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Libras 2

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Unidade II 
Surdez e a Pessoa Surda
Libras
© by Editora Telesapiens
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem 
prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Libras
Elton Castro Rodrigues dos Santos
O AUTOR
Elton Castro Rodrigues dos Santos
Olá a todos! Meu nome é Elton Castro Rodrigues dos Santos, mas 
podem me chamar apenas de Elton Castro. Sou Bacharel em Administração 
(ICE) e Licenciado em Pedagogia (UFMT), Especialista em Educação 
Inclusiva – Libras (IFMT), Mestrado (UFMT) e Doutorado (Unesp) em 
Educação. Atualmente, estou no último semestre da Licenciatura em Letras 
Libras na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Tenho experiência 
docente em há mais de 17 anos na Educação e pude ministrar aulas na 
Educação Básica, Educação Profissionalizante, Educação Superior e Pós-
Graduação. Atuei em diferentes instituições, como Secretaria Municipal 
de Educação (MT); Senai; UFMT; IFMT; Unemat; UAB; ICEC; Faspec. Sou 
apaixonado por estudar e busco sempre compartilhar o conhecimento 
da minha experiência de vida com aqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo ..................................10
Oralismo ................................................................................................................................................. 10
Comunicação total ........................................................................................................................ 12
Bilinguismo........................................................................................................................................... 13
Ensino-aprendizagem do aluno surdo ...............................................16
Comunicação com pessoas surdas ................................................................................... 21
Língua Brasileira de Sinais - Libras .....................................................25
Alfabeto Manual ...........................................................................................34
7
UNIDADE
02
Libras
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que existiam correntes de pensamento que acreditavam 
que o surdo deveria aprender a falar para ser aceito na sociedade? O 
Oralismo foi uma dessas correntes que disseminou, no mundo inteiro, 
que a melhor maneira de incluir o surdo era oralizando, igualando-se 
aos falantes, e negava-se a língua de sinais. Além do Oralismo, veremos 
neste capítulo outros métodos, como Comunicação Total e Bilinguismo. 
Apresentaremos aportes teóricos para se refletir sobre o ensino-
aprendizagem do aluno surdo do aluno ouvinte e compreensão da 
importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao longo desta unidade 
letiva você vai mergulhar neste universo!
Libras
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você 
no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Debater sobre Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo, formu-
lando novos conceitos sobre a Libras;
2. Diferenciar o ensino-aprendizagem do aluno surdo do aluno 
ouvinte;
3. Compreender características e conceitos da Língua Brasileira de 
Sinais (Libras);
4. Diferenciar os sinais das letras do alfabeto manual.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Libras
10
Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de conceituar 
Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo, bem 
como compreender a influência dessas correntes de 
pensamentos na educação da pessoa surda, perpetuando 
por vezes o Oralismo, o preconceito contra as línguas de 
sinais e determinando a oralização como meio de inclusão 
social. Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos caminhar? Avante!
Essas três metodologias de ensino foram determinantes na história 
da educação dos surdos, desde o atraso no processo, com o Oralismo, 
até a autonomia do surdo, com o Bilinguismo.
Oralismo
Oralismo é uma abordagem de ensino que foi utilizada como 
método para se educar pessoas surdas. Para ter algum direito (no caso 
de ser primogênito poderia herdar título e herança) a pessoa não podia 
ser “muda”, pois não havia reconhecimento legal de suas capacidades 
cognitivas. Dessa forma, “[...] a força do poder financeiro e dos títulos se 
constituíram os grandes impulsionadores do Oralismo, na época, pois 
era através da fala que o indivíduo tinha representação na sociedade” 
(CAVALCANTI, 2010, p. 88). 
“Oralismo” foi uma proposta de trabalho com métodos e técnicas 
para que o surdo desenvolvesse a língua oral, ou seja, a mesma língua 
dos ouvintes. No caso dos surdos brasileiros, o enfoque era que o 
surdo aprendesse a língua portuguesa. “O Oralismo pretende fazer uma 
reabilitação do surdo, no entendimento de que o normal é não surdez” 
(GOLDFELD, 1997, p. 31).
O Oralismo teve seu auge no II Congresso Mundial, que aconteceu 
em Milão (1880). Esse evento marcou o retrocesso da língua de sinais em 
Libras
11
todo o mundo, pois estabeleceu que “[...] o método oral puro era ideal 
para a educação dos surdos. Essas recomendações foram aceitas por 
vários países, como Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Suécia e Bélgica” 
(PALAZZO; MOREIRA, 2017, p. 18).
Mesmo a França sendo um dos nascedouros da língua de sinais, 
acatou a determinação e proibiu seu uso no país. O que mais chama a 
atenção é que, no congresso de Milão, “[...] dos 255 participantes, só três 
eram surdos” (PALAZZO; MOREIRA, 2017, p. 18).
Figura 1: Não ao Oralismo
Fonte: Freepik
As determinações desse congresso fizeram estagnar os avanços das 
línguas de sinais em todo mundo e nenhuma instituição de ensino poderia 
utilizá-la. “A oralização passou a ser o principal objetivo da educação das 
crianças surdas e, para aprenderem a falar, passavam a maior parte do 
seu tempo nas escolas recebendo treinamento oral” (POKER, 2008, p. 
3), como leitura labial, treinamentos auditos, e em alguns casos o surdo 
recebia um aparelho (AASI) para ampliação do som.
Esse período da história da educação do surdo marcou momentos 
de negação não só da língua de sinais, mas de legitimação de “[...] que 
apenas a língua oral deveria ser aprendida pelos surdos, sendo a língua de 
sinaisconsiderada como prejudicial para o desenvolvimento da criança” 
(CAVALCANTI, 2010, p. 89). 
As técnicas para o estímulo da língua oral são muito bem retratadas 
no Filme “Seu nome é Jonas” (1979), que mostra a busca de uma família 
por abordagens que pudessem contribuir para educação de seu filho. O 
Oralismo como método de ensino é destaque nesse filme.
Libras
12
Para Cavalcanti (2010, p. 88), o Congresso de Milão, ao declarar 
superioridade do método oral sobre a língua de sinais, gerou “[...] grande 
polêmica entre professores ouvintes e surdos (a estes não foi permitido 
votar), em defesa do Oralismo e da língua de sinais, sendo esta última 
preferida pela grande maioria de professores ouvintes”.
A adoção do Oralismo como modelo educacional proporcionou 
o abandono da “[...] cultura e identidade surdas. Desse modo, as ideias 
pregadas pelo Oralismo orientavam que os surdos deveriam ter uma 
identidade comum com os ouvintes, ou seja, a língua (CAVALCANTI, 2010, 
p. 89).
