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E-Book Gestão de Custos e Preços

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GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Iane Neitzke
2GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a 
Distância (NEAD)
Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Gabriel Olmiro de Castilhos
Revisora
Ana Clara Garcia
Introdução 3
Origem dos Custos 4
Conhecimentos Básicos dos 
Custos 7
A contabilidade versus a gestão de custos e 
preços 8
Terminologia dos custos 10
Entendendo os custos 17
Classificação dos Custos 21
Classificações dos custos quanto à unidade 
(ao produto) 22
Classificação dos Custos quanto ao Volume25
Elementos de Custos 36
Custos Diretos 37
Mão-de-obra Direta 42
Custos Indiretos 43
Métodos e Sistemas de Custeio 50
Formas de apuração dos custos 51
Formas de apropriação dos custos 55
Sistemas de Custeio 56
Departamentalização 63
Normas (Regras) de apropriação dos custos 66
Relação Custo, Volume e Lucro 70
Margem de Contribuição 71
Ponto de Equilíbrio 74
Margem de Segurança Operacional 79
Alavancagem Operacional 79
Formação do Preço de Venda 83
Estratégias para definição do Preço de Venda 84
Formação do Preço de Venda 86
Referências 93
3GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
INTRODUÇÃO
Conhecer e entender o funcionamento de custos e preços é item fundamental no mundo empresarial, ou seja, é 
condição necessária e obrigatória para a gestão de qualquer empresa, seja ela indústria, comércio ou prestadora de 
serviços, independentemente do porte, se pequeno, médio ou grande.
Com o crescente aumento da competividade, a qual tem se mostrado cada vez mais acirrada nos últimos tempos, 
qualquer diferencial pode vir a ser fator determinante para o sucesso ou não de um negócio. A oferta de produtos 
personalizados e diversificados, cujo tempo de vida útil é cada vez menor, obriga as empresas a manterem linhas de 
produção específicas, as quais necessitam constantemente de mudanças e adaptações, principalmente se decorrentes de 
novas tecnologias, tendo como consequência reflexos na estrutura dos produtos, na apuração dos custos de produção, 
refletindo também na formação do preço de venda. 
Logo, não se pode relegar o ato de conhecer custos levando-os para uma segunda etapa ou segundo plano, tendo em 
vista que, constituem ferramenta administrativa indispensável para o gerenciamento empresarial e, principalmente, 
para a tomada de decisão. Além disso, não basta apenas ter conhecimento sobre custos produtivos, é preciso também 
conhecer outros gastos, tão relevantes quanto, como os custos relacionados a pesquisa e desenvolvimento de novos 
produtos, as despesas de marketing, de logística, dentre tantos outros. 
Compreender a dinâmica dos custos ajuda-nos a identificar, analisar e solucionar os problemas encontrados na sua 
apuração, principalmente quando relacionados a produção de produtos e serviços, assim como a identificar os fatores 
internos, externos, mercadológicos, econômicos e financeiros que influenciam ou que afetam a formação do preço 
de venda. 
4GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
ORIGEM DOS 
CUSTOS
É de conhecimento de todos que, tanto o 
consumo de bens, quanto a utilização de 
serviços são necessários e essenciais à 
própria condição humana desde os mais 
primórdios tempos da civilização. 
Quando o homem primitivo, em sua luta pela sub-
sistência, colhia, caçava e pescava, estava produzindo para 
o seu próprio consumo. Até este momento, sua produção 
restringia-se às necessidades imediatas e individuais de sa-
tisfazer-se fisionomicamente. Porém, logo as dificuldades e 
perigos enfrentados pelo homem daquela época, na busca de 
sua sobrevivência, levaram-no a reunir-se em grupos. 
A partir de então, ocorre significativa alteração no pro-
cesso econômico-social, modificando também, consequen-
temente, os fenômenos dos custos. Assim, surgem, as espe-
cializações: uns caçam, outros colhem ou pescam. E, como 
não havia moeda, nem sentido especulativo, todos produziam 
para o próprio consumo, em bases igualitárias, onde não havia 
Você sabia que o conceito de custos começou a criar forma desde os maios 
remotos tempos? E que, a necessidade de obter-se os bens necessários 
para a sobrevivência acompanha o homem desde então?
5GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
propriedade privada e tudo era de todos 
e para todos. Tal regime de produção e 
consumo implicava numa tese em que o 
custo é igual ao preço. 
Mais adiante, o pescador passa a 
apanhar uma certa quantidade de peixes 
por dia, sendo uma parte para seu consumo 
e o restante entregue à comunidade que, 
por sua vez, fornece-lhe a caça e outros 
bens e serviços. Havendo então, uma per-
muta de bens e consumos em que estes 
eram iguais àqueles. 
Em tal estágio econômico os cus-
tos e preços f lutuam independentemente 
da vontade do homem, cujo domínio da 
natureza ainda era muito precário. As 
condições do meio em que viviam eram 
variáveis e imprevistas. Imperava o regime 
de produção-consumo, num ciclo diário, 
sem a preocupação do amanhã. 
E como se deu a evolução dos cus-
tos nas empresas?
No início - Com ferramentas rudi-
mentares, o homem só utilizava os bens 
naturais no mesmo estado em que eram 
encontrados na natureza ou, no mínimo, 
com alguma pequena alteração no seu 
estado, executada pelo próprio homem 
(consumidor) ou por algum membro da 
sua família.
Com o desenvolvimento da civi-
lização - O homem e seus dependentes 
passam a extrair os bens da natureza, 
beneficiando-os de forma rudimentar e 
oferecendo-os aos outros homens, dessa 
forma, aparecendo o sistema de trocas.
Com a evolução da produção - Fo-
ram criadas as empresas para comercializar 
os bens produzidos pelos pequenos grupos 
familiares. O desenvolvimento do comér-
cio e do transporte marítimo proporcio-
nou a ampliação da produção, envolvendo 
maior número de pessoas, embora, em 
muitos casos, ainda na forma artesanal. 
Todo este processo evolutivo culminou 
com a Revolução Industrial iniciada na 
Inglaterra, cuja primeira fase ocorreu na 
segunda metade do Século XVIII. Este 
estágio da evolução determinou a neces-
sidade de ser incrementada a forma de or-
ganização societária, cujo valor do capital 
aplicado transformou-a de propriedade in-
dividual em coletiva, despersonalizando-a. 
6GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
E hoje, o que podemos dizer sobre 
os custos? 
O constante surgimento de novas 
tecnologias e a existência de sistemas com-
plexos de produção, associados ao cresci-
mento das empresas, gerou a necessidades 
de controles que proporcionassem maior 
segurança na aplicação de capitais e na 
manutenção dos sistemas produtivos. 
Custo que, se posteriormente com-
parado ao preço de venda, indica a margem 
de lucro de cada produto, facilitando a 
tomada de decisão sobre a alternativa mais 
vantajosa a ser adotada.
Enfim, por que devemos estudar 
Custos?
Devemos estudar custos para que, 
dentro das empresas, possamos atender 
a pelo menos três tipos de necessidades 
gerenciais:
• Ter em mãos informações sobre a ren-
tabilidade e o desempenho das diversas 
atividades executadas pela empresa;
• Auxiliar no planejamento, no con-
trole e no desenvolvimento das operações 
empresariais;
• Ter acessos às informações de forma 
que possamos utilizá-las na tomada de 
decisões. 
O controle e a gestão dos custos 
surgiu da necessidade de segurança e 
racionalização da produção, permitindo 
ao gestor saber quanto custa produzir 
cada um dos bens ou serviços de sua 
empresa.
Resumindo
Após termos estudado a origem e a evolução 
dos custos, podemos entender que:
• O controle e a gestão dos custos surgiram 
da necessidade de maior segurança e 
racionalização da produção nas empresas
• Que ao conhecer os custos de uma 
empresa o gestor conseguirá atender as 
suas principais necessidades gerenciais,como por exemplo:
- Ter a mão informações úteis e relevantes 
para a tomada de decisão;
- Auxiliar no planejamento, no controle 
e no desenvolvimento das operações 
empresariais.
7GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
CONHECIMENTOS 
BÁSICOS DOS CUSTOS
Saber distinguir os diferentes tipos de 
contabilidade e sua relação com custos; 
compreender a terminologia geral dos 
gastos e entender o real significado da 
palavra custos são alguns dos conhecimentos 
básicos sobre custos que devemos ter.
Se levarmos em conta que o foco da disciplina é gestão 
de custos e preços, iremos perceber que a contabilidade tem 
um papel fundamental neste trabalho, tendo em vista que, ela 
é a principal fonte de informação contábil, econômica e finan-
ceira das empresas, podendo ser utilizada como ferramenta 
ou como subsídio de apoio ao processo de tomada de decisão. 
Conhecer a terminologia utilizada em custos também é 
outro fator essencial para gerir estes gastos, claro, sempre no 
intuito de obter os melhores resultados. Não há como com-
preender a sistemática de apuração dos custos e, consequente-
mente, a formação do preço de venda, sem que antes o usuário 
tenha conhecimento e entendimento dos principais termos 
Para entendermos e podermos melhor gerir os custos, são necessários 
alguns conhecimentos básicos, os quais nos ajudarão, inclusive, a tirarmos 
o melhor proveito do seu uso na tomada de decisão.
8GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
técnicos utilizados nessa área. Também, 
é comum a confusão em relação à alguns 
deles, principalmente quando utilizados 
por profissionais de outras áreas, a exemplo 
da financeira, onde a mesma palavra pode 
ter significado e ref lexo nos diferentes 
resultados.
Por último, mas não menos im-
portante, temos também a necessidade 
de entendermos o significado da palavra 
custos. Conceito extremamente claro para 
alguns, e tão complexo para outros, tendo 
em vista o conflito conceitual que existe 
em custos e despesas. 
Logo, nesta Unidade, iremos es-
tudar os assuntos já mencionados ante-
riormente, de forma que, ao final, você 
tenha os conhecimentos básicos, porém 
necessários, para o entendimento de custos 
e sua aplicação. 
A contabilidade versus a gestão 
de custos e preços
Embora a contabilidade tenha como 
principal objetivo registrar todas as alte-
rações ocorridas no patrimônio de uma 
empresa, a depender do usuário e do tipo 
de informação requerida, ela pode assumir 
diferentes formas e funções, dependendo 
de como e para que está sendo utilizada.
Logo, para entendermos melhor esta 
relação entre contabilidade e custos, vamos 
começar estudando e distinguindo os di-
ferentes tipos de contabilidade, tendo em 
vista que cada uma delas possui objetivo 
específico.
