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CONTABILIDADE DE CUSTOS
Un 1- Introdução à contabilidade de custos
Aula 1 Terminologia contábil 
Conceito de Contabilidade de Custos 
O estudo da Contabilidade é de longa data, pois há muito o ser humano já registrava e controlava os fatos contábeis. Conforme Lopes de Sá (2006), os antigos egípcios já registravam fatos contábeis nos papiros, originando-se, pois, os livros contábeis. Assim, a Contabilidade capta, registra, acumula e interpreta os fenômenos que afetam o patrimônio das entidades. 
A seguir, veremos alguns conceitos da Contabilidade de Custos, que consolidam este ramo da Contabilidade como forte ferramenta no processo decisório das organizações. 
Para Leone (2010, p. 17), “Contabilidade de Custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, recebe (ou obtém) dados, acumulando-os de forma organizada, analisá-los e interpreta-os, produzindo informações de custo para os diversos níveis gerenciais”. 
Segundo Horngreen et al. (2004, p. 2), “A Contabilidade de Custo mensura e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela organização. Ela fornece informação tanto para a contabilidade gerencial quanto para a contabilidade financeira”. 
Entendemos, portanto, que a Contabilidade de Custos é um meio de informação gerencial, de controle e de avaliação para que a organização possa gerenciar seu desempenho de modo eficiente, eficaz e efetivo. 
Finalidade dos Custos 
Até a época do feudalismo, as cidades não tinham a importância que lhes foi atribuída com a organização da burguesia que surgia originada com o desenvolvimento de técnicas até então não utilizadas de plantio e de artesanato. As pessoas passaram a migrar do campo para as cidades em razão de mão de obra excedente, vindo a estabelecer uma nova classe social: a burguesia que se constituía deste excedente. 
Assim, encerrava-se uma época em que os senhores feudais ditavam as ordens de comércio e se iniciava uma nova forma de comercializar as mercadorias, com a compra e venda entre os comerciantes das cidades, que gerava uma maior circulação de moedas e permitia o comércio entre regiões mais distantes entre si. 
Ao mesmo tempo, a indústria, principalmente a têxtil, começava a florescer com a mecanização dos sistemas de produção, em que a burguesia industrial, cada vez mais, buscava aumentar seus lucros absorvendo grande contingente de mão de obra ociosa que vinha do campo para as cidades. 
Com o avanço da tecnologia, as fábricas produziam cada vez mais, e a divisão do trabalho veio a gerar aumento da produtividade, dando início à Revolução Industrial. Deste modo, consolidava-se de vez o capitalismo, sedimentando o poder da burguesia. 
A contabilidade, que antes, apenas contabilizava o resultado, com a adição ao estoque inicial das compras efetuadas, subtraindo das mercadorias vendidas, iniciava um novo modo de contabilizar os estoques, para apuração correta dos custos dos produtos que eram produzidos nas indústrias. 
Atualmente, a crescente escassez de recursos versus as necessidades ilimitadas, bem como a busca por uma melhor gestão destes recursos, levam os gestores a uma nova forma de condução de gerenciamento, como a adoção de medidas de avaliação desempenho, a partir das metas traçadas no planejamento estratégico, no qual é possível medir o que é relevante para a avaliação de desempenho atual e identificar as tendências para o futuro, cujos sistemas de contabilidade de custos são fundamentais para uma gestão eficiente, eficaz e efetiva. 
Portanto, os gestores necessitam de informações sobre os custos para auxílio ao processo decisório. Informações acerca dos custos dos seus próprios produtos e serviços servem para avaliar posições no mercado, fixar preços, bem como estabelecer a necessidade de novas estratégias de vendas ou de marketing. 
Os diferentes tipos de custos servirão de base para as diversas estratégias de mercados e melhor alocação de recursos. 
Deste modo, a Contabilidade de Custos, nos dias atuais, é imprescindível na manutenção do equilíbrio tanto econômico quanto financeiro das organizações, pois as informações sobre o custo de cada produto e/ ou serviço fornecerá aos tomadores de decisão informações sobre desperdícios, de mão de obra, materiais, máquinas de cada departamento de modo a fazer a contabilidade incidir em correta interpretação nos relatórios enviados à administração. 
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados (MARTINS, 2010). 
Assim sendo, a contabilidade de custos é fundamental para a as tomadas de decisão, ao fornecer informações relevantes não apenas para as organizações industriais, mas para vários outros tipos de organizações, tais como empresas prestadoras de serviços e instituições financeiras, que utilizam a contabilidade de custos para um melhor gerenciamento de suas atividades. 
Como você pode perceber, a contabilidade de custos representa um importante segmento contábil para as organizações, visto que se converte em uma poderosa ferramenta gerencial para o processo decisório. 
A tarefa principal dos gestores é o gerenciamento de custos. Nós usamos o gerenciamento de custos para descrever as ações que os gerentes tomam com o intuito de satisfazer os clientes enquanto continuamente reduzem e controlam custos (HORNGREEN, et al., 2004). 
Exemplo:
Qual a finalidade do controle de custos para as organizações? 
Os cálculos de custo do produto influenciam a maioria das decisões dos preços e do mix dos produtos. 
Gerentes monitoram o custo dos processos operacionais para assegurar que eles sejam mantidos sob controle e que a empresa use os recursos eficientemente. 
Além disso, os gerentes analisam os custos cuidadosamente, em decisões não rotineiras, tais como o fechamento de fábricas ou o acréscimo de novas rotas aéreas. Portanto, eles devem entender uma quantidade de conceitos diferentes de custos para poderem usar as informações geradas por um sistema de contabilidade de custo apropriado a uma ampla variedade de propósitos de decisões e de controle (ATKINSON et al., 2011). 
TERMINOLOGIAS UTILIZADAS 
Como já vimos, a contabilidade de custos é voltada para tomada de decisões e para isso é de fundamental importância conhecer e compreender a terminologia aplicada aos custos. 
Vídeo da Unidade
Para saber mais sobre a divisão das empresas em departamentos assista ao vídeo: Departamentalização. 
Aula 2 Classificação dos custos 
A contabilidade de custos é um sistema de informações, que desempenha um importante papel no gerenciamento de uma organização. Conhecer, saber classificar e controlar os custos da organização irá ajudar na tomada de decisão correta que afetará tanto o presente quanto o futuro da empresa. De início vamos conhecer a classificação dos custos: 
Na identificação dos custos, nem sempre é fácil perceber a relação destes com o objeto de custeio. Horngren et. al, (2004, p.19), afirma isto quando diz: “a maior questão com relação a custos é saber quando eles têm um relacionamento direto ou indireto com determinado objeto de custo”. 
Em relação ao produto, os custos são classificados em custos diretos e indiretos. No que se refere à produção, os custos são classificados em custos fixos e variáveis. 
Primeiramente iremos estudar os custos em relação ao produto: 
O método de custeio direto é um dos principais instrumentos de informações em nível permitindo tomadas de decisões mais assertivas, pois enfatiza a rentabilidade de cada produto sem as distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos, como também reflete as flutuações de lucro diretamente relacionadas com as vendas de produtos e mercadorias e prestação de serviços e o nível de produção, de modoa permitir, mais facilmente a análise e a situação atual do estágio de vendas (de produtos e mercadorias ou estágio da prestação de serviços), se está obtendo sucesso ou fracasso. Tal análise possibilita tomada de decisões em medidas corretivas, caso haja necessidade (MARTINS, 2010). 
Na figura a seguir, podemos ver que os custos diretos são facilmente identificáveis e podem ser apropriados diretamente aos objetos de custeio, enquanto que os custos indiretos, por não serem facilmente identificáveis necessitam de rateio. 
Agora veremos os custos no que se refere à produção, em que são classificados em custos fixos e variáveis. Para isso temos que compreender que o comportamento dos custos tem relação direta com o volume da produção, dentro de um determinado período. 
É importante, por parte dos gestores, a percepção das mudanças ocorridas nos níveis de atividades de produção nas organizações, levando-se em conta a relação entre os custos, período e volume de uma atividade, para fins de tomada de decisões. 
Para que se torne mais clara a compreensão em relação ao seu comportamento, veremos a distinção entre Custos Fixos e Custos Variáveis de Produção. 
Custos Fixos de Produção: são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido, ou seja, se a capacidade total de produção for de 1.000 unidades, se a empresa produz apenas uma unidade ou todas as 1.000, seu custo fixo total será o mesmo. Como exemplo, temos o aluguel da fábrica, que deve ser pago todos os meses, independente do volume de produção. 
Veja que os custos fixos podem ser vistos como encargos necessários para que a entidade tenha condições de produzir, e não apenas como encargos de um produto específico. Por não estarem associados a nenhum produto específico ou a uma unidade de produção, eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio. 
Vamos ao nosso exemplo: 
Percebemos então que o custo fixo diminui na medida em que a produção se eleva e vice-versa. 
Vejamos o gráfico a seguir que o custo se mantém fixo mesmo que com a elevação da quantidade produzida. 
