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Gestão de Operações e Logística I Disciplina na modalidade a distância Créditos Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora: Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor: Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora: Jucimara Roesler Diretora Adjunta: Patrícia Alberton Equipe UnisulVirtual Gerência Acadêmica Márcia Luz de Oliveira (Gerente) Fernanda Farias Gerência Administrativa Renato André Luz (Gerente) Marcelo Fraiberg Machado Naiara Jeremias da Rocha Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Clarissa Carneiro Mussi Letícia Cristina Barbosa (Auxiliar) Gerência Financeira Fabiano Ceretta (Gerente) Alex Fabiano Wehrle Sheyla Fabiana Batista Guerrer Gerência de Logística Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Gerente) Abraão do Nascimento Germano Carlos Eduardo Damiani da Silva Fylippy Margino dos Santos Geanluca Uliana Guilherme Lentz Pablo Darela da Silveira Rubens Amorim Gerência de Produção e Logística Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico James Marcel Silva Ribeiro (Gerente) Adriana da Costa Andiara Clara Ferreira André Luiz Portes Bruno Ataide Martins Emanuel Karl Feihrmann Galafassi Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Jonatas Collaço de Souza Juliana Cardoso da Silva Maria Isabel Aragon Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Micheli Maria Lino de Medeiros Nidia de Jesus Moraes Priscilla Geovana Pagani Rychard de Oliveira Pires Sabrina Mari Kawano Gonçalves Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Rafael Bavaresco Bongiolo Biblioteca Soraya Arruda Waltrick (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Cascaes Rodrigo Martins da Silva Capacitação e Assessoria ao Docente Angelita Marçal Flores (Coord.) Adriana Silveira Caroline Batista Cláudia Behr Valente Elaine Surian Patrícia Meneghel Simone Perroni da Silva Zigunovas Coordenação dos Cursos Adriana Ramme Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Eliza Bianchini Dallanhol Locks Fabiana Lange Patrício (Auxiliar) Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janete Elza Felisbino Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos Noronha de Oliveira Jucimara Roesler Karla Leonora Dahse Nunes Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (Auxiliar) Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nazareno Marcineiro Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Raulino Jacó Brüning Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Tania Regina Goularte Waltemann (auxiliar) Criação e Reconhecimento de Cursos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Desenho Educacional Carolina Hoeller da Silva Boeing (Coord.) Design Instrucional Ana Cláudia Taú Carmen Maria Cipriani Pandini Cristina Klipp de Oliveira Daniela Erani Monteiro Will Flávia Lumi Matuzawa Lucésia Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Márcia Loch Marina Cabeda Egger Moellwald Michele Correa Nagila Cristina Hinckel Silvana Souza da Cruz Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coord.) Eloísa Machado Seemann Gabriella Araújo Souza Esteves Lis Airê Fogolari Simone Soares Haas Carminatti Núcleo Web Aula Célio Alves Tibes Júnior Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Schulka Nelson Rosa Patrícia Fragnani de Moraes Vilson Martins Filho Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Célio Alves Tibes Júnior Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Dandara Lemos Reynaldo Fernando Gustav Soares Lima Sérgio Freitas Flores Portal Rafael Pessi Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar) Luiz Fernando Meneghel Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Janaina Stuart da Costa Josiane Leal Marília Locks Fernandes Ricardo Mello Platt Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Aracelli Araldi Hackbarth Cristilaine Santana Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Edesio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Oliveira Santos Fernando Steimbach Marcelo Jair Ramos Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coord.) Andréia Drewes Anderson da Silveira Angélica Cristina Gollo Bruno Augusto Zunino Claudia Noemi Nascimento Cristiano Dalazen Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto Karla Fernanda Wisniewski Desengrini Maria Eugênia Ferreira Celeghin Maria Lina Moratelli Prado Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Poliana Morgana Simão Priscila Machado Produção Industrial Francisco Asp (Coord.) Ana Paula Pereira Marcelo Bittencourt Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de ensino) Andréa Luci Mandira Andrei Rodrigues Bruno De Faria Vaz Sampaio Daiany Elizabete da Silva Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Giane dos Passos Luana Borges Da Silva Luana Tarsila Hellmann Marcelo José Soares Miguel Rodrigues Da Silveira Junior Patricia Nunes Martins Rafael Back Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tenille Nunes Catarina (Recepção) Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) André Luis Leal Cardoso Júnior Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 | Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br Site: www.unisul.br/unisulvirtual 5ª edição revista e atualizada Design instrucional Dênia Falcão de Bittencourt Flavia Lumi Matuzawa José Roberto Sampaio Moacir Fogaça Palhoça UnisulVirtual 2010 Gestão de Operações e Logística I Livro didático Edição – Livro Didático Professor Conteudista José Roberto Sampaio Moacir Fogaça Design Instrucional Dênia Falcão de Bittencourt Flávia Lumi Matuzawa Michele Antunes Corrêa (5ª edição rev. e atual.) Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Sandra Martins Alice Demaria Silva (5ª edição rev. e atual.) Jordana Paula Schulka (5ª edição rev. e atual.) Revisão Ortográfica B2B Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2010 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 658.78 S18 Sampaio, José Roberto Gestão de operações e logística I : livro didático / José Roberto Sampaio, Moacir Fogaça ; design instrucional Dênia Falcão de Bittencourt, Flavia Lumi Matuzawa ; [assistente acadêmico Michele Antunes Corrêa]. – 5. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2010. 280 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1. Logística empresarial. I. Fogaça, Moacir. II. Bittencourt, DêniaFalcão de. III. Matuzawa, Flavia Lumi. IV. Corrêa, Michele Antunes. V. Título. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Palavras do professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – Logística Empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 – Previsão de demanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 UNIDADE 3 – Papel Estratégico da Gestão Patrimonial e de Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 UNIDADE 4 – Logística Reversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 UNIDADE 5 – Conceitos de Qualidade Aplicados à Logística e Nível de Serviço ao Cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 UNIDADE 6 – Fundamentos da Logística Internacional e Operadores Logísticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 UNIDADE 7 – Localização de Fábricas e Centros de Distribuição e Sistemas de Informação Aplicados à Logística . . . . . . . . 173 UNIDADE 8 – Gestão de Estoques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 UNIDADE 9 – Princípios da Gestão da Cadeia de Suprimentos . . . . . . . 215 UNIDADE 10 – Gestão de Compras e Negociação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261 Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 267 Sumário Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Gestão de Operações e Logística I. O material foi elaborado, visando a uma aprendizagem autônoma. Com este objetivo, aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar-lhe o estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você tem à sua disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, este que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual Palavras do professor Caros acadêmicos, A disciplina Gestão de Operações Logística I traz conceitos importantíssimos para a perfeita compreensão deste campo de estudos. Com esse nome, a Logística é um campo de trabalho bem novo no Brasil, embora de forma inominada, a Logística vinha sendo trabalhada há muito tempo. Veja, por exemplo, transportes, compras etc, já eram feitos mesmo que com nomes diferentes. Mas, enfim, só mudou o nome? Não. Houve mudanças significativas em termos estratégicos e que levaram a mudanças na operacionalização propriamente dita. Foram verificadas reduções de custo na medida em que se trabalhava a integração logística, o nível de serviço ao cliente, ECR (Efficient Consumer Response), CPFR (Collaborative Planning Forecasting and Replenishment), EDI (Eletronic Data Interchange). Novos conceitos como cadeia de abastecimento, logística reversa etc, passaram a ser bem conhecidos. Procure assimilar os conteúdos aqui apresentados para que você possa ampliar sua base de conhecimentos e com isso disputar as melhores oportunidades oferecidas aos bons profissionais, pelo mercado de trabalho. Espero que você tire o máximo proveito do assunto aqui tratado. Professor Moacir Fogaça Plano de estudo O plano de estudos visa orientá-lo/a no desenvolvimento da Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem - EVA; � as atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais). Ementa O papel estratégico da Gestão Patrimonial e de Materiais. Compras e novas tendências em compras. Negociação. Previsão de Demanda. Gestão dos Estoques. Controle de Inventário. Origem e Evolução da Logística. Logística Reversa. Processamento de Pedidos. Conceitos da Qualidade aplicados à Logística. Gestão da Cadeia de Suprimentos. Fundamentos da Logística Internacional. Gestão da Distribuição Física. Nível de Serviço ao Cliente. Localização de Fábricas e Centros de Distribuição. Armazenagem, Movimentação e Equipamentos para a movimentação de materiais. Sistemas de Informação aplicados a Logística. Operadores Logísticos. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Carga Horária 60 horas – 4 créditos Objetivos Geral: Estabelecer as bases para a compreensão da logística Empresarial em todos os seus aspectos e nuances. Específicos: � Entender e possibilitar aplicações das técnicas de previsão de demanda. � Conhecer as principais técnicas de Gestão Patrimonial. � Assimilar e trabalhar com o conceito de Logística Reversa. � Reconhecer os princípios conceituais da Qualidade. � Aprender as bases para entender a Logística Internacional e os Operadores Logísticos. � Entender as formas básicas como são estudadas a Localização de fábricas e Cd’s. � Pesquisar e entender os principais sistemas de informação aplicados a Logística. 13 Gestão de Operações e Logística I Conteúdo programático/objetivos Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá deter para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Neste sentido, veja a seguir as unidades que compõem o livro didático desta disciplina, bem como os seus respectivos objetivos. Unidades de estudo: 10 Unidade 1 – Logística Empresarial Esta unidade irá abordar a evolução histórica da Logística, seu relacionamento com o Marketing e seu papel na empresa moderna. Você irá conhecer também como a Logística melhora o nível de serviço ao cliente. Unidade 2 – Previsão de demanda O objetivo básico desta unidade é oportunizar ao aluno as técnicas de se fazer previsão de compras ou de vendas (demanda). Unidade 3 – Papel Estratégico da Gestão Patrimonial e de Material Esta unidade tem o objetivo de mostrar ao aluno detalhes sobre a Gestão Patrimonial e forma de efetuar alguns cálculos. Unidade 4 – Logística Reversa Esta unidade permitirá entender os aspectos fundamentais envolvidos com a devolução e ou reciclagem de produtos / matérias-primas. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 5 – Conceitos de Qualidade Aplicados à Logística e Nível de Serviço ao Cliente Nesta unidade será apresentada a base conceitualda qualidade, de forma genérica, no sentido de que se possa mensurar a importância da qualidade na atualidade. Unidade 6 – Fundamentos da Logística Internacional e Operadores Logísticos Esta unidade tem como finalidade entender o que acontece em termos de Logística em outros países e suas implicações em nosso País. Unidade 7 – Localização de Fábricas e Centros de Distribuição e Sistemas de Informação aplicados à Logística O objetivo desta unidade é estudar as decisões relativas à localização das fábricas e CDs. Também serão estudados alguns dos aspectos ligados aos sistemas de informações aplicados à Logística. Unidade 8 – Gestão de Estoques Esta unidade tratará dos objetivos e funções dos estoques nas organizações, das políticas de estoque, do custo de manter estoques e das técnicas de reposição destes. Unidade 9 – Princípios da Gestão da Cadeia de Suprimentos Nesta unidade você irá entender como se formam e as formas de gestão das cadeias de suprimentos. Unidade 10 – Gestão de Compras e Negociação Esta unidade tem o objetivo de estudar a gestão de compras nas empresas e as técnicas de negociação. 15 Gestão de Operações e Logística I Agenda de atividades/ Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e da interação com os seus colegas e professor tutor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da Disciplina. 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades Demais atividades (registro pessoal) 1UNIDADE 1Logística empresarial Objetivos de aprendizagem � Conhecer a evolução histórica da função da Logística; � Identificar o relacionamento entre Logística e Marketing; � Entender o papel estratégico da Logística na empresa moderna; � Conhecer como a Logística melhora o nível de serviço ao cliente. Seções de estudo Seção 1 O que é Logística empresarial? Seção 2 Como são constituídas as atividades Logísticas? Seção 3 Qual o relacionamento entre Logística e Marketing? Seção 4 O que é serviço ao cliente? 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Quando você atende um cliente, atende simultaneamente um objetivo da empresa (vender, prestar serviço, etc.). E este processo de atendimento às necessidades do cliente externo e aos objetivos do “negócio” precisa ser feito com eficácia. Neste ponto é que aparece a Logística. SEçãO 1 - O que é Logística Empresarial? A resposta e o grau de sua importância você já obterá ao responder algumas perguntas-problema citadas por Lambert et al (1998), acompanhe: � quantas vezes você foi adquirir um produto anunciado em promoção e não o encontrou? � já aconteceu de encomendar uma mercadoria (por fone ou pedido) e receber a entrega errada? � você já enviou uma mercadoria e o destinatário não recebeu ou chegou trocada? E assim poderiam ser citados outros tantos problemas que, felizmente, são minoria, pois a maioria das vezes conseguimos encontrar a promoção, receber e enviar os produtos com sucesso. Então a Logística cuida disto tudo? Logística é isso? 19 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 Segundo o CLM (Council of Logistics Management), Conselho de Gerenciamento da Logística (1988), um dos mais famosos grupos de profissionais de Logística e com milhares de associados, a definição diz que gestão Logística é: “O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi- acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes” Para compreender melhor, a seguir acompanhe em detalhe o que quer dizer alguns trechos desta definição: � fluxo e armazenamento eficiente e econômico: quer dizer que toda a movimentação (fluxo) dos produtos, inclusive sua armazenagem temporária, deve ocorrer de modo eficiente (alta produtividade) e ao custo adequado; � matérias-primas: insumos que são partes integrantes de um produto final, por exemplo, o fio que faz a malha; � materiais semi-acabados: insumos que estão em processo; por exemplo, uma gola de camisa; � produto acabado: por exemplo, a camisa pronta; � informações relativas: a Logística é 50% fluxo de mercadorias e 50% fluxo de informações; por exemplo, quando faz um pedido, você precisa confirmar a data que vai receber; � ponto de origem: geralmente inicia no fornecedor da matéria prima; � ponto de destino: cliente direto do produto; � exigências do cliente: toda a Logística gira em torno da exigência do cliente. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina Existem críticas as definições de ponto de origem e ponto de destino, Ballou (2001) por exemplo, que entende que elas restringem a visão da Logística à área da empresa, sendo que atualmente busca-se transpor as fronteiras da organização na busca pela colaboração entre as mesmas. Qual é a origem da Logística? A palavra Logística sempre esteve ligada à atividade da guerra: manter as tropas abastecidas (armas, munição e comida) para vencer o inimigo. Hoje a competição entre as empresas não deixa de ser uma “batalha” na qual o vendedor precisa colocar o produto para o cliente de modo eficaz e econômico. SEçãO 2 - Como são constituídas as atividades Logísticas? Bom, agora que você já sabe o que é Logística e para que ela serve, já está preparado para avançar na investigação de quais atividades são exercidas pela administração da Logística. A próxima pergunta a fazer é: Quais são as principais atividades da administração Logística? Muitas empresas tratam a Logística como um processo voltado unicamente para a redução dos custos operacionais, pois ficam atentas no potencial de economia que uma boa gestão da 21 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 Logística pode viabilizar. Mas, todos os especialistas desta área bem sabem que: A Logística é um conjunto de atividades integradas. As economias obtidas pontualmente numa atividade podem gerar uma queda de performance em outra. Por exemplo: através de uma consolidação (acúmulo) de cargas mais voltadas para aproveitamento do caminhão, você pode reduzir o custo do transporte e gerar uma significativa economia para a empresa. No entanto, pode haver um aumento do prazo de entrega dos pedidos aos clientes e estes começarem a procurar outro fornecedor. Lamber et al (1998) citam que: Em empresas que não adotarem uma abordagem integrada de sistemas, a Logística pode tornar-se um conjunto de atividades fragmentadas, sem coordenação e pulverizadas em diversas funções organizacionais. O objetivo deve ser os custos logísticos total, que é a somatória de todos os custos logísticos. Isto pode significar eventualmente um aumento, por exemplo, no custo do frete, porém gerando um ganho de market share significativo (mais clientes, mais volume) que reduzirá o custo de produção. Para entender melhor esta integração das atividades Logísticas, conheça a seguir quais são os seus principais componentes. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Quais são os componentes da administração da Logística? Uma vez que a Logística é um conjunto de atividades integradas, são diversos os componentes da administração Logística. A seguir, acompanhe com atenção os componentes da administração da Logística segundo Lambert, Stock e Vantine (1998). 1. Serviço ao cliente: cada elemento do sistema logístico de uma empresa pode impactar o recebimento pelo cliente, do produto certo, no lugar certo, nas condições certas, ao custo certo e no momento certo. 2. Processamento de pedidos: a velocidadedo processamento de pedidos tem muito a ver com o nível de serviço ao cliente e pode ser um grande diferencial competitivo. 3. Controle de inventário: atividade crítica, em função da necessidade financeira de manter um nível de estoque em quantidade adequada para satisfazer clientes e produção. 4. Previsão de demanda: consiste na determinação da quantidade de produtos e serviços que os clientes (internos e externos) necessitarão em determinado momento. 5. Tráfego e transporte: consiste no gerenciamento da movimentação dos produtos desde o ponto de origem até o ponto final (cliente). Envolve: a) escolha do meio de transporte (aéreo, ferroviário, rodoviário, marítimo, dutoviário, etc.); b) escolha do(s) fornecedores (negociação, qualificação e treinamento); c) escolha da rota especifica buscando agilidade e redução de custos; d) conhecimento das leis e normas regulamentadoras de trânsito e transportes (municipais, estaduais, nacionais e internacionais). 6. Armazenagem e estocagem: determinação dos volumes e localização dos estoques, em função da política definida. Atividades típicas: a) escolher entre atividades próprias, alugadas ou terceirizadas; 23 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 b) layout do armazém e fluxo de movimentação; c) equipamentos e dispositivos de armazenagem. 7. Localização de fábricas, armazéns/depósitos: a localização pode melhorar o serviço ao cliente, porém pode aumentar demasiadamente os custos operacionais. Fatores a considerar: a) custo e qualidade da mão de obra; b) serviços de transportes e armazenagem (operadores logísticos); c) impostos municipais e estaduais; incentivos; d) segurança e outras disponibilidades (água, energia, etc.) 8. Movimentação de materiais: manuseio e controle do fluxo total de produtos, com os seguintes objetivos: a) eliminar, reduzir ou mecanizar o manuseio; b) minimizar as distâncias; c) reduzir os produtos semi-acabados em processo. 9. Compras e suprimentos: atividades de aquisição e manutenção das disponibilidades de materiais e serviços necessários. Atividades típicas: a) escolha das fontes de fornecimento; b) forma de aquisição dos insumos; c) negociação e programação das compras. 10. Suporte de peças de reposição e serviços: envolve atividades ligadas ao pós-vendas e que visam proporcionar suporte adequado ao cliente. Constitui parte da Logística reversa e são atividades típicas: a) manutenção de estoques estratégicos de peças de reposição; b) acionamento de serviços de assistência técnica; c) movimentação de equipamentos e retirada de produtos com defeito; d) medição e avaliação de performance. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina 11. Embalagem: a embalagem adequada deve atender as funções básicas do Marketing e da Logística, sendo para esta, as principais aplicações: a) proteção do produto contra avarias da movimentação e armazenagem; b) melhorar a armazenagem e o manuseio, reduzindo custos; c) facilitar a separação e a expedição de produtos, garantindo acuracidade. 12. Reaproveitamento e remoção de refugos: controle e destinação dos subprodutos dos processos visando completar o fluxo total de materiais. Constitui parte da Logística reversa e são atividades típicas: a) identificação e mapeamento de todos os refugos gerados na atividade; b) desenvolver fornecedores ou depósitos para os subprodutos; c) conhecer a legislação vigente para cada tipo de destinação; d) recebimento de embalagens de produtos perigosos (práticas ambientais). 13. Administração de devoluções: trata do retorno dos produtos rejeitados ou para troca e assistência técnica pelos clientes. Constitui outra parte da Logística reversa e procura considerar os seguintes aspectos: a) custo elevado do retorno de produtos; b) clientes exigem cada vez mais flexibilidade nas devoluções (satisfação); c) estratégia de Marketing definida para o mercado. 25 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 14. Gestão da cadeia de suprimentos: a cadeia de suprimentos constitui o conjunto de empresas que participam do atendimento ao cliente, desde a extração da matéria-prima, fabricante, transportador, distribuidor, lojista, etc. A Logística não pode ficar restrita à empresa, sendo necessário então: a) parcerias com os fornecedores e clientes; b) colaboração entre as empresas (planejamento integrado); c) visualização em conjunto de oportunidade de redução de custos. Uma vez conhecido quais são os componentes da administração Logística, o próximo passo será estudar o relacionamento entre a Logística e o Marketing. SEçãO 3 - Qual o relacionamento entre Logística e Marketing? Um dos fatores críticos de sucesso das empresas tem relação direta com o sucesso das ações de Marketing, que visam conquistar e manter os clientes. Costuma-se dizer que os clientes (e não os patrões) que pagam os salários dos funcionários da empresa de quem compram. Pois considere o seguinte: são realmente os clientes que pagam esses salários, mas fazem-no comprando os produtos que lhes são disponibilizados. Ou seja, se o produto estiver disponível quando desejarem, estiver de acordo com as especificações e ao preço combinado, ocorre a compra. Caso contrário, o cliente procura outra opção de compra. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Segundo Lambert et al (1998), o objetivo de uma empresa é alocar recursos aos componentes: produto, preço, promoção e lugar (posse), de maneira que leve ao maior nível de lucros em longo prazo. Veja no quadro o relacionamento de cada componente de Marketing com a Logística: Produto É cada vez mais difícil diferenciar uma empresa com base no produto, pois com a disseminação da informação e tecnologia, muitas organizações têm condições e acesso a know-how antes indisponível. Para algumas empresas existe um alto custo de desenvolvimento de novos produtos () por exemplo - equipamentos mídia), mas para outras, novos produtos serão apenas extensões da linha atual () por exemplo - um novo sabor de biscoitos). A Logística será um dos diferenciais para decisão nos lançamentos de novos produtos, e decisões de mercado. Preço O preço que o fabricante recebe por seus produtos difere, dependendo do canal de distribuição utilizado. A empresa sabe que o preço é o montante de dinheiro que o fabricante recebe pelo produto, considerando ainda o tempo (prazo) que leva para recebê-lo. Variações no preço dos produtos, combinadas com variações no preço do mesmo produto ou similar promovidos pela concorrência, podem alavancar as vendas e aumentar o lucro, mesmo reduzindo o preço. A Logística contribui fortemente para competitividade dos preços, através de uma redução integrada de custos. Promoção A promoção consiste em alocar recursos como propaganda e oferta para atingir determinados objetivos de venda. Nem sempre a resposta do mercado será proporcional a este esforço, pois existe uma capacidade absorção do mesmo à demanda potencial existente do produto. Neste caso, a Logística pode proporcionar um diferencial à medida que possibilita capacidade de operar com custos menores. Lugar (posse) A disponibilidade do produto representa a conclusão do processo de venda (não o financeiro) e isto ocorre com o acesso do cliente ao produto. Além disso, os outros componentes de Marketing (produto, preço e promoção) podem ser facilmente copiados pela concorrência, porém o serviço ao cliente resultante das operações logísticas (o produto certo, no local certo, no tempo certo, quantidade e especificações certas e ao preço acordado) certamente constitui um diferencial difícil de ser copiado. Quadro 1.1 : Componentes do Marketing e a Logística Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 27 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 Quais são os canais de distribuição ou de Marketing? Segundo a Associação Americana de Marketing, citada por Lambert et al (1998), são as estruturas de unidades organizacionais dentro da empresa e seusagentes, as firmas comerciais fora da empresa, atacado e varejo, através dos quais uma mercadoria, produto ou serviço é comercializado. Clientes podem ser atendimentos por canais distintos, como distribuidores e varejistas, ou até pela própria indústria (dependendo do volume adquirido). Recentemente pequenas empresas no ramo supermercadista e farmácias, têm se organizado para aumentar seu volume de compras e ter condições de comprar diretamente da indústria. Por outro lado, a indústria tem buscado novas formas de atender outros níveis do varejo, sem comprometer as suas iniciativas e planos. É certo que existem vantagens para o pequeno varejista, em comprar de um distribuidor, assim como outras vantagens existem para a indústria vender ao distribuidor. O importante agora é você saber que todos os “atores” da economia (indústria, distribuidor, atacadista, varejista e consumidor final) estão buscando formas colaborativas de melhorar sua competitividade. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina SEçãO 4 - O que é serviço ao cliente? Até agora você ficou sabendo que a Logística “faz” acontecer o processo de atendimento ao cliente (interno e externo) e está fortemente ligada ao Marketing da empresa. Em outras palavras, os clientes percebem através da Logística o nível de serviços que recebem. Mas o que é mesmo “nível de serviço ao cliente”? Segundo Lambert et al (1998), o conceito varia de uma empresa para outra, e muitas vezes fornecedores e clientes têm expectativas diferentes (no mesmo mercado). Significa então o parâmetro do desempenho do sistema (logístico) em criar utilidade de tempo e lugar, incluindo o pós venda. Serviço ao cliente representa o resultado do sistema de Logística e o componente de “lugar” do mix de mercado da empresa. O nível de serviço tem um impacto direto em sua fatia de mercado, em seus custos totais e sua rentabilidade. Segundo um estudo realizado por LaLonde e Zinszer (Customer Service), citado por Lambert et at (1998), as principais definições apresentadas pelos executivos consultados sobre o que é “serviço ao cliente” foram as relacionadas a seguir: Quanto: Serviço ao cliente: as atividades Aceitação e entrada do pedido, localização (do produto), processamento do pedido (tempo) e contato com o intermediário (representante); follow-up de erros e faturamento do pedido. ao desempenho Expedição (embarque) ao cliente dos produtos solicitados no prazo e atendimento completo do pedido (sem itens pendentes). a filosofia da empresa Como a empresa define e dá importância ao nível de serviço desejado pelos clientes. Quadro 1.2: Serviço ao cliente Fonte: Elaboração do autor, 2008 29 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 Síntese Nesta unidade você pôde aprender como a Logística surgiu e como as organizações buscam a melhoria contínua dos serviços que são oferecidos aos clientes. Você acompanhou que a definição de Logística, conforme a CLM, é “o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender as exigências dos clientes”. As principais atividades da administração da Logística são: serviço ao cliente, processamento de pedidos, elementos operacionais, comunicações de distribuição, controle de inventario, previsão de demanda, tráfego e transporte, armazenagem e estocagem, localização de fábricas, armazéns/ depósitos, movimentação de materiais, compras e suprimentos, suporte de peças de reposição e serviços, embalagem, reaproveitamento e remoção de refugos, administração de devoluções, gestão da cadeia de suprimentos. Quanto ao relacionamento entre Logística e Marketing, estudou como os 4 “P’s” (produto, preço, promoção e posse) estão relacionados com o nível de serviços ao cliente, cujos elementos são: disponibilidade do produto, serviço e apoio pós-vendas, tratamento eficiente de pedidos e consultas, facilidade nos pedidos, representantes técnicos competentes, prazo de entrega, confiabilidade, demonstração e equipamentos, e disponibilidade de literatura técnica. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação Após você ter realizado uma leitura criteriosa desta unidade, leia os enunciados com atenção e responda as questões a seguir. 1. Por que Marketing e Logística apresentam uma dependência mútua? 2. Defina com suas palavras o que consiste o serviço ao cliente? 31 Gestão de Operações e Logística I Unidade 1 3. No seu ponto de vista, qual a atividade mais importante na expectativa de atendimento do cliente (nível de serviço)? Saiba mais Para você estudar mais os conteúdos abordados nesta unidade sugere-se que você leia o artigo: “Escavando Dados no Varejo”, de Alexandre Medeiros Rodrigues, disponível na Midiateca do EVA. Fonte: <http://ilos.com.br>. Acesso em: 09 dez. 2009. 2UNIDADE 2Previsão de demanda Objetivos de aprendizagem � Entender a previsão de demanda numa empresa. � Conhecer as principais técnicas de previsão. � Perceber a importância do uso da planilha Excel para efetuar as previsões. Seções de estudo Seção 1 Cálculo da previsão pelo método do último período Seção 2 Cálculo da previsão pelo método da média móvel simples Seção 3 Cálculo da previsão pelo método da média móvel ponderada Seção 4 Cálculo da previsão pelo método dos mínimos quadrados Seção 5 Cálculo da previsão pelo método da média com suavização exponencial 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo As técnicas de previsão estabelecem estimativas das quantidades a serem produzidas e, portanto, definem as quantidades de materiais que deverão ser compradas. Essas técnicas variam de acordo com o porte da empresa, entretanto, mesmo nas pequenas empresas é uma atividade estratégica, pois está ligada ao resultado. Se a quantidade comprada de materiais for pequena, pode-se colocar em risco o atendimento aos clientes e prejudicar a imagem da empresa. Se a quantidade comprada for grande demais, ocorrerá uma imobilização excessiva de capital de giro e também aumento nos custos de estocagem. Você estudará nesta unidade algumas técnicas que poderá seguir para efetuar a previsão de compras com menores riscos. Um dos métodos que é muito empregado por pequenas empresas é o de comprar conforme o consumo do último período, ou seja, repete-se o valor apresentado pela demanda anterior. No entanto, existem ainda outros métodos que serão discutidos a seguir. Cabe ainda uma observação, a discussão foi iniciada como compras para a empresa, mas lembre-se que essas compras deverão atender às vendas realizadas pela empresa. Siga em frente e bom estudo! Seção 1 – Cálculo da previsão pelo método do último período Este método de previsão é o mais simples pelo fato de prever para o período seguinte a quantidade que ocorreu no período anterior. Ele é muito utilizado por pequenas empresas, pois basta olhar o que foi vendido, por exemplo, no último mês para saber quanto deverá ser comprado para repor o estoque. (DIAS, 1993). Observe no Quadro 2.1 esta forma de efetuar a previsão. 35 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 PERÍODOS QTD Janeiro 380 Fevereiro 382 Março 376 Abril 382 Repetiu a quantidade do mês de ABRIL Maio 382 Previsão Quadro 2.1: Previsão pelo método do último período Fonte: Elaboração do autor, 2008 A previsão para o mês de maio, por esta técnica, significa repetir a quantidade consumida em abril. Seção 2 – Cálculo da previsão pelo método da média móvel simples A obtenção da previsão para o próximo período, por este método, é feita freqüentemente, pois seu cálculo é muito simples de ser efetuado. Consiste na média aritmética aplicada ao consumo dos períodos anteriores. Ou seja, somam-se todas as parcelas e divide-se pelo número de períodos. De acordocom Martins e Laugeni (2005), o cálculo é feito da seguinte forma: Onde: P1 a Pn ⇒ Períodos (em meses, anos etc.) n ⇒ Quantidade de períodos MMS ⇒ Média Móvel Simples Observe o exemplo a seguir. 36 Universidade do Sul de Santa Catarina Certa empresa vendeu um de seus produtos nas quantidades e períodos indicados no quadro 2.2. O procedimento de cálculo utilizado para encontrar a média móvel simples pode ser observado no quadro 2.3. PERÍODOS QTD Janeiro 380 Fevereiro 382 Março 376 Abril 382 MMS = 380 Previsão Quadro 2.2: Previsão pela média móvel simples Fonte: Elaboração do autor, 2008 Janeiro = 380 Fevereiro = 382 Março = 376 Abril = 382 MÉDIA = 380 MÉDIA = ( P1 + P2 + P3 + P4) / 4 Quadro 2.3: Cálculo da média móvel simples Fonte: Elaboração do autor, 2008 Para a obtenção da média móvel foram somadas as quantidades entre janeiro e abril dividindo-se o resultado por quatro (número de meses), este resultado será o valor previsto para o mês de maio. Seção 3 – Cálculo da previsão pelo método da média móvel ponderada Esta técnica consiste em aplicar pesos maiores aos últimos períodos da série. Desta forma, o resultado fica tendendo aos valores com maior peso e que vem a ser aqueles mais próximos do último período considerado (DIAS, 1993). Nesta técnica, de certa forma, atribue-se pouco peso aos valores mais distantes do 37 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 momento atual e, com isto, a tendência é a de tornar o resultado da previsão mais parecido com o valor do último período. A seguir, é apresentada a fórmula com a qual se efetua a previsão. O somatório dos pesos deve ser igual a 100%. Onde: Ci = Peso atribuído ao i - ésimo Segundo Dias (1993), “a determinação dos pesos ou fatores de importância deve ser feita de tal forma que a soma perfaça 100%”. Exemplo de aplicação: PERÍODOS QTD % VALORES Janeiro 380 10% 38 Fevereiro 382 20% 76,4 Março 376 30% 112,8 Abril 382 40% 152,8 MMP = 100% 380 Previsão Quadro 2.4: Cálculo efetuado no Excel Fonte: Elaboração do autor, 2008 No Quadro 2.4, na coluna VALORES, encontramos os valores que correspondem à multiplicação do percentual pela quantidade, exemplo: (10% x 380 = 38). Na última linha é feito o somatório da coluna VALORES, que indica como previsão para o mês de MAIO a quantidade de 380 unidades. Esta média poderia também ser escrita de outra forma. Veja como: Onde: V1, V2, V3 e V4 correspondem às quantidades apresentadas no quadro. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 4 – Cálculo da previsão pelo método dos mínimos quadrados O método dos mínimos quadrados pode ser empregado sempre que a série de valores do histórico disposto num gráfico parecer seguir uma reta. A reta a ser traçada é aquela que passe o mais perto possível de todos os pontos. Esta linha fica de tal forma posicionada que minimiza as diferenças entre a reta e cada ponto correspondente no gráfico. Conforme RIGGS (1981), Onde: Y = valor real e YP = valor dos mínimos quadrados A equação da reta é definida por Y = a + bx Para determinar os valores de “a” e “b” serão necessárias duas equações que serão obtidas multiplicando-se a equação da reta pelo coeficiente de “a” e somando-se os termos. Sendo o coeficiente de “a” = 1 e que “N” é o número de pontos (períodos) do histórico encontra-se: A segunda equação é encontrada multiplicando-se todos os termos da equação da reta por “x” e somando-os. 39 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Finalmente, a previsão para o período desejado é obtida pela aplicação dos valores de “a” e “b”, resolvidos, na equação da reta. A demonstração gráfica pode ser vista no gráfico 2.1. Já no quadro 2.5 é apresentada uma forma de facilitar a obtenção dos dados necessários aos cálculos. Onde “x”, nesta equação é igual a “n”, ou seja, o número de períodos. � O gráfico apresenta as quantidades da série e os períodos em que elas aconteceram. Aparece também a reta que melhor representa os pontos considerados. Por meio da reta apresentada no gráfico pode-se supor que a quantidade esperada para 2008 será maior que a obtida em 2007. Gráfico 2.1: Quantidades realizadas em função dos períodos Fonte: Elaboração do autor, 2008 Observe o exemplo a seguir. 40 Universidade do Sul de Santa Catarina Para encontrar a previsão para o mês de maio deve-se, inicialmente, montar um quadro como o que segue. PERÍODOS Y X X2 X . Y Janeiro 380 0 0 0 Fevereiro 382 1 1 382 Março 376 2 4 752 Abril 382 3 9 1146 SOMAtóRIOS • Y = 1520 • X = 6 • X2 = 14 • X . Y = 2280 Quadro 2.5: Obtenção das equações pelo método dos mínimos quadrados Fonte: Elaboração do autor, 2008 Estabelece-se X= 0 para o primeiro valor de Y (380), depois X=1 para o próximo valor de Y (382) e assim por diante. Observe que os somatórios que se fez correspondem aos valores necessários à resolução das equações dadas acima e o N da equação I é o número de meses (períodos). De posse destes valores, é possível fazer sua substituição como mostrado a seguir. Resultando em: Efetuando a soma algébrica encontramos: Substituindo o valor encontrado de "b" na Eq. I onde (0) corresponde ao valor de “b” Onde “x=n” é o número de meses considerados = 4 41 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Lembre-se que é possível resolver o sistema de equações com duas incógnitas “a” e “b”de várias formas. No exercício, o sistema foi resolvido multiplicando todos os termos da primeira equação por (-1,5) o que não altera seu valor, mas produz outra equação, em que aparece -6a que, posteriormente, ao ser efetuada a soma algébrica das equações, acontecerá a anulação de “a” permitindo encontrar o valor de “b”. Observe mais um exemplo. Inicialmente, monte um quadro com os dados dos meses anteriores (histórico). MESES Y X X2 X . Y Janeiro 1 380 0 0 0 Fevereiro 2 396 1 1 396 Março 3 384 2 4 768 Abril 4 405 3 9 1215 Maio 5 390 4 16 1560 Junho 6 406 5 25 2030 Julho 7 420 6 36 2520 Agosto 8 398 7 49 2786 Setembro 9 425 8 64 3400 Outubro 10 405 9 81 3645 Novembro 11 435 10 100 4350 Dezembro 12 430 11 121 4730 13 SOMAtóRIOS 4874 66 506 27400 PREVISãO 433,12 Quadro 2.6: Obtenção das equações Fonte: Elaboração do autor, 2008 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Estas informações irão gerar o seguinte gráfico: Gráfico 2.2: Quantidades em função do tempo com linha de tendência Fonte: Elaboração do autor, 2008 O valor da previsão para o próximo período (janeiro do ano seguinte) pode ser calculado como no exemplo anterior, algebricamente, ou usando-se o Excel da seguinte forma: Algebricamente 4874 = 12a + 66b ← x (-5,5) 27400 = 66a + 506b } Soma algébrica (+)-26807 = -66a - 363b 593 = + 143b b = 4,1468 Substituindo “b” na primeira equação temos 4874 = 12a + 66 * (4,1468) a = 383,3589 YP = 383,4 + 4,1468 . 12 YP = 433,16 43 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Usando a planilha Excel no cálculo de previsões A planilha Excel permite uma série de cálculos bastante interessantes, como, por exemplo, o dos mínimos quadrados. Anteriormente, fizemos o cálculo da previsão “manualmente”, vamos agora efetuar o mesmo cálculo utilizando a planilha Excel. Inicialmente, você deve digitar as quantidades e os meses conforme figura a seguir. Figura 2.1: Inserção das quantidades e dos meses Fonte: Elaboração do autor, 2008 O passo seguinte é digitar na célula onde está o ponto de interrogação o sinal de igual, conforme a figura a seguir. Figura 2.2: Inserção do sinal de igual Fonte: Elaboração do autor, 2008 44 Universidade do Sul de Santa Catarina A próxima etapa é marcar a célula com o mouse (C15), apontar e clicar na barra de ferramentas em “Inserir” e depois em “Função”. Este procedimento provocará o aparecimento de uma caixa de diálogo, Inserir Função. Figura 2.3: Inserção da função Fonte: Elaboração do autor, 2008 Na caixa de diálogo que abriu, você deve selecionar “estatística”, conforme mostrado na figura a seguir.Figura 2.4: Seleção da função estatística e previsão Fonte: Elaboração do autor, 2008 Selecionar a categoria "Estatística", e no box seguinte, selecione a função "PREVISÃO". 45 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Na mesma caixa, na parte inferior, você deve marcar “previsão” e clicar em “ok”. Surgirá, então, uma nova caixa de diálogo como mostrado na figura 2.5. Figura 2.5: Seleção da célula para a previsão desejada Fonte: Elaboração do autor, 2008 A seleção da célula B15, mostrada na figura 2.5, tem o objetivo de informar ao programa que você deseja conhecer a previsão para o 13º mês. Figura 2.6: Seleção da coluna com os valores conhecidos Fonte: Elaboração do autor, 2008 Selecionar a célula B15, onde aparece o número 13, posicionando o mouse para esta célula A seguir, com o mouse, selecionar a coluna C3 à C14 46 Universidade do Sul de Santa Catarina A seleção dos valores conhecidos de Y informará ao programa quais os valores que conhecemos na série. Figura 2.7: Seleção da coluna de valores de X Fonte: Elaboração do autor, 2008 A seleção dos valores de X indica ao programa, de forma análoga ao mostrado anteriormente, quais são os valores conhecidos de X. A seguir, clique em “ok”. Observe que aparecerá na célula C15 o valor da previsão. Figura 2.8: Valor da previsão calculado no Excel pelo método dos mínimos quadrados Fonte: Elaboração do autor, 2008 Finalmente, aparece o resultado correspondente à previsão para o próximo período, ou seja, janeiro do próximo ano. A seguir, com o mouse, selecionar a coluna B3 à B14 47 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Cálculo de previsão pelo método dos mínimos quadrados mediante o uso da HP-12c Outra possibilidade para calcular esta previsão é dada pela calculadora HP-12C, como mostrado na figura a seguir. Calcular a Previsão Para o próximo Período de uma série pelo Método dos Mínimos Quadrados 380 396 384 405 390 406 420 398 425 405 435 430 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Histórico Previsão Enter Σ +1 Enter Σ +2 Enter Σ +3 Enter Σ +4 Enter Σ +5 G Tecla 2 433,12Resultado ŷ,r 13 Enter Σ +6 Enter Σ +7 Enter Σ +8 Enter Σ +9 Enter Σ +10 Enter Σ +11 Enter Σ +12 3 8 0 3 9 6 3 8 4 4 0 5 3 9 0 4 0 6 4 2 0 3 9 8 4 2 5 4 0 5 4 3 5 4 3 0 Figura 2.9: teclado da HP-12C Fonte: Elaboração do autor, 2008 Digitar no teclado da HP-12C a seqüência de teclas acima. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 5 – Cálculo da previsão pelo método da média com suavização exponencial A previsão de demanda pelo método chamado de suavização exponencial pode ser obtida mediante a previsão do último período, o consumo ocorrido também no último período e por uma constante que determina o valor ou a ponderação dada aos valores mais recentes. Esta constante tem seu valor em geral situado entre 0 e 1, mas poderá variar de 0,1 até 0,3, na prática. Conforme Dias (1993), este método elimina desvantagens das médias, móvel e ponderada. A previsão pode ser encontrada pela fórmula apresentada a seguir. Y3 = α. YR2 + (1 - α) . YP2 Onde: Y3 = Previsão para próximo período α = Constante de suavização exponencial YR2 = Consumo real no período anterior YP2 = Previsão do período anterior Observe o exemplo a seguir. Inicialmente, monte um quadro com os dados dos meses anteriores na planilha Excel: MESES DEMANDA PREV ERRO MESES Março 70 1 Abril 75 70,0 2 Maio 65 71,0 3 Junho 80 69,8 4 Julho 78 71,8 7,4 5 Agosto 71 73,1 7,7 6 Setembro 70 72,7 7,0 7 Outubro 75 72,1 4,1 8 Novembro 72,7 9 2,6 Quadro 2.7: Quadro com os dados dos meses anteriores Fonte: Elaboração do autor, 2008 49 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 O cálculo no Excel poderá ser feito conforme sintaxe abaixo. MESES DEMANDA PREV ERRO MESES 2 MARÇO 70 3 3 ABRIL 75 =C2 4 4 MAIO 65 5 5 JUNHO 80 =0,2*C4+0,8*D4 6 6 JULHO 78 =0,2*C5+0,8*D5 =RAIZ(SOMAXMY2(C3:C5;D3:D5)/3) 7 7 AGOSTO 71 =0,2*C6+0,8*D6 =RAIZ(SOMAXMY2(C4:C6;D4:D6)/3) 8 8 SETEMBRO 70 =0,2*C7+0,8*D7 =RAIZ(SOMAXMY2(C5:C7;D5:D7)/3) 9 9 OUTUBRO 75 =0,2*C8+0,8*D8 =RAIZ(SOMAXMY2(C6:C8;D6:D8)/3) 10 10 NOVEMBRO =0,2*C9+0,8*D9 11 =RAIZ(SOMAXMY2(C7:C9;D7:D9)/3) Quadro 2.8: Cálculo realizado no Excel e as fórmulas que a planilha utiliza para efetuar o cálculo Fonte: Elaboração do autor, 2008 O quadro 2.9, apresentada abaixo, demonstra as operações realizadas pelo computador. A B C 1 MESES DEMANDA PREV 2 MARÇO 70 3 ABRIL 75 70,0 4 MAIO 65 71,0 5 JUNHO 80 69,8 6 JULHO 78 71,8 7 AGOSTO 71 73,1 8 SETEMBRO 70 72,7 9 OUTUBRO 75 72,1 10 NOVEMBRO 72,7 = 70 = B2 = 0,2 X 75 + ( 1 - 0,2) X 70 = 0,2 X 65 + (1 - 0,2) X 71 = 0,2 X 80 + (1 - 0,2) X 69,8 = 0,2 X 78 + (1 - 0,2) X 71,8 = 0,2 X 71 + (1 - 0,2) X 73,1 = 0,2 X 70 + (1 - 0,2) X 72,7 Quadro 2.9: Operações realizadas pelo Excel Fonte: Elaboração do autor, 2008 Estas informações irão gerar o seguinte gráfico: AJUSTE EXPONENCIAL 60 65 70 75 80 85 0 2 4 6 8 10 PONTO DE DADOS Va lo r REAL PREVISÃO Gráfico 2.3: Previsão com suavização exponencial Fonte: Elaboração do autor, 2008 50 Universidade do Sul de Santa Catarina A linha fina, no gráfico 2.3, apresenta a demanda real. Já a linha grossa representa a previsão suavizada exponencialmente. Como você pode perceber pelo gráfico, a linha da previsão fica mais suave com variações menos abruptas do que as variações reais. O procedimento utilizado para cálculo pode ser realizado no Excel conforme as figuras que serão apresentadas a seguir, com automatização do processo copiando fórmulas sem ter que refazê-las. Digite novamente no Excel conforme demonstrado na figura 2.10, repetindo o que foi feito anteriormente. Figura 2.10: Cálculo da previsão com suavização exponencial usando o Solver Fonte: Elaboração do autor, 2008 Em seguida, você deve digitar o sinal “=” na célula D3 e clicar com o botão esquerdo do mouse na célula C2. Em seguida, digitar “enter”. Este procedimento fará com que a célula D3 fique igual à célula C2, conforme a figura acima. Na célula A12 digite α= e na célula B12 digite 0,2. Na célula A13 digite (1 – α)= e na célula B13 digite 1 – B12. α= e (1 – α)= devem ser inseridos como texto. A equação apresentada foi inserida como desenho. 51 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Figura 2.11: Cálculo da previsão com suavização exponencial com automatização do processo Fonte: Elaboração do autor, 2008 Vamos agora introduzir o recurso de arrastar as fórmulas para outras células. Para tal será necessário indicar ao Excel quais as células que estarão fixas. O aparecimento do cifrão entre a letra da coluna e o número da linha pode ser obtido colocando-se o cursor do mouse antes da letra da coluna e, em seguida, clicar na tecla “F4”, este procedimento colocará cifrão antes e depois da letra da coluna, fixando linha e coluna. Figura 2.12: Automatização de cálculo mediante o uso da tecla F4 Fonte: Elaboração do autor, 2008 = $B$12*C3 + $B$13*D3 52 Universidade do Sul de Santa Catarina O próximo passo é preparar a célula D4 para automatizar o cálculo da previsão. Para isto, você deve colocar o mouse na alça ativa (canto inferior direito) da célula selecionada, isto fará aparecer uma “cruz preta”. Veja na figura 2.13. Figura 2.13: Apresentação do cálculo da previsão Fonte: Elaboração do autor, 2008 Quando formar uma “cruz preta”, no canto inferior direito da célula, arraste-a com o botão esquerdo do mouse acionado até a célula “D9”. Este procedimento calculará automaticamente os demais valores de previsão procurados, como pode ser observado na figura 2.14. Figura 2.14: Cálculo da previsão no Excel Fonte: Elaboração do autor, 2008 53 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Os procedimentos descritos até aqui devem ter sanado suas dúvidas completamente, mas o que você acha de fazer um exercício? Faça o exercício e o gráfico como estudado anteriormente. MÊS DEMANDA PREVISãO 1 JAN 118 2 FEV 120 118 3 MAR 130 118,4 4 ABR 125 120,7 5 MAI 128 121,6 6 JUN 132 122,9 7JUL 133 124,7 8 AGO 127 126,4 9 SEt 125 126,5 10 OUt 122 126,2 11 NOV 129 125,3 12 DEZ 130 126,1 13 JAN 126,9 Resposta Gráfico 116 118 120 122 124 126 128 130 132 134 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Aproveite e faça uma simulação com números fictícios para testar seus conhecimentos! 54 Universidade do Sul de Santa Catarina Considerações sobre o valor alfa (α) De acordo com o que você já estudou, a constante de alisamento exponencial varia entre 0 e 1. O estudo realizado até agora permitirá a execução de cálculos de previsão, com valores de alfa previamente estabelecidos, entretanto, cabe uma interrogação, qual o valor ideal para o alfa? Veja a seguir uma discussão com o objetivo de encontrar este valor. Mas qual seria o valor ideal? O valor de alfa a ser utilizado deve ser tal que gere o menor erro de previsão possível. Para minimizar o erro padrão, levou-se em conta a soma dos quadrados dos desvios de todas as previsões, o que foi feito mediante o uso da seguinte fórmula: n Σ (Yi - Yi) i=2 ^ n - 1 S = erro 2 Vamos modificar a planilha que vínhamos utilizando, calculando a previsão agora até o mês de novembro. Aproveite e inclua mais uma coluna para numerarmos os meses. Observe também que foi desenhada uma fórmula de que necessitamos para calcular o erro, mas você não precisa fazê-la. O que você fará é introduzir essa fórmula na planilha e também fará linha a linha da planilha, o cálculo do erro da seguinte forma: � para iniciar, na célula C11 escreva 0,1 e na célula C9 escreva (1- C11); (Figura 2.15) � depois, coloque o cursor do mouse na célula E14 e digite = C14 – D14, adicionando o cifrão, mediante “F4”, antes da letra C e depois, antes da letra D, como já vimos; � a seguir, arraste com o mouse até E20. A fórmula será copiada automaticamente. Sua planilha deverá ficar semelhante a da figura 2.15. 55 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Figura 2.15: Inserção das fórmulas para o cálculo do erro Fonte: Elaboração do autor, 2008 Posicione agora o mouse na célula E22 e digite: =RAIZ(SOMAXMY2(C14:C20;D14:D20)/F20-1) Deverá aparecer um número próximo daquele que está na planilha da figura 2.16 (erro padrão). Caso o número que apareça seja um pouco diferente, não se preocupe, pois o solver irá modificá-lo. Vamos, a partir deste momento, usar uma das principais ferramentas da planilha Excel, o SOLVER. Mas antes será necessária sua instalação. Esta ferramenta vem incorporada no Microsoft Office, mas em geral não está disponível até que se solicite. Inicialmente, vá até a barra de menus, selecione Ferramentas e, a seguir, suplementos, na caixa de diálogo que irá surgir marque a opção Solver. Este procedimento instalará o solver em sua máquina. A partir deste momento, em Ferramentas aparecerá como disponível o Solver. No cálculo efetuado a seguir foi levado em conta alfa = 0,1 e utilizada a ferramenta solver do Excel, para determinar o melhor valor para alfa. 0,9 0,1α = (1-α )= A opção Solver no Excel pode ser utilizada para resolver problemas de otimização lineares e não-lineares. As restrições de inteiros podem ser colocadas nas variáveis de decisão. O Solver pode ser utilizado para resolver problemas com até 200 variáveis de decisão, 100 restrições implícitas e 400 restrições simples (limites inferior e superior e/ou restrições de inteiros nas variáveis de decisão). 56 Universidade do Sul de Santa Catarina Uma vez inseridas as alterações (observe-as na figura a seguir), clique em “ferramentas”, depois selecione “solver”, com o cursor do mouse na célula E22 apontada pela seta. Figura 2.16: Início do cálculo pelo SOLVER Fonte: Elaboração do autor, 2008 A seguir, aparecerá uma caixa de diálogo. Na opção “Definir célula de destino” marque E22. Na linha de baixo marque “Min.” Em seguida, na posição “Estimar” clicar com o mouse conforme a seta, selecione a célula C11 com o mouse e dê um ENTER. Figura 2.17: Definindo os parâmetros para o SOLVER Fonte: Elaboração do autor, 2008 57 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 A nova tela que surgirá será como mostra a figura 2.18. Figura 2.18: Definindo os parâmetros para o SOLVER Fonte: Elaboração do autor, 2008 Clique agora em adicionar. Surgirá uma nova caixa de diálogo como mostrado na figura 2.19. Figura 2.19: Referenciando a célula variável Fonte: Elaboração do autor, 2008 Agora iremos impor restrições para o cálculo. Na próxima figura trabalharemos as restrições. 