 Contabilidade Financeira
A Contabilidade Financeira, ou ge-
ral, é a mais conhecida pelos empresários, 
uma vez que, tem como principal objetivo 
a apuração do resultado (lucro ou prejuízo) 
de uma empresa ao final de um determi-
nado período, bem como a elaboração e 
a apresentação de todas as demonstrações 
contábeis e financeiras. Dentre as suas 
principais características destacam-se: 
• É obrigatória perante a legislação do 
Imposto de Renda;
• Está sujeita às normas e imposições 
legais;
• É altamente normatizada e padro-
nizada;
• Sofre auditoria contábil;
• Atende à vontade do Leão.
9GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Contabilidade de Custos
Costuma-se dizer que a Contabili-
dade de Custos é um dos ramos ou braços 
da contabilidade financeira. Ela tem como 
principais funções acumular, organizar, 
analisar e interpretar os custos dos pro-
dutos, dos inventários dos estoques, dos 
serviços, dos planos operacionais e das 
atividades de distribuição para determinar 
o lucro, para controlar as operações e para 
auxiliar o administrador no processo de 
tomada de decisões, no intuito de obter 
uma operação eficiente, econômica e lu-
crativa.
Enfim, dizemos que a contabilidade 
de custos tem três funções básicas, as quais 
devem atender as seguintes necessidades:
 a) Determinação do resultado (lucro 
ou prejuízo): através dos registros contá-
beis, como consequência da fabricação e 
venda de seus produtos, apresentando-o 
de forma que o mesmo seja útil à admi-
nistração.
b) Controle das operações e demais 
recursos produtivos: utilizando-se inclusi-
ve de orçamentos, com comparações entre 
previsto e realizado, para avaliar inven-
tários de matérias-primas, de produtos 
fabricados e de produtos vendidos ao final 
de um determinado período.
c) Tomada de decisão: com base nas 
informações fornecidas pela contabilidade 
de custos, é preciso decidir o que e quanto 
fabricar, estipular o preço de venda, esco-
lher entre comprar ou produzir, etc.
Contabilidade Gerencial
Este tipo de contabilidade tem por 
objetivo fornecer informações para to-
mada de decisão, utilizando-se de outras 
contabilidades, como a Contabilidade Fi-
nanceira (Geral), a Contabilidade Fiscal e, 
principalmente, com bastante inf luência 
sobre Contabilidade de Custos. Dentre as 
suas principais características destacam-se: 
• O foco na tomada de decisões;
• Não está sujeita às restrições e impo-
sições legais;
• É mais dinâmica e ágil que as demais 
contabilidades;
A contabilidade financeira preocupa-se 
com as leis e normas e é obrigatória 
para as entidades legalmente 
estabelecidas. Seu objetivo maior está 
associado ao passado, e seus atos e 
práticas são estabelecidos por meio de 
regras normativas que, muitas vezes, 
comprometem a tomada de decisão. 
(BRUMI; FAMÁ, 2007, p. 21).
A contabilidade de custos é direcionada 
para a análise dos gastos relacionados 
pelas entidades durante suas atividades 
operacionais, contribuindo na tomada 
de decisões, envolvendo as opções 
de produção, formação de preço e 
alternativas entre produção própria e 
terceirizada. (VIEGA; SANTOS, 2016, p. 
4).
10GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
• Deve ser específica para cada tipo 
de negócio;
• Fornece subsídios para a avaliação de 
estoques e determinação de resultados;
• Contribui no planejamento e controle 
das atividades empresariais.
Terminologia dos custos
Para que seja possível entendermos o 
processo de formação dos custos e, conse-
quentemente, dos preços, antes é necessário 
conhecermos alguns dos principais termos 
técnicos utilizados. É também importante 
destacar que muitos destes termos foram 
utilizados, inicialmente, na contabilidade 
geral e trazidos, posteriormente, para a 
contabilidade de custos.
Gastos
De um modo geral, se questionar-
mos as pessoas sobre o que significa a pa-
lavra gasto, com certeza, se não todos, a 
grande maioria conseguirá nos responder 
sem grandes dificuldades, tendo em vista 
que é uma palavra que usamos constante-
mente no nosso dia a dia. Fato que não é 
diferente no ambiente empresarial.
De uma forma simples, Bruni; Famá 
(2007, p.23) descrevem gasto como: “sacri-
fício financeiro que a entidade arca para a 
A contabilidade gerencial também pode ser 
caracterizada como um enfoque especial, 
conferido a várias técnicas e procedimentos 
contábeis, empregados na contabilidade 
financeira e de custos, com objetivos 
diferentes, maior detalhamento, ou como 
forma de apresentação e classificação 
diferenciada, a fim de auxiliar os gestores da 
entidade em seu processo decisório. (BRUMI; 
FAMÁ, 2007, p. 22).
Resumindo 
Após estudarmos os diferentes tipos 
de contabilidade podemos concluir que:
A Contabilidade Financeira é regida por 
leis e normas, tendo como principal 
objetivo a elaboração e a apresentação 
das demonstrações contábeis e 
financeiras da empresa.
A Contabilidade de Custos é um dos 
ramos da contabilidade financeira e é 
direcionada para a análise dos gastos 
relacionados às atividades operacionais, 
envolvendo as operações de produção 
e formação de preço de venda.
A Contabilidade Gerencial utiliza-se das 
Contabilidades Financeira e de Custos, 
tendo como principal objetivo fornecer 
informações, com maior detalhamento 
e de forma diferenciada aos gestores, 
a fim auxiliá-losem seu processo 
decisório.
11GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
obtenção de um produto ou serviço qual-
quer”.
Normalmente, este sacrifício é re-
presentado pela entrega ou pela promessa 
de entrega de ativos (normalmente dinhei-
ro). Muito embora existam alguns gastos 
que são considerados não desembolsáveis, 
como o caso da depreciação. 
Para entendermos melhor os gastos, 
vamos, inicialmente, dividi-lo em três: 
investimentos, custos e despesas.
Investimentos
Muitos são os conceitos e as abor-
dagens utilizadas para a palavra investi-
mentos. Como exemplo, temos:
a) Contabilmente são considerados 
investimentos os valores aplicados no capi-
tal de outras sociedades, através da compra 
de ações ou participações societárias, assim 
como os investimentos realizados em obras 
de arte, dentre outros. 
b) Para fins de custos (objeto do 
nosso estudo), investimentos podem ser 
considerados todos os sacrifícios ocor-
ridos na aquisição de bens ou serviços, 
classificados no Ativo (Circulante e Não 
Circulante), ativados principalmente em 
função do tempo de vida útil na empresa 
ou dos benefícios atribuíveis a períodos 
futuros, sendo necessário baixá-los ou 
amortizá-los quando da sua venda, do seu 
consumo, do seu desaparecimento ou da 
sua desvalorização.
Os investimentos podem ser de di-
versas naturezas e de períodos de ativação 
variados: 
a) Bens, que irão permanecer “defi-
nitivamente” na empresa: são gastos que 
É importante lembrar que, na área 
contábil, existe o gasto no ato da 
passagem para a empresa do bem ou 
serviço, ou seja, no momento em que 
existe o reconhecimento contábil da 
dívida assumida ou da redução do ativo 
dado em pagamento.
Nota: Ao longo do estudo, vamos 
perceber que muitos dos conceitos 
apresentados neste material não 
são novos ou desconhecidos. Porém, 
diferentes daqueles com os quais 
estamos acostumados a trabalhar. Isso 
não significa que eles estejam errados, 
e sim, que se referem a abordagens 
diferentes, como por exemplo: 
financeira, contábil ou de custos. 
12GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
se classificam como investimentos per-
manentes e são contabilizados nos grupos 
dos Investimentos ou Imobilizado, ambos 
no Ativo Não Circulante. Como exemplo, 
podemos citar os veículos de uma empresa.
b) Bens que irão permanecer “tem-
porariamente” na empresa: são gastos que, 
a exemplo das mercadorias adquiridas para 
a revenda, devem ser contabilizadas no 
grupo dos Estoques, Ativo Circulante, 
uma vez que, deverão permanecer tem-
porariamente na empresa.
c) Direitos que poderão permanecer 
“temporariamente”, no Ativo Circulante, 
ou “definitivamente”, no Ativo Não Cir-
culante da empresa.
Neste caso, um dos melhores exem-
plos que podemos citar são as ações adqui-
ridas de outras empresas, cuja classificação 
dependerá da intenção que levou a socie-
dade a adquiri-las, se para investimento 
temporário (especulação financeira), no 
grupo do Ativo Circulante, ou para fins 
de investimento permanente, classificados 
no Ativo Não Circulante. 
Custos
Segundo Bruni; Famá (2007, p. 23) 
os “Custos representam gastos relativos a 
bens ou serviços utilizados na produção de 
outros bens ou serviços”. Como exemplo 
podemos citar o gasto com a matéria-prima 
utilizada na produção de um determinado 
produto.
De forma ainda mais simples, pode-
mos inicialmente conceituar custos como 
sendo tudo o que gastamos para fazer al-
guma coisa, ou seja, o custo desta coisa.
Vejamos alguns exemplos de custos: 
o valor gasto pela padaria para fabricar o 
pão ou a vinícola para produzir o vinho.
13GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Para entendermos melhor, veja alguns exemplos:
E agora, você conseguiu entender o que significa custo? Vamos fazer um teste? 
Leia com atenção as afirmações ao lado e identifique qual delas é verdadeira:
Custo é tudo o que se gasta para se 
obter um bem ou um serviço.
Tem-se como um custo o valor dos 
bens e/ou serviços consumidos eficiente-
mente na produção de outros bens e/ou 
serviços. 
Custos são todos os gastos relaciona-
dos ao processo produtivo de outros bens 
e serviços, como por exemplo a matéria-
-prima, a mão de obra direta e os demais 
custos indiretos de fabricação, ou ainda, 
à aquisição de mercadorias para a comer-
cialização. 
Do ponto de vista econômico, enten-
de-se por custo toda e qualquer aplicação 
de recursos, de diferentes formas e expressa 
em seu valor monetário, para a produção 
de bens ou a prestação de serviços. 
Se você identificou que todas as al-
ternativas apresentadas referem-se a con-
ceitos de custos, você acertou. Parabéns!
Entretanto, não podemos esquecer que o custo somente deve ser reconhecido como 
tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens 
ou serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Logo, a 
matéria-prima citada antes, somente poderá ser considerada como custo no momento 
em que for utilizada na produção. 
