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AULA 2 – VIAS AÉREAS DANIELA FRANCO 1. DEFINIÇÃO Primeira prioridade no atendimento inicial ao politraumatizado. Durante o exame inicial a avaliação das vias aéreas e respiração devem ser feitas em no máximo 15 segundos. Definição: trajeto de passagem do ar atmosférico do meio ambiente até os pulmões 2. ANATOMIA Vias aéreas superiores: nariz/boca, faringe, laringe, traquéia (porção superior). Vias aéreas inferiores: traquéia (porção inferior), brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. 3. AVALIAÇÃO A obstrução da via aérea pode ser súbita e total, insidiosa e parcial e/ou progressiva e recorrente. Embora seja frequentemente relacionada à dor e ansiedade, ou ambas, a taquipneia pode ser um sinal sutil, porém precoce de comprometimento da via aérea ou da ventilação. Conversar com o paciente: se responder adequadamente significa via aérea pérvia (pelo menos momentânea). - Sempre com proteção da coluna cervical. - Técnica “VOS”: ver, ouvir, sentir (ver os movimentos torácicos, ouvir a respiração e sentir a saída de ar) Durante a avaliação primária da via aérea, diante de um "doente que conversa", pode-se concluir que a via aérea está permeável e que não apresenta comprometimento algum. Portanto, a medida inicial mais importante é falar com o doente e estimular sua responsividade verbal. A presença de resposta verbal clara e apropriada indica que a via aérea está permeável, que a ventilação está intacta e que a perfusão cerebral está adequada. Uma resposta inapropriada ou a ausência de resposta sugerem alteração do nível de consciência, comprometimento da via áerea e ventilatório, ou ambos. Doentes com alteração do nível de consciência são particularmente suscetíveis ao comprometimento da via aérea e frequentemente necessitam de uma via aérea definitiva. A manutenção da oxigenação e da prevenção da hipercapnia é fundamental para o controle do doente traumatizado, especialmente naqueles que apresentam lesão cerebral traumática. • OBJETIVOS: - Assegurar que a via aérea esteja permeável e diagnosticar rapidamente a obstrução; - Proteger contra broncoaspiração; - Suporte ventilatório e oferta adequada de O2 para todos os pacientes. 4. MANEJO A oximetria de pulso e a medida do C02 expirado são fundamentais. Se alguma alteração for identificada ou se houver suspeita de comprometimento da via aérea, medidas devem ser tomadas imediatamente para melhorar a oxigenação e reduzir o risco de piora do comprometimento ventilatório OBS: Todas essas medidas podem ocasionar alguma movimentação no pescoço do doente. É importante que a proteção da coluna cervical seja mantida em todos os doentes. A. OXIGENIOTERAPIA Sempre realizar oxigenioterapia antes do procedimento (pré-oxigenar com máscara e bolsa com maior FiO2 possível – 100%). A oferta de alto fluxo de oxigênio deve ser realizada tanto antes como após a instituição de medidas para o tratamento da via aérea. A sonda de aspiração com ponta rígida é fundamental e deve estar sempre disponível. Doentes com fraturas faciais podem apresentar associação de fraturas da placa crivosa e a introdução de sondas através do nariz pode resultar na passagem acidental da sonda para o interior da caixa craniana. B. MANOBRAS Manobras empregadas para permeabilizar a via aérea podem causar ou agravar lesões cervicais; portanto, a imobilização da coluna é fundamental durante a execução desses procedimentos. I. HIPEREXTENSÃO DO PESCOÇO. II. TRAÇÃO DA MANDÍBULA (JAW THRUST) A manobra de tração da mandíbula (jaw-thrust) é realizada colocando uma mão em cada ângulo da mandíbula e deslocando-a para cima não pode ser utilizado em crianças, pois a rotação do dispositivo pode lesionar a boca e a faringe. III. ELEVAÇÃO DO MENTO (CHIN LIFT) Na manobra de elevação do mento (chin-lift), os dedos de uma mão são colocados sob a mandíbula que é elevada cuidadosamente para deslocar o mento em direção anterior. O polegar da mesma mão afasta levemente o lábio inferior, para abrir a boca. O polegar pode também ser colocado posteriormente aos incisivos inferiores e, simultaneamente, o mento é delicadamente elevado. Essa manobra não deve provocar a hiperextensão do pescoço. Sua execução é viável em vítimas de trauma porque não apresenta o risco de converter uma fratura cervical sem lesão medular em uma fratura cervical com lesão medular. C. ASPIRAÇÃO E LIMPEZA MANUAL A aspiração é um risco ao doente traumatizado. O equipamento de aspiração deve estar operante, em fácil acesso e pronto para o uso do médico, a fim de auxiliá-lo a manter a via aérea permeável em todos os doentes traumatizados. Aspiração das vias aéreas - Tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e de outros materiais. O vácuo pode ser criado com gás comprimido (O2 ou ar), elétrico ou manualmente e os dispositivos utilizados podem ser rígidos ou flexíveis. Os rígidos são mais úteis para aspiração de matéria particulada sendo os melhores para urgências. Os flexíveis são os cateteres de aspiração. D. DISPOSITIVOS I. MÁSCARA FACIAL – ventilação com bolsa- valva: O ambu é uma bolsa autoinflável (de reanimação) com uma válvula acoplada que impede a recirculação e uma máscara macia que se adapta ao contorno da face; quando conectado a uma fonte de oxigênio, fazem um aporte de 60% a 100% de oxigênio inspirado 1. Indicações: Insuficiência respiratória, Falha na intubação. 