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OS PRÉ SOCRÁTICOS ❏ Heráclito (544-484 a.C.) Para ele “tudo flui”, e assim, busca compreender a multiplicidade do real. Ele não rejeita as contradições e quer apreender a realidade na sua mudança, no seu devir, ou no vir-a-ser. Para Heráclito, todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi há pouco e do que será depois: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou” Nós estamos mudando a forma como entendemos a realidade, não há ser estático - o entendimento ontológico do ser para Heráclito é que o ser não é estático. Portanto, o dinamismo pode bem ser representado pela metáfora do fogo, forma visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação do devir: “O fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga”. Para Heráclito o ser é o múltiplo, não apenas no sentido de que existe a multiplicidade das coisas, mas por estar constituído de oposições internas. O que mantém o fluxo do movimento não é o simples aparecer de novos seres, mas a luta dos contrários, pois é da luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários. ❏ Parmênides (540-470 a.C.) Para ele o ser é imóvel. Parmênides ocupou-se em criticar a filosofia de Heráclito, ao seu "tudo flui". Para ele, é absurdo e impensável considerar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo, assim contrapôs a mobilidade do ser. O ser não tem mobilidade constante. Parmênides conclui, a partir do princípio estabelecido, que o ser é único, imutável, infinito e imóvel O que diferencia Parmênides de Heráclito? Heráclito diz que todas as coisas mudam sem cessar, uma mesma pessoa não pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois tanto ela quanto o rio já não são mais os mesmos no instante após o primeiro banho, afirma que não há ser estático. Parmênides nega essas mudanças, pois acreditava na imobilidade do ser. O ser é e não podemos imaginar o não-ser. Já Heráclito acreditava no constante devir. Na constante alteração e mudança do ser. OS SOFISTAS Os Sofistas são interlocutores de Sócrates e os mais famosos foram: Protágoras, de Abdera (485-411 a.C.) e Górgias, de Leôncio (485-380 a.C.). A palavra Sofista, etimologicamente vem de sophos, que significa "sábio", ou melhor, "professor de sabedoria". Aqueles que ensinavam as pessoas, por isso se denominavam sábios. Posteriormente Sofista adquiriu o sentido pejorativo de "homem que emprega sofismas", ou seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, com intenção de enganar. No sentido de tirar proveito dessa situação. Sóphisma significa "sutileza de sofista" Um dos motivos dessa visão contra os sofistas está na sua enorme diversidade teórica de atuação. Ensinavam de tudo. Talvez o que possa melhor identificá-los seja o fato de serem considerados sábios e pedagogos. Vindos de todas as partes do mundo grego, desenvolvem um ensino itinerante pelos locais em que passam, já que ainda não havia uma escola. Davam aula de maneira itinerante, e cobrando para isso. Por cobrar pelas aulas, Sócrates acusava os Sofistas de “prostituição” - prostitutos do saber, ou seja, vendiam seu conhecimento. Além disso, os sofistas tinham a convicção de saberem de tudo, enquanto o filósofo grego acreditava que ninguém podia ser mestre do outro. Os sofistas deram importante contribuição para a sistematização do ensino. Formaram um currículo de estudos da gramática, retórica, dialética, aritmética, geometria, astronomia e a música. Na Grécia Antiga, apenas os nobres se ocupavam com o trabalho intelectual, pois gozavam do ócio da disponibilidade de tempo decorrente do fato de que o trabalho manual, de subsistência, era ocupação de escravos. Os homens saídos da classe média eram o público alvo dos sofistas, pessoas que queriam ter uma noção sobre o conhecimento. Os homens saídos da classe média, faziam das aulas seu ofício, já que não eram suficientemente ricos para filosofarem descompromissadamente. Os sofistas buscavam aperfeiçoar os instrumentos da razão, ou seja, a coerência e o rigor da argumentação, porque não basta dizer o que se considera verdadeiro, é preciso demonstrá-lo pelo raciocínio. Pontos positivos: aqueles que buscavam passar conhecimento para os demais, pedagogos; contribuem para a sistematização do ensino. Buscam aperfeiçoar os instrumentos da razão. Pontos negativos: cobrar pelo conhecimento; obter vantagem pelo conhecimento que possuíam. SÓCRATES Sócrates (470-399 a.C.) nada deixou escrito, e teve suas ideias divulgadas pelo seu principal discípulo, Platão. Nos diálogos que Platão escreveu, Sócrates figura sempre como o principal interlocutor. Sócrates se indispôs com os poderosos do seu tempo, os sofistas, sendo acusado de não crer nos deuses da cidade e corromper a mocidade. Por isso foi condenado e morto. ➔ Sócrates defendia que o conhecimento tinha por finalidade ajudar as pessoas, e se auto ajudar, para os Sofistas, o conhecimento era uma forma de poder. ➔ Sócrates incluia na cidadania mulheres, crianças e escravos, e os Sofistas não concordavam com a cidadania para essas classes. Sócrates parte do seguinte pressuposto filosófico: “Só sei que nada sei" - consiste justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, ponto de partida para a procura do saber. O método socrático é dividido em duas partes, ironia e maiêutica Por isso seu método começa pela parte considerada "destrutiva", chamada: 1. Ironia (em grego, "perguntar") Nas discussões afirma inicialmente nada saber, diante do oponente que se diz conhecedor de determinado assunto. Com hábeis perguntas, desmonta as certezas até o outro reconhecer a ignorância. Parte então para a segunda etapa do seu método filosófico: 2. Maiêutica (em grego, "parto") O nome Maiêutica é dado em homenagem a sua mãe, que era parteira. Se ela fazia parto de corpos, ele fazia parto de idéias “trazia à luz“ as idéias. Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber constituído para reconstruí-lo na procura do entendimento. As questões que Sócrates privilegia são as referentes à moral, daí pergunta em que consiste: “O conhecimento, a coragem, a covardia, a piedade, a justiça” e cria “diálogos” para responder. Por ser a Filosofia ainda nascente, é preciso inventar palavras novas, ou usar as antigas dando-lhes sentido diferente. Por isso Sócrates utiliza o termo logos, que na linguagem comum significa "palavra", "conversa", e que no sentido filosófico passa a significar "a razão que se dá de algo", ou mais propriamente, conceito. Aliando a maiêutica à ironia, a intenção do pensador era demonstrar como as chamadas “autoridades” em determinados assuntos julgavam saber algo que, na verdade, não sabiam. Assim, o filósofo, que foi interpretado como o que dizia nada saber, mostrava que o conhecimento conceitual não era atributo de muitos homens considerados sábios. A ironia era composta de perguntas feitas com o objetivo de deixar claro que o conhecimento que ele julgava possuir, não passava de uma interpretação parcial da realidade, com isso, as perguntas de Sócrates voltavam-se para que o interlocutor percebesse que não está seguro de suas crenças e reconhecesse a própria ignorância.
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