Situação Fato Conclusão
Uma mãe resolve fazer um 
bolo para seus filhos no final de 
semana.
Ela irá gastar, principalmente, 
com os ingredientes (farinha, 
ovo, leite, etc.) para fazer o bolo 
que deseja.
A mãe, ao final, terá um custo 
de produção do bolo.
Uma indústria fabrica calçados 
femininos. 
Ela irá gastar para produzir cada 
par de sapato feminino. Seus 
principais custos serão com 
matéria-prima, mão de obra 
direta, dentre outros gastos de 
fabricação.
A indústria, ao final, terá um 
custo de produção de cada par 
de calçado feminino.
Conclusão: tanto a mãe, quanto a indústria, possuem custos, ou seja: todos gastam para produzir 
um determinado bem, mesmo num ambiente informal como o da própria casa.
14GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Despesas
Como vimos anteriormente, os custos representam gastos relativos a bens ou 
serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, o que dizer das despesas?
As despesas representam o esforço para se obter receitas, indo para o resul-
tado como contas redutoras destas, de forma a apresentarem o lucro ou prejuízo de 
um determinado período. Assim, os dispêndios referentes à administração, vendas, 
financiamentos, dentre outros, são considerados como despesas.
Você sabia que o valor gasto por uma empresa para estocar as mercadorias des-
tinadas a venda, ou para manter a infraestrutura de uma loja ou ainda com a comissão 
paga ao vendedor é despesa? Afinal de contas todos estes gastos decorrem do esforço 
que a mesma faz para vender.
Na sua grande maioria correspon-
dem aos gastos departamentais das áreas: 
comercial, financeira, administrativa, en-
tre outros, tendo como exemplo os gastos 
com impostos sobre as vendas, comissões, 
propaganda e publicidade, salários da ad-
ministração, etc.
De forma simples e reduzida, podemos 
dizer que as despesas são todos 
os gastos, com bens ou serviços, 
consumidos direta ou indiretamente 
para a obtenção de receitas e que 
não possuem relação com o processo 
produtivo de outros bens ou serviços.
15GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Desembolso
Consideramos desembolso todo 
o pagamento resultante da aquisição do 
bem ou serviço, ou ainda, de quitação de 
uma obrigação. Vale ressaltar que a con-
tabilidade registra os fatos contábeis de 
acordo com o regime de competência na 
data efetiva em que as receitas e despe-
sas aconteceram, independentemente do 
seu recebimento ou pagamento. Por outro 
lado, o financeiro registra somente os fatos 
contábeis que digam respeito a pagamen-
tos e recebimentos, desconsiderando as 
operações que não representam entrada 
ou saída de dinheiro do caixa. 
Perda ou Desperdício
A perda ocorre quando um bem ou 
serviço é consumido de forma anormal e 
involuntária, não devendo ser confundida 
com despesa (e muito menos com o cus-
to), exatamente pela sua característica de 
anormalidade e involuntariedade, muito 
embora receba contabilmente estas clas-
sificações. 
Observe e analise o quadro a seguir:
Já sabemos que as perdas ou desperdícios decorrem de bens ou recursos con-
sumidos, mas que não sãoincorporados ao produto final, ou que são consumidos de 
forma anormal ou involuntária. Em decorrência dessas situações, podem ter duas 
classificações, dependendo do ocorrido: custos ou despesas.
a) Perda rotineira: Custo (perdas rotineiras devem ser incorporadas aos custos 
de produção);
b) Perda ocasional: Despesa (perdas ocasionais não devem ser incorporadas 
aos custos e sim reconhecidas como despesas).
Despesa Custo Perda ou Desperdício
Bem ou serviço consumido de 
forma normal e voluntária no 
intuito de gerar receitas (vendas). 
Exemplo: gastos com propaganda 
e publicidade.
Bens ou recursos consumidos e 
incorporados ao produto final, 
de forma normal ou voluntária.
Exemplo: gastos com matéria-
prima.
Bens ou recursos consumidos, 
mas não incorporados ao 
produto final, ou consumidos de 
forma anormal ou involuntária. 
Exemplo: matér ia-pr ima 
descartada em função de uma 
falha no fornecimento de energia 
elétrica. 
16GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Vamos olhar alguns exemplos:
Exemplo 1: Uma fábrica de escovas 
de dentes verificou que o peso de cada 
escova finalizada é igual a 40g. Porém, 
o processo produtivo gera aparas iguais 
a 10g.
Qual o volume de plástico associado 
ao custo da escova?
Perdas rotineiras devem ser incor-
poradas aos custos de produção, neste 
caso, as 50 gramas de plástico.
Exemplo 2: Em função de uma falha 
no fornecimento de energia elétrica, a pro-
dução da fábrica de escovas foi obrigada a 
descartar 60 Kg de plástico, que estavam 
prontos para o processo de injeção.
Qual o volume de plástico asso-
ciado ao custo de produção da escova?
Perdas ocasionais devem ser clas-
sificadas como despesas, neste caso, os 
60 kg de plástico.
Outras nomenclaturas utilizadas 
em custos
a) Custo de Produção do Período 
(CPP): correspondem a soma dos custos 
incorridos no período, dentro da fábrica.
b) Custo dos Produtos em Ela-
boração (CPE): correspondem a soma 
dos custos contidos na produção ainda 
em elaboração (não acabada). Pode conter 
custos de produção também de períodos 
anteriores, existentes em unidades que só 
serão completadas no próximo período.
c) Custo dos Produtos Acabados 
(CPA): correspondem a soma dos custos 
contidos na produção acabada no período. 
Pode conter custos de produção, também 
de períodos anteriores, existentes em uni-
dades que só foram completadas no pre-
sente período.
d) Custo dos Produtos Vendidos 
(CPV): correspondem a soma dos custos 
incorridos na fabricação dos bens e que 
só agora estão sendo vendidos. Também, 
pode conter custos de produção de diversos 
períodos, caso os itens vendidos tenham 
sido produzidos em épocas diferentes.
Resumindo
Após estudarmos os principais termos 
técnicos utilizados pela gestão de custos 
e preços, podemos concluir que:
• Custo: é um gasto relativo a bens ou 
serviços utilizados na produção de outros 
bens ou serviços.
• Despesa: é um gasto com bens ou serviços 
consumidos direta ou indiretamente para a 
obtenção de receitas. Não possuem relação 
com o processo produtivo.
• Perda ou Desperdício: é um gasto 
que ocorre quando um bem ou serviço 
é consumido de forma anormal e 
involuntária, podendo ocorrer de forma 
rotineira (incorporados ao custo de 
produção) ou ocasional (reconhecidos 
como despesas).
17GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Entendendo os custos
Chamamos de custos a parcela dos 
gastos consumida no ambiente fabril, 
mais especificamente, na produção de 
bens e serviços, quando for uma indústria, 
ou ainda, na aquisição de mercadorias, 
quando for uma empresa comercial.
No tópico anterior, vimos que as 
despesas referem-se a gastos consumidos 
na administração da empresa e na reali-
zação das vendas, ou seja, de forma con-
ceitual, são gastos necessários e voltados 
para a geração de receitas. Entretanto, a 
diferença entre custos e despesas ainda é, 
inclusive nos dias de hoje, uma das princi-
pais polêmicas relacionadas à terminologia 
contábil.
Nesse sentido, pode ocorrer que, 
mesmo após estudarmos sobre os princi-
pais conceitos e classificações de custos, 
ainda existem dúvidas relacionadas a este 
assunto.
Afinal de contas, como podemos diferenciar custos de despesas, uma vez que 
ambos são gastos?
Para ajudá-lo, vamos destacar as principais diferenças entre custos e despesas: 
Diferenças Despesa Custos
Relação ou não do gasto com a produção 
de bens e serviços. 
Gasto não relacionado à produção de 
bens e serviços, e sim, à geração de 
receitas.
Gasto relacionado (direta e indiretamen-
te) à produção de bens e serviços.
Momento do reflexo do gasto no 
resultado da empresa: no lucro ou no 
prejuízo.
Refletem negativamente no resultado 
de um período (reduzindo o lucro ou 
aumentando o prejuízo) no momento 
em que ocorrem.
Refletem negativamente no resultado 
de um período (reduzindo o lucro ou 
aumentando o prejuízo) somente após 
os produtos produzidos terem sido 
vendidos e baixados do estoque.
Demonstrativo do Resultado do Exercício 
– DRE.
Vão diretamente para o resultado 
do exercício, no Demonstrativo do 
Resultado do Exercício – DRE. 
Inicialmente, vão para o grupo dos Esto-
ques, no Ativo Circulante (como custo 
dos produtos acabados) e, somente após 
a venda do produto, é que irão para o 
resultado do exercício, no Demonstrativo 
do Resultado do Exercício – DRE. 
18GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Agora, vamos fazer alguns exemplos 
práticos para exercitar o que você aprendeu 
até aqui!
Exemplo Prático Nº 01 – Ao lado 
estão apresentados alguns tipos de gastos 
existentes nas empresas industriais. A nos-
sa meta é classificá-los em Investimentos, 
Despesas, Custos e Perdas.
Resumindo
Após estudarmos as principais diferenças entre 
custos e despesas podemos dizer que elas 
decorrem: 
Da relação ou não do gasto com a produção de 
bens e serviços:
- Os custos são gastos que se relacionam com a 
produção de outros bens e serviços. 
- As despesas são gastos que se relacionam com 
as vendas (geração de receitas) de produtos, 
mercadorias e serviços, não possuindo relação 
com a produção. 
Do momento do reflexo do gasto no resultado 
(lucro ou prejuízo) da empresa:
- Os custos dos produtos somente irão para o 
resultado (reduzindo) no momento da venda, 
como Custo dos Produtos Vendidos (CPV).
- As despesas refletem diretamente no resultado 
do período (também reduzindo) no momento em 
que ocorrem, por meio do regime de competência. 
