Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

PORTUGUÊS 
DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Professora Yara Coeli 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 2 
 
 
PROGRAMA: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. 
Pronomes: emprego, formas de tratamento e 
colocação. Conjunção. Emprego de tempos e modos 
verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e 
verbal. Flexão nominal e verbal. Regência nominal e 
verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação: 
confronto e reconhecimento de frases corretas e 
incorretas. Intelecção de texto 
 
INTELECÇÃO DO TEXTO 
 
 
É muito comum, entre os candidatos a um cargo 
público, a preocupação com a interpretação de 
textos. Isso acontece porque lhes faltam 
informações específicas a respeito dessa tarefa 
constante em provas relacionadas a concursos 
públicos. 
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão 
ajudar no momento de responder às questões 
relacionadas a textos. 
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e 
relacionadas entre si, formando um todo 
significativo capaz de produzir INTERAÇÃO 
COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E 
DECODIFICAR). 
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas 
frases. Em cada uma delas, há uma certa 
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou 
com a posterior, criando condições para a 
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa 
interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se 
que o relacionamento entre as frases é tão grande, 
que, se uma frase for retirada de seu contexto 
original e analisada separadamente, poderá ter um 
significado diferente daquele inicial. 
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores 
através de citações. Esse tipo de recurso denomina-
se INTERTEXTO. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de 
uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias 
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou 
explicações, que levem ao esclarecimento das questões 
apresentadas na prova. 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos 
fundamentais de uma argumentação, de um processo, 
de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os 
advérbios, os quais definem o tempo). 
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança 
ou de diferenças entre as situações do texto. 
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado 
com uma realidade, opinando a respeito. 
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou 
secundárias em um só parágrafo. 
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras 
palavras. 
 
EXEMPLO 
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES 
"O HOMEM UNIDO" 
A INTEGRAÇÃO DO MUNDO 
A INTEGRAÇÃO DA 
HUMANIDADE 
A UNIÃO DO HOMEM 
HOMEM + HOMEM = MUNDO 
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) 
 
ORIENTAÇÃO: 
Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve 
responder a questões de compreensão de textos, 
observe o seguinte: 
1) Atenha-se exclusivamente ao texto. 
2) Proceda através de eliminação de hipóteses. 
3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma 
palavra decide a melhor alternativa. 
4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que 
melhor sintetiza o texto 
 
 
 
LÍNGUA 
PORTUGUESA 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 3 
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR 
Fazem-se necessários: 
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e 
gêneros literários, estrutura do texto), leitura e 
prática; 
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades 
do texto) e semântico; 
OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das 
palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, 
denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
c) Capacidade de observação e de síntese e 
d) Capacidade de raciocínio. 
INTERPRETAR x COMPREENDER 
INTERPRETAR 
SIGNIFICA 
COMPREENDER 
SIGNIFICA 
-EXPLICAR, COMENTAR, 
JULGAR, TIRAR 
CONCLUSÕES, DEDUZIR. 
-TIPOS DE ENUNCIADOS 
•Através do texto, 
INFERE-SE que... 
•É possível DEDUZIR 
que... 
•O autor permite 
CONCLUIR que... 
•Qual é a INTENÇÃO do 
autor ao afirmar que... 
-INTELECÇÃO, 
ENTENDIMENTO, 
ATENÇÃO AO QUE 
REALMENTE ESTÁ 
ESCRITO. 
-TIPOS DE ENUNCIADOS: 
•O texto DIZ que... 
•É SUGERIDO pelo autor 
que... 
•De acordo com o texto, 
é CORRETA ou ERRADA a 
afirmação... 
•O narrador AFIRMA... 
 
 
ERROS DE INTERPRETAÇÃO 
É muito comum, mais do que se imagina, a 
ocorrência de erros de interpretação. Os mais 
frequentes são: 
a) Extrapolação (viagem) 
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado 
ideias que não estão no texto, quer por 
conhecimento prévio do tema quer pela 
imaginação. 
b) Redução 
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a 
um aspecto, esquecendo que um texto é um 
conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para 
o total do entendimento do tema desenvolvido. 
 
c) Contradição 
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do 
candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, 
consequentemente, errando a questão. 
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do 
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso qualquer, o que deve ser 
levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada 
mais. 
 
COESÃO- é o emprego de mecanismo de sintaxe que 
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos 
entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, 
através de um pronome relativo, uma conjunção 
(NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma 
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi 
dito. 
 