Poker (2008, p. 3) explica que a determinação do II Congresso Milão 
perdurou até a década de 1960, “[...] quando William Stokoe publicou um 
artigo demonstrando que a língua de sinais se constituía em uma língua 
com as mesmas características das línguas orais”. Iniciou-se assim um 
novo ciclo na história da língua de sinais, pois houve avanço das pesquisas 
sobre como essa língua era importante para a pessoa surda. A mesma 
autora enfantiza que foi advindo desse novo momento que surgiu, em 
1968, outra proposta para ensino do surdo: a Comunicação Total
Comunicação total 
O Oralismo começou a perder forças quando não se podia mais 
assegurar sua eficiência como método de ensino para a pessoa surda. 
Na década de 1960 “[...] a língua de sinais começou a ser (re)conhecida, 
especialmente depois dos trabalhos de William Stokoe, linguista 
americano que retomou a questão dos sinais e apresentou a língua de 
sinais como legítima, com estrutura própria” (CAVALCANTI, 2010, p. 108).
A Comunicação Total foi um movimento que surgiu como proposta 
para o ensino da pessoa surda, após os pesquisadores identificarem que 
a metodologia oralista não surtiu efeitos nem possibilitou a comunicação 
com o surdo “[...] de maneira satisfatória e, mesmo com a imposição das 
práticas oralistas, as pessoas surdas insistiam em se comunicar por meio 
da língua de sinais. Decidiu-se então que os surdos poderiam utilizar toda 
e qualquer forma de comunicação” (KALATAI; STREIECHEN, 2014, p. 7).
Libras
13
A Comunicação Total surgiu em 1968 e buscava utilizar diferentes 
formas que possibilitassem a comunicação com o surdo. Incorporava “[...] 
modelos auditivos, manuais e orais para assegurar a comunicação eficaz 
entre as pessoas com surdez. Tinha como principal preocupação os 
processos comunicativos entre surdos e surdos e entre surdos e ouvintes” 
(POKER, 2008, p. 6).
Com o método da Comunicação Total, o surdo passou a ter chance 
de utilizar diferentes recursos para comunicação e aprendizagem, pois 
esse método pressupõe “[...] o uso simultâneo de diferentes códigos como: 
a Língua de Sinais, a datilologia, o português sinalizado, etc.” (POKER, 
2008, p. 8). Até esse momento não se reconhecia que a linguagem dos 
sinais tinha estrutura própria, por isso o método da Comunicação Total 
se baseava na estrutura gramatical da língua oral. Esse método esteve 
presente no Brasil na década de 1960.
A proposta da Comunicação Total como método “propõe uma 
maneira diferente de perceber o surdo, ou seja, como um indivíduo 
diferente, não deficiente e, a denominação ‘deficiente auditivo’ usada 
pelos oralistas foi substituída por outra: ‘Surdo’” (CAVALCANTI, 2010, p. 
108).
Esse deslocamento da língua oral como principal meio de 
aprendizagem para o surdo possibilitou, segundo Oliveira (2014, p. 12), 
que o “[...] sujeito com surdez deixa de ser visto como portador de uma 
‘patologia’ e passa a ser considerado como uma pessoa capaz”. Abriam-se 
nesse momento outras possibilidades e meios de se efetivar a educação 
para pessoas surdas. Uma dessas possibilidades foi o Bilinguismo. 
Bilinguismo
Para Cavalcanti (2010, p. 109), esse método desloca a língua de 
sinais para o primeiro plano e enfoca a necessidade de a pessoa surda 
ser “[...] bilíngue, ou seja, ela deve adquirir como língua materna a língua 
de sinais, que é considerada a língua natural dos surdos e, como segunda 
língua, a língua oficial de seu país na modalidade oral e/ou escrita”. 
Libras
14
Para Quadros (1997, p. 47), quando se considera que a língua de 
sinais deve ser ensinada primeiramente para o aluno surdo, isso indica 
que os conteúdos escolares “[...] devem ser trabalhados por meio dela e 
que a língua portuguesa, na modalidade escrita, será ensinada com base 
nas habilidades interativas e cognitivas já adquiridas pelas crianças surdas 
nas suas experiências com a língua de sinais”. 
De acordo com Poker (2008, p. 8), o Bilinguismo “[...] parte do 
princípio de que o surdo deve adquirir como sua primeira língua a língua 
de sinais com a comunidade surda. Isso facilitaria o desenvolvimento de 
conceitos e sua relação com o mundo”.
Dessa forma, pode-se dizer que a maior contribuição do Bilinguismo 
foi ofertar a centralidade para a línguas sinais, pois propõe
[...] o uso autônomo e não simultâneo da Língua de Sinais 
que deve ser oferecida à criança surda o mais precocemente 
possível. A língua portuguesa é ensinada como segunda língua, 
na modalidade escrita e, quando possível, na modalidade oral. 
Contrapõe-se às propostas da Comunicação Total uma vez 
que não privilegia a estrutura da língua oral sobre a Língua de 
Sinais. (POKER, 2008, p. 9)
Uma educação bilíngue possibilita coexistência de duas línguas, no 
nosso caso a Libras e a língua portuguesa. “O decreto 5626/05 assinala 
que a educação de surdos no Brasil deve ser bilíngue, garantindo o acesso 
à educação por meio da língua de sinais e o ensino da língua portuguesa 
escrita como segunda língua” (QUADROS; SCHMIEDT, 2006, p. 17).
Nessa concepção a Língua de Sinais Brasileira (Libras) seria a L1 e 
a língua portuguesa L2. “A língua portuguesa, portanto, será a segunda 
língua da criança surda, sendo significada pela criança na sua forma 
escrita com as suas funções sociais representadas no contexto brasileiro” 
(QUADROS; SCHMIEDT, 2006, p. 17).
De acordo com Cavalcanti (2010, p. 110), “um dos princípios mais 
importantes desse modelo de ensino é que os surdos formam uma 
Libras
15
comunidade, com cultura e língua próprias. A língua de sinais deve ser 
aprendida em contato com adultos fluentes”.
A pessoa sendo surda ou ouvinte tem os mesmos direitos a 
metodologias de ensino que ofertem possibilidade de aprender, 
desenvolver competência e habilidades para atuar de maneira dinâmica 
no meio em que vive. O Bilinguismo seria uma proposta de ensino que 
poderia ofertar crescimento e desenvolvimento ao aluno surdo de maneira 
significativa e respeitosa, e tem-se “[...] essa proposta como sendo a mais 
adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera 
a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o 
ensino da língua escrita” (QUADROS, 1997, p. 27).