Nº Descrição do Gasto Tipo de Gasto Nº Descrição do Gasto Tipo de Gasto
1
Aquisição de veículos para 
entregas de vendas
Investimento 13
Gasto com seguro da área 
administrativa
Despesa
2
Combustível gasto por 
vendedores
Despesa 14 Gasto com seguro da fábrica Custo
3 Comissões de vendas Despesa 15
Gastos com depreciação da 
fábrica
Custo
4 Compra de máquina industrial Investimento 16
Gastos com depreciação 
de computadores da área 
comercial
Despesa
5
Consumo de aço em indústria 
metalúrgica
Custo 17 Gastos com manutenção fabril Custo
6
Consumo de matéria-
prima no processo fabril 
(fabricação)
Custo 18
Gastos com supervisão das 
linhas de produção
Custo
7
Consumo de mater ial 
de escritório da área 
administrativa
Despesa 19
Leasing (Aluguel) de veículos 
administrativos
Despesa
8
Consumo de mater ial 
secundário na fábrica
Custo 20
Limpeza e conservação da área 
administrativa 
Despesa
9
Energia Elétrica – consumo 
da área administrativa
Despesa 21
Material de embalagem 
consumida na indústria
Custo
10
Energia Elétrica – consumo 
identificável da área industrial 
Custo 22 Ociosidade da mão de obra Perda
11 Fretes de entregas (vendas) Despesa 23
S a l á r i o s e e n c a r g o s 
administrativos
Despesa
12
Fretes de insumos produtivos 
(matéria-prima)
Custo 24
Mão de obra utilizada na 
produção
Custo
19GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Primeira dica: após excluir a pos-
sibilidade de ser um investimento (estes 
normalmente referem-se a bens do ativo 
imobilizado, como por exemplo veículos, 
máquinas, etc.), devemos identificar a que 
centro de custos ou departamentoo gasto 
está relacionado.
Segunda dica: se o gasto estiver re-
lacionado, de alguma forma, a produção 
de bens e serviços (fabricação) será consi-
derado custo, caso contrário será despesa 
ou perda.
Exercícios de fixação
Responda as questões:
1. O que é gasto? 
2. O que é custo?
3. O que é despesa?
4. O que é investimento?
5. Quando uma empresa compra matéria-prima para utilizá-
la futuramente na produção, incorre em custo, despesa ou 
investimento? Explique.
6. Por que as perdas normais de matéria-prima, ocorridas na 
produção, são consideradas custos de produção? 
7. Caso ocorram perdas anormais (acidentais e que não deveriam 
ter acontecido) de matéria-prima, qual tratamento deve ser 
dado a elas? 
8. Quando uma empresa compra um equipamento para ser 
utilizado na fábrica, incorre em custo, despesa ou investimento? 
Explique.
9. Como os gastos são separados em custos e despesas?
10. A depreciação é um custo ou uma despesa? 
11. Cite dez contas que representem despesas.
12. Cite dez contas que representem custos.
13. Cite e explique dois tipos de problemas que o conhecimento 
de custos ajuda a solucionar. 
14. Classifique as seguintes contas em custos de produção e 
despesas: 
Gastos Custo de Produção ou Despesa
Água consumida no processo de resfriamento de peças 
numa indústria
Aluguel do galpão da fábrica.
Aluguel mensal do ônibus que transporta o pessoal 
da contabilidade.
Salário dos vendedores.
Gastos com o refeitório dos funcionários da fábrica.
Manutenção do computador do departamento 
financeiro.
Imposto predial da fábrica.
Salários dos gerentes da fábrica.
Honorários dos diretores administrativo e comercial.
Energia elétrica do prédio da administração da empresa.
Madeira utilizada na fabricação de mesas.
Salário do supervisor da montagem.
21GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
CLASSIFICAÇÃO DOS 
CUSTOS
Muitas são as classificações de custos 
encontradas e empregadas pela 
contabilidade de custos. 
A associação do custo, de acordo com a unidade produ-
zida, ou conforme o seu comportamento em relação ao volume 
de produção, dentre outras, são algumas das abordagens que 
iremos estudar nesta Unidade. Conforme já mencionado 
anteriormente, dependendo da finalidade do gasto, tanto os 
custos, quanto as despesas podem ter diferentes classificações.
Na prática, dentro das empresas, o resultado apurado 
(lucro ou prejuízo), decorrente da produção e venda de um 
determinado produto, somente estará correto se antes houver 
o perfeito entendimento sobre o comportamento dos custos 
e sua classificação, fazendo desta unidade uma das mais im-
portantes na disciplina de Gestão de Custos e Preços. 
No entanto, dada a diversidade das abordagens quan-
do o assunto é classificação de custos, especificamente neste 
trabalho, estaremos estudando somente aquelas que julgamos 
como as mais importantes e relevantes classificações: quando 
à unidade do produto e quanto ao volume de produção.
Porém, a sua definição depende, dentre outros fatores, 
do interesse e da metodologia que será utilizada pela 
empresa.
22GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Classificações dos custos quanto à unidade (ao produto)
Os custos com a produção de bens e serviços podem ser classificados de di-
ferentes formas quanto a sua aplicabilidade no processo produtivo, a depender do 
interesse e da metodologia empregada pela contabilidade de custos. 
A forma de associação dos custos aos produtos de acordo com a unidade pro-
duzida é uma delas. Nesta classificação os custos são divididos, essencialmente, em 
dois tipos: custos diretos ou primários e custos indiretos.
Para facilitar o entendimento do assunto utilizaremos:
Como custos indiretos de fabrica-
ção: os custos indiretos serão representa-
dos pelo gasto com o aluguel do prédio 
onde as mesas estão sendo produzidas, o 
salário do supervisor da fábrica, a energia 
elétrica, o consumo de água, os gastos com 
manutenção, serviços de limpeza, serviços 
de segurança, combustíveis e lubrificantes 
de veículos, etc.
Custos Diretos ou Primários
 Estes custos caracterizam-se por es-
tarem diretamente relacionados e incluídos 
no cálculo do custo de um determinado 
produto ou serviço. São custos perfeita-
mente mensuráveis, de forma objetiva e 
direta ao produto ou serviço que está sendo 
produzido, não sendo necessário qualquer 
tipo de rateio ou forma de distribuição. 
Como exemplos, podemos citar os mate-
riais diretos (madeira para produzir uma 
mesa) e a mão de obra direta (salários dos 
operários que estão produzindo a mesa).
Observação: por serem mensuráveis 
e identificáveis aos produtos que estão 
Exemplo: Uma fábrica de 
mesas de madeira para es-
critório.
Como material direto: a 
madeira (matéria-prima) 
utilizada para produzir a 
mesa.
Como mão de obra direta: os 
gastos (salários) dos operários 
que estão diretamente relacio-
nados à produção das mesas.
23GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
sendo produzidos, conforme os exemplos 
citados, caracterizam-se também como 
custos variáveis, uma vez que, variam em 
quantidades de acordo com o volume de 
produção.
Custos Indiretos
Estes custos, por sua vez, caracteri-
zam-se por não estarem “especificamente” 
ou diretamente relacionados a um “único” 
produto ou serviço, e sim, a vários deles. 
São custos que, por não serem mensurá-
veis, de forma objetiva e direta ao produto 
ou serviço que está sendo produzido, ne-
cessitam da utilização de rateios (forma de 
distribuição), para atribuí-los aos produtos 
ou serviços. Como exemplos, podemos ci-
tar os custos indiretos de fabricação, como 
o aluguel do prédio, onde as mesas estão 
sendo produzidas, salários do supervisor 
da fábrica, dentre outros.
Observação: por não serem mensu-
ráveis ou identificáveis aos produtos que 
estão sendo produzidos, conforme exemplo 
anterior, caracterizam-se também como 
custos fixos, uma vez que não variam de 
acordo com a produção.
Além das classif icações acima, 
também podemos classificar os custos de 
acordo com a sua aplicabilidade: 
a) Custos de Transformação: cor-
respondem a soma de todos os custos de 
produção, exceto os relativos às matérias-
-primas. Eles representam o valor do es-
forço da própria empresa no processo de 
elaboração de um determinado item, tendo 
como principais exemplos: 
• A mão de obra direta (salários dos 
operários que estão produzindo a mesa).
• Os custos indiretos de fabricação 
(aluguel do prédio onde as mesas estão 
sendo produzidas, salário do supervisor 
da fábrica, etc.).
b) Custo Contábil ou Fabril: repre-
senta a soma dos três principais elementos 
dos custos: materiais diretos, mão de obra 
direta e custos indiretos de fabricação. São 
custos que ocorrem durante o processo 
de fabricação e que ao final do período 
devem ser incorporados aos Estoques de 
Produtos em Elaboração ou Acabados. 
Como exemplos podemos citar:
• Os materiais diretos (madeira para 
produzir uma mesa);
• A mão de obra direta (salários dos 
operários que estão produzindo a mesa).
• Os custos indiretos de fabricação 
(aluguel do prédio onde as mesas estão 
sendo produzidas, salários do supervisor 
da fábrica, etc.).
c) Gasto Total ou Custo Integral: 
corresponde à soma de todos os gastos 
(com exceção dos investimentos) ou valores 
consumidos pela empresa para a elabora-
ção de um produto ou serviço, incluindo 
custos ou despesas. Exemplo: 
• Os materiais diretos (madeira para 
produzir uma mesa);
• A mão de obra direta (salários dos 
operários que estão produzindo a mesa).
24GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
• Os custos indiretos de fabricação 
(aluguel do prédio onde as mesas estão 
sendo produzidas, salários do supervisor 
da fábrica, etc.).
• As despesas decorrentes da adminis-
tração e venda das mesas.
Veja no quadro ao lado como fica 
a classificação dos custos, do exemplo 
prático (fábrica de mesas para escritório), 
quanto à unidade do produto.
Nele, também iremos perceber que 
as despesas somente devem ser adicionadas 
ao custo dos produtos, quando tratar-se do 
custo total ou integral,utilizado somente 
para fins gerenciais, como por exemplo, 
para a formação do preço de venda e para 
a tomada de decisão.
Custo Direto ou 
Primário
Materiais diretos (madeira para produzir uma mesa, dentre outros);Mão de obra direta 
(salários e encargos dos operários que estão produzindo a mesa).
Custo de 
Transformação
Mão de obra direta (salários e encargos dos operários que estão produzindo a mesa); Custos 
indiretos de fabricação (aluguel do prédio, salário do supervisor da fábrica, energia elétrica, 
consumo de água, gastos com manutenção, serviços de limpeza, serviços de segurança, 
combustíveis e lubrificantes de veículos, etc.).
Custo Total, Contábil 
ou Fabril
Materiais diretos (madeira para produzir uma mesa, dentre outros); Mão de obra direta 
(salários e encargos dos operários que estão produzindo a mesa); Custos indiretos de 
fabricação (aluguel do prédio, salário do supervisor da fábrica, energia elétrica, consumo 
de água, gastos com manutenção, serviços de limpeza, serviços de segurança, combustíveis 
e lubrificantes de veículos, etc.).
