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ESTRATÉGIA E 
LOGÍSTICA 
EMPRESARIAL 
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução à logística 
empresarial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir logística e a sua importância no contexto empresarial.
  Explicar como os processos logísticos podem impactar a competiti-
vidade empresarial.
  Relacionar o crescimento do comércio global à expansão da comple-
xidade das operações logísticas.
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender o conceito e a relevância das 
operações logísticas nas empresas ao longo da cadeia de suprimentos. 
A logística está presente em diferentes tipos de negócios, pois corres-
ponde ao fluxo de materiais e informações, indispensável em todas as 
organizações. Os processos logísticos podem ser fator de competitividade 
empresarial, quando a empresa planeja suas atividades e está disposta 
a sempre implementar ações de melhoria. O nível de complexibilidade 
das operações logísticas aumenta quando existem negociações com 
outros países. 
A logística gerencia o fluxo de materiais e informações, que corres-
ponde aos seus processos na cadeia de suprimentos. Assim, quanto 
mais efetiva for essa gestão, maior será a competitividade da empresa 
perante os concorrentes. A competitividade pode ocorrer, inclusive, em 
nível global, com a atuação da empresa em diferentes partes do mundo.
Considerando esse contexto, neste capítulo, você vai estudar a lo-
gística e a sua importância no contexto empresarial. Você também vai 
analisar como os processos logísticos podem impactar a competitividade 
empresarial. Por fim, você vai relacionar o crescimento do comércio global 
ao aumento da complexidade das operações logísticas.
Conceitos básicos
A logística existe desde o início da humanidade, pois se trata da gestão do fl uxo 
de materiais e informações. Em diversos momentos históricos, essa gestão foi, e 
continua sendo, imprescindível para o desenvolvimento da sociedade. Logística 
tem origem no francês logistique, sendo este derivado do grego, no sentido de 
logos (razão). O signifi cado de logística em sua origem francesa é “a arte de cal-
cular” ou, mais especifi camente, “a manipulação dos detalhes de uma operação”. 
A logística começou a ser utilizada formalmente nas operações militares. 
As atividades logísticas correspondiam ao transporte e ao estoque de alimentos, 
itens de socorro e munições. Essas atividades eram consideradas de apoio militar, 
para contribuir no cotidiano e atuar como vantagem competitiva para as batalhas. 
Historicamente, a logística se desenvolveu gradativamente com o passar do 
tempo, passando de atividade secundária de suporte para ser parte da estratégia 
corporativa. Desde a primeira Revolução Industrial até a II Guerra Mundial, o 
foco das empresas era a manufatura, e a logística era vista somente como custo 
de transporte e armazenagem. Depois, as atividades logísticas foram ganhando 
maior importância NAS empresas, principalmente como forma de reduzir custos.
A globalização nos anos 1990 comprovou o quanto a logística é relevante 
para o sucesso dos negócios nas empresas, sendo até mesmo um diferencial 
competitivo. Nesse momento, houve a abertura econômica do Brasil e de 
outros países, o que trouxe a necessidade de escoar mercadorias de forma 
mais eficiente e eficaz, com agilidade. Assim, Ballou (2006, p. 24), em sua 
definição de logística, enfatiza a movimentação física de produtos:
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e ar-
mazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição 
da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de 
informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de 
providenciar níveis de serviço adequados aos clientes e a um custo razoável.
Esse conceito mostra a logística como a gestão da movimentação de ma-
teriais, bem como da armazenagem em toda a cadeia de suprimentos, ou 
seja, desde a matéria-prima até o produto. O fluxo de informações também 
aparece nessa definição como elemento fundamental para existir o fluxo de 
materiais. O propósito da logística, nesse conceito, está relacionado com bom 
serviço por custo acessível. 
Com o mercado cada vez mais competitivo, inclusive em nível global, a 
logística passou a ser percebida como uma oportunidade de redução de custos 
Introdução à logística empresarial2
e, ao mesmo tempo, de agregar valor logístico. Assim, surgiram os valores 
logísticos, que, segundo Novaes (2015), são:
  lugar — disponibilidade do produto no local onde for adequado ao 
cliente; esse local pode ser uma loja física ou, até mesmo, a casa do 
cliente, no caso de compras pela internet;
  tempo — refere-se ao prazo, à data ou ao deadline, isto é, a ocasião 
em que o produto precisa estar disponível ao cliente;
  qualidade — está relacionada a cumprir as expectativas prometidas 
aos clientes em relação às características do produto;
  informação — consiste em possibilitar que o cliente conheça o produto, 
bem como o fluxo da cadeia de suprimentos, e saiba o que precisar 
saber sobre seu produto.