Para interpretar bem 
1) Aumente o seu vocabulário: Os dicionários são 
amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de 
sinônimos e antônimos. 
2) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há 
textos que metem medo. Abra sua mente e seu 
coração para o que o texto lhe transmite, na 
qualidade de um amigo silencioso. 
3) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou 
três vezes, atentamente, antes de tentar responder 
a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua 
mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não 
pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa 
forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas 
ideias serão assimiladas. Tenha a paciência 
necessária para agir assim. Só depois tente resolver 
as questões propostas. 
4) As questões de interpretação podem ser localizadas 
(por exemplo, voltadas só para um determinado 
trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do 
texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho 
(às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo 
em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você 
ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de 
costume, e você vai acostumar-se a agir dessa 
forma. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 4 
5) Há questões que pedem conhecimento fora do 
texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma 
determinada personalidade da história ou da 
atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato 
o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha 
feito. Por isso, é importante desenvolver o 
hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar 
atualizado, lendo jornais e revistas 
especializadas. 
 
Paráfrase: é a reescritura de um texto sem 
alteração de sentido. Questões de interpretação 
com frequência se baseiam nessa técnica. Vários 
recursos podem ser utilizados para parafrasear um 
texto. 
 
1) Emprego de sinônimos 
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais 
preocupados. 
Conquanto retomasse cedo, deixava os genitores 
preocupados. 
 
2) Emprego de antônimos, com palavra negativa. 
Ex.: Ele era fraco. = Ele não era forte. 
 
3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que 
remetem a outros já citados no texto. 
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; 
Antônio, ao cinema. 
 Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; 
este, ao cinema. 
Aquele = Paulo este = Antônio4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-
versa. 
Ex.: É necessário que todos colaborem. 
 É necessária a colaboração de todos. 
 
5) Omissão de termos facilmente subentendidos. 
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, 
mais importante. 
 Desejávamos missão mais delicada e importante. 
6) Mudança de ordem dos termos no período. 
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo 
aquilo seria esquecido após três ou quatro meses de 
investigação. 
 Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo 
aquilo, após três ou quatro meses de pesquisa, seria 
esquecido. 
 
7) Mudança de voz verbal 
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz 
ativa) 
Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. 
(voz passiva) 
 
Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3a 
pessoa do plural), haverá duas mudanças possíveis. 
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) 
 Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica) 
 Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética) 
 
8) Troca de discurso 
Ex.: Pedro disse: - Cortarei a grama sozinho. (discurso 
direto) 
 Pedro disse que cortaria a grama sozinho. (discurso 
indireto) 
 
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas e 
vice-versa 
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. 
 O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele 
ano. 
 
10) Troca de locuções por palavras e vice-versa: 
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do 
céu. 
 O homem urbano não conhece a linguagem celeste. 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 5 
OS TIPOS DE TEXTO 
Basicamente existem três tipos de texto: 
Texto narrativo; 
Texto descritivo; 
Texto dissertativo. 
 
Cada um desses textos possui características 
próprias de construção. 
 
DESCRIÇÃO 
Descrever é explicar com palavras o que se 
viu e se observou. A descrição é estática, sem 
movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, 
o objeto ou ambiente são importantes, ocupando 
lugar de destaque na frase o substantivo e o 
adjetivo. 
O emissor capta e transmite a realidade 
através de seus sentidos, fazendo uso de recursos 
linguísticos, tal que o receptor a identifique. A 
caracterização é indispensável, por isso existe uma 
grande quantidade de adjetivos no texto. 
Há duas descrições: 
Descrição denotativa 
Descrição conotativa. 
 
DESCRIÇÃO DENOTATIVA 
Quando a linguagem representativa do 
objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras 
figuras literárias, chamamos de descrição 
denotativa. Na descrição denotativa as palavras são 
utilizadas no seu sentido real, único de acordo com 
a definição do dicionário. 
Exemplo: 
Saímos do campus universitário às 14 horas 
com destino ao agreste pernambucano. À esquerda 
fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o 
término da construção de um novo centro 
tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde 
encontraremos várias formas de relevo e vegetação. 
No início da viagem observamos uma típica 
agricultura de subsistência bem à margem da BR-
232. Isso provavelmente facilitará o transporte 
desse cultivo a um grande centro de distribuição de 
alimentos a CEAGEPE. 
DESCRIÇÃO CONOTATIVA 
Em tal descrição as palavras são tomadas em 
sentido figurado, ricas em polivalência. 
Exemplo: 
João estava tão gordo que as pernas da cadeira 
estavam bambas do peso que carregava. Era notório o 
sofrimento daquele pobre objeto. 
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava 
incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens 
brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar. 
 