Gasto Total ou Integral
Materiais diretos (madeira para produzir uma mesa, dentre outros); Mão de obra direta 
(salários e encargos dos operários que estão produzindo a mesa); Custos indiretos de 
fabricação (aluguel do prédio, salário do supervisor da fábrica, energia elétrica, consumo de 
água, gastos com manutenção, serviços de limpeza, serviços de segurança, combustíveis e 
lubrificantes de veículos, etc.). Despesas (gastos relacionados à venda das mesas (impostos 
sobre as vendas, comissões sobre as vendas, despesas administrativas em geral, etc.
Resumindo
Após estudarmos as principais classificações dos custos quanto a unidade (produto), podemos concluir 
que:
• Os custos diretos estão relacionados à produção de um determinado produto ou serviço. São 
perfeitamente mensuráveis (identificáveis) ao produto ou serviço que está sendo produzido e, por isso 
não necessitam de rateios. Exemplo: madeira para produzir uma mesa e os salários dos operários 
que a estão produzindo.
• Os custos indiretos não estão diretamente relacionados a um único produto ou serviço, e sim, a 
vários deles. Não são mensuráveis (identificáveis) ao produto ou serviço que está sendo produzido 
e, por isso necessitam da utilização dos rateios. Exemplos: aluguel do prédio onde as mesas estão 
sendo produzidas, salários do supervisor da fábrica, dentre outros.
25GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Classificação dos Custos quanto 
ao Volume
Após estudarmos as principais clas-
sificações dos custos quanto à unidade, ou 
seja, quanto à forma de identificá-los e 
adicioná-los aos custos de produção de um 
ou mais produtos (direta ou indiretamen-
te), classificando-os como custos diretos 
ou indiretos, agora vamos aprender um 
pouco mais sobre estes mesmos custos, 
porém analisando-os em relação ao volume 
de produção.
Segundo Bruni; Famá (2007, p.30) 
“o comportamento dos custos em relação 
ao volume permite analisar as variáveis 
nos custos totais e unitários em relação 
a diferentes volumes de produção”. De 
forma resumida, conseguimos identificar e 
analisar como se comportam os custos em 
relação ao volume de produção, se sofrem 
alterações (para mais ou para menos) ou 
se permanecem inalterados.
Os custos com a fabricação de bens 
e serviços podem ser classificados de di-
ferentes formas quanto a sua variabilidade 
em relação ao volume de produção, são 
eles:
• Custos Fixos;
• Custos Variáveis;
• Custos Mistos: Semifixos ou Semi-
variáveis.
Custos Fixos
 São considerados custos fixos aque-
les gastos fabris, cujo montante global per-
manece inalterado, apesar da variação do 
nível de atividade (produção) da empresa, 
ou seja: 
Esse tipo de custo tem uma relação 
direta com a estrutura da empresa, sen-
do conhecido como Custos de Estrutura, 
pois dependem da natureza, do tipo e do 
tamanho da mesma, inclusive de suas ins-
talações industriais.
Um dos exemplos de mais fácil 
entendimento, e sempre trabalhado em 
sala de aula, é o custo com aluguel de 
imóveis, mais precisamente do aluguel 
do prédio onde a empresa produz os seus 
produtos. Costumamos dizer que, mesmo 
que a empresa não tenha produção num 
determinado período, ou que ela aumen-
te de forma significativa o seu volume, 
independentemente da situação, ela terá 
o gasto com o aluguel, sem variações no 
seu valor, independentemente do volume 
de produção da empresa. 
Custos Fixos são aqueles custos que, dentro 
de uma determinada escala de produção, 
permanecem constantes, não sofrendo 
alterações decorrentes das mudanças na 
quantidade produzida (independente se para 
mais ou para menos).
26GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Para fins de apuração dos custos, na 
grande maioria das vezes, os custos indi-
retos de fabricação são considerados fixos.
Observe as figuras seguintes:
Os gastos com o pessoal que presta 
a manutenção das máquinas utilizadas 
na produção, com a equipe que realiza 
a limpeza da fábrica, com a pessoa res-
ponsável pela segurança da fábrica e até 
mesmo com o combustível que abastece 
os veículos, cujas atividades estão relacio-
nadas a produção (e não a vendas), dentre 
muitos outros, são considerados custos 
fixos, uma vez que, não variam de acordo 
com o volume de produção.
É importante salientar que podem 
haver variações nos valores ou nos perío-
dos em que estes gastos ocorrem. Mesmo 
assim, estes custos são considerados fixos, 
porque não estão relacionados diretamente 
a um produto ou serviço, permanecendo 
inalterados, independentemente do volume 
de produção.
Custos Variáveis
Os custos variáveis, por sua vez, 
comportam-se de forma oposta aos custos 
fixos, uma vez que, correspondem a todos 
os custos que variam em seu montante 
global em função da variação do nível de 
atividade (produção) da empresa, ou seja, 
são aqueles custos que acompanham o 
crescimento ou a redução do volume de 
produção, na mesma proporção ou com 
a mesma intensidade, de forma direta e 
proporcional. 
27GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Este tipo de custo também é co-
nhecido como Custos de Atividade, isto 
é, aqueles cuja origem é consequência do 
funcionamento normal da empresa, da sua 
atividade fim. 
Um exemplo de custo variável, e de 
fácil entendimento, é o custo com a maté-
ria-prima ou com os materiais diretos. O 
aço é a principal matéria-prima utilizada 
em uma indústria siderúrgica ou metalúr-
gica. Logo, varia de acordo com o volume 
de produção. Nesse exemplo, podemos 
afirmar que, quanto mais a empresa pro-
duzir, maior será o consumo da principal 
matéria-prima, o aço.
Agora, trazendo para o nosso exem-
plo prático, classificam-se como custos 
variáveis: a matéria-prima (quanto mais 
mesas a empresas produzir, maior será o 
consumo da madeira) e a mão de obra dire-
ta (quanto mais mesas a empresas produzir, 
mais horas efetivamente trabalhadas na 
produção das mesas a empresa irá utilizar 
e, consequentemente, gastar).
Para fins de apuração dos custos, 
os dois principais tipos de custos diretos 
(materiais diretos e mão de obra direta) são 
considerados variáveis, visto que, variam 
de acordo com o volume de produção. 
Custos Mistos: Semifixo e Semivariável
Os custos mistos são aqueles que 
possuem, no seu total, uma parcela fixa e 
outra variável, denominados de custos se-
mifixos ou semivariáveis. Estes custos não 
variam, proporcionalmente, com o número 
de unidades produzidas, mas também não 
permanecem inalterados. Mostram uma 
tendência ascendente, quando aumenta o 
número de unidades produzidas, varian-
do o gasto total (mas não proporcional), 
porém, caso não haja produção, ele não 
pode ser eliminado. 
Exemplo 01 – Custo Semifixo: o 
consumo de energia elétrica possui uma 
parte fixa (demanda) e outra variável (con-
sumo medido por quilowatt—hora), sendo 
que, a parte fixa é paga, de maneira inde-
pendente do volume de energia consumida, 
De uma forma simples, porém completa, 
podemos dizer que os custos variáveis 
alteram-se em função da variação do 
volumede atividade, ou seja, da variação 
da quantidade produzida no período. 
Logo, quanto maior for o volume de 
atividade no período, maior será o custo 
variável total e, consequentemente, 
quanto menor for o volume de atividade 
no período, menor será o custo variável 
total.
28GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
já a parte variável é paga em função do 
volume consumido. 
Exemplo 02 – Custo Semivariável: o 
aluguel de uma copiadora, em que o valor 
é fixo até determinado número de cópias 
e, a partir desse número, passa a variar 
em função do número de cópias tiradas.
Vamos ao fechamento da Unidade?
Para facilitar o entendimento das 
classificações como um todo, utilizare-
mos o mesmo exemplo prático da fábrica 
de mesas de madeira para escritório, já 
adotado na abordagem sobre a classifica-
ção dos custos quanto a sua aplicabilidade 
(quanto à unidade).
Classificação dos Custos quanto ao Volume
Custos Fixos Custos Variáveis Custos Semifixos Custos Semivariáveis
São custos que não variam, 
independentemente de 
haver ou não produção.
São custos que variam 
diretamente em função 
do volume de produção.
São custos fixos até um 
determinado patamar, 
passando a ser variáveis 
quando esse patamar for 
excedido, ou seja, oscilam 
entre fixos e variáveis.
São custos variáveis 
que não acompanham 
linearmente a variação da 
produção, mas aos saltos, 
mantendo-se fixos dentro 
de certos limites, ou seja, 
oscilam entre variáveis e 
fixos.
Apropriação: necessitam 
de rateios para serem 
alocados aos produtos. 
A p r o p r i a ç ã o : N ã o 
necessitam de rateios 
para serem alocados aos 
produtos, sua apropri-
ação é direta.
Apropriação: Utilizam as 
duas formas de apropria-
ção dos custos: por Rateio 
e Direta.
Apropriação: Utilizam 
as duas formas de 
apropriação dos custos: 
Direta e por Rateio.
Exemplo: os custos 
indiretos de fabricação 
(aluguel do prédio onde 
as mesas estão sendo 
produzidas, salários do 
supervisor da fábrica, 
etc.).
Exemplos: os materiais 
diretos (madeira para 
produzir uma mesa) e 
a mão de obra direta 
(salários dos operários 
que estão produzindo a 
mesa).
Exemplo: a conta da água 
ou da energia elétrica da 
fábrica.
Exemplo: o aluguel de 
uma máquina copiadora
29GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Agora, observe os gráficos e veja como os custos se comportam quando clas-
sificados quanto a sua variabilidade em relação ao volume de produção.
Custos Semivariáveis
Exemplo: aluguel de uma máquina 
copiadora
Custos Semifixos
Exemplo: a conta da água ou da 
energia elétrica da fábrica
Custos Variáveis
Exemplo: os materiais diretos (madeira) e a de 
obra direta (salários dos operários)
Custos fixos
Exemplo: aluguel do prédio, salários do 
supervisor da fábrica, etc.
Valor (R$)
Valor (R$)Valor (R$)
Valor (R$)
Quantidade produzida
Quantidade produzidaQuantidade produzida
Quantidade produzida
Fonte: Evoluções dos diferentes custos (adapatada Bruni; Famá (2007, p.31)
Nota: dada a dificuldade na distribuição dos custos semifixos e semivariáveis, para fins do cálculo dos custos, esses são considerados 
como indiretos e fixos na grande maioria das empresas.