2. Contraindicações: Esses dispositivos causam engasgos e potencial de vômitos e aspiração em pacientes conscientes e, portanto, devem ser usados com cautela. A completa obstrução das vias aéreas superiores é uma contraindicação absoluta para ventilação com reanimador manual autoinflável. 3. Materiais: Equipamento de proteção individual, inclusive luvas. Ressuscitador manual (dispositivo "bolsa-válvula-máscara"). Oxigênio. Reservatório acoplado ao aparato bolsa-válvula-máscara. 4. Técnicas: ETAPA 1. Selecionar a máscara de tamanho adequado para ajustar-se à face do doente. ETAPA 2. Conectar uma fonte de oxigênio ao dispositivo de ventilação e ajustar o fluxo de oxigênio para 15 L/min. ETAPA 3. Certificar-se de que a via aérea do doente está pérvia e estabilizada pelas manobras previamente descritas. ETAPA 4. A primeira pessoa coloca a máscara na face do doente, realizando a manobra de tração da mandíbula e assegurando uma vedação adequada com as duas mãos. ETAPA 5. A segunda pessoa ventila o doente apertando o balão com as duas mãos. ETAPA 6. A eficiência da ventilação é avaliada observando o movimento torácico do doente. ETAPA 7. Ventilar o doente dessa maneira a cada 5 segundos. 5. Complicações: • Aspiração • Hipoventilação • Hiperventilação • Lesão da coluna cervical. Qualquer vazamento significativo causará hipoventilação das vias aéreas e poderá forçar gases para o estômago, aumentando o risco de aspiração II. CÂNULAS DE GUEDEL (OROFARÍNGEA) 1. Indicações: Somente em pacientes inconscientes (induz reflexo do vômito com consequente aspiração). Este procedimento é útil para a ventilação temporária do doente inconsciente, enquanto se tomam as medidas cabíveis para intubá-lo. 2. Contraindicações Esse dispositivo não pode ser usado em doentes conscientes pois induziria o reflexo de vômito, vômitos e aspiração. Não pode ser utilizado em crianças, pois a rotação do dispositivo pode lesionar a boca e a faringe. 3. Técnica: O tubo orofaríngeo é inserido na boca por trás da língua. A técnica preferida é deprimir a língua com um abaixador e, então, inserir o tubo posteriormente à língua, o que poderia bloquear - ao invés de liberar - a via aérea. Doentes que aceitam o tubo orofaríngeo muito provavelmente necessitarão de intubação.Uma técnica alternativa é a inserção do tubo orofaríngeo com concavidade voltada para cima em direção cranial até o palato mole. Após tocar o palato mole, roda-se o dispositivo 180° e desliza-se o tubo por trás da língua Medida: Distância entre a comissura labial e o ângulo da mandíbula (lobo da orelha). ETAPA 1. Selecionar o tubo de tamanho adequado. O tamanho correto é o que corresponde à distância que vai do canto da boca do doente até o lóbulo da orelha. ETAPA 2. Abrir a boca do doente com a manobra de elevação do mento ou pela técnica dos dedos cruzados (técnica da tesoura). ETAPA 3. Inserir um abaixador de língua sobre a língua do doente, o mais posteriormente possível, para abaixá-la adequadamente, tomando cuidado para não provocar náusea. ETAPA 4. Inserir o tubo posteriormente, deslizando-o gentilmente sobre a curvatura da língua, até que a aba do tubo se apoie sobre os lábios do doente. O tubo não deve empurrar a língua para trás levando à obstrução da via aérea. Uma técnica alternativa para inserção do tubo orofaríngeo, chamada técnica de rotação, consiste na inserção do tubo orofaríngeo com a ponta voltada para ' o palato do doente. A medida que o tubo é inserido, ele deve ser rodado 180 graus até que a aba do tubo se apoie sobre os lábios. ETAPA 5. Retirar o abaixador de língua. ETAPA 6. Ventilar o doente com dispositivo de máscara com válvula e balão. 4.Complicações: lesão na cavidade oral, broncoaspiração, náusea, vômitos ou hemorragia, que podem ser desencadeados por uso de técnica inadequada na sua colocação ou quadros de inconsciência parcial. III. CÂNULAS NASOFARÍNGEAS 1. Indicações: Pacientes com trismo (constrição mandibular devido à contratura involuntária dos músculos mastigatórios). Este procedimento é utilizado em doentes que podem apresentar náuseas se submetidos à introdução do tubo orofaríngeo. 2. Contraindicações Esse procedimento não deve ser tentado em doentes com suspeita ou possível lesão de placa cribiforme. Estenose severa ou atresia da cavidade nasal, fraturas de face, cirurgia recente de base de crânio, infecção nasossinusal ativa, epistaxe ativa e coagulopatias não corrigidas ou uso de anticoagulante. 