NARRAÇÃO 
Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste 
na elaboração de um texto inserindo episódios, 
acontecimentos. 
A narração difere da descrição. A primeira é 
totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e 
sem movimento. Os verbos são predominantes num 
texto narrativo. 
O indispensável da ficção é a narrativa, 
respondendo os seus elementos a uma série de 
perguntas: 
Quem participa nos acontecimentos? 
(personagens); 
O que acontece? (enredo); 
Onde e como acontece? (ambiente e situação 
dos fatos). 
Fazemos um texto narrativo com base em alguns 
elementos: 
O quê? - Fato narrado; 
Quem? – personagem principal e o anti-herói; 
Como? – o modo que os fatos aconteceram; 
Quando? – o tempo dos acontecimentos; 
Onde? – local onde se desenrolou o 
acontecimento; 
Por quê? – a razão, motivo do fato; 
Por isso: - a consequência dos fatos. 
No texto narrativo, o fato é o ponto central da 
ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante 
só uma ação centralizadora para envolver as 
personagens. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 6 
Deve haver um centro de conflito, um núcleo 
do enredo. 
A seguir um exemplo de texto narrativo: 
Toda a gente tinha achado estranha a 
maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara 
na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo 
ninguém sabia de onde, com o chapéu de 
barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de 
macho altivamente erguida e aquele seu olhar de 
gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as 
pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos 
trinta, montava num alazão, trazia bombachas 
claras, botas com chilenas de prata e o busto 
musculoso apertado num dólmã militar azul, com 
gola vermelha e botões de metal. 
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo) 
 
A relação verbal emissor – receptor efetiva-
se por intermédio do que chamamos discurso. A 
narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto 
de vista ou foco narrativo. 
Quando o narrador participa dos 
acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. 
Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. 
Exemplo: 
Parei para conversar com o meu compadre 
que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no 
seu olhar e perguntei: 
- Compadre por que tanta tristeza? 
Ele me respondeu: 
- Compadre minha senhora morreu há pouco 
tempo. Por isso, estou tão triste. 
Há tanto tempo sem nos falarmos e 
justamente num momento tão triste nos 
encontramos. Terá sido o destino? 
Já o narrador-observador é aquele que serve 
de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco 
narrativo de 3ª pessoa. 
Exemplo: 
O jogo estava empatado e os torcedores 
pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais 
eram decisivos, ambos precisavam da vitória, 
quando de repente o juiz apitou uma penalidade 
máxima. 
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já 
que ele era considerado o melhor batedor do time. 
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu 
com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O 
estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida. 
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo 
o juiz finalmente apontou para o centro do campo e 
encerrou a partida. 
 
 
Há ainda outros tipos de textos: 
 
 O Texto Injuntivo, também chamado 
prescritivo, não é só uma ordem. Pode ser 
também uma sugestão, conselho, alerta, 
pedido, convite, instrução, súplica, dependendo 
do contexto e do tom, mas sempre objetivará 
que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou não o 
que o emissor/falante está "prescrevendo", 
indicando. 
 
Veja alguns exemplos: 
- Cuidado com o cão! Afaste-se! 
- Se preferir, acrescente coco ralado à mistura. 
- Dobre a primeira à direita e depois siga em frente até 
o final da rua. 
- Venha para a minha festa de aniversário. Estou 
aguardando. 
- Pode esfriar à noite. Leve mais este casaco. 
- Certifique-se de que a peça foi colocada 
 
 O Texto expositivo apresenta informações 
sobre um objeto ou fato específico, sua 
descrição, a enumeração de suas 
características. Esse deve permitir que o leitor 
identifique, claramente, o tema central do 
texto. 
Um fato importante é a apresentação de bastante 
informação, caso se trate de algo novo esse se faz 
imprescindível. 
Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de 
argumentos se faz necessário para que o autor informeaos leitores sobre as possibilidades de análise do 
assunto. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 7 
O texto expositivo deve ser abrangente, deve 
permitir que seja compreendido por diferentes 
tipos de pessoas. 
 
 A fábula é uma narrativa figurada, na qual 
as personagens são geralmente animais que 
possuem características humanas. Pode ser 
escrita em prosa ou em verso e é 
sustentada sempre por uma lição de moral, 
constatada na conclusão da história. 
A fábula está presente em nosso meio há 
muito tempo e, desde então, é utilizada com fins 
educacionais. Muitos provérbios populares vieram 
da moral contida nesta narrativa alegórica, como 
por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em 
“A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da 
necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra 
e as formigas”. 
Portanto, sempre que redigir uma fábula 
lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além 
disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que 
trata-se de uma narrativa. 
Por ser exposta também oralmente, a 
fábula apresenta diversas versões de uma mesma 
história e, por este motivo, dá-se ênfase em um 
princípio ou outro, dependendo da intenção do 
escritor ou interlocutor. 
É um gênero textual muito versátil, pois 
permite diversas situações e maneiras de se 
explorar um assunto. É interessante, principalmente 
para as crianças, pois permite que elas sejam 
instruídas dentro de preceitos morais sem que 
percebam. 
E outra motivação que o escritor pode ter 
ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em 
um concurso que tenha essa modalidade de escrita 
como opção é que é divertida de se escrever. Pode-
se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. 
Lembrando-se sempre de escolher personagens 
inanimados e/ou animais e uma moral que norteará 
todo o enredo. 
 
