvolvido, projetos,
invenções, e demais segredos comerciais.
É uma modalidade pré-contratual na qual são definidas regras e
diretrizes do futuro negócio. O processo de abertura de empresa
no Brasil costuma ser lento e burocrático e, por esse motivo,
muitos empreendedores iniciam a validação da hipótese antes
mesmo da constituição da empresa. Apesar disso, uma das
principais causas de insucesso das startups (incluindo as
legaltechs) são conflitos entre os sócios. Por isso, como forma
de ter algum resguardo jurídico, principalmente em relação às
definições entre os sócios, o memorando de entendimentos se
revela como uma alternativa.
A constituição da empresa só acontece com o cumprimento dos
requisitos formais, já que, de acordo com o art. 45 do Código Civil, a
personalidade jurídica só se inicia com registro dos atos constitutivos
no órgão competente. Confira-se o artigo 45 do Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida,
Acordo de confidencialidade ou NDA (Non-Disclosure
Agreement) 
Memorando de entendimentos ou MOU (Memorandum of
Understanding) 
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 16/38
quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro
todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
Mais uma vez, a liberdade criativa dos contratos impera. Apesar disso, é
bastante comum que os memorandos de entendimento contenham
definições como:
descrição do projeto;
funções a serem desenvolvidas pelos futuros sócios (comumente
denominados Founders, Fundadores em inglês);
confidencialidade; regras para caso de retirada de um Founder;
futuro percentual de participação de cadaum;
cláusulas de exclusividade e de não competição; alinhamentos sobre
propriedade intelectual; e gatilhos para constituição da sociedade,
como faturamento, tempo, ou recebimento de aporte de
investimentos.
A depender do modelo do negócio, mesmo a fase de validação deve
obter sustentação jurídica mais robusta, sob pena de graves
implicações para os fundadores. Alguns mercados são extremamente
regulamentados, por isso, é impossível começar a atuar sem cumprir
com os requisitos formais e burocráticos, podendo os fundadores serem
penalizados com multas exorbitantes e indiciados criminalmente.
Exemplo
Um exemplo bastante comum de mercado sob forte regulamentação
são as fintechs (startups focadas no mercado financeiro). O mercado
financeiro é regulamentado por vários órgãos, como o Banco Central e a
Comissão de Valores Mobiliários.
Com isso, começar a atuar no ramo requer adequações como possuir
um CNPJ, com tipos societários e CNAEs adequados, e estar de acordo
com legislações especificas. Nesse contexto, é imprescindível uma
assessoria jurídica atuando desde o início, até mesmo para que tais
pontos sejam devidamente esclarecidos.
Na fase de validação e tração começam também a surgir questões
envolvendo os investimentos em startups, assunto que abordaremos a
seguir.
Investimento em startups
Como falamos, o investimento em startups em diferentes fases tem
muita relação com a cronologia de criação do projeto.
Bootstrapping e Friends and Fools
Logo no início, durante a fase de validação, é comum que os
empreendedores utilizem capital próprio para sustentar o projeto, o
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 17/38
chamado bootstrapping. A vantagem de manter o projeto durante o
maior período com capital próprio é que não haverá necessidade de
dividir participação societária com investidores.
Apesar disso, é possível que os recursos próprios não sejam suficientes
para propiciar um crescimento acelerado, o que pode resultar na morte
do projeto em detrimento de outro semelhante que chegue no mesmo
ponto em menor tempo.
Ainda na fase de validação, é também comum que pessoas próximas
aportem valores no projeto, a etapa Family, Friends and Fools. Nesse
momento, o projeto está começando, então é comum que pessoas
próximas, que confiam no potencial dos fundadores porque já os
conhecem, façam pequenos aportes.
Na prática, essa etapa muitas vezes carece de formalidade jurídica, já
que pode ocorrer antes mesmo que se tenha a constituição formal da
empresa. Apesar de comum, essa não é a situação ideal. É importante
que as regras sejam devidamente definidas em contrato para evitar
problemas posteriores.
Por exemplo, se esse investimento for convertido em participação
societária futura, é importante que seja definido e pensado exatamente
qual será o percentual. Se a startup prosperar, a divisão do capital entre
sócios e os documentos formais celebrados (práticas de governança
corporativa) serão de extrema importância para avaliação de futuros
investidores.
Bootstrapping
Capital dos empreendedores.
Vantagem
Não há necessidade de dividir participação societária com
investidores.
Atenção:
A limitação de capital pode causar a morte do projeto.
Family, Friends and Fools
Aporte de capital de pessoas próximas.