Não se pode negar que temos muitas garantias de direitos retratadas 
na legislação brasileira, mas ainda não estão efetivadas, por isso temos 
que exigir que todas as pessoas sejam tratadas com igualdade. Para isso, 
torna-se um dever respeitar as diferenças.
RESUMINDO:
A negação de que a pessoa surda tem possibilidades de se 
comunicar e aprender fez com que o Ouvintismo se tornasse 
forte em todo mundo. O surdo era considerado uma pessoa 
doente e que necessitava “falar” para se comunicar. Essa 
filosofia afeta, até os dias atuais, a comunidade surda, pois 
existem surdos que têm dificuldade para aceitar a condição 
de não ouvintes e oralizam o máximo que podem para 
parecerem “normais”. Isso porque o preconceito contraa pessoa surda ainda é muito forte e oralizar possibilita o 
mascaramento da deficiência. Somente uma educação 
bilíngue, por meio da Libras, possibilitará qualidade 
educacional e aprendizagem do mundo.
Libras
16
Ensino-aprendizagem do aluno surdo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
o contexto envolto no ensino e na aprendizagem da pessoa 
surda e poderá fazer um paralelo com as condições 
ofertadas ao aluno ouvinte. Poderá também compreender a 
dificuldade que os professores enfrentam para proporcionar 
meios educacionais para os surdos e a falta de formação 
continuada que oferte ferramentas pedagógicas para 
o exercício da docência em uma sala com pessoa com 
deficiência auditiva e/ou surdez. Motivado para desenvolver 
esta competência? Vamos caminhar? Avante!
Muitos desafios ainda deverão ser enfrentados para que o aluno 
surdo tenha ao seu dispor professores capacitados na Libras para promoção 
efetiva de uma Educação Inclusiva. Isso porque, nas escolas públicas de 
ensino regular, são pouco os docentes que sinalizam fluentemente essa 
língua. “O novo gera insegurança e instabilidade, exigindo reorganização, 
mudança. É comum sermos resistentes ao que nos desestabiliza. Sem 
dúvida, as ideias inclusivas causaram muita desestabilidade e resistência” 
(MINETTO, 2008, p. 17).
Isso, acrescido ao fato de que o professor não se sente preparado 
para atuar em uma sala tão heterogênea, só agrava a situação. São em 
média 25 a 40 alunos com processo de desenvolvimento/aprendizagem 
diferenciado e ter um aluno surdo compondo essa classe envolve 
mais habilidades e competências que o professor deverá desenvolver 
para ministrar sua aula. De acordo com Lima (2006, pp. 65-66), o 
desenvolvimento do aluno ainda está na sua capacidade de “falar”:
O que se verifica é que, nessas circunstâncias, toda a responsabi-
lidade pelo sucesso da comunicação passa a depender da eficiência do 
aluno surdo em fazer a leitura labial e se expressar por meio da fala, o 
que não só é injusto, devido à omissão da escola, como é uma exigência 
bastante difícil para uma criança que se inicia na alfabetização. Lembre-
Libras
17
mo-nos ainda de que, pela leitura labial, não se apreende tudo o que é 
dito pelo interlocutor.
Algumas escolas contam com o apoio de um instrutor e/ou 
intérprete que acompanhe o aluno surdo nas aulas e amenize as 
dificuldades do professor com a Libras. Ainda não houve expansão 
dessa garantia de direitos em todas as escolas com alunos surdos. Nas 
instituições de ensino privado, ainda há muita resistência para contratação 
desses profissionais e muitos surdos têm que buscar seus direitos por 
meio de processos judiciais. Você conhece o intérprete de Libras?
Intérprete é um profissional que “[...] interpreta de uma língua (língua 
fonte) para outra (língua alvo) o que foi dito. [...] Língua é um sistema de 
signos compartilhado por uma comunidade linguística comum. A fala ou 
os sinais são expressões de diferentes línguas” (BRASIL, 2004, p. 7).
Marcon (2012, p. 238) acrescenta informações importantes sobre 
esse profissional dizendo que deve ter uma postura imparcial frente ao 
conteúdo que está interpretando. Ele fica “[...] em situação face a face com 
o surdo, precisa dar conta de formular todas as informações que estão 
sendo discutidas”. 
O mesmo autor acrescenta ainda que o intérprete desenvolve um 
trabalho que possibilita a comunicação/interação entre duas culturas 
diferentes. “Ele possui, assim, a função de intermediar a interação 
comunicativa entre o surdo e a pessoa que não usa a Libras” (MARCON, 
2012, p. 238).
Libras
18
Figura 2: Intérprete da Libras
Fonte: Freepik
Silva e Oliveira (2006) ressaltam que Lei nº 12.319, de 1º de setembro 
de 2010, regularizou a profissão de intérprete de Libras no ambiente 
educacional e que sua função é intermediar as relações estabelecidas 
entre os sujeitos participantes da aula (professores, alunos surdos e 
ouvintes). O trabalho em sala de aula impõe desafios constantes ao 
intérprete de Libras, pois ele “[...] passa a ter um compromisso com a 
construção do conhecimento desses alunos, interpondo-se como um 
mediador nesse processo, o que traz novos desdobramentos para sua 
atuação profissional” (p. 698).
A inclusão na escola deve ocorrer de maneira que a responsabilidade 
do ato educativo não fique somente a cargo dos professores que ministram 
aulas para alunos surdos nem dos próprios alunos. “Cabe à escola, ao 
proceder à inclusão, refletir sobre os argumentos que são usados a 
favor e contra ela, verificar quais são as condições que tem a oferecer 
e se envolver nesse projeto, viabilizando a presença de professores-
intérpretes” (LIMA, 2006, p. 71).
Libras
19
SAIBA MAIS:
Para conhecer mais o trabalho do intérprete em sala de 
aula clique aqui,
Você pode compreender que ainda há muitas barreiras a serem 
transpostas na educação dos surdos. Quadros e Schmiedt (2006, p. 
23) constataram em suas pesquisas sobre educação bilíngue que a “[...] 
criança surda é colocada em contato com a escrita do português para 
ser alfabetizada em português seguindo os mesmos passos e materiais 
utilizados nas escolas com as crianças falantes de português”. Não há 
uma diferenciação do método de ensino, o que promove o fracasso na 
alfabetização dessas crianças. 