Custos Variáveis de Produção: mantêm uma relação direta ao volume de produção. Em outras palavras, cada unidade a mais ou a menos produzida repercute diretamente no custo do produto. São exemplos de custos variáveis: matéria-prima e mão de obra diretamente utilizada no processo produtivo. 
Vamos ao nosso exemplo? 
Exemplo 1: custo total de matéria-prima adquirida no período: 
Exemplo 2: Mão de obra utilizada diretamente na produção: 
Vejamos no gráfico a seguir que o custo se eleva quando há aumento da quantidade produzida. 
Na Contabilidade de Custos outros Custos entram na composição dos produtos, das mercadorias ou dos serviços prestados. Veremos a seguir quais são estes custos. 
• Custos das Matérias-Primas Disponíveis: valor do estoque inicial de matérias-primas mais o valor das compras de matérias-primas efetuadas no período, considerando todos os fatores que alteram positivamente ou negativamente o valor das compras do período, tais como: seguros, abatimentos de compras, devoluções de compras, fretes, impostos; 
• Custos das Matérias-Primas Aplicadas: equivale ao custo das matérias-primas disponíveis menos o estoque final de matérias-primas; 
• Custos de Produção do Período: correspondem à soma dos custos incorridos na produção do período. Seu cálculo é feito pela soma dos valores gastos com materiais diretos e indiretos, com mão de obra direta e indireta e com gastos de fabricação diretos e indiretos aplicados na produção do período, sem considerar o valor do estoque inicial dos produtos em elaboração; 
• Custos de Produção: equivalem ao custo de produção do período mais o estoque inicial de produtos em elaboração; 
• Custos das Mercadorias Vendidas ou dos Produtos Vendidos: se constituem na soma dos itens vendidos pela empresa em determinado período, extraídos da conta de Estoque de Mercadorias ou Produtos Acabados. Nas indústrias, o estoque de produtos acabados representa o custo de produção dos produtos prontos. Nas organizações comerciais, o custo das mercadorias vendidas pode ser mensurado pela soma do estoque inicial, de compras de mercadorias, ou custo dos produtos fabricados e do estoque final; 
• Custos Totais: são todos os custos diretos e indiretos; 
• Custo Unitário: é o indicador representado por uma fração, em que o denominador será a quantidade dos produtos fabricados em determinado período ou em um processo produtivo. O numerador será o custo. O custo unitário de um processo servirá para a determinação do lucro ou para a avaliação de estoques; 
• Custos Comuns: em alguma fase do processo produtivo, pode acontecer que uma fase da produção seja comum a dois ou mais produtos, bem como aos custos desta fase, que deverão ser rateados entre eles; 
• Custos Funcionais: são custos identificados com diversas funções da organização. São divididos em custos operacionais e não operacionais e correspondem aos custos de diversas funções, tais como: custos administrativos, custos financeiros, custos tributários e custos comerciais; 
• Custo de Primários: equivalem aos gastos com matéria-prima mais os gastos com mão de obra direta; 
• Custo de Transformação: correspondem aos custos incorridos para transformar a matéria-prima em produto. São custos com a mão de obra direta e os custos diretos de fabricação; 
• Custos Estimados: são custos predeterminados destinados a resolver problemas de controle e planejamento em situações especiais. Os custos de projetos de viabilidade econômica, custos decorrentes de produção por encomenda se constituem em custos estimados; 
• Custo Padrão: apesar de serem custos predeterminados, estes são calculados com base nos padrões operacionais. Servem para controle, planejamento e tomadas de decisão. Estes custos são aplicados normalmente em operações repetitivas (operações por série), quando os parâmetros ou indicadores físicos estão perfeitamente definidos e quando os custos matêm uma relação íntima com a variabilidade daqueles dados quantitativos. São custos mais aplicados em fabricas, que produzem por padronização; 
• Custos Periódicos: são custos relacionados a um período de tempo; são repetitivos a cada período e não guardam relação de variabilidade com o parâmetro operacional de referência; 
• Custo por Natureza: classificação inicial dos custos; 
• Custo Fabril: corresponde à soma dos custos de material direto, de mão de obra direta e das despesas indiretas de fabricação debitadas à produção durante determinado período; 
• Custos Semifixos: custos classificados como fixos, mas que se modificam em razão de mudanças da capacidade de produção instalada. Exemplo: se a produção se eleva e a fábrica necessita alugar mais um galpão, que é classificado como custo fixo, este deverá elevar-se, bem como a depreciação das máquinas, em patamares, e assim permanecerão constantes em um novo patamar. O mesmo raciocínio é válido quando a produção necessita ser reduzida; 
• Custos Semivariáveis: equivalem aos custos que possuem uma parte fixa e outra variável, como custos de manutenção; custos que possuem, em seu valor, uma parcela fixa outra variável. Comportam-se como custo fixo até dado momento e depois passa a se comportar como custos variáveis. Exemplo: energia elétrica e água; quando não há utilização desses recursos, ou quando o consumo fica abaixo de um valor mínimo estipulado, paga-se uma taxa fixa (parte fixa do custo). À medida que se eleva o uso a partir do aumento da produção, o valor da conta (água/luz) se eleva (parte variável do custo); 
• Custo de Oportunidade: corresponde ao valor do benefício que se deixa de ganhar quando, no processo decisório, se toma um caminho e não outro;
• Custos Relevantes: custos comparados entre alternativas para que se escolha uma delas. 
Outros conceitos importantes ligados à contabilidade de custos
Você sabia que o custo unitário cai à medida que se aumenta a produção?
Este raciocínio é fruto da observação de que a ociosidadede mão de obra nas fábricas reduz à medida que aumenta a produção. Portanto, o custo unitário é uma medida de eficiência, ou seja, quanto mais se produz, menor o custo unitário de produção, considerando a existência de ociosidade na fábrica.
Aula 3 Esquema básico da Contabilidade de Custos: Departamentalização 
Podemos definir Departamentalização como a unidade mínima administrativa para a Contabilidade de Custos. Martins (2010, p. 65) avalia como uma estrutura “[...] representada por pessoas e máquinas que desenvolvem atividades homogêneas. Diz-se unidade mínima administrativa porque sempre há um responsável para cada Departamento [...]”. Entendemos, portanto, que a Departamentalização incorre como forma de controle, já que cada departamento está sob a responsabilidade de alguém. 
Para que aprendamos a departamentalização, iremos ver, a seguir, como ocorre o ciclo básico da contabilidade de custos: 
Ciclo Básico da Contabilidade de Custos 
O processo de apuração dos custos do produto incide na busca da identificação de todos os custos que serviram para a produção deste produto. Por exemplo, para produzir 100 unidades de sandálias de couro, necessitamos no mínimo de: couro, linha, mão de obra e estrutura física (máquinas, aluguel etc.), conforme demonstrado a seguir:
Para sabermos o preço de cada sandália, dividiremos o valor total dos custos (R$ 3.000,00) pela quantidade produzida, que foram 100 unidades, conforme evidenciado anteriormente. Ficando dessa forma: 
R$ 3.000,00 / 100 unidades = R$ 30/unidade
Para produzir cada sandália, tem-se um custo de R$ 30,00 
No exemplo, a indústria produzia apenas um único tipo de produto, que eram sandálias. Assim, a alocação dos custos (diretos e indiretos) fica mais fácil. Contudo sabemos que hoje as organizações não produzem um só produto, elas precisam diversificar a sua produção para poder ganhar competitividade no mercado, por isso é necessário que tenham critérios mais precisos para a alocação dos custos aos produtos. 
Deste modo, para a alocação dos itens de custos com mais de um produto, torna-se necessário seguir uma sequência de atividades, isto é, um esquema básico. 
O ciclo básico para alocação de custos consiste em três passos, que são: 
1° Passo: separação entre custos e despesas
Vimos anteriormente que os gastos relativos ao processo de produção são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. 
De posse de todos os gastos da organização, efetua-se a separação entre custo e despesa. 
Enquanto as despesas deverão ser classificadas diretamente no resultado do período, os custos primeiramente são identificados com os produtos, para cuja elaboração foram incorridos, constituindo os custos dos produtos fabricados (ou das matérias-primas e mercadorias adquiridas), sendo depois ativados, na forma de estoques de matérias-primas, produtos em elaboração, produtos acabados e/ou mercadorias para revenda para, finalmente, e apenas por ocasião da venda (ou consumo ou ainda, doação) serem computados como despesas, ou melhor, no Custo do Produto Vendido. 
Deve-se ficar atento na separação entre custos e despesas: 
· • Valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (princípios do conservadorismo e materialidade);
· • Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa do período;
· • Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos: como despesas do período em que incorrem, ou como investimento para amortização na forma de custo dos produtos a serem elaborados futuramente.
2° Passo: apropriação dos custos diretos aos produtos
Como já sabemos, os custos diretos (os mais comuns são a mão de obra direta e os materiais diretos) são mais fáceis de alocar aos produtos e serviços, por isso é coerente que após a identificação dos custos, os apropriemos, para em seguida, fazer o mesmo com os custos indiretos. 
