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SUPORTE DE VIAS AÉREAS

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AULA 2 – VIAS AÉREAS 
DANIELA FRANCO 
1. DEFINIÇÃO 
Primeira prioridade no atendimento inicial ao 
politraumatizado. Durante o exame inicial a 
avaliação das vias aéreas e respiração devem ser 
feitas em no máximo 15 segundos. 
Definição: trajeto de passagem do ar atmosférico 
do meio ambiente até os pulmões 
2. ANATOMIA 
Vias aéreas superiores: nariz/boca, faringe, 
laringe, traquéia (porção superior). 
Vias aéreas inferiores: traquéia (porção inferior), 
brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. 
 
3. AVALIAÇÃO 
A obstrução da via aérea pode ser súbita e total, 
insidiosa e parcial e/ou progressiva e recorrente. 
Embora seja frequentemente relacionada à dor e 
ansiedade, ou ambas, a taquipneia pode ser um 
sinal sutil, porém precoce de comprometimento da 
via aérea ou da ventilação. 
Conversar com o paciente: se responder 
adequadamente significa via aérea pérvia (pelo 
menos momentânea). 
- Sempre com proteção da coluna cervical. 
- Técnica “VOS”: ver, ouvir, sentir (ver os 
movimentos torácicos, ouvir a respiração e sentir a 
saída de ar) 
Durante a avaliação primária da via aérea, diante 
de um "doente que conversa", pode-se concluir 
que a via aérea está permeável e que não 
apresenta comprometimento algum. Portanto, a 
medida inicial mais importante é falar com o 
doente e estimular sua responsividade verbal. A 
presença de resposta verbal clara e apropriada 
indica que a via aérea está permeável, que a 
ventilação está intacta e que a perfusão cerebral 
está adequada. Uma resposta inapropriada ou a 
ausência de resposta sugerem alteração do nível 
de consciência, comprometimento da via áerea e 
ventilatório, ou ambos. Doentes com alteração do 
nível de consciência são particularmente 
suscetíveis ao comprometimento da via aérea e 
frequentemente necessitam de uma via aérea 
definitiva. 
A manutenção da oxigenação e da prevenção da 
hipercapnia é fundamental para o controle do 
doente traumatizado, especialmente naqueles que 
apresentam lesão cerebral traumática. 
• OBJETIVOS: 
- Assegurar que a via aérea esteja permeável e 
diagnosticar rapidamente a obstrução; 
- Proteger contra broncoaspiração; 
- Suporte ventilatório e oferta adequada de O2 
para todos os pacientes. 
 
4. MANEJO 
A oximetria de pulso e a medida do C02 expirado 
são fundamentais. Se alguma alteração for 
identificada ou se houver suspeita de 
comprometimento da via aérea, medidas devem 
ser tomadas imediatamente para melhorar a 
oxigenação e reduzir o risco de piora do 
comprometimento ventilatório 
OBS: Todas essas medidas podem ocasionar 
alguma movimentação no pescoço do doente. É 
importante que a proteção da coluna cervical seja 
mantida em todos os doentes. 
A. OXIGENIOTERAPIA 
Sempre realizar oxigenioterapia antes do 
procedimento (pré-oxigenar com máscara e bolsa 
com maior FiO2 possível – 100%). 
A oferta de alto fluxo de oxigênio deve ser realizada 
tanto antes como após a instituição de medidas 
para o tratamento da via aérea. A sonda de 
aspiração com ponta rígida é fundamental e deve 
estar sempre disponível. Doentes com fraturas 
faciais podem apresentar associação de fraturas da 
placa crivosa e a introdução de sondas através do 
nariz pode resultar na passagem acidental da 
sonda para o interior da caixa craniana. 
B. MANOBRAS 
Manobras empregadas para permeabilizar a via 
aérea podem causar ou agravar lesões cervicais; 
portanto, a imobilização da coluna é fundamental 
durante a execução desses procedimentos. 
I. HIPEREXTENSÃO DO PESCOÇO. 
 
 
 
 
 
 
 II. TRAÇÃO DA MANDÍBULA (JAW THRUST) 
A manobra de tração da mandíbula (jaw-thrust) é 
realizada colocando uma mão em cada ângulo da 
mandíbula e deslocando-a para cima não pode ser 
utilizado em crianças, pois a rotação do dispositivo 
pode lesionar a boca e a faringe. 
 