Vale ressaltar que a educação bilíngue é uma busca, não somente 
de qualidade na educação do surdo, mas também o fortalecimento da 
identidade da comunidade surda e da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O surdo deve ser alfabetizado e letrado em Libras, pois assim 
a “[...] tarefa de ensino da língua portuguesa tornar-se-á possível se o 
processo for de alfabetização de segunda língua, sendo a língua de sinais 
reconhecida e efetivamente a primeira língua” (QUADROS, SCHMIEDT, 
2006, p. 23).
A educação bilíngue ainda é um objetivo a ser alcançado pela 
comunidade surda. Atualmente os surdos frequentam a sala de aula 
regular com os ouvintes e vêm participando de um processo de ensino-
aprendizagem no qual “[...] aprendem em sua própria língua (português), 
enquanto que o aluno surdo necessita de um intérprete para auxiliá-lo no 
repasse de conhecimento transmitido e lecionado pelo professor regente 
em sala de aula (MOURA; FREIRE; FELIX, 2017, p. 1285).
O intérprete não pode intervir na aula, pois existe, de acordo com 
Moura, Freire e Felix (2017, p. 1285), uma “ética trabalhista desse profissional, 
o impossibilita fazer qualquer interferência no aprendizado do aluno”.
Libras
https://bit.ly/36v8wz6
20
Há uma diferença muito grande de desenvolvimento cognitivo 
quando o aluno estuda em uma escola bilíngue, pois o que se considera 
ideal
[...] é que o aluno surdo inserido em sala de aula de ensino 
aprenda com mais eficácia em sua própria língua, todavia, 
no caso da inclusão, os conteúdos lhes são repassado por 
meio de um intérprete que atua interpretando/traduzindo do 
português para Libras e vice/versa, ou seja, ele aprende de 
uma forma secundária e não primária como lhe é garantido 
por direito na Lei da Acessibilidade 10.098 de 10 de Dezembro 
de 2000, a qual determina que o aluno surdo se desenvolva 
dentro de suas habilidades linguísticas. (MOURA; FREIRE; 
FELIX, 2017, p. 1285)
A escola bilíngue traria igualdade para a pessoa surda, já que se torna 
quase impossível para “[...] o ouvinte entender a surdez de outro modo, a 
não ser como deficiência. O surdo é visto como alguém incompleto, sob a 
perspectiva da maioria dos ouvintes, por isso todos os esforços estão na 
tentativa de oferecer o ‘melhor’” (MOURA; VIEIRA, 2011, p. 2).
Almeida (2013, p. 102) afirma que o Bilinguismo pressupõe que a 
língua possibilita acesso para que ocorra “o desenvolvimento do surdo 
em todas as esferas de conhecimento, propiciando a comunicação do 
sujeito com surdez com os seus pares e com os outros sujeitos, dando 
suporte ao pensamento e estimulandoo desenvolvimento cognitivo e 
social”.
O mais crítico da história dos surdos foi que muitos deles se 
esforçaram muito para aprender a língua dos ouvintes e isso é uma 
grande contradição, pois tentavam “[...] aprender uma língua que não 
escutavam, olhando as bocas mexerem, na tentativa de copiá-las, para 
saciar os anseios dos ouvintes e compreender o que ocorria a sua volta, 
perseguindo o som e a fala sem condições de alcançá-los” (MOURA; 
VIEIRA, 2011, p. 5).
Se a criança surda é exposta a um ambiente escolar que utiliza 
a língua de sinais para que esta seja apreendida de maneira natural, 
Libras
21
no cotidiano, “[...] sem que sejam necessárias condições especiais de 
‘aprendizagem’, tal proposta educacional permite o desenvolvimento 
rico e pleno da linguagem, possibilitando ao surdo um desenvolvimento 
integral” (LACERDA, 2009, p.83).
Para Moura e Vieira (2011, p. 5), “a muitos foi negado o encontro 
com outros surdos, com o receio que se comunicassem por uma língua 
diferente da oral-auditiva, compreendida nessa visão como a única capaz 
de mobilizar de fato a inteligência da humanidade”.
Comunicação com pessoas surdas
Cada comunidade tem seu modo de ser e de viver, sua cultura e 
suas especificidades. A comunidade surda não é diferente das demais, pois 
a “surdez traz consigo modos e formas de relacionar-se pautadas numa 
comunicação visual. Isso requer conhecê-las, bem como compreender as 
necessidades e tecnologias advindas de quem se comunica sem o som” 
(MOURA, 2016, p. 16).
Conforme explica Gesser (2009, p. 25), “os surdos foram privados de 
se comunicarem em sua língua natural durante séculos. Vários estudos 
têm apontado a difícil relação dos surdos com a língua oral majoritária e 
com a sociedade ouvinte”. 
Temos que buscar nos comunicar com a pessoa surda e não 
acreditar que a comunidade ouvinte é superior. “Neste sentido, faz se 
necessário levantar um debate social acerca da importância da aquisição 
da linguagem de sinais, pois além de facilitar a comunicação entre surdos 
e não surdos promove o respeito pelo ser humano e a inclusão social” 
(FERRAZ; FERRAZ, 2015, p. 1).
Os ouvintes têm dificuldades para chamar a atenção de uma 
pessoa surda, pois esquecem que ele não ouve e começam a gritar e 
gesticulam, ou, quando se aproximam, falam bem devagar achando que 
ele entenderá. O que as pessoas não sabem é que nem todos os surdos 
fazem leitura labial. Para chamar a atenção da pessoa surda, o ideal é o 
toque.
Libras
22
O toque, na cultura surda, não é ofensivo como pode ser 
para a cultura ouvinte. Desse modo, tocar o braço ou ombro 
de uma pessoa surda pode ser um recurso eficaz quando 
o visual estiver voltado para outra direção. Entretanto, se a 
pessoa surda estiver de frente, o ideal é acenar com a mão. 
A percepção visual dos surdos é mais aguçada do que das 
pessoas ouvintes e certamente eles perceberão com maior 
facilidade a sua intenção. (MOURA, 2016, p. 16)
Quando um professor está em sala de aula, para chamar a atenção 
dos surdos, não adianta ficar acenado. Se não estiver no enquadramento 
visual, ele não vai ver. “Em uma sala com um surdo de costas e distante ou 
com muitos surdos, a melhor forma de chamar a atenção é acendendo e 
apagando a luz por uma ou duas vezes” (MOURA, 2016, p. 17).
Quanto mais cedo a criança surda aprende a Libras, terá mais chance 
de se desenvolver como pessoa surda, pois abrem-se possibilidades de se 
expressar com “[...] maior rapidez e naturalidade na exposição de sentimentos, 
desejos e necessidades. Possibilita a estruturação do pensamento e da 
cognição e ainda uma interação social, ativando consequentemente o 
desenvolvimento da linguagem (BRASIL, 2006, p. 28).