Esses quatro valores logísticos devem existir simultaneamente no fluxo 
de produtos entre todos os membros da cadeia de suprimentos. Dessa forma, 
pode-se assegurar que o produto esteja no local destinado, de acordo com o 
prazo, a qualidade esperada e as informações necessárias. Baseando-se nesses 
quatro valores, Novaes (2015, p. 36) conceitua logística da seguinte forma: “Lo-
gística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente 
o fluxo e armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações 
associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com 
o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. 
Nesse conceito, podemos observar que a logística é apresentada como um 
processo integrado de planejar, implementar e controlar o fluxo de materiais, 
serviços e informações. Isso deve ocorrer de modo eficiente, para atender 
aos requisitos dos clientes. Podemos verificar que esse conceito considera o 
fluxo de serviços, tendo, assim, foco específico no cliente, e não apresenta 
nenhuma informação sobre custos, pois está focando em mostrar a logística 
como agregadora de valor. Trata-se de um conceito atual de logística, que 
define as suas atividades no cenário do mundo corporativo contemporâneo. 
Até chegar nesse conceito, a logística evoluiu com o passar do tempo. Foram 
quatro fases da logística até o momento atual, segundo Novaes (2015). 
A primeira fase da logística (Figura 1), também conhecida como atuação 
segmentada, é característica do período após a Segunda Guerra Mundial. Nesse 
período, existiam grandes quantidades de produtos, pouca variedade e, por 
consequência, os estoques eram a principal atividade logística. Cada membro 
da cadeia de suprimentos tinha altos índices de estoques, compreendidos como 
pulmões, que permitiam às empresas respirar com a segurança de ter estoque 
de matéria-prima para produzir, distribuir e vender.
3Introdução à logística empresarial
Figura 1. Primeira fase da logística.
Fonte: Evolução... ([2017], documento on-line).
Na segunda fase da logística (Figura 2), denominada de integração rígida, 
a variedade de produtos aumentou, gerando mais opções ao consumidor. Com 
isso, a demanda aumentou, e o índice de estoques também; assim, as empresas 
começaram a reduzir os custos e buscar maior eficiência. Esse foi o momento 
da urbanização, ou seja, do desenvolvimento das grandes cidades, em nível 
mundial, inclusive no Brasil. Mas, com a Crise do Petróleo, houve aumento 
significativo do preço dos combustíveis. Por isso, nesse momento, houve maior 
uso de diferentes meios de transporte, como forma de redução de custos. A 
introdução da informática nos processos logísticos também foi uma novidade 
característica da segunda fase da logística. Observa-se que, nessa segunda 
fase, teve início a integração entre os membros da cadeia de suprimentos,principalmente tendo o transporte como elo que une esses parceiros.
Figura 2. Segunda fase da logística.
Fonte: Adaptada de Novaes (2015).
Transporte TransporteTransporte Transporte
Manufatura Centro dedistribuição Varejista
Integração formando
um duto rígido, com
otimização dois a dois
Introdução à logística empresarial4
Na terceira fase da logística (Figura 3), também chamada de integração 
flexível, os membros da cadeia de suprimentos começaram a trabalhar de modo 
conjunto, com o objetivo de satisfazer o cliente. A tecnologia da informação 
contribuiu bastante nesse aspecto, pois possibilitava a comunicação de forma 
imediata entre as empresas. Inclusive, o código de barras passou a ser utilizado 
para agilizar os processos logísticos.
A filosofia just in time começava a ser colocada em prática. O just in 
time compreende que a empresa deve trabalhar com estoque mínimo, ou 
evitar estoques, e entregar a mercadoria na quantidade e no momento exatos, 
conforme a necessidade do cliente. Assim, na terceira fase da logística, existia 
flexibilidade entre os parceiros da cadeia de suprimentos, para se adaptarem 
às demandas dos clientes, usando a tecnologia para comunicação e utilizando 
a gestão dos estoques para redução de custos.
Figura 3. Terceira fase da logística.
Fonte: Adaptada de Novaes (2015).
Transporte
Fornecedor
Fábrica
Atacadista
Varejista
Consumidor
transporte
Transporte
Transporte
Transporte
Duto �exível adaptável
às condições externas
A quarta fase da logística (Figura 4), também chamada integração estra-
tégica, ocorre a partir da globalização e existe até os dias atuais. No cenário 
globalizado, os países, incluindo o Brasil, intensificam os negócios entre si; 
com isso, há necessidade de escoar os produtos de forma estratégica. Assim, 
a logística torna-se um fator de competitividade, por diferentes razões, como 
agilidade nas entregas e redução de custos. A logística possibilita que os 
produtos sejam vendidos em larga escala em qualquer parte do mundo.