3. Técnica: O tubo nasofaríngeo é introduzido em uma das narinas e empurrado com cuidado em direção à orofaringe posterior. Ele deve ser previamente bem lubrificado e, então, deve ser introduzido na narina que não esteja aparentemente obstruída. Se durante a introdução do tubo nasofaríngeo for encontrada alguma obstrução, interrompa o procedimento e tente a outra narina. Tubo com 15 cm, de borracha ou plástico Lubriuficar com geléia anestésica e intriduzir pela narina; se obstrução, introduzir na outra narina. 4. Complicações: • Obstrução das vias respiratórias por uma cânula orofaríngea de tamanho inadequado ou inserida inadequadamente • Engasgos e o potencial de vômito e broncoaspiração E. DISPOSITIVOS SUPRA-GLÓTICOS 1. Indicações: Os dispositivos extraglóticos e supraglóticos são úteis no controle de doentes que necessitam de abordagem avançada da via aérea, mas nos quais a tentativa de intubação foi malsucedida, ou naqueles em que se sabe que dificilmente a intubação será conseguida. 2. Contraindicações: 3. Complicações: I. MÁSCARA LARÍNGEA (ML): Há um papel estabelecido para a máscara laríngea (ML) e para a máscara laríngea que permite a intubação (MLI) no tratamento de doentes com via aérea difícil, particularmente quando a intubação orotraqueal ou a ventilação com dispositivo de máscara com válvula e balão falhar. A ML não fornece uma via aérea definitiva e o posicionamento adequado desse dispositivo é difícil sem treinamento apropriado. A MLE é uma evolução do dispositivo, pois permite a intubação por dentro da máscara laríngea. Quando um doente chegar no departamento de emergência com a ML ou a MLE, o médico atendente deve planejar sua substituição por uma via aérea definitiva A face convexa posterior estará em contato com a parede da faringe e a anterior sobreposta à laringe, de forma a permitir a ventilação. Sua ponta se aloja sobre o esfíncter esofagiano superior. Obs.: Não veda completamente (risco de broncoaspiração) 1. Materiais: • N.º 3 - crianças / adolescentes de 30 a 50 Kg • N.º 4 - adultos de 50 a 70 Kg (geralmente mulheres / homens menor porte) • N.º 5 - adultos de 70 a 100 Kg (geralmente homens / idosos – ausência de dentes) 2. Técnica: ETAPA 1. Certificar-se da esterilização adequada. ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os componentes. ETAPA 3. Examinar o interior da máscara para certificar-se de que ele está livre de obstruções e sem partículas. ETAPA 4. Certificar-se de que a ventilação e a oxigenação utilizadas são adequadas e que um aspirador está imediatamente disponível na eventualidade de o doente vomitar. ETAPA 5. Insuflar o balão da máscara para certificar-se de que não vaza. ETAPA 6. Pedir para um assistente imobilizar manualmente a cabeça e o pescoço do doente. A região cervical não deve ser hiperextendida nem hiper fletida durante o procedimento. ETAPA 7. Antes de tentar inserir a máscara laríngea, deve-se esvaziar completamente o balão e lubrificá-lo. ETAPA 8. Escolher o tamanho correto da máscara laríngea: 3 para mulheres pequenas, 4 para mulheres grandes e homens pequenos e 5 para homens grandes. ETAPA 9. Segurar a máscara laríngea com a mão dominante como uma caneta, com o dedo indicador na junção entre o balão e o cabo e a abertura da máscara orientada sobre a língua. ETAPA 10. Passar a máscara por trás dos incisivos superiores com o cabo paralelo ao tórax do doente e o indicador apontando para quem está colocando a máscara. ETAPA 11. Empurrar a máscara laríngea lubrificada para a posição, ao longo da curva palatofaríngea, com o indicador mantendo pressão e guiando a máscara. ETAPA 1 2. Insuflar o balão com o volume indicado no cabo. ETAPA 1 3. Checar o posicionamento ventilando com dispositivo de máscara com válvula e balão. ETAPA 14. Visualizar a expansão torácica com a ventilação. ETAPA 15. Se a máscara laríngea que permite a intubação (MLI) estiver disponível, a intubação orotraqueal através dela deve ser tentada. Insuflar o balão do tubo endotraqueal para certificar-se de que não vaza e, a seguir, esvaziá-lo. ETAPA 16. Lubrificar o tubo com um lubrificante hidrossolúvel. ETAPA 17. Inserir cuidadosamente o tubo na MLI. ETAPA 18. Insuflar o balão com volume de ar suficiente para conseguir uma vedação adequada. Não hiperinsuflar o balão. ETAPA 19. Conferir a posição do tubo endotraqueal ventilando com o dispositivo de máscara com válvula e balão. ETAPA 20. Visualizar os movimentos da caixa torácica durante a ventilação. ETAPA 21. Auscultar o tórax e o abdome com estetoscópio para conferir a posição do tubo. ETAPA 22. Se a intubação endotraqueal não for conseguida em alguns segundos ou no tempo em que o médico que executa o procedimento consegue manter-se sem expirar, interromper as tentativas, ventilar o doente com dispositivo de máscara com válvula e balão conectada à MLI. ETAPA 23. Fixar o tubo. Se o doente for movimentado, o posicionamento do tubo deve ser reavaliado. II. TUBO LARÍNGEO (TL) – (KINGTUBE®): O tubo laríngeo CTL) é um dispositivo de via aérea extraglótico com capacidade similar à ML no que tange ao fornecimento de uma ventilação adequada ao doente. O TL não é uma via aérea definitiva e, portanto, é necessário planejar sua substituição por uma via aérea definitiva. Assim como a ML, o TL é colocado sem visualização direta da glote e não demanda manipulação significativa da cabeça e do pescoço do doente para sua inserção. 