Vantagem

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 18/38
Com o aporte de capital no projeto a empresa acelera seu
crescimento.
Atenção:
A carência de formalidade jurídica pode gerar problemas futuros.
Investimento-anjo
A próxima etapa de investimentos, o investimento-anjo, é de extrema
importância, sendo uma etapa revestida de maior formalidade jurídica, o
que acontece quando a empresa já está formalmente constituída.
De acordo com o portal Anjos do Brasil, o investimento-anjo:
Essa modalidade de investimento foi reconhecida em 2016 pela LC 155,
que alterou a LC 123/2006 (que dispõe sobre as Microempresas e
Empresa de Pequeno Porte), introduzindo os artigos 61-A a 61-D. A LC
155/2016 acrescentou em seu art. 61-A, §2º, que o investidor-anjo pode
ser pessoa jurídica.
Essa legislação inova ao trazer o contrato de participação enquanto
veículo de investimento (art. 61-A, §1º, LC 155/2016). Além do contrato
de participação, existem outros veículos de investimento possíveis para
essa etapa:
Contrato de participação
Como já abordamos, esse veículo é uma novidade legislativa de 2016.
1
É efetuado por profissionais (empresários, executivos e
profissionais liberais) experientes, que agregam valor para o
empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede
de relacionamentos, além dos recursos financeiros, por isso
é conhecido como smart-money.
2
Tem normalmente uma participação minoritária no negócio.
3
Não tem posição executiva na empresa, mas apoia o
empreendedor atuando como um mentor ou conselheiro.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 19/38
Diante da regulamentação, o investidor-anjo que investe por meio desse
contrato tem algumas garantias (art. 61-A, §4º, I e II), como:
(i) não ser considerado sócio;
(ii) não responder por dívidas da sociedade;
(iii) não suportar riscos, como trabalhista e desconsideração da
personalidade jurídica.
Essas garantias são valiosas para o investidor-anjo, pois não é de
interesse desse player sofrer os riscos de ser considerado sócio da
empresa. O objetivo do investidor-anjo, portanto, é conseguir a
valorização do capital aportado e também estar ao lado dos fundadores
para agregar valor ao negócio. Mas, de outra sorte, ser considerado
sócio e sofrer todos os ônus disso, não é interessante.
Atenção!
Apesar dessas garantias, essa modalidade de
investimento recebe algumas críticas por estar sob
regulamentação excessiva. Por exemplo, a LC 155/2016
estabelece alguns prazos, como a vigência máxima do
contrato (art. 61-A, §1º), e define regras de remuneração
dos aportes (art. 61-A, §6º). Isso não é visto com bons
olhos, pois limita a liberdade de contratação e pode, por
vezes, não se adequar à realidade da startup e do
investidor.
Sociedade em Conta de Participação
A Sociedade em Conta de Participação (SCP), regulada pelos arts. 991 a
996 do Código Civil, é um tipo societário comumente utilizado como
veículo de investimento com a finalidade de levantar capital para algum
empreendimento. Também é bastante comum quando o assunto é
investimentos em startups também. Assim, temos:
Sócio ostensivo
O empreendedor ou a própria startup.
Realiza a operação prevista como objeto social da sociedade.
Sócio participante/oculto

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 20/38
Investidor-anjo.
Aporta capital com o objetivo de obter lucro quando a sociedade
for desfeita.
De acordo com o Código Civil (art. 993), a SCP não possui personalidade
jurídica própria e sua constituição independe de qualquer formalidade,
podendo provar-se por todos os meios de direito (art. 992), motivos
pelos quais a doutrina costuma classificá-la como uma sociedade com
natureza contratual. Com isso, todas as obrigações assumidas são em
nome do sócio ostensivo, aquele que exerce de fato o objeto social (art.
991).
Saiba mais
Em 2014, a Receita Federal do Brasil editou uma Instrução Normativa
(nº 1.470/2014) que conferiu às SCP a obrigatoriedade de inscrição no
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, consequentemente,
exigiu o cumprimento de obrigações acessórias.
Mútuo conversível
O contrato de mútuo é, tipicamente, um contrato de empréstimo. O
mutuante empresta valor ao mutuário e ambos estabelecem prazos e
parâmetros para devolução do valor. No mútuo conversível, em vez de o
valor emprestado ser devolvido, é estabelecido um prazo para que, ao
final do contrato, aquele valorseja convertido em participação
societária. Apesar disso, é importante também que conste no contrato a
possibilidade de que a dívida seja cobrada monetariamente, porque
pode ser que, ao final do prazo estabelecido, a conversão em
participação não seja oportuna para o investidor.