3° Passo: rateio dos custos indiretos
Com os custos indiretos, como o próprio nome já diz, não são relacionados diretamente ao produto ou serviço, faz com que se adotem critérios de rateio diversos para a sua apropriação. 
Os custos indiretos podem ser rateados proporcionalmente à soma dos materiais diretos, à mão de obra, aos materiais diretos, ao tempo de fabricação (quando conhecido), entre outros. 
Podemos observar que o critério escolhido é arbitrário, e depende da escolha do gestor de custos. 
Departamentalização 
Departamentos e centro de custos 
Na contabilidade de custos para avaliação de Estoques, interessa mais a visualização do Departamento como um conjunto que, apesar de na maioria das vezes ser constituído de homens e máquinas, pode também ocorrer sob a forma de apenas homens, pelo menos teoricamente, também só máquinas, realizando tarefas homogêneas. 
Ainda conforme Martins (2010), os departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos: 
· os que promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente, denominados de Departamentos de Produção; 
· os que nem recebem o produto, denominados de Departamentos de Serviços. 
Os Departamentos de Produção têm os seus custos apropriados aos produtos, quando passam por eles e os Departamentos de Serviços, como os produtos não passam por ele, os custos são rateados aos produtos que deles se beneficiam. Na maioria das vezes um Departamento é também denominado Centro de Custos, ou seja, uma unidade mínima de acumulação de custo indireto de fabricação, que serão rateados aos produtos através de um critério de rateio. 
Muitas vezes, podemos dizer que um Departamento é ao mesmo tempo um Centro de Custos. Isto porque nele são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos, chamados de Departamentos de Produção ou a Departamentos de Serviços. Em determinados casos há existência de vários centros de Custos dentro de um Departamento. Martins (2010) exemplifica um Departamento de Perfuração, em que são realizados vários serviços da mesma natureza, com a utilização de três máquinas em hipóteses: 
· Primeira Hipótese: cada uma das três máquinas realiza todos os tipos de serviços. Apesar dos três operadores destas máquinas receberem salários diferentes, não haverá diferenciação na definição do conceito de departamento único de perfuração; assim, será um único Centro de Custos. Na apuração dos custos, estes serão distribuídos aos produtos em função do número de perfurações ou volume perfurado. A base será o custo médio por máquina, pois estas são iguais e realizam o mesmo tipo de serviço;
· Segunda Hipótese: existem três máquinas com capacidades diferentes e operadas por operários especializados no Departamento de Perfuração. Existem produtos específicos para cada uma das máquinas. Assim, neste departamento o custo de funcionamento das máquinas é alto, havendo a necessidade de criação de três Centros de Custos, na apuração de cada máquina, separadamente. Então os valores para cada produto serão atribuídos em relação ao trabalho de cada máquina;
· Terceira Hipótese: existem três máquinas diferentes, operadas por três operários distintos; seus salários são diferentes também. Os produtos passam individualmente e sequenciados da mesma forma e compreendendo o mesmo nível de utilização das máquinas. Neste caso, se fossem atribuídos custos por máquina ou se fosse aplicada uma média geral por departamento.
Os departamentos são tidos como unidade administrativa, pois se pressupõe que os mesmos têm uma pessoa responsável. Normalmente, os departamentos são formados por pessoas e máquinas, mas pelo menos teoricamente, podem ser formados apenas por máquinas. 
Podemos citar como exemplos de departamentos: montagem, administração geral, almoxarifado, pintura, acabamento etc. Percebemos nesses exemplos que alguns departamentos são relacionados ao produto diretamente, e outros, indiretamente, daí a classificação dos departamentos em: departamentos de produção; e departamentos de serviços ou auxiliares. 
Os departamentos de produção são aqueles que atuamdiretamente sobre o produto, promovendo qualquer tipo de modificação sobre o mesmo, isto é, esses departamentos são responsáveis diretamente pelo processo do produto. 
Vamos ver alguns exemplos de departamento de produção:
Já os departamentos de serviços ou auxiliares não atuam diretamente sobre os produtos, e sim, dá suporte para que os departamentos de produção funcionem a contento. Isto é, têm como característica auxiliar os departamentos produtivos. Existem para prestar serviços aos demais departamentos. Neles não ocorre nenhuma ação direta sobre o produto. 
Vamos ver alguns exemplos de departamentos de serviços ou auxiliares:
Cada departamento depende do outro para que tenham um funcionamento harmônico. 
Vamos ver um exemplo, que vai ajudar a diferenciar os tipos de departamentos. 
Para fabricar camisas, a Indústria Alpha tem, entre os seus departamentos, o departamento de ‘corte e costura’ e o departamento de ‘almoxarifado’. O departamento de ‘corte e costura’ é um departamento de produção, pois ele vai atuar diretamente na fabricação da camisa; já o departamento de ‘almoxarifado’ é um departamento de serviço ou auxiliar, pois ele não vai promover nenhuma modificação na camisa, mas vai auxiliar o departamento de corte e costura fornecendo os materiais necessários para a sua confecção. 
Normalmente, os departamentos são centros de custos, nos quais são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos, mas podem haver casos em que os departamentos são divididos em vários centros de custos. 
Os departamentos possibilitam um melhor controle, apropriação e distribuição dos custos aos produtos, principalmente os indiretos que têm uma alocação mais difícil, pelo fato de os departamentos tornarem-se pequenas unidades, o que facilita a administração dos custos. 
Vamos alocar os custos aos produtos utilizando a departamentalização 
Vimos anteriormente, como distribuir os custos aos produtos, utilizando o esquema básico de custos, no qual é feita a separação entre custos e despesas, depois a apropriação dos custos diretos, e, por fim, a apropriação dos custos indiretos aos produtos, via bases de rateio para toda a empresa, sem considerar os seus departamentos. 
Já na departamentalização, as empresas são divididas em unidades menores, que são os departamentos, o que possibilita um melhor acompanhamento dos custos. 
Vamos ver agora um exemplo para ajudar a compreender porque a distribuição dos custos aos departamentos pode ser mais precisa que pelo esquema básico. 
Exemplo:
A Indústria Beta S.A. tem um custo indireto de R$ 200,00 para ser dividido aos produtos A, B e C, em função do volume produzido. E a produção foi a seguinte: 
O rateio dos R$ 200,00 ficaria assim distribuído (Sem departamentalização): 
A = 16,67% = R$ 33,33 
B = 33,33% = R$ 66,67 
C = 50,00% = R$ 100,00 
Agora imagine que a empresa tenha quatro (04) departamentos, e que esses R$ 200,00 estejam assim distribuídos pelos departamentos: 
E que o produto “A” e “B” passam em todos os departamentos e o produto “C” passa apenas no departamento D4. Dessa forma, o produto “C” que passa apenas em D4, não receberia nem R$30,00, pois esse valor seria rateado entre os três produtos, e como o produto C, só passa pelo D4, a ele não seria atribuído os custos dos demais departamentos. 
Agora veja a diferença, fazendo o rateio dos custos indiretos com base no volume produzido: sem departamentalização, atribuiríamos R$ 100,00 de custos ao produto “C”. Com Departamentalização, este produto não receberia nem R$ 30,00. 
Sem a departamentalização, o produto “C” estaria absorvendo custos que não foram gastos para a sua fabricação, pois os gastos do único departamento pelo qual ele percorreu não passam de R$30,00. Isso só vem confirmar que a departamentalização auxilia numa melhor distribuição dos custos. 
Em uma indústria, por exemplo, existe uma gama muito grande de departamentos, sendo que para a contabilidade de custos interessa apenas aqueles relacionados aos produtos fabricados e aos que prestam serviço para aqueles. 
Esquema da Contabilidade de Custos com Departamentalização
Quando da opção pelo cálculo com base na departamentalização deve-se seguir alguns passos básicos. 
Fonte: www.goo.gl/dhsXaE O exemplo abaixo descreve todos os passos partindo do levantamento dos dados até a contabilização. 
1° passo: Separação entre custos e despesas. 
2° passo: Apropriação dos custos diretos aos produtos. 
3° passo: Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns. 
4° passo: Rateio dos custos indiretos comuns aos diversos departamentos, quer de produção, quer de serviços. 
5° passo: Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos. 
6° passo: Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de produção aos produtos, segundo critérios fixados. 
Perceba que os dois primeiros passos são exatamente iguais ao do esquema básico sem departamentalização que vimos anteriormente. O que muda nesse modelo é que a distribuição dos custos indiretos aos produtos segue um maior nível de detalhamento. 
Ao invés de ratear diretamente todos os custos indiretos aos produtos, o esquema com departamentalização vai atribuí-los primeiramente aos departamentos, e só depois que os custos indiretos estiverem somente nos departamentos de produção, é que eles serão atribuídos aos produtos, mediante critério de rateio estabelecido. 
Fonte: www.goo.gl/h5lvLP Vamos comentar, exemplificando cada um dos passos da departamentalização para que você compreenda melhor. Vamos lá!!! 
1° passo: separação entre custos e despesas. 
Este passo é simples e você já sabe, é exatamente igual ao ciclo básico da contabilidade de custos sem departamentalização. 
Você vai separar as despesas de custos. Reservar as despesas, pois só os custos vão compor o valor do produto. 