 III. ELEVAÇÃO DO MENTO (CHIN LIFT) 
Na manobra de elevação do mento (chin-lift), os 
dedos de uma mão são colocados sob a mandíbula 
que é elevada cuidadosamente para deslocar o 
mento em direção anterior. O polegar da mesma 
mão afasta levemente o lábio inferior, para abrir a 
boca. O polegar pode também ser colocado 
posteriormente aos incisivos inferiores e, 
simultaneamente, o mento é delicadamente 
elevado. Essa manobra não deve provocar a 
hiperextensão do pescoço. Sua execução é viável 
em vítimas de trauma porque não apresenta o 
risco de converter uma fratura cervical sem lesão 
medular em uma fratura cervical com lesão 
medular. 
C. ASPIRAÇÃO E LIMPEZA MANUAL 
A aspiração é um risco ao doente traumatizado. O 
equipamento de aspiração deve estar operante, 
em fácil acesso e pronto para o uso do médico, a 
fim de auxiliá-lo a manter a via aérea permeável 
em todos os doentes traumatizados. 
Aspiração das vias aéreas - Tem como finalidade a 
remoção de sangue, vômito e de outros materiais. 
O vácuo pode ser criado com gás comprimido (O2 
ou ar), elétrico ou manualmente e os dispositivos 
utilizados podem ser rígidos ou flexíveis. Os rígidos 
são mais úteis para aspiração de matéria 
particulada sendo os melhores para urgências. Os 
flexíveis são os cateteres de aspiração. 
D. DISPOSITIVOS 
 I. MÁSCARA FACIAL – ventilação com bolsa-
valva: O ambu é uma bolsa autoinflável (de 
reanimação) com uma válvula acoplada que 
impede a recirculação e uma máscara macia que se 
adapta ao contorno da face; quando conectado a 
uma fonte de oxigênio, fazem um aporte de 60% a 
100% de oxigênio inspirado 
1. Indicações: Insuficiência respiratória, Falha na 
intubação. 
2. Contraindicações: Esses dispositivos causam 
engasgos e potencial de vômitos e aspiração em 
pacientes conscientes e, portanto, devem ser 
usados com cautela. A completa obstrução das vias 
aéreas superiores é uma contraindicação absoluta 
para ventilação com reanimador manual 
autoinflável. 
3. Materiais: Equipamento de proteção individual, 
inclusive luvas. Ressuscitador manual (dispositivo 
"bolsa-válvula-máscara"). Oxigênio. Reservatório 
acoplado ao aparato bolsa-válvula-máscara. 
4. Técnicas: 
ETAPA 1. Selecionar a máscara de tamanho 
adequado para ajustar-se à face do doente. 
ETAPA 2. Conectar uma fonte de oxigênio ao 
dispositivo de ventilação e ajustar o fluxo de 
oxigênio para 15 L/min. 
ETAPA 3. Certificar-se de que a via aérea do doente 
está pérvia e estabilizada pelas manobras 
previamente descritas. 
ETAPA 4. A primeira pessoa coloca a máscara na 
face do doente, realizando a manobra de tração da 
mandíbula e assegurando uma vedação adequada 
com as duas mãos. 
ETAPA 5. A segunda pessoa ventila o doente 
apertando o balão com as duas mãos. 
ETAPA 6. A eficiência da ventilação é avaliada 
observando o movimento torácico do doente. 
ETAPA 7. Ventilar o doente dessa maneira a cada 5 
segundos. 
5. Complicações: 
• Aspiração 
• Hipoventilação 
• Hiperventilação 
• Lesão da coluna cervical. 
Qualquer vazamento significativo causará 
hipoventilação das vias aéreas e poderá forçar 
gases para o estômago, aumentando o risco de 
aspiração 
 
 II. CÂNULAS DE GUEDEL (OROFARÍNGEA) 
1. Indicações: Somente em pacientes 
inconscientes (induz reflexo do vômito com 
consequente aspiração). Este procedimento é útil 
para a ventilação temporária do doente 
inconsciente, enquanto se tomam as medidas 
cabíveis para intubá-lo. 
2. Contraindicações Esse dispositivo não pode ser 
usado em doentes conscientes pois induziria o 
reflexo de vômito, vômitos e aspiração. Não pode 
ser utilizado em crianças, pois a rotação do 
dispositivo pode lesionar a boca e a faringe. 
3. Técnica: O tubo orofaríngeo é inserido na boca 
por trás da língua. A técnica preferida é deprimir a 
língua com um abaixador e, então, inserir o tubo 
posteriormente à língua, o que poderia bloquear - 
ao invés de liberar - a via aérea. 
Doentes que aceitam o tubo orofaríngeo muito 
provavelmente necessitarão de intubação.Uma 
técnica alternativa é a inserção do tubo 
orofaríngeo com concavidade voltada para cima 
em direção cranial até o palato mole. Após tocar o 
palato mole, roda-se o dispositivo 180° e desliza-se 
o tubo por trás da língua 
Medida: Distância entre a comissura labial e o 
ângulo da mandíbula (lobo da orelha). 
ETAPA 1. Selecionar o tubo de tamanho adequado. 
O tamanho correto é o que corresponde à distância 
que vai do canto da boca do doente até o lóbulo da 
orelha. 
ETAPA 2. Abrir a boca do doente com a manobra 
de elevação do mento ou pela técnica dos dedos 
cruzados (técnica da tesoura). 
ETAPA 3. Inserir um abaixador de língua sobre a 
língua do doente, o mais posteriormente possível, 
para abaixá-la adequadamente, tomando cuidado 
para não provocar náusea. 
ETAPA 4. Inserir o tubo posteriormente, 
deslizando-o gentilmente sobre a curvatura da 
língua, até que a aba do tubo se apoie sobre os 
lábios do doente. O tubo não deve empurrar a 
língua para trás levando à obstrução da via aérea. 
Uma técnica alternativa para inserção do tubo 
orofaríngeo, chamada técnica de rotação, consiste 
na inserção do tubo orofaríngeo com a ponta 
voltada para ' o palato do doente. A medida que o 
tubo é inserido, ele deve ser rodado 180 graus até 
que a aba do tubo se apoie sobre os lábios. 
ETAPA 5. Retirar o abaixador de língua. 
ETAPA 6. Ventilar o doente com dispositivo de 
máscara com válvula e balão. 
 
4.Complicações: lesão na cavidade oral, 
broncoaspiração, náusea, vômitos ou hemorragia, 
que podem ser desencadeados por uso de técnica 
inadequada na sua colocação ou quadros de 
inconsciência parcial. 
 