Esse modelo é interessante, porque o
investidor não assume riscos decorrentes da
participação societária até que, de fato, haja a
conversão.
Opção de compra
O contrato de opção de compra é bastante comum no ambiente
empresarial. Por meio dele, o comprador adquire o direito de comprar
participação societária, em determinado período, por um valor pré-
fixado.
Diferentemente do contrato de mútuo, em que o valor pago pela
participação societária é despendido logo no início, na opção de
compra, o valor pago pela participação societária é despendido apenas
no final do período de tempo previamente definido, quando o
comprador pode ou não exercer o direito de aquisição de participação.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 21/38
Apesar disso, também no início do contrato de opção de compra, o
comprador precisará despender um valor referente ao direito de
aquisição de ativo e não à aquisição do ativo em si, o que acontecerá
em momento posterior.
Agora que já apresentamos os veículos para investimento-anjo,
voltaremos a tratar das fases de investimento.
Fundos de investimento
Depois do investimento-anjo, a próxima fase é a dos fundos de
investimento. Nessa etapa, são necessários conhecimentos mais
específicos de Direito societário e mercado de capitais, pois a atividade
dos fundos de investimento apresenta uma estruturação específica e é
regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Neste
ponto, citamos a Lei nº 6.385/1976, que é responsável tanto por criar a
CVM quanto por regulamentar aspectos do mercado de valores
mobiliários.
De acordo com a Lei nº 6.385, os fundos de investimentos são
modalidades de investimento coletivo, sendo que o patrimônio integral é
dividido por quotas de valores mobiliários. Outro aspecto de extrema
relevância, que envolve o risco de estruturação de investimentos
coletivos, é que a CVM considera como valores mobiliários sujeitos ao
seu controle quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que
sejam ofertados publicamente.
Dessa forma, é preciso estar atento à realização ou não de oferta
pública de participação na estruturação de alguma modalidade de
investimento coletivo que não seja por meio de fundos.
No contexto de atuação dos fundos de investimentos, surgem termos
típicos do universo de startups:
Capital semente (Seed Money)
Venture Capital (VC)
Private Equity (PE)
Cada fundo de investimento possui uma especialização, uma tese de
investimento, uma média de valor de aporte.
Exemplo
Existem fundos de investimento internacionais especializados em
investimentos em fintechs da América Latina e aportes de capital
semente. É importante que, ao assessorar o cliente, você esteja ciente
desse tipo de realidade.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 22/38
Os fundos de capital semente atuam com aportes um pouco menores,
até aproximadamente R$5 milhões, em startups que ainda estão em
estágios iniciais de desenvolvimento.
Já os fundos de Venture Capital e Private Equity são modalidades de
investimento de risco, em que se realiza aporte esperando alto retorno.
Nesse momento, as startups estão saindo da fase de desenvolvimento e
caminhando para expansão e consolidação. Por isso, os valores
aportados são muito maiores e a proporção de participação societária
negociada também é maior.
É importante considerar que o investimento em startups é realizado em
rodadas:
Series A
A primeira rodada comumente é denominada Series A e tem
o objetivo de melhorar o produto, remunerar melhor o time,
melhorar a estruturação do local, tudo dentro de uma fase de
desenvolvimento.
Series B
Caso não seja possível alcançar todos os objetivos
pretendidos com o capital aportado em Series A, faz-se uma
nova rodada de investimentos em Series B. Aqui, estamos
falando da participação de fundos de VC. Os fundos de
Venture Capital geralmente realizam aportes entre R$5
milhões e R$20 milhões com a finalidade de propiciar o
crescimento e a consolidação.
Series C
Já na fase de internacionalização do projeto, em que a
startup já está consolidada, temos a participação de fundos
de Private Equity em rodada de Series C
Series D
Quando a rodada em Series C não alcança o resultado
desejado, é possível fazer uma rodada em Series D. Aqui,
estamos falando de fundos de Private Equity que realizam
aportes geralmente acima de R$50 milhões.
Initial Public Offering (IPO)
Fi l t últi f é b t d it l b l d
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 23/38
No meio de todo esse processo, é possível que a startup seja vendida
para outra, ou para um fundo, por exemplo, por preços milionários ou até
bilionários.
Exemplo
A startup Creditas inicialmente trabalhava com concessão de crédito
com garantia, mas recentemente adquiriu a startup Creditoo com o
objetivo de expandir o mercado e trabalhar também com a concessão
de crédito consignado.
