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UNIDADE 2 – NOTAS DE AULA 4. MATERIAIS E ESTOQUE 4.1 Materiais Os materiais são os elementos adquiridos pela empresa que servirão para a fabricação de produtos finais. Obtenção de custos quantidades adquiridas e preços de compra Classificação: a) MATÉRIA-PRIMA: substância bruta essencial a fabricação de alguma coisa. Abrange bens no estado em que se apresentam na natureza ou semi-elaborados. Ex.: argila p/tijolos, fio p/tecido, tecido p/ camisas. Um mesmo bem pode ser o produto final na tecelagem e matéria-prima na indústria do vestuário b) MATERIAIS SECUNDÁRIOS: são aqueles que também participam do produto final, mas não apresentam o mesmo grau de importância da matéria-prima. Ex.: botões e linha em uma camisa, parafusos e cola em uma mesa. c) MATERIAIS AUXILIARES: ajudam no preparo e na fabricação de um determinado produto, mas NÃO fazem parte integrante dele. Ex. graxa e lubrificantes p/ maquinas da produção d) EMBALGENS: 1. Embalagens utilizadas na linha de produção, aplicadas aos produtos. Ex.: latas de óleo, garrafas de refrigerantes, invólucro do café, arroz, macarrão. CLASSIFICADAS COMO CUSTO. 2. Embalagens de acondicionamento do produto acabado para venda. Ex. Isopor, sacos plásticos, caixas de papelão. São usadas APÓS os produtos estarem prontos. CLASSIFICADAS COMO DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO (DV). NOTA: O PRODUTO DEIXA DE RECEBER CUSTOS COM O TÉRMINO DO PROCESSO NO QUAL FOI PRODUZIDO. MATERIAIS DIRETOS: podem ser facilmente identificados e mensurados nos produtos em termos físicos e monetários. Ex.: tecido em uma camisa. MATEIAIS INDIRETOS: quando não for possível ou não for economicamente viável sua identificação no produto de forma objetiva. Ex.: botões e aviamentos da camisa. 4.2. Estoques São bens que ficam armazenados na empresa pelo fato de não terem sido utilizados (materiais) ou comercializados (produtos). É um dos elementos mais importantes do ATIVO CIRCULANTE por sua contribuição fundamental à obtenção de lucros. Tipos de estoques: Estoques de produtos acabados (pão), de matérias-primas (farinha de trigo), de materiais auxiliares (material de limpeza, óleo para máquinas), de materiais em processamento (massa pronta p/ fabricar o pão) e de peças para manutenção e ferramentas (estoques de PEÇAS para o forno industrial). Característica dos estoques: Podem ser mercadorias (p/ comercialização) ou materiais (p/ industrialização). Controle de estoques: Se dá pela valorização e acompanhamento do fluxo físico dos materiais que saem do almoxarifado para a linha de produção. Itens mais comuns incorridos na obtenção do custo unitário: (a) preço do produto; (b) gastos que complementam a compra, tais como: fretes, seguros e embalagens descartáveis; (c) gastos agregados, como: o beneficiamento da madeira para produção de móveis, que deverão ser acrescidos aos custos de produção. Não compõem os CUSTOS dos materiais DIRETOS aqueles gastos ref. a compra, recebimento, inspeção, manuseio e armazenagem, por serem impraticáveis a atribuição, identificação e mensuração. Estes constituem CUSTOS INDIRETOS. Os descontos financeiros e os juros incorridos no financiamento da aquisição (dependem da situação financeira da empresa) devem ser apropriados em DESPESAS. Avaliação de estoques: Pode ser contínua / permanente (acompanhada pela escrituração contábil) ou periódica onde é aplicada a fórmula: CONSUMO = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS – ESTOQUE FINAL) Aspectos a serem considerados na entrada de materiais: O custo será a soma de todos os gastos que forem inerentes à aquisição ou que sejam necessários para se dispor do bem. Ex.: preço combinado + frete. Suposto que na inspeção revele que o mesmo não veio em conformidade com o pedido. O fornecedor dá então um desconto sobre o preço negociado (abatimento sobre o preço de compra). O custo do material será o preço negociado + frete – abatimento. Métodos de avaliação das saídas: Considerando que o preço de compra dos materiais pode sofrer alterações, existem alguns métodos para