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DOR SOMÁTICA

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Julia S. Crescencio/P5/Medicina 
TUT 1: DOR SOMÁTICA 
DOR 
CONCEITO: 
A dor é definida pela IASP (International Society for the Study of 
Pain) como experiência sensorial e emocional desagradável 
associada a uma lesão tecidual já existente, real ou potencial, ou 
relatada como se uma lesão existisse. É uma função complexa 
modulada por condições fisiológicas, emocionais, motivacionais 
e psicológicas, além de experiências prévias de vida. 
CLASSIFICAÇÕES: 
- Quanto ao início e evolução: aguda (até 1 mês) ou crônica (no 
mínimo de 3 meses) 
- Fisiopatologia\origem: 
• Nociceptiva: somática (superficial ou profunda) ou 
visceral 
• Espontânea (constante ou intermitente) ou 
evocada (por manobras) 
• Neuropática: lesão do nervo 
• Espontânea (constante ou intermitente) ou 
evocada (alodinia/hiperpatia) 
• Mista: por exemplo, em neoplasias malignas ocorre 
excessivo estímulo dos nociceptores e destruição das 
fibras nociceptivas 
• Psicogênica: não há substrato orgânico; difusa, 
localização imprecisa, muda de localização sem razão 
- Intensidade (escalas) 
 
 
FISIOPATOLOGIA DA DOR SOMÁTICA 
Transdução: conversão do estímulo nociceptivo em potencial 
elétrico 
Estímulos nocivos físicos ou químicos ativam os nociceptores por 
suas fibras sensoriais, que se agrupam em neurônios de primeira 
ordem, tipo pseudo unipolar 
• Nociceptores térmicos e mecânicos são compostos por 
fibras Aδ: pequeno diâmetro, pouco mielinizadas 
responsáveis pela dor aguda 
• Nociceptores polimodais são compostos por fibras C: 
pequeno diâmetro, não mielinizadas, responsável pela 
dor de longa duração e difusa e pelo prurido 
• As fibras Aβ não participam do sistema de nocicepção; 
são de grande diâmetro, mielinizadas e compõem o 
sistema tátil, podendo modificar a percepção da dor, 
atenuando-a 
 
 
Transmissão: pelo neurônio sensorial de primeira ordem, o 
potencial elétrico despolarizante conduz o estímulo ao sistema 
nervoso central com sinapse no corno dorsal da medula ou no 
tronco cerebral. É possível graças às vias. 
Vias do grupo lateral: tratos neoespinotalâmico, 
neotrigeminotalâmico, espinocervicotalâmico e sistema pós-
sináptico da coluna dorsal; terminam, predominantemente, nos 
núcleos talâmicos ventrocaudal e porção posterior do núcleo 
ventromedial, de onde partem as radiações talâmicas para o 
córtex somestésico, orbitofrontal e insular. Estas vias estão 
relacionadas com o aspecto sensorial discriminativo da dor. 
Vias do grupo medial: Filogeneticamente mais antigas, 
parcialmente cruzadas, incluem os tratos paleoespinotalâmico, 
paleotrigeminotalâmico, espinorreticular e espinomesencefálico 
e sistema ascendente multissináptico proprioespinal. Essas vias 
podem terminar direta ou indiretamente nos núcleos 
dorsomedial e intralaminares do tálamo medial, após sinapse na 
formação reticular do tronco cerebral e na substância cinzenta 
periaquedutal, de onde partem as vias reticulotalâmicas. Emitem 
colaterais para o sistema límbico e para a substância cinzenta 
periventricular. Estão relacionadas com o aspecto afetivo-
motivacional da dor. 
Julia S. Crescencio/P5/Medicina 
 
Modulação 
• Estruturas responsáveis pela supressão da dor. 
Teoria do portão/das comportas: A ativação de fibras mielínicas 
grossas (Aα e Aβ), que conduzem tato, pressão, posição e 
vibração, excita interneurônios inibitórios, impedindo a 
passagem dos impulsos dolorosos (fecha o portão). Já a ativação 
das fibras amielínicas e mielínicas finas (C e Aδ), que conduzem 
a dor, inibe os interneurônios inibitórios, tornando possível a 
passagem dos estímulos nociceptivos (abertura do portão). Esse 
mecanismo explica por que uma leve fricção ou massageamento 
de uma área dolorosa proporciona alívio da dor 
 
 
Anestésicos locais (Ex.: lidocaína) 
• Inibem a percepção de dor inibindo irreversivelmente 
os processos de excitação e condução do impulso 
nervoso, ao bloquear reversivelmente os canais de 
sódio 
 
AINES: anti-inflamatórios não esteróides (Ex.: diclofenaco) 
• Inibem as COX (ciclooxigenases), responsáveis pela 
geração de prostanóides: substâncias que consistem 
em prostaglandinas (reações inflamatórias e 
anafiláticas), prostaciclinas (ativas na fase de 
resolução da inflamação) e tromboxanos (mediadores 
da vasoconstrição)

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