 A Crônica é uma reflexão sobre o 
acontecido. 
A crônica é um gênero que tem relação com 
a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do 
cotidiano em linguagem literária, conotativa. 
A origem da palavra crônica é grega, vem de 
chronos (tempo), é por isso que uma das características 
desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. 
A crônica difere da notícia, e da reportagem 
porque, embora utilizando o jornal ou a revista como 
meio de comunicação, não tem por finalidade principal 
informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. 
Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, 
podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o 
universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se 
invariavelmente na 1ª pessoa. 
Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao 
cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se 
move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o 
literário, entre a narração impessoal dos 
acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e 
monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o 
sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o 
discurso. 
A crônica não morre depressa, como acontece 
com a notícia, mas morre, e aqui se afasta 
irremediavelmente do texto literário, embora se vista, 
por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a 
ambiguidade, a antítese, a conotação, etc. 
A sua estrutura assemelha-se à de um conto, 
apresentando uma introdução, um desenvolvimento e 
uma conclusão. 
 
 
 
DISCURSO 
Os personagens que participam da história 
evidentemente falam. É o que se conhece como 
discurso, que pode ser: 
 
1) Direto 
O narrador apresenta a fala do personagem, 
integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois 
pontos e travessão. 
Ex.: o funcionário disse ao patrão: 
- Espero voltar no final do expediente. 
Rui perguntou ao amigo: 
- Posso chegar mais tarde? 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 8 
2) Indireto 
O narrador incorpora à sua fala a fala do 
personagem. O sentido é o mesmo do discurso 
direto, porém é utilizada uma conjunção integrante 
(que ou se) para fazer a ligação. 
Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava 
voltar no final do expediente. 
 
 Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais 
tarde. 
 
Obs.: O conhecimento desse assunto é 
muito importante para as questões que envolvem 
as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. 
Procure ver se está sendo respeitada a correlação 
entre os tempos verbais e entre determinados 
pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo. 
 
Minha colega me afirmou: 
- Estarei aqui, se você precisar de mim. 
 
Minha colega me afirmou que estaria lá se eu 
precisasse dela. 
 
O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi 
necessário fazer inúmeras adaptações. 
 
3) Indireto livre 
É praticamente uma fusão dos dois 
anteriores. Percebe-se a fala do personagem, 
porém sem os recursos do discurso direto (dois 
pontos e travessão) nem do discurso indireto 
(conjunções que ou se). 
 
Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida 
deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos 
esses compromissos!? 
 
 
 
 
 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
 
 Ortografia é o sistema correto de representar 
na escrita os fonemas e as formas da língua. Ela trata da 
representação escrita dos sons que formam os 
vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras. 
 
Uso do S 
 
1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já 
existe S: 
 pesquisa  pesquisador, pesquisado 
 casa  casinha, casebre, casarão 
 camisa  camisinha, camisola, camisolão 
 análise  analisar, analista, analisando 
 
2. Nos sufixos: 
 -ês, -esa (na indicação de título de nobreza, 
origem, nacionalidade) 
marquês  marquesa; burguês  burguesa; 
camponês  camponesa; milanês  milanesa 
 -ense (indicador de procedência, origem) 
santanense, manuaense, paranaense 
 -isa (indicador feminino de profissão, 
ocupação) 
diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa 
 -oso, -osa (indicadores de adjetivos, 
formadores de estado pleno, abundância) 
manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa 
 
3. Após ditongos: 
 Cleusa, causa, náusea, maisena 
 
4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer: 
 repus, repusera, repusesse, pus, pusera, 
pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 9 
Uso do Z 
 
1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que 
já existe Z : 
 raiz  enraizar 
 baliza  abalizado, balizador, balizado 
 rapaz  rapazola, rapazinho, rapazote 
 
2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de 
substantivos abstratos derivados de adjetivos: 
 real  realeza 
 grande  grandeza 
 cru  crueza 
 certo  certeza 
 
3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e –
ização (formador de substantivos) 
 canal  canalizar  canalização 
 humano  humanizar  humanização 
 atual  atualizar  atualização 
 global  globalizar  globalização 
 
Uso do X 
 
1. Depois de ditongo: 
 ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão 
 
2. Depois da sílaba inicial en-: 
 enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto 
 
Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e 
palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo 
em-, como enchouriçar (em + chouriço + ar). 
 
