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Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a É com imensa alegria que organizo este material, para tratar de assuntos inerentes à nossa querida Língua Portuguesa, tendo como foco os principais concursos de Rondônia e do país. Inicialmente farei minha apresentação para que me conheçam e me permitam conhecê- los também. Meu nome é Edson Ribeiro, vascaíno sofredor, capixaba de nascimento e rondoniense de coração, que desde 2003 exerce o cargo de Escrivão de Polícia Federal, atualmente lotado na Delegacia de Vilhena. Oriundo de família humilde, por orientação de meus queridos pais e meus magníficos professores, vi no estudo a melhor maneira de vencer na vida. E venci! Por isso terei a maior satisfação em participar do crescimento de todos vocês, como forma de reconhecimento e de continuidade ao trabalho que meus mestres desenvolveram no passado. Iniciei minha trajetória cedo, aos dezoito anos fiz dois concursos: Auxiliar Administrativo de uma Prefeitura do interior e Agente Censitário Municipal do IBGE, passei em 1º lugar nos dois. Surgiu, então, um apaixonado por concursos públicos. A partir daí, prestei 27 (vinte e sete) provas de concursos, em um período de cinco anos, entre nível médio e superior. Desse total, passei em 24 (vinte e quatro) dentro das vagas ou no topo do cadastro reserva. De Carteiro, Técnico Bancário, Fiscal Tributário, Analista Judiciário da Justiça Federal, Comissário de Menores a Escrivão de Polícia Federal, de onde não pretendo mais sair, passei por diversos órgãos e funções. Isso me deu condições de poder reconhecer o que normalmente é cobrado nos concursos e como devemos estudar. Estudar para concurso não é estudar muito, é estudar da maneira certa. Já minha experiência na condição de professor de curso preparatório se iniciou em decorrência do destaque na faculdade e do sucesso nas provas de concursos. Fui convidado a ministrar a primeira aula em cursinhos em 2001, quando ainda estava na faculdade, o que fiz com amor e dedicação; e conquistei, com qualidade nas aulas e muito carisma em sala, posição de destaque no estado. Desde o ano de 2001, venho auxiliando vários candidatos a conseguirem suas tão sonhadas vagas no serviço público. Ao longo desses 12 (onze) anos, trabalhei exclusivamente em cursos preparatórios, ajudando na aprovação de milhares de candidatos, dentre os quais posso destacar servidores do IBAMA, Agentes Penitenciários Federais, Auditores Fiscais Estaduais e Federais, Policiais Militares, Policiais Civis, Policiais Rodoviários Federais e inúmeros outros. Pois bem, agora que me apresentei, vou falar um pouco de minha metodologia e de como o curso será estruturado. Tudo bem? Vamos lá, então! METODOLOGIA E ESTRUTURA DO CURSO Como sempre estudei por livros e apostilas, sem condições de ter aulas presenciais de qualidade ou em horários compatíveis, valorizo muito o material escrito. Por isso, tento escrever em uma linguagem clara, a fim de passar aos meus alunos o conteúdo da forma mais fácil possível, pois me lembro de como era difícil entender alguns livros cheios de teorias vazias, o que tornava muito abstrato e cansativo, bem como algumas apostilas cheias de erros e de conceitos muitas vezes ultrapassados. Meu objetivo será simplificar, sem perder a qualidade. Não quero, com isso, dizer que os livros não sejam necessários. Eles são, porém o estudo fica lento, já que há muita teoria neles que não são cobradas em concursos, tendo o aluno que filtrar o que realmente é interessante. Neste curso já faremos a filtragem e entregaremos somente o Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a que há de melhor. Portanto, nosso trabalho será direcionado e totalmente focado naquilo que tem caído nas provas. Feitas as considerações iniciais, passemos à nossa primeira aula: MÓDULO 01 Níveis de Análise da Língua Vamos começar o nosso estudo fazendo uma distinção entre três níveis de análise da Língua Portuguesa. Afinal, você não pode ficar “inventando moda” na hora de estudar e se confundir todo. Então, fique ligado nessa diferença: I. Nível Fonético / Fonológico: Estuda a produção e articulação dos sons da língua. II. Nível Morfológico: Estuda a estrutura e a classificação das palavras. III. Nível Sintático: Estuda a função das palavras dentro de uma sentença. IV. Nível Semântico: Estuda as relações de sentido construídas entre as palavras. Na Semântica, estudaremos, entre outras coisas, a diferença entre linguagem de sentido denotativo (ou literal, do dicionário) e linguagem de sentido conotativo (ou figurado). Ex. Rosa é uma flor. 05. Morfologia: Rosa: substantivo; Uma: artigo; É: verbo ser; 06. Sintaxe: Rosa: sujeito; É uma flor: predicado; Uma flor: predicativo do sujeito. 07. Semântica: Rosa pode ser entendida como uma pessoa ou como uma planta, depende do sentido. Vamos, a partir de agora, estudar as classes de palavras. Precisamos de uma base sólida para podermos progredir. Morfologia - 10 Classes de Palavras Antes de mergulhar nas conceituações, vamos fazer uma tabela para facilitar o nosso estudo: Classe e Exemplo. 01. Artigo: O, a, os, as, um, uma, uns, umas. 02. Adjetivo: Legal, interessante, capaz, brasileiro, francês Fique Ligado Preste muita atenção à morfologia, pois, sem ela, não é possível progredir no estudo do Português! Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 03. Advérbio: Muito, pouco, bem, mal, ontem, certamente 04. Conjunção: Que, caso, embora 05. lnterjeição: Ai! Ui! Ufa! Eita 06. Numeral: Sétimo, vigésimo, terço 07. Preposição: A, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre 08. Pronome: Cujo, o qual, quem, eu, lhe 09. Substantivo: Mesa, bicho, concursando, Pablo, José 10. Verbo: Estudar, passar, ganhar, gastar Artigo O artigo é a palavra variável que tem por função individualizar algo, ou seja, possui como função primordial indicar um elemento, por meio de definição ou indefinição da palavra que, pela anteposição do artigo, passa a ser substantivada. Os artigos se subdividem em: a) Artigos definidos b) o, a, os, as - porque definem o substantivo a que se referem. Veja o exemplo: Ex.: Hoje à tarde, falaremos sobre a aula da semana passada. Segundo exemplo: Ex.: Na última aula, falamos do conteúdo programático. b) Artigos indefinidos um, uma, uns, umas porque indefinem o substantivo a que se referem. Veja o exemplo: Ex.: Assim que eu passar no concurso, eu irei comprar um carro. Segundo exemplo: Ex.: Pela manhã, papai, apareceu um homem da loja aqui. É importante ressaltar que os artigos podem ser contraídos com algumas preposições essenciais, como demonstraremos na tabela a seguir: PREPOSIÇÕES ARTIGO DEFINIDO O A Os As A Ao À Aos Às De Do Da Dos Das Em No Na Nos Nas Per Pelo Pela Pelos Pelas Por Polo Pola Polos Polas PREPOSIÇÕES ARTIGO INDEFINIDO Um Uma Uns Umas Dum Duma Duns Dumas Num Numa Nuns Numas Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a O artigo é utilizado para substantivar um termo. Ou seja, quer transformar algo em um substantivo? Coloque um artigo em sua frente. Ex.: Cantar alivia a alma. (verbo) Ex.: O cantar alivia a alma. (substantivo) 01. (CESGRANRIO) Entre os apresentados a seguir, qual o único exemplo em que o “a” NÃO pode ser classificado como artigo? a) “.. mostram como ponto em comum a capacidade de ...“ b) “de suportara frustração.” c) “sujeitos a condições subumanas, ...“ d) “Venceram a voz que falava:” e) “... sobre a atitude negativa.” Resposta: C Comentário: uma questão de simples resolução. Basta observar que a palavra “a” na alternativa “C” não fez flexão, ou seja, ficou no singular. Como o artigo costuma flexionar de acordo com o substantivo (e não fez), o elemento em destaque é uma preposição. Também era possível identificar se buscássemos a regência da palavra “sujeitos” Quem está sujeito, está sujeito a alguma coisa. Assim, entende-se que a palavra em destaque é uma preposição. Emprego do artigo com a palavra “todo” Quando inserimos artigos ao lado do termo “todo”, em geral, o sentido da expressão passa a designar totalidade. Como no exemplo abaixo: Ex.: Pobreza é um problema que acomete todo país. (todos os países) Ex.: Pobreza é um problema que acomete todo o país. (o país em sua totalidade). Adjetivo É a palavra variável que expressa uma qualidade, característica ou origem de algum substantivo ao qual se relaciona. Ex.: Meu terno é azul, elegante e italiano. Analisando entendemos assim: Azul.: característica. Elegante.: qualidade. Italiano.: origem. Vamos falar um pouquinho sobre a estrutura e classificação dos adjetivos. Com relação à sua formação, ele pode ser: Explicativos: quando a característica é comum ao substantivo referido. Ex.: Fogo quente, Homem mortal. (Todo fogo é quente, todo homem é mortal) Restritivos: quando a característica não é comum ao substantivo, ou seja, nem todo substantivo é assim caracterizado. Ex.: Terno azul, Casa grande (Nem todo terno é azul, nem toda casa é grande) a) Simples: Quando possui apenas uma raiz. Ex.: amarelo, brasileiro, competente, sagaz, loquaz, inteligente, grande, forte etc. b) Composto: Quando possui mais de uma raiz. Ex.: amarelo-canário, luso-brasileiro, verde- escuro, vermelho-sangue etc. c) Primitivo: Quando pode dar origem a outra palavra, não tendo sofrido derivação alguma. Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Ex.: bom, legal, grande, rápido, belo etc. d) Derivado: Quando resultado de um processo de derivação, ou seja, oriundo de outra palavra. Ex.: bondoso (de bom), grandioso (de grande), maléfico (de mal), esplendoroso (de esplendor) etc. Os adjetivos que designam origem de algum termo são denominados adjetivos pátrios ou gentílicos. Uma pequena lista de adjetivos pátrios de estado: ADJETIVOS PÁTRIOS Acre Acriano Alagoas Alagoano Amapá Amapaense Aracaju Aracajuano ou aracajuense Amazonas Amazonense ou baré Belém (PA) Belenense Belo Horizonte Belo-Horizontino Boa Vista Boa-vistense Brasília Brasiliense Cabo Frio Cabo-friense Campinas Campineiro ou campinense Curitiba Curitibano Espírito Santo Espírito-santense ou capixaba Fernando de Noronha Noronhense Florianópolis Florianopolitano Goiânia Goianiense João Pessoa Pessoense Macapá Macapaense Maceió Macioense Manaus Manauense Maranhão Maranhaense Marajó Marajora Natal Natalense ou papa- jerimum Porto Alegre Porto alegrense Ribeirão Preto Ribeiropretense Rio de Janeiro (estado) Fluminense Rio de Janeiro (cidade) Carioca Rio Branco Rio-branquense Rio grande do Norte Rio-grandense-do-norte, norte-riograndense ou potiguar Rio grande do Sul Rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense ou gaúcho Rondônia Rondoniano Roraima Roraimense Salvador Salvadorense ou soteropolitano Santa Catarina Catarinense, carineta ou barriga-verde Santarém Santarense Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a São Paulo (estado) Paulista São Paulo (cidade) Paulistano Sergipe Sergipano Teresina Teresinense Tocantins Tocantinense PAÍSES Croácia Croata Costa Rica Costa Riquense Curdistão Curdo Estados Unidos Estadunidense, norte- americano ou ianque El Salvador Salvadorenho Guatemala Guatemalteco Índia Indiano ou hindu (os que professam o hinduísmo) Israel Israelense ou israelita Moçambique Moçambicano Mongólia Mongol ou mogólico Panamá Panamenho Porto Rico Porto-riquenho Somália Somali Adjetivos pátrios compostos Na formação de adjetivos pátrios compostos, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos: ADJETIVOS PÁTRIOS COMPOSTOS África Cultura afro-americana Alemanha Germano- ou teuto- / Competições teutoinglesas América Américo- / Companhia américo-africana Ásia Encontros ásio-europeus Áustria Astro- / Peças austro-búlgaras Bélgica Belgo- / Acompanhamentos belgo-franceses China Sino- / Acordos sino-japoneses Espanha Espanha = hispano- / Mercado hispano-português Europa Euro- / Negociações euro- americanas França Franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas Grécia Greci- / Filmes greco-romanos Índia Indo- / Guerras indo- paquistanesas Inglaterra Anglo- / Letras anglo- portuguesas Itália Ítalo- / Sociedade ítalo- portuguesa Japão Nipo- / Associações nipo- brasileiras Portugal Luso- / Acordos luso- brasileiros Locução Adjetiva Expressão que tem valor adjetival, mas que é formada por mais de uma palavra. Geralmente, Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 7 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a concorrem para sua formação uma preposição e um substantivo. Veja alguns exemplos. LOCUÇÃO ADJETIVA ADJETIVO De águia Aquilino De aluno Discente De anjo Angelical De ano Anual De aranha Aracnídeo De asno Asinino De baço Esplênico De bispo Episcopal De bode Hircino De boi Bovino De bronze Brônzeo ou êneo De cabelo Capilar De cabra Caprino De campo Campestre ou rural De cão Canino De carneiro Arietino De cavalo Cavalar, equino, equideo ou hípico De chumbo Plúmbeo De cinza Cinério De coelho Cunicular De cobre Cúprico De criança Pueril De dedo Digital De diamante Diamantino ou adamantino De elefante Elefantinho De enxofre Sulfúrico De esmeralda Esmeraldino De estômago Estomacal ou gástrico De falcão Falconídeo De fera Ferino De ferro Férreo De Fígado Figadal ou jepático De fogo Ígneo De gafanhoto Acrídeo De garganta Gutural De gelo Glacial De gesso Gópseo De guerra Bélico De homem Viril ou humano De ilha Insular De intestino Celíaco ou entérico De inverno Hibernal ou invernal De lago Lacustre De laringe Laríngeo De leão Leonino De lebre Leporino De lobo Lupino De lua Lunas ou selênico De macaco Simiesco, símio ou Prof. Edson Ribeiro Página | 8 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a macacal De madeira Lígneo De marfim Ebúrneo ou ebóreo De mestre Magistral De monge Monacal De neve Níveo ou nival De nuca Occipatal De orelha Auricular De outro Áureo De velha Ovino De paixão Passional De pâncreas Pancreático De pato Anserino De peixe Písceo ou actíaco De pombo Columbiano De porco Suíno ou porcino De prata argênteo ou argírico De quadris Ciático De raposa Vulpino De rio Fluvial De serpente Viperino De sonho Onírico De terra Telúrico, terrestre ou terrano De trigo Tritício De urso Ursino De vaca Vacum De velho Senil De vento Eólico De verão Estival De vidro Vítreo ou hiliano De virilha Inguinal De visão Óptico ou ótico Flexão do adjetivo O adjetivo pode ser flexionado em gênero, número e grau. Vejamos melhor como isso se dá. 01. Flexão de gênero (Masculino/Feminino) Com relação ao gênero, os adjetivos podem ser classificados de duas formas: Biformes: quando possuem uma forma para cada gênero. Ex.: Homem belo / mulher bela Ex.: Contextocomplicado / questão complicada. Uniformes: quando possuem apenas uma forma, como se fossem elementos neutros. Ex.: Homem fiel / mulher fiel. Ex.: Contexto interessante / questão interessante. 02. Flexão de número (Singular/ Plural) Os adjetivos simples seguem a mesma regra de flexão que os substantivos simples, portanto trataremos desse assunto no capítulo de Flexão Nominal. Momentaneamente, abordemos a flexão dos adjetivos compostos. Serão, por regra, flexionados os adjetivos compostos que, em sua formação, possuírem dois adjetivos. A flexão Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 9 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a ocorrerá apenas no segundo elemento da composição. Ex.: Guerra greco-romana – Guerras greco- romanas Ex.: Conflito socioeconômico – Análises socioeconômicas Por outro lado, se houver um substantivo como elemento da composição, o adjetivo fica invariável. Ex.: Blusa amarelo-canário – Blusas amarelo-canário Ex.: Mesa verde-musgo - Mesas verde- musgo. O caso em questão também pode ocorrer quando um substantivo passa a ser, por derivação imprópria, um adjetivo, ou seja, também serão invariáveis os “substantivos adjetivados”. Ex.: Terno cinza -Ternos cinza Ex.: Vestido rosa – Vestidos rosa E também: O plural de surdo-mudo é surdos-mudos, de pele-vermelha é peles-vermelhas. Azul-marinho e azul-celeste são invariáveis. 03. Flexão de grau (Comparativo e Superlativo) Há duas maneiras de se estabelecer o grau do adjetivo: por meio do grau Comparativo e por meio do grau Superlativo. Vejamos como isso ocorre. a) Grau comparativo. Estabelece um tipo de comparação de caracterísicas, sendo estabelecido de três maneiras: inferioridade: O açúcar é menos doce (do) que os teus olhos. Igualdade: O meu primo é tão estudioso quanto o meu irmão. Superioridade: Gramática é mais legal (do) que Matemática. b) Grau superlativo. Reforça determinada qualidade em relação a um referente. Pode-se estabelecer o grau superlativo de duas maneiras: Relativo: em relação a um grupo. Ex.: De superioridade: José é o mais inteligente dos alunos. Ex.: De inferioridade: O presidente foi o menos prestigiado da festa Absoluto: sem relações, apenas refoçando as características. Analítico (com auxílio de algum termo) Ex.: Pedro é muito magro. Ex.: Pedro é magro, magro, magro. Ex.: Sintético (com o acréscimo de -íssimo ou -érrimo) Ex.: Pedro é macérrimo. Ex.: Somos todos estudiosíssimos. Veja, agora, uma tabela de superlativos sintéticos. SUPERLATIVOS Grau Normal Superlativos Ágil Agilíssimo Agradável Agradabilíssimo Agudo Acustíssimo ou Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 10 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Agudíssimo Alto Altíssimo, sumo ou supremo Amargo Amaríssimo ou amarguíssimo Amável Amabilíssimo Amigo Amicíssimo Antigo Antiquíssimo Atroz Atrocíssimo Baixo Baixíssimo ou ínfimo Bom Ótimo ou boníssimo Célebre Celebérrimo Cheio Cheíssimo Comum Comuníssimo Cristão Cristianíssimo Cruel Crudelíssimo Difícil Dificílimo Eficaz Eficacíssimo Fácil Facílimo Feliz Felicíssimo Feroz Ferocíssimo Fiel Fidelíssimo Frágil Fragílimo Frio Frigidíssimo ou friíssimo Geral Generalíssimo Grande Grandíssimo ou máximo Horrível Horribilíssimo Honorífico Honorificentíssimo Humilde Humílimo ou humildíssimo Inimigo Inimicíssimo Inconstitucional Inconstitucionalíssimo Jovem Juveníssimo Livre Libérrimo ou livríssimo Louvável Laudabilíssimo Magnífico Magnificentíssimo Magro Macérrimo ou magríssimo Mau Péssimo ou malíssimo Miserável Miserabilíssimo Miúdo Minutíssimo Notável Notabilíssimo Pequeno Mínimo ou pequeníssimo Pessoal Personalíssimo Pobre Paupérrimo ou pobríssimo Precário Precaríssimo ou precariíssimo Próspero Prospérrimo Provável Probabilíssimo Sábio Sapientíssimo Simples Simplíssimo ou simplicíssimo Singular Singularíssimo Tenaz Tenacíssimo Terrível Terribilíssimo Vão Vaníssimo Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 11 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Voraz Voracíssimo Vulgar Vulgaríssimo Vulnerável Vulnerabilíssimo Fique atento à mudança de sentido provocada pela alteração de posição do adjetivo. Ex.: Homem grande (alto, corpulento) Ex.: Grande homem (célebre) Mas isso nem sempre ocorre. Se você analisar 02. (CESGRANRIO) As palavras em destaque em “... que, apesar do olhar profissional crítico, analítico,” são classificadas, respectivamente, como: a) substantivo e adjetivo. b) substantivo e substantivo. c) adjetivo e substantivo. d) verbo e adjetivo. e) verbo e substantivo. Resposta: A Comentário: a palavra “olhar” foi transformada em um substantivo, porque o artigo “o” lhe foi anteposto. A palavra “crítico” qualifica o substantivo anteriormente destacado. Advérbio É a palavra invariável que se relaciona ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio para atribuir-lhes uma circunstância. Ex.: Os alunos saíram apressadamente. Ex.: O caso era muito interessante. Ex.: Resolvemos muito bem o problema. É importante decorar essa lista de advérbios para que você consiga reconhecê-los na sentença. CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO Afirmação Sim, certamente, efetivamente, etc. Negação Não, nunca, jamais. Dúvida Talvez, quiçá, porventura, acaso, provavelmente, etc. Intensidade Muito, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, tanto, quão, etc. Lugar Aqui, ali, aí, aquém, acima, abaixo, atrás, dentro, junto, defronte, perto, longe, algures, alhures, nenhures, etc. Tempo Agora, já, depois, anteontem, ontem, hoje, jamais, sempre Modo Assim, adrede, bem, mal, depressa, devagar, melhor, pior e a maior parte das palavras formadas de um adjetivo, mais a terminação “mente” (leve + mente = levemente; calma + mente = calmamente). Inclusão Também, inclusive Fique Ligado Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro Página | 12 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Designação Eis Interrogação Onde, como, quando Observação 1: Também existem as chamadas locuções adverbiais que vêm quase sempre introduzidas por uma preposição: à farta (= fartamente), às pressas (= apressadamente), à toa, às cegas, às escuras, às tontas, às vezes, de quando em quando, de vez em quando etc. Observação 2: Existem casos em que utilizamos um adjetivo como forma de advébio. É o que chamamos de adjetivo adverbializado. Ex.: Aquele orador fala belamente. (advérbio de modo) Ex.: Aquele orador fala bonito. (adjetivo adverbializado que tenta designar modo). Conjunção É a palavra invariável que conecta elementos em algum encadeamento frasal. A relação em questão pode ser de natureza lógico- semântica (relação de sentido) ou apenas indicar uma conexão exigida pela sintaxe da frase. 01. Coordenativas São as conjunções que conectam elementos que não possuem dependência sintática, ou seja, as sentenças que são conectadas por meio desses elementos já estão com suas estruturas sintáticas (sujeito / predicado / complemento) completas. Eis a lista das coordenativas: CLASSIFICAÇÃO CONJUNÇÕES EXEMPLO Aditivas e, nem (= e não), também, que, não só... mas também, não só... como, tanto... como, assim... como, etc. José não foi à aula nem fez os exercícios. Devemos estudar e aprender os conteúdos. Adversativa Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante, aliás, ainda assim Os países assinaram o acordo, mas não o cumpriram. A menina cantou bem, contudo não agradou ao público. Alternativas Ou...ou, já... já, seja... seja, quer... quer, ora...ora, agora... agora. Ora diz sim, ora diz não; ou está feliz, ou está nos ludibriando. Conclusivas Logo, pois (depois do verbo), então, portanto, assim, enfim, por fim, por conseguinte, conseguintemente, consequentemente , donde, por onde, por isso. O cursando estudou muito, logo, deverá conseguir seu cargo. É professor, por conseguinte deve saber explicar o conteúdo. Explicativas Isto é, por exemplo, a saber, ou seja, verbi gratia, pois (antes do verbo), pois bem, ora, na verdade, depois, além disso, com efeito, que, porque, ademais, outrossim, porquanto, etc. Deve ter chovido, pois o chão está molhado. Não converse agora, que eu estou explicando. 02. Subordinativas São as conjunções que denotam uma relação de subordinação entre orações, ou seja, a conjunção subordinativa evidencia que uma oração possui dependência sintática em relação a outra. O que se pretende dizer com isso é que há uma das orações envolvidas nesse conjunto que desempenha uma função sintática para com sua oração principal. Assim dividiremos as conjunções subordinativas: Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 13 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a a) Integrantes Classificação: Integrantes Conjunções : Que, se Ex.: Sei que o dia do pagamento é hoje. Ex.: Vejamos se você consegue estudar sem interrupções. b) Adverbiais CLASSIFICAÇÃO CONJUNÇÕES EXEMPLOS Causais: indicam a causa de algo. Já que, porque, que, pois que, uma vez que, sendo que, como, visto que, etc. Não teve medo do perigo, já que estava protegido. Passou no concurso, porque estudou muito. Comparativas: Estabelecem relações de comparação. Como, tal como, mais... (do) que, menos... (do) que, tão como, assim como, tanto quanto, etc. Tal como procederes, receberás o castigo. Alberto é aplicado como quem quer passar. Concessivas (concessão): estabelecem relação de quebra de expectativa com respeito à sentena à qual se relacionam. Embora, ainda que, dado que, posto que, conquanto, em que, quando mesmo, mesmo que, por menos que, por pouco que, apesar de (que) Embora tivesse estudado pouco, conseguiu passar. Conquanto estudasse, não conseguiu aprender. Condicionais: estabelecem relação de condição Se, salvo se, caso, exceto se, contanto que, com tal que, caso, a não ser que, a menos que, sem que, etc. Se tudo der certo, estaremos em Portugal amanhã. Caso você tenha dúvidas, pergunte a seu professor. Consecutivas: Tanto que, de O aluno estabelecem relações de consequência. modo que, de sorte que, tão... que, sem que, etc. estudou tanto que morreu. Timeto Amon era feio que não se olhava no espelho. Conformativas: estabelecem relação de conformidade Conforme, consoante, segundo, da mesma maneira que, assim como, como que, etc. Faça a prova conforme teu pai disse. Todos agem consoante se vê na televisão. Finais: estabelecem relação de finalidade. Para que, a fim de que, que, porque. Estudou muito, para que pudesse ter uma vida confortável. Trabalhe a fim de que o resultado seja satisfatório. Proporcionais: estabelecem relação de proporção À proposção que, à medida que, quando mais... tanto mais, quanto menos... tanto menos, ao passo que, etc. À medida que o momento de realizar a prova chegava, a ansiedade de todos aumentava. Quanto mais você estudar, tanto mais terá a chance de ser bem sucedido. Temporais: estabelecem relação de tempo. Quando, enquanto, apenas, mal, desde que, logo que, até que, antes que, depois que, assim que, sempre que, senão quanto, ao tempo que, apenas que, antes que, depois que, sempre que, etc. Quando todos disserem para você parar, continue. Depois que terminar toda a lição, poderá descansar um pouco. Mal chegou, já quis sair. visto como, como Prof. Edson Ribeiro Página | 14 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 03. (VUNESP) Em – No Brasil, talvez mais que em outros países,... – o advérbio em destaque expressa sentido de: a) causa b) afirmação c) negação d) modo e) dúvida Resposta: E Comentário: a palavra talvez é classificada morfologicamente como um advérbio de dúvida. Isso significa que ela atribui uma ideia de dúvida ao segmento do texto. 04. (CESGRANRIO) “Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si mesmo.” Por qual conector a conjunção destacada acima pode ser substituída sem que haja alteração de sentido? a) Logo. b) Pois. c) Entretanto. d) Porquanto. e) Quando. Resposta: C Comentário: uma vez que a palavra em destaque (porém) é uma conjunção coordenativa adversativa, ela pode ser substituída pela palavra entretanto que se classifica da mesma maneira. Interjeição É o termo que exprime, de modo enérgico, um estado súbito de alma. Sem muita importância para a análise a que nos propomos, vale apenas lembrar que elas possuem uma classificação semântica: Dor: ai! ui! Alegria: ah! eh! oh! Desejo: oxalá! tomara! Admiração: puxa! cáspite! safa! quê! Animação: eia! sus! coragem! Aplauso: bravo! apoiado! Aversão: ih! chi! irra! apre! Apelo: ó (não admite interjeição), olá! psit! pitsiu! alô! socorro! Silêncio: psit! psiu! caluda! Interrogação, espanto: hem! Há, também, locuções interjeitivas: Minha nossa! Meu Deus! A despeito da classificação acima, o que determina o sentido da interjeição é o seu uso. Numeral É a palavra que indica uma quantidade, multiplicação, fração ou um lugar numa série. Os numerais podem ser divididos em: Cardinais - quando indicam um número básico: um, dois, três, cem mil... Ordinais - quando indicam um lugar numa série: primeiro, segundo, terceiro, centésimo, milésimo... Multiplicativos - quando indicam uma quantidade multiplicativa: dobro, triplo, quádruplo... Fracionários - quando indicam parte de um inteiro: meio, metade, dois terços... ALGARISMO CARDINAIS ORDINAIS Romanos Arábicos - - I 1 Um Primeiro Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 15 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a II 2 Dois Segundo III 3 Três Terceiro IV 4 Quatro Quarto V 5 Cinco Quinto VI 6 Seis Sexto VII 7 Sete Sétimo VIII 8 Oito Oitavo IX 9 Nove Nono X 10 Dez Décimo XI 11 Onze Undécimo ou décimo primeiro XII 12 Doze Duodécimo ou décimo segundo XIII 13 Treze Décimo terceiro XIV 14 Quatorze Décimo quarto XV 15 Quinze Décimo quinto XVI 16 Dezesseis Décimo sexto XVII 17 Dezessete Décimo sétimo XVIII 18 Dezoito Décimo oitavo XIX 19 Dezenove Décimo nono XX 20 Vinte Vigésimo XXI 21 Vinte e um Vigésimo primeiro XXX 30 Trinta Trigésimo XXXL 40 Quarenta Quadragésimo L 50 Cinquenta Quinquagésimo LX 60 Sessenta Sexagésimo LXX 70 Setenta Septuagésimo LXXX 80 Oitenta Octagésimo XC 90 Noventa Nonagésimo C 100 Cem Centésimo CC 200 Duzentos Ducentésimo CCC 300 Trezentos Trecentésimo CD 400 Quatrocentos Quadringentésimo D 500 Quinhentos Quingentésimo DC 600 Seiscentos Seiscentésimo ou septingentésimo DCC 700 Setessentos Septingentésimo DCCC 800 Oitocentos Octingentésimo CM 900 Novecentos Nongentésimo ou noningentésimo M 1.000 Mil Milésimo X’ 10.000 Dez mil Dez milésimos C’ 100.000 Cem mil Cem milésimos M’ 1.000.000 Um milhão Milionésimo M’’ 1.000.000.000 Um bilhão Bilionésimo Lista de numerais multiplicativos e fracionários: ALGARISMOS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOS 2 Duplo, dobro, dúplice Meio ou metade 3 Triplo, tríplice Terço 4 Quadruplo Quarto Prof. Edson Ribeiro Página | 16 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 5 QuíntuploQuinto 6 Sextuplo Sexto 7 Sétuplo Sétimo 8 Óctuplo Oitavo 9 Nônuplo Nono 10 Décuplo Décimo 11 Undécuplo Onze avos 12 Duodécuplo Doze avos 100 Cêntuplo Centésimo Para realizar a leitura dos cardinais É necessário colocar a conjunção e entre as centenas e dezenas, assim como entre as dezenas e a unidade. 3,068.724 = três milhões sessenta e oito mil setecentos e vinte e quatro. Quando à leitura do numeral ordinal, há duas possibilidades: Quando é inferior a 2.000, lê-se inteiramente segundo a forma ordinal. 1766º = milésimo septingentésimo sexagésimo sexto. Acima de 2.000, lê-se o primeiro algarismo como cardinal e os demais como ordinais. Hodiernamente, entretanto, tem-se observado a tendência a ler os números redondos segundo a forma ordinal. Ex.: 2.536º = dois milésimo quingentésimo trigésimo sexto Ex.: 8.000º = oitavo milésimo Para realizar a leitura do fracionário O numerador de um numeral fracionário é sempre lido como cardinal. Quanto ao denominador, há dois casos: Primeiro: se for inferior ou igual a 10, ou ainda for um número redondo, será lido como ordinal 2/6 = dois sextos; 9/10 = nove décimos; Ex.: São exceções: 1/2 = meio; 1/3 = um terço Segundo: se for superior a 10 e não constituir número redondo, é lido como cardinal, seguido da palavra “avos”. 1/12 = um doze avos; 4/25 = quatro vinte e cinco avos. Ao se fazer indicação de reis, papas, séculos, partes de uma obra, usam-se os numerais ordinais até décimo. A partir daí, devem-se empregar os cardinais. Século V (século quinto) século XX (vinte) João Paulo II (segundo) Bento XVI (dezesseis). Preposição É a palavra invariável que serve de ligação entre dois termos de uma oração ou, às vezes, entre duas orações. Costuma-se denominar “regente” o termo que exige a preposição e “regido” aquele que recebe a preposição: Ex.: Ele comprou um livro de poesia. Ex.: Ele tinha medo de ficar solitário. Como se vê, a preposição “de”, no primeiro caso, liga termos de uma mesma oração; no segundo, liga orações. a) Preposições essenciais: São aquelas que têm como função primordial a conexão das palavras. Eis a lista de preposições. Podemos dividir as preposições em: PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS A, ante, até, após, Com, contra, De, desde, Em, entre Para, per, perante, por Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 17 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Sem, sob, sobre Trás. Veja o emprego de algumas preposições: • Os manifestantes lutaram contra a polícia. • O aluno chegou ao salão rapidamente. • Aguardo sua decisão desde ontem. • Entre mim e ti, não há qualquer problema. b) Preposições acidentais: São palavras que pertencem a outras classes, empregadas, porém, eventualmente como preposições. PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS Conforme Consoante Durante Exceto Fora, afora Mediante Menos Salvante Salvo Segundo Tirante O emprego das preposições acidentais é mais comum do que parece: • Todos sairam da sala, exceto eu. • Tirante as mulheres, o grupo que estava na sala parou de falar. • Escreveu o livro conforme ao original. Locuções Prepositivas Além das preposições simples, existem também as chamadas locuções prepositivas, que terminam sempre por uma preposição simples: abaixo de, acerca de, acima de, a despeito de, adiante de, a fim de, além de, antes de, ao lado de, a par de, apesar de, a respeito de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, defronte de, dentro de, depois de, diante de, embaixo de, em cima de, em frente de(a), em lugar de, em redor de, em torno de, em vez de, graças a, junto a (de), para baixo de, para cima de, para com, perto de, por baixo de, por causa de, por cima de, por detrás de, por diante de, por entre, por trás de. 01. (CESPE-2008-TST) “A questão maior é saber como colocar em prática essas belezas, num momento em que as lutas sociais sofrem o assédio cada vez mais agressivo da globalização e as próprias barreiras ideológicas caem por terra.” (Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 20/11/2007 (com adaptações). A partir do texto acima, julgue os itens subsequentes. O adjetivo “agressivo” está empregado com valor de advérbio e corresponde, dessa forma, a agressivamente. 02. (NCE-UFRJ-2010-UFRJ) A alternativa em que NÃO ocorre qualquer forma de superlativo de um adjetivo é: a) “...é o mais esperto do mundo”; b) “...que mesmo espécies mais longe na escala...”; c) “...teria evoluído a partir de organismos mais simples...”; d) “..para chegar a conclusões bem simples...”; e) “...os animais são, sim, algo inteligentes”. Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro Página | 18 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 03. (NCE-UFRJ-2010-UFRJ) A alternativa em que NÃO ocorre qualquer forma de superlativo de um adjetivo é: a) “...é o mais esperto do mundo”; b) “...que mesmo espécies mais longe na escala...”; c) “...teria evoluído a partir de organismos mais simples...”; d) “..para chegar a conclusões bem simples...”; e) “...os animais são, sim, algo inteligentes”. Leia o texto: O célebre homem brasileiro cordial é cordial não porque seja polido, o que ele nunca foi, mas porque nada nunca passa pelo cérebro antes de chegar à vida — é só um coração batendo forte no meio da rua, que é o seu lugar. Cristovão Tezza. Um erro emocional. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 91 (com adaptações). 04. (CESPE-2011-PC-ES) Em relação às ideias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue os itens a seguir. Se, em vez do adjetivo “célebre”, o autor tivesse optado pela sua forma superlativa, teria de acrescentar-lhe o sufixo -érrimo, da seguinte forma: celebérrimo. 05. (NCE-UFRJ-2010-UFRJ) “...comuns a quase todos os animais...“; o trecho abaixo em que o emprego do artigo é EQUIVOCADO é: a) ambos os animais são dotados de alguma inteligência; b) todos os quatro animais de estimação sobreviveram; c) os biólogos trabalharam todo o dia; d) entre os animais há diversos graus de inteligência; e) toda a manhã eles chegavam sempre na hora. 06. (TJ-SC - 2011 - TJ-SC). Assinale a alternativa em que o grupo de vocábulos, a seguir, admite, exclusivamente, o artigo masculino. a) conceito, poema, sentinela; b) atleta, eclipse, herpes; c) quadrilha, assalto, hangar; d) fonema, afã, champanha; e) epígrafe, introito, omoplata. 07. (TJ-SC - 2011 - TJ-SC) Assinale a alternativa em que a classificação morfológica da palavra está INCORRETA. a) Ele jamais faria tal afirmação tão leviana e vil. Leviana é adjetivo. b) Nunca se soube verdadeiramente quem era culpado naquela história. Quem é pronome adjetivo interrogativo. c) Não sei se vocês estão conscientes da situação periclitante em que nos encontramos. Se é conjunção. d) A essa hora, o delegado já terá feito a ocorrência. Ocorrência é substantivo. e) Era mister considerar todas as particularidades daquele contrato. Mister é adjetivo. 08. (TJ-SC - 2011 - TJ-SC) Assinale a alternativa em que o termo em negrito NÃO apresenta o valor circunstancial indicado entre parênteses. a) O hábito, naquele país, era comer com as mãos. (instrumento) b) Naquele verão, quantos teriam viajado? (tempo) c) Para vencer, precisávamos de um esforço hercúleo. (fim) d) Procurava, desordenadamente, as fichas no arquivo morto. (modo) e) Só se retirarão do recinto com a minha licença. (companhia) 09. (TJ-RS 2009 - TJ-RS - Juiz) Assinale a alternativa em que a palavra Composta inclui um elemento que originalmente é um advérbio. a) maus-tratos (linha 07) b) pré-frontal (linha 14) c) bem-humorado (linha 28) d) peça-chave (linha 29) e) maria-vai-com-as-outras (linha 34) 10. (FGV - 2008 - Senado Federal) Em Justiça justa. ocorre um substantivoao lado de um adjetivo dele cognato. Assinale a alternativa em que substantivo e adjetivo, respectivamente, NÃO sejam cognatos. a) lentidão — lento b) inércia — inercial c) arma — inerme d) perfil — perfilhado e) obcecação — obcecado 11. (TJ-SC - 2011 - TJ-SC) Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, as classes gramaticais a que pertencem as palavras em negrito no trecho a seguir. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 19 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.” (http://pensador.uol.com.br/alegria de ensinar de rubens alves/) a) conjunção — pronome — artigo — conjunção — pronome; b) conjunção — advérbio — preposição — artigo — pronome; c) pronome — advérbio— artigo — pronome — conjunção; d) pronome — conjunção — preposição — conjunção — pronome; e) conjunção — pronome — preposição — pronome — conjunção. 12. (CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ) O sentido estabelecido pelo conectivo está corretamente indicado em: a) “engolidas ou colocadas no nariz” - oposição b) “comunicado público sobre o perigo” — causa c) “tem os produtos em casa” — modo d) “brinquedo a ser recolhido” — adição e) “para evitar acidentes” - finalidade 13. (CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ) O fragmento abaixo que apresenta uma estrutura sintática comparativa é: a) “quem lhe escreve sou eu” b) “Porque tive de viajar para o distante país do recall.” c) “mas três meses era o mínimo.” d) “O homem não disse nada, mas seu sorriso sinistro falava por si.” e) “ninguém mais fraco do que nós” 14. (CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ) “Sei que você sente muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você.” O conectivo “porque”, no contexto acima, estabelece relação de: a) modo b) causa c) adversidade d) conformidade e) proporcionalidade 15. (FGV -2008- Senado Federal) “É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior importância em uma democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados totalitários.” (L. 16-19) A respeito das ocorrências da palavra QUE no trecho acima, assinale a alternativa que apresente, respectivamente, sua correta classificação. a) conjunção subordinativa — conjunção integrante — conjunção integrante b) pronome relativo — pronome relativo — pronome relativo c) conjunção integrante — conjunção integrante — conjunção subordinativa d) pronome relativo — preposição — pronome relativo e) conjunção integrante — preposição — conjunção subordinativa 16. (FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF) No futebol americano, há um momento em que o jogador tem de dar um chute naquilo que eles chamam de bola. E, no circuito universitário, havia um rapaz recordista de chute. Ninguém chutava tão forte quanto esse rapaz. O importante, nessa história, era que o pé que ele usava para tal façanha não tinha nenhum dos dedos e, além disso, era menor que o outro. Quando descobriram isso, fizeram entrevistas com ele, e a primeira pergunta era: “Como você, com tal deficiência, consegue fazer uma coisa que ninguém mais conseguiu?” Ele, orgulhosamente, respondia: “Porque cresci ouvindo meu pai dizer: ‘Encare suas deficiências e seus problemas como desafios, nunca como desculpas’.”. O que mais se encontra no dia a dia? Justamente a postura oposta. As pessoas encaram tudo como desculpas e justificativas. Há pessoas que vivem dizendo frases negativas que encerram verdadeiras filosofias desastrosas. Não são raras as vezes em que já se ouviu alguém falando de seus problemas e dificuldades e da incapacidade de superá-los, traduzida nas seguintes frases conformistas: “Eu sou assim mesmo...”; “Sempre fui assim..,”; “Não posso evitar isso...”; “Essa é a minha natureza...”; “Não adianta mesmo...”; “Deus me fez assim e pronto!”