5Introdução à logística empresarial
Figura 4. Quarta fase da logística.
Fonte: Adaptada de Novaes (2015).
Varejista
Consumidor
Distribuidor
Manufatura
Fornecedor
componentes
Fornecedor
Matéria-prima
Integração plena, estratégica e
flexível ao longo de toda a
cadeia de suprimento
A
B
C
D E
A logística, em sua quarta fase, tem papel estratégico, pois integra os par-
ceiros na cadeia de suprimentos em nível global. Os produtos são projetados 
de acordo com as expectativas dos clientes, que têm papel fundamental para 
iniciar os processos logísticos na cadeia de suprimentos. É possível que existam 
hoje empresas que trabalhem em todas as fases da logística, embora a quarta 
fase seja a mais estratégica para os negócios. Mudar a cultura empresarial 
não é tarefa simples. É possível passar das primeiras fases da logística para 
o momento atual, desde que exista planejamento, organização e ações de 
melhoria, bem como a sensibilização dos gestores e demais colaboradores.
Acesse o link a seguir e aprenda mais detalhes sobre as fases da logística e sua evolução 
histórica.
https://qrgo.page.link/AUvLY
Introdução à logística empresarial6
Processos logísticos e a competitividade 
empresarial
A logística compreende diversas atividades a serem desempenhadas de forma 
que a empresa se destaque perante os clientes, sendo, assim, competitiva no 
mercado. Para isso, é necessário que os fl uxos de materiais e informações 
fl uam de forma efi ciente e efi caz ao longo da cadeia de suprimentos. Nesse 
contexto, segundo Bowersox et al. (2014), existem dois principais processos 
logísticos: o fl uxo de estoques e o fl uxo de informações.
O fluxo do estoque se refere à movimentação e à armazenagem de esto-
ques na cadeia de suprimentos. A gestão de estoques precisa ocorrer em todo 
o ciclo de vida do produto, desde a matéria-prima até o produto acabado. 
Nessa perspectiva, Bowersox et al. (2014) dividem as operações logísticas 
relacionadas ao fluxo do estoque em três partes, conforme descrito a seguir.
1. Gestão de relacionamento com os clientes — o marketing e a logística 
são fundamentais para realizar a gestão de relacionamento com os 
clientes, tanto para captar clientes novos quanto para fidelizar os que 
já existem. O marketing tem o papel de encantar o cliente, promovendo 
produtos/serviços e, inclusive, utilizando a logística como diferencial 
para venda, quando promete entrega mais rápida, por exemplo. Para 
isso, deve existir a gestão de estoques, de forma que os produtos estejam 
disponíveis para serem entregues nos prazos. Cabe à logística cumprir 
as expectativas que foram apresentadas pelo marketing ao cliente. Por 
isso, marketing e logística estão relacionados, para efetuar a gestão de 
relacionamento com os consumidores. 
2. Manufatura — a logística também possui forte conexão com a manu-
fatura, principalmente na gestão de estoques de matéria-prima, compo-
nentes, partes e peças de produtos, que precisam ser disponibilizados 
conforme as necessidades da produção. O plano mestre de produção é 
importante para orientar o processo produtivo e a logística, pois define 
quais produtos serão produzidos, quando serão produzidos e onde serão 
produzidos (em qual setor da empresa ou filial). 
3. Suprimentos — operação logística responsável pelas compras que 
vão abastecer/suprir as necessidades da fábrica. As compras devem ser 
planejadas, visando a selecionar os fornecedores que oferecem menor 
custo e, ao mesmo tempo, melhor qualidade nos materiais.
7Introdução à logística empresarial
Assim, essas três operações logísticas, de gestão de relacionamento com 
o cliente, manufatura e suprimentos, compõem o fluxo de estoques dentro da 
empresa. É fundamental que essas três operações logísticas atuem de forma 
integrada, pois o relacionamento com o cliente é essencial para as vendas, 
a manufatura é fundamental para produzir as mercadorias e o suprimento é 
extremamente necessário para abastecer a produção.
Mas, existem fatores externos relevantes a serem considerados no fluxo 
de estoques, que são os fornecedores e os clientes. Os fornecedores devem 
ter matéria-prima de qualidade e atuar como parceiros da empresa, pois suas 
falhas podem impactar em toda a cadeia de suprimentos. Os fornecedores são 
requisitados pelo setor de suprimentos/compras para abastecer a manufatura, 
que vai produzir para atender ao cliente. Por outro lado, existe o consumidor, 
motivo pelo qual todas as empresas da cadeia de suprimentos trabalham. Por 
isso, é importante que esse trabalho esteja de acordo com suas expectativas. 
