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PANDEMIA: RISCO E INCERTEZA. Os impactos do “novo normal” na Gestão de Projetos. Acadêmico1 Tutor Externo2 RESUMO Este trabalho tem como tema os impactos da pandemia sobre a Gestão de Projetos, a tentativa em classifica-la como risco ou incerteza e o cenário empresarial no período do “novo normal”, ou pós- pandemia. Para a realização deste estudo foram traçados objetivos específicos expondo uma revisão bibliográfica sobre o assunto e, posteriormente, uma análise das possibilidades de mudanças -ou das já consagradas- na forma de abordar o contexto da Gestão de Projetos, bem como, os novos paradigmas que se impõe para os profissionais desta área. Verifica-se uma tendência, ou necessidade, da construção de novas relações de trabalho, de produção, de aprendizado, com o consumidor e, prioritariamente, de responsabilidades sociais mais efetivas e eficientes. Também, alerta-se para um possível looping da crise que traria à tona um novo ambiente de incerteza e, portando, a extrema necessidade de as corporações estarem preparadas, através da Gestão de Riscos, para manterem seus planejamentos e desenvolver seus projetos. Palavras-chave: Gestão de Projetos. Incerteza e Risco. Pandemia. 1 INTRODUÇÃO Eventos que foram marcos históricos, como a Grande Depressão (1929), a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a escalada terrorista e os atentados de 11 de setembro (2001), promoveram aprendizados e mudanças em todos os setores da sociedade. Certamente a pandemia do novo coronavírus entrou no relação das grandes crises globais da humanidade — afinal, além dos efeitos sanitários, a Covid-19 trouxe consequências econômicas, sociais e políticas que serão sentidas pelas próximas décadas. Especificamente no mundo corporativo esse evento pode ser considerado uma incerteza, um risco ou ambos; afinal, ele possui em seu gene a imprevisibilidade da incerteza e as probabilidades das consequências. Diferenciar conceitualmente incerteza e risco é algo relativamente simples, pois se a primeira representa uma perturbação que não pode ser estimada o segundo apresenta probabilidades de mensuração. 1 Fernando Penna de Moraes Jung. 2 Prof. Me. Ricardo Figueiro Cruz, Tutor Externo. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Economia FLX 0254 – 10/12/20. Seguramente, organizações de todos os portes e setores foram profundamente impactadas pela pandemia, no Brasil e no mundo. O desafio os líderes empresariais, através da Gestão de Projetos, é manter suas instituições estáveis durante essa crise sem precedentes, ao mesmo tempo em que precisam se preparar para um futuro novo e incerto. As decisões de negócios tomadas a curto prazo direcionarão a forma como a empresa se sustentará a médio e longo prazo. A aplicação prática deste trabalho consiste no estudo de caso sobre a nova realidade no mundo corporativo e seu objetivo é identificar possibilidades de enfrentamento da crise e os novos desafios que se apresentam no pós-pandemia. Para satisfazer este objetivo geral, faz-se necessário uma breve revisão dos conceitos de risco, incerteza e Gestão de Projetos. A justificativa primordial desta investigação é mostrar que para sobreviver em épocas críticas, como a que estamos vivendo, é primordial uma eficiente Gestão de Projetos que identifique e controle os riscos, determine seus impactos, apresente um plano de controle e um planejamento para contingências. Ademais, observe com clareza as recentes demandas e reconheça as novas conjunturas. Quanto a metodologia, este artigo descritivo de natureza básica, utiliza a pesquisa bibliográfica através de fontes secundárias. Nesse contexto, o presente trabalho é formado pelos seguintes capítulos: Introdução, Fundamentação Teórica, Metodologia, Resultados e Discussões e, por fim, Conclusões. A Introdução apresenta a delimitação do tema, a definição do problema, os objetivos e justificativas. No segundo capítulo elabora-se uma revisão de literatura que servirá para fundamentar o desenvolvimento do artigo, reforçando os conceitos básicos de incerteza, risco e Gestão de Riscos. O terceiro capítulo aborda a metodologia em que é baseada a elaboração do trabalho. Já o quarto capítulo contempla o os resultados e discussões através da análise dos conhecimentos, conceitos e fatos associados a Fundamentação Teórica. O quinto, e último, traz as conclusões apreendidas sobre os tópicos abordados. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 RISCO E INCERTEZA Em um mundo ideal e imaginário os mercados estariam sempre em equilíbrio, os fatores de produção seriam infinitos, a natureza preservada com seus fenômenos previsíveis e toda a humanidade composta por homo economicus3. Porém, não é assim que a realidade se comporta, pois estamos em permanente movimento provocando ou sofrendo constantes mudanças. No mundo 3 O homo economicus, Econ, ator ou maximizador racional é um ser humano fictício criado pelos economistas. Segundo esta hipótese, esses indivíduos procuram satisfazer as suas necessidades de forma racionalmente perfeita. corporativo esse comportamento é reforçado, fazendo dessas perturbações fatos inevitáveis no ambiente de negócios. Esses distúrbios são classificados como riscos ou incertezas. Risco é quando todas as variáveis de uma situação são conhecidas e você consegue calcular as probabilidades de cada uma delas acontecerem, podendo resultar em uma ameaça (quando negativo) ou oportunidade (quando positivo). Por outro lado, em uma situação de incerteza, é difícil estimarmos as diferentes probabilidades do que pode acontecer ou, em alguns casos, impossível sequer prever o que é passível de ocorrer. De acordo com Knight (1921, p.19), o risco é considerado “como uma probabilidade mensurável, e a incerteza, como uma situação expressa por valores indeterminados e não quantificáveis, isto é, refere-se a uma situação de probabilidade numericamente imensurável”. Já para Keynes (1936) a incerteza está relacionada àquilo que o indivíduo simplesmente não sabe e não há base científica para calcular a chance de uma ocorrência no futuro. Entretanto, os conceitos de risco e incerteza estão muito próximos, sendo necessário diferenciá-los. Neste sentido Moraes, Laurindo e Pereira (2008, p. 41) fazem a seguinte separação: “Incerteza refere-se, geralmente, ao desconhecimento dos possíveis desdobramentos de uma decisão ou linha de conduta. A ideia de risco, por sua vez, inclui uma quantificação das probabilidades de ocorrência de eventos futuros e de suas possíveis consequências, geralmente nas metas dos projetos”. Os autores ressaltam que apesar das diferenças entre os dois conceitos, ao se avançar na busca de quantificar as incertezas relacionadas aos projetos, os conceitos acabam se embaralhando na prática. Podemos classificar os riscos como de origem interna, ou seja, associados à própria estrutura da organização, seus processos, governança, quadro de pessoal, recursos ou ambiente de tecnologia; ou de origem externa, aqueles associados ao ambiente onde a organização opera e, geralmente, ela não tem controle direto sobre estes eventos (riscos políticos, econômicos, socioculturais, tecnológicos, legais e ambientais). 2.2 GESTÃO DE RISCOS Além das mudanças geopolíticas, das alterações regulatórias e das crises ao redor do mundo, a pandemia da COVID19 constrói um cenário de instabilidade, onde as empresas precisam de uma governança corporativa de excelência para sobreviver. Neste cenário a Gestão de Riscos4 torna-se 4 A Gestão de Risco é o conjunto de atividades coordenadas que têm o objetivo de gerenciar e controlar a organização em relação a potenciais perturbações, seja qual for a sua manifestação. uma questão de sobrevivência e ganha destaque em seu papel estratégico, determinando quais riscos valem a pena e quais devem ser mitigados o mais rápido possível. Gerenciar riscos é saberadotar medidas com o potencial de prevenir ou eliminar os riscos e, também, saber identificar oportunidades que possam gerar valor para a organização. Fazer a Gestão de Riscos é estabelecer estratégias que tragam equilíbrio entre as metas e objetivos a serem alcançados e os riscos que os rodeiam. Brasiliano (2018), afirma que: O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatíveis com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. (BRASILIANO, 2018, p. 52) FIGURA 1 – FLUXO DOS PROCESSOS DE UMA GESTÃO DE RISCOS FONTE: Adaptado pelo autor, 2020. A figura acima demonstra as etapas necessárias para que tenhamos uma boa gestão de projetos: • Estabelecimento do contexto: definição das características empresariais que irão