. O que tais pessoas talvez nunca percebam é que desculpas e justificativas só levam ao conformismo e à acomodação. E isso não diz respeito à elevação de padrões e à melhoria da que Prof. Edson Ribeiro Página | 20 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a qualidade devida. Desculpas e justificativas são coisas de perdedor! Enquanto os vencedores comemoram, os perdedores se justificam. Assinale a alternativa correta a respeito de fatos gramaticais e estilísticos encontrados no texto. a) As palavras “ninguém”, “pé”, “você” são acentuadas pela mesma razão. b) Na frase “‘Deus me fez assim e pronto!” (linhas 21 e 22), encontra-se uma interjeição característica da linguagem coloquial. c) Na frase “As pessoas encaram tudo como desculpas e justificativas” (linhas 14 e 15), há exemplo de gíria e de uma figura da linguagem: a anáfora. d) Na construção “O que tais pessoas talvez nunca percebam” (linha 23), o pronome “tais” está empregado de modo informal, com significado de brilhantes, grandiosas. e) O “as” de “as vezes” (linha 17) deve receber o sinal indicativo de crase para ajustar-se à norma culta padrão. 17. (FGV - 2008 - Senado Federal) A palavra centenário corresponde a cem anos. Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção temporal à palavra indicada. a) 400 anos — quadringentenário b) 400 anos — quadricentenário c) 600 anos — sesquicentenário d) 150 anos — tricinquentenário e) 7 anos — septenário 18. (FIP - 2009 - CAMARA—SJC) Corações a mil (Gilberto Gil) Minhas ambições são dez. Dez corações de uma vez pra eu poder me apaixonar dez vezes a cada dia, setenta a cada semana, trezentas a cada mês. Na primeira frase do texto, a palavra “dez”, sublinhada, tem duplo sentido. São eles: a) o sentido de serem dez ambições (no caso, “dez” seria um numeral) e o sentido de os corações serem apaixonados (no caso, “dez” seria um adjetivo). b) o sentido de serem dez ambições e o sentido de serem dez corações (nos dois casos, “dez” seria um numeral). c) o sentido de serem dez corações e o sentido de serem dez vezes a cada dia (nos dois casos, “dez” seria um numeral). d) o sentido de serem dez ambições (no caso, “dez” seria um numeral) e o sentido de as ambições serem de extrema qualidade (no caso, “dez” seria um adjetivo). e) o sentido de serem dez vontades boas (no caso, “dez” seria um substantivo) e o sentido de totalizarem dez as paixões ambiciosas (no caso, “dez” seria um adjetivo). 19. (CESPE - 2008 - TST) Considerando o texto, avalie: O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado pelo IBGE. In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações). No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”. 20. (NCE-UFRJ - 2010 - UFRJ) O segmento do texto em que a preposição DE é solicitada por um termo anterior: a) “...estudos DE longo prazo...”; b) “...são várias linhas DE entendimento...”; c) “...apresentam um certo grau DE inteligência...”; d) “...como as necessidades DE se alimentar...”; e) “...estratégias DEsobrevivência...”. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 21 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a GABARITO 1 – E 2 – B 3 – B 4 – C 5 – E 6 – D 7 – B 8 – E 9 – C 10 – D 11 – B 12 – E 13 – E 14 – B 15 – B 16 – B 17 – C 18 – D 19 – C 20 – D Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 02 Pronomes Numa definição breve, podemos dizer que o pronome é o termo que substitui um substantivo, desempenhando, na sentença em que aparece uma função coesiva. Podemos dividir os pronomes em sete categorias, são elas: • Pessoais; • Tratamento; • Possessivos; • Relativos; • Demonstrativos; • Indefinidos; • Interrogativos. Antes de partir para o estudo pormenorizado dos pronomes, vamos fazer uma classificação funcional deles quando empregados em uma sentença: a) Pronomes substantivos: são aqueles que ocupam o lugar do substantivo na sentença. Ex.: Alguém apareceu na sala ontem. Ex.: Nós faremos todo o trabalho. b) Pronomes adjetivos: são aqueles que acompanham um substantivo na sentença. Ex.: Meus alunos são os mais preparados. Ex.: Pessoa alguma fará tal serviço por esse valor. Devemos estudar cada categoria separadamente e com muita atenção! Pessoais Referem-se às Pessoas do Discurso: Quem fala (1ª pessoa); Com quem se fala (2ª pessoa); Classificação dos Pronomes Pessoais (caso Reto x caso Oblíquo) PRONOMES PESSOAIS Pessoa Gramatical Retos Oblíquos Átonos Tônicos 1ª Singular Eu Me Mim, comigo 2ª Singular Tu Te Ti, contigo 3ª Singular Ele, ela O, a, lhe, se Si, consigo 1ª Plural Nós Nos Nós, conosco 2ª Plural Vós Vos Vós, convosco 3ª Plural Eles, elas Os, as, lhes, lhes, se Si, consigo Função Sujeito Complemento/Adjunto Emprego de alguns pronomes (Certo X Errado) Eu e tu x mim e ti 1ª regra: depois de preposição essencial, usa-se pronome oblíquo. • Entre mim e ti não há acordo. • Sobre Manoel e ti nada se pode falar. • Devo a ti esta conquista. Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a • O presente é para mim. • Não saia sem mim. • Comprei um livro para ti. Observe a preposição essencial destacada nas sentenças. 2ª regra: se o pronome utilizado na sentença for sujeito de um verbo, deve-se empregar os do caso RETO. • Não saia sem eu deixar. • Comprei um livro para tu leres. • O presente é para eu desfrutar. Observe que o pronome desempenha a função de sujeito do verbo destacado. Ou seja: mim não faz nada! Não vá o aluno se confundir com as sentenças em que a ordem frasal está alterada. Deve-se, nesses casos, tentar pôr a sentença na ordem direta. Ex.: Para mim, fazer exercícios é muito bom. - Fazer exercícios é muito bom para mim. Ex.: Não é tarefa para mim realizar esta revisão. - Realizar esta revisão não é tarefa para mim. Com causativos e sensitivos Regra com verbos causativos (mandar, fazer, deixar) ou sensitivos (ver, ouvir, sentir). Quando os pronomes oblíquos átonos são empregados com verbos causativos ou sensitivos, pode haver a possibilidade de desempenharem a função de sujeito de uma forma verbal próxima. Veja o exemplo: Ex.: Fiz Juliana chorar. (sentença original) Ex.: Fi-la chorar. (sentença reescrita com a substituição do termo Juliana pelo pronome oblíquo) Explicando: em ambas as situações, a Juliana é a chorona. Isso quer dizer que o termo feminino que está na sentença é sujeito do verbo chorar. Pensando dessa maneira, entenderemos a primeira função da forma pronominal “la” que aparece na sentença reescrita. Outro fator a ser considerado é que o verbo fazer necessita de um complemento, portanto, é um verbo transitivo. Bem, ocorre que o complemento do verbo “fazer” não pode ter outro referente senão “Juliana”. Então, entendemos que na reescrita da frase, a forma pronominal “la” funciona como complemento do verbo “fazer” e sujeito do verbo “chorar”. Si e consigo Estes pronomes somente podem ser empregados, se se referirem ao sujeito da oração, pois possuem função reflexiva: Ex.: Alberto só pensa em si. (“Si” refere-se a “Alberto”: sujeito do verbo “pensar” Ex.: O aluno levou as apostilas consigo. (“consigo” refere-se ao termo “aluno”) Estão erradas, portanto, frases como estas: Ex.: Creio muito em si, meu amigo. Ex.: Quero falar consigo. Corrigindo: Ex.: Creio muito em você, meu amigo. Ex.: Quero falar contigo. Conosco e convosco Se vierem seguidas de uma expressão complementar, geralmente a palavra “todos”, desdobram-se em “com nós” e “com vós”: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Ex.: Este trabalho é com nós mesmos. Ele(s), ela(s) x o(s), a(s) É muito comum ouvirmos frases como: “Vi ela na esquina”, “Não queremos eles aqui”. Então, é errado falar ou escrever assim, pois o pronome em questão está sendo utilizado fora de seu emprego original, ou seja, como um complemento (ao passo que deveria ser apenas sujeito). O certo é: “Vi-a na esquina”, “Não os queremos aqui”. “o” e “a” são complementos diretos Ou seja, são utilizados juntamente aos verbos transitivos diretos, ou nos bitransitivos, como no exemplo a seguir: Ex.: comprei um carro para minha namorada = Comprei-o para ela. (Ocorreu a substituição do Objeto Direto) É importante lembrar que há uma especificidade em relação à colocação dos pronomes “o” e “a” depois de algumas palavras, eis as considerações: • Se a palavra terminar em R, S ou Z: tais letras devem ser suprimidas e o pronome há de ser empregado como lo, la, los, las. Ex.: Fazer as tarefas = fazê-las / querer o dinheiro = querê-lo. • Se a palavra terminar com ão, õe ou m: tais letras devem ser mantidas e o pronome há de ser empregado como no, na, nos, nas. Ex.: Compraram a casa = compraram-na / compõe a canção = compõe-na. “lhe” é um complemento indireto, equivalente a “a ele ou a ela”: Ou seja, é empregado juntamente a um verbo transitivo indireto ou a um verbo bitransitivo, como no exemplo: Ex.: Comprei um carro para minha namorada = comprei-lhe um carro, (Ocorreu a substituição do objeto indireto) Muitas bancas gostam de trocar as formas “o” e “a” por “lhe” o que não pode ser feito sem que a sentença seja totalmente reelaborada. De tratamento São pronomes de tratamento você, senhor, senhora, senhorita, fulano, sicrano, beltrano e as expressões que integram o quadro seguinte: P R O N O M E A B R EV IA TU R A SI N G U LA R A B R EV IA TU R A P LU R A L USA-SE PARA: Vossa Excelência(s) V. Ex.ª V. Ex.as Presidente (sem abreviatura), ministro, embaixador, governador, secretário de Estado, prefeito, senador, deputado federal e estadual, juiz, general, almirante, brigadeiro e presidente de câmara de vereadores; Vossa(s) Magnificência(s) V.Mag.ª V.Mag.as Reitor de universidade para o qual também se pode usar V. Ex.ª; Vossa(s) Senhoria(s) V.Sª V.S.as Qualquer autoridade ou pessoa civil não citada acima; Vossa(s) Santidade(s) V.S. VV.SS. Papa; Vossa(s) Eminência(s) V.Em.ª V.Em.as Cardeal; Vossa(s) Excelência(s) Reverendíssima(s V.Exª.Rev .ma V.Exas.Re v.mas Arcebispo e bispo; Fique Ligado Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Vossa(s) Reverendíssima(s) V.Rev.ma V.Rev.ma s Autoridade religiosa inferior às acima citada; Vossa(s) Reverência(s)V.Rev.ª V.Rev.ma s Religioso sem graduação; Vossa(s) Majestade(s) V.M. VV.MM. Rei e imperador Vossa(s) Alteza(s) V.A. VV.AA. Príncipe, arquiduque e duque. Todas essas expressões se apresentam também com SUA para cujas abreviaturas basta substituir o “V” por “S”. Emprego dos pronomes de tratamento a) Vossa Excelência etc. x Sua Excelência etc. Os pronomes de tratamento iniciados com “Vossa(s)” empregam-se em uma relação direta, ou seja, indicam o nosso interlocutor, pessoa com quem falamos: Ex.: Soube que V. Ex.ª, Senhor Ministro, falou que não estava interessado no assunto da reunião. Empregaremos o pronome com a forma “Sua”, quando a relação não é direta, ou seja, quando falamos SOBRE a pessoa: Ex.: A notícia divulgada é de que Sua Excelência, o Presidente da República, foi flagrado em uma boate. b) Utilização da 3ª pessoa Os pronomes de tratamento são de 3ª pessoa; portanto, todos os elementos relacionados a eles devem ser empregados também na 3ª pessoa, para que se mantenha a uniformidade; Ex.: É preciso que V. Ex.a diga qual será o seu procedimento no caso em questão, a fim de que seus assessores possam agir a tempo. c) Uniformidade de Tratamento No momento da escrita ou da fala, não é possível ficar fazendo “dança das pessoas” com os pronomes. Quero dizer que se deve manter a uniformidade de tratamento. Para tanto, se você utilizar 3ª pessoa no início de uma sentença, deve utilizá-la ao longo de todo o texto. Preste atenção para ver como ficou estranha a construção abaixo: Ex.: Quando você chegar, eu te darei o presente. “Você” é de 3ª pessoa e “te” é de 2ª pessoa. Não há motivo para cometer tal engano. Tome cuidado, portanto. Podemos corrigir a sentença: Ex. : Quando tu chegares, eu te darei o presente. Ex.: Quando você chegar, eu lhe darei o presente. Demonstrativos São os que localizam ou identificam o substantivo ou uma expressão no espaço, no tempo ou no texto. MASCULINO FEMININO NEUTRO Este (s) Esta (s) Isto Esse (s) Essa (s) Isso Aquele (s) Aquela (s) Aquilo NO ESPAÇO NO TEMPO NO TEXTO Com o falante Com o O que se pretende dizer Fique Ligado Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a falante ou imediatamente retomado. Pouco afastado Pouco afastado O que se disse anteriormente. Muito afastado Muito afastado O que se disse há ou o que se pretende dizer. Explicações e exemplos Quando o pronome retoma algo já mencionado no texto, dizemos que ele possui função Anafórica. Quando aponta para algo que será dito, dizemos que possui função Catafórica. Essa nomenclatura começou a ser cobrada em algumas questões de concurso público, portanto, é importante ter esses conceitos na ponta da língua. Exemplo de emprego dos demonstrativos: Ex.: Veja este livro que eu trouxe, é muito bom. Ex.: Você deve estudar mais! Isso é o que eu queria dizer. Ex.: Vê aquele mendigo lá na rua? Terrível futuro o aguarda. Há outros pronomes demonstrativos O, a, os,as, quando antecedem o relativo Que e podem ser permutados por: Aquele (s), Aquela (s), Aquilo: Ex.: Não entendi o que disseste. (Não entendi aquilo que disseste.) Ex.: Esta rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.) Vejamos mais alguns exemplos para fixar o conteúdo: 01. José e João são alunos do ensino médio. Este gosta de matematica, aquele gosta de português. Veja que a verdadeira relação estabelecida pelos pronomes demonstrativos focaliza, por meio do “este” o elemento mais próximo, por meio do “aquele” o elemento mais afastado. 02. Esta sala precisa de bons professores. / Gostaria de que esse órgão pudesse resolver meu problema. Este(s), esta(s), isto indicam o local de onde escrevemos. Esse(s), essa(s), isso indicam o local em que se encontra o nosso interlocutor, • Tal (quando puder ser permutado por qualquer demonstrativo) • No acredito que você disse tal coisa. (aquela coisa) • Semelhante (quando puder ser permutado por qualquer demonstrativo) • Jamais me prestarei a semelhante canalhice. (esta canalhice) • Mesmo (quando modificar os pronomes eu, tu, nós e vás) • Eu mesmo investiguei o caso. a) de modo análogo classificamos o termo “próprio”. (eu próprio, ela própria) b) mesmo pode ainda funcionar como pronome neutro em frases como: “é o mesmo”, “vem a ser o mesmo”. Leia o texto: O barulhão da sumaumeira rendeu uma das mais difundidas histórias da Amazônia. Segundo a crença, o Curupira é o responsável pelo estrondo na mata. Armado com um casco de jabuti, ele bate com força nas sapopemas, a fim de verificar se elas estão fortes para resistir às tempestades. Para os índios ticuna, a sumaúma nos remete à formação da Amazônia: “No princípio Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a estava tudo escuro, sempre frio e sempre noite. Uma enorme sumaumeira fechava o mundo, e por isso não entrava claridade na terra. Quando a árvore caiu, a luz apareceu. Do tronco formou-se o rio Amazonas. De seus galhos surgiram outros rios e igarapés.” 01. (FCC) ... e por isso não entrava claridade na terra. O pronome grifado refere-se ao fato de que: c) a sumaumeira fechava o mundo. d) estava tudo escuro. e) era sempre frio e sempre noite. f) a luz apareceu. g) se formou o rio Amazonas. Resposta: “a” Comentário: o pronome “isso” é anafórico, ou seja, retoma o elemento antecedente. Se a leitura for realizada corretamente (com atenção), você verá que a palavra “isso” retoma o motivo pelo qual não entrava claridade na terra. Relativos São termos que relacionam palavras em um encadeamento. Os relativos da Língua Portuguesa são: Que: quando puder ser permutado por “o qual” ou um de seus termos derivados. Utiliza-se o pronome “que” para referências a pessoas ou coisas. O qual: empregado para referência a coisas ou pessoas. Quem: é equivalente, segundo o mestre Napoleão Mendes de Almeida, a dois pronomes — aquele e que. Quanto: será relativo quando seu antecedente for o termo “tudo”. Onde: é utilizado para estabelecer referência a lugares, sendo permutável por “em que” ou “no qual” e seus derivados. Cujo: possui um sentido possessivo. Não permite permuta por outro relativo. Tambem é preciso lembrar que o pronome cujo não admite artigo, pois já é variável (cujo / cuja, jamais cujo o, cuja a). Grave estas dicas: Não troque seu cujo por nada! Não enfie artigo no cujo! Ex.: O peão a que me refiro é Jonas. Ex.: A casa na qual houve o tiroteio foi interditada. Ex.: O homem para quem se enviou a correspondência é Alberto. Ex.: Não gastes tudo quanto tens. Ex.: O estado para onde vou é Minas Gerais. Ex.: Cara, o pedreiro em cujo serviço podemos confiar é Marcelino. Fique esperto: a preposição que está relacionada ao pronome é, em grande parte dos casos, oriunda do verbo que aparece posteriormente na sentença. As bancas costumam cobrar isso! Fique Ligado Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 7 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Leia o texto: Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita, caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência, habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festae na expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser. 02. (Cespe) A expressão “em que” poderia ser corretamente substituída por onde ou por no qual, sem que houvesse prejuízo à correção gramatical do texto. Resposta: certo Comentário: a expressão “em que” é composta por uma preposição somada a um pronome relativo, no caso em questão, a troca é possível, pois o elemento anterior é masculino — assim como a expressão “no qual”. A palavra “onde” retoma a ideia de lugar, isso garante sua permuta sem maiores problemas. Indefinidos São os que determinam o substantivo de modo vago, de maneira imprecisa. VARIÁVEIS INVARIÁVEIS MASCULINO FEMININO SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL algum alguns alguma algumas alguém certo certos certa certas algo muito muitos muita muitas nada nenhum Nenhuns nenhuma nenhumas Ninguém outro Outros outra outras Outrem qualquer quaisquer qualquer quaisquer cada quanto quantos quanta quantas tanto tantos tanta tanta Todo todos toda todas tudo Vário vários vária várias Pouco poucos pouca poucas Fique bem atento para as alterações de sentido relacionadas às mudanças de posição dos pronomes indefinidos. Ex.: Alguma pessoa passou por aqui ontem. Pessoa alguma passou por aqui ontem. Ex.: Alguma pessoa = ao menos uma criatura. Pessoa alguma = ninguém. Interrogativas Chamam-se interrogativos os pronomes que, quem, qual o quanto, empregados para formular uma pergunta direta ou indireta: • Que conteúdo estão estudando? • Diga-me que conteúdo estão estudando. • Quem vai passar no concurso? • Gostaria de saber quem vai passar no concurso. • Qual dos livros preferes? • Não sei qual dos livros preferes. • Quantos de coragem você tem? Exercícios Comentados Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 8 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a • Pergunte quanto de coragem você tem. Possessivos Com eles relacionamos a coisa possuída à pessoa gramatical possuidora. No quadro abaixo, estão relacionados aos pronomes pessoais. PESSOAIS POSSESSIVOS Eu meu, minha, meus, minhas Tu tu, tua, teus, tuas Ele, você, V.Ex.ª etc. seu, sua, seus, suas Nós nosso, nossa, nossos, nossas Vós vosso, vossa, vossos, vossas Eles seu, sua, seus, suas Emprego Ambiguidade - “Seu”, “sua”, “seus” e “suas” são os reis da ambiguidade (duplicidade de sentido) Ex.: O policial prendeu o maconheiro em sua casa. (casa de quem?) Ex.: Meu pai levou meu tio para casa em seu carro. (na caranga de quem?) Corrigindo: Ex.: O policial prendeu o maconheiro na casa deste. Ex.: Meu pai, em seu carro, levou meu tio para casa. Emprego especial - Não se usam os possessivos em relação às partes do corpo ou às faculdades do espírito. Devemos, pois, dizer: • Machuquei a mão. (E não “a minha mão”) • Ele bateu a cabeça. (E não “a sua cabeça”) • Perdeste a razão? (E não “a tua razão”) Substantivo É a palavra variável que designa qualidades, sentimentos, sensações, ações etc. Quanto a sua classificação, o substantivo pode ser: 01. Primitivo (sem afixos): pedra 02. Derivado (com afixos): pedreiro/ empedrado 01. Simples (1 elemento): guarda 02. Composto (mais de 1 elemento): guarda- roupas 01. Comum (designa ser genérico): copo, colher 02. Próprio (designa ser específico): Maria, Portugal 01. Concreto (existência própria): cadeira, lápis 02. Abstrato (existência dependente): glória, amizade Os substantivos concretos Designam seres de existência própria como: padre, político, carro e árvore. Os substantivos abstratos nomeiam qualidades ou conceitos de existência dependente, como: beleza, fricção, tristeza e amor. Os substantivos próprios São sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas. Porém, alguns substantivos próprios podem vir a se tornar comuns, pelo processo de derivação imprópria que, geralmente, ocorre pela anteposição de um artigo e a grafia do substantivo com letra minúscula. (um judas = traidor / um panamá = chapéu). As flexões dos substantivos podem se dar em gênero, número e grau. Gênero dos substantivos Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 9 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Quanto à distinção entre masculino e feminino, os substantivos podem ser: Biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (gato, gata, homem, mulher). Uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em: Epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) - besouro, jacaré, albatroz. Comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas. Nesse caso, a distinção é feita por um elemento ladeador (artigo, pronome) - terrícola, estudante, dentista, motorista; Sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos - indivíduo, vítima, algoz; Em algumas situações, a mudança de gênero altera também o sentido do substantivo: Ex.: O cabeça (líder) / A cabeça (parte do corpo). /O número dos substantivos. Tentemos resumir as principais regras de formação do plural nos substantivos. TERMINAÇÃO VARIAÇÃO EXEMPLO Vogal ou ditongo Acréscimo do "s" Barco - Barcos M NS Pudim - pudins ÃO (primeiro caso) ÕES Ladrão - ladrões ÃO (segundo caso) ÃES Pão - pães ÃO (terceiro caso) S Cidadão – cidadãos R ES Mulher - mulheres Z ES Cartaz – cartazes N ES Abdômen - abdômenes S (oxítonos) ES Inglês - ingleses AL, EL, OL, UL IS Tribunal – tribunais IL (oxítonos) S Barril - Barris IL (paroxítonos) EIS Fóssil - fósseis ZINHO, ZITO S Anelzinho - aneizinhos Alguns substantivos são grafados apenas no plural: • alvíssaras; • anais; • antolhos; • belas-artes; • calendas; • cãs; • condolências; • esponsais; • exéquias; • fastos; • férias; • fezes; • núpcias; • óculos; • pêsames; O Grau do substantivo • Aumentativo / Diminutivo Analítico: quando se associam os adjetivos ao substantivo. Ex: carro grande, pé pequeno; Sintético: quando se adiciona ao substantivo sufixos indicadores de grau. Ex: carrão, pezinho. Sufixos Aumentativos: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, - eirão, -alhão, -arão, -arrão, -zarrão; Prof. Edson Ribeiro Página | 10 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Diminutivos: -ito, -ulo-, -culo, -ote, -ola, - im, -elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafezinho, paizinho); O aumentativo pode exprimir tamanho (casarão), desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade (amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (filhinho) ou ter valor pejorativo (livreco, casebre), além das noções de tamanho (bolinha). Verbo É a palavra com que se expressa uma ação (cantar, vender), um estado (ser, estar), mudança de estado (tornar-se) ou fenômeno da natureza (chover). Quanto à noção que expressam, os verbos podem ser classificados da seguinte maneira: Verbos Relacionais: exprimem estado ou mudança de estado. São os chamados verbos de ligação; Verbos Nocionais: exprimem ação ou fenômeno da natureza. São os chamados verbos significativos; Os Verbos Nocionais podem ser classificados da seguinte maneira: a) VI (Verbo Intransitivo): diz-se daquele que no necessita de um complemento para que se compreenda a ação verbal. Exemplos: morrer, cantar, sorrir, nascer, viver. b) VT (Verbo Transitivo): diz-se daquele que necessita de um complemento para expressar o afetado pela ação verbal. Divide-se em três tipos: Diretos: não possuem preposição para ligaro complemento verbal ao verbo. São exemplos os verbos querer, comprar, ler, falar etc. Indiretos: possuem preposição para ligar o complemento verbal ao verbo. São exemplos os verbos gostar, necessitar, precisar, acreditar etc. Diretos e Indiretos, ou Bitransitivos: possuem dois complementos, um não- preposicionado, outro com preposição. São exemplos os verbos pagar, perdoar, implicar etc. Se você não compreendeu o que acabou de ler, preste atenção na dica que segue: Ex. João morreu. (quem morre, morre. Não é preciso um complemento para entender o verbo) Ex.: Eu quero um aumento. (quem quer, quer alguma coisa. É preciso um complemento para entender o sentido do verbo) Ex.: Eu preciso de um emprego. (quem precisa, precisa “de” alguma coisa. Deve haver uma preposição para ligar o complemento ao seu verbo. Ex.: Mário pagou a conta ao padeiro. (quem paga, paga algo a alguém. Há um complemento com preposição e um complemento sem preposição). Estrutura e conjugação dos verbos: Antes da parte mais densa, eu vou tentar clarear algumas coisas em relação aos verbos e sua estrutura: Os verbos possuem: Raiz: o que lhes guarda o sentido (cantar, correr, sorrir) Vogal temática: o que lhes garante a família conjugacional. (AR, ER, IR) Desinências: o que ajuda a conjugar ou norninalizar o verbo. (cantando, cantávamos) Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 11 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Os verbos apresentam três conjugações, quer dizer, três famílias conjugacionais. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação: Regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação sem alterar suas raízes (amar, vender, partir); Irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem aparecer na raiz ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão); Anômalos: apresentam profundas irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir. Defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo, portanto, apresentam algum tipo de “defeito” (falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em grupos: a) impessoais, b) unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3 pessoas) c) antieufônicos (a sonoridade permite confusão com outros verbos) — demolir; falir, abolir etc. d) abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Existe abundância conjugacional e participial. A primeira ocorre na conjugação de algumas formas verbais como, por exemplo, o verbo “haver”, que admite “nós havemos/hemos”, “vós haveis/heis”. A segunda ocorre com as formas nominais de particípio. Abaixo segue uma lista dos principais abundantes na forma participial. Verbos Particípio regular - empregado com os auxiliares TER e HAVER Particípio irregular - empregado com os auxiliares SER, ESTAR e FICAR aceitar Aceitado aceito acender Acendido aceso benzer Benzido bento Eleger Elegido eleito Entregar Entregado entregue Enxugar Enxugado enxuto Expressar expressado expresso Expulsar Expulsado expulso Extinguir Extinguido extinto Matar matado Morto Prender prendido preso Romper rompido roto Salvar salvado salvo Soltar soltado solto Suspender suspendido suspenso Tingir tingido tinto Flexão Verbal Relativamente à flexão verbal, anotamos: Número: singular ou plural; Pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3º. Tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo, o presente; Voz: ativa, passiva, reflexiva e recíproca (que trabalharemos mais tarde); Modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido). Formas Nominais do Verbo Prof. Edson Ribeiro Página | 12 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente verbal. Infinitivo: assemelha-se ao substantivo, indica algo atemporal — o nome do verbo, sua desinência característica é a letra R: amar, realçar, ungir etc. Gerúndio: equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime de ação em processo. Sua desinência característica é — NDO: amando, realçando, ungindo etc. Particípio: tem valor e forma de adjetivo — pode também indicar ação concluída, sua desinência característica é —ADO ou —IDO para as formas regulares: amado, realçado, ungido etc. Tempos Verbais Dentro do Modo Indicativo, anotamos os seguintes tempos: Presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se fala; Ex.: Eu amo, eu vendo, eu parto. Pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída no passado; Ex.: Eu amei, eu vendi, eu parti. Pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado; Ex.: Eu amava, eu vendia, eu partia. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada; Ex.: Eu amara, eu vendera, eu partira. Futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época vindoura; Ex.: Eu amarei, eu venderei, eu partirei. Futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado; Ex.: Eu amaria, eu venderia, eu partiria. Dentro do Modo Subjuntivo, anotamos os seguintes tempos: Presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em que se fala, Para facilitar a conjugação, utilize a conjunção “que”. Ex.: Que eu ame, que eu venda, que eu parta. Pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado. Para facilitar a conjugação, utilize a Conjunção “se”. Ex.: Se eu amassasse, se eu vendesse, se eu partisse. Futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num momento ou época futura. Para facilitar a conjugação, utilize a conjunção “quando”. Ex.: Quando eu amar, quando eu vender, quando eu partir. Tempos compostos da voz ativa Constituem-se dos verbos auxiliares ter ou haver + particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal. No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira: Pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (Tenho amado); Pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (Tinha amado); Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 13 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (Terei amado); Futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (Teria amado). No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira: Pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha amado); Pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tivesse amado); Futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver amado). Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira: Infinitivo composto: infinitivopessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do verbo principal (Ter vendido / Teres vendido); Gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do verbo principal (Tendo partido). Cuidado com esse conteúdo, costuma ser cobrado em provas de concursos públicos. Deve, portanto, estudar muito e várias vezes este trecho do seu material. Quanto às vozes, os verbos apresentam voz: Ativa: sujeito é agente da ação verbal; (O corretor vende casas) Passiva: sujeito é paciente da ação verbal; (Casas são vendidas pelo corretor) Reflexiva: o sujeito é agente e paciente da ação verbal. (A garota feriu-se ao cair da escada) Recíproca: há uma ação mútua descrita na sentença. (Os amigos entreolharam-se) A voz passiva: cuja característica é possuir um sujeito paciente, ou seja, que é afetado pela ação do verbo! Tipos de voz passiva Analítica: verbo auxiliar + particípio do verbo principal isso significa que há uma locução verbal de voz passiva. Ex.: Casas são vendidas pelo corretor Veja mais alguns exemplos: Ex.: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) Ex.: O vento ia levando as folhas - As folhas iam sendo levadas pelo vento (mantido o gerúndio do verbo principal em um dos auxiliares). Ex.: Vereadores entregarão um prêmio ao gari — Um prêmio será entregue ao gari por vereadores (veja como a flexão do futuro se mantém na locução). Sintética: verbo apassivado pelo termo “se” (partícula apassivadora) + sujeito paciente. Ex.: Roubou-se o dinheiro do povo. Ex.: Fez-se o trabalho com pressa. É comum observar, em provas de concurso público, questões que mostram uma voz passiva sintética como aquela que é proveniente de uma ativa com sujeito indeterminado. Alguns verbos da língua portuguesa apresentam problemas de conjugação. A seguir temos uma lista, seguida de comentários sobre essas dificuldades de conjugação. Ex.: Compraram um carro novo (ativa); Ex.: Comprou-se um carro novo (passiva sintética). 03. (FCC) A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva está em: Prof. Edson Ribeiro Página | 14 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a a) Quando Rodolfo surgiu... b) ... adquiriu as impressoras... c) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. d) ... acolheu-o como patrono. e) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do Recife ... Resposta: A Comentário: não se pode transpor o verbo da frase “A” para a voz passiva, porque ele é um Verbo intransitivo. Apenas os transitivos diretos e os bitransitivos admitem transposição para a voz passiva. Verbos com a conjugação irregular Abolir (defectivo) - não possui a 1º pessoa do singular do presente do indicativo, por isso não possui presente do subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delinquir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir) Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do indicativo - com u = bulir, consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plural no presente do indicativo. Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir) Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo - ajo, ages... ( afligir, coagir, erigir, espargir, refuIgir, restringir, transigir, urgir) Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., - pretérito perfeito do indicativo - aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar) Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo, aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram. Arguir (irregular com alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - arguo (ú), arguis, argui, arguimos, arguis, arguem - pretérito perfeito - argui, arguiste... Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio, atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair, cair, distrair, sair, subtrair) Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... ( afluir, concluir, destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir) Averiguar (alternãncia vocálica o/u) - presente do indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito perfeito - averiguei, averiguaste... - presente do subjuntivo - averigue, averigues, averigue... (= apaziguar) Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo - ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam pronúncia aberta: estreio, estreia...) Coar (irregular) - presente do indicativo - coo, côas, côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste, coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (regular) - presente do indicativo - comercio, comercias... - pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar, exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar) Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito indicativo - compeli, compeliste... Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo, compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo - compilei, compilaste... Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 15 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Construir (irregular e abundante) - presente do indicativo - construo, constróis (ou constrúis), constrói (ou constrúi), construímos, construís, constroem (ou construem) — pretérito perfeito indicativo - construí, construíste... Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês, crê, cremos, credes, creem -pretérito perfeito indicativo - cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito indicativo -cria, crias, cria, críamos, críeis, cria tu Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis - pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-se, refluir, renhir) Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi, frigiste... Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai, vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui, foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades, vão fazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes... - pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu... Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio, mobilias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam - pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... / Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas... - pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste... Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo - pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito indicativo - poli, poliste... Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do indicativo - precavemo-nos, precaveis- vos - pretérito perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover (irregular) - presente do indicativo - provejo,provês, provê, provemos, provedes, proveem - pretérito perfeito indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo) - presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais com a letra v) Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos, remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste... Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro, requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri, requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo regular) Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri, rimos, rides, riem — pretérito perfeito indicativo - ri, riste... (= sorrir) Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo - saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei, saudaste... Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua... - pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, suou... (= atuar, continuar, habitua r, individuar, recuar, situar) Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales, vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu... Também merecem atenção os seguintes verbos irregulares: Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se, precaver-se; Caber Presente do indicativo: Caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem; Presente do subjuntivo: Prof. Edson Ribeiro Página | 16 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam; Pretérito perfeito do indicativo: Coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam; Pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem; Futuro do subjuntivo: Couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem. Dar Presente do indicativo: Dou, dás, dá, damos, dais, dão; Presente do subjuntivo: Dê, dês, dê, demos, deis, deem; Pretérito perfeito do indicativo: Dei, deste, deu, demos, destes, deram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Dera, deras, dera, déramos, déreis, deram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem; Futuro do subjuntivo: Der, deres, der, dermos, derdes, derem. Dizer Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem; Presente do subjuntivo: Diga, digas, diga, digamos, digais, digam; Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram; Futuro do presente: Direi, dirás, dirá, etc.; Futuro do pretérito: Diria, dirias, diria, etc.; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem; Futuro do subjuntivo: Disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem; Estar Presente do indicativo: Estou, estás, está, estamos, estais, estão; Presente do subjuntivo: Esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam; Pretérito perfeito do indicativo: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 17 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem; Futuro do subjuntivo: Estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem; Fazer Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; Presente do subjuntivo: Faça, faças, faça, façamos, façais, façam; Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem; Futuro do subjuntivo: Fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem. Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer. Os particípios desse verbo e seus derivados s o irregulares: Feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc. Haver Presente do indicativo: Hei, hás, há, havemos, haveis, hão; Presente do subjuntivo: Haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam; Pretérito perfeito do indicativo: Houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem; Futuro do subjuntivo: Houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem. Ir Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão; Presente do subjuntivo: Vá, vás, vá, vamos, vades, vão; Pretérito imperfeito do indicativo: Ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; Prof. Edson Ribeiro Página | 18 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes, forem. Poder Presente do indicativo: Posso, podes, pode, podemos, podeis, podem; Presente do subjuntivo: Possa, possas, possa, possamos, possais, possam; Pretérito perfeito do indicativo: Pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem; Futuro do subjuntivo: Puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem. Pôr Presente do indicativo: Ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem; Presente do subjuntivo: Ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham; Pretérito imperfeito do indicativo: Punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham; Pretérito perfeito do indicativo: Pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, Iusessem; Futuro do subjuntivo: Puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem. Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse modelo: Antepor, Compor, contrapor, decompor, depor, descompor; dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor, pos por, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor são alguns deles. Querer presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos, quereis, querem; Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram; Pretérito perfeito do indicativo: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 19 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem; Futurodo subjuntivo: Quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem; Saber Presente do indicativo: Sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem; Presente do subjuntivo: Saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam; Pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem; Futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem. Ser Presente do indicativo: Sou, és, é, somos, sois, são; Presente do subjuntivo: Seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam; Pretérito imperfeito do indicativo: Era, eras, era, éramos, éreis, eram; Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes, forem. As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: Sê (tu) e sede (vós). Ter Presente do indicativo: Tenho, tens, tem, temos, tendes, têm; Presente do subjuntivo: Tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham; Pretérito imperfeito do indicativo: Tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham; Pretérito perfeito do indicativo: Prof. Edson Ribeiro Página | 20 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem; Futuro do subjuntivo: Tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem. Seguem esse modelo os verbos : Ater, conter, deter, entreter, manter, reter. Trazer Presente do indicativo: Trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem; Presente do subjuntivo: Traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam; Pretérito perfeito do indicativo: Trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram; Futuro do presente: Trarei, trarás, trará, etc.; Futuro do pretérito: Traria, trarias, traria, etc.; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem; Futuro do subjuntivo: Trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem. Ver Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem; Presente do subjuntivo: Veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam; Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, vistes, viram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Vira, viras, vira, víramos, vireis, viram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem; Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. Seguem esse modelo os derivados antever, entrever, prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no presente do indicativo e seus tempos derivados; nos demais tempos, comporta- se como um verbo regular da segunda conjugação. Vir Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; Presente do subjuntivo: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 21 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham; Pretérito imperfeito do indicativo: Vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham; Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram; Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram; Pretérito imperfeito do subjuntivo: Viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem; Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem; Particípio e gerúndio: Vindo. Emprego do infinitivo Apesar de no haver regras bem definidas, podemos anotar as seguintes ocorrências: 01. Usa-se o impessoal: • sem referência a nenhum sujeito: É proibido estacionar na calçada; • nas locuções verbais: Devemos pensar sobre a sua situação; • se o infinitivo exercer a função de complemento de adjetivos: É uma questão fácil de resolver; • se o infinitivo possuir valor de imperativo — O comandante gritou: “marchar” 02. Usa-se o pessoal: • quando o sujeito do infinitivo é diferente cio sujeito da oração principal: Eu não te culpo por seres um imbecil; • quando, por meio de flexão, se quer realçar ou identificar a pessoa do sujeito: No foi bom agires dessa forma; 04. (FCC) Hoje se acredita que a família nuclear tenha se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. O emprego da forma verbal grifada acima denota, considerando-se o contexto: a) condição de realização de um fato. b) ação terminada no passado. c) hipótese plausível. d) dúvida baseada em fatos. e) fato concreto. Resposta: c Comentário: o verbo em destaque está conjugado no Modo Subjuntivo. Isso quer dizer que a forma verbal expresso uma ideia de hipótese passível de realização. 01. (FCC /12- TRT 6º Região) Levando-se em conta as alterações necessárias, o termo grifado foi substituído corretamente por um pronome em: a) A Inveja habita o fundo de um vale = habitá-lo b) jamais se acende o fogo = lhe acende c) serviu de modelo a todos = serviu-os d) infectar a jovem Aglauros = infectá-la Exercícios Comentados Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro Página | 22 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a e) ao dilacerar os outros = dilacerar-lhes Leia o texto: Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste ou sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele. 02. (CESPE -2012 - MPE-PI) A forma pronominal “las” em “enviá-las” (R.10), pode fazer referência tanto ao termo “garrafas” (R.8) quanto ao termo “mensagens” (R. 9). 03. (CESGRANRIO - 2012 - LIQUIGAS- )“A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos.” Nós nos acostumamos a morar em apartamentos de fundos. A troca de pronomes também respeita as regras de concordância estabelecidas na norma- padrão em: a) Tu te acostuma / Você se acostuma. b) Tu se acostuma / Você se acostumas. c) Tu te acostumas / Você se acostuma. d) Tu te acostumas / Você vos acostuma. e) Tu te acostumas / Você vos acostumais. 04. (CESPE - 2012 - MPE-Pl) Nossa espécie passou os últimos 150 mil anos melhorando o cérebro. Mas uma pesquisa recém-publicada por uma equipe da Universidade de Cambridge reforçou uma tese recorrente na neurociência: a de que nossa inteligência chegou a seu limite. Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho, somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa margem para muitas dúvidas. No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos” (R.6-7), o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles.05. (FAURGS - 2012 - TJ-RS) As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados _______ o escritor argentino Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e periódicas. Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie de otimismo cético próprio do racionalismo. A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do paradoxo do conhecimento: quanto mais se sabe, mais há para saber, de modo que, o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem a resposta periódica ________ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas. a) que—como—que b) com que—que—a que c) com que — como — que d) que—como—aque e) que—que—aque 06. (CESGRANRIO - 2012 — Petrobrás) Os substantivos grafados com ç são derivados de verbos: produção, redução, desaceleração, projeção. Quais os verbos a seguir que formam substantivos com a mesma grafia: a) admitir, agredir, intuir b) discutir, emitir, aferir c) inquirir, imprimir, perseguir d) obstruir, intervir, conduzir e) reduzir, omitir, extinguir 07. (NUCEPE -2012- PM-PI)- Adaptada. Assinale a opção em que o substantivo apresentado é uma palavra de gênero feminino. a) “sinal” (linha 04). b) “palco” (linha 13). c) “comunidade” (linha 12). d) “lugares” (linha 11). e) “jornais” (linha 18). 08. (CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ) Os verbos considerados impessoais devem se manter invariáveis, no singular, segundo as normas de concordância verbal. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 23 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Há um caso de verbo impessoal no seguinte exemplo do texto: a) “você não vê há três meses” b) “Para lá fui enviada.” c) “um gigantesco caminhão que andava” d) “aquilo nos pareceu absurdo” e) “E não precisará de recall para isso.” 09. (FCC - 2012 - TRE-SP) Ainda que os modernistas de 1922 não se ............ componentes de uma escola, nem .... ter postulados rigorosos em comum, um grande desejo de expressão livre os unificava. Na frase acima, a correção será mantida caso a conjugação dos verbos originalmente empregados consideraram e afirmaram for modificada de modo que as formas verbais resultantes sejam, respectivamente: a) considerarem e afirmarem. b) considerassem e afirmassem. c) consideravam e afirmavam. d) considerariam e afirmariam. e) considerar e afirmar. 10. (FUNCAB - 2012 - MPE-RO) Em “(...) A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no portão, olhando o movimento.(...)” o tempo verbal mostra uma ação: a) iniciada no passado, continuada no presente. b) realizada em futuro próximo. c) subordinada a uma ação futura. d) repetida, independente da ação passada. e) já terminada. Leia o texto: Eu sei morrer. Morri desde pequena. E dói, mas a gente finge que não dói. Estou com tanta saudade de Deus. E agora vou morrer um pouquinho. Estou tão precisada. Sim. Aceito, my Lord. Sob protesto. Mas Brasília é esplendor. Estou assustadíssima. No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir. 11. (CESPE - 2012 - Instituto Rio Branco) Da combinação inusitada do verbo morrer, flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial “desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho morrendo. 12. (FCC- 2012 TRE/PR- Téc. Jud.) Na Antiguidade, os egípcios tinham nas letras um objeto sagrado, inventado pelos deuses. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em: a) Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara ... b) ... que o ato de escrever desencadeia ligações entre os neurônios c) Com a digitação, essa área fica inativa. d) ... a caligrafia constava entre as habilidades avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70 ... e) ... entre as gerações que chegam aos bancos escolares. 13. (FCC/12- TRT 6ª Região.) ... que já detestava a jovem... O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em: a) A Inveja habita o fundo de um vale... b) ... todos os que falaram desse sentimento... c) ... porque esta a espionara... d) ... que interceda junto a Hersé... e) Não admitia que a mortal... 14. (Vunesp 2011- TJM-SP- Escrevente) No contexto, a correlação expressa pelos verbos destacados na frase - Se o fizesse não teria coragem de me olhar no espelho. - indica a) hipótese sobre a consequência de mentir. b) necessidade de comunicar-se sem enganar. c) certeza acerca de ser desnecessária a mentira. d) dúvida em relação àquilo que motiva a mentira. e) negação de que a mentira seja viável. GABARITO 1 – D 2 – CERTO 3 – C 4 - CERTO 5 – C 6 – D 7 – C 8 – A 9 – B 10 – E 11 – CERTO 12 – D 13 – E 14 – A Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 03 Regência Verbal e Nominal Regência é a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro e se nessa complementação há uma preposição. Dividimos a Regência em: a) Regência Verbal (ligada aos verbos). b) Regência Nominal (ligada aos substantivos, adjetivos ou advérbios). Regência Verbal Deve-se analisar, nesse caso, a necessidade de compIementação, a presença ou ausência da preposição e a possibilidade de mudança de sentido do texto. Vamos aos casos: 01. Agradar e desagradar: São transitivos indiretos (com preposição a) nos sentidos de satisfazer, contentar: Ex.: A biografia de Aníbal Machado agradou/desagradou à maioria dos leitores. Ex.: A criança agradava ao pai por ser muito comportada. 02. Agradar: Pode ser transitivo direto (sem preposição) se significar acariciar, afagar: Ex.: Agradar a esposa. Ex.: Pedro passava o dia todo agradando os seus gatos. 03. Agradecer: Transitivo direto e indireto, com a preposição a, no sentido de demonstrar gratidão a alguém. Ex.: Agradecemos a Santo Antônio o milagre alcançado. Ex.: Agradecemos-lhes a benesse concedida. O verbo em questão também pode ser transitivo direto, no sentido de mostrar gratidão por alguma coisa: Ex.: Agradeço a dedicação de todos os estudantes. Ex.: Os pais agradecem a dedicação dos professores para com os alunos. 04. Aspirar: É transitivo indireto (preposição a), nos sentido de desejar, pretender ou almejar. Ex.: Sempre aspirei a um cargo público. Ex.: Manoel aspirava a ver novamente a família na Holanda. 05. Aspirar: É transitivo direto na acepção de inalar, sorver, tragar, ou seja, mandar para dentro. Ex.: Aspiramos o perfume das flores. Ex.: Vimos a empregada aspirando a poeira do sofá. 06. Assistir: É transitivo direto, no sentido de ajudar, socorrer, etc. Ex.: O professor assistia o aluno. Ex.: Devemos assistir os mais necessitados. 07. Assistir: Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a É transitivo indireto (complemento regido pela preposição a) no sentido de ver ou presenciar: Ex.: Assisti aos comentário da palestra anterior. Ex.: Você deve assistir às aulas do professor! 08. Assistir: É transitivo indireto (complemente regido pela preposição a) no sentido de “ser próprio de”, “pertencer a”: Ex.: O direito à vida assiste ao ser humano. Ex.: Essecomportamento assiste às pessoas vitoriosas. 09. Assistir: É intransitivo no sentido de morar ou residir: Ex.: Maneco assistira em Salvador. 10. Chegar: É verbo intransitivo e possui os adjuntos adverbiais de lugar introduzidos pela preposição a: Ex.: Chegamos a Cascavel pela manhã. Ex.: Este é o ponto a que pretendia chegar. Caso a expressão indique posição em um deslocamento, admite-se a preposição em: Ex.: Cheguei no trem à estação. Os verbos ir e vir têm a mesma regência de chegar. Ex.: Nós iremos à praia amanhã. Ex.: Eles vieram ao cursinho para estudar. 11. Custar Ter valor ou preço: verbo transitivo direto. Ex.: O avião custa 100 mil reais. Ter como resultado certa perda ou revés: verbo transitivo indireto e direto. Ex.: Essa atitude custou-lhe a vida. Ser difícil ou trabalhoso: intransitivo. Ex.: Custa muito entender esse raciocínio. Levar tempo ou demorar: intransitivo. Ex.: Custa a vida para aprender a viver. 12. Esquecer/lembrar: Possuem a seguinte regra — se forem pronominais, terão complemento regido pela preposição “de”, se não forem, não haverá preposição. Ex.: Lembrei-me de seu nome. / Esqueci-me de seu nome. Ex.: Lembrei seu nome. / Esqueci seu nome. 13. Gostar É transitivo indireto no sentido de apreciar (complemento introduzido pela preposição “de”) 14. Gostar: Como sinônimo de experimentar ou provar é transitivo direto. Ex.: Gostei a sobremesa apenas uma vez e já adorei. Ex.: Gostei o chimarrão uma vez e não mais o abandonei. 15. Implicar: pode ser Ex.: Transitivo direto (sentido de acarretar): Cada escolha implica uma renúncia. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Ex.: Transitivo direto e indireto (sentido de envolver alguém em algo)/ Implicou a irmã no crime. Ex.: Transitivo indireto (sentido de rivalizar)/ Joana estava implicando com o irmão menor. 16. O verbo informar é bitransitivo, ou seja, é transitivo direto e indireto. Quem informa, informa Ex.: algo a alguém: Informei o acontecido para Jonas. Ex. :alguém de algo: Informei-o do acontecido. Ex.: alguém sobre algo: Informei-o sobre o acontecido. 17. Morar / Residir: Verbos intransitivos (ou, como preconizam alguns dicionários transitivo adverbiado), cujos adjuntos adverbiais de lugar são introduzidos pela preposição “em”. Ex.: José mora em Alagoas. Ex.: Há boas pessoas residindo em todos os estados do Brasil. 18. Obedecer É um verbo transitivo indireto: Ex.: Os filhos obedecem aos pais. Ex.: Obedeça às leis de trânsito. Embora transitivo indireto, admite forma passiva: Ex.: Os pais são obedecidos pelos filhos. O antônimo “desobedecer” também segue a mesma regra. 19. Perdoar: É transitivo direto e indireto, com objeto direto de coisa e indireto de pessoa: Ex.: Jesus perdoou os pecados aos pecadores. Ex.: Perdoava-lhe a desconsideracão. Perdoar admite a voz passiva: Ex.: Os pecadores foram perdoados por Deus. 20. Precisar: É transitivo indireto (complemento regido pela preposição de) no sentido de “necessitar”. Ex.: Precisaremos de uma nova Gramática. 21. Precisar: É transitivo direto no sentido de indicar com precisão. Ex.: Magali não soube precisar_quando o marido voltaria da viagem. 22. Preferir É um verbo bitransitivo, ou seja, é transitivo direto e indireto, sempre exigindo a preposição a (preferir alguma coisa a outra): Ex.: Adelaide preferiu o filé ao risoto. Ex.: Prefiro estudar a ficar em casa descansando. Ex.: Prefiro o sacrifício à desistência. Fique Ligado Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a É incorreto reforçar o verbo “preferir” ou utilizar a locução do que 23. proceder É intransitivo na acepção de “ter cabimento”. Ex.: Suas críticas são vazias, não procedem. 24. proceder É também intransitivo na acepção de “portar-se”. Ex.: Todas as crianças procederam bem ao lavarem as mãos antes do lanche. 25. proceder No sentido de “ter procedência” é utilizado com a preposição de: Ex.: Acredito que a dúvida proceda do coracão dos curiosos. 26. proceder É transitivo indireto exigindo a preposição no sentido de “dar início”: Ex.: Os investigadores procederam ao inquérito rapidamente. 27. Querer É transitivo direto no sentido de “desejar”: Ex.: Eu quero um carro novo. 28. Querer É transitivo indireto (com o complemento de pessoa) no sentido de “ter afeto”. Ex.: Quero muito a meus alunos que são dedicados. 29. Solicitar É utilizado na maior parte dos casos, como transitivo direto e indireto. Nada impede, entretanto, que se construa como transitivo direto. Ex.: O juiz solicitou as provas ao advogado. Ex.: Solicito seus documentos para a investidura no cargo. 30. Visar É transitivo direto na acepção de mirar. Ex: O atirador visou o alvo e disparou um tiro certeiro. 31. Visar É transitivo direto também no sentido de “dar visto”, “assinar”. Ex.: O gerente havia visado o relatório do estagiário. 32. Visar É transitivo indireto, exigindo a preposição a, na acepção de “ter em vista”, “pretender”, “almejar”. Ex.: Pedro visava ao amor de Mariana. Ex.: As regras gramaticais visam uniformidade da expressão linguística. Regência Nominal Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) são comparáveis aos verbos transitivos indiretos: precisam de um complemento introduzido por uma preposição. Acompanhemos os principais termos que exigem regência especial. Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a SUBSTANTIVO Admiração a por Devoção a, para, com, por Medo a, de Aversão a, para, por Doutor em Obediência a Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por Bacharel em Horror a Proeminência sobre Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por Exceção a Excelência em Exatidão de, em Dissonância entre Divergência com, de, em, entre, sobre Referência a Alusão a Acesso a Menção a ADJETIVOS Acessível a Diferente de Necessário a Acostumado a, com Entendido em Nocivo a Afável com, para com Equivalente a Paralelo a Agradável a Escasso de Parco em, de Alheio a, de Essencial a, para Passível de Análogo a Fácil de Preferível a Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a Apto a, para Favorável a Prestes a Ávido de Generoso com Propício a Benéfico a Grato a, por Próximo a Capaz de, para Hábil em Relacionado com Compatível com Habituado a Relativo a Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por Contíguo a Impróprio para Semelhante a Contrário a Indeciso em Sensível a Curioso de, por Insensível a Sito em Descontente com Liberal com Suspeito de Desejoso de Natural de Vazio de Distinto de, em, por Dissonante a, de, entre Distante de, para ADVÉRBIOS Longe de Perto de Relativamente a Contemporaneamente a Impropriamente a Contrariamente a 01. (CEPERJ) “É forçoso reconhecer que razão assiste ao magistrado.” A frase acima exemplifica um uso mais formal da língua, escolhido pelo autor deste texto, que foi originalmente publicado em uma seção voltada para questões de Direito e Justiça de um jornal. No contexto da frase, o significado do verbo “assistir” é: a) comparecer b) acompanhar c) faltar d) caber Resposta: D Comentário: como visto no conteúdo do material, o verbo assistir pode significar “pertencer” ou “ser cabível a”, ou seja, aquilo que foi cobrado nessa questão. É provável que você encontre um grande número de listas com palavras e suas regências, porém a maneiramais eficaz de se descobrir a regência de um termo é fazer uma pergunta para ele e verificar se, na pergunta, há uma preposição. Havendo, descobre-se a regência. Fácil! Ex.: A descoberta era acessível a todos. Faz-se a pergunta: algo que é acessível é acessível? (a algo ou a alguém). Descobre-se, assim, a regência de acessível. 01. (FCC) A frase em que a regência está em conformidade com o padrão culto escrito é: Exercícios Comentados Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a a) Em seu fingimento, só restou de que dissesse ao ex-sócio que sentia saudades dele. b) Tudo isso considerado, é necessário fazer que ele sinta o peso da responsabilidade. c) Em atenção por seu talento indiscutível, o pouparam as devidas multas. d) Passou os documentos a mão do técnico e não os perdeu de vista até ao final da reunião. e) Inconformado de que eles propalavam injúrias a seu respeito, decidiu denunciá-los. 02. (CESGRANRIO) A frase em que a presença ou ausência da preposição está de acordo com a norma-padrão é: a) A certeza que a sorte chegará para mim é grande. b) Preciso de que me arranjem um emprego. c) Convidei à Maria para vir ao escritório. d) A necessidade que ele viesse me ajudar me fez chamá-lo. e) Às dez horas em ponto, estarei à sua casa. 03. (FCC) ... de modo que ele próprio o anunciou no Orçamento de 1925. Considerando-se o contexto, o verbo grifado acima está empregado como: a) transitivo indireto pronominal. b) transitivo indireto. c) bitransitivo. d) transitivo direto. e) intransitivo. 04. (FCC) ... procurava incorporar à escrita o ritmo da fala... O verbo empregado no texto com a mesma regência do grifado acima está em: a) ... consagrar literariamente o vocabulário usual. b) ... dar estado de literatura aos fatos da civilização moderna. c) No Brasil, ele significou principalmente libertação dos modelos acadêmicos... d) ... que a sua contribuição maior foi a liberdade de criação e expressão. e) ... os modernistas promoveram uma valorização diferente do léxico... 05. (CESPE) No trecho “essa propensão tenderá à aceleração” o uso do sinal indicativo de crase não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é, com ou sem preposição. 06. (CESPE) Em “que ele chamou metafísica dos costumes” (L.1-2), o trecho em negrito, que exerce, na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da preposição de. 07. (CESPE) A retirada da preposição “de” em “A indicação inicial é a de que, sim, a rede (...)“ não implicaria alteração do texto, quer do ponto de vista semântico, quer sintático. Leia o texto: Ainda que se soubessem todas as palavras de cada figura da Inconfidência, nem assim se poderia fazer com o seu simples registro uma composição da arte. A obra de arte não é feita de tudo — mas apenas de algumas coisas essenciais. A busca desse essencial expressivo é que constitui o trabalho do artista. Ele poderá dizer a mesma verdade do historiador, porém de outra maneira. Seus caminhos são outros, para atingir a comunicação. Há um problema de palavras. Um problema de ritmos. Um problema de composição. Grande parte de tudo isso se realiza, decerto, sem inteira consciência do artista. E a decorrência natural da sua constituição, da sua personalidade — por isso, tão difícil se torna quase sempre a um criador explicar a própria criação. No caso, porém, de um poema de mais objetividade, como o Romanceiro, muitas coisas podem ser explicadas, porque foram aprendidas, à proporção que ele se foi compondo. Digo “que ele se foi compondo” e não “que foi sendo composto”, pois, na verdade, uma das coisas que pude observar melhor que nunca, ao realizá-lo, foi a maneira por que um tema encontra sozinho ou sozinho impõe seu ritmo, sua sonoridade, seu desenvolvimento, sua medida. O Romanceiro foi construído tão sem normas preestabelecidas, tão à mercê de sua expressao natural que cada poema procurou a forma condizente com sua mensagem. A voz irreprimível dos fantasmas, que todos os artistas conhecem, vibra, porém, com certa docilidade, e submete-se a aprovação do poeta, como se realmente, a cada instante, lhe pedisse para ajustar seu timbre à audição do público. Porque há obras que existem apenas para o artista, desinteressadas de transmissão; outras que Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 7 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a exigem essa transmissão e esperam que o artista se ponha a seu serviço, para alcançá-la. O Romanceiro é desta segunda espécie. Quatro anos de quase completa solidão — numa renúncia total às mais sedutoras solicitações, entre livros de toda espécie relativos ao especializadamente século ainda pareceram curtos demais para uma obra que se desejava o menos imperfeita possível, porque se impunha, acima de tudo, o respeito por essas vozes que falavam, que se confessavam, que exigiam, quase, o registro da sua história. E era uma história feita de coisas eternas e irredutíveis: de ouro, amor, liberdade, traições... Mas porque esses grandiosos acontecimentos já vinham preparados de tempos mais antigos e foram o desfecho de um passado minuciosamente construído — era preciso iluminar esses caminhos anteriores, seguir o rastro do ouro que vai, a princípio como o fio de um colar, ligando cenas e personagens, até transformar-se em pesada cadeia que prende e imobiliza num destino doloroso. (Cecília Meireles. Como escrevi o Romanceiro da Inconfidência, In: Romanceiro da Inconfidência. 3. cd., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, p. XVI XVI (com adaptações). 08. (CESPE) Os vocábulos “decorrência”, “condizente” e “irreprimível” regem termos que lhes complementam, necessariamente, o sentido. 09. (CESGRANRIO) Em qual das sentenças abaixo, a regência verbal está em DESACORDO com a norma-padrão? a) Esqueci-me dos livros hoje. b) Sempre devemos aspirar a coisas boas. c) Sinto que o livro nao agradou aos alunos. d) Ele lembrou os filhos dos anos de tristeza. e) Fomos no cinema ontem assistir o filme. 10. Em relação à regência verbal e nominal, o emprego do pronome relalivo, segundo o registro culto e formal da linqua, esta INCORRETO em: a) A conclusão que chegamos é que o fracasso ensina ao homem como recomeçar. b) o barco a cujos tripulantes me referi pode voltar a navegar. c) O ideal por que lutamos norteia nossos projetos. d) O infortúnio a que está sujeito o empreendedor motiva-o. e) Após o término da pesquisa, informei-lhe que tomasse cuidado para não errar. GABARITO 1 – B 2 – B 3 – D 4 – B 5 – ERRADO 6 – ERRADO 7 – ERRADO 8 – ERRADO 9 – E 10 – A Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 04 Crase O acento grave é solicitado nas palavras quando há a união da preposição “a” com o artigo (ou a vogal, dependendo do caso) feminino “a” ou com os pronomes demonstrativos (aquele, aquela, aquilo e ‘a’). Ex.: Mário foi à festa ontem. Tem-se o “a” preposição e o “a” artigo feminino. Quem vai, vai a algum lugar / festa é palavra feminina, portanto, admite o artigo “a”. Ex.: Chegamos àquele assunto (a + aquele). Ex.: A gravata que eu comprei é semelhante à que você comprou (a + a) Decore os casos em que não ocorre crase, pois a tendência da prova é perguntar se há crase ou não. Sabendo os casos proibitivos, fica muito fácil. Crase proibitiva Não se pode usar acento grave indicativo de crase:01. Antes de palavras masculinas; Ex.: Fez uma pergunta a Mário. 02. Antes de palavras de sentido indefinido; Ex.: Não vai a festas, a reuniões, a lugar algum. 03. Antes de verbos; Ex.: Todos estão dispostos a colaborar. 04. De pronomes pessoais; Ex.: Darei um presente a ela. 05. De nomes de cidade, estado ou país que não utilizam o artigo feminino; Ex.: Fui a Cascavel. / Vou a Pequim. 06. Da palavra “casa” quando tem significado de próprio lar, ou seja, quando ela aparecer indeterminada na sentença; Ex.: Voltei a casa, pois precisava comer algo. Quando houver determinação da palavra casa, ocorrerá crase. Ex.: Voltei à casa de meus pais. 07. Da palavra “terra” quando tem sentido de solo; Ex.: Os tripulantes vieram a terra. A mesma regra da palavra “casa” se aplica à palavra terra. 08. De expressões com palavras repetidas; Ex.: Dia a dia, mano a mano, face a face, cara a cara etc. 09. Diante de numerais cardinais referentes a substantivos que não estão determinados pelo artigo: Ex.: Irei assistir a duas aulas de Língua Portuguesa. No caso de locuções adverbiais que exprimem hora determinada e nos casos em que o Fique Ligado Fique Ligado Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a numeral estiver precedido de artigo, acentua-se: Ex.: Chegamos às oito horas da noite. Ex.: Assisti às duas sessões de ontem. No caso dos numerais, há uma dica para facilitar o entendimento dos casos de crase. Se houver o “a” no singular e a palavra posterior no plural, não acorrerá o acento grave. Do contrário, ocorrerá. Crase Obrigatória 01. Locução adverbial feminina: À noite, à tarde, às pressas, às vezes, à farta, à vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, às sete horas, à custa de, à força de, à espera de, à vontade, à toa. 02. Termos femininos ou masculinos com sentido da expressão “à moda de” ou “ao estilo de”: Filé à milanesa, servir à francesa, brigar à portuguesa, gol à Pelé, conto à Machado de Assis, discurso à Rui Barbosa etc. 03. Locuções conjuntivas proporcionais: À medida que, à proporção que. 04. Locuções prepositivas: À procura de, à vista de, à margem de, à beira de, à custa de, à razão de, à mercê de, à maneira de, etc. 05. Para evitar ambiguidade: receberá o acento o termo afetado pela ação do verbo (objeto direto preposicionado). Ex.: Derrubou a menina à panela. Ex.: Matou a vaca à cobra. 06. Diante da palavra distância quando houver determinação da distância em questão: Ex.: Achava-se à distância de cem (ou de alguns) metros. 07. Antes das formas de tratamento “senhora” “senhorita” e “madame” = não há consenso entre os gramáticos, no entanto, opta-se pelo uso. Ex.: Enviei lindas flores à senhorita. Ex.: Josias remeteu uma carta à senhora. Crase Facultativa 01. Após a preposição até: Ex.: As crianças foram até à escola. 02. Antes de pronomes possessivos femininos: Ex.: Ele fez referência à nossa causa! 03. Antes de nomes próprios femininos: Ex.: Mandei um SMS à Joaquina. 04. Antes da palavra Dona. Ex.: Remeti uma carta à Dona Benta. Não se usa crase antes de nomes históricos ou sagrados: Ex.: O padre fez alusão a Nossa Senhora. Ex.: Quando o professor fez menção a Joana D’Arc, todos ficaram entusiasmados. 01. (FCC) Considere: ____ angústia de imaginar que o homem pode estar só no universo soma-se a curiosidade humana, que se prende ____ tudo o que é desconhecido, para que não desapareça de todo o Fique Ligado Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a interesse por pistas que dariam embasamento ____ teses de que haveria vida em outros planetas. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) À - a - às b) A - à - as c) À - a - as d) A - a - às e) À - à - as Resposta: D Comentário: o primeiro “a” não recebe acento, pois é simplesmente um artigo anteposto ao substantivo “angústia”. O segundo “a” não recebe acento, porque está diante de um pronome indefinido (o que inviabiliza crase). O terceiro elementos “às” deve receber o acento, pois há a preposição “a” proveniente do verbo “dar” somada ao artigo “as” que define a palavra “teses”. 01. ... assim [ele] se via transportado de volta “à glória que foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”. Ambos os sinais indicativos de crase devem ser mantidos caso o segmento sublinhado seja substituído por: a) enaltecia. b) louvava. c) aludia. d) mencionava. e) evocava. 02. A vida urbana ofereceu condições ideais para o surgimento do detetive particular, personagem dedicado ____ elucidação dos mais variados mistérios, propenso ____ investigar delitos de todos os tipos. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) as - à - a b) às - a - à c) as - a - à d) as - à - à e) às - à - a 03. A pesquisa, feita em terras destinadas ___ agricultura, teve por objetivo estudar ___ áreas que permitissem condições favoráveis de sobrevivência ___ aves. a) à - às - as b) à - as - as c) à - as - às d) a - as - as e) a - às - às 04. ... e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café. Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de crase em destaque na frase acima, está correto o seu emprego em: a) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. b) e chegou então à tirar conclusões precipitadas c) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais d) e chegou finalmente à inevitável conclusão. e) e chegou à conclusões as mais disparatadas. 05. Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que se seguem. No trecho “Exceção a essa regra” (L.22), é opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”. 06. ... os modernistas promoveram uma valorização diferente do léxico, paralela à renovação dos assuntos. O sinal indicativo de crase presente na frase acima deve ser mantido em caso de substituição do segmento grifado por: a) muita inovação no repertório. b) uma grande reformulação dos temas. c) toda sorte de revigoramento do repertório, d) profundas mudanças temáticas. e) inevitável transformação temática. 07. A fidelidade ___ música e ___ fala do povo permitiram Adoniran exprimir a sua cidade de modo completo e perfeito. (Antonio Cândido. Op. Cit.) Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) a - a - à b) a - à - à c) à - à - a d) à - a - a e) a - à - a 08. Não deixa de ser paradoxal o fato de o crescimento da descrença, que parecia levar ___ uma ampliação da liberdade, ter dado lugar ___ escalada do fundamentalismo religioso, ___ que se Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a associam manifestações profundamente reacionárias. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) a - à - a b) à - a - a c) a - a - à d) à - à - a e) a - à - à 09. Em “Bem-vindos à Feira de Caruaru”, a crase é obrigatória. Em qual alternativa abaixo, o uso da crase é FACULTATIVO? a) A Feira de caruaru é atração devido à grande diversidade lá existente. b) Na Feira de Caruaru, tudo está à venda. c) Em feiras, como a de Caruaru, vendem-se coisas às pessoas de diferentes classes sociais. d) Nas cidades de pequeno comércio, já mais pagamento à vista. e) Todos os dias, os comerciantes da Feira de Caruaru permanecem até às 18h. 10. A parcela da população mundial que ascendeu ___ classe média nos últimos vinte anos passou ___ consumir mais, ___ um ritmo acelerado, o que põe em risco a sustentabilidadedo planeta. As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por: a) à - a - a b) à - à - a c) à - a - à d) a - a - à e) a - a – a 11. Assinale a opção em que o espaço deve ser preenchido com À (preposição e pronome), como destacado em “(..) uma média semelhante À de um casal de classe média (...)”. a) ___ medida que caminhava, recordava-se da terra natal. b) esta cena corresponde ___ que presenciei ontem. c) Aproveite ___ oferta e se contente com a cor do tecido. d) referia-se, com certeza, ___ terra de seus pais. e) Obedeceu ___ ordem dada, sem reclamar. 12. Assinale a alternativa em que o uso do acento grave é obrigatório. a) Ficou A olhar para os peixes sobre a pia. b) Abriu A torneira para ver o que acontecia. c) Ela está lá do jeitinho que A deixei. d) Juro; pode ir A cozinha ver os peixes. e) Podia dar alguma coisa A ele. 13. ... levava à crença na contínua evolução da sociedade ... O emprego do sinal de crase, exemplificado acima, estará correto, unicamente, em: a) aludir à felicidade geral. b) buscar à felicidade. c) propor à toda a população d) impor à esse grupo. e) discutir à obrigatoriedade da lei. 14. Em “direito à alimentação”, o uso de sinal indicativo de crase é um recurso imprescindível para a compreensão do texto. Leia o texto A preocupação com a herança que deixaremos as gerações futuras está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços científicos, tornamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a sobrevivência das outras espécies e que nossos atos, relacionados a alterações no planeta, podem colocar em risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve preocupado com questões ambientais. O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as nossas necessidades atuais, mas também as das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo. (Adaptado de A. P. FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível em http:// www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008) 15. Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de crase em: a) 1, 2 e 3. b) 1 e 2. c) 1, 3 e 5. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a d) 2 e 4. e) 3, 4 e 5. 16. Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto seguinte: lnstitucionalizada __ partir das lutas antiabsolutistas, no século 18, e da expansão dos movimentos constitucionalistas, no século 19, __ democracia representativa foi consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reconhecimento de três gerações de direitos humanos: os relativos __ cidadania civil e política, os relativos __ cidadania social e econômica e os relativos __ cidadania “pós-material”, que se caracterizam pelo direito __ qualidade de vida, __um meio ambiente saudável, __ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da diferença e da subjetividade. (Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br) a) a, à, à, a, à, à, a, a. b) a, a, à, à, à, à, a, à. c,) à, a, a, à, à, a, a, à. d) à, a, a, à, à, à, a, à. e) a, à, à, a, à, à, a, à. 17. Os trechos abaixo compõem, sequencialmente, um texto adaptado do Editorial do jornal Zero Hora (RS) de 18/01/2010. Assinale a opção que está gramaticalmente correta quanto à ausência ou à presença do acento grave indicativo de crase. a) O novo estímulo aos usineiros, também com pesado suporte de subsídios, levou à indústria automobilística a investir na produção não mais de carros movidos a álcool, mas de veículos flex, que permitem o uso dos dois combustíveis. No ano passado, as vendas de carros flex cresceram 14% em relação a 2008. b) Apresentado nos anos 70 como opção à crise do petróleo, sob forte apoio governamental, o álcool perdeu relevância nas décadas de 80 e 90. A produção foi retomada e intensificada nos últimos anos, com a explosão nos preços internacionais dos derivados da energia fóssil. c) As montadoras aplicaram recursos no desenvolvimento de tecnologias, e o consumidor se dispôs a pagar mais por veículos mais modernos. Ambos apostaram nas vantagens de um combustível que, além de reduzir à dependência da gasolina e do diesel, apresentava ainda as virtudes do ecologicamente correto, por ser menos poluente e renovável. d) A partir do ano passado, com a queda nos preços do petróleo, outros fatores de mercado conspiraram contra o álcool, como a quebra na produção da cana e o aumento dos preços do açúcar. Mesmo que o álcool se submeta à oscilações de cotações, como qualquer outro produto, o que não se pode admitir é que essas variações façam com que a oferta do produto seja imprevisível e instável. e) A sazonalidade e outras questões envolvidas não são suficientes para explicar a ausência de uma política que assegure, à fabricantes e consumidores, a certeza de que investiram em uma opção de combustível tratada com a seriedade que merece. 18. “O movimento altermundialista deverá também responder à nova situação mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização capitalista.” No trecho acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo de crase. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido. a) Eles visaram à premiação no concurso. b) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos. c) Nossos cursos vão de 8h às 18h. d) A solução foi sair à francesa. e) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos. 19. Na frase “é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada” foi corretamente empregado o acento indicativo de crase. Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está corretamente empregado: a) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada. b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente. c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já desestimuladas. d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista. e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são responsáveis. 20. O acento indicativo de crase foi corretamente empregado apenas em: a) o cidadão não atende à apelos sem fundamento. Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a b) no artigo, o autor citou à necessária reforma do Estado. c) convencemos à todos da necessidade de um pacto social. d) o debatedor não se rendeu àqueles discursos demagógicos. e) os governantes dispuseram-se à colaborar. GABARITO 1 – C 2 – A 3 – C 4 – D 5 – ERRADO 6 – E 7 – C 8 – A 9 – E 10 – A 11 – B 12 – D 13 – A 14 – ERRADO 15 – B 16 – B 17 – B 18 – C 19 – D 20 – D Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 05 Acentuação Gráfica Antes de começar o estudo, é importante que você entenda quais são os padrões de tonicidade da Língua Portuguesa e quais são os encontros vocálicos presentes na Língua. Assim, fica mais fácil entender quais são as regras e como elas surgem. Padrões de Tonicidade a) Palavras OXÍTONAS: última sílabatônica (sofá, café, jiló) b) Palavras PAROXÍTONAS: penúltima sílaba tônica (ferrugem, adubo, saúde) c) Palavras PROPAROXÍTONAS: antepenúltima sílaba tônica (ânimo, vítima, átimo) Encontros Vocálicos a) Hiato (encontro vocálico que se separa): pi —a — no; sa — ú — de. b) Ditongo (encontro vocálico que permanece unido na sílaba): cha — péu; to — néis. c) Tritongo (encontro vocálico que permanece unido na sílaba) sa — guão; U — ru — guai. Regras Gerais Quanto às Proparoxítonas Acentuam-se todas as palavras Ex.: Vítima, ânimo, Hiperbólico Quanto às Paroxítonas a) Não se acentuam as terminadas em A, E, O (seguidas ou não de S) M e ENS. Ex.: Castelo, granada, panela, pepino, pajem, imagens etc. b) Acentuam-se as terminadas em R, N, L, X, I OU IS, US, UM, UNS, PS, Ã ou ÃS e DITONGOS. Ex.: Sustentável, tórax, hífen, táxi, álbum, bíceps, princípio etc. c) Fique de olho em alguns casos particulares, como as palavras terminadas em OM / ON / ONS. Ex.: lândom; próton, nêutrons etc. Nova Ortografia — olho aberto! Deixam de se acentuarem as paroxítonas com OO e EE. Ex.: Voo, enjoo, perdoo, magoo. Ex.: Leem, veem, deem, creem. Quanto às Oxítonas São acentuadas as terminadas em: Ex.: A ou AS: Sofá, Pará; Ex.: E ou ES: Rapé, Café; Ex.: O ou OS: Avô, Cipó; Ex.: EM ou ENS: Também, Parabéns; Acentuação de Monossílabos Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em A, E e O, seguidos ou não de S. Ex.: Pá, pó, pé, já, ló, fé, só. Acentuação dos Hiatos Acentuam-se os hiatos quando forem formados pelas letras I ou U, sozinhas ou seguidas de S: Ex.: Saúva, Baú, Balaústre, País. Exceções: Ex.: Seguidas de NH —: Tainha. Ex.: Paroxítonas antecedidas de ditongo — Feiura. Ex.: Com o ‘i’ duplicado — Xiita. Ditongos Abertos Serão acentuados os ditongos abertos ÉU, ÉI e ÓI, com ou sem S, quando forem oxítonos ou monossílabos. Ex.: Chapéu, Réu, Tonéis, Herói, Pastéis, Hotéis, Lençóis. Novo Acordo Ortográfico - fique de olho! Caiu o acento do ditongo aberto em posição de paroxítona. Ex.: Ideia, Onomatopeia, Jiboia, Paranoia, Heroico etc. Formas Verbais com Hífen Para saber se há acento em uma forma verbal com hífen, deve-se analisar o padrão de tonicidade de cada bloco da palavra: Ex.: Ajudá-lo (oxítona terminada em “a” / monossílabo átono) Ex.: Contar-lhe (oxítona terminada em “r” / monossílabo átono) Ex.: Convidá-la-íamos. (oxítona terminada em “a” / proparoxítona) Verbos “ter” e “vir” Quando escritos na 3ª pessoa do singular, não serão acentuados: Ex.: Ele tem / ele vem. Quando escritos na 3ª pessoa do plural, receberão o acento circunflexo: Ex.: Eles têm / vêm Nos verbos derivados das formas acima: Ex.: acento agudo para singular — Contém / convém. Ex.: acento circunflexo para o plural — Contêm / convêm. Acentos Diferenciais Alguns permanecem: Ex.: pôde / pode (pretérito perfeito / presente simples) Ex.: pôr / por (verbo / preposição) Ex.: fôrma /forma (substantivo/verbo ou ainda substantivo) Caiu o acento diferencial de: Ex.: para — pára (preposição / verbo); Ex.: pelo — pêlo (preposição + artigo / substantivo); Ex.: polo — pólo (preposição + artigo / substantivo); Fique Ligado Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Ex.: pera — pêra (preposição + artigo / substantivo). 01. (Cespe) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica. Resposta: Certo Comentário: as três palavras são paroxítonas terminadas em ditongo. Para palavras da Língua Portuguesa não há mais o trema (¨), mas, em palavras estrangeiras ou em derivados delas, ele ainda permanece. Ex.: Tranquilo / linguiça / sanguíneo; Ex.: Müller / Mülleriano. 01. É preciso corrigir deslizes relativos à ortografia oficial e à acentuação gráfica da frase: a) As obras modernistas não se distinguem apenas pela temática inovadora, mas igualmente pela apreensão do ritmo alucinante da existência moderna. b) Ainda que celebrassem as máquinas e os aparelhos da civilização moderna, a ficção e a poesia modernista também valorizavam as coisas mais quotidianas e prosaicas. c) Longe de ser uma excessão, a pintura modernista foi responsável, antes mesmo da literatura, por intênsas polêmicas entre artistas e críticos concervadores. d) No que se refere à poesia modernista, nada parece caracterizar melhor essa extraordinária produção poética do que a opção quase incondicional pelo verso livre. e) O escândalo não era apenas uma consequência da produção modernista: parecia mesmo um dos objetivos precípuos de artistas dispostos a surpreender e a chocar. 02. Assinale a palavra que NÃO tenha sido acentuada pelo mesmo motivo que as demais. a) Substituído b) Polícia c) Jurisprudência d) Saqueável 03. Em qual das frases abaixo, a palavra destacada está de acordo com as regras de acentuação gráfica oficial da língua portuguesa? a) Vende-se côco gelado. b) Se amássemos mais, a humanidade seria diferente. c) É importante que você estude pelo ítem do edital. d) Estavam deliciosos os caquís que comprei. e) A empresa têm procurado um novo empregado. 04. Todas as palavras são acentuadas graficamente pelo mesmo motivo em: a) água, município, edifício, Guaíra. b) estádios, superfície, Baía, média. c) Paraná, será, vulcânica. d) cúbicos, espetáculo, energético. e) insuperável, quilômetro, três. 05. Assinale a alternativa em que todos os substantivos devem ser acentuados. a) lapis — bonus — bainha b) serie — aspecto — torax c) alcool — moinho — sucuri d) urubu — egoismo — magoa e) armazem — orgão — carater 06. Levando-se em consideração o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o vocábulo “têxtil”, que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil, é acentuado também na forma plural; “obsolescência” é vocábulo que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular. Exercícios Comentados Fique Ligado Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 07. Assinale a alternativa em que o termo tenha sido acentuado seguindo regra distinta dos demais. a) difíceis b) próprio c) Concluída d) consequências e) solidários 08. “E no alto da torre exibo-te o varal. Onde balança ao léu minh’alma” A respeito dos versos acima, analise os itens a seguir: O acento em léu se justifica como acento diferencial, para não se confundir com o verbo leu. 09. Que palavra obedece à mesma regra de acentuação que país? a) Compôs b) Baú c) Índio d) Negócios e) Águia 10. Cada alternativa a seguir apresenta um princípio ortográfico seguido de dois exemplos retirados do texto. A exemplificação está correta somente em: a) São acentuadas todas as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, em seguida ou não de “s”: também e já. b) Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas: década e porém. c) Acentua-se a segunda vogal tônica do hiato: subxtraídas e ótimo. d) Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em a, e, o (s): há e só. e) Acentuam-se com acento agudo os ditongos tônicos éi, ói: vídeo e sério. 11. “Dedicar-se à relação é importante” É correto afirmar que o sinal gráfico empregado na palavra destacada nessa frase é denominado: a) trema b) Acento agudo c) Crase d) AcentoCircunflexo e) Acento grave 12. Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra distinta das demais. a) Consciência b) Juízos c) pretório d) episódios e) importância 13. Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra distinha das demais. a) previdência b) Diária c) Saída d) declínio e) Óbvia 14. Nas palavras “país”, “político”, “preferência”, “perpétua” e “páginas”, o acento é decisivo para a determinação do sentido dos vocábulos, uma vez que, sem acento, tais palavras, mesmo estando escritas de acordo com a norma culta teriam outro significado. 15. As palavras “é” “média” “até” e “líderes” empregadas no texto, obedecem, respectivamente, às mesmas regras de acentuação gráfica de a) há, salários, paletós e técnico. b) já, próprio, júnior e acadêmico. c) é, consultório, convém e infindáveis. d) mês, universitário, papéis e público e) só, líder, escritório e sênior. 16. (TJSC) Assinale a alternativa que traz toda a acentuação correta: a) Não duvida o órfão que tal benção no tatú é doida. b) Coçá-lo é bem doído; é seriíssimo, sem dúvida. c) Vanglória-te dos girassois cultivados no paraíso. d) Favor apôr sua rubrica no documento, sem desdem. e) O edil foi habil ao comprar toda a maquinária. 17. Nas alternativas a seguir, os acentos foram omitidos propositadamente. Assinale a alternativa em que todas as palavras deveriam ser graficamente acentuadas: a) rubrica, diluvio, viuva. b) ambar, heroi, ilustra-lo. c) protons, forceps, releem. d) dificilmente, Piaui, misantropo. e) perdoo, atribuimos, caiste. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 18. Assinale a série que apresenta somente palavras paroxítonas: a) Enciclopédia — página — relatório. b) Conteúdo — brechós — catálogo. c) Além — lá — bônus. d) Histórias – enciclopédia — bônus. 19. A altenativa em que o uso do acento gráfico obedece à mesma regra é: a) panóptico, ótima, úteis b) óleo, ótima, Ásia c) óleo, Ásia, delícia d) aliás, já, biguá e) chapéu, vocês, aí 20. As palavras mês, está e água, respectivamente, recebem acento pelo mesmo motivo que: a) Baú, sofá, possível. b) Até, já, ausência. c) Nós, até, canário. d) Caí, será, última. e) Pés, saúde, notícia. GABARITO 1 – C 2 – A 3 – B 4 – D 5 – E 6 - CERTO 7 – C 8 – ERRADO 9 – B 10 – D 11 – E 12 – B 13 – C 14 – ERRADO 15 – A 16 – B 17 – B 18 – D 19 – C 20 – C Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 06 Colocação Pronominal Esta parte do conteúdo é relativa ao estudo da posição dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo, antes de iniciar o estudo, trate de memorizar os pronomes em questão, do contrário, você não progredirá. Pronomes Oblíquos Átonos • Me • Te • O, a, lhe, se • Nos • Vos • Os, as, lhes, se Quatro casos de colocação: 01. Próclise (anteposto ao verbo) Ex.: Nunca o vi. 02. Mesóclise (medial em relação ao verbo) Ex.: Dir-te-ei algo 03. Ênclise (posposto ao verbo) Ex.: Passa-me a resposta. 04. Apossínclise (intercalação de uma ou mais palavras entre o pronome e o verbo) Ex.: Talvez tu me já não creias. Regras de Próclise a) Palavras ou expressões negativas: Ex.: Não me deixe aqui neste lugar! Ex.: Ninguém lhe disse que seria fácil. b) Pronomes relativos: Ex.: O material de que me falaste é muito bom. Ex.: Eis o conteúdo que me causa nojo. c) Pronomes indefinidos: Ex.: Alguém me disse que você vai ser transferido. Ex.: Tudo me parece estranho. d) Conjunções subordinativas: Ex.: Confiei neles, assim que os conheci. Ex.: Disse que me faltavam palavras. 01. (TJSC) Em qual período a colocação pronominal está INCORRETA: a) O cientista pretende desvendar como se formam os furacões, tornados, tsunamis e demais fenômenos naturais de inegável potência. b) Adotarão-se medidas de urgência para minorar os efeitos do temporal. c) Não se sabe ainda o valor do negócio, que, especula-se, ficou em torno de um bilhão de reais. d) O advogado se referiu duas vezes ao mesmo assunto. e) O dano moral é a lesão aos elementos individua- lizadores da pessoa, tais como a honra, a reputação e o prestígio, expressando-se por desequilíbrios no ânimo do lesado. Resposta: B Comentário: como o verbo está no futuro do presente, o correto seria empregar a mesóclise, ou seja, a forma verbal resultante seria “adotar- se- ão”. e) Advérbios: Ex.: Sempre lhe disse a verdade. Exercícios Comentados Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Ex.: Talvez nos apareça a resposta para essa questão. f) Pronomes interrogativos: Ex.: Quem te contou a novidade? Ex.: Que te parece essa situação? g) “Em + gerúndio” Ex.: Em se tratando de Gramática, eu gosto muito! Ex.: Nesta terra, em se plantando, tudo há de nascer. h) Particípio Ex.: Ele havia avisado-me (errado) Ex.: Ele me havia avisado (certo) i) Sentenças optativas Ex.: Deus lhe pague! Ex.: Deus o acompanhe! Regras de Mesóclise Emprega-se o pronome oblíquo átono no meio da forma verbal, quando ela estiver no futuro do presente ou no futuro simples do pretérito do indicativo. Ex.: Chamar-te-ei, quando ele chegar. Ex.: Se houver tempo, contar-vos-emos nossa aventura. Ex.: Contar-te-ia a novidade. Regras de Ênclise Não se inicia sentença, em Língua Portuguesa, por pronome oblíquo átono. Ou seja, não coloque o pronome átono no início da frase, pelo amor de Deus! Formas verbais: a) Do infinitivo impessoal (precedido ou não da preposição “a”) b) Do gerúndio c) Do imperativo afirmativo Ex.: Alcança-me o prato de salada, por favor! Ex.: Urge obedecer-se às leis. Ex.: O garoto saiu da sala desculpando-se. Ex.: Tratando-se desse assunto, não gosto de pensar. Ex.: Dá-me motivos para estudar. Ex.: Em se tratando de Gramática, eu gosto muito. Se o gerúndio vier precedido da preposição “em”, deve-se empregar a próclise. Casos Facultativos 01. Sujeito expresso, próximo ao verbo Ex.: O menino se machucou-se. Ex.: Eu me refiro ao fato de ele ser idiota. 02. Infinitivo antecedido de “não” ou de preposição. Ex.: Sabemos que não se habituar ao meio causa problemas. Ex.: O público o incentivou a se jogar do prédio. Fique Ligado Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 01. (FUNCAB) A autora escreve “mas nos cingiremos a uma delas” (parágrafo 1), e não “cingiremo-nos” para não infringir a mesma regra de colocação pronominal DESRESPEITADA em: a) o livro havia sumido e eu queria que alguém procurasse-o. b) se não achasse o livro na estante, eu procuraria- o por toda a casa. c) aquele livro era ótimo, por isso tenho procurado-o com insistência. d) procure o livro para mim, que eu hoje não procuro-o mais. e) venho tentando achar o livro, mas quem disse que encontro-o? 02. (FUNCAB) A passagem em que se evitou a ênclise do pronome átono com base na mesma regra de colocação observada em: “Assim, o homem se tornaria menos consumidor e mais feliz” é a seguinte: a) “... com argumentos de que se trata de uma economia limpa...” (parágrafo 1) b) “... fica evidente que poucos se perguntam sobre as consequências...” (parágrafo 1)c) “Para frear o drama ambiental planetário que se avizinha...” (parágrafo 1) d) “Os manipuladores da indústria da moda não se cansam de alternar tendências...” (parágrafo 4) e) “... uma maior consciência do nosso Eu Superior se refletirá num contato mais próximo com a natureza...” (parágrafo 5) 03. (TJ-SC) Em qual período a colocação pronominal está INCORRETA: a) O cientista pretende desvendar como se formam os furacões, tornados, tsunamis e demais fenómenos naturais de inegável potência. b) Adotarão-se medidas de urgência para minorar os efeitos do temporal. c) Não se sabe ainda o valor do negócio, que, especula-se, ficou em torno de um bilhão de reais. d) O advogado se referiu duas vezes ao mesmo assunto. e) O dano moral é a lesão aos elementos individualizadores da pessoa, tais como a honra, a reputação e o prestígio, expressando-se por desequilíbrios no ânimo do lesado. 04. (MS CONCURSOS - ADAPTADA) E quando Seu José, desesperado, fez saltar os miolos com uma bala, deixou esta frase escrita num pedaço de papel: “Enquanto foi solteira, achava minha mulher que nenhum homem era digno de ser seu marido; depois de casada (por conveniência) achou que todos eles eram dignos de ser seus amantes. Mato- me”. Na oração final do texto: “Mato-me”, a colocação pronominal está: a) Correta, pois depois de verbo é obrigatória a ênclise. b) Incorreta, pois depois de verbo é obrigatória a próclise. c) Adequada, pois não se inicia frase ou oração com pronome oblíquo átono. d) Adequada, pois não se inicia frase ou oração com Pronome pessoal reto. 05. (CESGRANRIO) Observe os pronomes oblíquos destacados no texto abaixo. Como já se sabia, o ser humano adapta-se rapidamente a novas condições de vida. O que a pesquisa da felicidade nos ensinou foi o fato de a nossa capacidade de adaptação ser ainda maior do que se imaginava. Acostumamo-nos a quase tudo e há coisas das quais nunca nos enfadamos. Segundo a norma culta, é possível inverter a colocação do pronome apenas em: a) sabia-se. b) se adapta. c) imaginava-se. d) Nos acostumamos. e) enfadamo-nos. 06. (IADES) Assinale a alternativa correta em relação à colocação pronominal em “E muitas delas, talvez a maioria das empresas manufatureiras, se tornarão simples fornecedoras (...)“. a) Está adequada uma vez que a vírgula funciona como fator de próclise. b) Está inadequada, porque quando houver o emprego de verbos nos futuros do modo indicativo, seja futuro do presente ou futuro do pretérito, a colocação deve ser a mesóclise. c) É inadequada, pois como não há fator atrativo deveria estar na posição enclítica. d) Está adequada, já que não há justificativa para as demais posições: ênclise, mesóclise. 07. (CESGRANRIO) A colocação do pronome átono destacado está INCORRETA em: Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a a) Quando se tem dúvida, é necessário refletir mais a respeito. b) Tudo se disse e nada ficou acordado. c) Disse que, por vezes, temos equivocado-nos nesse assunto. d Alguém nos informará o valor do prêmio. e) Não devemos preocupar-nos tanto com ela. 08. (FADESP - ADAPTADA) Quanto às normas de colocação pronominal, é correto afirmar que, no enunciado “agora se reivindica uma escola capaz de extrapolar a mera transmissão de conteúdos” próclise justifica-se pelo(pela): a) uso do registro informal da língua. b) presença de um termo atrativo. c) ocorrência de forma verbal paroxítona. d) posição que o pronome ocupa na frase, não iniciando a oração. 09. (INSTITUTO CIDADES) A colocação pronominal no trecho “O país recusou-se a assinar o tratado” está CORRETA porque: a) Não se deve usar pronome oblíquo átono antes de verbo. b) Não há nenhuma palavra atrativa antes do verbo para que se desse a próclise. c) Por estar no pretérito perfeito do indicativo, o pronome ocorre em ênclise. d) Por tratar-se de uma locução verbal de infinitivo, essa é a única forma possível de colocação pronominal. 10. (FUNCAB) Marque a opção em que houve ERRO na colocação do pronome oblíquo átono. a) Você realmente acha que me convenceu com esta história? b) Pergunto-me frequentemente se há vida após a morte. c) Ninguém me convenceria do contrário. d) Jamais me submeteria a este tipo de interrogatório. e) Sentiria-se tranquilo se tivesse certeza. GABARITO 01 02 03 04 05 B E B C B 06 07 08 09 10 B C B B E Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 07 SUMÁRIO Sintaxe de Concordância................................... 01 Concordância Verbal ........................................ 01 Principais Casos de Concordância Verbal na FCC..................................................................... 06 Questões Comentadas ...................................... 06 Concordância Nominal ..................................... 15 Principais Casos de Concordância Nominal na FCC..................................................................... 15 Questões Comentadas...................................... 18 Lista das Questões Comentadas na Aula........... 20 Para refletir: “A persistência é o menor caminho do êxito.” (Charles Chaplin) SINTAXE DE CONCORDÂNCIA O assunto de hoje é sintaxe de concordância. Inicialmente, informo que o intuito desta aula é orientá-los quanto à tendência da Fundação Carlos Chagas. Por isso, a despeito de existirem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo esses assuntos, abordaremos os casos que recentemente apareceram, os quais, segundo a tradição da banca, poderão surgir. A expressão sintaxe de concordância significa a relação estabelecida entre o verbo da oração e o sujeito dela, chamada concordância verbal; e entre o artigo, o adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo ao qual se referem, denominada concordância nominal. Em se tratando dessa temática, a FCC frequentemente apresenta os seguintes enunciados: - Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase: - As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em: - O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: - A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: Assim, quando vocês se depararem com algum dos enunciados acima, já estarão cientes de que o assunto em questão é sintaxe de concordância. Passaremos, agora, ao estudo das concordâncias verbal e nominal propriamente ditas. CONCORDÂNCIA VERBAL Inicialmente, vamos memorizar a regra geral de concordância verbal. Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Exemplos: Os povos constroem sua História. Aos maus e aos poderosos só interessa a vantagem pessoal. PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA FCC � SUJEITO SIMPLES: o verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito. Exemplos: O método de estudo dos jovens raramente conta com a núcleo sabedoria dos mais velhos. sujeito simples Os métodos de estudo dos jovens raramente contam com a núcleo sabedoria dos mais velhos. sujeito simples � SUJEITO COMPOSTO - Anteposto ao verbo: o verbo deve ser flexionado no plural (concordância gramatical). Exemplo: Romarias religiosas e festas folclóricas servem como atração a grande parte dos turistas. - Posposto ao verbo: verbo no plural (concordância gramatical) ou no singular (concordância atrativa). Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rtu g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Exemplos: Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das composições nos horários de maior fluxo. (concordância gramatical) Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das composições nos horários de maior fluxo. (concordância atrativa) - Resumido por TUDO, NADA e NINGUÉM: verbo na terceira pessoa do singular, concordando com o elemento resumitivo. Exemplos: Vinho, dinheiro, mulheres, nada o alegrava mais. “O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machado de Assis) Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo. - Núcleos em gradação - verbo no singular (concordância atrativa), podendo também ser flexionado no plural (concordância gramatical). Exemplo: Um século, um ano, um mês não fará / farão diferença. - Núcleos sinônimos - verbo no singular (concordância atrativa), podendo também ser flexionado no plural. Exemplo: A dor e o sofrimento sempre nos acompanha / acompanham. � SUJEITO ORACIONAL (o sujeito é uma oração, tendo o verbo como núcleo): concordância na terceira pessoa do singular. Exemplos: Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implica um reforço sobrenatural. (= Isso implica um esforço sobrenatural.) Fazer e escrever é a mesma coisa para mim. (= Isso é a mesma coisa para mim.) Ainda falta definir os objetivos. (= Isso ainda falta.) Não me interessa ouvir essas parlendas. (= Isso não me interessa) Parecia que os dois homens estavam bêbados. (= Isso parecia) � SUJEITOS LIGADOS PELA CONJUNÇÃO “OU” - indicando exclusão: verbo no singular (concordância atrativa). Exemplo: Sarney ou Michel Temer será Presidente do Congresso. (= Ou Sarney ou Michel Temer será Presidente do Congresso.) - indicando soma: verbo no plural (concordância gramatical). Exemplo: O frio ou o calor não estragarão nossa viagem. (= Nem o frio nem o calor estragarão nossa viagem.) � SUJEITO PARTITIVO - com as expressões grande parte de, a maior parte de, a menor parte de, a maioria de, a minoria de, um terço de, seguidas de palavras no plural, o verbo pode concordar tanto no singular quanto no plural. Exemplos: Grande número de candidatos não compareceu à prova. (o verbo “comparecer” concorda com o nome “número”) Grande número de candidatos não compareceram à prova. (o verbo “comparecer” concorda com a expressão partitiva “de candidatos”) A maior parte dos funcionários optou pelo ponto facultativo. (o verbo “optar” concorda com “parte”) Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a A maior parte dos funcionários optaram pelo ponto facultativo. (o verbo “optar” concorda com a expressão “dos funcionários”) Um terço dos alunos protestou contra a falta de professores. (o verbo “protestar” concorda com o numeral “um”) Um terço dos alunos protestaram contra a falta de professores. (o verbo “protestar” concorda com a expressão “dos alunos”) Caso essas expressões não estejam seguidas de palavras no plural, verbo deverá permanecer no singular. Exemplos: A maioria optou pelo ponto facultativo. (embora haja uma ideia de coletividade, expressa pelo vocábulo “maioria”, o núcleo do sujeito está no singular, levando o verbo a concordar, também, nesse número) Um terço protestou contra a falta de professores. � UM OU OUTRO: verbo no singular. Exemplo: Um ou outro vaga-lume tornava mais vasta a escuridão. � UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO, NEM... NEM ... : verbo no singular ou plural, facultativamente. Exemplos: Uma e outra possibilidade aconteceu / aconteceram. Nem um nem outro policial fez / fizeram a ronda costumeira. Nem concurso nem loteria daria / dariam maior felicidade. Entretanto, se houver: - reciprocidade: o verbo deverá ser flexionado no plural. Exemplo: Um e outro carro chocaram-se na pista. - exclusão: o verbo permanecerá no singular. Exemplo: Nem Fernando nem Paulo se elegerá Presidente. � VOZ PASSIVA SINTÉTICA (VTD + SE) A voz passiva sintética será caracterizada quando um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto estiver acompanhado do pronome SE. Quando isso ocorrer, o SE será partícula apassivadora (ou pronome apassivador). Com o acréscimo desta partícula, o termo que antes desempenhava a função de objeto direto passará a desempenhar a função de sujeito, com o qual o verbo deve concordar em número e pessoa. Exemplos: Nem sempre avalia os resultados. objeto direto Nem sempre se avaliam os resultados. pron. sujeito apassivador Vende casas. objeto direto Vendem-se casas. pron. sujeito apassivador Macetes da elite! 1ª) Os verbos transitivo indireto, intransitivo e de ligação, quando acompanhados da partícula SE, formarão o sujeito indeterminado, sendo a partícula denominada índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, a concordância se dará na terceira pessoa do singular. Exemplos: Necessitava-se, na semana da prova, de mais estudos. (Sujeito verbo transitivo índice de objeto indireto indeterminado) indireto indeterminação do sujeito Estava-se muito feliz com a aprovação. (Sujeito indeterminado) verbo de índice de ligação indeterminação do sujeito Morria-se de tédio nos jogos da seleção argentina. (Sujeito verbo índice de indeterminado) intrans. indeterminação do sujeito 2ª) Quando, na voz passiva sintética, houver Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a sujeito oracional, o verbo obrigatoriamente permanecerá na terceira pessoa do singular. Exemplo: Subentende-se que vocês serão aprovados. (Subentende-se verbo transitivo pron. sujeito oracional isso.) direto apassivador Para analisar se realmente se trata de uma voz passiva, devemos verificar se: a) o verbo assume transitividade direta; e b) existe ideia de passividade. No exemplo em questão, o sujeito oracional – por estar representado por uma oração – é paciente, pois o verbo “subentender” é transitivo direto e há ideia de passividade (Isso é subentendido). Sendo assim, o verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular. 3ª) Quando o objeto direto preposicionado for empregado, o verbo ficará, também, na terceira pessoa do singular, e a partícula SE deverá ser classificada como índice de indeterminação do sujeito. Exemplo: Louva-se a Deus. (Sujeito indeterminado) I.I.S. objeto direto preposicionado � VERBOS IMPESSOAIS - HAVER - na acepção de existir, acontecer ou ocorrer, ou no sentido de tempo pretérito, o verbo “haver” é impessoal, devendo ficar na terceira pessoa do singular. Exemplos: Como havia poucas vagas, o povo fazia filas na escola. objeto direto Gabaritei aquela prova há dois dias. Macete da elite! Quando o verbo HAVER for o principal de uma locução verbal, será impessoal e transmitirá sua impessoalidade ao verbo auxiliar, que permanecerá na terceira pessoa do singular. Exemplo: Não deixará de haver experimentos bem-sucedidos. loc. verbal objeto direto Atenção! Os verbos existir, acontecer e ocorrer são pessoais. Portanto, devem concordar com o sujeito. Exemplos: Como existiam poucas vagas, o povo fazia filas na escola. sujeito Não deixarão de existir experimentos bem-sucedidos. loc. verbal sujeito - FAZER: sempre que indicartempo pretérito ou meteorológico, o verbo “fazer” será impessoal, devendo ficar na terceira pessoa do singular. Exemplos: Faz mais de dez dias que se publicou o edital. No Sul fazia dias constantemente frios. - SER: sempre que indicar horas, datas ou distâncias, o verbo “ser” concordará, em regra, com o número de dias, de horas ou com a medida. Exemplos: Hoje são 21 de maio. (o verbo concorda com o número de dias) Hoje é dia 21 de maio. (o verbo concorda com a palavra “dia”) De sua casa a escola são oitenta metros de distância. (o verbo concorda com a medida) - nas expressões É POUCO, É MUITO, o verbo “ser” torna-se invariável. Exemplos: Duzentos reais é pouco. Três pessoas é muito. - indicando fenômenos da natureza, no sentido denotativo (dicionarizado): verbo no singular. Exemplo: Trovejava noites a fio, mas não chovia. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Se empregados no sentido conotativo, esses verbos serão pessoais, isto é, deverão concordar com o sujeito. Exemplo: Os professores trovejavam sermões sobre os alunos. (Os professores = sujeito) � VERBOS DAR, BATER, TOCAR E SOAR: o verbo concordará, obrigatoriamente, com o sujeito da frase. Caso este não exista na oração, o verbo concordará com a expressão numérica. Exemplos: O relógio deu duas horas. (o verbo concorda com o sujeito “O sujeito relógio”) No relógio deram duas horas. (o verbo concorda com o adj. adverbial numeral “duas”) Já soaram oito horas. (o verbo concorda com o numeral “oito) O relógio já soou oito horas. (o verbo concorda com o sujeito Sujeito “O relógio”) � VERBOS PARECER E COSTUMAR Os verbos parecer e costumar podem: - relacionar-se a outras formas verbais, constituindo uma locução verbal. Neste caso, concordarão em número e pessoa com o sujeito. É a forma mais usual, corrente. Exemplos: Os dias parecem voar. As crianças costumam brincar. - formar, sozinhos, a oração principal de um período. Neste caso, deverão apresentar-se na terceira pessoa do singular para concordar com o sujeito oracional. É a forma menos usual, literária. Exemplos: Os dias parece voarem. (= ISSO parece.) As crianças costuma brincarem. (= ISSO costuma.) Nos exemplos acima, os períodos podem ser desenvolvidos da seguinte forma: Parece (oração principal) que os dias voam (oração subordinada). Costuma (oração principal) que as crianças brincam (oração subordinada). Nas orações desenvolvidas acima, a partícula “que” é conjunção integrante. Outro exemplo: “As notícias parece que têm asas.” (Otto Lara Resende) O período acima pode ser desenvolvido da seguinte maneira: Parece (oração principal) que as notícias têm asas (oração subordinada). � PRONOMES RELATIVOS “QUE” e “QUEM” - QUE: o verbo concorda com o antecedente. Exemplo: Fui eu que resolvi a questão. (Rocha Lima) - QUEM: o verbo ou concorda com o antecedente, ou com o pronome relativo “quem”. Neste último caso, irá para a terceira pessoa do singular. Exemplos: Fui eu quem resolvi a questão. (Rocha Lima) Fui eu quem resolveu a questão. � PRONOME INDEFINIDO OU INTERROGATIVO + DE + PRONOME PESSOAL Como regra geral, o verbo concorda com o pronome (sujeito). Exemplos: Algum de vós sairá antes? Qual de vocês passará no concurso? Porém, o verbo concordará com o pronome pessoal caso este esteja flexionado no plural. Exemplos: Alguns de vós saireis antes? Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Quais de vocês passarão no concurso? � CERCA DE, PERTO DE, MAIS DE, MENOS DE + NUMERAL: o verbo sempre concordará com o numeral. Exemplos: Cerca de setenta alunos estavam presentes. Menos de dois policiais foram mortos. Mais de um policial foi morto. (embora a expressão “mais de um” transmita a ideia de plural, o verbo deve concordar com o numeral “um”) Macete da elite! Com a expressão mais de um, o verbo só irá para o plural quando houver ideia de reciprocidade ou quando a expressão surgir repetida. Mais de uma máquina estava parada. Mais de um deputado se ofenderam. Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas. � SUBSTANTIVO PRÓPRIO PRECEDIDO DE ARTIGO PLURAL: o verbo concorda com o artigo (determinante). Exemplos: Os Estados Unidos apoiaram o México. As Minas Gerais produzem ótimos trens. Macetes da elite! 1ª) Se o substantivo próprio estiver sem artigo, o verbo ficará no singular. Exemplos: Estados Unidos apoiou o México. Minas Gerais produz ótimos trens. 2ª) Com títulos de obras, a concordância ocorrerá com o determinante. Se, porém, aparecer a palavra “livro”, “obra”, a concordância se dará com este. Exemplos: Os Lusíadas contribuíram para a Literatura Portuguesa. O livro Os Lusíadas contribuiu para a Literatura Portuguesa. Com o verbo “ser”, a concordância será facultativa, ou seja, com o sujeito ou com o predicativo. Exemplo: As Cartas Persas são / é um livro genial. (Evanildo Bechara). � HAJA VISTA: o verbo será invariável caso o nome a que se refere esteja no singular. Exemplo: Esforçou-se para passar no concurso, haja vista o incentivo do pai. O verbo poderá ficar no singular ou no plural, caso o nome a que se refere esteja no plural. Exemplos: Esforçou-se para passar no concurso, haja vista os incentivos do pai. Esforçou-se para passar no concurso, hajam vista os incentivos do pai. 1. (FCC/TRT 2ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em: (A) Costumam haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez. (B) Não se devem imputar aos muito tímidos a culpa por sua notoriedade. (C) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens de sua timidez. (D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez. (E) O fato de serem tímidas não impossibilitam as pessoas de serem notadas. Vamos praticar: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 7 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Comentário: Conforme vimos, os existir, acontecer e ocorrer são pessoais. Portanto, devem concordar com o sujeito. Exemplos: Como existiam poucas vagas, o povo fazia filas na escola. sujeito Não deixarão de existir experimentos bem-sucedidos. loc. verbal sujeito Na assertiva C, gabarito da questão, temos a seguinte construção (na ordem direta): As vantagens de sua timidez (sujeito) não deixam de ocorrer a um tímido. É importante lembrar que, quando o verbo HAVER for o principal de uma locução verbal, será impessoal e transmitirá sua impessoalidade ao verbo auxiliar, o qual deverá permanecer na terceira pessoa do singular, conforme deveria ter ocorrido na assertiva A: “Costuma haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez”. Vamos analisar os erros das demais alternativas: Letra A. Resposta incorreta. Quando o verbo HAVER for o principal de uma locução verbal, será impessoal e transmitirá sua impessoalidade ao verbo auxiliar, o qual deverá permanecer na terceira pessoa do singular, ainda que o sujeito esteja no plural: “Costuma haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez“ (sujeito). Letra B. Resposta incorreta. Na assertiva A, temos uma estrutura de voz passiva sintética. Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase na ordem direta: “A culpa por sua notoriedade não se deve imputar aos muito tímidos”. O sujeito da oração é “A culpa por sua notoriedade”, razão pela qual o verbo “dever”, auxiliar da locução verbal “deve imputar” deveria ter sido empregado no singular. Letra D. Resposta incorreta. Temos um caso de sujeito oracionalem “Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez”. No trecho, a expressão em destaque é sujeito oracional, pois possui verbo em sua estrutura. Conforme vimos nas lições, o sujeito oracional leva o verbo à terceira pessoa do singular: “Interessa a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez”. Para facilitar a análise, podemos substituir o sujeito oracional pelo pronome demonstrativo “isso”: Isso interessa a certos extrovertidos. Letra E. Resposta incorreta. A concordância correta seria “O fato de serem tímidas não impossibilita as pessoas de serem notadas.”, já que o núcleo do sujeito “fato” está no singular. Gabarito: C. 2. (FCC/TRT 18ª Região) Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase: (A) Aos golpes mais duros da vida responde uma amizade verdadeira com palavras e gestos de solidariedade. (B) Nunca haverão de nos faltar, quando contamos com amigos verdadeiros, a força justa das palavras certas. (C) Assim como ninguém vive sem o préstimo da água, não se superam os infortúnios sem o apoio de um amigo verdadeiro. (D) Os sofrimentos que pesam sobre alguém haverão de ser mais leves com a companhia solidária de um amigo leal. (E) Importa, acima de todas as coisas, poder contar com a lealdade e os bons préstimos que nos oferece a amizade verdadeira. Comentário: Na assertiva B, temos a locução verbal “haverão de faltar”, ou seja, o verbo “haver” é o auxiliar, devendo concordar em número e pessoa com o sujeito “a força justa das palavras certas”. Como o núcleo “força” está no singular, o verbo “haver” também deverá ser empregado nesse número: “Nunca haverá de nos faltar (...) a força justa das palavras certas”. Gabarito: B. 3. (FCC/TRT 7ª Região) Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase: (A) Não se devem abrir às crianças, sejam elas pobres ou não, a opção entre estudar ou trabalhar. (B) Será que cabe apenas aos governantes tomar medidas que impeçam a exploração profissional dos menores? (C) Destacam-se, entre os argumentos já levantados contra o trabalho infantil, os que defendeu Darcy Ribeiro. Prof. Edson Ribeiro Página | 8 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (D) Aos que não desejam alinhar-se contra o trabalho infantil resta combater em nome dos ideais de Darcy Ribeiro. (E) Sempre haverá, por esta ou aquela razão, os que defendem a inserção das crianças pobres no mercado de trabalho. Comentário: Na assertiva A, temos uma estrutura de voz passiva sintética. Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase na ordem direta: “A opção entre estudar ou trabalhar (sujeito) não se devem abrir às crianças”. Como o núcleo do sujeito “opção” está empregado no singular, o verbo auxiliar da locução “deve abrir” deveria também ser empregado nesse número (singular). Sendo assim, a frase escrita corretamente seria “Não se deve abrir às crianças, sejam elas pobres ou não, a opção entre estudar ou trabalhar”. Gabarito: A. 4. (FCC/TRT 22ª Região) As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (A) Quando se partem de regiões obscuras, nossas ideias não poderão ser produtivas. (B) Duas alternativas sempre haverão, restando- nos sempre a dificuldade de optar por elas. (C) Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implicam um reforço do sobrenatural. (D) Ao fenômeno cuja natureza os cientistas ignoram costuma o leigo recorrer como prova do sobrenatural. (E) Não ficaram claro para os leitores do texto quais exatamente foram os versos parafraseados do poeta Lucrécio. Comentário: As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na opção D. Para facilitar a análise, vamos transcrevê-la na ordem direta: “O leigo costuma recorrer como prova do sobrenatural ao fenômeno cuja natureza os cientistas ignoram”. Percebemos, assim, que o núcleo do sujeito “leigo” está empregado no singular, razão por que o verbo “costumar”, auxiliar da locução verbal “costuma recorrer” também está empregado nesse número. Vamos analisar os erros das demais opções: Letra A. Resposta incorreta. O forma verbal “partem-se” é transitiva indireta; portanto, a partícula SE deve ser classificada como índice de indeterminação do sujeito. Sendo assim, a o verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular: “Quando se parte de regiões obscuras (...)”