 III. CÂNULAS NASOFARÍNGEAS 
1. Indicações: Pacientes com trismo (constrição 
mandibular devido à contratura involuntária dos 
músculos mastigatórios). Este procedimento é 
utilizado em doentes que podem apresentar 
náuseas se submetidos à introdução do tubo 
orofaríngeo. 
2. Contraindicações Esse procedimento não deve 
ser tentado em doentes com suspeita ou possível 
lesão de placa cribiforme. Estenose severa ou 
atresia da cavidade nasal, fraturas de face, cirurgia 
recente de base de crânio, infecção nasossinusal 
ativa, epistaxe ativa e coagulopatias não corrigidas 
ou uso de anticoagulante. 
3. Técnica: O tubo nasofaríngeo é introduzido em 
uma das narinas e empurrado com cuidado em 
direção à orofaringe posterior. Ele deve ser 
previamente bem lubrificado e, então, deve ser 
introduzido na narina que não esteja 
aparentemente obstruída. Se durante a introdução 
do tubo nasofaríngeo for encontrada alguma 
obstrução, interrompa o procedimento e tente a 
outra narina. Tubo com 15 cm, de borracha ou 
plástico 
Lubriuficar com geléia anestésica e intriduzir pela 
narina; se obstrução, introduzir na outra narina. 
4. Complicações: 
• Obstrução das vias respiratórias por uma 
cânula orofaríngea de tamanho inadequado ou 
inserida inadequadamente 
• Engasgos e o potencial de vômito e 
broncoaspiração 
E. DISPOSITIVOS SUPRA-GLÓTICOS 
1. Indicações: Os dispositivos extraglóticos e 
supraglóticos são úteis no controle de doentes que 
necessitam de abordagem avançada da via aérea, 
mas nos quais a tentativa de intubação foi 
malsucedida, ou naqueles em que se sabe que 
dificilmente a intubação será conseguida. 
2. Contraindicações: 
3. Complicações: 
I. MÁSCARA LARÍNGEA (ML): Há um papel 
estabelecido para a máscara laríngea (ML) e para a 
máscara laríngea que permite a intubação (MLI) no 
tratamento de doentes com via aérea difícil, 
particularmente quando a intubação orotraqueal 
ou a ventilação com dispositivo de máscara com 
válvula e balão falhar. A ML não fornece uma via 
aérea definitiva e o posicionamento adequado 
desse dispositivo é difícil sem treinamento 
apropriado. A MLE é uma evolução do dispositivo, 
pois permite a intubação por dentro da máscara 
laríngea. Quando um doente chegar no 
departamento de emergência com a ML ou a MLE, 
o médico atendente deve planejar sua substituição 
por uma via aérea definitiva A face convexa 
posterior estará em contato com a parede da 
faringe e a anterior sobreposta à laringe, de forma 
a permitir a ventilação. Sua ponta se aloja sobre o 
esfíncter esofagiano superior. Obs.: Não veda 
completamente (risco de broncoaspiração) 
 
 
1. Materiais: 
• N.º 3 - crianças / 
adolescentes de 30 a 50 Kg 
• N.º 4 - adultos de 50 a 70 
Kg (geralmente mulheres / 
homens menor porte) 
• N.º 5 - adultos de 70 a 
100 Kg (geralmente homens / idosos – ausência de 
dentes) 
2. Técnica: 
ETAPA 1. Certificar-se da esterilização adequada. 
ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os 
componentes. 
ETAPA 3. Examinar o interior da máscara para 
certificar-se de que ele está livre de obstruções e 
sem partículas. 
ETAPA 4. Certificar-se de que a ventilação e a 
oxigenação utilizadas são adequadas e que um 
aspirador está imediatamente disponível na 
eventualidade de o doente vomitar. 
ETAPA 5. Insuflar o balão da máscara para 
certificar-se de que não vaza. 
ETAPA 6. Pedir para um assistente imobilizar 
manualmente a cabeça e o pescoço do doente. A 
região cervical não deve ser hiperextendida nem 
hiper fletida durante o procedimento. 
ETAPA 7. Antes de tentar inserir a máscara 
laríngea, deve-se esvaziar completamente o balão 
e lubrificá-lo. 
ETAPA 8. Escolher o tamanho correto da máscara 
laríngea: 3 para mulheres pequenas, 4 para 
mulheres grandes e homens pequenos e 5 para 
homens grandes. 
ETAPA 9. Segurar a máscara laríngea com a mão 
dominante como uma caneta, com o dedo 
indicador na junção entre o balão e o cabo e a 
abertura da máscara orientada sobre a língua. 
ETAPA 10. Passar a máscara por trás dos incisivos 
superiores com o cabo paralelo ao tórax do doente 
e o indicador apontando para quem está colocando 
a máscara. 
ETAPA 11. Empurrar a máscara laríngea lubrificada 
para a posição, ao longo da curva palatofaríngea, 
com o indicador mantendo pressão e guiando a 
máscara. 
ETAPA 1 2. Insuflar o balão com o volume indicado 
no cabo. 
ETAPA 1 3. Checar o posicionamento ventilando 
com dispositivo de máscara com válvula e balão. 
ETAPA 14. Visualizar a expansão torácica com a 
ventilação. 
ETAPA 15. Se a máscara laríngea que permite a 
intubação (MLI) estiver disponível, a intubação 
orotraqueal através dela deve ser tentada. Insuflar 
o balão do tubo endotraqueal para certificar-se de 
que não vaza e, a seguir, esvaziá-lo. 
ETAPA 16. Lubrificar o tubo com um lubrificante 
hidrossolúvel. 
ETAPA 17. Inserir cuidadosamente o tubo na MLI. 
ETAPA 18. Insuflar o balão com volume de ar 
suficiente para conseguir uma vedação adequada. 
Não hiperinsuflar o balão. 
ETAPA 19. Conferir a posição do tubo endotraqueal 
ventilando com o dispositivo de máscara com 
válvula e balão. 
ETAPA 20. Visualizar os movimentos da caixa 
torácica durante a ventilação. 
ETAPA 21. Auscultar o tórax e o abdome com 
estetoscópio para conferir a posição do tubo. 
ETAPA 22. Se a intubação endotraqueal não for 
conseguida em alguns segundos ou no tempo em 
que o médico que executa o procedimento 
consegue manter-se sem expirar, interromper as 
tentativas, ventilar o doente com dispositivo de 
máscara com válvula e balão conectada à MLI. 
ETAPA 23. Fixar o tubo. Se o doente for 
movimentado, o posicionamento do tubo deve ser 
reavaliado. 
 
