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Julia S Crescencio/P5/Medicina FIBROMIALGIA É uma síndrome de dor crônica primária difusa. o Dor nocidisplástica: não há ameaça/lesão, nem ativação de nociceptores o Constelação de sintomas que podem persistir por mais de 10 anos o Não tem cura o Etiologia incerta o A principal característica é a dor o O tratamento deve ser multidisciplinar MODELOS ETIOLÓGICOS o Muscular: dor, redução da força, fadiga, rigidez o Psicológico: depressão, ansiedade o Genético: baixo limiar de dor o Neurofisiológico: distúrbios do sono, da concentração e do humor, hiperalgesia e alodinia ORIGEM MUSCULAR As hipóteses de lesão em tecido muscular justificam a presença da dor e da fatiga. o Hipersensibilidade dos pacientes com FM ao exercício físico. Foi observada uma redução do limiar de dor a palpação durante contração. ORIGEM PSICOLÓGICA o Hipervigilância: desencadeada por trauma físico ou psicológico, estresse urbano, e conflitos de guerra, esse estado amplifica a percepção dos estímulos ➢ Eventos traumáticos ao longo da vida ➢ Atenção exagerada nas sensações corporais, com foco na dor ou no medo de sentir dor o Distúrbios motivo-afetivos; elevada prevalência de distúrbios motivo-afetivos em uma mesma família. Os pacientes com redução na disponibilidade de neurotransmissores apresentam redução no limiar da dor ➢ 40% dos pacientes com fibromialgia têm depressão. Esses pacientes relatam dores com intensidade superior aos pacientes com fibromialgia que não têm depressão. Também apresentam menor adaptação dos mecanismos endógenos de controle da dor (testes de CPM) ORIGEM GENÉTICA Polimorfismos genéticos consistem na variação da sequência dos nucleotídeos na molécula de DNA, que se diferem de mutações genéticas por seu aspecto silencioso. Alguns identificados em pacientes com FM o Variação da enzima COMT (enzima que degrada os neurotransmissores catecolaminérgicos) o Variação do transportador da serotonina (5-HTT) o Variação do receptor da serotonina (5-HT2A) A agregação familiar da FM pode estar associada à: o Presença potencial de um fator genético o Fator fenótipo associado ao nível de educação familiar e potencializado pelas condições socioeconômicas do ambiente ORIGEM NEUROFISIOLÓGICA DISTÚRBIOS DO SONO o Pacientes com FM apresentam sono profundo interrompido por períodos de vigília, prejudicando a liberação do hormônio do crescimento Julia S Crescencio/P5/Medicina ➢ GH: responsável pela homeostase muscular (anabolismo do tecido conjuntivo, tendões e músculos) ➢ Intensidade da dor, fadiga e rigidez o Essas alterações podem estar associadas aos distúrbios neuroendócrinos no nível do hipotálamo que poderiam limitar a liberação de GH o A dor em si pode ser considerada um ruído perturbador dos estágios do sono EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-SUPRARRENAL (HHS) Estresse exógeno (temperatura extrema/trauma emocional ou físico) >> hipotálamo libera CRH (hormônio de liberação de corticotropina) >> estimula a hipófise a secretar ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) >> induz a produção de glicocorticoides e adrenocorticais pela suprarrenal Esses hormônios (ex.: cortisol) aumentam o tônus cardiovascular, bloqueiam o armazenamento de energia, inibem processos não essenciais (inflamação, sistema imunológico, reprodução, crescimento) Em uma situação de estresse crônico, a persistência do estímulo exige uma resposta intensa, frequente e de longa duração. Assim, o excesso de cortisol no corpo pode gerar uma atrofia dos gânglios linfáticos, redução de linfócitos e hipertensão, entre outros. Essas alterações induzem um desequilíbrio do eixo HHS, assim como uma inibição à resposta ao estresse. Em pacientes com depressão, há baixos níveis de cortisol. Ou seja, a relação entre cortisol e FM depende da comorbidade com a depressão e não da FM em si. DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Geralmente, após exercício físico tem-se o aumento da resposta do SNS e um aumento na liberação de algumas catecolaminas como a noradrenalina e a adrenalina. Entretanto, nos pacientes com FM observou-se uma redução dessas catecolaminas após a atividade DISTÚRBIOS NOS MECANISMOS ENDÓGENOS DE MODULAÇÃO DA DOR !!! São os que mais se aproximam da explicação da variabilidade de sintomas e complexa manifestação clínica da FM MEDULA ESPINHAL o Estímulos não nociceptivos repetidos podem causar dor em pacientes com FM (hiperpatia) o Excesso de estimulação nociceptiva no corno posterior gera aumento da disponibilidade de aminoácidos excitatórios (ex.: glutamato) que ativam