a avaliação de estoques. PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) – a saída do material do almoxarifado para a produção será avaliada pelo custo das primeiras aquisições e o estoque final pelo custo das compras mais recentes. Neste caso o valor do custo total é de $ 17.800, e o saldo do estoque está avaliado em $ 18.200. UEPS (último que entra, primeiro que sai) – as saídas do material do almoxarifado para a produção serão avaliadas pelo custo das últimas aquisições e o estoque final será considerado pelo custo das compras mais antigas. Aqui o custo total é de $ 20.800, e o saldo do estoque está avaliado em $ 15.200. CMPF (custo médio ponderado fixo) – o estoque inicial e as entradas do período são tratados como se fossem uma única aquisição. A divisão de $ 36.000 por 3.000 unidades resulta em $ 12 por unidade. Este é o CUSTO MÉDIO que deverá ser considerado para os demais cálculos. Neste caso o custo total é de $ 19.200 (12,00 x 1.600) e o estoque final será valorizado em $ 16.800 ($ 12 x 1.400). NOTA: O PEPS É O ÚNICO MÉTODO ACEITO PELA LEGISLAÇÃO DO IR. Impostos e contribuições: Podem ou não integrar os custos. Podem ser recuperáveis ou não. Quando recuperáveis não integram os custos e quando não recuperáveis fazem parte integrante dos custos. Quanto aos impostos recuperáveis (ICMS, IPI, PIS e CONFINS), algumas situações que merecem atenção: a) Quando os materiais são onerados por impostos na compra e os produtos tributados na venda, os impostos que virão embutidos nos preços de compra deverão ser excluídos (a compradora se credita) dos preços para se chegar ao custo de aquisição b) Quando os materiais são tributados na compra e os produtos finais isentos na venda, a empresa não poderá se creditar dos impostos. Estes então compõem os custos de aquisição. c) Quando os materiais são onerados na compra e os produtos finais incentivados na venda (produtos exportados – os preços de venda não conterão estes impostos) a empresa exclui os impostos do custo de aquisição dos materiais destinados a produção de produtos exportados e tais impostos serão tratados como receita adicional a vendas incentivadas (incentivo fiscal). Custo dos materiais importados: Pode gerar o Imposto de Importação (II) e este não dispõe de mecanismo de crédito ou recuperação, sendo parte integrante do custo de aquisição. Ainda, a regulamentação vigente prevê que o custo destes materiais deverá levar em conta todos os gastos com transporte e seguro que ocorrerem até o estabelecimento do contribuinte. No caso de importação de matéria-prima ou de mercadoria para revenda em que o estabelecimento seja industrial ou a ele equiparado, tanto o ICMS, quanto o IPI não serão agregados ao custo, pois ambos serão recuperáveis. 5. MÃO DE OBRA MOD refere-se a todo o pessoal que está intimamente ligado com os produtos fabricados pela empresa, manuseando-os. MOI é constituída por todo o pessoal necessário para o processo industrial, mas que não trabalha diretamente nas unidades de fabricação, como supervisores, pessoal que presta serviços de apoio à fabricação, etc. 5.1 – Composição do custo de mão de obra Remunerações Encargos trabalhistas e sociais Assistência médica Assistência social Seguros e outros gastos decorrentes do vínculo empregatício O custo da mão-de-obra é o tempo efetivamente empregado na produção (que deve ser controlada e mensurada por apontamentos). Gastos adicionais à remuneração contratual agregam-se ao salário básico do empregado. 1.2 Encargos sociais Derivam da Constituição Federal (CF) e da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Abrangem valores que devem ser recolhidos aos cofres públicos (contribuições previdenciárias, FGTS, os valores que custeiam órgãos de assistência social,como SESC, SENAI, SEBRAE, etc.) e outros que devem ser entregues diretamente aos empregados (férias, 13º salário, etc) Os encargos são todos os gastos havidos sem uma efetiva prestação de serviços. 