II. TUBO LARÍNGEO (TL) – (KINGTUBE®): 
O tubo laríngeo CTL) é um dispositivo de via aérea 
extraglótico com capacidade similar à ML no que 
tange ao fornecimento de uma ventilação 
adequada ao doente. O TL não é uma via aérea 
definitiva e, portanto, é necessário planejar sua 
substituição por uma via aérea definitiva. Assim 
como a ML, o TL é colocado sem visualização direta 
da glote e não demanda manipulação significativa 
da cabeça e do pescoço do doente para sua 
inserção. 
1. Materiais: 
 
 
 
 
2. Técnica 
ETAPA1. Certificar-se da esterilização adequada. 
ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os 
componentes 
ETAPA 3. Examinar o interior do tubo para 
certificar-se de que ele está livre de obstruções e 
sem partículas. 
ETAPA 4. Insuflar os balões com o volume máximo 
de ar recomendado. 
ETAPA 5. Escolher o tamanho adequado do tubo 
laríngeo. 
ETAPA 6. Aplicar lubrificante à base de água na 
extremidade distai biselada e face posterior do 
tubo, com cuidado para não obstruir as aberturas 
ventilatórias. 
ETAPA 7. Preoxigenar o doente. 
ETAPA 8. Atingir o grau adequado de anestesia. 
ETAPA 9 . Pedir para um assistente imobilizar 
manualmente a cabeça e o pescoço do doente. A 
região cervical não deve ser hiperestendida nem 
hiperfletida durante o procedimento. 
ETAPA 10. Segurar o tubo laríngeo pelo conectar 
com a mão dominante e com a outra mão manter 
a boca aberta tracionando o mento. 
ETAPA 11. Com o tubo rodado lateralmente 45 a 90 
graus, introduzir a ponta na boca e avançar atrás 
da base da língua. 
ETAPA 12. Rodar o tubo de volta para a linha média 
logo que a ponta atingir a parede posterior da 
faringe. 
ETAPA 13. Avançar o tubo sem forçar até a base do 
conectar alinhar-se com os dentes e a gengiva. 
ETAPA 14. Insuflar os balões com o volume mínimo 
necessário para vedar a via aérea no pico de 
pressão ventilatória. 
ETAPA 15. Ao mesmo tempo que ventila 
delicadamente o doente para avaliar a ventilação, 
retirar o tubo até que a ventilação fique fá cil com 
fluxo de ar livre (o maior volume corrente com a 
menor pressão na via aérea). 
ETAPA 16. Existem marcas de referência na 
extremidade proximal do tubo que, quando 
alinhadas com os dentes superiores, indicam a 
profundidade da inserção 
ETAPA 17. Confirmar a posição por meio de 
ausculta, expansão torácica e capnografia. 
ETAPA 18. Reajustar a insuflação dos balões para 
vedar o sistema. 
ETAPA 19. Fixar o tubo laríngeo ao doente com fitas 
adesivas ou outros dispositivos. Também podem 
ser utilizados bloqueadores de mordida. 
III. CÂNULA DE DUPLO LÚMEN – (COMBITUBE ®) 
Tubo esofágico multilúmen é utilizado por algumas 
equipes do pré-hospitalar para manter a via aérea 
permeável quando a via aérea definitiva não é 
viável. Uma das vias possui comunicação com o 
esôfago e a outra com a traqueia. O profissional 
que utiliza esse dispositivo é treinado para 
identificar a via que permitirá a oclusão do esôfago 
e por qual via o ar será conduzido para a traqueia. 
1. Materiais 
1. Técnica A passagem de ar para o esôfago é 
ocluída com a insuflação do balão, e a via que 
conduzir ar para a traqueia recebe ventilação 
mecânica. o detector de co2 melhora a acurácia 
desse dispositivo. O tubo multilúmen deve ser 
removido e/ou uma via aérea definitiva deve ser 
estabelecida. 
IV. AUXILIARES PARA VIA AÉREA DIFÍCIL: 
1. Bougie 
a. Indicações: está indicado nos casos de intubação 
difícil, sempre que fatores anatômicos, 
traumáticos ou patológicos, não permitam boa 
visualização das cordas vocais através de 
laringoscopia direta. 
O bougie é um introdutor para o tubo traqueal, um 
estilete de 50 a 60 cm com a pontinha dobrada em 
um ângulo de 30°. 
b. Contraindicações: Comarck III 
 
c. Técnica: 
- Realizar laringoscopia: obter a melhor 
visualização possível da abertura glótica. 
- Inserir o Guia “BOUGIE” com a extremidade 
angulada “para cima”, que é a conformação mais 
favorável para o acesso à glote. 
- Procure acompanhar visualmente o trajeto da 
ponta angulada do guia em seu deslizar por baixo 
da face posterior da epiglote ou até que sua 
passagem através da fenda glótica seja 
concluída; Depois de avançar entre 24 e 40cm, 
preste atenção ao “sinal de stop”, quando o 
bougie para de progredir indicando que ele 
chegou em vias aéreas mais distais e finas. 
2. Nasofibroscópio: A nasofibroscopia é um exame 
de diagnóstico que permite avaliar a cavidade 
nasal, até à laringe, através da utilização de um 
aparelho chamado de nasofibroscópio, que possui 
uma câmera que permite visualizar o interior do 
nariz e as estruturas dessa região, e registar as 
imagens num computador. 
 