Para facilitar a visualização das etapas de investimento, configura o
gráfico abaixo:
Outra modalidade de investimento que está ganhando destaque no
mercado é o equity crowdfunding, uma forma de investimento por
financiamento coletivo que acontece por meio de plataformas on-line.
Essa modalidade foi regulamentada pela Instrução CVM nº 588 de 2017.
As plataformas selecionam startups e empreendedores on-line que,
após passar por uma rigorosa análise, têm participações oferecidas em
troca de aportes financeiros, tudo regulado e supervisionado pela CVM.
Assim, centenas de investidores tem a possibilidade de realizar
investimento em startups por meio de uma plataforma on-line, com
baixos valores aportados.
Os investimentos em startups
No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre
os diferentes tipos de investimentos em startups!
Relações trabalhistas
Finalmente, a última fase é a abertura de capital na bolsa de
valores (oferta pública inicial), o chamado IPO (Initial Public
Offering).

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 24/38
O cenário real das startups em estágio inicial muitas vezes não
comporta a formalização de um vínculo celetista. Por causa dos tributos
envolvidos, um dos custos mais altos de uma empresa é a folha de
pagamento de empregados. Assim, diante do baixo faturamento dessas
empresas que estão começando, é comum que impere a informalidade.
Essa informalidade representa um grande risco para o empreendedor e
até mesmo para a continuidade do negócio, pois, segundo os requisitos
do art. 3º da CLT (Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943), a relação
de emprego pode ser reconhecida ainda que o contrato sinalize uma
relação de trabalho informal. Além disso, é comum que a personalidade
jurídica seja desconsiderada para o cumprimento de obrigações
trabalhistas.
Diante disso, o empreendedor se vê num grande dilema: tentar
empreender e avançar no projeto, mantendo a informalidade das
contratações diante da impossibilidade de arcar com os custos de uma
relação de emprego formal, ou desistir do seu negócio. Infelizmente, na
maior parte dos casos de startups em estágio inicial, não existe uma
terceira opção de formalizar os vínculos celetistas.
Dado esse cenário, a assessoria jurídica prestada deve, em primeiro
lugar, levar em conta a situação real do empreendedor e expor todos os
riscos envolvidos na informalidade das relações trabalhistas. Desse
modo, conforme os requisitos do art. 3º da CLT, a contratação celetista
deve ser recomendada:Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa
física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.
A despeito dos riscos, muitas vezes o empreendedor opta pela
realização de um simples contrato de prestação de serviços ou mesmo
pela “pejotização” dos funcionários, todas essas formas consideradas
pela Justiça do Trabalho como “máscaras” de um vínculo que, na
verdade, deveria ser celetista.
“pejotização”
A denominação “pejotização” tem sido utilizada pela jurisprudência para se referir à contratação de serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de
modo subordinado, não eventual e oneroso. Esse tipo de contratação é realizado por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim, na
tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego que evidentemente seriam existentes, fomentando a ilegalidade e burlando os direitos trabalhistas.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 25/38
É preciso frisar, no entanto, que o passivo
trabalhista deve ser eliminado o quanto antes,
já que pode ser um empecilho para a captação
de investimentos no mercado.
Muitos investidores compreendem que o passivo trabalhista pode
significar a morte da startup e, por tal motivo, esse aspecto é levado em
consideração durante a avaliação da startup.
Muitas vezes, o empreendedor questiona ao advogado se o contrato de
vesting não seria uma boa alternativa para driblar as exigências
trabalhistas, acreditando que o funcionário poderá trabalhar sem
receber remuneração em troca de participação societária futura. Apesar
de ser uma prática comum em ambiente de startups, é preciso estar
atento aos riscos.
No contrato de vesting, o empreendedor oferece participação societária
para funcionários estratégicos, por vezes, com o objetivo de recrutar
executivos mais seniores para trabalhar na empresa. Ocorre que o
contrato de vesting não pode ser utilizado para mascarar relação de
emprego, sob pena de esta ser reconhecida pela Justiça do Trabalho em
uma possível reclamação trabalhista. Por isso, o colaborador deve
receber seu salário e pagar pela aquisição de participação societária,
ainda que com desconto.
A aquisição de participação geralmente é feita gradualmente ao longo
do tempo e condicionada ao cumprimento de metas ou à ocorrência de
uma situação específica. Esse lapso de tempo em que vai acontecendo
gradualmente o direito de aquisição de participação é chamado de
período de vesting.
Saiba mais
Um outro termo muito comum a esse tipo de contrato é o cliff, uma
espécie de período de carência do contrato. Somente depois do cliff
surge o direito à aquisição de participação societária.