2° passo: apropriação dos custos diretos aos produtos. 
Esse passo é exatamente igual ao ciclo básico da contabilidade de custos sem departamentalização. Os custos diretos são de fácil alocação, pois você consegue identificá-los a cada produto, com facilidade. 
Por exemplo, você é capaz de identificar, a quantidade e o valor da matéria-prima utilizada na produção de qualquer produto. 
3° passo: apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns. 
A partir desse ponto, começaremos a alocação dos custos indiretos. E o que você tem de fazer nessa etapa? 
Veremos exemplos:
O custo de depreciação das máquinas de costura de uma fábrica de roupas pertence ao ‘Departamento de Costura’. Portanto, ele deve ser alocado somente ao departamento de costura. 
Perceba que o custo é indireto em relação ao produto, mas conseguiu ser identificado ao departamento. Então ele é direto em relação ao departamento. 
Já o custo do salário do supervisor geral da produção (mão de obra indireta) é um custo indireto associado a todos os departamentos, visto que o supervisor gerencia todos os departamentos. Portanto, tem de ser rateado, de acordo com algum critério, a todos os departamentos. 
Ficou claro? Então, vamos ao próximo passo. 
4° passo: rateio dos custos indiretos comuns aos diversos departamentos, tanto de produção, como de serviços. 
Continuando a alocação dos custos indiretos. 
Lembra-se dos custos indiretos comuns a todos os departamentos que você deixou agrupado à parte no passo anterior? Então chegou a hora de utilizá-los. 
A alocação dos custos comuns a cada departamento será feito mediante um critério de rateio estabelecido. Veja que ainda recorremos a rateio nesse modelo, porém menos que nos outros modelos. 
Vamos ver um exemplo de rateio de custos comuns. 
Exemplo:
O aluguel do galpão da fábrica é um custo indireto comum a todos os departamentos, visto que toda a fábrica está ali instalada. Portanto, precisamos de um critério para ratear o aluguel paraos diversos departamentos, que pode ser a área em metros quadrados que cada departamento ocupa. 
Vamos supor que o galpão da fábrica tenha 1.000 m² e esteja alugado por R$ 2.000,00. O ‘Departamento de Costura’ ocupa uma área de 150 m², qual é o valor do custo indireto do aluguel que será atribuído a este departamento? 
Fácil. Será um valor proporcional. 
Então, (150 m²/ 1.000 m²) x 100 = 15%, então a área que o ‘Departamento de Costura’ ocupa, corresponde a 15% da área total alugada. Se o valor do aluguel é R$ 2.000,00, o valor que deverá ser atribuído a este departamento é 15% de R$2.000,00, que é igual a R$300,00. 
Então, se o ‘Departamento de Costura’ teve custos visivelmente identificados a ele no valor de R$5.000,00, e no rateio dos custos comuns, foi destinado a esse departamento R$300,00. Portanto, os custos indiretos totais desse departamento ficaram R$5.300,00 (R$5.000,00 + R$300,00). Partindo do pressuposto que não houve outros custos comuns, porque se houvesse, somava-se todos que fossem destinados a esse departamento. 
Vamos ao próximo passo? 
5° passo: escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos. 
Já estamos com os custos indiretos distribuídos a todos os departamentos, tanto aos de produção quanto aos de serviços. Entretanto, ainda não podemos fazer a distribuição aos produtos, visto que só podemos distribuí-los aos produtos quando os custos estiverem apenas nos departamentos de produção. 
E é o que vamos fazer agora a seguir: primeiro iremos escolher a sequência de rateio. Como assim? Iremos escolher a ordem em que os custos dos departamentos de serviços deverão ser rateados aos diversos departamentos, até chegar um momento que só tenham departamentos de produção. 
Vamos ver um exemplo: a Indústria Gama possui os seguintes departamentos: administração geral da produção; almoxarifado; corte; costura; e acabamento. Os dois primeiros são de serviços e os três últimos de produção. Como os custos da administração geral prestam serviços a todos os departamentos, inclusive ao almoxarifado, os custos indiretos dele devem ser os primeiros a serem rateados; logo após os custos do almoxarifado deverão ser rateados para os departamentos de produção. 
Agora só restam os departamentos de produção. Então vamos ao próximo passo. 
6° passo: atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de produção aos produtos, segundo critérios fixados. 
Agora ficou fácil, não é? Estamos com os custos indiretos todos nos departamentos de produção, então só é estabelecer o critério de rateio e atribuí-los aos produtos. 
Por exemplo, depois de fazer toda a distribuição dos custos diretos do terceiro ao quinto passo, chegamos ao sexto passo com os seguintes custos indiretos nos departamentos de produção: 
Estes custos deverão ser distribuídos aos produtos A e B, utilizando como critério de rateio o valor total de mão de obra direta, que foi R$2.000,00 para o produto A; e R$3.000,00 para o produto B. Portanto, 40% dos custos para o Produto A e 60% para o Produto B. 
Então ficam assim distribuídos os custos para os produtos: 
Encerramento 
Qual a importância de conhecer a terminologia contábil para o processo decisório evidenciação?
Agora você sabe que para uma melhor compreensão de custos, é de fundamental importância saber diferenciar os vários tipos de gastos. Isto ocorre com a compreensão da terminologia contábil relacionada aos custos. Ao saber diferenciar custos e despesas, por exemplo, pode-se alocar corretamente a depreciação das instalações do setor de operações em custos e as instalações do setor administrativo em despesas de modo a permitir uma tomada de decisão mais precisa.
Qual a importância de conhecer a classificação dos custos para que a contabilidade cumpra o seu papel de informar? 
Outro fator preponderante na Contabilidade de Custos é a necessidade da classificação correta dos custos. Enquanto que os custos diretos são alocados diretamente na produção, tais como o custo da mão de obra direta ou dos materiais diretos ao passo em que os custos indiretos não podem ser alocados diretamente à produção, como exemplo, o salário dos supervisores da fábrica ou os custos do almoxarifado, também da fábrica. Assim, percebemos que a preocupação dos gestores na manutenção de um adequado controle de custos torna-se importante na eliminação de prejuízos das entidades.
Quais as vantagens da Departamentalização? 
A Departamentalização traz como vantagens no controle dos custos uma melhor distribuição dos custos indiretos, já que cada departamento é dividido em vários centros de custos podendo dessa forma, apurar o desempenho de cada departamento, antes mesmo de conferir o custo ao produto ou serviço.
Resumo da Unidade
Vimos nesta unidade que a Contabilidade de Custos é importante tanto para o controle de custos quanto para o processo decisório. Ela é utilizada em todos os seguimentos, não se limitando apenas ao segmento industrial, mas servindo de igual forma ais segmentos de comércio e de prestação de serviços. 
Aula 1 Elementos de custos 
Olá querido (a) aluno (a)! 
A Contabilidade de Custos é imprescindível para que as organizações possam fixar o preço de venda de cada produto. Para tanto, é necessário conhecer o custo de cada produto a ser produzido. 
Como a Contabilidade brasileira é regulamentada pelas leis e pelos órgãos de classe, inicialmente iremos tratar sobre os Princípios Contábeis relativos a custos. 
Princípios contábeis são regras seguidas e aceitas que constituem a teoria que fundamenta a Ciência Contábil. No Brasil, os princípios contábeis são os estabelecidos pela Resolução CFC 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, em conformidade com o processo de convergência às normas internacionais de Contabilidade. Com a divulgação da nova resolução, a denominação “Princípios Fundamentais de Contabilidade” foi alterada para “Princípios de Contabilidade”. 
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecer um conjunto de conceitos, fundamentos e procedimentos que além de disciplinar o comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, permite fixar padrões de comparabilidade e credibilidade das demonstrações financeiras. 
Os Princípios Contábeis relativos a custos são:
Agora que você já conheceu os Princípios Contábeis relativos a custos, iremos estudar os Elementos de Custos. 
Vamos então? 
Elementos de Custos
Sabemos que o custo total de produção é o valor que se obtém pela soma de todos os gastos coletados e identificados como pertencentes a um objeto de custo em um intervalo de tempo, sendo composto por: 
Que são os Elementos básicos dos custos 
Assim, veremos que os elementos de custos se constituem nos custos associados ao processo de fabricação. Eles relacionam-se diretamente às atividades organizacionais. 
A seguir, estudaremos os elementos de custos mais detalhadamente: 
Elementos do Custo Industrial
Você sabe o que são empresas industriais? São aquelas que adquirem matéria-prima e a partir da utilização de máquinas, equipamentos e mão de obra especializada, transformam a matéria-prima em produto acabado (OLIVEIRA; PEREZ JR., 2012). 
Vejamos a seguir alguns exemplos: 
• Materiais Diretos (MD): componentes que são transformados e se tornam parte do objeto de custo. Como exemplo, podemos citar: alumínio para as latas de refrigerante, papel para compor um livro. É o material que pode ser identificado à unidade do produto fabricado e que sai da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como embalagem. Assim, podemos afirmar que são custos facilmente identificáveis e coletados. 