58 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 2.20: Definindo a célula variável Fonte: Elaboração do autor, 2008 Clique com o mouse no ponto indicado pela seta 1, em seguida, selecione a célula C11. Com o mouse no ponto indicado pela seta 2, escolha <= e no espaço restrição escreva 1 (um) e dê um adicionar. Figura 2.21: Definindo a célula variável Fonte: Elaboração do autor, 2008 59 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Observe que a nova caixa que surgiu é igual à anterior. Selecione com o mouse o ponto indicado pela seta 1, e marque a célula C11, dê um ENTER e com o mouse selecione = > e escreva zero no campo da restrição. Dê um OK. O resultado deverá ser semelhante ao mostrado na figura 2.22. Figura 2.22: Inserção das restrições Fonte: Elaboração do autor, 2008 O próximo passo é clicar em resolver, procedimento que abrirá uma nova caixa de diálogo como mostrado na figura 2.23. Figura 2.23: Resultados do Solver Fonte: Elaboração do autor, 2008 60 Universidade do Sul de Santa Catarina Com o mouse selecione: Resposta, Sensibilidade, Limite e clique em OK. O resultado deverá ser similar à figura 2.24. Figura 2.24: Resultado final do Solver Fonte: Elaboração do autor, 2008 Assim, a previsão para o mês de novembro deverá ficar em 72,2, conforme quadro abaixo, e o melhor valor de alfa é igual 0,139746104. MESES DEMANDA PREVISãO ERRO MESES MARÇO 70 1 ABRIL 75 70,0 5,0 2 MAIO 65 70,7 -5,7 3 JUNHO 80 69,9 10,1 4 JULHO 78 71,3 6,7 5 AGOStO 71 72,2 -1,2 6 SEtEMBRO 70 72,1 -2,1 7 OUtUBRO 75 71,8 3,2 8 NOVEMBRO 72,2 ERRO PADRãO 5,15205 Quadro 2.10: Previsão. Fonte: Elaborado pelo autor, 2008. Após efetuar os cálculos, o solver fornecerá três relatórios como mostrados a seguir. 61 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 1 - Relatório de resposta Este relatório é importante para que se tenha por escrito as condições e os resultados encontrados pelo solver. Assim, no relatório de resposta são mostrados o valor original e o valor final para o erro calculado. São mostradas também as células ajustáveis e as restrições impostas ao cálculo. Cabe salientar que esses relatórios são gerados automaticamente pelo Excel. Figura 2.25: Relatório de resposta Fonte: Elaboração do autor, 2008 2 - Relatório de sensibilidade Este relatório é importante para demonstrar as células ajustáveis e o valor final para o alfa obtido pela máquina. E como pode ser observado, não apresenta restrições dentro da faixa. Figura 2.26: Relatório de sensibilidade Fonte: Elaboração do autor, 2008 62 Universidade do Sul de Santa Catarina 3 - Relatório de limites Este relatório permite observar os limites da variável em estudo, bem como o resultado atingido e o valor do erro encontrado. Figura 2.27: Relatório de limites Fonte: Elaboração do autor, 2008 Ao escrever este capítulo, possibilitamos além do conhecimento em logística a oportunidade de você aprofundar um pouco mais os conhecimentos na utilização do Excel. A inclusão desta ferramenta e seu uso em nosso curso têm o objetivo de prepará-lo cada vez mais para o mercado de trabalho em logística. Na próxima unidade, você irá estudar a curva ABC e suas aplicações em logística. 63 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 Síntese Foram vistas nesta unidade diferentes formas de se fazer uma previsão de vendas ou de compras. Foram apresentadas técnicas que poderão ser colocadas imediatamente em prática no seu trabalho e emseus controles pessoais. Quando se trata de previsão, deve-se utilizar os métodos apresentados, tais como a média móvel, os mínimos quadrados ou, ainda, a suavização exponencial. Mas cabe um alerta, sempre após calcular a previsão para o próximo período, faça uma reflexão sobre a situação de sua empresa e das condições de mercado, pois nada substitui o nosso feeling (sentimento) sobre o assunto. Foram apresentadas duas ferramentas importantes para trabalhar com logística, a calculadora HP-12C e o Excel. Nos próximos capítulos, conforme a necessidade, outras funções do Excel e da HP-12C serão utilizadas. 64 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação 1) Com base na série de valores de vendas da companhia PREVER LTDA. indicada a seguir, calcule. MÊS REALIZADO PREVISãO 1 1000 2 1500 3 1400 4 a) Calcule pelo método do último período qual a previsão para o mês 4. b) Calcule pelo método da média móvel simples qual a previsão para o mês 4. X Y PREVISÃO 1 1000 2 1500 3 1400 4 c) Calcule pelo método da média móvel ponderada qual a previsão para o mês 4 sabendo-se que os percentuais desejados na ponderação são os seguintes: Mês 1 20% Mês 2 30% Mês 3 50% MÊS REALIZADO % VALORES 1 1000 20% 2 1500 30% 3 1400 50% 4 PREVISÃO 65 Gestão de Operações e Logística I Unidade 2 d) Calcule pelo método dos mínimos quadrados qual a previsão para o mês 4. PERÍODOS 1 1.000 2 1.500 3 1.400 4 SOMATÓRIOS ΣY = Σ X = Σ Σ X . Y = X = 2 2 XY X X . Y e) Calcule pelo método da média com suavização exponencial qual a previsão para o mês 4. 66 Universidade do Sul de Santa Catarina Saiba mais Detalhes adicionais poderão ser encontrados em: DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais. Uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 1996. MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000. Excel 3UNIDADE 3Papel estratégico da gestão patrimonial e de material Objetivos de aprendizagem � Conhecer o princípio de Pareto aplicado à Logística. � Entender a importância da aplicação da curva ABC na Administração. � Desenvolver técnicas de construção da curva e tabela ABC. � Aplicar a planilha Excel na elaboração da curva e tabela ABC. � Entender a importância da gestão patrimonial e de materiais. � Perceber os significados de vida útil e econômica de um bem. � Compreender o significado da depreciação de um bem. � Conhecer as principais técnicas aplicadas à gestão patrimonial. � Desenvolver habilidades no uso da planilha Excel para efetuar cálculos e gráficos ligados ao patrimônio e a materiais. Seções de estudo Seção 1 Apresentação do princípio de Pareto aplicado a materiais Seção 2 Método de montagem da tabela e curva ABC Seção 3 Elaboração manual da tabela e curva ABC Seção 4 Elaboração no Excel da tabela e curva ABC Seção 5 Administração e controle patrimonial 68 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo A curva e a tabela ABC permitem que se percebam dentre uma grande quantidade de itens os poucos mais significativos do ponto de vista dos custos. Por exemplo, em um estoque. Imagine um almoxarifado com 30.000 produtos diferentes, como controlar? Em princípio, se não se estabelecer algum sistema de prioridade, todos os produtos serão iguais do ponto de vista de controle, sejam eles um alfinete ou um motor de carro. Uma primeira idéia seria a de se escolher os mais caros dentre eles, mas surge a pergunta: “Em que quantidade?”. Outro exemplo: como distinguir os clientes mais importantes de um banco e quais aqueles que teriam menor importância caso encerrassem suas contas? É para solucionar estas interrogações que estudaremos o princípio de Pareto. Seção 1 – Apresentação do princípio de Pareto aplicado a materiais Vilfredo Pareto foi um italiano, político, sociólogo e economista que no século XIX, apresentou uma teoria interessante, mas que não tinha muita aplicação prática na época. Sua idéia era a de verificar a distribuição de dinheiro em uma certa região da Itália. Descobriu que 80% do dinheiro estavam nas mãos de 20% da população. Este fato ficou conhecido como lei 80-20. Algum tempo depois, este princípio foi aplicado aos estoques com o objetivo de conhecer os itens (20%) mais significativos do ponto de vista dos custos. Atualmente, este princípio é usado em uma infinidade de aplicações. Por exemplo, conhecer os 20% dos clientes que respondem por 80% do resultado de um banco, considerando-se a movimentação de suas contas correntes. 69 Gestão de Operações e Logística I Unidade 3 Seção 2 – Método de montagem da tabela e curva ABC A curva e tabela ABC, oriundas do estudo de Pareto, podem ser entendidas como uma das principais ferramentas de análise disponíveis ao administrador. O desenvolvimento da técnica, como vimos, é atribuído a Pareto e permite a realização de trabalhos nas mais diversas áreas do conhecimento humano. No presente caso, ela será usada para demonstrar os custos dos estoques em relação à quantidade de itens estocados. Segundo Fogaça (2003, p. 29): É atribuída a Pareto a elaboração desta teoria. No ano de 1897, Vilfredo Pareto, fazia estudos sobre a distribuição de renda e riqueza na Itália. Ele descobriu que uma grande porcentagem da riqueza estava concentrada nas mãos de pequena parcela da população. Os valores observados foram 80% da riqueza nas mãos de apenas 20% da população. Como já vimos, este princípio posteriormente foi usado pelos administradores na análise de estoques, em cargos e salários etc. Segundo Pozo (2001), a curva ABC foi utilizada pela primeira vez na General Electric por F. Dixie, com o objetivo de avaliar estoques. Ainda segundo este autor, Dixie adotou para “A” 8% dos itens e 75% do valor de todo o estoque, os “B” representavam 25% dos itens com 20% do valor total do estoque e, finalmente, os “C” representavam 67% dos itens com 5% dos custos totais do estoque considerado. Mediante esta pesquisa foi observado que não existe consenso entre os diversos autores pesquisados em relação à proporção ideal, ficando a critério do administrador o estabelecimento dos valores desejados. Cabe ainda ressaltar que esta técnica poderá ser usada para avaliar o grau de criticidade dos itens de estoque, ou seja, determinado item pode custar pouco, mas impactar no funcionamento de uma linha de produção. Alguns autores apresentam os custos na horizontal e a criticidade na vertical, formando uma matriz em que os itens podem ser vistos simultaneamente. Esta outra análise permite que os itens sejam vistos pela dificuldade de obtenção ou seu impacto na atividade. 