Então, fazer pesquisas e ter um canal de comunicação com o cliente propor-
ciona maior assertividade no desempenho do processo logístico. A Figura 5 
ilustra a integração necessária para que a logística ocorra de forma eficaz.
Figura 5. Integração logística.
Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 42).
O fluxo de informações tem o papel importantíssimo de integrar as áreas 
operacionais dentro da empresa, bem como a relação da organização com 
fornecedores e clientes. O principal objetivo da gestão do fluxo de informa-
ções é melhorar a performance das empresas e sua relação com a cadeia de 
suprimentos. Para isso, a empresa precisa ter processos definidos internamente, 
Introdução à logística empresarial8
inclusive de fluxo de informações, para que isso possa se refletir externamente 
na relação com fornecedores e clientes. 
Quando entra um pedido na empresa, essa informação será direcionada para a manu-
fatura, que, por sua vez, vai verificar se precisa de mais material para realizar a produção. 
Se precisar de material, essa informação vai ser enviada em forma de solicitação de 
compras para o setor de suprimentos. A relação com o cliente acontece desde o início 
do pedido até a entrega do produto acabado. Em todos os momentos, as informações 
devem estar disponíveis, fornecendo confiança para o cliente em relação à sua compra. 
As informações direcionam todas as ações existentes dentroe fora da 
empresa, e sua disponibilidade e clareza conferem credibilidade. Para garantir 
rapidez e precisão nas informações, muitas empresas investem em software. 
Dessa forma, as informações ficam registradas e disponíveis para serem utiliza-
das sempre que necessário. Mas a tecnologia não dispensa o contato humano na 
comunicação, sendo o diálogo um aliado relevante para a solução de problemas. 
Os processos logísticos se dividem em fluxo de estoques e fluxo de informações, 
que atuam de forma integrada dentro e fora das empresas. O fluxo de estoques está 
relacionado com a gestão dos materiais para suprimento, manufatura e atendimento 
ao cliente. Já o fluxo de informações tem o papel de integrar esses três elementos, 
proporcionando uma boa comunicação na empresa e entre os membros da cadeia 
de suprimentos.
Globalização e logística
A globalização da economia proporcionou o aumento do comércio exterior, 
o que exige uma logística efi ciente e efi caz. Porém, o nível de complexidade 
das operações logísticas internacionais é maior do que o da logística nacional. 
9Introdução à logística empresarial
Cada país possui particularidades a serem reconhecidas e respeitadas em uma 
negociação internacional, como:
  cultura;
  legislação;
  idioma;
  condições climáticas;
  infraestrutura. 
É preciso planejar muito bem um processo de exportação ou importação, 
de forma que as operações logísticas consigam atender às necessidades da 
cadeia de suprimentos, conforme lecionam Dornier (2000) e Christopher (2018).
A cultura dos países se refere à forma como as pessoas vivem e com-
preendem o que é certo ou errado. Por exemplo, países como Japão e Inglaterra 
são famosos pela pontualidade. Então, empresas que negociam com esses e 
outros países que têm extremo respeito à pontualidade devem ficar atentas 
para serem pontuais em todo e qualquer contato. Essa é uma questão cultural, 
e existem outras, como a forma de se vestir e de se comportar em ambientes 
públicos e corporativos. O que é importante para uma cultura pode não ser 
tão significativo para outra; por isso, deve-se conhecer, aprender e respeitar 
sempre, para manter um bom relacionamento e a prosperidade dos negócios. 
 A legislação corresponde ao código de normas dos países, em que constam 
devedores, direitos e obrigações. Empresas inseridas no comércio exterior 
devem conhecer profundamente a legislação dos países com que negociam, 
para não cometerem infrações, o que atingiria sua imagem. Especial atenção 
deve ser dada aos aspectos legais de importação e exportação e às questões 
ambientais, por conta das embalagens e da logística reversa. 
O domínio do idioma estrangeiro é essencial para a boa comunicação em 
nível global. Inglês e espanhol são idiomas de vários países do mundo. Além 
de falar o idioma, é importante também conseguir ler os documentos comuns 
da logística internacional, como notas fiscais e documentos de transporte. 
Escrever em outro idioma também é importante para registrar as informações, 
formando um histórico do relacionamento com o cliente. 