Resumindo
Após estudarmos as principais 
classificações quanto ao volume 
(quantidade), podemos concluir que:
• Custos Fixos são gastos de produção 
cujo montante total permanece inalterado 
apesar da variação no volume de produção 
da empresa, ou seja, independente do 
volume de produção o custo fixo total 
permanecerá igual
• Custos Variáveis se comportam de forma 
oposta aos custos fixos, variando na 
mesma proporção do volume de produção, 
ou seja, da quantidade produzida no 
período. Quanto maior for o volume de 
produção, maior será o custo variável total 
e vice-versa
• Custos fixos, Semifixos e Semivariáveis 
são aqueles que possuem, no seu total, 
uma parcela fixa e outra variável. Estes 
custos não variam proporcionalmente 
ao número de unidades produzidas, mas 
também não permanecem inalterados, 
mostrando uma tendência ascendente 
(porém não proporcional)
30GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Agora, alguns exemplos práticos sobre as classificações de custos! 
Exemplo Prático Nº 02 - No quadro que segue você tem alguns dados contábeis 
e financeiros de uma indústria. Como tarefa inicial, vamos identificar, na coluna ao 
lado, o tipo de gasto: Materiais Diretos (MD), Mão de Obra Direta (MDO), Custos 
Indiretos de Fabricação (CIF) ou despesa (D).
Com base nos números antes apresentados e na classificação realizada, levando 
em conta a composição de cada um dos seguintes tipos de custos, estime os valores 
(em reais) para cada um deles:
a. Material Direto ou Primário: R$ 17.600,00 (Materiais Diretos + MOD)
b. Custo de Transformação: R$ 19.850,00 (MOD + CIF)
c. Custo Fabril ou de Produção: R$ 28.050,00 (Materiais + MOD + CIF) 
d. Gasto Total ou Custo Integral: 
R$ 36.170,00 (Materiais + MOD + CIF 
+ Despesas)
Exemplo Prático Nº 03 – Quando 
estudamos a terminologia dos custos rea-
lizamos, no Exemplo Nº 01, a classifica-
ção de alguns gastos em: Investimentos, 
Despesas, Custos e Perdas. 
Agora, com sequência diferente, va-
mos classificar os mesmos gastos, porém 
em: Despesas Fixas (DF), Custos Fixos 
(CF), Despesas Variáveis (DV), Custos 
Variáveis (CV), Investimentos (I). 
Dados contábeis e financeiros Valor (R$) Tipo
Materiais diretos requisitados para a produção 8.200,00 Custo Direto (CD)
Depreciação do parque industrial (fábrica) 1.700,00 Custo Indireto de Fabricação (CIF)
Aluguel da fábrica 5.200,00 Custo Indireto de Fabricação (CIF)
Aluguel dos escritórios administrativos 7.400,00 Despesas (D) 
Materiais indiretos requisitados para a produção 950,00 Custo Indireto de Fabricação (CIF)
Depreciação de computadores da diretoria 720,00 Despesas (D)
MOD – Mão de Obra Direta 9.400,00 Mão de Obra Direta (MOD)
Seguro área industrial (fábrica) 2.600,00 Custo Indireto de Fabricação (CIF)
TOTAL 36.170,00 
31GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Exemplo Prático Nº 04 – Agora va-
mos testar o seu conhecimento quanto a 
aplicabilidade e variabilidade dos custos de 
produção. Vejamos a situação apresentada 
a seguir:
A Fábrica de Sorvetes Sabor Gelado 
Ltda. apresenta custos e despesas fixas 
anuais iguais a R$ 40.000,00. Seus custos 
variáveis unitários são iguais a R$ 13,50 
por caixa. Comumente, o preço de venda 
médio é igual a R$ 22,00. Supondo pro-
duções de 10.000,0 e 20.000,00 caixas, 
calcule:
a) Receita Total
b) Custo Total e Unitário
c) Custo Fixo Total e Unitário
d) Custo Variável Total e Unitário
Gastos Gastos CV CF DV DF I
1 Comissões de vendas X 
2 Consumo de aço em indústria metalúrgica X 
3 Energia Elétrica – consumo da área administrativa X 
4 Energia Elétrica – consumo identificável da área industrial X 
5 Fretes de entregas (vendas) X 
6 Aquisição de veículos para entregas X
7 Fretes de insumos produtivos (matéria-prima) X 
8 Gastos com depreciação da fábrica X 
9 Gastos com depreciação de computadores da área comercial X 
10 Gastos com manutenção fabril X 
11 Compra de máquina industrial X
12 Gasto com seguro da fábrica X 
13 Gasto com seguro da área administrativa X 
14 Gastos com supervisão das linhas de produção X 
15 Leasing (Aluguel) de veículos administrativos X 
16 Limpeza e conservação da área administrativa X 
17 Consumo de matéria-prima no processo fabril X 
18 Consumo de material secundário na fábrica X 
19 Consumo de material de escritório da área administrativa X 
20 Material de embalagem consumida na indústria X 
21 Ociosidade da mão de obra X 
22 Salários e encargos administrativos X 
23 Combustível gasto por vendedores X 
32GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Então, como você responderia a esta 
questão?
Primeira dica: leia atentamente o 
enunciado da questão identificando todas 
as variáveis:
Segunda dica: uma vez identifi-
cadas as variáveis, vamos entender o que 
compõem os itens que seguem.
Terceira dica: agora que você já sabe a composição doselementos solicitados, 
vamos ao cálculo:
Você pode fazer de duas formas:
1º. Utilizando as fórmulas conforme modelo:
Custo e Despesas fixas 
Totais = 
R$ 40.000,00, o qual 
vamos chamar de CFt 
(Custo Fixo Total);
Custo Variável Unitário 
= 
R$ 13,50 por caixa, o 
qual vamos chamar 
de CVu (Custo Variável 
Unitário);
Preço de Venda = 
R$ 22,00, o qual vamos 
chamar de PVu (Preço 
de Venda Unitário);
Q u a n t i d a d e d e 
produção: 
10.000,0 e 20.000,00, a 
qual vamos chamar de 
Q (Quantidade).
 Receita Total 
(Rt)
Custo Total 
(CT)
Custo Total 
Unitário (CTu)
Custo Fixo 
Total (CFt)
Custo Fixo 
Unitário (CFu)
Custo Variável 
Total (CVt)
Custo Variável 
Unitário (CVu)
Corresponde 
ao total das 
v e n d a s o u 
faturamento.
Corresponde 
ao total gasto 
para produzir 
t o d o s o s 
b e n s o u 
serviços num 
determinado 
per íodo de 
tempo. 
Corresponde 
ao total gasto 
para produzir 
u m ú n i c o 
(unitário) bem 
ou serviço num 
determinado 
per íodo de 
tempo.
Corresponde 
a o t o t a l 
dos cus tos 
f i x o s n u m 
determinado 
período. 
Corresponde 
aos custos fixos 
por unidade 
produzida num 
determinado 
período.
Corresponde 
a o t o t a l 
dos cus tos 
variáveis para 
produzir todos 
os bens ou 
serviços num 
determinado 
per íodo de 
tempo.
Corresponde 
aos cus tos 
v a r i á v e i s 
por unidade 
produzida num 
determinado 
período. 
Receitas e Custos Fórmula Cálculo para 10.000 caixas Cálculo para 20.000 caixas
Receita Total RT = PVu x Q 22,00 X 10.000 = 220.000,00 22,00 X 10.000 = 220.000,00
Custo Total CT = CFt + CVt 40.000 + 135.000 = 175.000,00 40.000 + 270.000 = 310.000,00
Custo Total Unitário CTu = CT / Q 175.000,00 / 10.000 = 17,50 310.000,00 / 20.000 = 15,50
Custo Fixo Total CFt 40.000,00 (fornecido no enunciado) 40.000,00 (fornecido no enunciado)
Custo Fixo Unitário CFu = CFt/Q 40.000 / 10.000 = 4,00 40.000 / 20.000 = 2,00
Custo Variável Total CVt = CVu x Q 13,50 X 10.000 = 135.000,00 13,50 X 20.000 = 270.000,00
Custo Variável Unitário CVu 13,50 (fornecido no enunciado) 13,50 (fornecido no enunciado)
33GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
2º.Demonstrando o cálculo através de um quadro ou tabela de sua escolha.
Nota: Para fins de gestão de custos e preços, predomina a utilização de quadros 
e tabelas, as quais facilitam a interpretação e a análise dos dados.
Conta
10.000 caixas 20.000 caixas
Unitário (R$) Total (R$) Unitário (R$) Total (R$)
(+) Receita 22,00 22,00 X 10.000 = 220.000,00 22,00
22,00 X 20.000 = 
440.000,00
(-) Custo Total 4,00 + 13,50 = 17,50 40.000 + 135.000 = 175.000,00 2,00 + 13,50 = 15,50
40.000 + 270.000 = 
310.000,00
Custo Fixo 40.000 / 10.000 = 4,00 40.000,00
40.000 / 20.000 = 
2,00 40.000,00
Custo Variável 13,50 13,50 X 10.000 = 135.000,00 13,50
13,50 X 20.000 = 
270.000,00
(=) Resultado 22,00 – 17,50 = 4,50 220.000 – 175.000 = 45.000,00 22,00 – 15,50 = 6,50
440.000 – 310.000 
= 130.000,00
Exercícios de fixação
Responda as seguintes questões:
1. Como se classificam os custos quanto aos produtos fabricados? 
2. Como se classificam os custos quanto ao volume de produção? 
3. O que é custo direto? Dê exemplos. 
4. O que é custo indireto? Dê exemplos. 
5. O que é custo variável? Dê exemplos. 
6. O que é custo fixo? Dê exemplos. 
7. O que é custo semivariável? Dê exemplos.
8. O que é custo semifixo? Dê exemplos. 
9. Como os custos variáveis unitários e os custos fixos unitários 
se comportam quando a produção aumenta e quando ela 
diminui? 
10. Por que o aumento da produção até o limite da capacidade 
instalada de uma empresa provoca a redução dos custos 
unitários?
Assinale a alternativa correta:
1 - O custo total por unidade produzida é menor na produção 
em grande escala, porque: 
a) (...) O custo variável por unidade reduz na medida em que 
a quantidade produzida aumenta.
b) (...) O custo fixo por unidade aumenta na medida em que a 
quantidade produzida também aumenta.
c) (...) O custo fixo por unidade reduz na medida em que a 
quantidade produzida aumenta.
d) (...) O custo variável por unidade aumenta na medida em 
que a quantidade produzida também aumenta. 