1. Materiais: 2. Técnica ETAPA1. Certificar-se da esterilização adequada. ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os componentes ETAPA 3. Examinar o interior do tubo para certificar-se de que ele está livre de obstruções e sem partículas. ETAPA 4. Insuflar os balões com o volume máximo de ar recomendado. ETAPA 5. Escolher o tamanho adequado do tubo laríngeo. ETAPA 6. Aplicar lubrificante à base de água na extremidade distai biselada e face posterior do tubo, com cuidado para não obstruir as aberturas ventilatórias. ETAPA 7. Preoxigenar o doente. ETAPA 8. Atingir o grau adequado de anestesia. ETAPA 9 . Pedir para um assistente imobilizar manualmente a cabeça e o pescoço do doente. A região cervical não deve ser hiperestendida nem hiperfletida durante o procedimento. ETAPA 10. Segurar o tubo laríngeo pelo conectar com a mão dominante e com a outra mão manter a boca aberta tracionando o mento. ETAPA 11. Com o tubo rodado lateralmente 45 a 90 graus, introduzir a ponta na boca e avançar atrás da base da língua. ETAPA 12. Rodar o tubo de volta para a linha média logo que a ponta atingir a parede posterior da faringe. ETAPA 13. Avançar o tubo sem forçar até a base do conectar alinhar-se com os dentes e a gengiva. ETAPA 14. Insuflar os balões com o volume mínimo necessário para vedar a via aérea no pico de pressão ventilatória. ETAPA 15. Ao mesmo tempo que ventila delicadamente o doente para avaliar a ventilação, retirar o tubo até que a ventilação fique fá cil com fluxo de ar livre (o maior volume corrente com a menor pressão na via aérea). ETAPA 16. Existem marcas de referência na extremidade proximal do tubo que, quando alinhadas com os dentes superiores, indicam a profundidade da inserção ETAPA 17. Confirmar a posição por meio de ausculta, expansão torácica e capnografia. ETAPA 18. Reajustar a insuflação dos balões para vedar o sistema. ETAPA 19. Fixar o tubo laríngeo ao doente com fitas adesivas ou outros dispositivos. Também podem ser utilizados bloqueadores de mordida. III. CÂNULA DE DUPLO LÚMEN – (COMBITUBE ®) Tubo esofágico multilúmen é utilizado por algumas equipes do pré-hospitalar para manter a via aérea permeável quando a via aérea definitiva não é viável. Uma das vias possui comunicação com o esôfago e a outra com a traqueia. O profissional que utiliza esse dispositivo é treinado para identificar a via que permitirá a oclusão do esôfago e por qual via o ar será conduzido para a traqueia. 1. Materiais 1. Técnica A passagem de ar para o esôfago é ocluída com a insuflação do balão, e a via que conduzir ar para a traqueia recebe ventilação mecânica. o detector de co2 melhora a acurácia desse dispositivo. O tubo multilúmen deve ser removido e/ou uma via aérea definitiva deve ser estabelecida. IV. AUXILIARES PARA VIA AÉREA DIFÍCIL: 1. Bougie a. Indicações: está indicado nos casos de intubação difícil, sempre que fatores anatômicos, traumáticos ou patológicos, não permitam boa visualização das cordas vocais através de laringoscopia direta. O bougie é um introdutor para o tubo traqueal, um estilete de 50 a 60 cm com a pontinha dobrada em um ângulo de 30°. b. Contraindicações: Comarck III c. Técnica: - Realizar laringoscopia: obter a melhor visualização possível da abertura glótica. - Inserir o Guia “BOUGIE” com a extremidade angulada “para cima”, que é a conformação mais favorável para o acesso à glote. - Procure acompanhar visualmente o trajeto da ponta angulada do guia em seu deslizar por baixo da face posterior da epiglote ou até que sua passagem através da fenda glótica seja concluída; Depois de avançar entre 24 e 40cm, preste atenção ao “sinal de stop”, quando o bougie para de progredir indicando que ele chegou em vias aéreas mais distais e finas. 2. Nasofibroscópio: A nasofibroscopia é um exame de diagnóstico que permite avaliar a cavidade nasal, até à laringe, através da utilização de um aparelho chamado de nasofibroscópio, que possui uma câmera que permite visualizar o interior do nariz e as estruturas dessa região, e registar as imagens num computador. 3 .Broncoscópio: A broncoscopia é um exame visual direto da laringe e das vias aéreas através de um tubo de visualização (broncoscópio). O broncoscópio tem uma câmera em sua extremidade que permite ao médico observar as grandes vias respiratórias (brônquios) dentro dos pulmões. 