3. Depois da sílaba inicial me -: 
 mexerica, mexicano, mexilhão, mexer 
 Exceção: mecha (substantivo) e derivados 
escrevem-se com ch. 
4. Em palavras de origem africana e indígena: 
 abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba, 
pixaim, xará, xinxim, xique-xique 
 
5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh 
original por x: 
 xampu (de shampoo), xerife (de sheriff) 
 
Escrevem-se com x: 
almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba, 
coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada, 
esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe, 
mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá, 
praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos, 
tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim, 
xereta, xerife, xícara, xingar. 
 
Escrevem-se com ch : 
apetrecho,archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça, 
cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz, 
cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé, 
chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho, 
cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche, fachada, 
ficha, flecha, galocha, inchar, macho, machado, 
machucar, mancha, nicho, pachorra, pichar, pechincha, 
piche, rachar, recheio, salsicha, sanduíche, tacha 
(prego), tacheiro, tacho, tocha. 
 
 
Uso do E e do I 
 
1. Todos os verbos terminados em –uir, -air, -oer 
escrevem-se com a letra i na segunda e terceira pessoas 
do singular do presente do indicativo. 
 contribuir  contribuis, contribui 
 cair  cais, cai 
 doer  dói 
 influir  influis, influi 
 sair  sais, sai 
 roer  róis, rói 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 10 
2. Todos os verbos terminados em –ir escrevem-se 
com a letra e na segunda e terceira pessoas do 
presente do indicativo. 
 acudir  acodes, acode 
 fugir  foges, foge 
 decidir  decides, decide 
 
3. Todos os verbos terminados em –uar ou em –oar 
escrevem-se com a letra e na primeira, segunda e 
terceira pessoas do presente do subjuntivo. 
 perdoar  perdoe, perdoes, perdoe 
 atuar  atue, atues, atue 
 caçoar  caçoe, caçoes, caçoe 
 jejuar  jejue, jejues, jejue 
 
4. Prefixos ante- e anti- 
 ante – (prefixo) significa “antes” (indica 
posição anterior) 
antecâmara, antemão, antepasto, 
anteontem, antebraço 
antediluviano, antever 
 
 anti - (prefixo) significa “contra” (indica 
posição contrária) 
antiacadêmico, antialcoólico, 
anticoncepcional, anticlerical 
antídoto, antiaéreo, anticonjugal, 
antifascista 
 
5. Prefixos em /en e im/in: 
 emporcalhar 
 engraxar 
 empossar 
 entorpecer 
 imputar 
 incomodar 
 impugnar 
 infalível 
 
6. Prefixos des e dis: 
 desgarrar discernir 
 desinfetar dispensar 
 desmedido dislexia 
 
Escrevem-se com e: 
Abaeté, acareação, acreano, aldeola, alheado, 
antecipar, antedatar, anteprojeto, área (medida de uma 
superfície), barbárie, cadeado, candeeiro, caranguejo, 
cardeal, cereal, cumeada, cumeeira, decreto, deferido, 
deferir, descortino, descrição (exposição), descriminar 
(absolver de crime), despensa (lugar para guardar 
mantimentos), destilação, emergir, emigrar, eminência, 
eminente, empecilho, encabular, enteado, engolir, 
enxada, estropear, falsear, geada, grandessíssimo, 
himeneu, inquerição, lêndea, lenimento, meada, 
memoridade, mestiço, mexerica, murmúreo, níveo, 
óleo, parêntese, passeata, peão, petróleo, quase, 
quepe, recheado, reencanar, revalidar, róseo, senão, 
sequer, seringa, subentender, terráqueo, vadear, 
violáceo, vítreo. 
 
Escrevem-se com i: 
aborígine, adiantar, adiante, adivinho, amiúde, 
anticristo, ária (cantiga), azuis, camoniano, casimira, 
corrimão, crânio, crioulo, dentifrício, diante, diferido, 
discente (que aprende), discrição (que é discreto), 
disparate, dispêndio, dispensa (licença), imbuia, 
imigração, iminente, invés (contrário), miúdo, pardieiro, 
pátio, pião, privilegiado, privilegiar, recriação, (ato de 
recriar), réstia, siar, vadiar, vadiação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 11 
Uso do O e do U 
 
 Às vezes se confundem usos do u e do o na 
grafia de algumas palavras. Compare as listas 
abaixo: 
com O com U 
Abolir acudir 
Boteco bueiro 
botequim burburinho 
comprido cumprido (de cumprir) 
comprimento (extensão) cumprimento (saudação) 
Cortiça cúpula 
Cobrir curtume 
Engolir embutir 
explodir entupir 
Focinho escapulir 
Goela jabuti 
lombriga jabuticaba 
mágoa lóbulo 
mochila mucama 
moleque pirulito 
Névoa rebuliço 
Nódoa suar (transpirar) 
Poleiro supetão 
Polenta tábua 
sortir (abastecer) tabuleiro 
Sotaque tabuleta 
Zoeira trégua 
 