. Letra B. Resposta incorreta. Em “Duas alternativas sempre haverão, restando-nos sempre a dificuldade de optar por elas.”, o verbo “haver” está empregado no sentido de “existir”, “ocorrer”, “acontecer”, acepções em que assume caráter impessoal, ou seja, deve ser empregado na terceira pessoa do singular. Logo, a reescritura correta seria “Duas alternativas sempre haverá, restando- nos sempre a dificuldade de optar por elas”. Letra C. Resposta incorreta. Em “Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implicam um reforço do sobrenatural.”, temos um caso de sujeito oracional (esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo), isto é, o verbo “implicar” deve permanecer na terceira pessoa do singular. Sendo assim, a reescritura de acordo com o padrão culto seria “Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implica um reforço do sobrenatural”. Para facilitar a análise, podemos substituir o sujeito oracional por “isso”: Isso implica um reforço do sobrenatural. Letra E. Resposta incorreta. Em “Não ficaram claro para os leitores do texto quais exatamente foram os versos parafraseados do poeta Lucrécio.”, temos um erro de concordância nominal, pois o adjetivo “claro” deve concordar com o substantivo “versos”. Logo, a reescritura correta seria “Não ficaram claros para os leitores do texto quais exatamente foram os versos parafraseados do poeta Lucrécio”. Gabarito: D. 5. (FCC/TRT 9ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente acatadas na frase: (A) Não devem os leitores de hoje imaginar que cabiam aos filósofos antigos preocupar-se com questões que já não fazem sentido. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 9 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (B) Leitores de hoje, não devemos imaginar que a um filósofo clássico ocorressem tão somente questões específicas de sua época histórica. (C) Nenhum de nossos desejos, de acordo com Sêneca, deveriam transpor nossos limites, fronteiras que se deve sempre determinar. (D) A cada um dos princípios do estoicismo devem corresponder, como se postulavam entre os estoicos, lúcida e consequente iniciativa nossa. (E) Àqueles que não temem refletir sobre a morte reserva-se as recompensas de uma vida mais lúcida e mais intensa. Comentário: O período “Leitores de hoje, não devemos imaginar que a um filósofo clássico ocorressem tão somente questões específicas de sua época histórica.”, as normas de concordância verbal foram plenamente observadas, pois a forma verbal “ocorressem” concorda em número e pessoa com seu sujeito, a expressão “questões específicas de sua época histórica”. Vamos analisar os erros das demais opções: Letra A. Resposta incorreta. Para facilitar a análise, transcreveremos o período na ordem direta: “Os leitores de hoje não devem imaginar que cabiam aos filósofos antigos preocupar-se com questões que já não fazem sentido”. Como o sujeito da locução “devem imaginar” é “Os leitores de hoje”, cujo núcleo é “leitores”, o verbo auxiliar “dever” for corretamente flexionado. Entretanto, no trecho “que cabiam aos filósofos antigos preocupar-se com questões que já não fazem sentido.”, temos o sujeito oracional “preocupar-se com questões que já não fazem sentido”, razão por que o verbo “caber” deveria ter sido empregado no singular: Isso cabia aos filósofos. Letra C. Resposta incorreta. Em “Nenhum de nossos desejos, de acordo com Sêneca, deveriam transpor nossoslimites, fronteiras que se deve sempre determinar.”, temos o sujeito “Nenhum de nossos desejos”, cujo núcleo é “Nenhum”. Sendo assim, para a manutenção da correção gramatical, o verbo auxiliar da locução verbal “deveriam transpor” deve permanecer na terceira pessoa do singular: “Nenhum de nossos desejos (...) deveria transpor nossos limites (...)”. Letra D. Resposta incorreta. Em “A cada um dos princípios do estoicismo devem corresponder, como se postulavam entre os estoicos, lúcida e consequente iniciativa nossa.”, o verbo “corresponder”, auxiliar da locução verbal “devem corresponder” deveria ter sido empregado no singular, concordando com o sujeito “lúcida e consequente iniciativa nossa”, cujo núcleo é “iniciativa”. Letra E. Resposta incorreta. No período “Àqueles que não temem refletir sobre a morte reserva-se as recompensas de uma vida mais lúcida e mais intensa.”, temos uma estrutura de voz passiva sintética no trecho “(...) reserva-se as recompensas de uma vida mais lúcida e mais intensa”. O verbo “reservar” é transitivo direto, sendo a particular SE denominada pronome apassivador. Sendo assim, a expressão “as recompensas de uma vida mais lúcida e mais intensa” é sujeito do verbo “reservar”, devendo este concordar com o núcleo “recompensas”. Gabarito: B. 6. (FCC/TRT 4ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase: (A) Sem o concurso do poder público não se implanta políticas de segurança e não se impede a deterioração do espaço urbano. (B) Não deixaram de haver experimentos bem- sucedidos, apesar de a comunidade acadêmica ter acusado falta de comprovação da teoria. (C) Logo se verificaram que medidas semelhantes foram tomadas por outros países, como a Inglaterra, a Holanda e a África do Sul. (D) O que se conclui das experiências relatadas é que cabe aos poderes públicos tomar iniciativas que nos levem a respeitar o espaço urbano. (E) O fato de haver desordem e sujeira no espaço urbano acabam por incitar o cidadão a reagir como um contraventor ou pequeno criminoso. Comentário: No período contido na assertiva D, o sujeito do trecho “(...) cabe aos poderes públicos tomar iniciativas que nos levem a respeitar o espaço urbano.” É oracional, pois contém verbo em sua estrutura: “tomar iniciativas que nos levem a respeitar o espaço urbano”. Sendo assim, o verbo “caber” foi corretamente empregado no singular. Vamos analisar os erros das demais opções: Prof. Edson Ribeiro Página | 10 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Letra A. Resposta incorreta. No trecho “(...) não se implanta políticas de segurança (...)”, temos uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE). Sendo assim, a expressão “políticas de segurança” é sujeito do verbo “implantar”, e este deve concordar no plural com o núcleo “políticas”: “(...) não se implantam políticas de segurança”. Notem que a colocação proclítica (antes do verbo) do pronome átono deve-se à presença do advérbio “não”. Letra B. Resposta incorreta. Em “Não deixaram de haver experimentos bem-sucedidos, apesar de a comunidade acadêmica ter acusado falta de comprovação da teoria.”, temos a locução verbal “deixar de haver”, em que o verbo “haver” é o principal. Sempre que isso ocorrer, a impessoalidade será transmitida ao verbo auxiliar, que deve permanecer no singular, ainda que o núcleo do sujeito esteja no plural: “Não deixou de haver experimentos bem-sucedidos (...)”. sujeito Letra C. Resposta incorreta. Em “Logo se verificaram que medidas semelhantes foram tomadas por outros países (...), temos uma construção de voz passiva sintética (VTD + SE) com sujeito oracional. Logo, o verbo “verificar” deverá ser empregado no singular: “Logo se verificou que medidas semelhantes foram tomadas por outros países (...)”. Para facilitar a análise, podemos substituir o sujeito oracional por “isso”: Logo se verificou isso. Letra E. Resposta incorreta. Em “O fato de haver desordem e sujeira no espaço urbano acabam por incitar o cidadão a reagir como um contraventor ou pequeno criminoso.”, o verbo em destaque deve concordar com o núcleo do sujeito “fato”. Sendo assim, deverá permanecer no singular: “O fato de haver desordem e sujeira no espaço urbano acaba (...)”. Gabarito: D. 7. (FCC/TRT 24ª Região-Adaptada) O verbo entre parênteses deverá flexionarse, obrigatoriamente, numa forma do plural, para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) ___________-lhes (parecer) justo que as instituições sejam manipuláveis? (B) Eles, a quem nenhuma instituição jamais _________ (impor) quaisquer restrições, são os que mais reclamam. (C) Caso não se ___________ (assegurar) às minorias o direito de se expressarem, as maiorias acabarão exercendo um poder totalitário. (D) Se não ________ (vir) a ocorrer, em qualquer sociedade, tantos desmandos institucionais, não haveria a necessidade de tantos organismos de fiscalização. Comentário: Em “Se não vierem a ocorrer, em qualquer sociedade, tantos desmandos institucionais, não haveria a necessidade de tantos organismos de fiscalização.”, o termo em destaque é o sujeito do período. Por essa razão, o verbo “vir” deverá flexionar-se, obrigatoriamente, no plural, concordando com o núcleo “desmandos”. Nas demais opções: Letra A: O verbo “parecer” deve estar no singular, pois temos um caso de sujeito oracional “que as instituições sejam manipuláveis”. Para facilitar a análise, podemos substituir a expressão mencionada por “isso”: Isso parece-lhes justo? Letra B: O verbo “impor” deve permanecer no singular para concordar com o núcleo do sujeito “nenhuma instituição”: “(...) a quem nenhuma instituição jamais impõe (...)”. Letra C: O verbo “assegurar” deve permanecer no singular, haja vista a presença do sujeito oracional “o direito de se expressarem” na estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE). Para facilitar a análise, podemos substituir a expressão mencionada por “isso”: Caso não se assegure isso às minorias (...). A colocação proclítica (antes do verbo) do pronome átono deve-se à presença do advérbio “não”. Gabarito: D. 8. (FCC-2008/TRT-2ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Entre as várias qualidades de seus poemas ________ (destacar-se), acima de todas, a virtude da contenção. (B) Como não ________ (haver) de surpreender, em seus poemas, a precisão dos recursos estilísticos? Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 11 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (C) Aos poetas confessionais ________ (costumar) apresentar-se o risco de excessos emotivos. (D) Mais que tudo me ________ (agradar), naquele livro, os recursos formais que intensificavam o lirismo. (E) As duas práticas a que ________ (fazer) referência o texto não são, de fato, inconciliáveis. Comentário: Para facilitar a análise, transcreveremos o período da assertiva D na ordem direta: “Os recursos formais que intensificavam o lirismo me agradam mais que tudo naquele livro”. Percebemos o verbo “agradar” deve, obrigatoriamente, ser flexionado no plural para concordar com o sujeito “Os recursos formais”, cujo núcleo é “recursos”. Nas demais opções: Letra A. Resposta incorreta. O verbo “destacar-se” deve permanecer no singular para concordar com o sujeito “a virtude da contenção”. Letra B. Resposta incorreta. O verbo “haver”, presente na locução verbal “há de surpreender”, deve permanecer no singular para concordar com o sujeito “a precisão dos recursos estilísticos”. Letra C. Resposta incorreta. O verbo “costumar”, presente na locução verbal “costuma apresentar- se”, deve permanecer no singular para concordar com o sujeito “o risco de excessos emotivos”. Letra E. Resposta incorreta. O verbo “fazer” deveconcordar com o sujeito “o texto”, cujo núcleo “texto” se encontra no singular. Sendo assim, o verbo também deve estar nesse número: “As duas práticas a que faz referência o texto (...)”. Para melhor visualizar, podemos reescrever o trecho da seguinte forma: “O texto faz referências às duas práticas (...)”. Gabarito: D. 9. (FCC/TRT 18ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Não ________ (costumar) registrar-se, na conversa usual entre os passageiros, quaisquer reclamações contra a rotina barulhenta da viagem. (B) ________ (dever) agradar aos ruidosos passageiros toda essa parafernália eletrônica, que os dispensa de refletir sobre si mesmos. (C) Momentos de solidão e contemplação ________ (haver) de perturbar os que se entregam gostosamente aos estímulos eletrônicos. (D) Já quase não se ________ (ver), numa viagem de ônibus, passageiros ensimesmados, olhando vagamente pela janela. (E) Não ________ (convir) a muita gente esses momentos únicos de reflexão, que uma viagem de ônibus podia propiciar. Comentário: O verbo que deve permanecer no singular é encontrado na assertiva B. Para facilitar a análise, vamos transcrever o período na ordem direta: “Toda essa parafernália, que os dispensa de refletir sobre si mesmos, deve agradar aos ruidosos passageiros”. Percebemos que o sujeito é “Toda essa parafernália”, empregado no singular, razão por que o verbo “dever” também deve estar no singular. Vejamos as demais opções. Letra A. Resposta incorreta. O verbo “costumar” deve ser flexionado no plural para concordar com o sujeito “quaisquer reclamações contra a rotina barulhenta da viagem”, cujo núcleo é “reclamações”. Letra C. Resposta incorreta. No período “Momentos de solidão e contemplação hão de perturbar (...)”, o sujeito é a expressão “Momentos de solidão e contemplação”, cujo núcleo “momentos” está no plural. Sendo assim, o verbo “haver” também deverá ser flexionado nesse número. Letra D. Resposta incorreta. Temos uma construção de voz passiva sintética, em que o sujeito é a expressão “passageiros ensimesmados”. Por essa razão, o verbo “ver” também deve ser flexionado no plural: “Já quase não se veem (...) passageiros ensimesmados (...)”. Letra E. Resposta incorreta. O verbo “convir” deve ser flexionado no plural para concordar com o sujeito “esses momentos únicos de reflexão”: “Não convêm a muita gente esses momentos únicos de reflexão (...)”. Gabarito: B. 10. (FCC/TRT 22ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: Prof. Edson Ribeiro Página | 12 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (A) Nem às formigas nem às abelhas ___________ (competir) decidir quais funções serão exercidas por quem. (B) Quase todos os problemas que _________ (caber) à humanidade resolver derivariam de um engano da natureza. (C) ________ (atribuir) às leis do mercado uma racionalidade tal que é acusado de insano quem contra elas se insurge. (D) A força de tantas compulsões egoístas entre os homens _________ (costumar) redundar em profundas injustiças. (E) O motivo pelo qual se ________ (dirigir) à vida de uma colmeia tantos aplausos é a harmonia de que as abelhas são capazes. Comentário: O verbo que deverá se flexionar no plural é encontrado na assertiva E. No período, o sujeito do verbo “dirigir” é “tantos aplausos”, expressão empregada no plural. Logo, o verbo “dirigir” também deverá ser flexionado: Tantos aplausos dirigem à vida de uma colméia (...). Gabarito: E. 11. (FCC/TRT 4ª Região) O verbo entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Ainda em nossos dias _________ (parecer) transpirar daqueles velhos álbuns de fotografias um aflitivo anseio de perenidade. (B) Não se _________ (esboçar) nas fisionomias graves dos cerimoniosos retratados qualquer vestígio de sorriso. (C) À esmagadora maioria das fotos _________ (caber) o destino de um rápido e definitivo esquecimento. (D) O que mais _________ (divertir) os milhões de fotógrafos amadores é a facilidade de produção e exclusão de fotos. (E) _________ (despontar) em cada época não apenas novidades técnicas, mas novos modos de compreensão do mundo. Comentário: Uma forma de plural deve ser adotada na assertiva E. No período “_________ (despontar) em cada época não apenas novidades técnicas, mas novos modos de compreensão do mundo.”, o sujeito do verbo “despontar” é a expressão “novidades técnicas”. Como o núcleo “novidades” está flexionado no plural, as regras de concordâncias exigem a flexão do verbo também no plural. Logo, a lacuna deve ser preenchida da seguinte forma: “Despontam em cada época não apenas novidades técnicas, mas novos modos de compreensão do mundo”. Gabarito: E. 12. (FCC-2012/TRT-11ª Região) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em: (A) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas. (B) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão. (C) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá- los a permanecer na situação de desigualdade. (D) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido. (E) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados. Comentário: As regras de concordância verbal encontram-se de acordo com o padrão culto escrito na assertiva C. A forma verbal “convém” está corretamente flexionada no singular, pois concorda com o sujeito oracional “reclamar por igualdade de tratamento”. No trecho “Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento (...)”, o segmento em destaque é uma oração subordinada substantiva subjetiva (aquela que exerce a função de sujeito em relação à oração principal), podendo ser substituído pelo pronome “isso”, facilitando a visualização: “Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento” “Isso não convém aos injustiçados” E quais os erros nas demais opções? Vejam: A) Resposta incorreta. No período em análise, a expressão “A utilidade dos dicionários” Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 13 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a desempenha a função de sujeito. Como o núcleo “utilidade” está no singular, o verbo “manifestar- se” também deveria permanecer nesse número. Logo, a correção é “A utilidade dos dicionários, mormente (...), manifesta-se nas argumentações ideológicas”. B) Resposta incorreta. No trecho “Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição”, há uma construção de voz passiva sintética, formada por um verbo transitivo direto, seguido da partícula “se” (pronome apassivador) e do sujeito: Não se notam (...) qualquer disposição (...) Equivale dizer “Qualquer disposição não é notada (...)”. Portanto, o verbo “notar” deve permanecer no singular para concordar com núcleo “disposição”, do sujeito “qualquer disposição”: “Não se nota (...) qualquer disposição (...)”. Vale frisar que a partícula “se”, no contexto analisado, está anteposta ao verbo “notar” por uma exigência gramatical: a presença do vocábulo adverbial “não” exige a colocação proclítica (antes do verbo). D) Resposta incorreta. No contexto, o verbo “haver” foi incorretamente flexionado no plural. Há uma estrutura de voz passiva sintética, devendo a forma verbal concordar no singular com o sujeito “o sentido pretendido”: “(...)’ há que se esclarecer o sentidopretendido”. E) Resposta incorreta. No período em questão, o verbo “surgir” deve concordar no singular com o numeral “Uma”: “Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surge na utilização de preconceitos já cristalizados”. Gabarito: C. 13. (FCC-2012-TRE-SP) As regras de concordância estão plenamente respeitadas em: (A) A campanha das Diretas, de que os mais jovens participaram ativamente, terão sempre lugar especial nos registros de nossa história recente, ao lado de episódios como o movimento caras- pintadas que, em 1992, levaram à deposição de um presidente. (B) Por mais diferenças que houvesse entre eles e o incansável dr. Ulysses, a maioria dos políticos que foram seus contemporâneos não lhe demonstrava senão grande admiração e profundo respeito. (C) A confusão entre as funções de jornalista e de militante, no caso de Ricardo Kotscho e de outros profissionais de nossa imprensa, tornaram possível um registro muito mais vivaz de várias personagens da campanha das Diretas. (D) Poucos episódios na história mais recente do Brasil pode nos inspirar tanto orgulho quanto a campanha das Diretas, ao longo dos anos 1983 e 1984, ainda que as eleições diretas para presidente, sua principal reivindicação, só tenha sido contemplada em 1989. (E) Não se confunda os raríssimos casos em que a separação das funções de jornalista e de militante podem ser justificadas com aqueles que merecem a condenação mais enfática. Comentário: As regras de concordância estão respeitadas na alternativa B. O verbo “haver” foi empregado no sentido de “existir”. Nesse caso, assume caráter impessoal, permanecendo corretamente na terceira pessoa do singular no período “Por mais diferenças que houvesse entre eles e o incansável dr. Ulysses”. Vale frisar que o verbo “existir” é pessoal e, caso substituísse a forma verbal “houvesse”, deveria flexionar-se no plural para concordar com o sujeito “diferenças”: “Por mais diferenças que existissem entre eles e o incansável dr. Ulysses”. Vejam o erro nas demais opções: A) Resposta incorreta. Tradicionalmente, a FCC intercala, entre o sujeito e o verbo, alguma expressão, com a intenção de confundir os candidatos. No trecho “A campanha das Diretas, de que os mais jovens participaram ativamente, terão sempre lugar especial (...)’, a expressão em destaque desempenha a função de sujeito, tendo como núcleo o vocábulo “campanha”. Em virtude de esta palavra (campanha) estar no singular, o verbo “ter” também deve permanecer nesse número: “A campanha das Diretas, de que os mais jovens participaram ativamente, terá sempre lugar especial (...)”. C) Resposta incorreta. No excerto “A confusão entre as funções de jornalista e de militante, no caso de Ricardo Kotscho e de outros profissionais de nossa imprensa, tornaram possível (...)”, a expressão destacada exerce a função de sujeito, Prof. Edson Ribeiro Página | 14 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a tendo como núcleo o vocábulo “confusão”. Logo, o verbo “tornar” deve permanecer no singular: “A confusão (...) tornou possível (...)”. D) Resposta incorreta. No período em análise, temos o sujeito “Poucos episódios”, cujo núcleo é “episódios”. Já que este vocábulo está no plural, o verbo também deve ser flexionado nesse número (plural): “Poucos episódios (...) podem nos inspirar”. E) Resposta incorreta. Em “Não se confunda os raríssimos casos”, há uma estrutura de voz passiva sintética: partícula SE + verbo transitivo direto (V.T.D.) + sujeito Por essa razão, o verbo “confundir” deve ser flexionado no plural para concordar com o núcleo do sujeito “raríssimos casos”: Não se confundam os raríssimos casos. Gabarito: B. 14. (FCC-2012-TRE-SP) Na luta contra a imposição dos padrões portugueses e dos modelos acadêmicos, os modernistas ...... convencidos de que ...... de vencer, mas, para que isso de fato ...... , muitas batalhas teriam ainda de ser travadas. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) estavam - houveram - ocorrera (B) estiveram - haveriam - ocorreria (C) estivessem - haviam - ocorresse (D) estavam - haveriam - ocorresse (E) estiveram - houvessem - ocorreria Comentário: Questão que mesclou conhecimentos sobre verbos e sintaxe de concordância. Para resolvê-la, vamos analisar as lacunas. Começando pela terceira, no trecho “para que isso de fato ..... , muitas batalhas teriam ainda de ser travadas”, percebe-se uma ideia hipotética, apresentada pela forma verbal “teriam”, conjugada no futuro do pretérito do indicativo. Conforme estudamos na aula sobre verbos, essa correlação ficará adequada com a presença de um verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: “ocorresse”. Notem que a forma verbal está no singular para concordar com o sujeito “isso”: “para que isso de fato ocorresse (...)”. Sendo assim, restam-nos apenas as opções C e D. Para manter a adequada correlação, bem como a noção de hipótese, a segunda lacuna deve ser preenchida por um verbo conjugado no futuro do pretérito do indicativo. Além disso, uma vez que o sujeito é “os modernistas”, o verbo “haver”, pertencente à locução “haver de vencer”, deve ser flexionado no plural: “haveriam de vencer”. Portanto, chegamos à conclusão de que a letra “D” é o gabarito da questão: Na luta contra a imposição dos padrões portugueses e dos modelos acadêmicos, os modernistas estavam convencidos de que haveriam de vencer, mas, para que isso de fato ocorresse, muitas batalhas teriam ainda de ser travadas. Vale frisar que, na primeira lacuna, há o sujeito “os modernistas”, cujo núcleo é “modernistas”. Portanto, o verbo “estar” deve ser flexionado no plural: ”os modernistas estavam convencidos”. Gabarito: D. 15. (FCC-2012/ISS-SP-Adaptada) Acerca das regras de concordância, julgue o item a seguir. I. Se, em vez de O que há de extraordinário nessa citação?, houvesse “Existe, nesta citação, aspectos extraordinários?”, a correção gramatical seria mantida. Comentário: No trecho “O que há de extraordinário nessa citação?”, a forma verbal em destaque foi empregada no sentido de “existir”. Portanto, assume caráter de impessoalidade (sem sujeito), devendo permanecer na terceira pessoa do singular. Entretanto, ao substituí-la por “Existe”, o verbo “existir” deve concordar com o sujeito posposto “aspectos extraordinários”. Logo, a correção gramatical somente será mantida se a forma verbal for flexionada no plural: “Existem, nesta citação, aspectos extraordinários”. Gabarito: Errado. 16. (FCC-2012/TCE-SP-Adaptada) Acerca das regras de concordância, julgue o item a seguir. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 15 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a I. Em não há conflitos a respeito do que liberdade, justiça e autonomia significam, a substituição de há por "existe" mantém a correção da frase. Comentário: No excerto “não há conflitos a respeito do que liberdade”, a forma verbal destacada é impessoal, por ter sido empregada no sentido de “existir”, “ocorrer”, “acontecer”. Sendo assim, o vocábulo “conflito” exerce a função de objeto direto. Contudo, ao substituir “há” por “existe”, ocorrem algumas mudanças no contexto: o verbo “existir” é pessoal, ou seja, possui sujeito, cuja função passará a ser desempenhada pelo elemento “conflitos”. Já que este vocábulo está flexionado no plural, o verbo também deve ser flexionado nesse número para manter a correção da frase: “não existem conflitos (sujeito) a respeito do que liberdade”. Gabarito: Errado. CONCORDÂNCIA NOMINAL Regra geral: O adjunto adnominal, função desempenhada pelo artigo, adjetivo, pronome adjetivo e numeral adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural). Exemplo: As nossas duas principaiscidades já estão superpovoadas. No exemplo acima, os elementos em destaque concordam em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo “cidades”. PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL NA FCC � ADJETIVO ANTEPOSTO - o adjunto adnominal concorda apenas com o mais próximo. Exemplo: O cavalheiro oferecera-lhe perfumadas rosas e lírios. (concordância atrativa) - o predicativo vai para o plural no gênero predominante. Exemplo: O vencedor considerou satisfatórios a nota e o prêmio. (concordância gramatical) Segundo as lições de Domingos Paschoal Cegalla e de Luiz Antônio Sacconi, o predicativo anteposto também poderá concordar com o núcleo mais próximo. Exemplos: “É preciso que mantenham limpas as ruas e os jardins”. (Cegalla) “Mantenha acesas as lâmpadas e os lampiões”. (Sacconi) � ADJETIVO POSPOSTO - em geral, concorda com o mais próximo (concordância atrativa) em gênero e número. Exemplo: Os concursandos passam por problemas e provas complicadas. (concordância atrativa – “complicadas” concorda com “provas”) - vai para o plural no gênero predominante (em caso de gêneros diferentes, predomina o masculino, pois é a concordância mais aconselhada). Exemplo: Os concursandos passam por problemas e provas complicados. (concordância gramatical – “complicadas” concorda com “provas”) Se os substantivos pospostos forem nomes próprios ou indicarem graus de parentesco e títulos de nobreza, a concordância deverá ser gramatical. Exemplo: Falei com os dedicados Felipe e Ana. (concordância gramatical) � MESMO: concorda com o nome a que se refere. Exemplos: As mulheres mesmas exigiram igualdade. Elas querem os mesmos direitos e quase as mesmas obrigações. Quando se referir a verbos ou denotar inclusão, será invariável. Prof. Edson Ribeiro Página | 16 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Exemplos: As mulheres exigiram mesmo igualdade de direitos. Mesmo as mulheres querem tirar vantagem de sua condição. (= Até) � BASTANTE: concorda com o nome a que se refere. Exemplo: O estudo gera bastantes ansiedades e poucas incertezas. Atenção! “Bastante” será advérbio, portanto, invariável, quando se referir a verbos, adjetivos ou advérbios. Exemplos: Não a procuramos bastante para encontrá-la. (advérbio, pois se refere à forma verbal “procuramos”) Todos parecem bastante ansiosos. (advérbio, pois se refere ao adjetivo “ansiosos”) O ancião, na noite anterior, passara bastante mal. (advérbio, pois se refere ao advérbio “mal”) � MEIO: concorda com o substantivo a que se refere (indicando fração). Exemplo: Não serei homem de meias palavras. Referindo-se a adjetivos, será advérbio, apresentando sentido de um pouco, e permanecerá invariável. Exemplo: A funcionária sentiu-se meio envergonhada com a situação. (= um pouco) � LESO: concorda em gênero e número com o segundo vocábulo do composto. Exemplos: Seu comportamento revela desvios de lesos- caracteres. Ele cometeu um crime de lesa-pátria. � QUITE: concorda com o nome a que se refere. Exemplos: Os eleitores ficaram quites com suas obrigações cívicas. Só fará prova o aluno quite com a tesouraria do colégio. � SÓ - será adjetivo (só = sozinho), concordando em número com o nome a que se refere. Exemplos: Merecem elogios os meninos que se fazem por si sós. (= sozinhos) Eles estavam sós, na sala iluminada. (= sozinhos) - como palavra denotativa de limitação, equivalente a apenas, somente, será invariável. Exemplos: Só os deuses são imortais. (= Somente) Elas só passeiam de carro. (= apenas, somente) Importante! A locução a sós (= sem mais companhia, sozinho) é invariável. Exemplos: Nesses casos, nada melhor do que uma conversa a sós. Jesus despediu a multidão e subiu ao monte para orar a sós. � ANEXO, INCLUSO, SEPARADO: concordam com o nome a que se referem. Exemplos: Anexas à carta seguirão as duplicatas correspondentes. Remeteremos inclusos os autos pertinentes ao inquérito. Seguem, separadas, as cópias das notas fiscais. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 17 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a É importante frisar para vocês que as locuções “em anexo” e “em separado” são invariáveis. Exemplos: Em anexo, seguirão as duplicatas correspondentes. Seguem, em separado, as cópias das notas fiscais. � POSSÍVEL: concorda com o nome a que se refere. Exemplo: Já fizemos todas as tentativas possíveis. O adjetivo “possível” deverá permanecer no singular com as expressões superlativas o mais, o menos, o melhor, o pior. Exemplo: Mantenha os alunos o mais ocupados possível. Entretanto, deverá ser flexionado no plural quando essas expressões também estiverem no plural. Exemplos: Na Suíça, fabricam-se os melhores relógios possíveis. As informações obtidas são as melhores (ou as piores) possíveis. Macete da elite! A expressão “o quanto possível” é invariável. Exemplo: Gosto de chocolates tão amargos o quanto possível. � É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO - ficarão invariáveis quando o substantivo a que se referem estiver sendo usado em sentido geral, isto é, não determinado por artigo ou pronome. Exemplos: É necessário paciência para aturar suas maluquices. É proibido entrada. Água é bom para a saúde. - quando houver determinante, a concordância dar-se-á obrigatoriamente com este. Exemplos: É necessária a paciência para aturar suas maluquices. É proibida a entrada. Esta água é boa para a saúde. � UM E OUTRO, UM OU OUTRO, NEM UM NEM OUTRO - quando seguidas de substantivo e/ou adjetivo terão a seguinte sintaxe: substantivo no singular e adjetivo no plural. Exemplos: Um e outro candidato preparados passou/passaram no concurso. Um ou outro vaga-lume brilhantes tornava mais vasta a escuridão. Nem um nem outro político demagogos votou/votaram a emenda. � MENOS, ALERTA, PSEUDO, SALVO: são invariáveis. Exemplos: Os policiais estão alerta (de prontidão, em estado de vigilância), embora haja menos greves hoje. Salvo as enfermeiras, todas as demais são suspeitas. (Salvo = Exceto – palavra denotativa de exclusão) � A OLHOS VISTOS: expressão invariável. Exemplo: A menina emagrecia a olhos vistos. � TAL QUAL: concorda com os respectivos sujeitos. Exemplo: Os jogadores do Vasco são tais qual o próprio time. No exemplo acima, “tais” concorda com “jogadores”, e “qual” concorda com “time”. Prof. Edson Ribeiro Página | 18 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 17. (FCC/TRT 3ª Região-Adaptada) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) São vários os animais que representam clubes, à maneira de totens, como demonstração das qualidades que é inerente a todos os seus membros. (B) O nome dos clubes de futebol devem ser significativos para a comunidade e costumam homenagear países, continentes e atividades profissionais. (C) O escudo dos clubes, usado na bandeira e na camisa dos jogadores, constitui o sinal de reconhecimento para o grupo social que se estabelece em seu entorno. (D) O orgulho de pertencer a um clube se estende a qualquer objetos relacionados a ele, como bandeiras, camisas, bonés, que os identifica. Comentário: As normas de concordância verbo- nominal estão corretamente observadas na assertiva C. Em “O escudo dos clubes, usado na bandeira e na camisa dos jogadores, constitui o sinal de reconhecimento para o grupo social que se estabelece em seu entorno.”, o adjetivo “usado” concorda em gênero e número com o substantivo “escudo”. Além disso, a forma verbal “constitui” concorda perfeitamente com o sujeito “O escudo dos clubes”,cujo núcleo é “escudo”. Vejamos as demais opções: Letra A. Resposta incorreta. No trecho “(...) como demonstração das qualidades que é inerente a todos os seus membros.”, o pronome relativo “que” é sujeito da forma verbal “é”, retomando o substantivo “qualidades” e evitando sua repetição no contexto. Sendo assim, o verbo “ser” deve ser empregado obrigatoriamente no plural. Além disso, o adjetivo “inerente” deve concordar com o substantivo “qualidades”. Logo, a reescritura correta do trecho é “(...) como demonstração das qualidades que são inerentes a todos os seus membros”. Letra B. Resposta incorreta. Em “O nome dos clubes de futebol devem ser significativos para a comunidade e costumam homenagear países, continentes e atividades profissionais.” Há alguns erros, quais sejam: o sujeito do período é “O nome dos clubes de futebol”, cujo núcleo é “nome”, empregado no singular. Portanto, a forma verbal “devem ser”, da locução verbal, deve permanecer nesse número (singular). Em seguida, o adjetivo “significativos” também deve figurar no singular, para concordar com o núcleo “nome”. Por fim, a forma verbal “costumam”, presente na locução verbal “costumam homenagear”, deve permanecer no singular, para também concordar com o núcleo do sujeito “nome”. Letra D. Resposta incorreta. Em “O orgulho de pertencer a um clube se estende a qualquer objetos relacionados a ele, como bandeiras, camisas, bonés, que os identifica.”, o pronome “qualquer” deve ser empregado no plural, concordando com o substantivo “objetos’. Gabarito: C. 18. (FCC/DNOCS) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) Chegou ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto. (B) A conscientização dos moradores daquela área contaminada pelos resíduos tóxicos acabaram surtindo bons resultados. (C) Muitos consumidores se mostram engajados na luta pela sustentabilidade e traduzem seu compromisso em tudo aquilo que compram. (D) Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na exploração dos recursos da natureza deve trazer lucros promissores para as empresas. (E) Deveria ser divulgado claramente os princípios que norteiam as atividades empresariais, como diretriz para orientar os consumidores. Comentário: Vamos analisar as opções. Letra A. Resposta incorreta. O verbo “chegar” deve concordar com o núcleo do sujeito “campanhas”. Logo, a reescritura correta seria “Chegaram ao fim as campanhas (...)”. Letra B. Resposta incorreta. O verbo “acabar” deve concordar com o núcleo do sujeito “conscientização”. Logo, a reescritura correta seria “A conscientização dos moradores (...) acabou surtindo bons resultados”. Letra C. Resposta correta. Letra D. Resposta incorreta. O verbo “dever”, presente na locução verbal “deve trazer”, Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 19 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a obedeceria às normas de concordância se estivesse flexionado no plural, concordando com o núcleo do sujeito “Atitudes firmes e claras”. Letra E. Resposta incorreta. A forma verbal “deveria” está incorretamente empregada, pois não concorda com o sujeito “os princípios que norteiam as atividades empresariais”. Além disso, o adjetivo “divulgado” deveria ter sido flexionado no plural. Sendo assim, a reescritura segundo as normas de concordância verbo-nominal seria “Deveriam ser divulgados claramente os princípios que norteiam as atividades empresariais, como diretriz para orientar os consumidores”. Gabarito: C. 19. (FCC/TRE-AM) A frase em que a concordância está em total conformidade com o padrão culto escrito é: (A) Tintas e pincéis novos estavam sendo usados pela artista novata, ainda que os últimos não lhes pertencessem. (B) Debateram sobre a utilidade de vários acessórios e concluíram que muitos não eram, de fato, nada acessível. (C) O produto derramado atingiu muitas árvores, mas não as comprometeram de modo irreversível. (D) As mais vultosas doações para o programa de emergência já haviam sido feitas, por isso as expectativas de que a arrecadação fosse muito mais alta não tinha fundamento. (E) São muitos os aspectos do documento que merecem detida análise do advogado, mas tudo indica que não haverá alterações significativas. Comentário: Vamos analisar as opções. Letra A. Resposta incorreta. A forma pronominal “lhes” refere-se à expressão “artista novata”, empregada no singular. Logo, o pronome também deve ser empregado nesse número: “(...) ainda que os últimos não lhe pertencessem”. Letra B. Resposta incorreta. O adjetivo “acessíveis” deve concordar com a expressão “vários acessórios”. Logo, a reescritura correta seria “Debateram sobre a utilidade de vários acessórios e concluíram que muitos (acessórios) não eram, de fato, nada acessíveis”. Letra C. Resposta incorreta. O verbo “comprometer” deve concordar com o núcleo do sujeito em “O produto derramado”: “O produto derramado atingiu muitas árvores, mas não as comprometeu de modo irreversível”. Letra D. Resposta incorreta. O verbo “ter”, em “(...) as expectativas de que a arrecadação fosse muito mais alta não tinha fundamento.”, deve concordar com o sujeito “as expectativas”. Sendo assim, a reescritura de acordo com o padrão culto escrito é “(...) as expectativas de que a arrecadação fosse muito mais alta não tinham fundamento.” Letra E. Resposta correta. Gabarito: E. 20. (FCC-2009/TRE-AM) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) Os caboclos da região, que vivem na floresta e dela retiram seu sustento, sabem que é importante respeitar todas as formas de vida que nela se encontram. (B) Existe, na mitologia de vários povos, duendes com diversos poderes mágicos que encarna, sobretudo, o espírito da floresta. (C) É sempre relatado às crianças indígenas os feitos valorosos de ilustres guerreiros, como forma de manter as tradições da tribo. (D) O repositório de lendas brasileiras de origem indígena variam muito, mas mostram, particularmente, uma explicação para os fenômenos da natureza. (E) Quando se tratam de questões de sobrevivência na mata fechada, é necessário a presença de guias habituados às dificuldades da região. Comentário: Vamos analisar as opções. Letra A. Resposta correta. Letra B. Resposta incorreta. O verbo “existir” deveria ter sido flexionado no plural para concordar com o sujeito “duendes com diversos poderes mágicos”. Além disso, o verbo “encarnar” deve concordar com o pronome relativo “que”, o qual substitui a expressão “duendes com diversos poderes mágicos”. Então, a reescritura correta seria “Existem, na mitologia de vários povos, duendes com diversos poderes mágicos que encarnam, sobretudo, o espírito da floresta”. Letra C. Resposta incorreta. O verbo “ser” deveria ter sido flexionado no plural para concordar com o sujeito “os feitos valorosos de ilustres guerreiros”. Por sua vez, o adjetivo “relatado” deve concordar com o substantivo “feitos”: “São sempre relatados Prof. Edson Ribeiro Página | 20 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a às crianças indígenas os feitos valorosos de ilustres guerreiros, como forma de manter as tradições da tribo”. Letra D. Resposta incorreta. Os verbos “variar” e “mostrar” deveriam ter sido flexionados no plural para concordar com o núcleo do sujeito em “O repositório de lendas brasileiras de origem indígena”. Letra E. O verbo “tratar” é transitivo indireto, e a partícula SE é classificada como índice de indeterminação do sujeito. Com isso, o verbo deverá permanecer na terceira pessoa do singular: “Quando se trata de questões de sobrevivência na mata fechada (...)”