Apesar de a Justiça do Trabalho ser bastante conservadora em relação
ao reconhecimento do vínculo empregatício, podemos dizer que já
temos algumas conquistas no universo das startups. Veja um caso a
seguir:
Um caso emblemático aconteceu com a startup Singu, de Tallis
Gomes. A Singu utilizou o memorando de entendimentos, um
contrato que já abordamos aqui, para disciplinar a relação entre
os sócios fundadores da startup. Nesse memorando, os
fundadores estabeleceram cláusula vesting, na qual eles
adquiririam participação societária após o período de cliff.
Contudo, um dos fundadores foi “cliffado”, ou seja, saiu do
projeto antes do período de cliff, por isso não foi vestido da
participação societária e, portanto, não participou do contrato
social.
Caso startup Singu - Reclamação trabalhista 
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 26/38
Por causa disso, ingressou com reclamação trabalhista
(Processo nº: RTOrd 1000856-03.2017.5.02.0023 – 23ª Vara do
Trabalho de SP) com o intuito de reconhecer vínculo
empregatício na relação existente. O Magistrado sabiamente
reconheceu que não estavam presentes os requisitos da relação
de emprego e destacou que o fato de não constar no contrato
social não era suficiente para descaracterizar a condição de
sócio, tendo em vista que havia um memorando de
entendimentos que disciplinava sua participação societária
futura após o período do cliff (que foi descumprido).
Relações de consumo e proteção de
dados
Comumente, as startups (incluindo as legaltechs) atuam por meio de
aplicativos ou plataforma digitais, o que demanda do advogado uma
atuação voltada ao mercado digital. Nesse contexto, dois documentos
revelam-se extremamente necessários:
Os termos de uso
A política de privacidade
Atenção!
Esses documentos são extremamente relevantes para a
empresa porque neles estão previstos todos os limites da
responsabilidade assumida pela empresa naquela
contratação, bem como todas as possíveis regras.
Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, esses documentos
são contratos de adesão e, por esse motivo, devemos estar sempre
atentos às regras dessa legislação. A partir dessa perspectiva, cláusulas
tidas como abusivas, por exemplo, podem ser consideradas nulas, e
tudo aquilo que limita o Direito do Consumidor deve estar em destaque
no documento.
Outro aspecto relevante é o direito de arrependimento, trazido pelo CDC
e reforçado pela Lei do E-Commerce (Decreto nº 7.962, de 15 de março
de 2013 - outra legislação que merece atenção, juntamente com o
Marco Civil da Internet). O consumidor tem o direito de se arrepender e
devolver o produto em até 7 dias úteis do recebimento, sendo
necessário que a restituição do valor de compra seja integral.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 27/38
Ambos os documentos devem estar sempre à disposição do
consumidor dentro da plataforma, para que ele consulte sempre que
desejar. Além disso, é relevante que o consumidor aceite esses
contratos antes de fazer a compra, concordando com as regras
estabelecidas.
Os termos de uso contêm todas as definições do produto ou serviço
prestado pela empresa, com descrição das funcionalidades, da correta
utilização do produto/serviço. A política de privacidade, por sua vez,
prevê toda a forma de coleta, armazenamento, forma de utilização,
finalidade da coleta, tempo de armazenamento dos dados do
consumidor coletados na utilização da plataforma.
Neste ponto, cabe atenção especial à Lei Geral de Proteção de Dados
(Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018), já que a questão da
privacidade de dados é uma preocupação global.
Propriedade industrial: a importância
da proteção dos ativos da empresa
A inovação, muitas vezes inerente a startups e legaltechs, apresenta
reflexos na preocupação com a propriedade industrial, os ativos
intangíveis da empresa. É bastante comum relacionar o termo “aspectos
intangíveis” à propriedade industrial. Isso acontece porque, de fato,
marcas, patentes e software, por exemplo, não são ativos palpáveis do
ponto de vista material, mas na maioria dos casos são um dos
principais, se não o principal, pontos de inovação do negócio. Por isso é
de fundamental importância a proteção jurídica desses ativos.
Marcas
Patentes
Software
A marca possui vários aspectos, como branding, design, gestão,
mercado, além do aspecto jurídico, que diz respeito ao direito de uso
exclusivo. Tal direito é garantido com o registro junto ao Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O INPI disponibiliza em seu site um manual de marcas que apresenta
uma série de definições sobre marcas e esclarece como o registro da
marca é feito. De acordo com o Manual de Marcas (INPI, 2021):
marca é um sinal distintivo cujas funções
principais são identificar a origem e distinguir
produtos ou serviços de outros idênticos,
semelhantes ou afins de origem diversa.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 28/38
Assim, diante de tantos aspectos, registrar a marca e garantir a proteção
jurídica, revela-seessencial para a continuidade do negócio. É muito
importante que o registro seja feito o quanto antes, pois pode ser que a
marca não esteja mais disponível no futuro, obrigando o empreendedor
a criar uma nova marca e passar novamente por todo o processo de
design e branding.