 
Uso de C, Ç, S, SS, SC, XC 
1. Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana, 
usam-se c e ç : 
 açaí, araçá, araçoia, caiçara, caçula, 
cacimba, canguçu, criciúma, Ceci. 
 Iguaçu, Juçara, miçanga, Moçoró, muçum, 
muçurana, paçoca, Paraguaçu, Turiaçu 
2. Depois de ditongos, grafam-se c e ç : 
 beiço, caução, coice, feição, foice, louça, 
refeição, traição 
 
3. Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos 
terminados em –nder e –ndir usa-se s: 
 pretender  pretensão 
 pender  pensão, pênsil 
 tender  tensão, tenso 
 ascender  ascensão, ascensor 
 expandir  expansão, expansivo 
 fundir  fusão 
 difundir  difusão 
 confundir  confusão, confuso 
 suspender  suspensão, suspensório 
 
4. Nos substantivos derivados de verbos terminados em 
–der, -dir, -tir e –mir usa-se s (depois de n ou r) ou ss : 
 aceder  acesso 
 regredir  regressão, regresso 
 repercutir  repercussão 
 descomprimir  descompressão 
 ascender  ascensão 
 interceder  intercessão 
 agredir  agressão 
 admitir  admissão 
 reprimir  repressão 
 compreender  compreensão 
 
5. Por razões etimológicas usa-se entre vogais sc e xc: 
 apascentar, ascender (subir), convalescer, 
crescer, descente (que desce), discernir, efervescente, 
enrubescer, fascínio, florescer, incandescer, intumescer, 
lascivo, miscelânea, nascer, néscio, obsceno, oscilar, 
piscina, prescindir, recrudescer, rescindir, suscitar, 
tumescer, vísceras, excelência, excêntrico, exceto, 
excesso, exceder 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 12 
OBSERVE AS SEGUINTES GRAFIAS 
Escrevem-se com s : 
aliás, alisar, análise, após, asa, atrás, atraso, através, 
aviso, bisar, brasa, casulo, catalisar, cisão, colisão, 
cós, crase, crise, despesa, detrás, deusa, diálise, 
empresa, fase, fusão, gás, gasolina, gasômetro, 
groselha, hesitante, hidrólise, ileso, inclusive, 
infusão, invés, jus, lapiseira, lisonjeiro, lisura, 
mariposa, marselhês, mês, mosaico, nasal, 
obséquio, obus, paisagem, pêsames, rasura, revés, 
síntese, sinusite, surpresa, tosar, três, uso, usina, 
visar. 
 
Escrevem-se com z : 
abalizar, aduzir, ajuizar, alcaçuz, alcoolizar, algoz, 
amizade, anarquizar, apaziguar, aprazível, aprendiz, 
arborizar, arroz, assaz, atriz, atroz, audaz, azar, azia, 
baliza, bazar, bizarro, buzina, cafuzo, capaz, capuz, 
capuz, carbonizar, cartaz, chafariz, coriza, cruz, 
cuscuz, delicadeza, deslize, desprezo, eficaz, 
enfezado, esvaziar, falaz, feroz, fertilizar, fugaz, 
gaze, giz, gentileza, horizonte, impureza, jaez, 
jazigo, lambuzar, lazer, lhaneza, luz, magazine, 
meretriz, morbidez, nariz, nudez, obstetriz, ozônio, 
palidez, perspicaz, petiz, pobreza, prazer, prazo, 
profetizar, rapaz, rezar, rodízio, sagaz, sazonal, 
talvez, tenaz, tez, trapézio, trezentos, vazio, veloz, 
verniz, voraz, xadrez 
 
Uso do G 
 
1. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -
ógio, -úgio. 
 adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio 
 
2. Nas palavras terminadas em –gem. 
 ferrugem, selvagem, massagem, mixagem 
 
3. Nas palavras derivadas de outras, já grafadas com 
g. 
 tingir  tingido  tingimento 
 fingir  fingido  fingimento 
 
Escrevem-se com g : 
abordagem, algibeira, algemar, angélico, aterragem, 
auge, cingir, constrangir, doge, estrangeiro, falange, 
ferrugem, gengibre, gengiva, gergelim, geringonça, giba, 
gibi, gíria, herege, impingem, logístico, margear, 
megera, monge, mugido, ogiva, pungente, rabugento, 
regurgitar, tangerina, tigela, vagem, vertigem, viagem 
(subst.) 
 
 
Uso do J 
 
1. Nas palavras de origem tupi (indígena) e africana: 
 biju (variante de beiju), canjarana, canjica, 
jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jiboia, jirau, pajé. 
(Exceção: Sergipe.) 
 