3 .Broncoscópio: A broncoscopia é um exame 
visual direto da laringe e das vias aéreas através de 
um tubo de visualização (broncoscópio). 
O broncoscópio tem uma câmera em sua 
extremidade que permite ao médico observar as 
grandes vias respiratórias (brônquios) dentro dos 
pulmões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. VIA AÉREA DEFINITIVA 
A. DEFINIÇÃO: 
Via aérea definitiva é definida como um tubo 
colocado na traqueia com o balonete (balão) 
insuflado abaixo das cordas vocais, conectado a 
uma fonte de oxigênio, sob ventilação assistida e 
com o tubo fixado. Doentes inconscientes com 
lesão cerebral traumática, doentes torporosos por 
abuso de álcool e/ ou outras drogas e portadores 
de traumatismo torácico podem apresentar 
dificuldade ventilatória. Nesses doentes, a 
finalidade da intubação endotraqueal é 
proporcionar uma via aérea permeável, ofertar 
oxigênio suplementar, permitir suporte 
ventilatório e prevenir o risco de aspiração. 
B. INDICAÇÕES 
Uma via aérea definitiva implica um tubo 
endotraqueal, com o balão insuflado abaixo das 
cordas vocais, devidamente fixado com fita ou 
cadarço, conectado a um sistema de ventilação 
assistida, com mistura enriquecida em oxigênio. Há 
três tipos de via aérea definitiva: tubo orotraqueal, 
tubo nasotraqueal e via aérea cirúrgica 
(cricotireoidostomia ou traqueostomia). 
Os critérios que indicam a instalação de uma via 
aérea definitiva são baseados em achados clínicos 
e incluem: 
• Alterações na Via Aérea (A) - Impossibilidade de 
manter a via aérea permeável de outra forma, com 
comprometimento iminente ou potencial da via aérea 
(lesões por inalação, fraturas faciais ou hematomas 
retrofaríngeos) 
• Alterações na Ventilação (B) - Impossibilidade de 
manter oxigenação adequada com ventilação por 
dispositivo de máscara com válvula e balão e oxigênio 
suplementar, e presença de apneia 
• Alterações na Função Neurológica (D) Presença de 
traumatismo fechado de crânio que demande 
ventilação assistida (escala de coma de Glasgow [GCS] 
menor ou igual a 8), necessidade de proteger a via aérea 
pelo risco de aspiração de sangue ou vômitos, ou 
convulsões persistentes 
 
C. INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL 
Embora seja fundamental estabelecer se existe ou 
não fratura da coluna cervical, a obtenção de 
estudos radiológicos (radiografias ou tomografias 
computadorizadas de coluna cervical) não deve 
impedir ou retardar a adoção de uma via aérea 
definitiva quando ela estiver claramente indicada. 
O doente com escore GCS igual ou inferior a 8 
exige intubação imediata. Se não houver 
necessidade imediata de intubação, pode-se, 
então, providenciar radiografias da coluna cervical. 
Doentes com pontuação na GCS menor ou igual 8 
precisam de intubação imediata. Se não houver 
necessidade imediata de intubação, a avaliação 
radiológica da coluna cervical pode ser obtida. 
Entretanto, uma radiografia de perfil de coluna 
cervical normal não exclui a possibilidade de lesão 
da coluna cervical. 
OBS: A entubação orotraqueal é preferível para os 
pacientes em apneia e para os pacientes graves, 
porque geralmente é mais rápida do que 
a entubação nasotraqueal, que é reservada para 
pacientes acordados e respirando 
espontaneamente, ou nos casos em que a 
cavidade oral deva ser evitada. 
i. Indicações: PCR, Apnéia, Insuficiência 
respiratória, Depressão do sensório com perda da 
capacidade de proteger a via aérea, e Indicação de 
ventilação sob pressão positiva. Se o doente estiver 
em apneia, a intubação orotraqueal é indicada. 
Proteção das vias aéreas (pacientes com Glasgow ≤ 
8); hipoxemia refratária; parada 
cardiorrespiratória, necessidade de assistência 
ventilatória prolongada ou controle da ventilação 
pulmonar,condição que pode cursar com 
obstrução de vias aéreas (anafilaxia, infecções e 
queimadura de vias aéreas) 
ii. Contraindicações: é contraindicada em apneia; 
fraturas faciais, do seio frontal, da base do crânio e 
da placa cribiforme. 
iii. Materiais: 
- Todo o material necessário para o procedimento 
deve ser checado antes do inicio das manobras. 
- EPI; drogas para sedação, analgesia e bloqueio 
neuromuscular; seringa para insuflar o balonete; 
- Laringoscópio; cânula traqueal; fio guia; material 
de fixação do tubo; máscara válvula-balão (ambu); 
- laringoscópio de lâmina curva (adultos) ou lâmina 
reta (crianças e bebês). 
- balonete da cânula deve ser testado, a fim de 
garantir que não haja vazamentos. 
- não insuflar o balonete em crianças 
Uma excelente ferramenta nos casos de via aérea 
difícil é o Introdutor de Tubo Traqueal Eschmann 
(ITTE) também conhecido como guia introdutor 
para intubação (bougie). O GEB é utilizado quando 
as cordas vocais não são visualizadas através da 
laringoscopia direta. Com o laringoscópio 
posicionado, o GEB é introduzido às cegas além da 
epiglote, com a ponta angulada posicionada 
anteriormente 
A posição traqueal é confirmada com sensação de 
"cliques" durante o atrito entre a ponta do 
introdutor e os anéis cartilaginosos da traqueia, 
com rotação do guia para a direita ou esquerda 
quando o introdutor alcança os brônquios; ou com 
a parada do introdutor ao atingir os ramos mais 
finos da árvore brônquica (em 10 a 13% das vezes), 
o que ocorre normalmente na marca de 50 em. 
Nenhuma dessas situações ocorre se o GEB entrar 
no esôfago. 
iv. Avaliação LEMON para intubação difícil 
v. Procedimento: 
ETAPA 1. Certificar-se da esterilização adequada. 
ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os 
componentes. 
ETAPA 3. Examinar o interior do tubo orotraqueal 
para certificar-se de que ele está livre de 
obstruções e sem partículas. 
ETAPA 4. Certificar-se de que a ventilação e a 
oxigenação utilizadas são adequadas e que um 
aspirador está imediatamente disponível na 
eventualidade de o doente vomitar. 
ETAPA 5. Insuflar o balão do tubo endotraqueal 
para certificar-se de que não vaza e, a seguir, 
esvaziá-lo. 
ETAPA 6. Conectar a lâmina do laringoscópio ao 
cabo e verificar a intensidade da luz. 
ETAPA 7. Avaliar a dificuldade da intubação 
utilizando o LEMON. 
ETAPA 8. Um assistente deve imobilizar 
manualmente o pescoço e a cabeça. O pescoço do 
doente não deve ser hiperestendido nem 
hiperfletido durante esse procedimento. 
 