5. VIA AÉREA DEFINITIVA A. DEFINIÇÃO: Via aérea definitiva é definida como um tubo colocado na traqueia com o balonete (balão) insuflado abaixo das cordas vocais, conectado a uma fonte de oxigênio, sob ventilação assistida e com o tubo fixado. Doentes inconscientes com lesão cerebral traumática, doentes torporosos por abuso de álcool e/ ou outras drogas e portadores de traumatismo torácico podem apresentar dificuldade ventilatória. Nesses doentes, a finalidade da intubação endotraqueal é proporcionar uma via aérea permeável, ofertar oxigênio suplementar, permitir suporte ventilatório e prevenir o risco de aspiração. B. INDICAÇÕES Uma via aérea definitiva implica um tubo endotraqueal, com o balão insuflado abaixo das cordas vocais, devidamente fixado com fita ou cadarço, conectado a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida em oxigênio. Há três tipos de via aérea definitiva: tubo orotraqueal, tubo nasotraqueal e via aérea cirúrgica (cricotireoidostomia ou traqueostomia). Os critérios que indicam a instalação de uma via aérea definitiva são baseados em achados clínicos e incluem: • Alterações na Via Aérea (A) - Impossibilidade de manter a via aérea permeável de outra forma, com comprometimento iminente ou potencial da via aérea (lesões por inalação, fraturas faciais ou hematomas retrofaríngeos) • Alterações na Ventilação (B) - Impossibilidade de manter oxigenação adequada com ventilação por dispositivo de máscara com válvula e balão e oxigênio suplementar, e presença de apneia • Alterações na Função Neurológica (D) Presença de traumatismo fechado de crânio que demande ventilação assistida (escala de coma de Glasgow [GCS] menor ou igual a 8), necessidade de proteger a via aérea pelo risco de aspiração de sangue ou vômitos, ou convulsões persistentes C. INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL Embora seja fundamental estabelecer se existe ou não fratura da coluna cervical, a obtenção de estudos radiológicos (radiografias ou tomografias computadorizadas de coluna cervical) não deve impedir ou retardar a adoção de uma via aérea definitiva quando ela estiver claramente indicada. O doente com escore GCS igual ou inferior a 8 exige intubação imediata. Se não houver necessidade imediata de intubação, pode-se, então, providenciar radiografias da coluna cervical. Doentes com pontuação na GCS menor ou igual 8 precisam de intubação imediata. Se não houver necessidade imediata de intubação, a avaliação radiológica da coluna cervical pode ser obtida. Entretanto, uma radiografia de perfil de coluna cervical normal não exclui a possibilidade de lesão da coluna cervical. OBS: A entubação orotraqueal é preferível para os pacientes em apneia e para os pacientes graves, porque geralmente é mais rápida do que a entubação nasotraqueal, que é reservada para pacientes acordados e respirando espontaneamente, ou nos casos em que a cavidade oral deva ser evitada. i. Indicações: PCR, Apnéia, Insuficiência respiratória, Depressão do sensório com perda da capacidade de proteger a via aérea, e Indicação de ventilação sob pressão positiva. Se o doente estiver em apneia, a intubação orotraqueal é indicada. Proteção das vias aéreas (pacientes com Glasgow ≤ 8); hipoxemia refratária; parada cardiorrespiratória, necessidade de assistência ventilatória prolongada ou controle da ventilação pulmonar,condição que pode cursar com obstrução de vias aéreas (anafilaxia, infecções e queimadura de vias aéreas) ii. Contraindicações: é contraindicada em apneia; fraturas faciais, do seio frontal, da base do crânio e da placa cribiforme. iii. Materiais: - Todo o material necessário para o procedimento deve ser checado antes do inicio das manobras. - EPI; drogas para sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular; seringa para insuflar o balonete; - Laringoscópio; cânula traqueal; fio guia; material de fixação do tubo; máscara válvula-balão (ambu); - laringoscópio de lâmina curva (adultos) ou lâmina reta (crianças e bebês). - balonete da cânula deve ser testado, a fim de garantir que não haja vazamentos. - não insuflar o balonete em crianças Uma excelente ferramenta nos casos de via aérea difícil é o Introdutor de Tubo Traqueal Eschmann (ITTE) também conhecido como guia introdutor para intubação (bougie). O GEB é utilizado quando as cordas vocais não são visualizadas através da laringoscopia direta. Com o laringoscópio posicionado, o GEB é introduzido às cegas além da epiglote, com a ponta angulada posicionada anteriormente A posição traqueal é confirmada com sensação de "cliques" durante o atrito entre a ponta do introdutor e os anéis cartilaginosos da traqueia, com rotação do guia para a direita ou esquerda quando o introdutor alcança os brônquios; ou com a parada do introdutor ao atingir os ramos mais finos da árvore brônquica (em 10 a 13% das vezes), o que ocorre normalmente na marca de 50 em. Nenhuma dessas situações ocorre se o GEB entrar no esôfago. iv. Avaliação LEMON para intubação difícil v. Procedimento: ETAPA 1. Certificar-se da esterilização adequada. ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os componentes. ETAPA 3. Examinar o interior do tubo orotraqueal para certificar-se de que ele está livre de obstruções e sem partículas. ETAPA 4. Certificar-se de que a ventilação e a oxigenação utilizadas são adequadas e que um aspirador está imediatamente disponível na eventualidade de o doente vomitar. ETAPA 5. Insuflar o balão do tubo endotraqueal para certificar-se de que não vaza e, a seguir, esvaziá-lo. ETAPA 6. Conectar a lâmina do laringoscópio ao cabo e verificar a intensidade da luz. ETAPA 7. Avaliar a dificuldade da intubação utilizando o LEMON. ETAPA 8. Um assistente deve imobilizar manualmente o pescoço e a cabeça. O pescoço do doente não deve ser hiperestendido nem hiperfletido durante esse procedimento. ETAPA 9. Segurar o laringoscópio com a mão esquerda. ETAPA 10. Inserir o laringoscópio no lado direito da boca do doente, deslocando a língua para a esquerda. ETAPA 11. Visualizar a epiglote e, a seguir, as cordas vocais. A manipulação da laringe por meio da pressão sobre a cartilagem cricoide em direção posterior, cranial e para o lado direito pode auxiliar na visualização. ETAPA 12. Inserir delicadamente o tubo endotraqueal na traqueia sem aplicar pressão sobre os dentes e as partes moles da boca. ETAPA 13. Insuflar o balão com volume de ar suficiente para conseguir uma vedação adequada. Não hiperinsuflar o balão. ETAPA 14. Conferir a posição do tubo endotraqueal ventilando com o dispositivo de máscara com válvula e balão. ETAPA 15. Visualizar os movimentos da caixa torácica durante a ventilação. ETAPA 16. Auscultar o tórax e o abdome com estetoscópio para conferir a posição do tubo, que deve ser avaliada cuidadosamente. A radiografia de tórax pode ser útil para avaliar a posição do tubo, mas não exclui a intubação esofágica. ETAPA 17. Se a intubação endotraqueal não for conseguida em alguns segundos ou no tempo em que o médico que executa o procedimento consegue manter-se sem expirar, interromper as tentativas, ventilar o doente com dispositivo de máscara com válvula e balão e tentar novamente utilizando o GEB. ETAPA 18. Fixar o tubo. Se o doente for movimentado, o posicionamento do tubo deve ser reavaliado. ETAPA 19. Conectar um capnógrafo ao tubo endotraqueal, entre o adaptador e o dispositivo de ventilação para confirmar o posicionamento do tubo na traqueia. ETAPA 20. Conectar um oxímetro de pulso a um dos dedos do doente (a perfusão periférica deve estar preservada) para medir e monitorar o nível de saturação de oxigênio do doente e fornecer uma avaliação imediata das intervenções terapêuticas. OBS: A manipulação da laringe por meio da pressão sobre a cartilagem cricoide em direção posterior, cranial e para o lado direito pode auxiliar na visualização das cordas vocais. Para realizar essa manobra e administrar medicamentos, é necessário o auxílio de pelo menos mais uma pessoa. vi. Checagem da intubação: Após a realização da laringoscopia direta e da introdução do tubo orotraqueal, deve-se insuflar o balão e iniciar a ventilação assistida. O posicionamento adequado do tubo na traqueia é sugerido, porém não confirmado, pela ausculta de murmúrio vesicular em ambos os campos pulmonares e pela ausência de ausculta de borborigmos no epigástrio. A presença de borborigmos no epigástrio durante a inspiração do doente sugere intubação esofágica e obriga que o tubo seja trocado e posicionado de forma adequada. O detector de dióxido de carbono (idealmente um capnógrafo porém, se este não estiver disponível, pode-se usar um detector colorimétrico de C02) é indicado para auxiliar na confirmação da intubação correta da via aérea. A presença de C02 no ar expirado indica que a intubação foi bem-sucedida, mas não garante que o tubo endotraqueal esteja em posição correta. Quando a presença de CO2 não for detectada, ocorreu intubação esofágica. O posicionamento adequado do tubo dentro da traqueia é confirmado de forma mais adequada por meio da radiografia de tórax, uma vez que a possibilidade de intubação esofágica esteja excluída. • Visualização da passagem da cânula pelas cordas vocais; • Embaçamento da cânula; • Expansão simétrica do tórax; • Ausculta dos 5 pontos: epigástrio, bases D/E e ápices D/E; • Capnografia (detector de CO2 exalado) • Raio X de tórax: confirmar a posição da cânula e distância da carina - 2 dedos acima do botão aórtico. OBS: A melhor oferta de ar oxigenado inspirado é obtida com fluxo de oxigênio superior a 11 litros/minuto, por meio de uma máscara facial dotada de reservatório de oxigênio e devidamente ajustada. A oximetria de pulso é um método não invasivo de medida contínua da saturação de oxigênio do sangue arterial.. Entretanto, uma saturação maior ou igual a 95%, medida pela oximetria de pulso, é forte evidência que corrobora para uma oxigenação arterial periférica adequada (Pa02 > 70 