Veja a seguir um comparativo entre registro de marca e patente:
Registro de marca
É uma exigência que muitas vezes acontece em rodadas de
investimento mais avançadas como também em casos nos quais o
empreendedor deseja franquear o seu negócio.
Patente
É a proteção conferida ao titular de uma invenção para que só ele
ou terceiros autorizados possam explorar essa invenção.
A patente é concedida mediante solicitação ao INPI. De acordo com a
Lei de Propriedade Industrial (LPI – Lei nº 9.279, de 14 de maio de
1996), existem dois tipos de patentes:
Patentes de invenção
Configuram-se como uma nova solução para um problema técnico
específico.
Patentes de modelo de utilidade
São definidas como uma nova forma ou disposição de um objeto
visando melhoria funcional.
A LPI de�ne vários requisitos e estabelece o
que pode ou não ser patenteado.
Sobre software, cabe mencionar a Lei de Software (Lei nº 9.609/1998),
que confere proteção aos programas de computador, assim definidos
pela lei como “um conjunto organizado de instruções em linguagem
natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza
(...)”.
Além de proteger o sistema, muitas vezes, é preciso também proteger o
código do sistema desenvolvido, e essa proteção se dá por meio de
outra legislação, a de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/1998).

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 29/38
Atenção!
Esses três assuntos são complexos e merecem grande
atenção dentro da Propriedade Industrial, já que a
inovação e a exploração de tecnologia são praticamente
inerentes às startups. Quanto a esses fatores, o papel da
assessoria jurídica é alertar o empreendedor sobre a
necessidade de conferir proteção jurídica à marca, à
patente e ao software, bem como auxiliar o
empreendedor nesse processo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa abaixo que corresponde a um tipo de contrato de
investimento típico de startup:
A Contrato de empreitada.
B Contrato de opção de compra.
C Contrato de arrendamento.
D Contrato de trabalho.
E Contrato de aluguel.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Por meio de um contrato de opção de compra, firmam-se condições para uma possibilidade de compra futura
de participação societária da startup, viabilizando o investimento.
Questão 2
A figura do sócio ostensivo está presente em qual tipo de contrato?
A Contrato de trabalho.
B Contrato de mútuo conversível.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 30/38
3 - Legaltechs e o mercado jurídico
O objetivo deste módulo é reconhecer a mudança do mercado jurídico e os problemas
solucionados por legaltechs
Legaltechs
As legaltechs são startups jurídicas focadas em solucionar os mais
variados problemas e “dores” do mercado jurídico tradicional. As
soluções criadas pelas legaltechs visam não só a melhorar o dia a dia
dos advogados, mas também a auxiliar os juízes no desempenho de
suas atividades jurisdicionais, assim como resolver problemas jurídicos
de maneira mais eficiente e escalável por meio da tecnologia.
As startups jurídicas podem ajudar os profissionais jurídicos das
seguintes maneiras:
Aumentando a produtividade e e�ciência
Reduzindo os custos dos escritórios
Oferecendo diferenciais competitivos
C Contrato de vesting.
D Sociedade em Conta de Participação (SPC).
E Contrato de opção de compra.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Em uma SCP, há a figura do sócio ostensivo, aquele que vai assumir uma posição de gestão do investimento em
uma startup, assim como a figura do sócio oculto, responsável por realizar aporte financeiro.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 31/38
Além disso, podem auxiliar o Poder Judiciário:
Diminuindo a quantidade de processos/litígios
Democratizando e aprimorando os serviços
Aumentando a transparência e reduzindo a
burocracia
Legaltech e lawtech são a mesma coisa?
Muitos se perguntam se há diferença entre os termos “Lawtech” e
“Legaltech”. Há quem diga que os temos não são sinônimos, usando
legaltech para denominar empresas que prestam serviços a advogados,
escritórios de advocacia e departamentos jurídicos corporativos; e
lawtechs para denominar empresas que buscam otimizar as atribuições
dos advogados como público final. No Brasil, utilizam-se os termos
como sinônimos.