Conforme a IAS 2 / CPC 16, para compor o custo dos Materiais Diretos é necessário contabilizar todos os gatos incorridos para a colocação do ativo em pleno funcionamento. 
• “O custo dos estoques devem incluir todos os custos de aquisição, custos de transformação, e outros custos incorridos para trazer à sua condição e localização atuais”. Sendo queno Custo de aquisição: devem incluir o preço de compra, impostos (que não sejam os recuperáveis), custo de transporte, de manuseio e outros custos diretos. Na aquisição dos estoques a prazo, existe um custo financeiro embutido no preço. Este custo deverá ser mantido como custos de aquisição. 
A Norma Internacional estabelece que os elementos financeiros de uma compra a prazo estendido fora das condições normais de negociação entre as empresas sejam reconhecidos como despesa. A norma brasileira não contém referência a esse respeito; menciona que os juros não são geralmente considerados necessários para se colocar os estoques em condição e localização atuais. Em casos de juros relativos a empréstimos e financiamento e não os relativos a prazo dado pelo fornecedor que seja considerado normal. 
Quando os itens do estoque são vendidos, o custo correspondente baixado da conta de estoques deverá ser registrado como despesa do período em que a venda tenha sido reconhecida. 
A Norma Internacional prevê outros custos que não são incorporados aos custos dos estoques – contabilizados como despesa: 
· Perdas anormais de materiais desperdiçados, mão de obra e outros custos de produção;
· Custos com armazenamento, a menos que o custo seja estritamente necessário no processo produtivo até que o bem seja transferido para a próxima etapa de produção;
· Despesas administrativas não relacionadas com o processo produtivo;
· Despesas de vendas.
Veremos um exemplo prático a seguir:
Matéria-prima (I)
A Indústria de Embalagens “Embale Bem”, localizada em Maceió/AL adquiriu, no mês de fevereiro, 10.000 quilos de matéria-prima plástica junto ao fornecedor “Fornece Tudo”, localizado em Salvador/BA. O preço de venda deste fornecedor é de R$ 60,00 por quilo de matéria-prima. A Indústria de Embalagens “Embale Bem” pagou R$ 8.000,00 de frete para o transporte da matéria-prima da Bahia até Alagoas. Pagou também, R$ 4.000,00 de seguros. 
Com base nestas informações, o custo de aquisição total e unitário desta matéria-prima foi de: 
Podemos afirmar que cada quilo custou R$ 61,20, após a inclusão do frete e do seguro pagos pela empresa compradora. Caso a produção utilize em março, 7.400 quilos desta matéria-prima serão imputados ao custo de produção o total de R$ 452.880,00 (resultado da multiplicação entre 7.400 kg por R$ 61,20), restando como estoque da matéria-prima o valor de R$ 159.120,00 (2.600 kg x 61,20).
Matéria-prima (II)
Impostos Recuperáveis – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 
Nas empresas industriais, os tributos diretos, IPI e ICMS pagos pela empresa adquirente em decorrência de compra de matéria-prima, materiais de embalagem e demais materiais utilizados na produção, representam, conforme estabelecido na legislação, crédito da empresa compradora com o Governo. 
Estes créditos tributários são compensados com os impostos da mesma natureza que são devidos pela mesma empresa por ocasião das vendas dos produtos acabados. 
Assim sendo, os valores dos impostos recuperáveis pagos na compra as matérias-primas e dos demais materiais utilizados na fabricação dos produtos não devem compor o custo de aquisição que será incorporado aos estoques. 
Estes impostos devem ser registrados em conta específica de ativo, a qual representará o direito da empresa com o Governo. 
Como assim? Vamos esclarecer com um exemplo?
A Indústria de Vestuário “Bem Vestida S.A.” adquiriu em setembro várias matérias-primas, totalizando R$ 250.000,00, incluindo R$ 45.000,00 de ICMS e R$ 25.000,00 de IPI, as quais são utilizadas na produção de 10 modelos de vestuários diferentes. 
Durante o mês de setembro foram vendidos diversos produtos acabados, produzidos com as matérias-primas compradas em setembro ou nos meses anteriores. O valor das receitas com as vendas totalizou R$ 400.000,00, incluindo R$ 72.000,00 de ICMS e R$ 48.000,00 de IPI. 
Com base nestas informações foram apurados os seguintes valores: 
A) 
Matéria-prima (III)
Agora iremos estudar, ainda no elemento de custo Matéria-Prima, a incidência do frete Preço CIF e Preço FOB. Mas, qual o significado de CIF? Qual o significado de FOB? 
Iremos aprender agora! 
CIF é uma sigla em inglês, que significa “Cost, insurance and freight”, que quer dizer: “Custo, seguro e frete”. Nesta modalidade de frete, o pago pelo comprador inclui o valor do material adquirido, mais o frete e o seguro. Desse modo, o gasto do frete e do seguro é de responsabilidade do vendedor, que deverá entregar a mercadoria no local indicado pelo comprador. 
FOB é outra sigla em inglês, que significa “Free in board”, que quer dizer: “Posto a bordo”. Na modalidade FOB, o valor pago pelo comprador é relativo apenas o valor do material adquirido. 
Desse modo, o valor do frete e do seguro é de responsabilidade do comprador. A responsabilidade do vendedor limita-se apenas em “por a mercadoria a bordo” do veículo com comprador ou de quem este indicar para fazer o transporte. Os gastos com incorridos no transporte da mercadoria do estabelecimento do vendedor até o estabelecimento do comprador devem ser acrescentados ao custo da aquisição do material para fins de determinação do valor que será incorporado ao estoque. 
Vamos ao nosso exemplo para compreendermos melhor?
Mão de Obra Direta (MOD):
“Mão de obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem a necessidade de qualquer apropriação direta ou rateio” (MARTINS, 2010). 
A mão de obra direta só se configura como tal, se esta for executada diretamente na elaboração de um determinado produto. O valor relativo ao salário e aos encargos, pago ao operário que atua diretamente na produção é considerado mão de obra direta este produto. 
Você sabia que este valor deve ser passível de mensuração? Pois é! Vamos verificar no exemplo a seguir?
Um operário produz uma mesa em 2 horas. 
O valor da hora da sua mão de obra é de R$ 10,00. 
Assim, para produzir uma mesa, a empresa se gasta R$ 20,00 de mão de obra direta. 
Valores que devem ser considerados no pagamento ao funcionário: 13° salário, férias, férias remuneradas, adicional de férias (1/3), aviso prévio indenizado, repouso semanal remunerado, horas-extras, vale-transporte, vale-refeição, participação nos lucros, se houver na empresa. 
São contribuições sociais a serem consideradas
Veremos um exemplo prático adaptado de Martins (2010):
A Indústria de Móveis “Du Lar” contratou um operário para trabalhar 44 horas semanais, de segunda a sábado, pelo valor de R$ 20,00 a hora trabalhada. Assim a jornada será: 44 horas semanais divididas por 06 dias = 7,3333 horas que equivalem a 7 horas e 20 minutos. 
Como o salário por hora é R$ 20,00, a remuneração anual do funcionário é assim calculada: 
Dessa maneira, o custo total deste funcionário é de R$ 59.400,67 x 37% = R$ 81.378,92. 
Como o funcionário trabalha 2.016,7 horas, ele “custa”, por hora, para a Indústria de Móveis “Du Lar” o valor de R$ 40,35 (R$ 81.378,92 divididos por 2.016,7 horas). 
Designer inserir o texto acima destacado no formato acordion no trecho “Veremos um exemplo prático adaptado de Martins (2010):” 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF):
referem-se a todos os demais gastos do processo produtivo que não são facilmente identificáveis ao objeto de custo (unidades produzidas), e que necessitam de algum critério de apropriação indireta para serem agregados ao produto. 
Como exemplos, temos: 
Mão de obra Indireta: trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado. Mão de obra de supervisores, controle de qualidade etc. 
Materiais Indiretos: empregados nas atividades auxiliares de produção, tais como: graxas e lubrificantes, lixas etc. 
Outros Custos Indiretos: custos que dizem respeito à existência do setor fabrilou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, energia elétrica, manutenção de equipamentos, aluguel do galpão da fábrica. 
O que isto significa? 
Significa, por exemplo, no caso do aluguel do galpão que, se a indústria produzir mais ou produzir menos, o aluguel permanecerá o mesmo, e não há um meio direto de vincular a produção ao valor do aluguel. 
Critério de Rateio dos Custos Indiretos
Os custos indiretos sugerem que só podem ser apropriados de forma indireta aos produtos, por meio de estimativas e critérios de rateio, trazendo o subjetivismo. Por isso sempre haverá arbitrariedade no rateio desses custos. 