. Além disso, o adjetivo “necessário” deve concordar em gênero e número com o substantivo “presença”: “(...) é necessária a presençade guias (...)”. Gabarito: A. 21. (FCC/TRT 7ª Região-Adaptada) Verdadeiro ou Falso. Na frase “Alguns países optam por importar alimentos como forma de economizar água, que vem neles embutidos, já que a agricultura é que demandam enormes quantidades desse líquido.”, a concordância verbo-nominal está inteiramente correta. Comentário: No excerto acima, há os seguintes erros de concordância verbonominal, a saber: em “Alguns países optam por importar alimentos como forma de economizar água, que vem neles embutidos (...)”, o adjetivo em destaque deve concordar com o substantivo “água”. Além disso, o verbo “demandar” deve concordar com o sujeito “a agricultura”, cujo núcleo “agricultura” está no singular. Logo, a concordância verbo-nominal estará correta com as seguintes alterações: “Alguns países optam por importar alimentos como forma de economizar água, que vem neles embutida, já que a agricultura é que demanda enormes quantidades desse líquido.” Gabarito: Falso. QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (FCC/TRT 2ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em: (A) Costumam haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez. (B) Não se devem imputar aos muito tímidos a culpa por sua notoriedade. (C) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens de sua timidez. (D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez. (E) O fato de serem tímidas não impossibilitam as pessoas de serem notadas. 2. (FCC/TRT 18ª Região) Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase: (A) Aos golpes mais duros da vida responde uma amizade verdadeira com palavras e gestos de solidariedade. (B) Nunca haverão de nos faltar, quando contamos com amigos verdadeiros, a força justa das palavras certas. (C) Assim como ninguém vive sem o préstimo da água, não se superam os infortúnios sem o apoio de um amigo verdadeiro. (D) Os sofrimentos que pesam sobre alguém haverão de ser mais leves com a companhia solidária de um amigo leal. (E) Importa, acima de todas as coisas, poder contar com a lealdade e os bons préstimos que nos oferece a amizade verdadeira. 3. (FCC/TRT 7ª Região) Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase: (A) Não se devem abrir às crianças, sejam elas pobres ou não, a opção entre estudar ou trabalhar. (B) Será que cabe apenas aos governantes tomar medidas que impeçam a exploração profissional dos menores? (C) Destacam-se, entre os argumentos já levantados contra o trabalho infantil, os que defendeu Darcy Ribeiro. (D) Aos que não desejam alinhar-se contra o trabalho infantil resta combater em nome dos ideais de Darcy Ribeiro. (E) Sempre haverá, por esta ou aquela razão, os que defendem a inserção das crianças pobres no mercado de trabalho. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 21 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 4. (FCC/TRT 22ª Região) As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (A) Quando se partem de regiões obscuras, nossas ideias não poderão ser produtivas. (B) Duas alternativas sempre haverão, restando- nos sempre a dificuldade de optar por elas. (C) Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implicam um reforço do sobrenatural. (D) Ao fenômeno cuja natureza os cientistas ignoram costuma o leigo recorrer como prova do sobrenatural. (E) Não ficaram claro para os leitores do texto quais exatamente foram os versos parafraseados do poeta Lucrécio. 5. (FCC/TRT 9ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente acatadas na frase: (A) Não devem os leitores de hoje imaginar que cabiam aos filósofos antigos preocupar-se com questões que já não fazem sentido. (B) Leitores de hoje, não devemos imaginar que a um filósofo clássico ocorressem tão somente questões específicas de sua época histórica. (C) Nenhum de nossos desejos, de acordo com Sêneca, deveriam transpor nossos limites, fronteiras que se deve sempre determinar. (D) A cada um dos princípios do estoicismo devem corresponder, como se postulavam entre os estoicos, lúcida e consequente iniciativa nossa. (E) Àqueles que não temem refletir sobre a morte reserva-se as recompensas de uma vida mais lúcida e mais intensa. 6. (FCC/TRT 4ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase: (A) Sem o concurso do poder público não se implanta políticas de segurança e não se impede a deterioração do espaço urbano. (B) Não deixaram de haver experimentos bem- sucedidos, apesar de a comunidade acadêmica ter acusado falta de comprovação da teoria. (C) Logo se verificaram que medidas semelhantes foram tomadas por outros países, como a Inglaterra, a Holanda e a África do Sul. (D) O que se conclui das experiências relatadas é que cabe aos poderes públicos tomar iniciativas que nos levem a respeitar o espaço urbano. (E) O fato de haver desordem e sujeira no espaço urbano acabam por incitar o cidadão a reagir como um contraventor ou pequeno criminoso. 7. (FCC/TRT 24ª Região-Adaptada) O verbo entre parênteses deverá flexionarse, obrigatoriamente, numa forma do plural, para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) ___________-lhes (parecer) justo que as instituições sejam manipuláveis? (B) Eles, a quem nenhuma instituição jamais _________ (impor) quaisquer restrições, são os que mais reclamam. (C) Caso não se ___________ (assegurar) às minorias o direito de se expressarem, as maiorias acabarão exercendo um poder totalitário. (D) Se não ________ (vir) a ocorrer, em qualquer sociedade, tantos desmandos institucionais, não haveria a necessidade de tantos organismos de fiscalização. 8. (FCC-2008/TRT-2ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Entre as várias qualidades de seus poemas ________ (destacar-se), acima de todas, a virtude da contenção. (B) Como não ________ (haver) de surpreender, em seus poemas, a precisão dos recursos estilísticos? (C) Aos poetas confessionais ________ (costumar) apresentar-se o risco de excessos emotivos. (D) Mais que tudo me ________ (agradar), naquele livro, os recursos formais que intensificavam o lirismo. (E) As duas práticas a que ________ (fazer) referência o texto não são, de fato, inconciliáveis. 9. (FCC/TRT 18ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Não ________ (costumar) registrar-se, na conversa usual entre os passageiros, quaisquer reclamações contra a rotina barulhenta da viagem. Prof. Edson Ribeiro Página | 22 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (B) ________ (dever) agradar aos ruidosos passageiros toda essa parafernália eletrônica, que os dispensa de refletir sobre si mesmos. (C) Momentos de solidão e contemplação ________ (haver) de perturbar os que se entregam gostosamente aos estímulos eletrônicos. (D) Já quase não se ________ (ver), numa viagem de ônibus, passageiros ensimesmados, olhando vagamente pela janela. (E) Não ________ (convir) a muita gente esses momentos únicos de reflexão, que uma viagem de ônibus podia propiciar. 10. (FCC/TRT 22ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Nem às formigas nem às abelhas ___________ (competir) decidir quais funções serão exercidas por quem. (B) Quase todos os problemas que _________ (caber) à humanidade resolver derivariam de um engano da natureza. (C) ________ (atribuir) às leis do mercado uma racionalidade tal que é acusado de insano quem contra elas se insurge. (D) A força de tantas compulsões egoístas entre os homens _________ (costumar) redundar em profundas injustiças. (E) O motivo pelo qual se ________(dirigir) à vida de uma colmeia tantos aplausos é a harmonia de que as abelhas são capazes. 11. (FCC/TRT 4ª Região) O verbo entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Ainda em nossos dias _________ (parecer) transpirar daqueles velhos álbuns de fotografias um aflitivo anseio de perenidade. (B) Não se _________ (esboçar) nas fisionomias graves dos cerimoniosos retratados qualquer vestígio de sorriso. (C) À esmagadora maioria das fotos _________ (caber) o destino de um rápido e definitivo esquecimento. (D) O que mais _________ (divertir) os milhões de fotógrafos amadores é a facilidade de produção e exclusão de fotos. (E) _________ (despontar) em cada época não apenas novidades técnicas, mas novos modos de compreensão do mundo. 12. (FCC-2012/TRT-11ª Região) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em: (A) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas. (B) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão. (C) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá- los a permanecer na situação de desigualdade. (D) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido. (E) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados. 13. (FCC-2012-TRE-SP) As regras de concordância estão plenamente respeitadas em: (A) A campanha das Diretas, de que os mais jovens participaram ativamente, terão sempre lugar especial nos registros de nossa história recente, ao lado de episódios como o movimento caras- pintadas que, em 1992, levaram à deposição de um presidente. (B) Por mais diferenças que houvesse entre eles e o incansável dr. Ulysses, a maioria dos políticos que foram seus contemporâneos não lhe demonstrava senão grande admiração e profundo respeito. (C) A confusão entre as funções de jornalista e de militante, no caso de Ricardo Kotscho e de outros profissionais de nossa imprensa, tornaram possível um registro muito mais vivaz de várias personagens da campanha das Diretas. (D) Poucos episódios na história mais recente do Brasil pode nos inspirar tanto orgulho quanto a campanha das Diretas, ao longo dos anos 1983 e 1984, ainda que as eleições diretas para presidente, sua principal reivindicação, só tenha sido contemplada em 1989. (E) Não se confunda os raríssimos casos em que a separação das funções de jornalista e de militante Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 23 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a podem ser justificadas com aqueles que merecem a condenação mais enfática. 14. (FCC-2012-TRE-SP) Na luta contra a imposição dos padrões portugueses e dos modelos acadêmicos, os modernistas ...... convencidos de que ...... de vencer, mas, para que isso de fato ...... , muitas batalhas teriam ainda de ser travadas. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) estavam - houveram - ocorrera (B) estiveram - haveriam - ocorreria (C) estivessem - haviam - ocorresse (D) estavam - haveriam - ocorresse (E) estiveram - houvessem - ocorreria 15. (FCC-2012/ISS-SP-Adaptada) Acerca das regras de concordância, julgue o item a seguir. I. Se, em vez de O que há de extraordinário nessa citação?, houvesse “Existe, nesta citação, aspectos extraordinários?”, a correção gramatical seria mantida. 16. (FCC-2012/TCE-SP-Adaptada) Acerca das regras de concordância, julgue o item a seguir. I. Em não há conflitos a respeito do que liberdade, justiça e autonomia significam, a substituição de há por "existe" mantém a correção da frase. 17. (FCC/TRT 3ª Região-Adaptada) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) São vários os animais que representam clubes, à maneira de totens, como demonstração das qualidades que é inerente a todos os seus membros. (B) O nome dos clubes de futebol devem ser significativos para a comunidade e costumam homenagear países, continentes e atividades profissionais. (C) O escudo dos clubes, usado na bandeira e na camisa dos jogadores, constitui o sinal de reconhecimento para o grupo social que se estabelece em seu entorno. (D) O orgulho de pertencer a um clube se estende a qualquer objetos relacionados a ele, como bandeiras, camisas, bonés, que os identifica. 18. (FCC/DNOCS) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) Chegou ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto. (B) A conscientização dos moradores daquela área contaminada pelos resíduos tóxicos acabaram surtindo bons resultados. (C) Muitos consumidores se mostram engajados na luta pela sustentabilidade e traduzem seu compromisso em tudo aquilo que compram. (D) Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na exploração dos recursos da natureza deve trazer lucros promissores para as empresas. (E) Deveria ser divulgado claramente os princípios que norteiam as atividades empresariais, como diretriz para orientar os consumidores. 19. (FCC/TRE-AM) A frase em que a concordância está em total conformidade com o padrão culto escrito é: (A) Tintas e pincéis novos estavam sendo usados pela artista novata, ainda que os últimos não lhes pertencessem. (B) Debateram sobre a utilidade de vários acessórios e concluíram que muitos não eram, de fato, nada acessível. (C) O produto derramado atingiu muitas árvores, mas não as comprometeram de modo irreversível. (D) As mais vultosas doações para o programa de emergência já haviam sido feitas, por isso as expectativas de que a arrecadação fosse muito mais alta não tinha fundamento. (E) São muitos os aspectos do documento que merecem detida análise do advogado, mas tudo indica que não haverá alterações significativas. 20. (FCC-2009/TRE-AM) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) Os caboclos da região, que vivem na floresta e dela retiram seu sustento, sabem que é importante respeitar todas as formas de vida que nela se encontram. (B) Existe, na mitologia de vários povos, duendes com diversos poderes mágicos que encarna, sobretudo, o espírito da floresta. Prof. Edson Ribeiro Página | 24 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (C) É sempre relatado às crianças indígenas os feitos valorosos de ilustres guerreiros, como forma de manter as tradições da tribo. (D) O repositório de lendas brasileiras de origem indígena variam muito, mas mostram, particularmente, uma explicação para os fenômenos da natureza. (E) Quando se tratam de questões de sobrevivência na mata fechada, é necessário a presença de guias habituados às dificuldades da região. 21. (FCC/TRT 7ª Região-Adaptada) Verdadeiro ou Falso. Na frase “Alguns países optam por importar alimentos como forma de economizar água, que vem neles embutidos, já que a agricultura é que demandam enormes quantidades desse líquido.”, a concordância verbo-nominal está inteiramente correta. Gabarito 01. C 12. C 02. B 13. B 03. A 14. D 04. D 15. Errado. 05. B 16. Errado. 06. D 17. C 07. D 18. C 08. D 19. E 09. B 20. A 10. E 21. Falso. 11. E Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 08 SUMÁRIO Sintaxe da Oração ............................................. 01 Termos Essenciais da Oração............................01 Termos Integrantes da Oração.......................... 06 Termos Acessórios da Oração........................... 08 Questões Comentadas...................................... 10 Sintaxe do Período............................................ 18 Questões Comentadas...................................... 24 Lista das Questões Comentadas na Aula........... 29 Para refletir: "Se você espera por condições ideais, nunca fará nada." (Eclesiastes) SINTAXE DA ORAÇÃO Antes de entrarmos no estudo das funções sintáticas propriamente ditas, apresentarei alguns conceitos introdutórios e necessários ao nosso estudo: Classificação Conceito Exemplos Frase nominal Não apresenta verbo. Por essa razão, não serve para a análise sintática. Silêncio! Que atitude bonita, meu filho! Frase verbal (ou Oração) Apresenta verbo, podendo ter ou não sentido completo. A frase pode ser: Declarativa: expressa um fato. Interrogativa: expressa pergunta ou dúvida. Imperativa: expressa ordem, pedido. Exclamativa: expressa admiração. Optativa: expressa desejo. Imprecativa: expressa praga, maldição. Desejo que você seja aprovado. Chorou copiosamente. Você será aprovado no concurso. Que horas são? Estude! Quão bonita é sua filha! Passemos no concurso! Maldito seja o árbitro daquela partida! Período Expressão verbal de sentido completo, iniciado por letra maiúscula e encerrado por ponto final. Desejo que você seja aprovado. Feitas as considerações iniciais, veremos os termos essenciais, integrantes e acessórios da oração. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Segundo a gramática tradicional, os termos essenciais da oração são sujeito e predicado. O SUJEITO A gramática tradicional define sujeito como “o termo sobre o qual se faz uma declaração”. Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. Sujeito: O aluno. Aqui, apresento uma dica a vocês: para localizar o sujeito da oração, façam uma pergunta ao verbo. Por exemplo, na frase “O aluno estuda seis horas por dia.”, devemos perguntar “Quem é que estuda seis horas por dia?”. A resposta obtida será o sujeito da oração: “O aluno”. Se o sujeito for representado por “coisas”, deveremos fazer a pergunta “O quê ...?”. Outro aspecto digno de consideração é o núcleo do sujeito. O núcleo será a palavra mais importante, pois será com ela que o verbo, em regra, concordará: “O aluno (= Ele) estuda seis horas por dia”. O núcleo do sujeito pode ter natureza substantiva (substantivo, palavra substantivada, numeral substantivo ou pronome substantivo) ou verbal (oração subordinada substantiva subjetiva – que caracteriza o sujeito oracional). Exemplos: João conversa muito. (João = substantivo → núcleo do sujeito) O amar dá cor à vida. (amar = palavra substantivada → núcleo do sujeito) Três é demais. (Três = numeral substantivo → núcleo do sujeito) Ele é bom demais. (Ele = pronome substantivo → núcleo do sujeito) É importante que você estude muito. (estude = verbo → núcleo do sujeito oracional) Já o predicado, outro termo essencial da oração, é definido como “tudo o que se declara do sujeito”. Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. Predicado: estuda seis horas por dia. Uma vez encontrado o sujeito (“O aluno”), tudo o que sobra fará parte da estrutura do predicado: “estuda seis horas por dia”. Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Seguindo os demais exemplos apresentados acima, os respectivos predicados são: João conversa muito. (conversa muito = predicado) O amar dá cor à vida. (dá cor à vida = predicado) Três é demais. (é demais = predicado) Ele é bom demais. (é bom demais = predicado) É importante que você estude muito. (É importante = predicado) CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO Quanto à classificação, o sujeito pode ser: � Simples – formado por apenas um núcleo. Exemplo: João conversa muito. Sujeito: João. Núcleo do sujeito: João. � Composto – formado por dois ou mais núcleos. Exemplo: João e Maria conversam muito. Sujeito: João e Maria. Núcleos do sujeito: João; Maria. � Indeterminado – aquele que existe, mas que não é possível ser identificá-lo. Exemplo: Falaram sobre os alunos. O sujeito indeterminado ocorrerá com: - verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a sujeito expresso no contexto. Exemplo: Falaram sobre os alunos. (alguém praticou a ação de “falar”, mas, sem uma referência expressa no contexto, não é possível identificá-lo) Dicas preciosas! 1ª) Quando houver referência expressa no contexto, ainda que o verbo esteja na terceira pessoa do plural, o sujeito será determinado. Exemplo: Os professores gostam desta turma. Falaram sobre os alunos. (o sujeito de “falaram” é o termo “os professores”) 2ª) É importante observar que, quando a forma verbal estiver no imperativo, ainda que não haja referência no contexto, o sujeito não será indeterminado, e sim desinencial. Exemplo: Falem sobre os alunos. (através da desinência número-pessoal “-m”, é possível identificar o sujeito: “vocês”) 3ª) Com outras pessoas do discurso, não haverá sujeito indeterminado, e sim sujeito desinencial. Exemplo: Passaremos no concurso. No exemplo acima, a desinência número- pessoal “-mos” indica que o sujeito é a forma pronominal “nós”. - verbo que, em regra, não seja transitivo direto e que esteja na terceira pessoa do singular, acompanhado da partícula SE (indeterminação do sujeito). Exemplo: Precisa-se de empacotadores. (alguém precisa de empacotadores, mas não é possível fazer a identificação.) Na frase acima, o verbo “precisar” é transitivo indireto, pois rege a preposição “de” (alguém precisa DE algo). Sendo assim, ficará, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular. A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com: a) verbo transitivo indireto (verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto): Precisa-se de empacotadores. Precisa → forma verbal transitiva indireta se → índice de indeterminação do sujeito de empacotadores → objeto indireto b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Vive-se bem no Rio de Janeiro. Vive → forma verbal intransitiva se → índice de indeterminação do sujeito bem → adjunto adverbial de modo no Rio de Janeiro _ adjunto adverbial de lugar c) verbo de ligação: É-se feliz no Rio de Janeiro. É → verbo de ligação se → índice de indeterminação do sujeito feliz → predicativo no Rio de Janeiro → adjunto adverbial de lugar d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal: Comeu-se do bolo. Comeu → forma verbal transitiva direta se → índice de indeterminação do sujeito do bolo → objeto direto preposicionado Macete da elite! Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. Não será admitida a transposição de voz verbal quando houver objeto direto preposicionado. A retirada da preposição alteraria sintática semanticamente a estrutura da frase: Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) índice de indeterminação do sujeito Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – o bolo foi comido.) pronome apassivador Comeu → forma verbal transitiva direta se → pronome apassivador o bolo → sujeito - forma verbal que esteja na terceira pessoa do singular (infinitivo impessoal), sem que haja sujeito expresso no contexto. Exemplos: Convém estudarbastante. É fundamental estudar diariamente. � Inexistente – ocorre com verbos impessoais e, por essa razão, deverá figurar, em regra, na terceira pessoa do singular. O sujeito inexistente proporciona à oração a classificação de oração sem sujeito. O sujeito será inexistente nos seguintes casos: a) verbos que expressam fenômenos da natureza no sentido denotativo, dicionarizado. Exemplo: Choveu durante o casamento. Dica preciosa! Se o verbo for empregado no sentido conotativo, isto é, figurado, poderá ter um sujeito. Exemplo: Choveram flores durante o casamento. No exemplo “Choveram flores durante o casamento.”, o verbo “chover” está empregado no sentido conotativo, devendo concordar com o sujeito “flores”. Nesse caso, portanto, será pessoal. b) verbo haver, significando existir, acontecer ou ocorrer) ou indicando tempo pretérito. Exemplos: Havia trezentas pessoas no local de prova. Em “Havia trezentas pessoas no local de prova.”, o verbo haver é impessoal (não apresenta sujeito). Na construção, o verbo assume transitividade direta. Logo, o termo “trezentas pessoas” é seu objeto direto. Dica preciosa! Os verbos existir, acontecer e ocorrer são pessoais, ou seja, devem concordar com o sujeito da oração. Prof. Edson Ribeiro Página | 4 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Exemplos: Existiam trezentas pessoas no local de prova. (trezentas pessoas = sujeito) Aconteceram episódios fantásticos. (episódios fantásticos = sujeito) Ocorreram muitos vazamentos radioativos. (muitos vazamentos radioativos = sujeito) Há dois anos que não a vejo. No exemplo “Há dois anos que não a vejo.”, o verbo haver foi empregado para indicar tempo pretérito, passado. Logo, não terá sujeito. c) verbos fazer, indicando tempo pretérito ou tempo da natureza. Exemplos: Faz dois anos que não a vejo. No ano passado, fez verões muito quentes no Brasil. d) verbo ser, indicando hora, distância ou datação. Exemplos: Hoje são dez de outubro. (o verbo “ser” concorda com o numeral “dez”.) Hoje é dia dez de outubro. (o verbo “ser” concorda com o vocábulo “dia”.) São doze horas e trinta minutos. (o verbo “ser” concorda com o numeral “doze”.) É meio-dia e meia. (o verbo “ser” concorda com “meio-dia”.) Da faculdade ao trabalho são vinte metros de distância. e) verbos chegar e bastar, significando parar. Exemplos: Chega de blá-blá-blá! Basta de discussões! � Sujeito Oracional – equivale a uma oração subordinada substantiva subjetiva. Tem uma estrutura verbal como núcleo, levando o verbo para a terceira pessoa do singular. Exemplos: É importante que você estude muito. (“que você estude muito = sujeito oracional _ oração subordinada substantiva subjetiva). O núcleo é a forma verbal “estude”. Para facilitar a análise, substitua oração por “ISSO”: ISSO é importante. Estudar e brincar é fundamental às crianças. No exemplo acima, “Estudar e brincar” é o sujeito oracional. O verbo, obrigatoriamente, deve permanecer na terceira pessoa do singular. Para facilitar a análise, substitua oração por “ISSO”: ISSO é fundamental às crianças. CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO Quanto à classificação, o predicado pode ser verbal, nominal ou verbo- -nominal. � Predicado verbal – é aquele que tem como núcleo um verbo que exprime ação, fenômeno ou movimento. Em outras palavras, o predicado será verbal quando houver formas verbais transitivas diretas, transitivas indiretas, transitivas diretas e indiretas ou intransitivas. Das três classificações possíveis (verbal, nominal ou verbo-nominal), é a única que não contém predicativo. Exemplos: Os alunos fizeram a prova. No exemplo acima, temos: Os alunos → sujeito alunos → núcleo do sujeito fizeram a prova → predicado verbal Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 5 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a fizeram → verbo transitivo direto (Fizeram o quê?) - núcleo do predicado verbal a prova → objeto direto Os alunos gostaram da prova. No exemplo acima, temos: Os alunos → sujeito alunos → núcleo do sujeito gostaram da prova → predicado verbal gostaram → verbo transitivo indireto (Gostaram de quê?)- núcleo do predicado verbal da prova → objeto indireto Os alunos deram parabéns aos professores. No exemplo acima, temos: Os alunos → sujeito alunos → núcleo do sujeito deram parabéns aos professores → predicado verbal deram → verbo transitivo direto e indireto - núcleo do predicado verbal parabéns → objeto direto aos professores → objeto indireto Os alunos foram ao local de prova. No exemplo acima, temos: Os alunos → sujeito alunos → núcleo do sujeito foram ao local de prova → predicado verbal foram → verbo intransitivo - núcleo do predicado verbal ao local de prova → adjunto adverbial de lugar � Predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo, adjetivo ou pronome) ligado ao sujeito através de um verbo de ligação. O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, termo que proporciona qualidade, estado ou característica. Exemplos: O rapaz está machucado. No exemplo acima, temos: O rapaz → sujeito está machucado → predicado nominal machucado → núcleo do predicado nominal O professor ficou feliz com sua aprovação. No exemplo acima, temos: O professor → sujeito ficou feliz com sua aprovação → predicado nominal feliz → núcleo do predicado nominal com sua aprovação → adjunto adverbial de causa Dicas preciosas! 1ª) Verbo de ligação é aquele que unicamente serve para atribuir característica ou estado ao sujeito. Para que haja predicado nominal, é imprescindível a presença de um predicativo. Exemplos: O rapaz está machucado. O professor é extrovertido. Caso não apareça o predicativo, o predicado não será nominal, e sim verbal. Exemplo: O rapaz está aqui. (aqui = adjunto adverbial de lugar) Na oração “O rapaz está aqui.”, o verbo “estar” é intransitivo. 2ª) O verbo de ligação pode expressar alguns aspectos. Exemplos: O candidato é dedicado. (aspecto: permanência) O candidato está focado. (aspecto: transitoriedade) O candidato parece entusiasmado. (aspecto: aparência) Importante! Prof. Edson Ribeiro Página | 6 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Predicativo é a qualidade, estado ou característica atribuída ao sujeito ou ao objeto. Exemplos: O candidato é dedicado. No exemplo acima, a forma verbal “é” deve ser classificada como verbo de ligação. Por consequência, “dedicado” será o predicativo do sujeito. Consideramos o candidato dedicado. No exemplo “Consideramos o candidato dedicado.”, o verbo “considerar” é transitivo direto. Por consequência, “o candidato dedicado” será o objeto direto, ao passo que “dedicado” será o predicativo (característica, estado) do objeto. � Predicado verbo-nominal – é a mistura dos predicados verbal e nominal, ou seja, aquele que apresenta dois núcleos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predicativo). Exemplo: O candidato fazia a prova tenso. No exemplo acima, temos dois núcleos: o verbo “fazer” (transitivo direto) e o nome “tenso” (predicativo do sujeito, que atribui a este um estado). O candidato → sujeito fazia a prova tenso → predicado verbo-nominal fazia → verbo transitivo direto: núcleo do predicado verbo-nominal a prova → objeto direto tenso → predicativo do sujeito: núcleo do predicado verbo-nominal Para facilitar a análise, encaixe o verbo “estar” antes do predicativo: O candidato fazia a prova (e estava) tenso. TERMOS INTEGRANTES Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto),agente da passiva e complemento nominal. Por definição, os complementos verbais completam o sentido de verbos transitivos, podendo ser: � Objeto direto – complemento de verbo transitivo direto, isto é, liga-se ao verbo sem a obrigatoriedade de preposição. Exemplo: Comprei flores. No exemplo acima, temos: sujeito desinencial = eu (marcado pela desinência número-pessoal “-i”) predicado = comprei flores núcleo do predicado verbal = comprei (verbo transitivo direto → não rege preposição) objeto direto = flores Dica preciosa! O núcleo do objeto direto pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva direta – que caracteriza o objeto direto oracional). Exemplos: Comprei flores. (flores = substantivo → núcleo do objeto direto) Encontrei você. (você = pronome →_ núcleo do objeto direto) Desejo que você estude muito. (estude = verbo → núcleo do objeto direto oracional) Em certos casos, ainda que o verbo não exija o emprego de preposição, esta poderá anteceder o objeto direto com a finalidade de clareza e de estilo. É o que chamamos de objeto direto preposicionado. Exemplo: Comeu-se do bolo. (Comeu-se parte do bolo.) No exemplo acima, “do bolo” é objeto direto preposicionado. A preposição foi empregada não pela exigência do verbo “comer”, mas sim para contribuição do sentido. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 7 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Emprega-se o objeto direto preposicionado: - com verbos que expressam sentimentos. Exemplo: Amo a Deus e a meus familiares. (a preposição proporciona estilo à frase.) - para evitar ambiguidade. Exemplo: Venceu ao Flamengo o Vasco. (= O Vasco venceu o Flamengo.) A ordem direta da frase acima seria “O Vasco venceu o Flamengo.”. Entretanto, como não houve o emprego da ordem direta (sujeito + verbo + complemento + adjunto), foi necessário empregar a preposição para evitar a ambiguidade de sentido: Venceu o Flamengo o Vasco. (frase ambígua) - para realçar uma parte. Exemplos: Ele comeu do bolo. (Ele comeu parte do bolo.) O policial sacou da arma. (O policial sacou parte da arma.) O objeto direto pode aparecer repetido na frase. É o que chamamos de objeto direto pleonástico. Exemplo: A prova, entregue-a ao professor amanhã. No exemplo “A prova, entregue-a ao professor amanhã.”, a forma pronominal oblíqua “- a” repete o objeto direto “A prova”. Por essa razão, é classificado como objeto direto pleonástico. � Objeto indireto – complemento de verbo transitivo indireto, isto é, ligado ao verbo com a obrigatoriedade de preposição. Exemplos: Nós gostamos de doce. Na frase acima, o verbo “gostar” rege a preposição “de”, a qual deve ser obrigatoriamente empregada (Gostamos DE quê?). Confio em sua aprovação. No período “Confio em sua aprovação.”, o verbo “confiar” exige a preposição “em”. Por essa razão, “em sua aprovação” será objeto indireto. Dica preciosa! O núcleo do objeto indireto pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva indireta – que caracteriza o objeto indireto oracional). Exemplos: Obedecemos às ordens. (ordens = substantivo → núcleo do objeto indireto) Fiz uma pergunta a você. (você = pronome → núcleo do objeto indireto) Necessitamos de que você estude muito. (estude = verbo → núcleo do objeto indireto oracional) O objeto indireto pode aparecer repetido na estrutura frasal. É o que chamamos de objeto indireto pleonástico. Exemplo: Ao guarda, devemos obedecer-lhe. Em “Ao guarda, devemos obedecer-lhe.”, o pronome oblíquo “lhe” repete o objeto indireto “Ao guarda”. Por isso, é classificado como objeto indireto pleonástico. O AGENTE DA PASSIVA Agente da passiva - termo que pratica a ação na voz passiva. Sempre será introduzido pelas preposições de ou por (ou pela contração da preposição arcaica “per” + artigo definido “o”, “a”, “os”, “as” = pelo, pela, pelos, pelas). Exemplos: Ayrton Senna foi ovacionado por todos os presentes. (voz passiva) Prof. Edson Ribeiro Página | 8 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Na voz ativa, teremos “Todos os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. Ayrton Senna foi ovacionado pelos presentes. (voz passiva) Na voz ativa, teremos “Os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. Ayrton Senna é estimado de todos os brasileiros. (voz passiva) Na voz ativa, teremos “Todos os brasileiros estimam Ayrton Senna”. O COMPLEMENTO NOMINAL Complemento nominal – termo sempre regido de preposição que complementa o sentido de adjetivos, substantivos abstratos ou advérbios. Em outras palavras, o complemento nominal completa a ideia de um nome. Exemplos: Ele age igual a você. Em “Ele age igual a você.”, o termo “a você” complementa a ideia do adjetivo “igual”. Por essa razão, deve ser classificado como complemento nominal. Não tenho interesse por você. Em “Não tenho interesse por você.”, a expressão “por você” complementa a ideia do substantivo “interesse”. Logo, deve ser classificado como complemento nominal. Moro próximo a você. No exemplo acima, “a você” complementa a ideia do advérbio “próximo”. Sendo assim, deve ser classificado como complemento nominal. TERMOS ACESSÓRIOS Os termos acessórios da oração são adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. O ADJUNTO ADNOMINAL Adjunto adnominal – termo de função adjetiva e que, por isso, caracteriza ou delimita o substantivo. A função de adjunto adnominal será exercida por artigo, adjetivo, numeral adjetivo, pronome adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva. Exemplos: N umeral adjetivo – Dois alunos passaram liga-se ao nome SEM preposição liga-se ao nome COM preposição A rtigo – Os alunos passaram P ronome adjetivo – Aqueles alunos passaram A djetivo – Os alunos brasilienses passaram L ocução adjetiva – Os alunos de Brasília passaram. Oração adjetiva – Os alunos / que moravam em Brasília / passaram Complemento Nominal (com preposição) Adjunto Adnominal (com ou sem preposição) Será sempre complemento nominal ao se relacionar com adjetivos e advérbios. Ele age igual a você. Este filme é impróprio para menores. Moro próximo a você. Falou relativamente ao livro. Será sempre adjunto adnominal ao se relacionar com substantivos concretos. Dois alunos passaram. Os alunos passaram. Aqueles alunos passaram. Os alunos brasilienses passaram. Os alunos de Brasília passaram. Os alunos que moram em Brasília passaram. Poderá ser complemento nominal ao se relacionar com substantivos abstratos. Vimos a construção da casa. Invenção do telefone. Em “Vimos a construção da casa.”, o termo “da casa” indica o elemento paciente, isto é, quem recebe a ação. Logo, será complemento nominal. Em “Invenção do telefone.”, o termo “do telefone” indica um elemento paciente, ou seja, quem recebe a ação. Logo, será complemento nominal. Poderá ser adjunto adnominal ao se relacionar com substantivos abstratos. Vimos a construção de João. Invenção do professor. Em “Vimos a construção de João.”, o termo “de João” indica posse (a construção pertence a João). Logo, será adjunto adnominal. Em “Invenção do professor.”, o termo “do professor” indica agente, isto é, que pratica a ação. Logo, será adjunto adnominal. Importante! Os pronomes oblíquos o, a, os, as e as formas lo, la, los, las exercem a função de objeto direto. Exemplos: Criei um método. (= Criei-o.) Fizemos o trabalho. (= Fizemo-lo.) Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 9 L. P o rtu g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Já as formas pronominais lhe, lhes podem exercer a função de objeto indireto, adjunto adnominal ou complemento nominal. Esses pronomes sempre se referem a pessoas. Exemplos: Pedi uma dica ao professor. (= Pedi-lhe uma dica. ou Pedi uma dica a ele.) Em “Pedi-lhe uma dica.”, o pronome “lhe” é complemento do verbo transitivo direto e indireto “pedir”. Portanto, é objeto indireto. Amanda é fiel a ele. (= Amanda é-lhe fiel.) Em “Amanda é-lhe fiel.”, o pronome “lhe” é empregado com verbo de ligação, complementando o sentido do adjetivo “fiel”. Logo, é complemento nominal. Pisei o pé dele. (Pisei-lhe o pé.) Em “Pisei-lhe o pé.”, o pronome “lhe” equivale ao pronome possessivo “seu”, ou seja, indica posse. Portanto, é adjunto adnominal. ADJUNTO ADVERBIAL Adjunto adverbial – termo que modifica adjetivo, verbo ou advérbio. Para memorizar, o adjunto adverbial modifica: A djetivo – Eu sou bastante tranquilo. V erbo – Na faculdade, eu estudava muito. A dvérbio – Você escreve muito bem. CLASSIFICAÇÃO Para efeito de prova, o mais importante é a ideia que o adjunto adverbial transmite. Vejamos algumas: - causa : O mendigo morreu de fome. - companhia : A esposa viajou com minha sogra. - negação: Vocês não serão reprovados. - afirmação: Certamente vocês gabaritarão a prova de língua portuguesa. - dúvida: Provavelmente vocês gabaritarão todas as questões. - finalidade: Visitou o restaurante para fiscalização. - instrumento: Escrevi a prova a lápis. - intensidade: Gosto muito de vocês. - lugar: Passamos as férias em casa. - meio: Viajarei para a Europa de avião. - modo: Fez a prova apressadamente. - tempo: Estudarei à noite. - concessão: Sem fazer a inscrição, não faremos a prova. O APOSTO Aposto – termo de natureza substantiva que explica, esclarece ou resume um elemento. CLASSIFICAÇÃO O aposto pode ser: � Explicativo – por definição, é usado para explicar um termo. Na frase, aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses. Exemplo: Pelé, o rei do futebol, fez mais de mil gols. Pelé – o rei do futebol – fez mais de mil gols. Pelé (o rei do futebol) fez mais de mil gols. Dica preciosa! O aposto também pode ser oracional, isto é, ter um verbo em sua estrutura. Exemplo: Desejo o seguinte: que vocês sejam aprovados no concurso. Prof. Edson Ribeiro Página | 10 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Para facilitar a análise, substitua pelo pronome “ISSO”. Desejo o seguinte: isso. � Especificativo (ou apelativo) – liga-se a um substantivo para indicar-lhe sua espécie. Não é separado por vírgulas, travessões ou parênteses. Exemplos: O rio Amazonas é um dos maiores do mundo. A cidade de Londres é linda. � Enumerativo – desenvolve o termo anterior. Exemplo: Gabaritei as seguintes disciplinas: direito constitucional, direito administrativo e língua portuguesa. � Resumitivo (ou recapitulativo) – por definição, recapitula/resume o que foi mencionado anteriormente. Exemplos: Gritos, festas, batuques: nada desviava seu foco. � Distributivo – referem-se a elementos no texto. Exemplo: Vasco e Fluminense são dois grandes clubes de futebol: este é o atual campeão brasileiro e aquele vencerá o brasileirão deste ano. Dica preciosa! O aposto pode referir-se a uma oração inteira. Exemplo: Vocês gabaritarão as questões, o que me deixará muito feliz. Na frase acima, o pronome demonstrativo “o” exerce a função de aposto, referindo-se à oração “Vocês gabaritarão as questões”. O VOCATIVO Vocativo – termo que indica um chamamento. Não está ligado diretamente a outros termos da oração. Exemplos: Candidatos, estudem para a prova. Estudem, candidatos, para a prova. Estudem para a prova, candidatos. Professor, posso entrar na sala? Posso entrar na sala, professor? Dica preciosa! Aposto e vocativo não se confundem. Para facilitar a diferenciação, o vocativo admite o emprego da interjeição “Ó”, sendo um diálogo. O aposto, por não admite o emprego da mencionada interjeição, caracterizando uma declaração. Exemplos: (Ó) Professor Fabiano, posso entrar ? (É um diálogo. Logo, “Professor Fabiano” é um vocativo.) Fabiano, professor de língua portuguesa, gosta do que faz. (É uma declaração. Logo, “professor de língua portuguesa” é um aposto.) 