direcionar todo o processo. • Identificação de riscos – identificar os riscos e verificar os impactados que podem causar. • Análise dos riscos – qualificar os riscos em termos quantitativos e/ou qualitativos. • Avaliação de riscos - decidir opções de tratamento e aceitação de riscos. • Priorização dos riscos – escolher os riscos de maior impacto e medir sua repercussão global. • Tratamento de riscos – executar as ações planejadas na avaliação dos riscos. • Monitoramento e Análise Crítica - para que riscos sejam controlados e ajustados sempre que necessário. • Comunicação riscos - necessária para que todas partes interessadas estejam atualizadas a respeito das ações tomadas ao longo de todo o processo. Já para Roldão (2007, p.71) um plano eficiente para gerenciamento de riscos é composto das seguintes etapas: 1. Identificar riscos e fontes de risco. 2. Determinar seu impacto. 3. Escolher os riscos de maior impacto global. 4. Determinar a possiblidade 5. Desenvolver um plano de controle de risco (evita-lo, realizar seguros, negociar contratos cuidadosamente). 6. Controlar os vários riscos identificados. 2.3 PLANO DE CONTIGÊNCIAS Por meio do Plano de Contingências, é possível, junto com algumas estratégias, tomar atitudes mais afirmativas e eficientes para prevenir e enfrentar crises inesperadas. Também chamado de Plano de Continuidade de Negócios, Plano de Recuperação de Desastres ou Plano de Gerenciamento de Incidentes é um documento desenvolvido com intuito de avaliar, uniformizar, orientar e treinar as ações e estratégias necessárias para dar respostas de controle e combate às situações anormais e adversas que podem ocorrer no ambiente corporativo. Geralmente, o Plano de Contingências segue o seguinte roteiro: montagem de um comitê de gestão de crise, análise dos riscos, determinação de estratégias de recuperação, confecção de um guia do plano de contingência e realização de testes e revisões. 3 METODOLOGIA Este artigo, de natureza básica, trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa dos dados. Segundo Cervo e Bervian (2002), para a realização de uma pesquisa descritiva, procura- se descobrir com precisão a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação com os outros, natureza e característica, observando e analisando os fatos sem alterá-los. A pesquisa descritiva subdivide-se em: pesquisa documental e/ou bibliográfica e pesquisa de campo. A modalidade desenvolvida foi a pesquisa bibliográfica, onde a forma de coleta foram as fontes secundárias, como livros, artigos e documentos monográficos. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). Neste projeto foi empregada uma revisão bibliográfica, em diversas fontes sobre o tema Pandemia: Riscos e Incertezas. Para que se pudesse alcançar o objetivo desse estudo, foi realizada a análise e conexão dos conteúdos procurando conceituar e diferenciar risco e incerteza, exemplificar como realizar uma gestão de riscos e um plano de contingências eficientes e, por fim, avaliar os impactos da pandemia no tocante às mudanças que ela provocou nas relações econômicas e no mundo corporativo. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES As atividades de gestão das empresas são agora acrescidas, nesta época de pandemia, por incertezas e falta de recursos de toda a ordem, sejam financeiros, de matéria prima e insumos, de pessoal e de serviços terceirizados. Diante disso, neste momento, as empresas podem estar expostas a uma série de riscos estratégicos e operacionais, como atrasos ou interrupção do fornecimento de matérias-primas, mudanças nas demandas de clientes, aumento de custos, insuficiências logísticas que levam a atrasos em entregas, questões de saúde e segurança de funcionários, força de trabalho insuficiente e desafios referentes a importação e exportação de produtos, entre outros. Os gerentes de projeto terão que revisar seus planos, identificando os riscos que surgem com as novas maneiras de trabalhar durante a crise de Covid-19. Agora, mais do que nunca, a análise e o gerenciamento de riscos será uma prática crucial para os gerentes de projeto. Segundo a Deloitte5, no atual panorama, para lidar com as incertezas de um futuro próximo, faz-se fundamental promover algumas ações como: a) instituir equipes de tomada de decisões de emergência para definir os objetivos