70 Universidade do Sul de Santa Catarina Veja a tabela e a curva ABC para um estoque hipotético obtidas mediante o uso de um simulador disponível no endereço: <http://www.engmoacir.pro.br>. Atenção: Exemplos de curva e tabela ABC são mostrados respectivamente no gráfico 3.1 e na tabela 3.1. Segundo DIAS (1993), a obtenção da tabela e curva ABC é uma tarefa que poderá ser realizada mediante cálculos manual, mecanizado ou eletrônico. Veja a seguir a forma da curva e da tabela ABC realizadas em um simulador. A tabela e a curva representam, hipoteticamente, um estoque existente na farmácia de um hospital. 71 Gestão de Operações e Logística I Unidade 3 Tabela 3.1: Tabela ABC aplicada a um exemplo de estoque de um hospital Cód. Estoque Qtd. Valor Unitário Valor Total (Consumo) % % Acumulado Classificação Tienam 500mg 100 ml Frasco 1 21949,0 21949,0 17,4 17,4 Oxigênio 1 18782,3 18782,3 14,9 32,3 Ceclane 20mg 0,2 ml seringa 1 17587,5 17587,5 13,9 46,2 Triaxin 1g frasco ampola 1 14830,5 14830,5 11,8 57,9 Keflin 1g frasco ampola 1 12057,1 12057,1 9,6 67,5 dersani 200 ml emulsão frasco 1 11927,4 11927,4 9,5 76,9 Luva de procedimento 1 10646,7 10646,7 8,4 85,4 Dermodex pomada tubo 1 1856,8 1856,8 1,5 86,8 Kit obstet. catgut simples 1 1828,21828,2 1,5 88,3 Agua destilada 250 ml 1 1826,0 1826,0 1,5 89,7 Kolagenase pom. tubo 1 1817,1 1817,1 1,4 91,2 Coletor urina 1 1815,8 1815,8 1,4 92,6 Diprospan 1ml ampola 1 1805,0 1805,0 1,4 94,0 Triclosan Sabonete liquido 1 1791,8 1791,8 1,4 95,5 agulha 1 1637,9 1637,9 1,3 96,8 Recipiente descartavel p/material 1 1632,7 1632,7 1,3 98,0 Agulha surecan 20x25 1 191,8 191,8 0,2 98,2 Catgut simples 4-0 1 191,4 191,4 0,2 98,3 Insulina mistaNPH 100 UI 1 191,2 191,2 0,2 98,5 Dormonid 15 mg - comp. 1 191,1 191,1 0,2 98,7 Pulmocare 1000 ml - L 1 189,1 189,1 0,2 98,8 Renitec 10 mg - comp. 1 189,0 189,0 0,2 99,0 Cloridrato de dopamina 50 ml 1 187,9 187,9 0,2 99,1 Scalp 25 1 187,4 187,4 0,2 99,2 Rinossoro gotas frasco frasco 1 186,6 186,6 0,2 99,4 ccompressa de gaze 7,5 x 7,5 1 185,7 185,7 0,2 99,5 Lâmina de bisturi 23 1 183,6 183,6 0,2 99,7 Disquete 1 183,4 183,4 0,2 99,8 Stilamin 250 mcg - ampola 1 183,0 183,0 0,1 100,0 Timoptol 0,25% - frasco 1 7,3 7,3 0,0 100,0 Sonda gastrica longa 12 1 6,2 6,2 0,0 100,0 Violeta genciana 1000 ml 1 5,5 5,5 0,0 100,0 Bamifix 300 g - drageas 1 5,2 5,2 0,0 100,0 Talofilina 200 mg - cápsula 1 4,1 4,1 0,0 100,0 Bricanyl cprs - comprimidos 1 3,9 3,9 0,0 100,0 Pasta 0 0,0 0,0 0,0 100,0 Drenex 1021 0 0,0 0,0 0,0 100,0 A B C Fonte: Adaptado de Barbieri e Machline, 2005 72 Universidade do Sul de Santa Catarina Gráfico 3.1: Simulação de curva ABC aplicada ao exemplo de estoque de um hospital Fonte: Simulação disponível em <www.engmoacir.pro.br>, acesso em: 02/05/2008 A curva ABC é de suma importância para o administrador, como já foi dito, pois permite classificar e estudar de forma geral as minorias mais significativas. Por exemplo: os clientes vip de um banco; os produtos mais significativos dentro do portfólio de produtos de uma empresa; os clientes mais representativos dentro do faturamento de uma empresa; os maiores salários de uma organização etc. Seção 3 – Elaboração manual da tabela e curva ABC Vejamos como a curva ABC poderá ser feita manualmente. Considere os seguintes produtos cujos códigos, quantidades e valores unitários em estoque numa certa empresa são apresentados na tabela 3.2. Tabela 3.2: Estoque de uma empresa hipotética Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total 1 135 10 1.350 2 100 10 1.000 3 40 100 4.000 4 400 20 8.000 5 2.000 10 20.000 6 10.000 10 100.000 7 120 50 6.000 8 135 10 1.350 Fonte: Elaboração do autor, 2008 73 Gestão de Operações e Logística I Unidade 3 Observe que na tabela o valor total é igual à quantidade multiplicada pelo valor unitário do item considerado. A quantidade do produto 1 foi multiplicada por seu valor unitário, resultando no valor total. Os demais valores foram encontrados da mesma forma. Entretanto, após calcular estes valores, deve-se ordenar todas as linhas, tomando como critério o valor total encontrado, com os valores aparecendo em ordem decrescente, ou seja, do maior para o menor. Veja na tabela 3.3: Tabela 3.3: Estoque de uma empresa hipotética, com os produtos ordenados segundo os valores totais (sentido decrescente) Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total % % Acumulada 6 10.000 10 100.000 5 2.000 10 20.000 4 400 20 8.000 7 120 50 6.000 3 40 100 4.000 1 135 10 1.350 8 135 10 1.350 2 100 10 1.000 Fonte: Elaboração do autor, 2008 Veja que a linha inteira iniciada pelo código 6 do produto foi mudada de sua posição original para ocupar a primeira linha da tabela. Pode-se constatar que o item de maior valor nesse estoque é o que corresponde ao produto com código 6. Na tabela 3.4 mostra- se o somatório que deverá ser feito na coluna do valor total. Tabela 3.4: Cálculo do valor total do estoque Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total % % Acumulada 6 10.000 10 100.000 5 2.000 10 20.000 4 400 20 8.000 7 120 50 6.000 3 40 100 4.000 1 135 10 1.350 8 135 10 1.350 2 100 10 1.000 141.700 Fonte: Elaboração do autor, 2008 74 Universidade do Sul de Santa Catarina O próximo passo é calcular quanto o valor total de 100.000 (produto 6) representa no valor de 141.700 (soma dos valores totais), que é o total do estoque. Esse cálculo é feito mediante o uso de uma regra de três. Logo, o valor encontrado foi de 70,6%, que deverá ficar na coluna %. Os demais valores que aparecem na tabela 3.5 foram também assim calculados. Tabela 3.5: Cálculo dos percentuais dos itens Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total % % Acumulada 6 10.000 10 100.000 70,6 5 2.000 10 20.000 14,1 4 400 20 8.000 5,6 7 120 50 6.000 4,2 3 40 100 4.000 2,8 1 135 10 1.350 1,0 8 135 10 1.350 1,0 2 100 10 1.000 0,7 141.700 100 Fonte: Elaboração do autor, 2008 Na coluna % acumulada, adiciona-se a cada item a soma das porcentagens anteriores, conforme a tabela a seguir. Tabela 3.6: Obtenção da porcentagem acumulada Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total % % Acumulada 6 10.000 10 100.000 70,6 70,6 5 2.000 10 20.000 14,1 84,7 4 400 20 8.000 5,6 90,3 7 120 50 6.000 4,2 94,6 3 40 100 4.000 2,8 97,4 1 135 10 1.350 1,0 98,3 8 135 10 1.350 1,0 99,3 2 100 10 1.000 0,7 100,0 141.700 + + Fonte: Elaboração do autor, 2008 75 Gestão de Operações e Logística I Unidade 3 Com a coluna % acumulada concluída, cabe neste momento uma análise dos dados obtidos. Deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. Esta proporção deverá ser feita considerando- se o seguinte: 1. A > B > C; 2. a soma de A, B e C deverá ser 100%; 3. se A for muito maior que B e C (por exemplo, 90%), a curva que resultará será dita de alta concentração. Se A estiver próximo de 50%, a curva resultante será dita de baixa concentração; 4. não existe uma definição clara para os valores desta proporção. No caso de estoques, existe interesse em relacionar os percentuais dos custos com os percentuais dos itens, por exemplo: Quadro 3.7: Porcentagens dos custos x itens, conforme a classificação ABC Fonte: Elaboração do autor, 2008 Sendo escolhida a proporção (70x20x10) para os custos, poderiam ser encontrados os valores (10x30x60) para os itens. O significado é o seguinte: 10% dos itens estariam representando 70% dos custos. Por outro lado, 60% dos itens representariam apenas 10% dos custos do estoque. Voltando ao exemplo da tabela 3.6, deve-se separar na coluna % acumulada o valor que estiver o mais próximo possível de 70%, a menor ou a maior. Veja na tabela 3.7. Tabela 3.7: Estabelecendo a classificação ABC Código do Produto Quantidade Valor unitário Valor total % % Acumulada 6 10.000 10 100.000 70,6 70,6 A 5 2.000 10 20.000 14,1 84,7 B 4 400 20 8.000 5,6 90,3 B 7 120 50 6.000 4,2 94,6 C 3 40 100 4.000 2,8 97,4 C 1 135 10 1.350 1,0 98,3 C 8 135 10 1.350 1,0 99,3 C 2 100 10 1.000 0,7 100,0 C 141.700 Fonte: Elaboração do autor, 2008 A B C CUSTOS 70 20 10 ITENS 10 30 60 76 Universidade do Sul de Santa Catarina A próxima marcação a ser feita é a dos valores de B, ou seja, deve-se somar 20% acima dos 70% da proporção adotada. Assim, o valor mais próximo de 90% é 90,3%, valor sublinhado na tabela 3.6. Finalmente, deve-se somar 10% acima de 90%, ou seja, 100%. Os valores entre 90% e 100% serão aqueles marcados como C. Deve-se calcular agora a relação entre os itens e os valores já calculados dos custos. No nosso hipotético estoque, o total de itens é 8, ou seja, 8 corresponde a 100% dos itens em estoque. 8 itens 100% Estoque 1 item x% X = 0,125 ou 12,5% 8 itens 100% Estoque 2 itens x% X = 0,25 ou 25% 8 itens 100% Estoque 5 itens x% X = 0,625 ou 62,5% A B C Figura 3.1: Cálculo do percentual de cada parte em relação ao total do estoque Fonte: Elaboração do autor, 2008 Com os cálculos efetuados acima, encontrou-se que 12,5% dos itens correspondem a 70% dos custos (1 item A). Já os itens C (5 itens) respondem por 62,5% do total dos itens do estoque, entretanto, representam apenas 10% dos custos. Finalmente, agora se deve fazer a curva ABC baseada na tabela que foi construída. CURVA ABC 0
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