mm Hg, ou 9.3 kPa). vii. Complicações: Colocação errada do tubo no esôfago com má ventilação e indução de vomito. Vômitos. Aumento da pressão intracraniana, hipoxemia e arritmias durante o procedimento • Intubação esofágica ou seletiva (normalmente brônquio direito); • Vômitos e aspiração; trauma de dentes, lábios, língua e cordas vocais; • Agravamento de lesão da coluna cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento; • Pneumotórax e pneumomediastino; ruptura do estômago. viii. Drogas que podem ser utilizadas: • Analgesia: opioides (fentanil e remifentanil) – pouco utilizados; • Sedação: propofol, midazolam ou etomidato (efeito passa mais rápido - prefirível, mas pouco disponível); Obs.: Flumazenil deve estar disponível para reverter os efeitos sedativos dos benzodiazepínicos, caso seja necessário. • Bloqueio neuromuscular: succinilcolina (risco de PCR devido parada do diafragma) Obs.1: Utilizar com cuidado em pacientes com insuf. renal crônica e grande queimado devido ao risco de hipercalemia e PCR. Obs.2: O bloqueio neuromuscular não é obrigatório em todos osdoentes, útil em pacientes muito rígidos. 6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS Condições que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A. DIAGNÓSTICO SINAIS OBJETIVOS DE OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA 1. Observe o doente e avalie se ele está agitado ou torporoso. A presença de agitação sugere hipóxia e o torpor sugere hipercapnia. A cianose indica hipoxemia por oxigenação inadequada e é identificada na inspeção de leitos ungueais e região perioral. A cianose, entretanto, é um sinal tardio de hipóxia. A oximetria de pulso deve ser usada precocemente na avaliação da via aérea para identificar hipoxemia antes da instalação da cianose. Verifique se há tiragem intercostal e uso de musculatura acessória na ventilação; eles indicam o comprometimento da via aérea/ ventilação. 2. Ouça a via aérea atentamente à procura de ruídos anormais. Respiração ruidosa indica obstrução. Roncos, gorgolejos e estridores podem ser manifestação de obstrução parcial da faringe ou da laringe. Rouquidão (disfonia) implica obstrução funcional da laringe. 3. Palpe a traqueia e determine, rapidamente, se ela está em posição central no pescoço. 4. Preste atenção no comportamento do seu doente. Diante de um doente agitado, agressivo, deve-se pensar que a primeira causa desse comportamento é a hipóxia e não a intoxicação, exógena. OBS: Se a ventilação do doente não melhorar após a desobstrução da via aérea, deve-se procurar por outras causas de comprometimento ventilatório. O trauma direto sobre o tórax, principalmente na presença de fratura de arcos costais, provoca dor durante a mecânica ventilatória, com consequente ventilação rápida e superficial e hipoxemia. Sinais de obstrução da via aérea: • Agitação (hipóxia); Torpor (hipercapnia). • Cianose: indicativo de hipoxemia tardia. Obs.: A oximetria de pulso deve ser usada precocemente na avaliação da via aérea para identificar hipoxemia antes da instalação da cianose. • Taquidispneia; Tiragem intercostal e uso de musculatura acessória. • Respiração ruidosa, roncos, gorgolejos e estridores. • Fratura de laringe: “tríade”- enfisema subcutâneo, rouquidão, fratura palpável (indicativo traqueo de urgência). Obstrução incompleta: capacidade de emitir sons (tossir e falar). Obstrução completa: incapacidade de emitir sons, agitação/torpor e cianose. B. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS - Obstrução mecânica: secreção, sangue, líquido, alimento, corpo estranho, tumor. • Queda da base da língua, causada por rebaixamento do nível de consciência com relaxamento da musculatura da hipofaringe que sustenta a língua. • Edema de glote (anafilaxia). • Trauma direto de estrutura: laringe. Obs.: Principais causas → secreção e queda da base da língua. C. TRATAMENTOS • Aspiração do conteúdo; • Retirada manualmente do corpo estranho quando visível e acessível - se não visualizar = IOT; • Vítimas conscientes: Manobra de Heimlich: - em adultos – 4 compressões na região superior do abdome. 7. ALGORITMO DA VIA AÉREA DIFÍCIL O método mneumônico LEMON pode auxiliar na avaliação de um potencial via aérea difícil. Procure por evidências de via aérea difícil (boca ou mandíbula pequena, prognatismo e trauma facial). Qualquer obstrução de via aérea representa um desafio imediato. Todos os doentes com mecanismo de trauma fechado necessitam de imobilização da coluna cervical com colar cervical, o que dificulta a obtenção de uma via aérea definitiva. L = Look Externally (Localize externamente): Procure por características que levem a dificuldades na intubação ou na ventilação. E = Evaluate (Examine as distâncias com a regra do 3-3-2): Para alinhar os eixos da faringe, da laringe e da boca para uma intubação simples, as seguintes relações devem ser observadas. • A distância entre os dentes incisivos