a serem alcançados e criar um plano de emergências, garantir que as decisões possam ser tomadas o mais rápido possível em diferentes situações; b) fazer uma avaliação imediata e abrangente de todos os riscos, incluindo questões com funcionários, terceiros, governo, demais públicos externos e toda a sua cadeia logística, bem como cuidar de assuntos relativos aos planos de emergência e divisão de trabalho; c) estabelecer um mecanismo positivo de comunicação de informações para funcionários, clientes e fornecedores, e criar documentos de comunicação padronizados; d) manter o bem-estar físico e mental dos funcionários e analisar a natureza de diferentes negócios e tarefas para assegurar a adequada retomada desses trabalhos (home- office, férias, flexibilidades); e) promover práticas de responsabilidade social e gerenciamento de partes interessadas e incorporação de estratégias de desenvolvimento sustentável às tomadas de decisão (as empresas devem seguir o planejamento e os planos de ação unificados do governo local); f) considerar ajustes em seus orçamentos e planos de implantação, planejamento de fluxo de caixa; g) melhoria dos mecanismos de gestão de risco. Outrossim, a incidência da epidemia modificou o cenário mundial criando uma nova cultura para o pós-pandemia, o dito “novo normal”, que afeta definitivamente a forma de abordar o contexto da Gestão de Projetos. Um primeiro ponto que podemos observar é a grande preocupação com a responsabilidade corporativa social das empresas e a necessidade de trabalhar políticas com foco no consumidor e nos colaboradores, destacando o lado social e promovendo ações voltadas a cuidados especiais e exclusivos, além de posicionamentos de transparência, apelos por prevenção e medidas de segurança. Existe, também, um debate sobre a flexibilização nas relações de trabalho, ressaltando quea legislação trabalhista não contempla episódios como a pandemia. Medidas como a concessão de férias individuais e de férias coletivas, a utilização de banco de horas, a adoção do regime de teletrabalho e até mesmo a suspensão do contrato de trabalho já estão em constante discussão pelas empresas. No mesmo sentido, a pandemia acelerou a adoção de novas práticas de trabalho e educação remota. A desconfiança na utilização deste modelo de colaboração foi acaroada pela urgência em se manter organizações operando e alunos dando continuidade a seus estudos. A infraestrutura desta transformação digital estava à disposição, mas não totalmente em uso, e agora é preciso democratizar o acesso e criar novos hábitos para atuar remotamente. 5 Deloitte Touche Tohmatsu Limited, consultoria inglesa presente em 150 países. Adaptado pelo autor de um artigo extraído na página https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-deloitte/articles/10-acoes-empresas-pandemia.html#. Observamos, por outro lado, um despertar da coletividade, pois a pandemia mudou o foco da nossa visão e fomos forçados a olhar para o outro entendendo que o nosso bem-estar depende de uma ação coletiva em que cada um é peça fundamental para a sobrevivência de todos. Obviamente, a Gestão de Projetos será impactada pelo “new normal” e seus profissionais devem estar preparados para enfrentar alguns novos paradigmas, como por exemplo: a importância das pessoas e da equipe (formar uma boa equipe, fomentar uma cultura de aprendizado e inovação, cultivar um ambiente fértil para a criação e inovação), a realização da Gestão de Projetos em ambiente remoto e virtualizado e a importância da ciência e do trabalho com dados (ao utilizar softwares para a gestão de projetos gera-se uma quantidade considerável de dados que devem ser trabalhados utilizando conceitos e ferramentas de Business Intelligence e Inteligência Artificial). 