Os critérios de rateio serão definidos pela empresa, que escolherá o que considera mais justo na alocação dos custos indiretos aos seus produtos. A seguir, podemos verificar alguns dos possíveis critérios de rateio que podem ser utilizados nas empresas: 
Vamos a um exemplo prático com o Cálculo da Parcela do Custo Indireto de Indústria de Solvente
Designer inserir trecho acima destacdo no formato acordion no trecho Vamos a um exemplo prático com o Cálculo da Parcela do Custo Indireto de Indústria de Solvente 
A seguir, veremos mais um exemplo prático de rateio de Custos Indiretos de Produção: 
O relatório da Contabilidade de Custos da Indústria de Vestuário “Roupa Bella” evidenciou que esta empresa obteve um custo de depreciação no valor de R$ 800,00. Este valor foi distribuído pelos produtos conforme o tempo de produção das máquinas (horas-máquinas) por produto. 
O objetivo do rateio foi ratear o custo da depreciação (800,00) proporcionalmente para verificar o valor que seria atribuído a cada produto. 
Elementos do Custo Comercial:
• Mercadorias: bens adquiridos com a finalidade de comercialização, que fazem parte dos objetivos da empresa comercial, do contexto operacional e do ramo de atividade da empresa. As mercadorias, por se constituírem no custo da venda, requerem estudos e cuidados em quatro aspectos fundamentais, tais como: controle, custeio, valorização contábil e programação. 
Elementos dos Custos nos Serviços:
O custo de um serviço pode compor-se de até quatro elementos básicos a seguir: 
· Material Aplicado nos Serviços
· Mão de obra Aplicada
· Custos Indiretos dos Serviços Específicos
· Materiais indiretos
· Mão de obra indireta
· Outros custos dos serviços
Custos indiretos dos serviços não específicos
· Serviços Repetitivos: por similaridade de operações é feito de forma repetitiva, ou seja, uma vez definidos, serão sempre executados de forma similar. Exemplo: serviços contábeis, processamento de dados, turismo, entretenimento, administração de imóveis, fretes entre outros.
· Serviços Específicos: em função de demanda específica, exigem estudos e projetos específicos, representando cada serviço, um projeto e um serviço diferenciado. Exemplo: serviços de instalação, transportes especiais, determinadas manutenções, reparos, sistemas e assessorias, entre outros.
· Esquema de Custeio dos Serviços: custos ocorrem na execução dos serviços e não no Departamento de Custos. O processo de custeio é uma apuração analítica e valorização monetária do que ocorre na prestação de serviços, que utiliza informações operacionais e informações contábeis.
Percebemos, portanto, que é fundamental para assegurar a eficiência, eficácia e a efetividade da organização, que cada elemento que é alocado ao custo do produto, mercadoria ou serviço, seja efetivamente identificado. 
A partir do que foi visto até aqui, sobre o custo total com mão de obra direta (salários mais encargos), em que os seus custos quase dobram em relação ao que é pago aos funcionários, quais as ações que o gestor de custos pode realizar para diminuir o impacto destes custos e para aumentar a lucratividade nas organizações, sem que haja demissões nem sonegação de tributos? 
A análise da lucratividade de uma empresa não deve ser efetuada de forma isolada. Todos os custos e receitas devem ser analisados de forma integrada na demonstração de resultado global do negócio. A visão global do lucro da empresa contém importantes elementos para análise, tais como: a contribuição de cada produto para a lucratividade da empresa, montante dos custos fixos e variáveis, lucro líquido final da empresa. Na atualidade, o valor dos custos fixos pode ser modificado por meio de uma ação com reflexo sobre os próximos períodos, já que a empresa deve focar a sua estratégia na contribuição que cada produto deve gerar para que assim possa cobrir os custos e formar o lucro (GUERREIRO, 2011). 
As transformações ocorridas no contexto macroeconômico mundial nas últimas décadas levaram os gestores a inovarem quanto à busca de uma eficiência na gestão de custos. Os meios de produção ficaram cada vez mais desenvolvidos, contribuindo para que ocorressem grandes avanços tecnológicos. Assim, as empresas voltaram seu foco para a antecipação às necessidades dos clientes, de modo a assegurar a vantagem competitiva, devido à crescente concorrência mundial. 
Todos estes fatores geraram um impacto na contabilidade de custos das empresas, que passaram a necessitar, cada vez mais, de sistemas de custos mais acurados e flexíveis, adequados à nova realidade mundial e voltados para subsidiar as tomadas de decisões das organizações. 
Assim, a contabilidade de custos, integrada às contabilidades financeira e gerencial, produz informações que, por sua vez, serão utilizadas pelo planejamento estratégico, apoiando a gerência nas tomadas de decisões, fazendo, deste modo, as organizações atingirem a excelência gerencial administrativa nos seus resultados. 
Vídeo da Unidade
Para saber mais sobre as formas de custeio assista ao vídeo: Custeio por absorção e custeio variável. 
Aula 2 Cálculo dos Custos e Produtos Vendidos (CPV) 
Nesta aula, iremos calcular e mensurar o Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Mas antes, para uma melhor compreensão, é importante relembramos alguns conceitos importantes, que servirão de base para o cálculo do CPV. Vamos então? 
Vimos que os custos podem ser classificados de diversas formas, tais como: 
Em relação à apropriação aos produtos fabricados, os custos são classificados em custos diretos e custos indiretos. 
Primeiramente iremos estudar os custos em relação ao produto: 
Em relação aos níveis de produção, os custos são classificados em custos fixos e custos variáveis. 
Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume de produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da produção, inclusive no caso de a fábrica nada produzir. 
Observe que os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. 
Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Outros exemplos: materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na produção. 
Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa. 
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora na qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo queseja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar. 
Custos semifixos são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança desta faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção da Indústria de Cosméticos “Bella Face” evidenciada no quadro a seguir: 
Como você pode observar, o custo dos supervisores será de R$ 360.000,00, fixo na faixa de produção de 20.001 a 40.000 unidades. Se, entretanto, a produção aumentar para 50.000 unidades, o custo passa para outro degrau (R$ 480.000,00). 
Os custos variáveis são diretamente proporcionais à quantidade produzida. Por outro lado, o custo fixo pela sua própria definição é constante, qualquer que seja o volume de produção. 
No que se refere aos custos diretos, podemos afirmar que são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. 
São exemplos de custos diretos:
Matéria-Prima: normalmente, a empresa sabe a quantidade exata de matéria-prima que está sendo utilizada para a fabricação de uma unidade do produto. Sabendo-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto. 
Mão de obra Direta: trata-se dos custos com os trabalhadores, utilizados diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto. 
Os custos indiretos são aqueles que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos, portanto, são custos apropriados indiretamente aos produtos. 
Ainda no que se refere aos custos diretos, cujos elementos de custos são os materiais diretos e mão de obra direta, visto que todo processo de produção industrial precisa ter esses dois itens, cabe atentar para a classificação de seus elementos. 
Portanto, iremos agora tratar dos materiais diretos e da mão de obra direta. Como vimos anteriormente, os materiais diretos são: 
· Matérias-primas;
· Embalagens;
· Componentes adquiridos prontos;
· Demais materiais utilizados na fabricação de um produto.
As matérias-primas são os materiais principais que participam com maior incidência na fabricação do produto. 
As embalagens são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. 
Conforme Martins (2010), podemos dividir todos os problemas existentes numa empresa com relação a materiais em três campos: 
Tanto o controle quanto o custo do produto elaborado a programação são itens importantes, mas aqui iremos dar uma atenção especial em como avaliar o material direto utilizado. 
Agora que relembramos conceitos importantes, iremos aprender a calcular o Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Observe que estamos tratando de indústrias. Os custos industriais referem-se às matérias-primas consumidas, mão de obra empregada e os custos indiretos de fabricação. 
Consoante Crepaldi (2010), o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) corresponde à soma dos custos incorridos na fabricação dos produtos que foram vendidos em determinado período e é calculado considerando-se as diversas fases pelas quais passa a matéria-prima até ser vendida 
como produto pronto, em determinado período. Corresponde aos custos incorridos na fabricação dos produtos, conforme destacamos a seguir: 
O custo dos produtos vendidos é formado pela soma dos Materiais Direitos (MD) mais Mão de obra Direta (MOD) mais os Custos Indiretos de Fabricação (CIF). A apuração do custo dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques de produtos acabados da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. 