De acordo com Ferraz e Ferraz (2015, p. 1), “a comunicação é a forma 
como as pessoas se relacionam entre si. Consiste numa atividade essencial 
para a vida em sociedade, pois é desta forma que nos expressamos, 
emocionamos, transmitimos e recebemos informações”.
Para Mussalim e Bentes (2011, p. 26), a língua possibilita ao ser 
humano desenvolver suas capacidades e uma delas é a “[...] faculdade 
humana de simbolizar. Sendo assim, é pelo exercício da linguagem, pela 
utilização da língua, que o homem constrói sua relação com a natureza e 
com os outros homens”.
 A Libras possibilita que os surdos possam “[...] discutir filosofia, 
política, literatura, assuntos cotidianos etc. nessa língua, além de transitar 
por diversos gêneros discursivos, criar poesias, fazer apresentações 
acadêmicas, peças teatrais, contar e inventar histórias e piadas, por 
exemplo” (STROBEL, 2007, p. 121).
Libras
23
Moura, (2016) apresenta várias tecnologias que contribuem para 
facilitar a vida da pessoa surda. São elas:
Tabela 1: Tecnologias para as pessoas surdas
TECNOLOGIA EXPLICAÇÃO
Campainha
O toque da campainha é um sinal luminoso 
que avisa ao surdo a chegada de um 
visitante.
Babá eletrônica vibratória
A babá eletrônica vibratória emite um alerta 
ao menor sinal de choro da criança e os pais 
surdos sentem essa vibração e sabem que a 
criança está chorando.
Babá eletrônica luminosa
Emite um alerta luminoso quando a criança 
está chorando.
Relógio vibratório
O despertador funciona com dispositivo 
de vibração com maior intensidade do que 
o celular e pode ser colocado debaixo do 
travesseiro da pessoa surda.
Telefone
Nele o surdo pode realizar uma ligação para 
um ouvinte. A ligação é intermediada por 
um telefonista. A pessoa surda escreve o 
que deseja que seja dito e o telefonista fala 
oralmente com o ouvinte.
Campainha de escola 
com sinal luminoso
Ao toque do sinal, a luz se acende.
Fonte: O autor
Para Sacks (1998, p. 52), “um ser humano não é desprovido de mente 
ou mentalmente deficiente sem uma língua, porém está gravemente 
restrito no alcance de seus pensamentos, confinado, de fato, a um mundo 
imediato, pequeno”.
Você sabe para que serve uma escola bilíngue destinada a alunos 
surdos? Moura, Freire e Felix (2017, p. 1288) respondem a essa pergunta 
dizendo que uma instituição educacional bilíngue faz com que os “[...] alunos 
surdos se desenvolvam efetivamente nas escolas. É necessário entender 
Libras
24
como eles aprendem, conhecer sua cultura e respeitá-la, apreciar sua 
língua e tê-la como principal meio de interação e comunicação”.
A luta é constante para que o surdo tenha “acesso à língua de sinais e 
à segunda língua, à identidade pessoal e social, à informação significativa, 
ao mundo do trabalho e à cultura dos surdos” (SKLIAR, 1997, p. 53).
Os autores acrescentam, ainda, para que isso aconteça “requer 
uma escola de qualidade, que atenda suas necessidades e os capacitem 
a uma educação na qual professores e intérpretes sejam profissionais 
conhecedores da língua de sinais, sua estrutura e gramática” (MOURA; 
FREIRE; FELIX, 2017, p. 1288).
Moura e Vieira (2011, p. 7) explicam que no “Brasil, o Bilinguismo 
começa recentemente a se configurar como proposta para a Educação 
de Surdos. No entanto, estamos ainda no processo inicial, balizados na lei 
e no decreto e em estudos de alguns profissionais da área”.
Já ficou estabelecido no Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, 
que a pessoa surda é “[...] aquela que, por ter perda auditiva, compreende 
e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando 
sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras)” 
(BRASIL, 2005, art. 2º). Por isso é necessária uma educação que garanta 
esses aspectos e que possa proporcionar a interação do surdo com o 
mundo.
RESUMINDO:
Compreendemos, neste capítulo, que o contexto envolto 
no ensino e na aprendizagem da pessoa surda faz um 
paralelo com as condições ofertadas ao aluno ouvinte. 
Entendemos também a dificuldade que os professores 
enfrentam para proporcionar meios educacionais para 
os surdos e a falta de formação continuada que oferte 
ferramentas pedagógicas para o exercício da docência em 
uma sala com pessoa com deficiênciaauditiva e/ou surdez. 
Vamos para o próximo capítulo.
Libras
25
Língua Brasileira de Sinais - Libras 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você entenderá que a Libras é 
uma língua reconhecida por lei, apesar de fazer parte do 
conjunto de línguas de sinais espalhadas pelo mundo, 
sendo esta especificamente brasileira. Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos caminhar? Avante!
Almeida (2013, p. 26) aponta algo muito importante para se 
compreender a língua de sinais, dizendo que ainda é incerto o momento 
exato de sua criação, “mas consideramos que elas são criadas por homens 
que tentam resgatar o funcionamento comunicativo através dos demais 
canais, por terem um impedimento sensorial auditivo”. O mesmo autor 
acrescenta que existem alguns mitos sobre a Libras.
O primeiro mito é que se apresenta como uma língua universal, 
ou seja, a mesma em todos os países. “Porém, as línguas de sinais não 
são universais. Cada país apresenta a sua própria língua e, portanto, se 
diferencia em cada nacionalidade. No Brasil, ela é chamada de Libras ou 
LSB” (ALMEIDA, 2013, 18). 
As línguas de sinais, em determinados países, recebem diferentes 
configurações de mãos e sinais. Por isso, não se deve acreditar que existe 
somente um tipo de língua de sinais, pois a literatura aponta a existência de 
um número grande dessas línguas, como: Língua Gestual Portuguesa (LGP); 
Sign Language of Netherlands (SLN) – Holanda; American Sign Language 
(ASL) – EUA; Lengua de Senas Argentina (LSA) – Argentina; British Sign 
Language (BSL) – Inglaterra; Lengua de Senas Chilena (JSL) – Chile; Langue 
des Signes Française (LSF) – França; entre outras (ALMEIDA, 2013).