ETAPA 9. Segurar o laringoscópio com a mão 
esquerda. 
ETAPA 10. Inserir o laringoscópio no lado direito da 
boca do doente, deslocando a língua para a 
esquerda. 
ETAPA 11. Visualizar a epiglote e, a seguir, as 
cordas vocais. A manipulação da laringe por meio 
da pressão sobre a cartilagem cricoide em direção 
posterior, cranial e para o lado direito pode auxiliar 
na visualização. 
ETAPA 12. Inserir delicadamente o tubo 
endotraqueal na traqueia sem aplicar pressão 
sobre os dentes e as partes moles da boca. 
ETAPA 13. Insuflar o balão com volume de ar 
suficiente para conseguir uma vedação adequada. 
Não hiperinsuflar o balão. 
ETAPA 14. Conferir a posição do tubo endotraqueal 
ventilando com o dispositivo de máscara com 
válvula e balão. 
ETAPA 15. Visualizar os movimentos da caixa 
torácica durante a ventilação. 
ETAPA 16. Auscultar o tórax e o abdome com 
estetoscópio para conferir a posição do tubo, que 
deve ser avaliada cuidadosamente. A radiografia 
de tórax pode ser útil para avaliar a posição do 
tubo, mas não exclui a intubação esofágica. 
ETAPA 17. Se a intubação endotraqueal não for 
conseguida em alguns segundos ou no tempo em 
que o médico que executa o procedimento 
consegue manter-se sem expirar, interromper as 
tentativas, ventilar o doente com dispositivo de 
máscara com válvula e balão e tentar novamente 
utilizando o GEB. 
ETAPA 18. Fixar o tubo. Se o doente for 
movimentado, o posicionamento do tubo deve ser 
reavaliado. 
ETAPA 19. Conectar um capnógrafo ao tubo 
endotraqueal, entre o adaptador e o dispositivo de 
ventilação para confirmar o posicionamento do 
tubo na traqueia. 
ETAPA 20. Conectar um oxímetro de pulso a um 
dos dedos do doente (a perfusão periférica deve 
estar preservada) para medir e monitorar o nível 
de saturação de oxigênio do doente e fornecer 
uma avaliação imediata das intervenções 
terapêuticas. 
OBS: A manipulação da laringe por meio da pressão 
sobre a cartilagem cricoide em direção posterior, 
cranial e para o lado direito pode auxiliar na 
visualização das cordas vocais. Para realizar essa 
manobra e administrar medicamentos, é 
necessário o auxílio de pelo menos mais uma 
pessoa. 
vi. Checagem da intubação: Após a realização da 
laringoscopia direta e da introdução do tubo 
orotraqueal, deve-se insuflar o balão e iniciar a 
ventilação assistida. O posicionamento adequado 
do tubo na traqueia é sugerido, porém não 
confirmado, pela ausculta de murmúrio vesicular 
em ambos os campos pulmonares e pela ausência 
de ausculta de borborigmos no epigástrio. A 
presença de borborigmos no epigástrio durante a 
inspiração do doente sugere intubação esofágica e 
obriga que o tubo seja trocado e posicionado de 
forma adequada. O detector de dióxido de 
carbono (idealmente um capnógrafo porém, se 
este não estiver disponível, pode-se usar um 
detector colorimétrico de C02) é indicado para 
auxiliar na confirmação da intubação correta da via 
aérea. A presença de C02 no ar expirado indica que 
a intubação foi bem-sucedida, mas não garante 
que o tubo endotraqueal esteja em posição 
correta. Quando a presença de CO2 não for 
detectada, ocorreu intubação esofágica. O 
posicionamento adequado do tubo dentro da 
traqueia é confirmado de forma mais adequada 
por meio da radiografia de tórax, uma vez que a 
possibilidade de intubação esofágica esteja 
excluída. 
• Visualização da passagem da cânula pelas 
cordas vocais; 
• Embaçamento da cânula; 
• Expansão simétrica do tórax; 
• Ausculta dos 5 pontos: epigástrio, bases D/E e 
ápices D/E; 
• Capnografia (detector de CO2 exalado) 
• Raio X de tórax: confirmar a posição da cânula 
e distância da carina - 2 dedos acima do botão 
aórtico. 
OBS: A melhor oferta de ar oxigenado inspirado é 
obtida com fluxo de oxigênio superior a 11 
litros/minuto, por meio de uma máscara facial 
dotada de reservatório de oxigênio e devidamente 
ajustada. 
A oximetria de pulso é um método não invasivo de 
medida contínua da saturação de oxigênio do 
sangue arterial.. Entretanto, uma saturação maior 
ou igual a 95%, medida pela oximetria de pulso, é 
forte evidência que corrobora para uma 
oxigenação arterial periférica adequada (Pa02 > 70 
mm Hg, ou 9.3 kPa). 
vii. Complicações: Colocação errada do tubo no 
esôfago com má ventilação e indução de vomito. 
Vômitos. Aumento da pressão intracraniana, 
hipoxemia e arritmias durante o procedimento 
• Intubação esofágica ou seletiva (normalmente 
brônquio direito); 
• Vômitos e aspiração; trauma de dentes, lábios, 
língua e cordas vocais; 
• Agravamento de lesão da coluna cervical por 
movimentação da cabeça durante o 
procedimento; 
• Pneumotórax e pneumomediastino; ruptura 
do estômago. 
viii. Drogas que podem ser utilizadas: 
• Analgesia: opioides (fentanil e remifentanil) – 
pouco utilizados; 
• Sedação: propofol, midazolam ou etomidato 
(efeito passa mais rápido - prefirível, mas 
pouco disponível); Obs.: Flumazenil deve estar 
disponível para reverter os efeitos sedativos 
dos benzodiazepínicos, caso seja necessário. 
• Bloqueio neuromuscular: succinilcolina (risco 
de PCR devido parada do diafragma) 
Obs.1: Utilizar com cuidado em pacientes com 
insuf. renal crônica e grande queimado devido 
ao risco de hipercalemia e PCR. 
Obs.2: O bloqueio neuromuscular não é 
obrigatório em todos osdoentes, útil em 
pacientes muito rígidos. 
 