receptores NMDA o Aumento na concentração de substância P no LCR TRONCO ENCEFÁLICO o Distúrbio no controle inibitório descendente nociceptivo (CIDN) o Os pacientes com FM têm baixa concentração de serotonina e betaendorfinas. A liberação de encefalinas no corno posterior da medula é desencadeada pela liberação de serotonina e noradrenalina no tronco cerebral. o O LCR possui baixa concentração de noradrenalina o Ou seja, não há liberação de encefalinas (modulador da dor), facilitando a manutenção da dor nos pacientes com FM CÉREBRO o O estresse crônico favorece a supressão das funções dopaminérgicas no sistema límbico (associação com emoção e expectativas). A dopamina age como um analgésico natural o Na FM há uma baixa liberação de dopamina no núcleo accumben o Fármacos agonistas da dopamina podem favorecer a redução da dor e fadiga o As expectativas, experiencias anteriores e o contexto que o indivíduo está inserido influenciam os mecanismos de modulação da dor, ascendentes ou descendentes. Ex.: A dor pós-operatória de cirurgias abdominais pode ser proporcional ao nível de Julia S Crescencio/P5/Medicina dramatização da dor no pré-operatório (expectativa sobre hiperalgesia) o Em pacientes com FM, o controle inibitório descendente foi ineficaz mesmo com a expectativa de analgesia durante o procedimento EPIDEMIOLOGIA o Mais comum em mulheres o No Brasil, acomete 2,5% da população com mais de 16 anos o Prevalência elevada em situações de vulnerabilidade social, política e econômica, como em guerras ou conflitos. o Sua prevalência aumenta com o aumento da idade SINTOMAS o Dores crônicas difusas o Hiperalgesia e alodínea o Pontos de sensibilidade – tender points (no mínimo 11 de 18) o Fadiga o Distúrbios do humor e do sono (sono não recuperador) o Perda de força muscular o Rigidez o Desânimo o Ansiedade o Distúrbios cognitivos/memória o Distúrbios da função digestiva (síndrome do intestino irritável) o Depressão – varia em 29%-90% dos pacientes com FM DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL o Síndrome dolorosa miofascial: pontos-gatilhos, dor referida, fraqueza, disfunção autonômica. Pode ocorrer na FM (cerca de 70% dos pacientes com FM têm pontos- gatilhos) o Polimialgia reumática o Artrite reumatoide o Síndrome de Sjogren o Miopatias inflamatórias o Lúpus eritematoso sistêmico o Esclerose multiplica o Síndrome da hipermobilidade articular o Doenças infecciosas como hepatite C, doença de Lyme e por vírus HIV podem desencadear dor crônica TRATAMENTO ARTRITE E ARTROSE ARTRITE Sintoma de doença inflamatória que acomete as articulações. Pode ser classificada de várias formas. Julia S Crescencio/P5/Medicina ARTRITE REUMATOIDE Na artrite reumatoide, por exemplo, o elemento clínico dominante é a presença de artrite, ou seja, dos fenômenos clássicos da inflamação: dor, calor, rubor, tumor e perda da função o Maior incidência em mulheres o Maior incidência no período da pré-menopausa ou pós- parto e melhora dos sintomas durante a gestação CLÍNICA o Sinais flogisticos o Sintomas persistentes durando mais que seis semanas o Febre, mal-estar, emagrecimento, adinamia (fraqueza muscular)FISIOPATOLOGIA De maneira geral, podemos dizer que existem indivíduos suscetíveis geneticamente à AR, que são expostos a patógenos desconhecidos (antígenos), e que isto gera uma resposta imunológica persistente e desregulada nas articulações sinoviais. OSTEOARTRITE/ARTROSE/OSTEOARTROSE/DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA Condição degenerativa da articulação, o Doença reumática crônica mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade o Afecção dolorosa das articulações que ocorre por insuficiência da cartilagem, ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus elementos o Associada a: sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticas o A denominação mais aceita é ‘’osteoartrite’’ Conferência o Dor nocidisplástica o Dor crônica primária o Predisposição genética o Relação com ansiedade, depressão, bipolaridade... o Prevalência em mulheres na segunda década de vida Predisposição + gatilho externo (stress, vírus, traumas, comorbidades, como a AR) Diminuição: serotonina, encefalina, epinefrina, dopamina Aumento: Subst. P, glutamato, bradicinina Fatores de piora: frio, stress, barulho intenso Diagnóstico: apenas clínico. Se for associada com outras doenças, como AR, pode haver alteração laboratorial Tratamento farmacológico o GABA: pacientes com muita dor o GABA + ADT: pacientes com ansiedade o Analgésicos simples ou opioides: resgate
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