1. (FCC-2007/Prefeitura de São Paulo) Da impunidade O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos. Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 11 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher do próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas ações. Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a ideia de que os direitos e os deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade. (Inácio Leal Pontes) O termo sublinhado constitui o sujeito na seguinte construção: (A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. Comentário: Encontramos um termo que desempenha a função de sujeito na assertiva D. Para facilitar a análise, vamos transcrever o período na ordem direta: Isso ocorrepor conta das reiteradas situações de impunidade. Assim, percebemos que “Isso” é o sujeito da forma verbal “ocorre”, a qual, no contexto em análise, é intransitiva. O trecho “por conta das reiteradas situações de impunidade” é um adjunto adverbial de causa. Vejamos as demais opções: A) A partícula SE é pronome apassivador, formando uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE). Na frase, porém, ocorreu a colocação proclítica (antes do verbo) do pronome devido à presença do advérbio “não”. O trecho “uma forma definitiva de organização social” desempenha a função de sujeito da voz passiva. B) No excerto “É nessa condição que vivem os animais.”, o sujeito está posposto à forma verbal “vivem”, que, no contexto, é intransitiva. Logo, “os animais (sujeito) vivem nessa condição”. C) Em “Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões.”, o sujeito é “Tais delitos”, razão por que a forma verbal “acabam” concorda com esse termo. “Estímulos” desempenha a função de objeto direto. E) Em “Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica.”, temos uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE), em que o sujeito paciente é “um princípio da lei mosaica”. Gabarito: D. 2. (FCC-2009/TRE-PI) Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – metáforas que frequentemente são Prof. Edson Ribeiro Página | 12 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a utilizadas na descrição de políticos – não podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto Bobbio. No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de governantes. Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: "Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. (Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica ... (1º parágrafo) A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ... que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. (B) Neste contexto, política é guerra ... (C) Recorrendo a metáforas do reino animal ... (D) ... que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir" ... (E) ... que a fraude é mais importante do que a força ... Comentário: No enunciado, a forma verbal “trabalha” assume transitividade direta, ou seja, exige um objeto direto como complemento. Sendo assim, deveremos, nas opções, encontrar um verbo que exija o mesmo complemento. É o que ocorre na assertiva A, já que o verbo “identificar”, no contexto, apresenta a mesma transitividade (direta). Para facilitar a visualização, vamos transcrever o trecho na ordem direta: “Que identifica o cerne dos fatos políticos no predomínio do conflito”. Percebemos, assim, que o termo “o cerne dos fatos políticos” exerce a função de objeto direto do verbo “identificar”. Vamos analisar as demais opções: B) Em “Neste contexto, política é guerra ...”, a forma verbal “é” apresenta-se como verbo de ligação, unindo o predicativo “guerra” ao sujeito “política”. C) Em “Recorrendo a metáforas do reino animal ...”, a forma verbal “recorrendo” apresenta transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “a” no início da estrutura do objeto indireto “a metáforas do reino animal ...”. D) Na opção em análise, o verbo “obedecer” é transitivo indireto, regendo o emprego da preposição “a”: “(...) obedece aos consagrados preceitos...”. E) Em “(...) a fraude é mais importante ...”, o verbo “ser” apresenta-se como verbo de ligação, unindo o predicativo “importante” ao sujeito “a fraude”. Gabarito: A. 3. (FCC-2011/NOSSA CAIXA) Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 13 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. (Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) Na frase No casodos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos, é correto afirmar que: (A) a construção verbal é um exemplo de voz ativa. (B) a partícula se tem a mesma função que em E se ela não vier? (C) a forma plural “devem” concorda com exames. (D) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito. (E) a expressão donos do mundo leva o verbo para o plural. Comentário: Vamos analisar as opções. Letra A. Resposta incorreta. Em “(...) não se devem esperar exames de consciência mais profundos”, temos uma construção de voz passiva (VTD+SE). Não se devem esperar exames de consciência mais profundos. pron. loc. verbal sujeito apass. transitiva direta É importante chamar a atenção para a colocação proclítica (antes do verbo) do pronome SE, devido à presença do advérbio “não”. Letra B. Resposta incorreta. Como vimos no comentário anterior, em “(...) não se devem reconhecer (...)”, a partícula SE é denominada pronome apassivador. Porém, no trecho “E se ela não vier?”, temos um conjunção subordinativa adverbial condicional, equivalente a “caso”: “E caso ela não venha?” Letra C. Resposta correta. A forma verbal “devem”, presente na locução verbal “devem reconhecer”, concorda com o núcleo do sujeito “exames de consciência mais profundos”. Este assunto foi trabalhado na aula sobre concordância verbal. Letra D. Resposta incorreta. A partícula SE será índice de indeterminação do sujeito quando houver: a) verbo transitivo indireto (verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto): Precisa-se de empacotadores. b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): Vive-se bem no Rio de Janeiro. c) verbo de ligação: É-se feliz no Rio de Janeiro. d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal: Comeu-se do bolo. Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. Não será admitida a transposição de voz verbal quando houver objeto direto preposicionado. Prof. Edson Ribeiro Página | 14 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) índice de indeterminação do sujeito Não é o que ocorre em “(...) não se devem reconhecer exames de consciência mais profundos”, pois a transitividade da locução verbal “devem reconhecer” é transitiva direta (reconhecer o quê?). Logo, a partícula SE é pronome apassivador. Letra E. Resposta incorreta. A concordância verbal deve-se dar com o sujeito “exames de consciência mais profundos”. Logo, a locução verbal concorda com o citado termo. Gabarito: C. A questão a seguir refere-se ao texto abaixo. 4. (FCC-2011/TRT - 23ª REGIÃO) Política e sociedade na obra de Sérgio Buarque de Holanda Para Sérgio Buarque de Holanda a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. Entretanto, conceitos herdados e intelectualismos abstratos impediam a sensibilidade para com o processo do devir. Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira apontava um caminho profícuo para o historiador preocupado em estudar mudanças. Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder, e sempre imbuídas da ideologia dos interesses estabelecidos. Desvendar ideologias implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo voltado para indícios tênues e nuanças sutis. Pormenores significativos apontavam caminhos imperceptíveis, o fragmentário, o não determinante, o secundário. Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho da interpretação da mudança, do processo do vir a ser dos figurantes mudos em processo de forjar estratégias de sobrevivência. Era engajado o seu modo de escrever história. Como historiador quis elaborar formas de apreensão do mutável, do transitório e de processos ainda incipientes no vir a ser da sociedade brasileira. Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos eventualmente participantes da história. Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada deveria o historiador partir do estudo da urdidura dos pormenores para chegar a uma visão de conjunto de sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. Aderir à pluralidade se lhe afigurava como uma condição essencial para este sondar das possibilidades de emergência de novos fatores de mudança social. Tratava-se, na historiografia, de aceitar o provisório como necessário. Caberia ao historiador o desafio de discernir e de apreender, juntamente com valores ideológicos preexistentes, as possibilidades de coexistência de valores e necessidades sociais diversas que conviviam entre si no processo de formação da sociedade brasileira sem uma necessária coerência. (Fragmento adaptado de Maria Odila Leite da Silva Dias, Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil. São Paulo, Perseu Abramo, 1998, pp.15-17) “Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...” O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está também grifado em: (A) ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. (B) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. (C) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ... (D) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. (E) Era engajado o seu modo de escrever história. Comentário: Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase do enunciado na ordem direta: “As pistas (...) proviriam destes ...” Assim, percebemos que: - “As pistas” desempenham a função de sujeito; - “proviriam” é um verbo transitivo indireto; - “destes” é o complemento indireto do verbo “provir” Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 15 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Desta forma, deveremos buscar, nas opções, aquela que também apresenta um verbo transitivo indireto. Letra A. Resposta correta. Em “ ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social.”, a forma verbal “consistia” assume transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “em”, a qual iniciará a estrutura do objeto indireto “em estudar possibilidades de mudança social”. Letra B. Resposta incorreta. Em “Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala.”, a forma verbal em destaque é transitiva direta (escondiam o quê? → os figurantes mudos e sua fala). Letra C. Resposta incorreta. Em “Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ...”, o verbo “enfatizar” é transitivo direto (enfatizava o quê? → o provisório, a diversidade). Letra D. Resposta incorreta. Em “... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais.”, a forma verbal “traduzissem” é transitiva direta (traduzissem o quê? → necessidades sociais). Letra E. Resposta incorreta. Em “Era engajado o seu modo de escrever história.”, temos um verbo de ligação e, consequentemente, o predicativo “engajado”. Gabarito: A. A questão a seguir baseia-se no texto abaixo. 5. (FCC-2011/Banco do Brasil) A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de um modelo econômico que priorizou a demanda. A expansão dos programas sociais e, sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram sobre a região um impacto bem maior do que no restante do país. A economista TâniaBacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um salário mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também absorve 55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela estrutura de renda da região, mais baixa que no resto do país, o efeito das políticas que mexeram com a renda foi maior aqui. O aumento dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu investimentos, especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas e distribuição de alimentos." Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-101, a transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina injetaram bilhões na economia e ajudaram a dinamizar a construção civil, assim como os investimentos da Petrobras – que asseguraram à indústria naval a demanda necessária para voltar a investir depois de mais de uma década sem produzir um único navio. A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste, especialmente nas cidades médias. É o caso de Caruaru, um dos municípios que mais crescem na região. Nos últimos anos, a "Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantes e professores de todos os lugares e observou uma profunda transformação em seus hábitos. A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas de Cerrado, como no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o agronegócio avança e transforma chapadões em imensas propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as condições são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ajudam a mudar a vida das pessoas. É o que se observa em Picos, polo produtor de mel e caju no sertão do Piauí. (Gerson de Freitas Jr., Carta Capital, 15 de dezembro de 2010, p. 24, com adaptações) “Interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste ...” (3º parágrafo) O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase: (A) ... que mexeram com a renda ... (B) ... que mais crescem na região. (C) ... que movimentam milhões de reais ... (D) A outra face do “novo Nordeste” está no campo. (E) ... onde as condições são bem menos favoráveis ... Prof. Edson Ribeiro Página | 16 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Comentário: No excerto “Interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste ...”, a forma verbal “mudam” é transitiva direta (“mudam” o quê? → a cara do Nordeste). Logo, o termo “a cara do Nordeste” é objeto direto do verbo. Sendo assim, deveremos encontrar, nas opções, aquela que também apresenta um verbo transitivo direto. Letra A. Resposta incorreta. Em “... que mexeram com a renda ...”, o verbo “mexer” é transitivo indireto, regendo o emprego da preposição “com” no início da estrutura de seu complemento indireto: “com a renda”. Letra B. Resposta incorreta. Em “... que mais crescem na região.”, o verbo “crescer” é intransitivo, e o termo “na região” é um adjunto adverbial de lugar. Letra C. Resposta correta. Em “... que movimentam milhões de reais ...”, “movimentar” é um verbo transitivo direto (“movimentam” o quê? → milhões de reais). Logo, “milhões de reais” é o objeto direto da forma verbal “movimentam”. Letra D. Resposta incorreta. Em “A outra face do “novo Nordeste” está no campo.”, o verbo “estar” é intransitivo, e o termo “no campo” é adjunto adverbial de lugar. Letra E. Resposta incorreta. Em “... onde as condições são bem menos favoráveis ...”, a forma verbal “são” é um verbo de ligação, unindo o predicativo “favoráveis” ao sujeito “as condições”. Gabarito: C. 6. (FCC-2009/TRT-16ª Região) Sobre a efemeridade das mídias Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou- se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico. Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane. (Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009) Na frase “Mas aqui surge outro problema”, o termo em destaque exerce a mesma função sintática que o termo sublinhado em: (A) Não, não sou um conservador reacionário. (B) Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil (...) (C) (...) as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. (D) Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação (...) Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 17 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (E) Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos, são rapidamente perecíveis (...) Comentário: No enunciado “Mas aqui surge outro problema”, o termo em destaque exerce a função de núcleo do sujeito. Para facilitar a visualização, vamos transcrevê-lo na ordem direta: Mas outro problema surge aqui. Sendo assim, deveremos buscar, nas opções, outro núcleo do sujeito. Letra A. Resposta incorreta. O termo em destaque (“reacionário”) compõe a estrutura do sujeito “um conservador reacionário”, mas exerce a função de adjunto adnominal. Letra B. Resposta incorreta. O termo “tempo” exerce a função de núcleo do objeto direto. Letra C. Resposta correta. Em “(...) as fitas de vídeo perdem as cores (...)”, o termo em destaque exerce a função de núcleo do sujeito “as fitas de vídeo”. Gabarito: C. 7. (FCC-2010/DPE-SP) E a facilidade com que ela acessa esse arquivo ... A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ... e conforme a idade isso ocorre em maior ou menor grau...(B) Cada vez que a memória decai ... (C) Os estudos sobre a memória têm um lugar destacado nesse esforço científico. (D) ... o primeiro é a exposição a uma carga excessiva de informações ... (E) ... que resultam em perda mnemônica ... Comentário: No enunciado, a forma verbal “acessa” assume transitividade direta (“acessa” o quê? → esse arquivo). Logo, o termo “esse arquivo” exerce a função de objeto direto do verbo “acessar”. Vamos analisar as opções: Letra A. Resposta incorreta. Em “... e conforme a idade isso ocorre em maior ou menor grau ...”, a forma verbal “ocorre” é intransitiva. Letra B. Resposta incorreta. Em “Cada vez que a memória decai ...” também encontramos em “decair” um verbo intransitivo. Letra C. Resposta correta. No trecho “Os estudos sobre a memória têm um lugar destacado nesse esforço científico.”, a forma verbal “têm” é transitiva direta, exigindo o objeto direto “um lugar destacado”. Letra D. Resposta incorreta. No trecho “... o primeiro é a exposição a uma carga excessiva de informações ...”, o verbo “ser” é um verbo de ligação, unindo a característica, o predicativo ao sujeito “o primeiro”. Letra E. Resposta incorreta. No contexto “... que resultam em perda mnemônica ...”, o verbo “resultar” é transitivo indireto, regendo o emprego da preposição “em” no início da estrutura do objeto indireto “em perda mnemônica’. Gabarito: C. 8. (FCC-2011/DPE-RS) EUA dizem que um ataque ao Irâ uniria o país, hoje dividido 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 WASHINGTON (Reuters) – Um ataque militar contra o irã uniria o país, que está dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nesta terça-feira. Um pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar – e não impedir – que o pais obtenha essa capacidade. (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/11/16/eua-dizem- que-um-ataque-ao-ira-uniria-o-pais-ho-je-dividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010) O fragmento frasal “de que ações militares somente iriam retardar” (linhas 9 e 10) é _________________ do substantivo preocupações (linha 9). Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto acima. (A) complemento verbal; (B) complemento nominal oracional; (C) adjunto verbal; (D) adjunto nominal; (E) complemento prepositivo-verbal. Comentário: Recorrendo ao texto, percebemos que o trecho completo é “Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas nucleares e repetiu as Prof. Edson Ribeiro Página | 18 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar”, em que o trecho destacado complementa o nome (substantivo) preocupações (preocupações DE alguma coisa). Entretanto, como no complemento nominal há uma estrutura verbal (“iriam retardar”), deve ser classificado como complemento nominal oracional. Essa função equivale à oração subordinada substantiva completiva nominal. Para facilitar a visualização, podemos substituí-la por “isso”: “(...) repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar” “(...) repetiu as suas preocupações disso” Logo, o fragmento frasal “de que ações militares somente iriam retardar” (linhas 9 e 10) é complemento nominal oracional do substantivo preocupações (linha 9). Gabarito: B. SINTAXE DO PERÍODO A FCC sempre exige alguma questão que trabalhe conhecimentos sobre período e a relação sintático-semântica entre as orações que o compõem. Primeiramente, é preciso dizer que o período divide-se em simples e composto. PERÍODO SIMPLES O período simples é a estrutura que composta por uma só oração de sentido completo, chamada de oração absoluta. Cada oração se estrutura em torno de um verbo. Exemplo: O aluno passou no concurso. (oração absoluta) PERÍODO COMPOSTO Já o período composto é a estrutura que formada por mais de uma oração. Exemplo: Se você estudar, acertará as questões. 1ª oração 2ª oração O período composto subdivide-se em coordenação e subordinação. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Por que coordenação? Sempre que o período for composto por coordenação, deveremos entender que as orações que o compõem são independentes sintaticamente, ou seja, sua estrutura interna (funções sintáticas) não depende de outra oração. Exemplo: Acordei, estudei, dormi. (as orações são 1ª oração 2ª oração 3ª oração independentes entre si) No período composto por coordenação, temos as orações coordenadas assindéticas e sindéticas. De onde provêm essas nomenclaturas? Devo dizer a vocês que toda conjunção coordenativa é chamada de síndeto. No período composto por coordenação, existem orações que não trazem, em sua estrutura, essa modalidade de conjunção. Por essa razão, são chamadas de orações assindéticas. Exemplo: Acordei, estudei, dormi. 1ª oração 2ª oração 3ª oração Na estrutura acima, as orações “Acordei”, “estudei” e “dormi” não apresentam conjunção coordenativa (síndeto). Sendo assim, são classificadas como orações coordenadas assindéticas. Entretanto, no mesmo período composto por coordenação, existem orações que podem apresentar, em sua estrutura, conjunção coordenativa (síndeto). Sendo assim, são denominadas orações coordenadas sindéticas. Essas orações recebem o nome da noção semântica apresentada pela conjunção coordenativa. As orações coordenadas sindéticas classificam-se em: Orações coordenadas sindéticas ... Exemplos - aditivas – apresentam ideia de soma, correlação, sendo estabelecida pelos articuladores e, mas também, além disso, ademais ... O aluno estuda e trabalha. Não só estuda, mas também trabalha. - adversativas – apresentam ideia de oposição, contraste, sendo estabelecida pelos articuladores mas, porém, todavia, contudo, entretanto, Estuda pouco, mas passou em vários concursos. Foi ao cinema, no entanto dormiu. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 19 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a no entanto ... - alternativas – apresentam ideia de alternância, escolha ou exclusão, sendo estabelecida pelos articuladores ou, já...já, ou...ou, ora...ora, quer...quer etc. Deseja isso ou aquilo? Ora estuda, ora dorme. Iremos à praia quer chova, quer faça sol. - conclusivas – apresentam ideia de conclusão lógica, sendo estabelecida pelos articuladores pois (após o verbo), portanto, assim, por isso, logo, em vista disso, então, por conseguinte ... Estudou muito, logo acertará as questões. Dormiu tarde, portanto não foi à aula. - explicativas – apresentam ideia de explicação, esclarecimento, justificativa, sendo estabelecida pelos articuladores pois (antes do verbo), porque, que, porquanto ... Façam as questões, pois vocês precisam passar na prova. Entre, que (=pois) é tarde! Por ora, devo dizer que os conhecimentos acima são suficientes. Mais adiante, veremos que decorar a lista de conectivos para classificar as orações nem sempre é o método mais eficiente, pois as provas da FCC exigem de vocês, candidatos, uma análise da relação sintático-semântica entre as orações. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Agora, estudaremos o período composto por subordinação. Mas, afinal, por que subordinação? Sempre que o período for composto por subordinação, deveremos entender que as orações que o compõem são dependentes sintaticamente, ou seja, sua estrutura interna (funções sintáticas) depende de outraoração. Exemplo: Vocês aspiram à aprovação no concurso. (as orações são oração principal oração subordinada dependentes) A primeira oração, denominada principal, é o termo regente da oração subordinada (termo regido). Em outras palavras, a oração principal “Vocês aspiram” subordina a oração “à aprovação no concurso.”, pois esta exerce a função sintática de objeto indireto do verbo aspirar (Vocês aspiram a quê? “À aprovação no concurso”.). Logo, “à aprovação no concurso.” é classificada como oração subordinada substantiva objetiva indireta. As orações subordinadas subdividem-se em substantivas, adverbiais e adjetivas. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS A nomenclatura “oração subordinada substantiva” deve-se ao fato de um termo, de base substantiva, apresentar-se sob a forma de oração, desempenhando uma função sintática (sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva ou aposto). As orações subordinadas substantivas são introduzidas por uma conjunção integrante. Para a felicidade de vocês (rs...), são apenas duas: que e se. Existem as seguintes orações subordinadas substantivas: � Subjetivas – funcionam como sujeito da oração principal. É essencial que estudemos bastante. oração principal oração subordinada substantiva subjetiva No exemplo acima, a oração “que estudemos bastante.” exerce a função de sujeito da oração principal. Sendo assim, deve ser classificada como oração subordinada substantiva subjetiva. Para facilitar a análise da função sintática desempenhada pela oração subordinada, substituam a conjunção integrante pelo pronome demonstrativo ISSO: ISSO é essencial. sujeito Parece que seremos aprovados. (= ISSO parece.) oração princ. oração subordinada substantiva subjetiva A oração subordinada substantiva subjetiva desempenha a função de sujeito oracional, pois apresenta verbo em sua estrutura. Agora que já estudamos o sujeito oracional, sabemos que o verbo sempre aparecerá na terceira pessoa do singular. É essencial que estudemos bastante. (= ISSO é essencial.) oração principal oração subordinada substantiva subjetiva SUJEITO ORACIONAL Parece que seremos aprovados. (= ISSO parece.) oração principal oração subordinada substantiva subjetiva SUJEITO ORACIONAL Prof. Edson Ribeiro Página | 20 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a � Predicativas – funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. O essencial é que todos sejamos aprovados. (= O essencial oração principal oração subordinada substantiva é ISSO.) predicativa � Objetivas diretas – funcionam como objeto direto da oração principal. O professor espera que vocês gabaritem a prova. (O professor oração principal oração subordinada substantiva espera ISSO.) objetiva direta � Objetivas indiretas – funcionam como objeto indireto da oração principal. O professor gostaria de que vocês fossem aprovados. (O professor oração principal oração subordinada substantiva gostaria objetiva indireta dISSO.) � Completivas nominais – funcionam como complemento nominal da oração principal. O professor tem vontade de que vocês sejam classificados. (vontade oração principal oração subordinada substantiva dISSO.) completiva nominal � Agentes da passiva – funcionam como agente da passiva da oração principal. Ayrton Senna foi ovacionado por quem estava presente. oração principal oração subordinada substantiva agente da passiva Para facilitar a análise da oração subordinada substantiva agente da passiva, substituam pelo pronome indefinido ALGUÉM. Ayrton Senna foi ovacionado por alguém. � Apositivas – funcionam como aposto da oração principal. O nervosismo dos candidatos era este: que fossem aprovados no concurso. oração principal oração subordinada substantiva apositiva O nervosismo dos candidatos era este: ISSO. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS As orações subordinadas adverbiais desempenham a função sintática de adjunto adverbial da oração principal. São introduzidas por conjunções adverbiais. As orações subordinadas adverbiais subdividem-se em: Orações subordinadas adverbiais ... Exemplos - causais – exprimem causa, razão, motivo, em relação à oração principal. Os principais articuladores são porque, visto que, que (=porque), uma vez que ... O aluno obteve boa pontuação porque estudou. Ficou feliz uma vez que foi aprovado. - comparativas – expressam ideia de comparação ou confrontam ideias em relação à oração principal. Os principais articuladores são como, tal qual, tão quanto (=como), feito (= como), que (nas correlações mais (do) que, menos (do) que, maior (do) que, menor (do) que, melhor (do) que, pior (do) que ... Esta moça é mais bonita do que aquela. Ele estudou tão quanto a irmã. - condicionais – exprimem ideia de condição, possibilidade, hipótese. Os principais articuladores são caso, se (= caso), contanto que, desde que (= caso), sem que, salvo se, a não ser que, dado que ... Contanto que você compre os ingressos, iremos ao cinema. Dado que (=caso) erre a questão, estude mais. - concessivas – expressam ideias opostas, concessivas às da oração principal. Os principais articuladores são embora, ainda que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem que, conquanto, dado que (= ainda que), que (= ainda que) ... Com conjunções concessivas, o verbo fica no modo subjuntivo. Embora estivessem cansados, foram estudar. Obteve a aprovação sem que (=embora não) se dedicasse. Persevere, nem que (=ainda que) os estudos sejam cansativos. - conformativas – apresentam ideia de conformidade em relação ao fato da oração principal. Os principais articuladores são segundo, como, conforme, consoante, que (= conforme) ... Segundo o gabarito oficial, acertei todas as questões da prova. Conforme vocês sabem, o Fluminense é o atual campeão brasileiro de futebol. - consecutivas – expressam ideia de consequência, resultado em relação à oração principal. Os principais articuladores são que (nas correlações tão...que, tanto que, tamanho que, tal que, de sorte que, de maneira que) ... Estudou tanto que gabaritou a prova. Tamanha foi a explosão, que todos acordaram. - finais – expressam finalidade, objetivo. Os principais articuladores são para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que) ... Fez-lhe sinal porque (= para que) se calasse. Estudou muito a fim de que passasse no concurso. - proporcionais – apresentam ideia de proporção, concomitância, simultaneidade entre fatos da oração subordinada e da oração principal. Principais articuladores: à medida que, à proporção que, quanto mais...mais, quanto menos...menos ... À medida que vive, mais aprende com as pessoas. Quanto maior o estudo, maior o conhecimento. - temporais – apresentam ideia de tempo em relação ao fato da oração principal. Principais articuladores: logo que, assim que, Logo que soube o resultado, chamou todos os amigos. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 21 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a antes que, depois que, quando, enquanto ... Ficou emocionado desde que viu o resultado do concurso. Como disse a vocês, decorar a lista de conectivos para classificar as orações nem sempre é o método mais eficiente. O diferencial para resolver questões que exigem esse tipo de conteúdo é analisar a relação sintático-semântica entre as orações.Vejam: Adversativo – Estudou bastante, mas foi reprovado. MAS Aditivo – Não só pratica judô, mas também faz natação. Aditivo – Arrumou-se e foi trabalhar. E Adversativo – Não estudou, e passou no concurso. Consecutivo – Faltou luz, e não conseguimos estudar à noite. Explicativo – Não beba, pois é prejudicial à saúde. POIS Conclusivo – É inteligente; será, pois (= portanto), aprovado. Causal – Estava irrequieto, pois ganhou uma casa. Explicativo – Estude, porque (=pois) será aprovado. PORQUE Final – Mudei-me de cidade porque (=para que) fosse feliz. Causal – Chorei porque passei no concurso. Conclusivo – Estudou muito, logo (=portanto) será LOGO classificado. Temporal – Logo que (=assim que) chegou, foi tomar banho. Causal – Sorriu uma vez que acertou todas as UMA VEZ QUE questões. Condicional – Uma vez que estude, será aprovado. (= Se estudar, será aprovado.) Comparativo – Meu irmão é tão estudioso quanto QUANTO meu pai. Aditivo – Ela tanto estuda quanto trabalha. (= Ela estuda e trabalha.) Condicional – Desde que compre o ingresso, irei DESDE QUE ao cinema. Temporal – Desde que cheguei, quero ir ao cinema. Condicional – Sem que (= Caso não) estudem, não passarão. SEM QUE Concessivo – Sem que estudasse muito, passou na prova. Modal – Fez a prova sem que estudasse. Comparativo – Ela fala como (= igual a) uma vitrola. Conformativo – Estudou como (= conforme) COMO combinamos. Aditivo – Não só trabalha como também pratica esportes. Causal – Como (=Já que) estava cansado, resolveu dormir. Explicativo – Ele deve ter corrido, porquanto PORQUANTO está suado. Causal – Estavam felizes porquanto foram aprovados. Condicional – Se você estudar, logrará êxito no SE concurso. Conjunção integrante – Não sei se você virá. (= Não sei isso.) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS A nomenclatura “oração subordinada adjetiva” deve-se ao fato de a oração desempenhar uma função de adjetivo (acompanhar o substantivo, restringindo ou generalizando seu sentido). Sempre são introduzidas por pronomes relativos (que, a qual, quem, cujo, cuja, onde, como ...). As orações subordinadas adjetivas dividem-se em: � Explicativas – sempre isoladas por vírgulas, explicam o sentido de um elemento presente na oração principal. Podem ser retiradas do texto sem que prejudiquem o sentido da oração principal. Os alunos, que são humanos, serão aprovados. oração subordinada adjetiva explicativa Em “Os alunos, que são humanos, serão aprovados.”, temos a interpretação de que todos Atenção! Prof. Edson Ribeiro Página | 22 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a os alunos são humanos. Logo, a oração em destaque pode ser suprimida sem alteração de sentido do enunciado original. � Restritivas – nunca isoladas por sinais de pontuação, restringem ou limitam o sentido de um elemento presente na oração principal. Não podem ser retiradas do texto, sob o risco de prejuízo ou modificação do sentido original da oração principal. Os alunos que são determinados serão aprovados. oração subordinada adjetiva restritiva Em “Os alunos que são determinados serão aprovados.”, temos a interpretação de que somente os alunos determinados serão aprovados. Sendo assim, não é possível retirar/suprimir do período a oração em destaque sem alterar o sentido original do enunciado. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS Conforme vimos nas lições sobre pronomes, os relativos substituem um nome antecedente (substantivo ou pronome), evitando sua repetição desnecessária no texto. Devido a essa substituição, podem exercer diferentes funções sintáticas nas orações. Exemplos: (1) O livro que comprei é de Português. � Em (1), temos a união de duas orações: Comprei o livro. O livro é de Português. Percebemos, assim, que o pronome relativo “que” substitui o nome “livro”: Comprei o livro. Logo, o “que” exerce a função de objeto direto do verbo “comprar”. (2) Comprei o livro de que gosto. � Em (2), temos a união de duas orações: Comprei o livro. Gosto do livro. Em (2), o “que” substitui o nome “livro”: Gosto do livro. Sendo assim, o “que” exerce a função de objeto indireto do verbo “gostar”. (3) A igreja que é antiga está em ruínas. � Em (3), temos a união de duas orações: A igreja está em ruínas. A igreja é antiga. Em (3), o “que” substitui o nome “igreja”: A igreja é antiga. Portanto, o pronome relativo “que” exerce a função de sujeito da oração subordinada “que é antiga”. (4) Veremos o filme cuja protagonista é linda. refere-se concorda com ao termo o termo anterior posterior � Em (4), temos a união de duas orações: Veremos o filme. A protagonista do filme é linda. Em (4), o pronome relativo “cuja” estabelece uma relação de posse entre os termos “filme” e “A protagonista”. Fiquem “ligados”, pois o pronome relativo “cujo” (e flexões) sempre exercerá a função sintática de adjunto adnominal: (“veremos o filme” → a protagonista do filme → relação de posse → adjunto adnominal). Lembrem-se de que o pronome “cujo” (e flexões) refere-se ao termo anterior, mas concorda em gênero e número com o posterior. ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS A nomenclatura “oração subordinada reduzida” deve-se ao fato de a oração não ser Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 23 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a introduzida por preposição e de conter verbo em uma das três formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). As orações subordinadas reduzidas podem ser: � de infinitivo – apresentam verbo na forma infinitiva (pessoal ou impessoal). Exemplos: Será necessário estudares muito antes da prova. (= ISSO será oração principal oração subordinada substantiva necessário.) subjetiva reduzida de infinitivo No exemplo acima, a oração reduzida de infinitivo exerce a função de sujeito da oração principal “Será necessário”. Por isso, recebe a classificação de subjetiva. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada substantiva subjetiva: Será necessário que estudes muito antes da prova. (= ISSO será oração principal oração subordinada substantiva necessário.) subjetiva O aluno esperou o gabarito ser divulgado. (= O aluno esperou oração principal oração subordinada substantiva ISSO.) objetiva direta reduzida de infinitivo No exemplo acima, percebemos que a oração reduzida de infinitivo exerce a função de objeto direto do verbo “esperar”, localizado na oração principal. Por isso, recebe essa classificação. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada substantiva objetiva: O aluno esperou que o gabarito fosse divulgado. (= O aluno esperou oração principal oração subordinada substantiva ISSO.) objetiva direta Por estar exausto, foi dormir. oração subordinada oração principal adverbial causal reduzida de infinitivo No exemplo acima, há uma relação de causa e consequência entre as orações. Sendo assim, a oração “Por estar cansado” recebe a classificação de oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinadaadverbial causal: Já que estava exausto, foi dormir. oração subordinada oração principal adverbial causal Ao chegar à praia, deitou-se na areia. oração subordinada oração principal adverbial temporal reduzida de infinitivo No exemplo acima, há uma relação de tempo entre as orações. Sendo assim, a oração “Ao chegar à praia” recebe a classificação de oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada adverbial temporal: Assim que chegou à praia, deitou-se na areia. oração subordinada oração principal adverbial temporal Era um homem de sorrir facilmente. oração principal oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo No exemplo acima, a oração “de sorrir facilmente” restringe o sentido do elemento “homem”, presente na oração principal (homem sorridente). Por essa razão, é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo. Notem que é possível transformá-la em oração subordinada adjetiva restritiva: Era um homem que sorria facilmente. oração principal oração subordinada adjetiva restritiva � de gerúndio – apresentam verbo na forma de gerúndio. Exemplos: Chegando à praia, deitou-se na areia. oração subordinada oração principal adverbial temporal reduzida de gerúndio No exemplo acima, há uma relação de tempo entre as orações. Sendo assim, a oração “Chegando à praia” recebe a classificação de oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada adverbial temporal: Assim que chegou à praia, deitou-se na areia. oração subordinada oração principal adverbial temporal Estudando, serás aprovado. oração subordinada oração principal adverbial condicional reduzida de gerúndio No exemplo acima, há uma relação de condição entre as orações. Sendo assim, a oração “Estudando” recebe a classificação de Prof. Edson Ribeiro Página | 24 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada adverbial condicional: Se estudares, serás aprovado. oração subordinada oração principal adverbial condicional Percebam que o período “Estudando, serás aprovado.” também pode encerrar a ideia de tempo: Assim que estudares, serás aprovado. oração subordinada oração principal adverbial temporal Se for feita essa leitura, portanto, a oração reduzida deverá ser classificada como subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio. Estudando, serás aprovado. oração subordinada oração principal adverbial temporal reduzida de gerúndio � de particípio – apresentam verbo na forma de particípio. Exemplos: Mesmo convidado, não foi à cerimônia de premiação. oração subordinada oração principal adverbial concessiva reduzida de particípio No exemplo acima, há uma relação de concessão entre as orações. Sendo assim, a oração “Mesmo convidado” recebe a classificação de oração subordinada adverbial concessiva reduzida de particípio. Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada adverbial concessiva: Embora tivesse sido convidado, não foi à cerimônia de premiação. oração subordinada oração principal adverbial concessiva 9. (FCC-2011/TRE-TO) De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a "paz e a estabilidade" na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. O segmento grifado na frase acima tem sentido: (A) adversativo. (B) de consequência. (C) de finalidade. (D) de proporção. (E) concessivo. Comentário: A oração subordinada adverbial “para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros.” Estabelece, com a oração principal, uma relação sintático-semântica de finalidade, sendo introduzida pela conjunção subordinativa “para”. Gabarito: C. 10. (FCC-2011/TRE-RN) Mal sugeria imagem de vida (Embora a figura chorasse). É correto afirmar que a frase entre parênteses tem sentido: Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 25 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (A) adversativo. (B) concessivo. (C) conclusivo. (D) condicional. (E) temporal. Comentário: Conforme vimos, a conjunção subordinativa adverbial “embora” introduz uma oração concessiva, equivalendo a ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, dado que (= ainda que) etc. Vale lembrar que, com conjunções concessivas, o verbo fica no modo subjuntivo, em conformidade com o enunciado da questão: “Embora a figura chorasse”. Gabarito: B. 11. (FCC-2011/TRE-RN) Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os elementos grifados na frase acima podem ser substituídos, sem prejuízo para o sentido e a correção, respectivamente, por: (A) Contudo - não obstante. (B) Conquanto - por que. (C) Em que pese isso - embora. (D) Apesar disso - visto que. (E) Por isso - porquanto. Comentário: Em “Ainda assim, provavelmente (...)”, o conectivo em destaque apresenta a noção de contraste, oposição, concessão. Sendo assim, podemos eliminar a assertiva E, uma vez que o conectivo “por isso” indica conclusão. Por sua vez, o conectivo “pois” encerra uma relação de causalidade. Sendo assim, pode ser substituído, sem alteração que o sentido e a correção do texto original sejam prejudicados, pelo conectivo “visto que”. Logo, o conectivo “Ainda assim” será substituído por “Apesar disso”, indicando uma ideia de concessão. Apesar disso, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, visto que sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Gabarito: D. 12. (FCC-2011/TRE-TO) Cartão de Natal Pois que reinaugurando essa criança pensam os homens reinaugurar a sua vida e começar novo caderno, fresco como o pão do dia; pois que nestes dias a aventura parece em ponto de voo, e parece que vão enfim poder explodir suas sementes:que desta vez não perca esse caderno sua atração núbil para o dente; que o entusiasmo conserve vivas suas molas, e possa enfim o ferro comer a ferrugem o sim comer o não. (João Cabral de Melo Neto) Pois que reinaugurando essa criança. O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por: (A) Mesmo que estejam. (B) Apesar de estarem. (C) Ainda que estejam. (D) Como estão. (E) Mas estão. Comentário: No contexto em que está empregada, a expressão “Pois que” assume um valor de causal em relação ao efeito “pensam os homens reinaugurar a sua vida e começar novo caderno (...)”. Sendo assim, para manter o sentido original, só podemos substituir tal expressão por “Como estão”. Notem que a conjunção “Como”, neste contexto, equivale a “Já que”: Como estão reinaugurando essa criança Já que estão reinaugurando essa criança Vamos analisar as demais opções: Letra A. Resposta incorreta. O conectivo “Mesmo que” traz a ideia de concessão; Letra B. Resposta incorreta. O conectivo “Apesar de” também traz a ideia de concessão; Prof. Edson Ribeiro Página | 26 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Letra C. Resposta incorreta. Novamente, o conectivo apresentado (“Ainda que”) encerra a relação sintático-semântica de concessão; Letra E. Resposta incorreta. A conjunção coordenativa “Mas” denota a ideia de adversidade. Gabarito: D. 13. (FCC-2007/Prefeitura de São Paulo) Da impunidade O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos. Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher do próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas ações. Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a ideia de que os direitos e os deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade. (Inácio Leal Pontes) Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhada em: a) (...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. b) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la infringido. c) (...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido. d) (...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. e) (...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os mesmos princípios éticos acordados. Comentário: Temos uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo na assertiva D. Em “(...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens.”, a oração em destaque é introduzida pela conjunção subordinativa adverbial final “para” (equivalente a para que, a fim de que), estabelecendo uma relação de finalidade em relação à oração principal. Gabarito: D. 14. (FCC-2009/TRE-PI) Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 27 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto Bobbio. No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de governantes. Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: "Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. (Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) Há relação de causa (1) e consequência(2) entre os segmentos transcritos, EXCETO: (A) 1. a clássica tradição do realismo 2. derrogação da verdade pela aceitação da mentira (B) 1. a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo 2. a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado (C) 1. o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo 2. o realismo da fraude é mais sutil (D) 1. a justiça dá a cada um o que é seu 2. a verdade é filha da justiça (E) 1. somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos 2. mentir é um vício maldito Comentário: A única assertiva que não apresenta relação de causa e consequência é a letra C. Em “(...) o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil”, temos uma relação de oposição, adversidade entre as orações. Podemos uni-las através do emprego das conjunções adversativas “mas, porém, contudo, todavia ...”: “(...) o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo, mas o realismo da fraude é mais sutil” “(...) o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo, porém o realismo da fraude é mais sutil” Gabarito: C. 15. (FCC-2009/TRT-3ª Região) Quanto mais chocarem o pensamento corrente (...), mais ganharão em originalidade, leitura e cartas de protesto. Prof. Edson Ribeiro Página | 28 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a A relação estabelecida pelos dois elementos sublinhados na frase acima mantém-se na que travam os elementos sublinhados em: (A) Ora você parece conservador, ora faz pose de revolucionário. (B) Já dizia um desses velhos provérbios: maior a altura, maior o tombo. (C) Ele é tão mais otimista que seus companheiros de geração... (D) Seja por excesso de escrúpulos, seja por falta deles, ela sempre age de modo estranho. (E) Assim como há pessimistas empedernidos, assim também não faltam otimistas ingênuos. Comentário: No enunciado “Quanto mais chocarem o pensamento corrente (...), mais ganharão em originalidade, leitura e cartas de protesto.”, os elementos sublinhados apresentam uma relação de proporcionalidade. A mesma relação é encontrada nos elementos em destaque em “Já dizia um desses velhos provérbios: maior a altura, maior o tombo”. Vejamos as demais opções: Letra A. Em “Ora você parece conservador, ora faz pose de revolucionário.”, os elementos em destaque apresentam uma relação de alternância, caracterizando orações coordenadas sindéticas alternativas. Letra C. Em “Ele é tão mais otimista que seus companheiros de geração...”, temos uma relação de comparação. Letra D. Em “Seja por excesso de escrúpulos, seja por falta deles, ela sempre age de modo estranho.”, os termos em destaque apresentam uma relação de alternância. Letra E. As expressões destacadas em “Assim como há pessimistas empedernidos, assim também não faltam otimistas ingênuos.” apresentam uma relação de adição: Há pessimistas e otimistas. Gabarito: B. 16. (FCC-2010/TRE-AL) No trecho “quanto mais contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes, menos ele compreende a sua própria existência”, expressa-se uma relação de: (A) causalidade entre menos vive e mais aceita. (B) oposição entre mais contempla e mais aceita. (C) exclusão entre menos vive e menos compreende. (D) alternância entre mais contempla e mais aceita. (E) proporção entre mais contempla e menos vive. Comentário: No trecho do enunciado, temos uma relação de proporcionalidade entre “mais contempla” e “menos vive”; “mais aceita” e “menos ele compreende”. Notem o emprego das correlações “quanto mais... menos”. Gabarito: E. 17. (FCC-2011/TRF-1ª Região) Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço- as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) ... que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Iniciando o segmento acima com “que, de qualquer modo, é resultado de viver”, a sequência que preserva o sentido original e a correção é: (A) porém não chega a alcançar a sabedoria. (B) ainda que não chegue a alcançar a sabedoria. (C) e não chega assim a alcançar a sabedoria. (D) considerando que não chega a alcançar a sabedoria. (E) sendo o caso que não chegue a alcançar a sabedoria. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 29 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Comentário: Percebemos que, no enunciado, há uma relação de oposição, concessão, em virtude da expressão “de qualquer modo”. Assim, ao iniciarmos o segmento por “que, de qualquer modo”, deveremos manter essa relação, atentando-nos para a correção gramatical do período. Logo, teremos a seguinte construção: “... que, ainda que não chegue a alcançar a sabedoria, é resultado de viver” Gabarito: B. 18. (FCC-2011/DPE-RS) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 Um policial aposentado ajudou a desvendar um antigo caso de assassinato que o havia atormentado por toda sua carreira graças a pontas de cigarro guardadas por 24 anos. O detetive Tom Goodwin não conseguiu encontrar os responsáveis pelo homicídio de Samuel Quentzel em 1986, quando ele foi morto a tiros dentro de seu carro em frente a sua casa, em Long Island, Nova York. Mas Goodwin insistiu que fossem guardadas quatro pontas de cigarro encontradas durante a investigação do crime, esperando que algum dia elas pudessem identificar os assassinos. Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos, foi possível identificar os homens responsáveis pelo crime. Lewis Slaughter, 61 anos, foi condenado por assassinato em segundo grau e será sentenciado em dezembro. Ele pode receber pena de 25 anos a prisão perpétua pela morte de Quentzel, que era casado e pai de três filhos. Slaughter, que tem uma longa ficha criminal, já está preso por outro assassinato também ocorrido em 1986. "Eu nunca parei de pensar sobre isso", disse Goodwin, que se aposentou da polícia em 2000, ao New York Daily News. "Sempre que investigava um caso no Brooklyn ou em Queens, eu checava se uma arma .380 tinha sido usada, esperando encontrar uma ligação. Nunca deu certo". Na entrada de casa Realizado mais de 20 anos após o crime, o julgamento, em um tribunal em Long Island, estabeleceu que no dia 4 de setembro de 1986 Slaughter e seu cúmplice Clifton Waters se aproximaram de Quentzel, que estava em seu carro, logo após voltar do trabalho em sua loja de materiais de encanamento no Brooklyn. ... DNA A retomada do caso resultou de uma iniciativa da viúva e um filho de Quentzel, que, em maio de 2007, contataram a promotoria pública pedindo uma nova investigação sobre a morte de Samuel. A resolução do crime só foi possível graças à ampliação do banco de dados de DNA, que passou aexigir amostras de todos os condenados por crimes após 2006, mas que também valia retroativamente para os que estivessem presos ou em liberdade condicional na época. Foi assim que o Departamento de Justiça Criminal de Nova York ligou Roger Williams a uma ponta de cigarro encontrada na van mais de 20 anos antes. ... "A família Quentzel perseverou por mais de 24 anos com esperança de ver os assassinos de Samuel Quentzel enfrentarem a Justiça e esse dia finalmente chegou", disse a 53 54 55 56 57 promotora pública no caso, Kathleen Rice. "Eu não poderia estar mais orgulhosa dos integrantes de meu gabinete e do departamento de polícia, que nunca desistiram de seu comprometimento em prender os homens responsáveis por esse crime terrível". (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4792431-EI8141,00- Apos+anos+DNA+em+pontas+de+cigarro+desvendam+assassinatos.html; 15/11/2010, 09h49 • atualizado às 11h04) Assinale a alternativa em que a oração NÃO é subordinada adjetiva explicativa. (A) Na passagem Quentzel, que era casado ... (linha 20) (B) Na passagem Slaughter, que tem uma longa ficha criminal ... (linha 21) (C) Na passagem Goodwin, que se aposentou da polícia ... (linha 24) (D) Na passagem Quentzel, que estava em seu carro (linhas 32 e 33) (E) Na passagem homicídio de Samuel Quentzel em 1986, quando ele foi morto a tiros ... (linhas 6 e 7) Comentário: Conforme vimos, as orações subordinadas adjetivas sempre são introduzidas por pronomes relativos (que, a qual, quem, cujo, cuja, onde, como...). No que se refere às orações subordinadas adjetivas explicativas, estas sempre vêm isoladas por vírgulas, pois explicam o sentido de um elemento presente na oração principal. Por essa razão, podem ser retiradas do texto sem que prejudiquem o sentido da oração principal. Isso ocorre nas assertivas A, B, C e D. Entretanto, na opção E, a oração “quando ele foi morto a tiros dentro de seu carro em frente a sua casa” não é adjetiva, devendo ser classificada como oração subordinada adverbial temporal, introduzida pela conjunção subordinativa temporal “quando”. Relata o momento, o tempo em que ocorreu a morte de Samuel Quentzel. Gabarito: E. QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (FCC-2007/Prefeitura de São Paulo) Da impunidade O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no Prof. Edson Ribeiro Página | 30 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos. Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher do próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas ações. Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a ideia de que os direitos e os deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade. (Inácio Leal Pontes) O termo sublinhado constitui o sujeito na seguinte construção: (A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. 2. (FCC-2009/TRE-PI) Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto Bobbio. No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de governantes. Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 31 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: "Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o queé seu, ao contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. (Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica ... (1º parágrafo) A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ... que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. (B) Neste contexto, política é guerra ... (C) Recorrendo a metáforas do reino animal ... (D) ... que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir" ... (E) ... que a fraude é mais importante do que a força ... 3. (FCC-2011/NOSSA CAIXA) Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. (Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) Na frase No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos, é correto afirmar que: (A) a construção verbal é um exemplo de voz ativa. (B) a partícula se tem a mesma função que em E se ela não vier? (C) a forma plural “devem” concorda com exames. (D) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito. (E) a expressão donos do mundo leva o verbo para o plural. A questão a seguir refere-se ao texto abaixo. 4. (FCC-2011/TRT - 23ª REGIÃO) Política e sociedade na obra de Sérgio Buarque de Holanda Para Sérgio Buarque de Holanda a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. Entretanto, conceitos herdados e intelectualismos abstratos impediam a sensibilidade para com o processo do devir. Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira apontava Prof. Edson Ribeiro Página | 32 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a um caminho profícuo para o historiador preocupado em estudar mudanças. Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder, e sempre imbuídas da ideologia dos interesses estabelecidos. Desvendar ideologias implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo voltado para indícios tênues e nuanças sutis. Pormenores significativos apontavam caminhos imperceptíveis, o fragmentário, o não determinante, o secundário. Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho da interpretação da mudança, do processo do vir a ser dos figurantes mudos em processo de forjar estratégias de sobrevivência. Era engajado o seu modo de escrever história. Como historiador quis elaborar formas de apreensão do mutável, do transitório e de processos ainda incipientes no vir a ser da sociedade brasileira. Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos eventualmente participantes da história. Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada deveria o historiador partir do estudo da urdidura dos pormenores para chegar a uma visão de conjunto de sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. Aderir à pluralidade se lhe afigurava como uma condição essencial para este sondar das possibilidades de emergência de novos fatores de mudança social. Tratava-se, na historiografia, de aceitar o provisório como necessário. Caberia ao historiador o desafio de discernir e de apreender, juntamente com valores ideológicos preexistentes, as possibilidades de coexistência de valores e necessidades sociais diversas que conviviam entre si no processo de formação da sociedade brasileira sem uma necessária coerência. (Fragmento adaptado de Maria Odila Leite da Silva Dias, Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil. São Paulo, Perseu Abramo, 1998, pp.15-17) “Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...” O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está também grifado em: (A) ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. (B) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. (C) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ... (D) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. (E) Era engajado o seu modo de escrever história. A questão a seguir baseia-se no texto abaixo. 5. (FCC-2011/Banco do Brasil) A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de um modelo econômico que priorizou a demanda. A expansão dos programas sociais e, sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram sobre a região um impacto bem maior do que no restante do país. A economista Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um salário mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também absorve 55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela estrutura de renda da região, mais baixa que no resto do país, o efeito das políticas que mexeram com a renda foi maior aqui. O aumento dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu investimentos, especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas e distribuição de alimentos." Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-101, a transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina injetaram bilhões na economia e ajudaram a dinamizar a construção civil, assim como os investimentos da Petrobras – que asseguraram à indústria naval a demanda necessária para voltar a investir depois de mais de uma década sem produzir um único navio. A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste, especialmente nas cidades médias. É o caso de Caruaru, um dos municípios que mais crescem na região. Nos últimos anos, a "Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantese professores de todos os lugares e Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 33 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a observou uma profunda transformação em seus hábitos. A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas de Cerrado, como no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o agronegócio avança e transforma chapadões em imensas propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as condições são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ajudam a mudar a vida das pessoas. É o que se observa em Picos, polo produtor de mel e caju no sertão do Piauí. (Gerson de Freitas Jr., Carta Capital, 15 de dezembro de 2010, p. 24, com adaptações) “Interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste ...” (3º parágrafo) O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase: (A) ... que mexeram com a renda ... (B) ... que mais crescem na região. (C) ... que movimentam milhões de reais ... (D) A outra face do “novo Nordeste” está no campo. (E) ... onde as condições são bem menos favoráveis ... 6. (FCC-2009/TRT-16ª Região) Sobre a efemeridade das mídias Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou- se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico. Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane. (Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009) Na frase “Mas aqui surge outro problema”, o termo em destaque exerce a mesma função sintática que o termo sublinhado em: (A) Não, não sou um conservador reacionário. (B) Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil (...) (C) (...) as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. (D) Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação (...) (E) Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos, são rapidamente perecíveis (...) Prof. Edson Ribeiro Página | 34 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 7. (FCC-2010/DPE-SP) E a facilidade com que ela acessa esse arquivo ... A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ... e conforme a idade isso ocorre em maior ou menor grau... (B) Cada vez que a memória decai ... (C) Os estudos sobre a memória têm um lugar destacado nesse esforço científico. (D) ... o primeiro é a exposição a uma carga excessiva de informações ... 8. (FCC-2011/DPE-RS) EUA dizem que um ataque ao Irâ uniria o país, hoje dividido 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 WASHINGTON (Reuters) – Um ataque militar contra o irã uniria o país, que está dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nesta terça-feira. Um pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar – e não impedir – que o pais obtenha essa capacidade. (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/11/16/eua-dizem- que-um-ataque-ao-ira-uniria-o-pais-ho-je-dividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010) O fragmento frasal “de que ações militares somente iriam retardar” (linhas 9 e 10) é _________________ do substantivo preocupações (linha 9). Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto acima. (A) complemento verbal; (B) complemento nominal oracional; (C) adjunto verbal; (D) adjunto nominal; (E) complemento prepositivo-verbal. 9. (FCC-2011/TRE-TO) De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a "paz e a estabilidade" na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. O segmento grifado na frase acima tem sentido: (A) adversativo. (B) de consequência. (C) de finalidade. (D) de proporção. (E) concessivo. 10. (FCC-2011/TRE-RN) Mal sugeria imagem de vida (Embora a figura chorasse). É correto afirmar que a frase entre parênteses tem sentido: (A) adversativo. (B) concessivo. (C) conclusivo. (D) condicional. Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 35 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a (E) temporal. 11. (FCC-2011/TRE-RN) Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homemo que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os elementos grifados na frase acima podem ser substituídos, sem prejuízo para o sentido e a correção, respectivamente, por: (A) Contudo - não obstante. (B) Conquanto - por que. (C) Em que pese isso - embora. (D) Apesar disso - visto que. (E) Por isso - porquanto. 12. (FCC-2011/TRE-TO) Cartão de Natal Pois que reinaugurando essa criança pensam os homens reinaugurar a sua vida e começar novo caderno, fresco como o pão do dia; pois que nestes dias a aventura parece em ponto de voo, e parece que vão enfim poder explodir suas sementes: que desta vez não perca esse caderno sua atração núbil para o dente; que o entusiasmo conserve vivas suas molas, e possa enfim o ferro comer a ferrugem o sim comer o não. (João Cabral de Melo Neto) Pois que reinaugurando essa criança. O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por: (A) Mesmo que estejam. (B) Apesar de estarem. (C) Ainda que estejam. (D) Como estão. (E) Mas estão. 13. (FCC-2007/Prefeitura de São Paulo) Da impunidade O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos. Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher do próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas ações. Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a ideia de que os direitos e os deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade. (Inácio Leal Pontes) Prof. Edson Ribeiro Página | 36 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhada em: a) (...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. b) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la infringido. c) (...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido. d) (...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. e) (...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os mesmos princípios éticos acordados. 14. (FCC-2009/TRE-PI) Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto Bobbio. No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de governantes. Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: "Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. (Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) Há relação de causa (1) e consequência (2) entre os segmentos transcritos, EXCETO: (A) 1. a clássica tradição do realismo 2. derrogação da verdade pela aceitação da mentira (B) 1. a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo 2. a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado (C) 1. o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo 2. o realismo da fraude é mais sutil (D) 1. a justiça dá a cada um o que é seu 2. a verdade é filha da justiça (E) 1. somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos 2. mentir é um vício maldito Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 37 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 15. (FCC-2009/TRT-3ªRegião) Quanto mais chocarem o pensamento corrente (...), mais ganharão em originalidade, leitura e cartas de protesto. A relação estabelecida pelos dois elementos sublinhados na frase acima mantém-se na que travam os elementos sublinhados em: (A) Ora você parece conservador, ora faz pose de revolucionário. (B) Já dizia um desses velhos provérbios: maior a altura, maior o tombo. (C) Ele é tão mais otimista que seus companheiros de geração... (D) Seja por excesso de escrúpulos, seja por falta deles, ela sempre age de modo estranho. (E) Assim como há pessimistas empedernidos, assim também não faltam otimistas ingênuos. 16. (FCC-2010/TRE-AL) No trecho “quanto mais contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes, menos ele compreende a sua própria existência”, expressa-se uma relação de: (A) causalidade entre menos vive e mais aceita. (B) oposição entre mais contempla e mais aceita. (C) exclusão entre menos vive e menos compreende. (D) alternância entre mais contempla e mais aceita. (E) proporção entre mais contempla e menos vive. 17. (FCC-2011/TRF-1ª Região) Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço- as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) ... que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Iniciando o segmento acima com “que, de qualquer modo, é resultado de viver”, a sequência que preserva o sentido original e a correção é: (A) porém não chega a alcançar a sabedoria. (B) ainda que não chegue a alcançar a sabedoria. (C) e não chega assim a alcançar a sabedoria. (D) considerando que não chega a alcançar a sabedoria. (E) sendo o caso que não chegue a alcançar a sabedoria. 18. (FCC-2011/DPE-RS) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Um policial aposentado ajudou a desvendar um antigo caso de assassinato que o havia atormentado por toda sua carreira graças a pontas de cigarro guardadas por 24 anos. O detetive Tom Goodwin não conseguiu encontrar os responsáveis pelo homicídio de Samuel Quentzel em 1986, quando ele foi morto a tiros dentro de seu carro em frente a sua casa, em Long Island, Nova York. Mas Goodwin insistiu que fossem guardadas quatro pontas de cigarro encontradas durante a investigação do crime, esperando que algum dia elas pudessem identificar os assassinos. Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos, foi possível identificar os homens responsáveis pelo crime. Lewis Slaughter, 61 anos, foi condenado por assassinato em segundo grau e será sentenciado em dezembro. Ele pode receber pena de 25 anos a prisão perpétua pela morte de Quentzel, que era casado e pai de três filhos. Slaughter, que tem uma longa ficha criminal, já está preso por outro assassinato também ocorrido em 1986. "Eu nunca parei de pensar sobre isso", disse Goodwin, que se aposentou da polícia em 2000, ao New York Daily News. "Sempre que investigava um caso no Brooklyn ou em Queens, eu checava se uma arma .380 tinha sido usada, esperando encontrar uma ligação. Nunca deu certo". Na entrada de casa Realizado mais de 20 anos após o crime, o julgamento, em um tribunal em Long Island, estabeleceu que no dia 4 de setembro de 1986 Slaughter e seu cúmplice Clifton Waters se aproximaram de Quentzel, que estava em seu carro, logo após voltar do trabalho em sua loja de materiais de encanamento no Brooklyn. ... DNA A retomada do caso resultou de uma iniciativa da viúva e um filho de Quentzel, que, em maio de 2007, contataram a promotoria pública pedindo uma nova investigação sobre a morte de Samuel. A resolução do crime só foi possível graças à ampliação do banco de dados de DNA, que passou a exigir amostras de todos os condenados por crimes após 2006, mas que também valia retroativamente para os que estivessem Prof. Edson Ribeiro Página | 38 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 presos ou em liberdade condicional na época. Foi assim que o Departamento de Justiça Criminal de Nova York ligou Roger Williams a uma ponta de cigarro encontrada na van mais de 20 anos antes. ... "A família Quentzel perseverou por mais de 24 anos com esperança de ver os assassinos de Samuel Quentzel enfrentarem a Justiça e esse dia finalmente chegou", disse a promotora pública no caso, Kathleen Rice. "Eu não poderia estar mais orgulhosa dos integrantes de meu gabinete e do departamento de polícia, que nunca desistiram de seu comprometimento em prender os homens responsáveis por esse crime terrível". (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4792431-EI8141,00- Apos+anos+DNA+em+pontas+de+cigarro+desvendam+assassinatos.html; 15/11/2010, 09h49 • atualizado às 11h04) Assinale a alternativa em que a oração NÃO é subordinada adjetiva explicativa. (A) Na passagem Quentzel, que era casado ... (linha 20) (B) Na passagem Slaughter, que tem uma longa ficha criminal ... (linha 21) (C) Na passagem Goodwin, que se aposentou da polícia ... (linha 24) (D) Na passagem Quentzel, que estava em seu carro (linhas 32 e 33) (E) Na passagem homicídio de Samuel Quentzel em 1986, quando ele foi morto a tiros ... (linhas 6 e 7) Gabarito 1. D 6. C 11. D 16. E 2. A 7. C 12. D 17. B 3. C 8. B 13. D 18. E 4. A 9. C 14. C 5. C 10. B 15. B Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 1 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a MÓDULO 09 SUMÁRIO Pontuação - Introdução .................................... 01 Pré-requisitos para o Emprego da Vírgula......... 02 O Emprego da Vírgula ....................................... 04 O Ponto e Vírgula .............................................. 06 Os Dois-Pontos ................................................. 07 O Ponto ............................................................. 07 O Ponto de Exclamação..................................... 08 O Ponto de Interrogação................................... 08 As Aspas............................................................. 09 O Travessão ...................................................... 09 Questões Comentadas...................................... 10 Redação (confronto e reconhecimento de frases) ............................................................... 16 Questões Comentadas...................................... 16 Lista das Questões Comentadas na Aula........... 22 Reflexão: "No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz." (Ayrton Senna) PONTUAÇÃO (Introdução) A pontuação é um recurso de extrema importância para a interpretação da superfície textual. Inicialmente, quero demonstrar a vocês que a omissão ou alteração do sinal de pontuação podemodificar parcial ou totalmente o sentido do texto. De maneira geral, o texto abaixo representa o valor da pontuação. Um homem rico, à beira da morte, deixa o seu testamento assim: "Deixo meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres." (Luiz Bertin Neto) Não teve tempo de pontuar e morreu. A quem ele deixara a riqueza? Eram quatro os concorrentes: o sobrinho, a irmã, o alfaiate e o juiz. Segue um exercício de aplicação para vocês. Observando os textos abaixo, numere-os, usando os seguintes códigos: (A) O sobrinho reescreve o testamento em seu benefício; (B) A irmã reescreve o testamento em seu benefício; (C) O alfaiate reescreve o testamento em seu benefício; (D) O juiz decide doar os bens aos pobres e reescreve o testamento. ( ) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". ( ) "Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". ( ) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". ( ) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres". Conseguiram fazer a correlação? Vamos ver como ficaria o texto acima sob as quatro perspectivas: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". - alfaite (C) "Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". - irmã (B) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". - sobrinho (A) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres". - juiz (D) Sendo assim, percebam o quão importante é estudar o tema pontuação. Agora, proponho um desafio a vocês: empreguem APENAS UMA VÍRGULA no período a seguir: Prof. Edson Ribeiro Página | 2 www.professoredsonribeiro.com L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a "Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro a seus pés." Pronto? Vamos lá! Se você é do sexo masculino, provavelmente empregou a vírgula após o verbo ter: "Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria de quatro a seus pés". Porém, se você é do sexo feminino, provavelmente empregou a vírgula após o vocábulo mulher: "Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria de quatro a seus pés". O que pretendo demonstrar com isso? Acho que vocês já perceberam que uma única modificação pode alterar completamente o sentido de um texto. Por exemplo, o emprego da vírgula: - pode ser uma pausa (ou não). Exemplos: Não, espere. Não espere. - pode denotar autoritarismo (ou não). Exemplos: Aceito, obrigado. Aceito obrigado. - pode criar heróis ou vilões. Exemplos: Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve. Este, juiz, é corrupto. Este juiz é corrupto. - pode denotar uma solução. Exemplos: Vamos perder, nada foi resolvido. Vamos perder nada, foi resolvido. - pode mudar uma opinião. Exemplos: Não queremos saber. Não, queremos saber. É preciso que vocês, futuros servidores públicos, tenham muita atenção ao redigir um documento. Vejam o que uma simples vírgula pode ocasionar. A VÍRGULA DE UM MILHÃO DE DÓLARES Pode parecer incrível, mas uma única vírgula causou uma confusão e um prejuízo terrível para o governo dos EUA. A história é a seguinte: Na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo congresso, em 6 de junho de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía: “plantas frutíferas, tropicais e semitropicais”. No momento em que redigiu o documento, um servidor público distraído acrescentou uma vírgula, deixando o texto assim: “plantas, frutíferas, tropicais e semitropicais” Com isso, todos os importadores de plantas americanos pleitearam o direito de importação livre de impostos, ocasionando uma perda de impostos milionária aos cofres dos EUA. Pasmem: o desastrado servidor público, ao que parece, não foi demitido. PRÉ-REQUISITOS PARA O EMPREGO DA VÍRGULA Antes de estudar os casos em que se emprega a vírgula, sinal de pontuação muito explorado nas provas da Fundação Carlos Chagas, é oportuno apresentar a vocês alguns comentários introdutórios. � Ordem direta Prof. Edson Ribeiro www.professoredsonribeiro.com Página | 3 L. P o rt u g u e sa L ín g u a P o r tu g u e s a Diz-se que uma oração está na ordem direta quando seus termos se apresentam na seguinte progressão: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO Exemplos: O presidente iniciará a cerimônia às dez horas. sujeito verbo O.D. adj. adverbial O rapaz deu flores à namorada ontem. sujeito verbo O.D. O.I adj.adv. É importante observar que: - não se deve separar por vírgula o sujeito de seu predicado e os verbos de seus complementos. Exemplos: Fabiano, comprou um carro na concessionária. (errado) Fabiano comprou, um carro na concessionária. (errado) Fabiano comprou um carro na concessionária. (correto) - a vírgula é facultativa entre o complemento do verbo e o adjunto adverbial. Exemplos: O rapaz deu flores à namorada, ontem. (correto) sujeito verbo O.D. O.I adj.adv. O rapaz deu flores à namorada ontem. (correto) sujeito verbo O.D. O.I adj.adv. 1. (FCC/DPE-SP) Julgue o item a seguir. A pontuação está inteiramente correta em: A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances, está também nesse relatório de prefeito muito autocrítico e enxuto. Comentário: Conforme vimos acima, não se deve separar por vírgula o sujeito (A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances) de seu predicado (está também nesse relatório de prefeito muito autocrítico e enxuto). Sendo assim, a reescritura segundo o padrão culto escrito da língua é: A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances está também nesse relatório de prefeito muito autocrítico e enxuto. Vale frisar que a oração iniciada pelo pronome relativo “que” em “que Graciliano revela na escritura dos romances” tem caráter restritivo. Por essa razão, não poderia ser isolada entre vírgulas. Veremos esse assunto mais detalhadamente adiante. Gabarito: Errado. 2. (FCC/TRE-AM) Julgue o item a seguir. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: A mesma Fundação em que se abona o papel da Igreja como democrática, é também a instituição em que avalia seu decréscimo de fiéis. Comentário: Notem que o sujeito da oração é “A mesma Fundação” e que o verbo “ser” introduz o predicado da estrutura. Vimos, há pouco, que não podemos separar o sujeito de seu verbo. Sendo assim, faltou uma vírgula antes da oração subordinada adjetiva explicativa “em que se abona o papel da Igreja como democrática”. A pontuação correta seria “A mesma Fundação, em que se abona o papel da Igreja como democrática, é também a instituição em que avalia seu decréscimo de fiéis. Gabarito: Errado. � Ordem inversa A ordem direta, descrita acima, pode ser rompida por inversões ou intercalações, constituindo o que se convencionou chamar de ordem inversa. Exemplos: Às dez horas, o presidente iniciará a cerimônia. adj.adverbial sujeito verbo O.D. Observa-se, no exemplo acima, que o adjunto adverbial “às dez horas” está deslocado em relação à sua posição tradicional (final do período). Houve, portanto, uma inversão da ordem direta da frase. Por essa razão, justifica-se o emprego da vírgula. Prof. Edson Ribeiro Página