É importante analisar as condições climáticas dos países das empresas 
parceiras, pois isso pode interferir nas operações logísticas. Determinados 
países têm invernos rigorosos, em que portos e aeroportos não funcionam e 
estradas são cobertas pela neve, impossibilitando o transporte das mercado-
rias. Essas questões devem ser analisadas antes de uma negociação, pois não 
Introdução à logística empresarial10
estão sob o controle das pessoas, mas é possível prevê-las, principalmente em 
cláusulas contratuais que resguardem a empresa.
A infraestrutura se apresenta como outra questão a ser observada e se 
refere às condições favoráveis ou não para as operações logísticas em ou-
tros países. Países em desenvolvimento geralmente têm infraestrutura mais 
precária, principalmente nas estradas, o que pode ocasionar danificação nas 
mercadorias e maior tempo para entrega, devido à redução da velocidade 
durante o transporte, para evitar riscos.
Além das questões citadas que estão relacionadas com as negociações 
internacionais, existem diferentes complexidades logísticas que se amplifi-
cam no cenário internacional. A atuação da logística deve considerar todas 
as possíveis complexidades envolvidas em cada operação com outro país. 
Christopher (2018) lista as principais complexidades logísticas inerentes ao 
cenário internacional, conforme descritas abaixo.
  Complexidade de rede — quanto maior a quantidade de intermediários, 
mais complexa será a operação e maior o risco de interrupções de 
abastecimento. Uma rede internacional aumenta a complexidade. 
  Complexidade de variação — novos produtos e novas promoções 
podem exigir uma estrutura mais complexa para atender ao cliente, 
principalmente em outros países. 
  Complexidade de produto — determinados produtos precisam de 
cuidados especiais. Um exemplo são produtos que exigem tratamento 
especial, como refrigeração, e que precisam ser transportados em longa 
distância com cuidado, para preservar sua integridade. 
  Complexidade do cliente — consiste em atender de forma personalizada 
diferentes tipos de consumidores ao redor do mundo. 
  Complexidade do fornecedor — um dilema colocado para as redes de 
suprimentos está relacionado com a quantidade de fornecedores. Não 
é recomendado que a empresa fique dependente de poucos fornecedo-
res, mas, quanto maior a quantidade de opções de fornecimento, mais 
complexa se torna a operação. 
  Complexidade de processo — parte do entendimento de que, ao en-
volver a empresa e seus parceiros, muitas vezes, as organizações não se 
comunicam — em outras palavras, não alinham determinados processos 
—, o que pode prejudicar o bom desempenho da rede de suprimentos. 
  Complexidade organizacional — em modelos mais verticalizados, 
com inúmeros cargos e funções, a empresa privilegia a burocratização 
em demasia de determinados processos. Cargos e funções definidas 
11Introdução à logística empresarial
e respeito às normas são necessários, porém, devem existir de forma 
que facilitem o fluxo de materiais.
  Complexidade de informação — informação correta cria negócios, 
integra parceiros, evita retrabalho (custo) e gera confiança, fidelizando 
o cliente, ainda mais em nível global.
Podem existir mais complexidades logísticas, que devem ser encaradas 
como desafios a serem superados e/ou contornados. A logística é dinâmica e 
exige um planejamento que preveja a complexidade das suas operações, de 
forma que existam planos de contingência para ações efetivas. 
A complexibilidade do cliente deve ser entendida como uma oportunidade de ofertar 
produtos/serviços únicos. Mas, em nível global, essa tarefa é um desafio. Uma alternativa 
é projetar produtos padrão, com a possibilidade de modificações para atender às 
demandas locais. Isso se chama glocal — mistura dos termos global com local —, o 
que significa ter perspectivas globais e, ao mesmo tempo, flexibilidade para adaptação 
conforme as particularidades de diferentes regiões. 
Introdução à logística empresarial12
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2006.
BOWERSOX, D. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre. 
AMGH, 2014.
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para 
a redução de custos. São Paulo: Cengage Learning, 2018.
DORNIER, P. Logística e operações globais: textos e casos. São Paulo: Atlas, 2000.
EVOLUÇÃO e fases da logística. Café do Gestor, [2017]. Disponível em: https://cafedoges-
tor.blogspot.com/2017/08/evolucao-e-fases-da-logistica.html. Acesso em: 1 ago. 2019.
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2015. 
Leitura recomendada
COSTA, M. A. As fases de evolução da logística. Logística Descomplicada.com, 2018. 
Disponível em: https://www.logisticadescomplicada.com/fases-evolucao-logistica/.Acesso em: 1 ago. 2019.
13Introdução à logística empresarial

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