A Libras, de acordo com Fernandes (2011, p. 82), “é uma língua de 
modalidade visual espacial que, diferentemente das línguas orais auditivas, 
utiliza-se da visão para sua apropriação e de elementos corporais e faciais 
e organizados em movimentos no espaço para constituir unidades de 
sentido as palavras ou, como se referem os surdos, os sinais”.
Libras
26
Figura 3: Língua de sinais
Fonte: Freepik
De acordo com Forster (2006), o preconceito sobre a língua de 
sinais contribuiu para não aceitação e entendimento dessa língua. O autor 
explica:
Não é raro ouvir dizer que as línguas de sinais não são línguas, mas 
uma linguagem ou algo afim. Este preconceito acontece até mesmo em 
locais privilegiados para o debate sobre este tipo de assunto, como as 
faculdades de Letras. Mas, pior que preconceito, a falta de informação, 
às vezes, é causa de deficiências linguísticas que poderiam ser evitadas 
se os responsáveis por crianças surdas simplesmente soubessem o 
quanto é importante dar a elas condições de adquirir uma língua de sinais. 
(FOSTER, 2006, p. 1)
Nessa perspectiva, entende-se que a valorização da língua de 
sinais ainda tem muitas barreiras a serem transpostas e que cabe a cada 
estudioso da área e à comunidade surda empunhar essa bandeira de luta.
Forster (2006, p. 5) explica que a Libras, como qualquer outra língua, 
sofre variações e por isso “[...] não basta pegar um alfabeto da Libras para 
saber Libras, porque as línguas de sinais têm suas próprias palavras, os 
sinais, que, em geral, não têm qualquer relação com as palavras usadas 
em línguas orais”. 
O segundo mito se refere à terminologia surdo-mudo, que está 
impregnada na sociedade. “A terminologia surdo-mudo tem sua raiz na 
Libras
27
história, quando a pessoa surda estava condenada à mudez. Ser surdo 
significava automaticamente ser mudo, e pior, ser um incapacitado, 
desabilitado e impossibilitado” (ALMEIDA, 2013, p. 21).
Não se pode afirmar que uma pessoa surda sempre será 
muda. “A surdez não interfere diretamente na condição fisiológica da 
oralidade. Muitos deles, por não terem a referência auditiva, acabam não 
desenvolvendo naturalmente a oralidade assim como os sujeitos ouvintes” 
(ALMEIDA, 2013, p. 21).
As causas que levam a pessoa a ficar surda não estão ligadas às 
causas da mudez. Não há relação cientificamente comprovada. A surdez 
“[...] se relaciona a problemas que afetam o ouvido interno, principalmente 
a cóclea, ou por degeneração nos nervos auditivos, impedindo que os 
estímulos sonoros cheguem ao cérebro por meio de estímulos nervosos” 
(ALMEIDA, 2013, p. 22).
A confusão da Libras ser língua ou linguagem constitui o terceiro 
mito. A Libras, após ser reconhecida e normatizada pela Lei nº 10.436, 
de 24 de abril de 2002, e o Decreto nº 5.626/05, “[...] como todas as 
outras línguas orais, com estruturas gramaticais próprias, perde o status 
de mímica e gesto, passando a não ser considerada como linguagem” 
(ALMEIDA, 2013, p. 23), mas sim como língua. 
Quarto mito é que a língua de sinais é uma mímica. Isso acontece 
porque “[...] muitas pessoas pensam que as línguas de sinais são como 
mímica, isto é, gestos imitativos que tentam reproduzir algumas das 
propriedades dos objetos a que fazem referência”. A Libras não é uma 
mímica, pois, além da legislação que a letigima como língua, possui 
gramática própria (FORSTE, 2006, p. 2).
A Libras é uma “[...] forma de comunicação e expressão, em que o 
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical 
própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e 
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (BRASIL, 
2002, p. 1).
Sobre o quarto mito, Forster (2006, p. 2) acrescenta que, semelhante 
ao que acontece “[...] nas línguas orais, os sinais são parte de um código 
Libras
28
que, para ser eficaz, tem de ser compartilhado pela comunidade de 
falantes”. Os sinais são pertencentes à gramática da Libras. 
Para Almeida (2013, p. 21), “os sinais são os itens lexicais da língua de 
sinais, dotados de significado, arbitrários na relação entre o significado e o 
significante, de modo visual. Os sinais expressam sentimentos, emoções, 
inclusive ideias abstratas”.
A Libras não pode ser considerada “[...] simplesmente uma 
linguagem com mímicas e gestos de que seus falantes se utilizam para 
se comunicarem” (OLIVEIRA; SILVA, 2014, p. 5). Ao tratar a língua de sinais 
como uma pantomima, ou seja, expressar-se por meios de gestos sem 
estruturação gramatical, a pessoa perpetua o preconceito com a Libras. 
Sendo,
[...] uma visão embasada na anormalidade, segundo a qual o máximo 
que o surdo consegue expressar é uma forma pantomímica indecifrável e 
somente compreensível entre eles. Não à toa, as nomeações pejorativas: 
anormal, deficiente, débil mental, mudo, surdo-mudo, mudinho que têm 
sido equivocadamente atribuídas a esses indivíduos. (OLIVEIRA; SILVA, 
2014, p. 5)
São inúmeros os mitos que cercam as línguas de sinais, por isso 
priorizamos abordar os quatros que nos parecem mais usuais e que 
prejudicam muito o entendimento da língua de sinais. Vale frisar que todos 
os mitos são pejorativos e buscam denegrir a Libras, de modo a lançar no 
social a crença de que ela continua sendo uma linguagem gestual e que 
não consegue dar conta de expressar conteúdos abstratos. 
Um mito frequente é de que a Libras não possui variações linguísticas. 
Isso não é verdade, pois a variação linguística está “[...] presente nas 
línguas humanas, independentemente de ação normativa (gramática). Em 
qualquer língua oral e também na Libras é possível identificar variações 
oriundas do contexto histórico, geográfico, sociocultural e comunicativo” 
(FERREIRA et al. 2011, p. 16). 
Não podemos aceitar que o surdo construa uma identidade 
flutuante ou uma identidade inconformada, pois “[...] em ambas impera 
uma concepção clínico-patológica sobre a surdez, e o ouvintismo 
Libras
29
engendra essa percepção sobre si mesmo e seu espaço no mundo” 
(MOURA, 2016, p. 14).
Mas o que seriam identidade flutuante e identidade inconformada? 
Moura (2016, p. 14) explica esses dois conceitos dizendo que: “Na 
identidade flutuante o surdo assume o papel de deficiente e comporta-
se demodo a tentar superar sua perda auditiva, enquanto na identidade 
inconformada o surdo sente-se inferior ao ouvinte”. 