2. Nos verbos terminados em –jar ou –jear: 
 arranjar, despejar, sujar, viajar, ultrajar, 
granjear, gorjear, lisonjear 
 
3. Nas palavras derivadas de outras já grafadas com j: 
 granja  granjeiro 
 lisonja  lisonjeiro 
 laje  lajeado 
 majestade  majestoso 
 
Escrevem-se com j :ajeitar, alforje, berinjela, cafajeste, canjerê, canjica, 
cerejeira, desajeitar, enjeitar, gorjear, gorjeta, granjear, 
hoje, intrujice, jeca, jeito, jejum, jenipapo, jérsei, jiboia, 
jiló, jiu-jítsu, laje, laranjeira, lisonjeiro, majestade, 
majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pajé, 
pajem, pegajoso, sarjeta, sabujice, traje, trejeito, 
ultraje, varejo, varejista, viaje, viagem (do verbo viajar) 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 13 
ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS 
 
Por que / por quê / porque / porquê 
 
POR QUE (separado e sem acento) 
 
 É usado: 
 em interrogações diretas, onde o que equivale 
a qual motivo. 
Por que regressamos? 
(Por qual motivo regressamos ?) 
Por que não vieram os computadores ? (Por qual 
motivo não vieram ?) 
 
 em interrogações indiretas, onde o que 
equivale a qual razão ou qual motivo. 
Perguntei-lhe por que faltara à aula. 
(por qual motivo). 
Não sabemos por que ele faleceu. 
(por qual razão). 
 
 Como um equivalente a pelo qual / pela qual / 
pelos quais / pelas quais. 
Ignoro o motivo por que ele se demitiu. 
(pelo qual). 
Eis as causas por que não venceremos. 
(pelas quais). 
Estranhei a forma por que o estudante reagiu. 
(pela qual). 
 
 Como um equivalente a motivo pelo qual ou 
razão pela qual. 
Não há por que chorar. 
(motivo pelo qual). 
 
Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos. 
(a razão pela qual). 
 
PORQUE 
 É usado introduzindo: 
 - Explicação. 
 Ex.: Não reclames, porque é pior. 
 - Causa. 
 Ex.: Faltou à aula porque estava doente. 
 
POR QUÊ 
 É usado ao final da frase interrogativa ou quando 
estiver sozinho. 
 Ex.: Você fez isso, por quê? 
 Por quê? 
 
PORQUÊ 
 É usado como substantivo; é sinônimo de motivo, 
razão. 
 Ex.: Não sei o porquê disso. 
 
 
ONDE E AONDE 
 A tendência no português atual é considerar a 
seguinte distinção: aonde indica a ideia de 
movimento ou aproximação (com verbos que 
exigem a preposição “A”), opondo-se a donde que 
exprime afastamento (com verbos eu exigem a 
preposição “DE”). Costuma referir-se a verbos de 
movimento. 
 Aonde você vai? 
 Aonde querem chegar com essas atitudes? 
 Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos? 
 Não sei aonde ir. 
 Donde você veio? 
 
 Onde indica o lugar em que se está ou em que se 
passa algum fato. Normalmente refere-se a verbos 
que exprimem estado ou permanência, ou seja, 
verbos que exigem a preposição “EM”. 
 Onde você está? 
 Onde você vai ficar nas próximas férias? 
 Não sei onde começar a procurar. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 14 
MAIS e MAS 
 Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo 
a porém, contudo, entretanto. 
 Não conseguiu, mas tentou. 
 
 Mais é pronome ou advérbio de intensidade, 
opondo-se normalmente a menos. 
 Ele foi quem mais tentou, ainda assim não 
conseguiu. 
 É um dos países mais miseráveis do planeta. 
 
NA MEDIDA EM QUE E À MEDIDA QUE 
 Na medida em que exprime relação de causa e 
equivale a “porque”, “já que”, “uma vez que”. 
Na medida em que os projetos foram 
abandonados, a população carente ficou 
entregue à própria sorte. 
 À medida que indica proporção, 
desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale 
a “à proporção que”. 
 A ansiedade aumentava à medida que o prazo 
ia chegando ao fim. 
 