Tipos de problemas solucionados por
legaltechs
Existem dois grandes grupos de problemas que podem ser
solucionados por legaltechs:
Problemas jurídicos
Problemas do mercado jurídico
Tradicionalmente, problemas jurídicos sempre foram solucionados com
o conhecimento de profissionais e operadores do Direito, em sua
maioria os advogados. Entretanto, com o início da transformação digital,
muitas tarefas que anteriormente eram exclusivamente feitas por
advogados sob a garantida da lei, atualmente podem ser solucionadas
pelas legaltechs, utilizando-se automação, grandes quantidades de
dados (big data) e algoritmos.
Dessa forma, com o auxílio da tecnologia disponível, demandas jurídicas
(na maioria das vezes repetitivas e mecânicas) de várias áreas, como
Direito do Consumidor, Direito Civil, Proteção de Dados, Direito
Imobiliário, Direito Tributário, dentre outras, são resolvidas de forma
mais escalável e eficiente.
Exemplo
São legaltechs brasileiras: Dados Legais, Legaut, Liberfly, TaxVision.
Já os problemas do mercado jurídico podem ser solucionados por
legaltechs focadas em jurimetria, gestão de documentos, gestão
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 32/38
processual, educação, inteligência artificial, entre outros, facilitando o
trabalho de advogados, juízes, tribunais, estagiários etc.
Categorias de legaltechs
De acordo com a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs
(AB2L), existem 13 categorias de startups jurídicas que solucionam
tanto problemas essencialmente jurídicos como do mercado jurídico:
Analytics e jurimetria
Redes de pro�ssionais
Compliance
Inteligência arti�cial
Regtech
Taxtech
Civic tech
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 33/38
Real Estate Tech
Conteúdo, educação e consultoria
Resolução de con�itos on-line
Automação e gestão de documentos
Gestão de escritórios e departamentos jurídicos
Extração e monitoramento de dados públicos
Tendo em vista o crescente número de advogados inscritos na OAB,
com projeções em torno de 2 milhões de advogados para 2023, o
mercado jurídico no Brasil certamente sofrerá grandes transformações
nos próximos 20 anos. De acordo com o advogado e professor britânico
Richard Susskind, o cenário jurídico mudará mais nessas próximas
décadas do que mudou nos últimos 200 anos.
No Brasil, além da saturação do mercado jurídico tradicional como uma
das causas de transformação do próprio mercado, vemos um setor de
investimentos de Venture Capital (investimentos em startups)
extremamente aquecido, fator que traz mais liquidez para os advogados
empreendedores dispostos a se arriscarem, podendo captar
investimento para sua lawtech com uma facilidade muito maior do que
tinha há alguns anos.
Richard Susskind
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 34/38
Autor dos livros Tomorrow’s Lawyers e The Future of the Professions.
Saiba mais
Nos últimos anos, o ecossistema de lawtechs tem se expandido de
maneira bastanteexpressiva, apresentando um crescimento de
aproximadamente 300% nos últimos 4 anos. Em 2017, a AB2L tinha
aproximadamente 50 startups jurídicas associadas. Hoje são
aproximadamente 200 associadas e 422 legaltechs mapeadas no Brasil
inteiro.
Nas palavras de Mark Beer (2020), um dos maiores especialistas em
tecnologia jurídica no mundo, as legaltechs serão, na próxima década, o
que foram as fintechs na década de 2010, referindo-se ao nível de
impacto causado ao mercado em que atuam:
Em um canto do ringue, temos a confluência
perfeita de poder de processamento, tecnólogos e
investimentos e, no outro, temos um sistema
envelhecido, ineficiente e antiquado (…). Não é
difícil prever o resultado!.
Dessa forma, o empreendedorismo voltado para legaltechs é uma das
inúmeras novas profissões jurídicas que surgiram como opção aos
operadores do Direito, sendo um caminho alternativo a concursos
públicos e advocacia nos moldes mais tradicionais.
O papel das legaltechs
No vídeo a seguir, veja uma análise do professor Guilherme Cabral sobre
as legaltechs!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Das alternativas abaixo, qual não se encaixa em um tipo de serviço
prestado por uma legaltech:
A Marketplace de advogados correspondentes.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 35/38
Considerações �nais
B Gestão processual.
C Agritech.
D Jurimetria.
E Civic tech.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Agritechs são startups e tecnologias focadas no agronegócio.
Questão 2
Assinale a alternativa falsa:
A
As legaltechs são startups jurídicas focadas somente
na solução de problemas essencialmente jurídicos.
B
As legaltechs revolvem problemas relacionados à
jurimetria.
C O Direito passará por uma transformação profunda.
D
O mercado de legaltech cresceu 300% nos últimos 4
anos.