Existe também a identidade de transição e a identidade híbrida. A 
primeira diz respeito ao fato de o surdo não se sentir nem pertencente 
à cultura surda nem pertencente à cultura ouvinte. Isso porque ele teve 
o contato com a comunidade surda tardiamente e não desenvolveu sua 
identidade surda. A identidade híbrida, segundo Moura (2016, p. 14), “é 
aquela em que o surdo perdeu audição ao longo da vida e aprendeu a 
Língua de Sinais como uma segunda língua. Dessa forma, conserva seu 
pensamento pautado na língua oral, mas reconstrói suas relações sociais 
amparadas na língua visual”.
Por isso a importância de se estudar a Libras e iniciar uma quebra 
de paradigma, pois essa língua fortalece a comunidade surda e mostra 
que é composta de variações como qualquer outra língua. “São línguas 
que não se derivaram das línguas orais, mas fluíram de uma necessidade 
natural de comunicação entre pessoas que não utilizam o canal auditivo-
oral, mas o canal espaço-visual como modalidade linguística” (QUADROS, 
1997, p. 47).
A variação linguística pode ter como base o contexto histórico, em 
que as palavras sofrem mudança, dependendo da época e do contexto 
social, como também podem ser substituídas por outras. Já no contexto 
geográfico “[...] trata das mudanças identificadas em comunidades 
usuárias da mesma língua, porém que habitam em regiões distintas” 
(FERREIRA et al. 2011, p. 16). 
No contexto sociocultural as variações linguísticas estão 
relacionadas à identidade de “[...] um grupo, grau de instrução, idade, 
gênero ou padrão econômico. O contexto comunicativo se reporta 
à situação, mais ou menos formal, à relação estabelecida entre os 
Libras
30
interlocutores e ao conteúdo da mensagem” (FERREIRA et al. 2011, p. 1). A 
variação linguística
[...] está presente em todas as línguas vivas, em movimento. 
É justamente nessas práticas sociais de uso da linguagem 
entre surdo/surdo e surdo/ouvinte que é possível enxergar 
esse multilinguismo (variedades desprestigiadas em sinais, 
em português, em combinação de modalidades), as marcas 
da heterogeneidade nos sinais [...], ou seja, as várias línguas 
em Libras. (GESSER, 2009, p. 41)
Na Libras, segundo Ferreira (et al. 2011, p. 16) “como a Língua 
Portuguesa, apresenta variações linguísticas determinadas pela existência 
de um mesmo sinal com significados diferentes (polissemia), ou de sinais 
diferentes que remetem um mesmo significado (sinonímia)”.
De acordo com Aragão Neto (2012, p. 208), a “polissemia é a 
propriedade que um signo, não necessariamente uma palavra, pois pode 
ser também um afixo, tem de possuir mais de um significado relacionados 
entre si”.
A polissemia pode dificultar o entendimento do contexto que 
se quer sinalizar, pois “[...] possibilita que com um pequeno número de 
sinais tenhamos um grande número de significados. Por outro lado, isso 
reforça a ambiguidade e a imprecisão, prejudicando a compreensão, 
especialmente no contexto bilíngue Libras-Língua Portuguesa (Ferreira et 
al., 2011, p. 20). São exemplos de polissemia:
Libras
31
Figura 4: Polissemia
Fonte: O autor
A sinonímia se configura como “um nexo entre expressões que têm 
significados semelhantes: casa e residência são bons exemplos. Mas veja, 
eu falei em significados semelhantes, não falei em significados totalmente 
idênticos” (ARAGÃO NETO, 2012, p. 224). 
De acordo com Costa (2016, p. 51), “as variações entre os sinônimos 
podem se efetivar conforme quatro aspectos, que são: variantes regionais 
ou geográficas, variantes estilísticas ou discursivas, variantes psicológicas 
ou expressivas, e variantes etárias ou históricas”. São exemplos de 
sinonímia:
Libras
32
Figura 5: Sinonímia
Fonte: O autor
Existem também a antonímia, que “[...] ocorre quando duas ou mais 
palavras apresentam alguma oposição de significado entre si, a exemplo 
de bom e ruim (ARAGÃO NETO, 2012, p. 224). São exemplos de antonímia:
Figura 6 : Antonímia
Fonte: O autor
Há também nos sinais a ocorrência de homonímia. São sinais 
iguais e que têm os mesmos parâmetros de Libras. Exemplo: LARANJA e 
SÁBADO. No caso desse sinal eles têm movimento semicircular. “Os sinais 
Libras
33
podem representar qualquer dado da realidade social, não se reduzindo a 
um simples sistema de gestos naturais, ou mímicas como pensa a maioria 
das pessoas” (FERNANDES, 2011, p. 82). São exemplos de homonímia:
Figura 7 : Homonímia
Fonte: O autor
RESUMINDO:
A Libras é uma língua muito interessante e desperta cada 
vez mais o interesse dos estudiosos para entendê-la. “Ao 
conhecer a Libras e as pessoas surdas, há uma tendência 
ao afastamento da compreensão da surdez como falta, 
ausência, incapacidade ou doença” (MOURA, 2016, p.13). 
Os preconceitos quanto à pessoa surda têm grandes 
possibilidades de se dissiparem frente ao conhecimento da 
Libras e da comunidade surda.
Libras
34
Alfabeto Manual
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender as 
configurações do alfabeto manual e como ele foi utilizado 
na Libras, bem como sua história de criação e que ele 
contribui para a comunicação entre pessoas surdas e não 
surdas. Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos caminhar? Avante!
Schlünzen, Benedetto e Santos (2012), ao estudar a história da pessoa 
surda, retratam acontecimentos muito importantes para entendermos 
a criação do alfabeto manual. As autoras explicam que “Ponce de Leon 
(1510-1584), monge Beneditino, usava sinais para se comunicar por conta 
de um voto de silêncio que havia feito na Espanha, sua terra natal”. 
Isso fez com que ele fosse precursor dessa língua, mas a descoberta 
do Alfabeto Manual, muito utilizado nas línguas de sinais, não tinha ligação 
com a audição de palavras e foi criado o Padre Espanhol Juan Pablo Bonet 
(1579-1633). 
O alfabeto manual, ou alfabeto datilológico, auxilia na comunicação 
entre pessoas surdas ou não e está presente em vários sinais da Libras. 