2 - Podemos afirmar que os Custos que não variam em função 
do volume ou da quantidade produzida são:
a) (...) Custo fixo total e o custo variável unitário.
b) (...) Custo fixo total e custo variável total.
c) (...) Custo fixo unitário e o custo variável unitário.
d) (...) Custo fixo unitário e o custo variável total.
3- O custo variável total, dentro dos limites de capacidade de 
produção instalada e do período, comporta-se:
a) (...) Constante para qualquer quantidade produzida.
b) (...) Variando na proporção da variação da quantidade 
produzida.
c) (...) Variando em função inversa da variação da quantidade 
produzida.
d) (...) Crescente com decréscimo da quantidade produzida.
4 - Uma empresa no nível normal de sua capacidade de 
produção (200 unidades) tem custo total por unidade produzida 
(CT/Q) igual a R$ 1.500,00 e custo variável unitário igual a R$ 
1.200,00. No período, cuja produção fosse de 160 unidades, seu 
custo total por unidade produzida (CT/Q) seria:
a) (...) R$ 1.350,00
b) (...) R$ 1.500,00
c) (...) R$ 1.575,00
d) (...) R$ 1.833,00
36GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
ELEMENTOS DOS 
CUSTOS
Conhecer os principais aspectos sobre os 
elementos dos custos é de fundamental 
importância para a gestão de custos.
Você lembra do conceito de custos? Poderíamos dizer 
que são gastos que incorrem para a fabricação de determi-
nado produto ou serviço, e que se identifica como parte do 
respectivo custo? Se a sua resposta foi sim. Você acertou, pois 
já estudamos estes conceitos nas Unidades anteriores. 
O que vamos fazer agora é nos aprofundarmos um pouco 
mais neste conceito, estudando os principais elementos dos 
custos, sendo o custo direto o primeiro deles.
Entender sobre materiais diretos é item essencial no processo de 
fabricação, logo, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação 
ajudam nos processos de formação de custos, preços e tomada de decisão.
37GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Custos Diretos
Os custos diretos se subdividem em 
dois grandes grupos, que são: material 
direto e mão de obra direta.
Material Direto
Representa a parcela dos materiais 
usados no processo de fabricação que é 
imediatamente identificável e mensurável 
nos produtos produzidos. 
O material direto também sofre uma 
subdivisão, sendo ela: matéria-prima, com-
ponentes ou materiais diretos, materiais 
auxiliares, materiais secundários, materiais 
de embalagem, dentre outros. 
a) Matéria-prima: considerado o 
material mais importante, utilizado no 
processo de produção. Normalmente, essa 
importância é dada no sentido do valor, 
em dinheiro, que representa no contexto 
global da fabricação. Ela se caracteriza por 
sofrer mutação física no processo de fabri-
cação quando se transforma em produto 
e abrange, primeiramente, os materiais 
considerados importantes neste processo.
Exemplos:
• o petróleo é matéria-prima na fabri-
cação de gasolina, óleo, etc. 
• a soja é uma matéria-prima utilizada 
na fabricação de óleo, farelos, etc.
• o minério de ferro é matéria-prima 
utilizada na fabricação do aço, etc.
• o aço é matéria prima quando utili-
zado na fabricação de inúmeros produtos 
siderúrgicos e da metalúrgicos.
Para ajudá-lo na compreensão, va-
mos analisar alguns exemplos de bens que 
não devem ser considerados como maté-
ria-prima: 
• o espelho comprado por uma fábrica 
de móveis e aplicado diretamente na elabo-
ração de um móvel não dever ser chamado 
de matéria-prima.
• o motor comprado de terceiros por um 
fabricante de geladeira não é considerado 
matéria-prima.
Custo direto é aquele que pode ser 
especificamente atribuído a um produto 
ou serviço, não sendo necessário a 
utilização de distribuições proporcionais 
(rateios). Sintetizando, a apropriação 
do referido custo ao produto é feita de 
maneira direta.
N o s e xe m p l o s m e n c i o n a d o s 
anteriormente, todos sofrem mutação 
física duranteo processo de fabricação. 
No entanto, nos casos em que não ocorra 
mudança física alguma no material, 
o mesmo não deve ser chamado de 
matéria-prima, e sim de componente 
ou material direto, mesmo que ele 
seja usado e aplicado de forma direta, 
objetiva, cristalina e inquestionável na 
fabricação de um produto qualquer.
38GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Em ambos os casos, tanto o espe-
lho, quanto o motor, não sofrem nenhum 
processo de transformação ou beneficia-
mento, logo devem ser classificados como 
componentes ou simplesmente materiais 
diretos.
b) Componentes ou materiais dire-
tos: correspondem aos materiais adquiridos 
ou até mesmo produzidos pela própria 
empresa, que são agregados, mesmo que 
de forma direta, ao produto, mas que não 
sofrem mutação física, diferentemente das 
matérias- primas. 
Para facilitar o seu entendimento, 
vamos analisar alguns exemplos práti-
cos: A partir desses conceitos, questiona-
mo-nos: numa indústria exclusivamente 
montadora, existe matéria prima? Para a 
nossa surpresa, a resposta poderá ser de 
que não existe. 
1º Exemplo: embalagem numa 
indústria de cosméticos
2º Exemplo: motor em uma indústria 
de geladeira
3º Exemplo: componentes em uma 
indústria de computadores
Numa indústria de cosméticos, 
determinada embalagem correponde 
ao item mais relevante dos custos 
incorridos na produção, sendo inclusive 
seu custo superior ao próprio custo 
do produto nela contido. Porém, essa 
embalagem não deve ser chamada de 
matéria-prima, e sim de componente, 
porque não sofre mutação física.
Caso essa mesma fábrica de 
cosméticos efetue a fabricação dessa 
embalagem, poderá, na ala referente 
à sua produção, chamar de matéria-
prima aos materiais lá utilizados: 
celulose, papel, cristal etc. Mas, 
depois de obtida a embalagem, ela 
será considerada um custo direto do 
produto final (perfume, por exemplo), 
mas terá o nome de componente ou 
material direto (especificamente 
embalagem). Porém, nunca poderá 
ser chamada de matéria-prima.
Numa fábrica de geladeiras, o motor 
adquirido de terceiros ou fabricado 
pela própria empresa estará na 
linha de produção do refrigerador, 
considerado como material direto, 
normalmente com o nome específico 
de componente, mas nunca será 
chamado de matéria-prima.
Uma indústria de computadores 
faz aquisição junto a terceiros de 
todos os componentes: peças de 
plástico, circuitos eletrônicos, chips, 
fios, etc. Sua função acaba sendo 
exclusivamente a de especificar esses 
produtos, comprá-los de terceiros e 
efetuar a montagem. Por esse motivo, 
sua produção industrial limita-se à 
junção dos componentes, e como 
nenhum deles sofre alteração física 
nessa empresa, simplesmente temos 
uma indústria sem matéria-prima.
A partir destes conceitos, questionamo-nos: numa indústria exclusivamente montadora, existe matéria-prima? A 
resposta, para a nossa surpresa, poderá ser que não existe.
39GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
c) Materiais Auxiliares: correspon-
dem àqueles materiais, de menor valor 
econômico e, na maioria dos casos, difíceis 
de serem mensurados, que são utilizados 
na fabricação e fisicamente acoplados de 
forma direta aos produtos. 
Uma vez que, a empresa consiga per-
feitamente identificar o consumo desses 
itens com a produção deste ou daquele 
produto, poderá classificá-los como mate-
riais diretos, mais especificamente, como 
materiais auxiliares, tendo como exemplos: 
pregos, parafusos, arruelas, tintas, plaque-
tas, produtos químicos diversos (solventes, 
aditivos, catalisadores e outros). 
Entretanto, dada a sua irrelevân-
cia em termos econômicos, ou então pela 
dificuldade em se efetuar essa perfeita 
identificação, e muitas vezes por ambas 
as hipóteses, são em algumas situações 
classificados como materiais auxiliares, 
isto é, indiretos. Logo, é comum vermos 
indústrias considerando tais materiais 
como auxiliares indiretos. 
Nesse sentido, é muito impoprtante 
que sua classificação como custo direto ou 
indireto seja bastante esclarecida, visto que 
muitos desses materiais auxiliares não se 
apropriam fisicamente e diretamente do 
produto, como por exemplo, os combus-
tíveis, lubrificantes, lixas, brocas, papel 
etc., considerados, neste caso, considerados 
como indiretos.
Dessa maneira, é lógico, que em 
função de uma distinta sofisticação nos 
níveis de controle, e também de uma di-
ferente visão analítica dos custos, podem 
ocorrer diferentes classificações como os 
exemplos apresentados em seguida:
Indústria A: aponta o consumo de 
um determinado material, tinta, por exem-
plo, e sabe quanto dela foi consumido na 
fabricação deste ou daquele item; por isso 
apropria contabilmente essa tinta como 
parte dos materiais diretos. 
Indústria B: com menor nível de 
controle, ou com menor atenção para de-
talhes, ou até mesmo, porque para ela o 
gasto com esse material é menos relevante, 
pode estar considerando o gasto com tinta 
totalmente como parte componente dos 
materiais auxiliares indiretos.
Observação: os materiais utilizados 
no processo produtivo, que não atendem a 
estes dois critérios (identificáveis e men-
suráveis) são, geralmente, tratados como 
material indireto, o qual corresponde a 
uma parte do custo indireto de fabricação. 
Problemas básicos dos materiais 
diretos
Os materiais diretos geralmente 
possuem três problemas básicos, são eles:
a) Avaliação: a dificuldade encon-
tra-se em identificar qual o montante a 
atribuir ao custo, quando várias unidades 
De forma resumida, podemos 
conceituar material direto como sendo 
todo o material que pode ser alocado 
diretamente à unidade do produto que 
está sendo fabricada e que sai da fábrica 
incorporado ao produto final
40GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
são compradas por preços diferentes, prin-
cipalmente quando não existe um controle 
permanente de estoques ou um critério 
de avaliação dos estoques previamente 
definidos.
b) Controle: neste caso, a dificulda-
de encontra-se em controlar as atividades 
que se relacionam aos materiais diretos. 