E
As legaltechs resolvem problemas relacionados à
resolução de disputas on-line.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Startups jurídicas resolvem tanto problemas essencialmente jurídicos, como problemas do mercado jurídico.

15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 36/38
Ao longo do conteúdo, compreendemos algumas questões
extremamente, desde a mudança estrutural da sociedade até a Quarta
Revolução Industrial, que propiciou o surgimento das startups e
legaltechs, assim como questões de ordem mais prática relacionadas
ao processo de formação, estruturação e crescimento desse tipo de
empreendimento. Abordamos também questões jurídicas mais
relevantes, como, por exemplo, as estruturas contratuais e os contratos
de investimentos mais utilizados, e as diferentes legislações envolvidas:
trabalhista, de propriedade industrial, consumerista e de proteção de
dados.
Por fim, depois de compreendermos as nuances jurídicas de startups,
passamos para a compreensão das startups jurídicas, ou legaltechs, de
seu mercado específico, da mudança do universo jurídico que vem
propiciando o seu crescimento, assim como os tipos de legaltechs e as
oportunidades contidas nesse novo universo.
Caberá às novas gerações de juristas e de operadores do Direito se
ajustarem e compreenderem a nova realidade de negócios, os aspectos
jurídicos contidos nela e as novas relações jurídicas emergentes, assim
como a reformulação em andamento no mercado jurídico.
Podcast
Agora com a palavra o professor Guilherme Cabral, comentando sobre o papel das startups e a relevância das legaltechs para o Direito. Vamos ouvir!
Fala, Mestre!
Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as
informações que tornaram suas trajetórias únicas e brilhantes, sempre
em conexão com o tema que você acabou de estudar! Aqui você
encontra entretenimento de qualidade conectado com a informação que
te transforma.
O Papel do Direito na Sociedade
Sinopse: Ana Frazão, presidente da Comissão de Direito
Econômico da OAB Federal, discorre sobre a relação do direito
com a sociedade e sua função ao lado dos outros fatores
regulatórios que a regulam.

Referências
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 37/38
BEER, Mark. Como a tecnologia jurídica melhorará a justiça para todos.
The Astana Times. 28 de julho de 2020. Consultado na internet em: 26
abr. 2021.
BUGHIN, Jacques et al. Mudança de habilidade: automação e o futuro
da força de trabalho. McKinsey Global Institute. 23 de maio de 2018.
Consultado na internet em: 26 abr. 2021.
FARANI, Camila. Qual o papel desempenhado pelas startups na
economia brasileira em tempos de crise? Propmark. 2 de agosto de
2017. Consultado na internet em: 26 abr. 2021.
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL. INPI. Manual
de marcas. 3. ed. 2021. Consultado na internet em: 19 abr. 2021.
PEREIRA, Renée. Em meio à crise, maiores startups do país atraem
capital e já valem R$89 bi. O Estado de S. Paulo. 3 mar. 2019.
Consultado na internet em: 26 abr. 2021.
RIES, Eric. A startup enxuta. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro: 2016.
SUSSKIND, Richard. Tomorrows Lawyers. Oxford University Press, 2013.
SUSSKIND, Richard. The future of the professions. Oxford University
Press, 2016.
Explore +
Compreenda mais a respeito do mercado de Venture Capital e
investimento em startups no canal Pergunte ao VC, do Rodrigo Baer,
gestor de um fundo de Venture Capital.
Assista ao vídeo sobre o FlyZoo, hotel “inteligente” onde os serviços são
executados por robôs e veja o impacto do uso de IA, disponível no canal
da CNBC International (versão em inglês com possibilidade de
legendagem automática em português). Disponível no YouTube.
Assista ao documentário Alpha Go sobre a aplicação de inteligência
artificial em jogos, criado por uma startup de tecnologia e
posteriormente comprada pelo Google, disponível na internet e na
plataforma Netflix.
Conheça os sites:
AB2L - Associação Brasileira de Lawtechs & legalTechs
Portal Anjos do Brasil
Leia os artigos:
How Law Made Sillicon Valley, do Professor Anupan Chandler
(2014), explicando a importância do Direito para o ambiente de
startups no Vale do Silício.
Desreguladores do divórcio — como o startup da LawTech amigável
está mudando as regras, disponível no site Lowtomated.
15/02/2022 09:06 Startups e Legaltechs
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01981/index.html#imprimir 38/38
Creditas compra startup de crédito consignado Creditoo, disponível
no site Infomoney.
Leia também SPINA, Cassio A. Investidor Anjo — como conseguir
investimento para seu negócio (eBook Kindle). 2013.
 Baixar conteúdo
javascript:CriaPDF()

Continue navegando