Segundo Castro Junior (2014, p. 37), “a datilologia é muito utilizada pelos 
falantes de Libras no Brasil. O alfabeto manual ou datilológico é usado 
para expressar nomes de pessoas, nomes próprios, de localidades, 
empréstimos linguísticos e outros termos que não apresentam um sinal‐
termo correspondente na Libras”.
Lélis (2016, 37) explica que a datilologia se utiliza alfabeto manual 
para soletrar palavras. “Às vezes, uma palavra da língua portuguesa que por 
empréstimo passou a pertencer à Libras, por ser expressa pelo alfabeto 
manual com uma incorporação de movimento próprio dessa língua, será 
apresentada pela soletração ou parte da soletração [...]”. Dois exemplos de 
palavras emprestadas da língua portuguesa são apresentados pelo autor: 
NUNCA e REAIS.
Libras
35
Figura 8: Alfabeto manual
Fonte: O autor
Acima apresentamos as configurações de mão do alfabeto manual, 
mas algumas, para formar as letras, possuem movimento, como: H, J, K, X 
e Z. As setas mostram o sentido dos movimentos:
Figura 9: Movimentos do alfabeto manual
Fonte: O autor
Libras
36
Há também uma configuração que tem movimento, mas que 
pode ou não aparecer na tabela: “Ç”. Para fazer essa letra do alfabeto o 
sinalizante faz o C com movimento.
Figura 10: Letra C
Fonte: O autor
Alguns estudiosos da educação dos surdos tentaram incorporar o 
alfabeto manual nas línguas de sinais para a educação dos filhos surdos 
dos nobres, já que esse ofício lhes rendia muito dinheiro. Isso porque 
eram raros professores para pessoas surdas. Foi Thomas Braidwood (1715-
1806) que criou o método que utiliza o alfabeto manual com as duas mãos 
(SCHLÜNZEN, BENEDETTO E SANTOS, 2012, p. 3).
No método de Thomas Braidwood, “[...] seus estudantes aprendiam 
palavras escritas, seu significado, sua pronúncia e a leitura orofacial. 
Braidwood fundou a primeira escola para as PS’s na Grã-Bretanha,que 
mais tarde foi transferida para a Inglaterra. Um dos estudantes dessa 
escola, Kinniburg, multiplicava seu método” (SCHLÜNZEN, BENEDETTO 
E SANTOS, 2012, p. 3). 
Na prática, podemos observar que com alfabeto manual pode-
se escrever qualquer palavra que esteja na língua portuguesa. Vamos 
observar a composição das palavras no quadro abaixo:
Libras
37
Figura 11: Composição de palavras pelo alfabeto manual
Fonte: O autor
Bisol e Valentini (2011) chamam atenção para alguns equívocos 
sobre o alfabeto manual que são disseminados na sociedade. Um deles é 
que há quem acredite que a língua de sinais é a soletração das palavras 
vindas das línguas orais, neste caso a língua portuguesa, por meio do 
alfabeto manual. 
Outro equívoco muito comum é afirmar que o alfabeto manual 
foi criado pela língua de sinais (Libras). O alfabeto datilológico é um 
recurso, segundo Bisol e Valentini (2011, p.1), utilizado em situações como: 
“quando não existe ou se desconhece um equivalente pronto à palavra 
ou ao conceito na língua de sinais; para nomes próprios; para títulos de 
Libras
38
trabalhos; para explicar o significado de um sinal para um ouvinte que 
conheça o alfabeto manual”.
Forster (2006, p. 5) corrobora com a discussão e acrescenta que 
“não basta pegar um alfabeto da Libras para saber Libras, porque as 
línguas de sinais têm suas próprias palavras, os sinais, que, em geral, não 
têm qualquer relação com as palavras usadas em línguas orais”. Somente 
aprender o alfabeto manual não vai deixar ninguém fluente na Libras.
Segundo Almeida (2013, p. 13), “A datilologia ou o alfabeto manual 
é um sistema de representação, quer simbólica, quer icônica, das letras 
dos alfabetos das línguas orais na sua forma escrita, porém, por meio das 
mãos”.
O alfabeto manual, assim como a língua de sinais, não é universal, 
ou seja, diferencia-se em cada país. Isso é um equívoco que deve ser 
sanado, pois, mesmo que alguns carreguem semelhanças, apresentam 
“diferenças em suas estruturas manuais”, como nos mostra Almeida (2013, 
p. 31-39).
Almeida (2013) apresenta muitos outros modelos de alfabeto manual 
existentes em torno do mundo. Isso faz com que tenhamos a reflexão de 
que se faz necessário pesquisar um assunto e aprender mais sobre ele 
antes de realizar afirmações e acreditar em mitos sobre a língua de sinais. 
A língua de sinais em todo mundo é muito rica em variações. No 
Brasil, essa variação se apresenta, em muitos casos, de região para região. 
Isso mostra a riqueza dessa língua e como ela tem que ser valorizada, 
pois pertence um grupo de pessoas com representações em cada parte 
do planeta.
Libras
39
RESUMINDO:
Agora, para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a diferenciar 
os métodos de ensino Oralismo da Comunicação Total 
e do Bilinguismo. Também compreendeu a trajetória da 
pessoa surda em busca de seus direitos educacionais e 
os principais nomes que contribuíram para pensarmos 
o ensino-aprendizagem. Outro conteúdo apresentado 
nesta unidade foi referente às características da Língua 
Brasileira de Sinais (Libras) e a criação do alfabeto manual, 
muito utilizado na Libras. Já estamos na metade da nossa 
viagem nos caminhos da Libras. Com certeza, agora você 
está preparado para continuarmos nossa viagem rumo aos 
sinais da Libras.
Libras
40
REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, W. M. A. Fundamentos da educação de surdos. In: 
FARIA, E. M. B. de; CAVALCANTE, M. C. B. (org.). Língua portuguesa e libras: 
teorias e práticas. 1 ed. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010, 
v. 1, p. 85-112.
QUADROS, R. M. de; SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar 
português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf.Acesso 
em: 19 jul. 2020.
POKET, R. B. Abordagens de ensino na educação da pessoa com 
surdez. 2008. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/
Extensao/Libras/mec_texto2.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
FERNANDES, S. Educação de surdos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos 
em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2009.
STROBEL, K. História da educação de surdos. Florianópolis: 
Universidade Federal de Santa Catarina, 2009.
Libras
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/Libras/mec_texto2.pdf
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/Libras/mec_texto2.pdf
	Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo 
	Oralismo
	Comunicação total 
	Bilinguismo
	Ensino-aprendizagem do aluno surdo
	Comunicação com pessoas surdas
	Língua Brasileira de Sinais - Libras 
	Alfabeto Manual

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