1.3 Mão de obra direta MOD corresponde aos gastos que a empresa tem com o pessoal que estiver diretamente envolvido com a fase de produção de bens (desde a manipulação de matérias-primas até a montagem e armazenamento do produto acabado). Em empresas prestadoras de serviços, a mão-de-obra direta é aquela que executa os serviços vendidos. Calculo de custos quantidade de horas gastas nos processos de produção. Faz parte do CUSTO DIRETO e pode ser considerada como CUSTO VARIÁVEL uma vez que o valor a ser apropriado nos produtos fabricados oscila de acordo com a quantidade produzida. 1.4 Mão de obra indireta MOI corresponde ao gasto com o pessoal que não participa ativamente do manuseio dos materiais. Ex.: gerentes industriais, supervisores de produção, diretor de produção, vigias da fábrica, faxineiros da área de produção, programadores de produção, outros serviços prestados por pessoas na área fabril. SERVIÇOS TERCEIRIZADOS NÃO SÃO CLASSIFICADOS COMO MOD E SIM COMO CIF 1.5 Cálculo da MOD – base anual Na suposição de que um trabalhador tenha um salário de $ 4,50/hora: Cálculo: 1º passo: determinação do número de dias à disposição da empresa no ano: 2º passo: determinação do número de horas à disposição da empresa (NHD); 3º passo: cálculo do custo/hora: Portanto o valor que deverá compor o custo deste trabalhador como MOD será de $ 9,00, isto é, 100% sobre o valor que faz parte do contrato de trabalho. 1.6 – CÁLCULO DA MOD – BASE MENSAL 1º passo: determinação do número de dias à disposição da empresa no mês: 2º passo: determinação do número de horas à disposição da empresa (NHD/mês): 3º passo: determinação de remuneração mensal e encargos mínimos (base $ 4,50/hora): 1.7 – GESTÃO DA MÃO-DE-OBRA 6. CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CIF Os CIF podem surgir em setores de apoio à produção, tais como a manutenção, o manuseio de materiais, a limpeza, e nos próprios departamentos específicos de produção, como a energia consumida pelas máquinas, a supervisão de produção e outros mais. O processo de alocação dos CIF, bem como a mensuração dos custos diretos, tem como a mais importante razão a determinação dos estoques. RATEIO é a distribuição de valores. As BASES DE RATEIRO deverão estar de acordo com a fonte geradora de custos. O método de custeio por absorção (que veremos mais a frente) exige que todos os custos que tenham contribuído para a elaboração do produto façam parte do custo total. 6.1 Coeficiente de rateio O rateio não passa de um artifício pelo qual se consegue aplicar uma parte dos custos indiretos a cada um dos diversos produtos fabricados pela empresa. É usado o critério de proporcionalidade: os custos indiretos serão distribuídos aos produtos de acordo com uma proporção, segundo a qual se acredita que seja adequada às exigências do bem quando pronto. Para tal elege-se uma base de rateio que seja melhor adequada. A partir de então fica fácil calcular o COEFICIENTE DE RATEIO (CR): CR = Somatória dos Custos Indiretos ( a serem rateados) Somatória da base escolhida A soma das parcelas atribuídas a cada produto deve igualar-se ao total do CIF. 6.2 Bases de rateio A seguir alguns custos indiretos típicos e algumas bases de rateio normalmente utilizadas: Uma vez tendo estimado dos CIF e a base, pode-se aplicar o procedimento que convier à empresa. Tais procedimentos podem ser: a) Por alocação direta aos produtos; ou b) Por departamentalização O que caracteriza os CIF é a sua necessidade de rateio. 6.3 Critérios de rateio dos CIF Existem várias formas de rateio que podem ser aplicadas aos CIF. Dentre elas, pode-se destacar aquela em que a empresa utiliza bases específicas de rateio para cada CIF isoladamente, no que tange à alocação destes custos aos produtos fabricados. A título de exemplo, considera-se uma empresa que produz dois produtos A e B, sendo os custos diretos pertinentes a cada um deles, em determinado mês, demonstrados no quadro que segue: Os CIF desta empresa compreendem: • aluguel da fábrica — $ 34.000; • seguro do galpão da fábrica — $ 68.000; • ordenados dos supervisores de produção — $ 12.000. Sabe-se que a área ocupada pela fábrica é de 170 m sendo que o departamento que fabrica o produto A ocupa 90 m desta área, enquanto que