Podemos afirmar então, que a apuração do Custo dos Produtos Vendidos é o último estágio do controle de custos, que teve como precedentes as seguintes etapas: 
· Separação entre custos e despesas;
· Separação entre Custos Diretos e Indiretos;
· Apropriação dos Custos Diretos aos produtos;
· Rateio dos custos indiretos aos produtos
Para apuração do Custo dos Produtos Vendidos, é necessário conhecer os seguintes conceitos: 
1ª ETAPA – Separar os custos das despesas 
CUSTOS:
· MOD – 100.000
· MOI – 74.000
· Depreciação Equipamentos – 3.600
· Seguros da Fábrica – 400
· Energia Elétrica Fábrica – 1.600
· Materiais consumidos pela fábrica – 4.000
DESPESAS
· Salários dos vendedores – 12.000
· Salários administrativos – 8.000
· Depreciação dos móveis do escritório - 800
2ª ETAPA – Separar custos diretos dos custos indiretos 
CUSTOS DIRETOS
· MOD – 100.000
· MD – 88.000 (*) 
· MD = EI + C – EF
· MD = 40.000 + 80.000 – 32.000
· MD = 88.000
CUSTOS INDIRETOS
· MOI – 74.000
· Materiais consumidos – 4.000
· Depreciação Equipamentos – 3.600
· Seguros – 400
· Energia Elétrica Fábrica – 1.600
· Total – 83.600,00
3ª ETAPA – Calcular o Custo de Produção 
- CP = MD + MOD + CIF 
- CP = 88.000 + 100.000 + 83.600 
- CP = 271.600 
4ª ETAPA – Calcular o Custo da Produção Acabada 
- CPA = EIPP + CP – EFPP 
- CPA = 24.000 + 271.600– 32.000 
- CPA = 263.600 
5ª ETAPA – Calcular o Custo dos Produtos Vendidos 
- CPV = EIPA + CPA – EFPA 
- CPV = 24.000 + 263.600– 20.000 
- CPV = 267.600 
Agora iremos apurar o CPV:
De que forma? Veremos: 
1º) Uma vez iniciada a produção, à medida que os elementos de custos vão sendo utilizados, eles são transferidos para uma conta chamada Estoque de Produtos em Processo (EPP): 
D – ESTOQUE DE PRODUTOS EM PROCESSO 
C – CUSTOS DE PRODUÇÃO (MD + MOD + CIF) 
2º) À medida que os produtos vão sendo concluídos, esses elementos de custos são transferidos para a conta Estoque de Produtos Acabados (EPA): 
D – ESTOQUE DE PRODUTOS ACABADOS 
C – ESTOQUE DE PRODUTOS EM PROCESSO 
3º) Quando os produtos são vendidos, os elementos de custos são transferidos para a conta Custo dos Produtos Vendidos (CPV): 
D – CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 
C – ESTOQUE DE PRODUTOS ACABADOS 
Compreendendo o Registro Contábil da conta Custo dos Produtos Vendidos
A conta Custo dos Produtos Vendidos recebe a seu débito o valor correspondente ao custo dos produtos comercializados pela empresa. Por se tratar de conta de resultado, será encerrada no final do período contra a conta de Apuração de Resultado. Seu valor, deduzido das Vendas Líquidas, corresponderá ao Lucro Bruto da empresa industrial e é também denominado de Resultado Industrial. 
“Custear é apurar os custos. Mas não significa apenas determiná-los ou calculá-los. Apuração de custos representa todo o trabalho da Contabilidade de Custos, desde o planejamento da coleta dos dados até a prestação da informação gerencial dos custos” (LEONE, 2009, p. 49). 
Você sabia que o objetivo do custeio é o nome técnico que designa a finalidade para a qual os custos estão sendo apurados? 
Aula 3 Metodologias de Custeio 
Seja bem-vindo a mais uma aula de Contabilidade de Custos! Nesta aula, abordaremos os métodos utilizados para Custeio. Está curioso para conhecer estes métodos? Então vamos começar a estudar! 
Os métodos abordados serão aqueles utilizados para custeio da produção de bens e serviços. 
Portanto, coadunamos com Leone (2009), ao afirmar que quando se fala em produção, compreende-se fabricação e prestação de serviços. Assim, entendemos que existem dois tipos básicos de produção; os demais tipos são combinações entre eles ou mesmo variações em torno de cada um deles. 
• Custeio por Absorção 
O custeio por absorção (também denominado de custeio integral) debita ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam estes custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. A própria denominação deste método de custeio traduz esta particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Assim, os custos indiretos de fabricação são absorvidos totalmente pelos produtos por meio de rateio,não importando a natureza dos itens de custos que formam essa coletividade. 
Este método de custeio é derivado da aplicação dos princípios contábeis do Brasil e é adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. O custeio por absorção está relacionado com a ótica da contabilidade societária, cuja ênfase é o atendimento a normas e princípios contábeis. 
Tal método teve a sua origem no sistema desenvolvido na Alemanha, no inicio do século XX, denominado Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW). Pelo método RKW, todos os gastos do período (custos e despesas) eram apropriados à produção por meio das fábricas de rateio, por nós, já estudadas. 
Naquela época, as despesas administrativas, comerciais e financeiras não eram relevantes, pois todos os esforços estavam concentrados na produção. Todavia, com o desenvolvimento e modernização das diversas economias mundiais, as despesas administrativas passaram a representar importante parcela dos gastos empresariais. Baseado neste novo ambiente empresarial julgou-se necessário segregar as despesas dos custos e apropriá-los diretamente do resultado do exercício. 
A primeira etapa da operacionalização do custeio por absorção é a separação entre custos e despesas do período (lembrando que custos são gastos que ocorrem no ambiente de produção e despesas são gastos que ocorrem fora do ambiente de produção). 
Os custos são atribuídos aos produtos e as despesas do período são consideradas gastos do período. O quadro a seguir, adaptado de Guerreiro ( 2011), apresenta um exemplo de gastos típicos, que são classificados como custos e como despesas. 
Separação entre custos e despesas: 
Em seguida, os gastos classificados como custos de produção são separados em custos variáveis dos custos fixos. Os custos variáveis podem ser identificados aos produtos, pois possuem a mesma natureza de custos diretos a unidades de produtos. Os custos fixos, por sua vez, serão distribuídos aos diversos produtos por meio de algum critério de rateio. Desse modo, os custos fixos são, juntamente com os custos variáveis, estocados e levados a resultado apenas na ocasião da venda dos produtos, ao invés de no momento em que ocorrem. 
A seguir, como exemplo, vamos considerar uma Fábrica de Produtos de nome “Produza Bem”, que produz dois produtos, com os dados demonstrados no quadro a seguir: 
A Fábrica de Produtos “Produza Bem” distribui os custos fixos a cada um dos dois produtos utilizando como critério de rateio a proporção de custos variáveis dos produtos. Desse modo, os produtos ficarão com os valores de custos fixos, custos totais e custos a seguir: 
Podemos afirmar que, como consequência da utilização do custeio por absorção, em função da alocação dos custos fixos aos produtos, observamos que o custo unitário do produto fica impactado por dois fatores: 
a. pelo critério de rateio utilizado para alocação de custos fixos aos produtos e;
b. pelo volume de produção do período.
A alocação dos custos fixos aos produtos depende da utilização de critérios subjetivos de rateio. 
Uma alteração do critério de rateio provoca uma modificação no custo unitário do produto. 
Tendo em vista que o volume de custo fixo permanece de certa forma constante (numerador) e o volume de produção pode variar (denominador), o custo unitário varia de período para período em função do volume e mix de produção. Desse modo, a ociosidade, um problema decorrente da baixa utilização da baixa capacidade instalada, passa a ser interpretada equivocadamente como sendo um problema de custo unitário de produto. Nesse sentido, observamos que o CPC 16 (Estoques) trata este assunto de forma tecnicamente correta. 
A esquematização do custeio por absorção pode ver vista a seguir: 
Custeio Variável
O método de apropriação de custos denominado de custeio variável ou custeio direto é aquele que distribui apenas os custos variáveis de produção às quantidades e produtos produzidos no período. Os custos fixos de produção não fazem parte do custo do produto e são tratados como gastos de produção, da mesma forma que as despesas administrativas, comerciais e financeiras. 
O custeamento variável é um critério usado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa. Normalmente, o custeio variável é aplicado ao sistema de acumulação de custos das operações fabris. Entretanto, o critério pode ser empregado quando o contador desejar determinar o custo de quaisquer outros segmentos da empresa que não seja o de produção (LEONE, 2009). Sua denominação decorre por tratar dos custos que variam com o parâmetro operacional adotado para ser a base de volume, ou da atividade, ou do segmento que estudaremos. 
O critério de custeamento variável tem por característica ser seletivo. No que tange ao custeamento da produção, o que se quer apurar os custos, e na verdade fazer a acumulação dos custos, identificar os custos dos processos, dos produtos e dos serviços da fábrica. Desta maneira, faz-se necessário proceder ao debito, ao processo, aos produtos, bem como aos serviços os custos realizados. 
Mas, como aplicar o custeio variável? 
Vamos ver agora! 
O primeiro passo na aplicação da metodologia do custeio variável é a classificação dos custos de produção em custos fixos e custos variáveis. Em seguida, atribui-se aos produtos apenas os custos variáveis e os custos fixos são levados para a apuração do resultado do período. 
A partir da aplicação do método de custeio variável é efetuado o cálculo da margem de contribuição correspondente às receitas de vendas menos as despesas variáveis de venda e menos os custos variáveis dos produtos vendidos. O total da margem de contribuição gerada pelos produtos deve ser suficiente para cobrir todas as despesas fixas - industriais, administrativas, comerciais e financeiras o a proporcionar o lucro esperado da empresa. 
Tendo em vista que os custos fixos são rastreados aos produtos, o custo unitário do produto não sofre o impacto das oscilações de rateios e das oscilações do volume de produção e vendas. Por outro lado, o custo fixo afeta diretamente o lucro do período, não impactando o valor dos estoques de produtos. 