 
 
6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
Condições que impeça total ou parcialmente o 
trânsito do ar ambiente até os alvéolos 
pulmonares. 
A. DIAGNÓSTICO 
SINAIS OBJETIVOS DE OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA 
1. Observe o doente e avalie se ele está agitado ou 
torporoso. A presença de agitação sugere hipóxia e 
o torpor sugere hipercapnia. A cianose indica 
hipoxemia por oxigenação inadequada e é 
identificada na inspeção de leitos ungueais e região 
perioral. A cianose, entretanto, é um sinal tardio de 
hipóxia. A oximetria de pulso deve ser usada 
precocemente na avaliação da via aérea para 
identificar hipoxemia antes da instalação da 
cianose. Verifique se há tiragem intercostal e uso 
de musculatura acessória na ventilação; eles 
indicam o comprometimento da via aérea/ 
ventilação. 
2. Ouça a via aérea atentamente à procura de 
ruídos anormais. Respiração ruidosa indica 
obstrução. Roncos, gorgolejos e estridores podem 
ser manifestação de obstrução parcial da faringe 
ou da laringe. Rouquidão (disfonia) implica 
obstrução funcional da laringe. 
3. Palpe a traqueia e determine, rapidamente, se 
ela está em posição central no pescoço. 
4. Preste atenção no comportamento do seu 
doente. Diante de um doente agitado, agressivo, 
deve-se pensar que a primeira causa desse 
comportamento é a hipóxia e não a intoxicação, 
exógena. 
OBS: Se a ventilação do doente não melhorar após 
a desobstrução da via aérea, deve-se procurar por 
outras causas de comprometimento ventilatório. O 
trauma direto sobre o tórax, principalmente na 
presença de fratura de arcos costais, provoca dor 
durante a mecânica ventilatória, com consequente 
ventilação rápida e superficial e hipoxemia. 
 
 
Sinais de obstrução da via aérea: 
• Agitação (hipóxia); Torpor (hipercapnia). 
• Cianose: indicativo de hipoxemia tardia. Obs.: A 
oximetria de pulso deve ser usada precocemente 
na avaliação da via aérea para identificar 
hipoxemia antes da instalação da cianose. 
• Taquidispneia; Tiragem intercostal e uso de 
musculatura acessória. 
• Respiração ruidosa, roncos, gorgolejos e 
estridores. 
• Fratura de laringe: “tríade”- enfisema 
subcutâneo, rouquidão, fratura palpável 
(indicativo traqueo de urgência). 
 
Obstrução incompleta: capacidade de emitir sons (tossir 
e falar). 
Obstrução completa: incapacidade de emitir sons, 
agitação/torpor e cianose. 
 
B. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS 
- Obstrução mecânica: secreção, sangue, líquido, 
alimento, corpo estranho, tumor. 
• Queda da base da língua, causada por 
rebaixamento do nível de consciência com 
relaxamento da musculatura da hipofaringe que 
sustenta a língua. 
• Edema de glote (anafilaxia). 
• Trauma direto de estrutura: laringe. 
Obs.: Principais causas → secreção e queda da base 
da língua. 
C. TRATAMENTOS 
• Aspiração do conteúdo; 
• Retirada manualmente do corpo estranho 
quando visível e acessível - se não visualizar = IOT; 
• Vítimas conscientes: Manobra de Heimlich: - em 
adultos – 4 compressões na região superior do 
abdome. 
7. ALGORITMO DA VIA AÉREA DIFÍCIL 
O método mneumônico LEMON pode auxiliar na 
avaliação de um potencial via aérea difícil. Procure 
por evidências de via aérea difícil (boca ou 
mandíbula pequena, prognatismo e trauma facial). 
Qualquer obstrução de via aérea representa um 
desafio imediato. Todos os doentes com 
mecanismo de trauma fechado necessitam de 
imobilização da coluna cervical com colar cervical, 
o que dificulta a obtenção de uma via aérea 
definitiva. 
L = Look Externally (Localize externamente): 
Procure por características que levem a 
dificuldades na intubação ou na ventilação. 
E = Evaluate (Examine as distâncias com a regra do 
3-3-2): Para alinhar os eixos da faringe, da laringe e 
da boca para uma intubação simples, as seguintes 
relações devem ser observadas. 
• A distância entre os dentes incisivos deve ser de 
pelo menos 3 dedos (3) 
• A distância entre o osso hioide e o mento deve 
ser de pelo menos 3 dedos (3) 
• A distância entre a proeminência tireóidea e o 
assoalho da boca deve ser de pelo menos 2 dedos 
M = Mallampati: A hipofaringe deve ser visualizada 
de forma adequada. Um método tradicional é o 
uso da Classificação de Mallampati. Quando 
possível, solicita-se ao doente que se sente, abra 
totalmente a boca e realize a protrusão máxima da 
língua. O examinador irá avaliar o grau de 
visualização da hipofaringe com o auxílio de uma 
laterna. Nos doentes em decúbito dorsal, o escore 
de Mallampati pode ser estimado ao solicitar que 
o doente abra a boca completamente e faça a 
protrusão da língua. A luz do laringoscópio é 
direcionada de cima para a hipofaringe. 
Grau I – visualização do palato mole, úvula, 
amígdalas, pilares amigdalinos anteriores e 
posteriores. 
Grau II – visualização do palato mole, amígdalas e 
úvula. 
Grau III – visualização do palato mole e da base da 
úvula. 
 Grau IV – o palato mole não é visível 
O = Obstruction (Obstrução): Qualquer condição 
que leve à obstrução da via aérea tornará a 
laringoscopia e ventilação difíceis. Essas situações 
incluem epiglotite, abscesso peritonsilar e trauma. 
N = Neck Mobil ity (Mobilidade Cervical - No peito 
encoste o queixo): A mobilidade do pescoço é 
importante para o sucesso da intubação. Ela é 
avaliada ao solicitar ao doente para flexionar o 
queixo no peito e, em seguida, estender como se 
fosse olhar para o teto. Os doentes com colar 
cervical, obviamente, não podem movimentar o 
pescoço e são, portanto, mais difíceis de intubar. 
 
CASOS 
1. Homem, 35 anos de idade, epilético em uso 
regular de medicação, apresentou um episódio de 
crise convulsiva. Foi acionado o serviço médico pra 
hospitalar e na chegada encontra um paciente 
hiporresponsivo, cianótico, com sialorreia 
abundante. Apresenta respiração ruidosa, PA: 
135x80, FC: 98 e Sat 88%. Quais medidas devem ser 
tomadas em relação a vias aéreas desse paciente? 
 
 
 
 
 
 
2. Homem 44 anos, Vítima de amputação 
traumática de membro inferior esquerdo na altura 
do joelho por esmagamento com peça automotiva. 
No momento do impacto teve uma queda da 
própria altura ao solo, não havendo traumatismo 
da região do crânio. A equipe de resgate local disse 
que havia uma quantidade muito grande de sangue 
no local e o paciente estava alerta, porém durante 
o transporte começou a perder nível de 
consciência. Na chegada ao hospital, está 
diaforético, pálido, sudoreico, imobilizado com 
colar cervical, prancha rígida e um garrote no 
membro amputado. Apresenta uma PA 60x 40 
mmHg, FC 144 bpm, Sat: 88%, já com suporte de 
oxigênio 12 litros por minuto. No momento não se 
encontra responsivo mesmo aos estímulos 
dolorosos. Quais as hipóteses para essa queda de 
saturação? Quais medidas podem ser tomadas 
nesse caso? 
 
 
 
3. Mulher, 28 anos, condutora de motocicleta, 
vítima de colisão contra carro em rodovia. 
Encontrada ao solo, inconsciente. 
A- Vias aéreas pérvias, colocado colar cervical. 
Murmúrio presente bilateral simétrico, sem ruídos 
adventícios, Sat: 90%. 
C- Coração rítmico, 2 bulhas normofonéticas sem 
sopros, PA: 100X70 mmHg FC: 100 bpm. D- 
Glasgow 3, pupilas anisocóricas, midriática à 
esquerda e fotorreativas. 
E- Fratura exposta em tíbia e fíbula esquerda 
Você opta por realizar a proteção das vias aéreas, 
porém não consegue visualizar as cordas vocais, do 
paciente. 
Diante da situação, quais dispositivos podem ser 
usados nesse atendimento até a chegada no 
hospital? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Homem tabagista e etilista, emagrecido, perda 
ponderal de 20 kg nos últimos 3 meses, em 
investigação de massa expansiva na região cervical. 
Há 12 dias vem apresentando disfagia progressiva, 
inicialmente para sólidos e no momento refere não 
conseguir ingerir nem mesmo líquidos. Hoje pela 
manhã apresentouquadro de dispneia súbita e 
grave. Chega na emergência com FR: 65 ipm, 
estridor laríngeo. Ao exame, apresenta massa 
grande endurada, aderida a planos profundos na 
região anterior do pescoço com desvio da traqueia 
para a esquerda. Em uma revisão rápida do 
prontuário encontramos uma tomografia recente 
que mostra compressão esofágica e traqueal pela 
massa. A biopsia revela se tratar de um carcinoma 
espino celular. Diante do quadro, qual seria a 
melhor conduta? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Masculino, 72 anos, tabagista e em tratamento 
de DPOC, há 2 anos sem crises de dispneia, estava 
dormindo em casa, quando subitamente 
apresentou quadro de dor torácica, dispneia, 
sudorese fria e palidez cutâneo mucosa. Da 
entrada na emergência com em franca 
insuficiência respiratória. Conversando com 
dificuldade queixando de muita falta de ar. PA: 
70x50 mmHg, FC: 145 bpm, FR: 58 ipm, Sat: 78%. 
Ausculta respiratória mostra Murmúrio vesicular 
abolido a esquerda e presente a direita sem ruídos 
adventícios. Qual sua hipótese diagnostica? Como 
devemos abordar a via aérea desse paciente? Qual 
tratamento?

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