5 CONCLUSÕES Para Nassim Taleb6, certamente a epidemia do coronavírus pode ser considerada um novo “Cisne Negro”. De acordo o autor do livro A lógica do Cisne Negro: O impacto do altamente improvável (2015), o termo se refere a eventos que possuem três características indispensáveis: são imprevisíveis e raros, podem ser compreensíveis somente depois de ocorridos e apresentam consequências extremas. Numa definição mais ortodoxa a pandemia deve ser considerada uma incerteza pela sua imprevisibilidade ou um risco externo pela sua origem exógena e por escapar do controle das organizações. Entretanto, flertando com a heterodoxia e fazendo jus ao título desse trabalho, podemos classificar esse fenômeno como, ao mesmo tempo, incerteza e risco. No início um inimigo desconhecido que criou uma ruptura dos padrões de relacionamento em todas as esferas - incerteza. Com o passar do tempo a incerteza deixa de ser inesperada e dá lugar a variáveis com probabilidades atribuídas – risco. Porém, devido a mutação do vírus e a falta de medicação específica a crise pode sofrer um looping assumindo, novamente, um caráter aleatório – incerteza. Ademais, a extensão dos reflexos humanitários, sociais, econômicos e culturais permanece imprevisível. A luz dessa celeuma, o certo é que o Coronavírus está mudando o cenário empresarial para todos nós. Embora cada empresa tenha desafios específicos, todas estão sendo afetadas de alguma maneira: fechamento de lojas, alterações nas demandas dos clientes, problemas na cadeia de suprimentos ou questões logísticas. Por isso, exigências cada vez maiores estão sendo alocadas para as áreas responsáveis pela Gestão de Projetos. Observa-se que, em muitas empresas, os riscos sequer haviam sido mapeados. Mas em organizações que já estavam preparadas para o trabalho remoto ou para oferecerem seus serviços on- 6 Nascido no Líbano Nassim Nicholas Taleb é escritor, ensaísta, estatístico, analista de riscos e matemático de formação line, como o caso de aulas à distância, conseguiram mostrar seu diferencial no mercado e estão passando por esse momento delicado com maior facilidade. Ainda, empresas que utilizam de softwares de inteligência artificial também estão mais preparadas para passar por essa crise com maior tranquilidade. Algumas já analisam o perfil comportamental dos colaboradores por meio dessa ferramenta (IA), conhecendo seus pontos fracos e fortes — entendendo como eles se comportam diante de situações de crise. Certamente, as ações para manter a sobrevivência e permitir a recuperação dos negócios no pós-pandemia exigirão de todos os envolvidos esforço e cuidado extra no planejamento e execução de projetos. Os principais desafios são quanto ao retorno e reabertura das empresas, a construção de um planejamento e avaliação de cenários pós-crise, a identificação de oportunidades de inovação para posicionar sua organização e alavancar os negócios no novo cenário, a seleção de indicadores prioritários para monitorar e responder a situações de crise, avaliação e mapeamento dos riscos e da estrutura de controles internos para proteger a organização e atender às necessidades do contexto atual e o aprimoramento e fortalecimento das funções de auditoria interna. Mais do que nunca as palavras de Peter Drucker7: “A única coisa que sabemos sobre o futuro é que ele será diferente, portanto, a melhor maneira de predizer o futuro é criá-lo. O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes.”, servem como dogma para ilustrar nossa nova realidade. REFERÊNCIAS BRASILIANO, Antônio Celso Ribeiro. Inteligência em riscos [livro eletrônico]: gestão integrada em riscos corporativos. São Paulo: Sicurezza, 2018. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Rentince Hall, 2002. FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da Pesquisa Científica. Fortaleza: UEC, 2002. https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-deloitte/articles/10-acoes-empresas-pandemia.html#. último acesso em 05/12/2020. KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996. KNIGHT, Frank. Risk, Uncertainty and Profit. London: Houghton Mifflin, 1921. MORAES, Renato de Oliveira; LAURINDO, Fernando José Barbin; PEREIRA, Priscila Santiago. Incerteza de Portfólio de Projetos. Curitiba-Paraná. Revista Gestão Industrial, v. 04, n. 01, p. 39- 56, 2008. ROLDÃO, Victor Sequeira. Gestão de projetos: uma perspectiva integrada. São Carlos: EdUFSCar, 2007. 7 Peter Ferdinand Drucker foi um escritor, professor e consultor administrativo de origem austríaca, considerado o pai da administração e da gestão moderna. https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-deloitte/articles/10-acoes-empresas-pandemia.html TALEB, Nassim Nicholas. A lógica do Cisne Negro: O impacto do altamente improvável. Rio de Janeiro: Editora Best Sellers, 2015.
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