deve ser de pelo menos 3 dedos (3) • A distância entre o osso hioide e o mento deve ser de pelo menos 3 dedos (3) • A distância entre a proeminência tireóidea e o assoalho da boca deve ser de pelo menos 2 dedos M = Mallampati: A hipofaringe deve ser visualizada de forma adequada. Um método tradicional é o uso da Classificação de Mallampati. Quando possível, solicita-se ao doente que se sente, abra totalmente a boca e realize a protrusão máxima da língua. O examinador irá avaliar o grau de visualização da hipofaringe com o auxílio de uma laterna. Nos doentes em decúbito dorsal, o escore de Mallampati pode ser estimado ao solicitar que o doente abra a boca completamente e faça a protrusão da língua. A luz do laringoscópio é direcionada de cima para a hipofaringe. Grau I – visualização do palato mole, úvula, amígdalas, pilares amigdalinos anteriores e posteriores. Grau II – visualização do palato mole, amígdalas e úvula. Grau III – visualização do palato mole e da base da úvula. Grau IV – o palato mole não é visível O = Obstruction (Obstrução): Qualquer condição que leve à obstrução da via aérea tornará a laringoscopia e ventilação difíceis. Essas situações incluem epiglotite, abscesso peritonsilar e trauma. N = Neck Mobil ity (Mobilidade Cervical - No peito encoste o queixo): A mobilidade do pescoço é importante para o sucesso da intubação. Ela é avaliada ao solicitar ao doente para flexionar o queixo no peito e, em seguida, estender como se fosse olhar para o teto. Os doentes com colar cervical, obviamente, não podem movimentar o pescoço e são, portanto, mais difíceis de intubar. CASOS 1. Homem, 35 anos de idade, epilético em uso regular de medicação, apresentou um episódio de crise convulsiva. Foi acionado o serviço médico pra hospitalar e na chegada encontra um paciente hiporresponsivo, cianótico, com sialorreia abundante. Apresenta respiração ruidosa, PA: 135x80, FC: 98 e Sat 88%. Quais medidas devem ser tomadas em relação a vias aéreas desse paciente? 2. Homem 44 anos, Vítima de amputação traumática de membro inferior esquerdo na altura do joelho por esmagamento com peça automotiva. No momento do impacto teve uma queda da própria altura ao solo, não havendo traumatismo da região do crânio. A equipe de resgate local disse que havia uma quantidade muito grande de sangue no local e o paciente estava alerta, porém durante o transporte começou a perder nível de consciência. Na chegada ao hospital, está diaforético, pálido, sudoreico, imobilizado com colar cervical, prancha rígida e um garrote no membro amputado. Apresenta uma PA 60x 40 mmHg, FC 144 bpm, Sat: 88%, já com suporte de oxigênio 12 litros por minuto. No momento não se encontra responsivo mesmo aos estímulos dolorosos. Quais as hipóteses para essa queda de saturação? Quais medidas podem ser tomadas nesse caso? 3. Mulher, 28 anos, condutora de motocicleta, vítima de colisão contra carro em rodovia. Encontrada ao solo, inconsciente. A- Vias aéreas pérvias, colocado colar cervical. Murmúrio presente bilateral simétrico, sem ruídos adventícios, Sat: 90%. C- Coração rítmico, 2 bulhas normofonéticas sem sopros, PA: 100X70 mmHg FC: 100 bpm. D- Glasgow 3, pupilas anisocóricas, midriática à esquerda e fotorreativas. E- Fratura exposta em tíbia e fíbula esquerda Você opta por realizar a proteção das vias aéreas, porém não consegue visualizar as cordas vocais, do paciente. Diante da situação, quais dispositivos podem ser usados nesse atendimento até a chegada no hospital? 4. Homem tabagista e etilista, emagrecido, perda ponderal de 20 kg nos últimos 3 meses, em investigação de massa expansiva na região cervical. Há 12 dias vem apresentando disfagia progressiva, inicialmente para sólidos e no momento refere não conseguir ingerir nem mesmo líquidos. Hoje pela manhã apresentouquadro de dispneia súbita e grave. Chega na emergência com FR: 65 ipm, estridor laríngeo. Ao exame, apresenta massa grande endurada, aderida a planos profundos na região anterior do pescoço com desvio da traqueia para a esquerda. Em uma revisão rápida do prontuário encontramos uma tomografia recente que mostra compressão esofágica e traqueal pela massa. A biopsia revela se tratar de um carcinoma espino celular. Diante do quadro, qual seria a melhor conduta? 5. Masculino, 72 anos, tabagista e em tratamento de DPOC, há 2 anos sem crises de dispneia, estava dormindo em casa, quando subitamente apresentou quadro de dor torácica, dispneia, sudorese fria e palidez cutâneo mucosa. Da entrada na emergência com em franca insuficiência respiratória. Conversando com dificuldade queixando de muita falta de ar. PA: 70x50 mmHg, FC: 145 bpm, FR: 58 ipm, Sat: 78%. Ausculta respiratória mostra Murmúrio vesicular abolido a esquerda e presente a direita sem ruídos adventícios. Qual sua hipótese diagnostica? Como devemos abordar a via aérea desse paciente? Qual tratamento?
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