Por exemplo: como distribuir as funções 
de compra (quem compra o que), pedido 
(quem é responsável por fazê-lo), recep-
ção e uso (a quem compete), controle de 
estoque (necessidade de um sistema ope-
racional), como inspecionar para verificar 
o efetivo consumo, etc.
c) Programação: aqui a dificuldade 
normalmente está relacionada a quanto 
comprar, como comprar, a fixação de lotes 
econômicos de aquisição, a definição de 
estoques mínimos de segurança, etc.
Avaliação dos estoques dos mate-
riais diretos
Você sabe por que as empresas rea-
lizam a contagem física de seus estoques a 
cada final de ano? Não? Esta operação está 
ligada a forma como as mesmas avaliam 
e controlam seus estoques. Veja:
A avaliação dos materiais diretos 
pode ser realizada basicamente de duas 
formas:
a) Sistema de Inventário Periódico: 
quando a empresa não mantém um con-
trole contínuo dos estoques. Nesse sistema 
a empresa somente conhece o que tem em 
seus estoques (em quantidade e valores) no 
final de um determinado período, nor-
malmente em dezembro, quando realiza 
o conhecido “balanço” ou “inventário de 
estoques”, o qual consiste na contagem 
física de todos os materiais diretos exis-
tentes na empresa naquela data. 
b) Sistema de Inventário Perma-
nente: quando existe o controle contínuo 
da movimentação dos estoques, ou seja, a 
cada entrada ou saída de materiais diretos, 
é realizado o registro desta operação nos 
mesmos. Neste sistema, ao final do ano, 
a empresa realiza a contagem de estoques 
no intuito de confrontá-lo com os estoques 
existentes em seus registros, realizando, 
se necessário, os devidos ajustes.
41GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Critérios de avaliação dos estoques dos 
materiais diretos 
Dentre os principais critérios de 
avaliação dos materiais diretos, podemos 
destacar:
a) UEPS: este critério avalia os ma-
teriais diretos, em estoque pelo valor do 
último material que entrou na empresa. 
Costumamos dizer que ele avalia os esto-
ques da seguinte forma:último a entrar, 
primeiro a sair ou, em inglês, LIFO, last 
in, first out. (Legislação fiscal brasileira 
não permite).
b) PEPS: neste critério os materiais 
diretos em estoque são avaliados pelo va-
lor do primeiro material que entrou na 
empresa. Resumidamente, dizemos que: 
o primeiro a entrar, será o primeiro a sair 
ou, em inglês, FIFO, first in, first out. 
c) Custo Médio Ponderado Móvel: 
além de ser o critério de avaliação mais 
utilizado pelas empresas, dada a facilidade 
no seu controle, tem sua avaliação baseada 
na média ponderada móvel dos custos de aquisição ou produção dos materiais diretos. 
Embora a definição do critério de avaliação de seus estoques seja responsabilidade 
da empresa, muitas ainda desconhecem os ref lexos desta opção em seus resultados 
e na sua carga tributária. Por isso, utilizando como modelo uma indústria, vamos 
comparar e analisar, através do quadro a ser apresentado, os ref lexos desta decisão 
nos custos dos produtos vendidos, no resultado da empresa (mais especificamente no 
lucro) e nos impostos devidos sobre o mesmo.
Quadro Comparativo entre Critérios de Avaliação numa indústria 
Avaliação dos 
Estoques 
Método 
utilizado
Reflexo no Custo 
dos Produtos 
Vendidos (CPV)
Reflexo no 
Resultado (se 
houver lucro)
Reflexo nos 
impostos sobre o 
lucro (IRPJ CSLL)
Avaliado pelo 
menor valor (do 
primeiro que 
entrou). 
UEPS Aumento do CPV. Redução no lucro. Redução do IRPJ e CSLL.
Avaliado pela 
média do custo 
de aquisição ou 
produção.
Custo Médio
Equilíbrio do CPV, 
ficando na média 
entre os critérios 
de avaliação UEPS e 
PEPS.
Equilíbrio no 
resultado (lucro), 
ficando na média 
entre os critérios 
de avaliação UEPS 
e PEPS.
A empresa pagará 
de IRPJ e CSLL um 
valor equivalente 
à média entre os 
critérios de avalição 
UEPS e PEPS.
Avaliado pelo 
maior valor 
(do último que 
entrou).
PEPS Redução do CPV. Aumento do lucro. Aumento do IRPJ e CSLL.
Fonte: Evolução dos diferentes custos (adapatada Bruni; Famá (2007, p.31)
42GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Mão-de-obra Direta
 A mão de obra direta é composta 
por todo o trabalho aplicado diretamente 
no produto ou em seus componentes, seja 
ela especializada ou não. Assim, quando 
o tempo de trabalho do funcionário pode 
ser identificado com o produto, lote de 
produto, processo fabril ou centro de cus-
tos, o salário e seus encargos sociais serão 
considerados mão de obra direta. 
 Para efeitos práticos, consideramos 
como mão de obra direta o salário do em-
pregado cuja ocupação estiver diretamente 
relacionada ao produto que está sendo fa-
bricado. Os demais operários empregados 
no departamento fabril, que embora im-
prescindíveis à tarefa de produzir, não se 
encontram diretamente identificados com 
um determinado produto, serão conside-
rados como mão de obra indireta.
 Ao analisarmos as imagens poste-
riores, veremos que todos os profissionais 
estão efetivamente produzindo ou rea-
lizando um serviço específico, capaz de 
ter seu tempo mensurado e o colaborador 
identificado. Resumidamente, podemos dizer que 
Mão de Obra Direta se refere apenas ao 
pessoal que trabalha diretamente sobre 
o produto em elaboração, “desde que 
seja possível a mensuração do tempo 
despendido e a identificação de quem 
executou o trabalho, sem necessidade 
de qualquer apropriação indireta ou 
rateio” (MARTINS, 1998, p. 143).
Resumindo
Após estudarmos os principais elementos 
dos custos, mais especificamente os 
custos diretos, podemos concluir que 
estes dividem-se em dois grandes 
grupos.
Material Direto: Representa a parcela 
dos materiais usados no processo 
de fabricação que é imediatamente 
identificável e mensurável aos produtos 
produzidos. Exemplos:
Matéria-PriMa: caracteriza-se por sofrer 
mutação física no processo de fabricação 
ao se transformar em produto.
43GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
Custos Indiretos
Custos Indiretos são todos os custos 
que não são perfeitamente mensuráveis 
ou identificáveis ao produto, portanto, 
dependem do emprego de recursos para 
sua distribuição aos produtos, tais como, 
taxas de rateio ou critério de distribuição 
proporcional.
Exemplos: depreciação, salários de 
supervisores das linhas de produção, etc. 
Enfim, todos os custos relacionados com 
a fabricação e que não podem ser econo-
micamente separadas entre as unidades 
que estão sendo produzidas.
Como já vimos, os custos indiretos 
são custos necessários à operação da fá-
brica, mas de natureza genérica demais 
para lançar-se diretamente no custo do 
produto. Logo, este elemento de custo, por 
sua generalidade, é chamado de Gastos 
Gerais de Fabricação ou Custo Indireto de 
Fabricação, podendo ser, na maioria das 
vezes fixo, ainda, possuindo as principais 
classificações a seguir:
a) Mão de obra Indireta: é o tra-
balho dedicado à supervisão, segurança, 
limpeza, almoxarifado, treinamentos, 
preparação de máquinas, engenharias, 
controle de qualidade, apontadores, etc. 
Caracteriza-se pela participação auxiliar 
do processo produtivo e é ação desenvol-
vida em torno da fabricação, ajudando-a 
a atingir seus objetivos.
Como exemplos, podemos utilizar 
alguns dos já citados, como quando vimos 
custos fixos: os gastos com o supervisor da 
produção, com a pessoa responsável pela 
segurança da fábrica, com as pessoas que 
realizam a limpeza da fábrica, com a pes-
soa responsável pelo controle dos estoques. 
Enfim, todos são mão de obra indireta, 
uma vez que não estão relacionados dire-
Componentes ou materiais diretos: 
diferentemente das matérias-primas, 
não sofrem mutação física. Em sua 
maioria, correspondem aos materiais 
adquiridos ou até mesmo produzidos 
pela própria empresa que são agregados, 
de forma direta, ao produto.
Materiais auxiliares: correspondem 
àqueles materiais de menor valor 
econômico e, na maior parte dos casos, 
difíceis mensurar que são utilizados na 
fabricação e fisicamente acoplados de 
forma direta aos produtos.
Mão-de-obra Direta: refere-se apenas 
ao pessoal que trabalha diretamente 
sobre o produto em elaboração, desde 
que seja possível a mensuração do 
tempo despendido e a identificação 
de quem executou o trabalho, sem 
necessida-de de qualquer apropriação 
indireta ou rateio
Simplificando, os custos indiretos são 
gastos identificados com a função de 
produção ou elaboração de produtos 
ou serviços e que, como o próprio nome 
já revela, não podem ser associados 
diretamente a um produto ou serviço 
específico.
44GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS
tamente a um produto ou serviço, devendo 
seus custos serem rateados com a produção 
do período.
b) Material Indireto: é todo o ma-
terial não usado como parte imediata no 
produto que se fabrica e, muito embora 
seja um elemento indispensável, não se 
constitue como fundamental ao processo 
produtivo. Como exemplo, temos os supri-
mentos para a fábrica, como combustíveis, 
lubrificantes para máquinas, lixas, material 
de limpeza, material para manutenção, 
brocas, material de segurança, etc.
c) Outros Custos Indiretos: com-
preendem todos os demais custos não 
incorridos diretamente para os produtos 
fabricados, mas para o benefício geral de 
toda a fábrica ou parte dela. Entre tais 
custos temos: água, luz, telefone, aluguel, 
depreciação, seguros, etc.
Complementando e reforçando os custos 
indiretos de fabricação: 
Está incluído também, no rol de 
custos indiretos de fabricação, tudo o que 
se gasta com a administração da produção 
(chefia ou superintendência da fábrica), 
compra e recepção de materiais, departa-
mento de programação e controle da pro-
dução, almoxarifado de matérias-primas 
e demais materiais de consumo industrial 
(incluindo os de higiene, limpeza, etc.), 
transporte, alimentação e segurança do 
pessoal da fábrica, portarias e guardas de 
toda a planta industrial, depreciações de 
todos os imóveis, equipamentos, veículos, 
instalações e outros imobilizados de uso no 
processo de fabricação, aluguel e arrenda-
mento mercantil de máquinas, transporte 
interno, manutenção, etc.
Ainda,

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