a restante é ocupada para a produção do produto B. O total de operários que nela trabalham representa 25 pessoas, das quais 15 são direcionadas para a produção do produto A e as demais para o produto B. O quadro a seguir representa o rateio dos CIF aos produtos, com bases específicas de rateio para cada um dos CIF: Os cálculos dos rateios foram feitos como segue: 1. Memória de Cálculo: aluguel da fábrica Multiplicando-se o CR encontrado ($ 200/m²) pela área ocupada (90 m²) para a fabricação do produto A, encontra-se a parcela do CIF correspondente ao aluguel da fábrica consumida pelo produto A. Proceder a estes cálculos para a apropriação deste CIF ao produto B. 2. Memória de Cálculo: seguro do galpão da fábrica Multiplicando-se o CR encontrado ($ 400/m²) pela área ocupada (90 m²) para a fabricação do produto A, encontra-se a parcela do CIF correspondente ao seguro do galpão da fábrica consumida pelo produto A. Proceder a estes cálculos para a apropriação deste GIF ao produto B. 3. Memória de Cálculo: ordenado dos supervisores de produção Multiplicando-se o CR encontrado ($ 480/pessoa) pela quantidade de operários (15 pessoas) que trabalham na fabricação do produto A, encontra-se a parcela do CIF correspondente ao ordenado dos supervisores de produção que será atribuída ao produto A. Proceder a estes cálculos para a apropriação deste CIF ao produto B. Por meio da utilização da alocação dos GIF isoladamente aos produtos, os custos totais foram computados conforme o quadro que segue: 6.3.1 Rateio diretamente proporcional ao consumo de matéria prima Neste caso, os CIF poderão ser atribuídos aos produtos elaborados em função dos custos com matérias primas. Este exemplo vai ao encontro daquelas empresas nas quais a matéria prima é o elemento predominante nos custos de produção. Exemplo: empresas refinadoras de óleo. Como exemplo, se uma empresa que fabrica os produtos A, B e C apresentou gastos de $ 120.000 referentes ao seu CIF, como será possível ratear este valor entre os três produtos A, B e C, sabendo-se que os gastos com matérias-primas somam $ 900.000? No quadro que segue, apresentam-se os gastos com matérias-primas para cada produto e o resultado do rateio dos CIF por tipo de produto: Nota-se que aqui foram feitas as seguintes relações: Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo consumo de matéria prima para cada produto. 6.3.2 Rateio diretamente proporcional aos custos com materiais diretos Neste caso, estabelece-se uma relação de cada produto com o total do custo com Materiais Diretos, (MD) obtendo-se os valores dos CIF que deverão ser absorvidos. Como exemplo cita-se as empresas em que, além da importância da matéria prima, outros materiais também são relevantes, como a embalagem e outros materiais diretos, tal qual ocorre nas fábricas de chocolate. Exemplificando: se uma empresa apresentou gastos com Materiais Diretos no valor de $ 1.200.000, o rateio dos $ 120.000 dos CIF se processará por meio de uma relação diretamente proporcional entre cada custo de Material Direto e o seu total. O coeficiente encontrado será aplicado no total dos CIF, gerando assim a participação dele em cada produto. Observe-se que neste caso foramfeitas as seguintes relações: Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo consumo de material direto para cada produto. 6.3.2 Rateio diretamente proporcional ao valor da mão-de-obra direta (MOD) Este critério também é muito utilizado, visto que um dos fatores que causam a ocorrência dos CIF é a aplicação da MOD nos diferentes produtos que a empresa elabora. No exemplo que segue, onde estão apontados os custos com MOD de três produtos, o rateio de $120.000 de CIF será efetuado de forma diretamente proporcional aos gastos de cada produto com a MOD. No caso de MOD, foram usadas as seguintes relações: Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo consumo de mão-de-obra direta para cada produto. OBS.: OS CUSTOS TOTAIS PARA CADA PRODUTO APRESENTAM VALORES DIFERENTES EM RELAÇÃO AS BASES ESCOLHIDAS PARA SE FAZER O RATEIO.
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