A seguir, veremos o esquema do processo de apropriação de custos utilizando o custeio variável: 
Vantagens de utilização do custeio variável
Como vimos, o custeio variável como ferramenta de auxílio no planejamento e tomadas de decisão nas organizações se caracteriza como um critério gerencial, interno. Conforme Leone (2009), seu emprego produz informações importantes para a administração interna. 
Para finalidades gerenciais, o custeamento variável separa os custos fixos em variáveis. Esta separação pode ser realizada quando a organização emprega o critério de custeamento por absorção, mas este fator não é um procedimento habitual. 
A apropriação dos custos fixos ou indiretos ao segmento é sempre feita com base em critérios arbitrários de rateio. O custo total do produto não é determinado completamente a não ser que se faça o rateio na base de um parâmetro qualquer ligado ao volume. 
Os custos fixos, quando analisados por unidade de produtos, sofrem influência do volume da produção. Os custos fixos não são considerados custos de produção, mas considerados custos de necessários para colocar a atividade pronta para produzir. Esses custos são considerados como custos do período nos quais eles são incorridos. Desde que sejam incorridos para as finalidades de fornecer capacidade de produzir dentro de um específico período de tempo. 
O custeamento variável tem estreita relação com os conceitos de custos desembolsáveis custos financeiros, fazendo com que seus resultados sejam mais efetivos para a compreensão por parte dos administradores para o processo decisório. 
Desvantagens de utilização do custeio variável
Existem vários argumentos contrários à aplicação do custeamento variável. Veremos a seguir: 
Dentro de estreitas faixas de volume as suposições quanto à variabilidade dos custos podem ser feitas sem o risco de erros significativos, mas em umaoperação fabril mais ampla existem complicações adicionais. O custeio variável não atende ao Princípio da Competência, tendo em vista que os custos fixos são lançados integralmente no resultado como despesas, independentemente da quantidade (percentual) ou dos produtos que são vendidos. 
O custeio variável não é aceito pelo fisco. Pelo fato dos custos fixos serem integralmente lançados no resultado como despesas, independentemente do percentual dos produtos que são vendidos, ocorre uma antecipação de despesas e, consequentemente, uma redução dos lucros. 
No caso de custos mistos (custos que têm parcela fixa e outra variável) nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da variável. O custo variável não é aceito pela auditoria externa das entidades que tem capital aberto. A razão disto é que o custeio variável fere os princípios fundamentais de contabilidade, em especial, aos princípios de realização da receita, da confrontação e da competência. 
Estes princípios estabelecem que os custos associados aos produtos só podem ser reconhecidos na medida em que são vendidos, já que, somente quando reconhecida a receita (por ocasião da venda) é que devem ser deduzidos todos os sacrifícios necessários a sua obtenção (custo e despesa), como o custeio variável admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado, mesmo que nem todos os produtos sejam vendidos, ele violaria tais princípios. O valor do estoque não mantém relação com o custo total. Isoladamente, não se aplica para formação do preço de venda. 
No quadro abaixo, temos de forma resumida, as vantagens e desvantagens da utilização do custeio variável: 
Vantagens e desvantagens da utilização do Custeio Variável
Veja um exemplo prático no que tange as diferenças e semelhanças do Custeio por Absorção e o Custeio Variável: 
Exemplificando: 
Consideremos que a Indústria de bicicletas “Pedale com Saúde” tenha apurado os seguintes gastos em seu primeiro mês de atividades: 
A referida indústria vendeu 80% de sua produção e apurou receita total de 100.000,00. Comparando o resultado pelo custeio por absorção com o resultado apurado pelo custeio variável, temos: 
Quadro comparativo entre o Custeio por Absorção e o Custeio Variável
No quadro acima, podemos perceber que o CPV no custeio por absorção é correspondente a 80% dos custos totais de produção, fixos e variáveis. O CPV no custeio variável é equivalente a 80% dos custos variáveis e os custos fixos foram apropriados como despesas operacionais. 
Em comparação com o custeio por absorção, o sistema de custeio variável antecipa a apropriação dos custos fixos ao resultado. Os resultados acumulados, porém, são iguais nos dois métodos. No custeio por absorção todos os custos fixos são apropriados ao resultado dentro do custo dos produtos vendidos, enquanto no custeio variável os custos fixos são integralmente apropriados como se fossem despesas operacionais. 
Você sabia que a legislação fiscal só admite que as empresas evidenciem oficialmente o Custeio por Absorção? 
Sistemas de Acumulação de Custos: Ordem de Produção (Produção por Encomenda) e Produção Contínua (Sistema de Custos por Processo)
Estudamos a metodologia de custeio, agora iremos abordar as metodologias (sistemas) de acumulação dos custos, que consistem na forma pela qual os custos são apropriados aos produtos. 
Os sistemas de acumulação de custos destinam-se a coletar os dados de custos identificados com algum objeto de custeio e organizá-lo de forma a que possam vir a contribuir para o desenvolvimento de informações que se destinam ao atendimento gerencial (LEONE, 2009). 
São dois os sistemas de acumulação dos custos, que são:
· Sistema de Ordem de Produção (Produção por Encomenda) e 
· Produção Contínua (Sistema de Custos por Processo). 
A utilização de um sistema ou outro será conforme as características dos produtos produzidos. Entretanto, muitas empresas combinam os dois sistemas. 
Sistema de Ordem de Produção (OP) ou Produção por Encomenda
Vamos estudar primeiramente o Sistema de Ordem de Produção (OP) ou Produção por Encomenda. 
Este sistema tem por característica apresentar custos específicos ou devidamente identificados para cada unidade produzida e não um custo médio. Assim sendo a OP é mais adequada quando a organização possui um processo produtivo não repetitivo e de cada produto ou grupo de produtos apresenta, de alguma forma, diferentes características entre si. 
Silva e Lins ( 2010) apresentam exemplos de organizações utilizam o OP: 
Oficinas mecânicas, hospitais, empresas de auditoria, construção civil, estaleiros etc., conforme os autores, nas atividades exemplificadas, o objetivo é a apuração do custo específico de determinado cliente ou produto, o que os autores denominam de “produtos ou serviços customizados ou por encomenda”. 
Você sabia que neste sistema de custo o interesse não é apenas na determinação do custo, mas também do seu controle? 
Nesse sentido, em um hospital, para cada paciente internado é aberto um prontuário no qual são lançados os medicamentos ministrados procedimentos médicos aplicados, tipos de equipamentos médicos utilizados etc. e é apurado o tempo de atendimento despendido por médicos e enfermeiros. 
No caso da construção civil, para cada obra é aberto um controle no qual são lançados todos os insumos consumidos na obra, tais como: tijolos, cimentos, pisos, dentre outros, bem como a hora de pedreiros, engenheiros, eletricistas etc. Portanto, podemos afirmar que no OP não se pode falar em custo médio, uma vez que todos os custos são devidamente identificados especificamente a cada objeto de custo. 
Os custos de mão de obra e de materiais gastos em determinada ordem são apurados a partir de registros mantidos para esta finalidade. Os custos indiretos são normalmente aplicados às ordem e por taxas predeterminadas, tendo como base, geralmente, as horas de mão de obra direta (SILVA; LINS, 2010). 
Esta metodologia é bastante utilizada em organizações cujos contratos frequentemente preveem pagamentos em função dos custos. Dessa maneira, as informações fornecidas pelo sistema de ordem de produção compensam os possíveis custos adicionais envolvidos na manutenção do sistema. 
Agora que você já conhece o método de Ordem de Produção, convido-lhe a conhecer o método de Produção Contínua (Sistema de Custos por Processo). 
Sistema de Acumulação de Custos por Produção Contínua (Sistema de Custos por Processo)
O sistema de acumulação de custos por produção contínua (Sistema de Custos por Processo) é utilizado geralmente em indústrias cuja produção é em larga escala, tais como: indústrias químicas e indústrias de cimento. 
Este sistema não requer a contabilização dos custos de itens individuais ou grupos de itens. 
Desse modo, para esse sistema, todos os custos são acumulados em centros de custos ou departamentos e apropriados aos produtos em bases sistemáticas. 
Sabemos que os custos podem ser acumulados por diferentes processos de produção. Assim, pode ser necessário ter diferentes centros de custos para diferentes produtos. Esses centros de custos são, na realidade, contas de produção em andamentos, existindo diferentes processos contábeis para cada processo de fabricação de cada produto. 
O custo de cada unidade é determinado pela média de todas as unidades produzidas no período, dividindo-se o total dos custos pelo volume. Não há a possibilidade de determinar o custo de fabricação separadamente de produtos vendidos a clientes específicos, como ocorre na produção por ondem. Os bens não são fabricados sob encomenda, mas estocados para serem vendidos a qualquer cliente (SILVA; LINS, 2010). 
Coproduto, subproduto, Custos Conjuntos e Sucatas
Conforme Leone (2009), em todos os tipos de fabricação acontecem os fenômenos de coprodução, subprodução e de custos conjuntos. Todavia, eles são mais frequentes no processo de Acumulação de Custos por Produção Contínua. Vamos ver cada um deles: 
Coprodutos: 
São os próprios produtos principais, que contribuem substancialmente

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