MAL E MAU 
 Mal pode ser advérbio ou substantivo. Como 
advérbio significa “irregularmente”, 
“erradamente”, “de forma inconveniente ou 
desagradável”. Opõe-se a bem. 
 Era previsível que ele se comportaria mal. Era 
evidente que ele estava mal-intencionado 
porque suas opiniões haviam repercutido mal 
na reunião anterior. 
 Como substantivo, mal pode significar 
“doença”, “moléstia”, em alguns casos significa 
“aquilo que é prejudicial ou nocivo”. 
 A febre amarela é um mal que atormenta as 
populações pobres. 
 O mal é que não se toma nenhuma atitude 
definitiva. 
 O substantivo mal também pode designar um 
conceito moral, ligado à ideia de maldade, 
nesse sentido a palavra também opõe-se a bem. 
 Há uma frase de que a visão da realidade nos faz 
muitas vezes duvidar: “O mal não compensa” 
 
 Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”, 
“de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a 
forma feminina má. 
 Não é mau sujeito. 
 Trata-se de um mau administrador. 
 Tem um coração mau. 
 
A PAR e AO PAR 
 A par tem o sentido de “bem-informado”, “ciente”. 
 Mantenha-me a par de tudo o que acontecer. 
 É importante manter-se a par das decisões 
parlamentares. 
 
 Ao par é uma expressão usada para indicar relação 
de equivalência ou igualdade entre valores 
financeiros (geralmente em operações cambiais): 
 As moedas fortes mantém o câmbio praticamente 
ao par. 
 
 
AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A 
 Ao encontro de indica “ser favorável a”, aproximar-
se de”. 
 Ainda bem que sua posição vai ao encontro da 
minha. 
 Quando a viu foi ao seu encontro e abraçou-a. 
 
De encontro a indica oposição, choque, colisão. 
Veja. 
 Suas opiniões sempre vieram de encontro às 
minhas, pertencemos a mundos diferentes. 
 O caminhão foi de encontro ao muro, derrubando-
o. 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 15 
A E HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO 
 O verbo haver é usado em expressões que 
indicam tempo já transcorrido: 
 Tais fatos aconteceram há dez anos. 
 
 Nesse sentido, equivale ao verbo fazer: 
 Tudo aconteceu faz dez anos. 
 
 A preposição a surge em expressões em que a 
substituição pelo verbo fazer é impossível: 
 O lançamento do satélite ocorrerá daqui a 
duas semanas. 
 Eles partirão daqui a duas horas. 
 
ACERCA DE E HÁ CERCA DE 
 Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”: 
 Haverá uma palestra acerca das 
consequências das queimadas. 
 
 Há cerca de indica um período aproximado de 
tempo já transcorrido ou equivale ao verbo 
existir + aproximadamente: 
 Os primeiros colonizadores surgiram há 
cerca de quinhentos anos. 
 Há cerca de dez pessoas te procurando 
 
 
AFIM E A FIM 
 Afim é um adjetivo que significa “igual”, 
“semelhante”. Relaciona-se com a ideia de 
afinidade: 
 Tiveram ideias afins durante o trabalho. 
 São espíritos afins. 
 
 A fim surge na locução a fim de, que significa 
“para” e indica ideia de finalidade: 
 Trouxe algumas flores a fim de nos agradar. 
 
 
DEMAIS E DE MAIS 
 Demais pode ser advérbio de intensidade, com o 
sentido de “muito”, aparece intensificando verbos, 
adjetivos ou outros advérbios: 
 Aborreceram-nos demais: isso nos deixou 
indignados demais. 
Estou até bem demais. 
 
 Demais também pode ser pronome indefinido, 
equivalendo a “outros”, “restantes”: 
 Não coma todo o pudim. Deixe um pouco para 
os demais. 
 
 De mais opõe-se a de menos. Refere-se sempre a 
um substantivo ou pronome: 
 Não vejo nada de mais em sua atitude. 
 O concurso foi suspenso porque surgiram 
candidatos de mais. 
 
 
SENÃO E SE NÃO 
 Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser”: 
 É bom que colabore, senão não haverá como 
ajuda-lo. 
 
 Se não surge em orações condicionais. Equivale a 
“caso não”: 
Se não houver aula, iremos ao cinema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 16 
TONICIDADE 
 
 
Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem 
uma sílaba tônica - a que recebe a maior inflexão de 
voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento 
gráfico. E em que palavras usar o acento agudo ou o 
acento circunflexo? Ainda existe o trema? Vamos às 
respostas. 
 
A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe 
uma sílaba tônica em cada palavra. 
Ex. Guaraná - A sílaba tônica é a última, é oxítona. 
Táxi - A sílaba tônica é a penúltima, é paroxítona. 
Própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima, é 
proparoxítona. 
 
A sílaba tônica semprese encontra em uma destas 
três sílabas: última, penúltima e antepenúltima. 
 
Quando a palavra possuir uma sílaba só, será 
denominada monossílaba. 
Os monossílabos podem ser átonos e tônicos. Os 
tônicos são aqueles que têm força para serem 
usados sozinhos em uma sílaba; os átonos, não. 
Portanto serão monossílabos tônicos os 
substantivos, os adjetivos, os advérbios, os 
numerais e os verbos. 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
 
1. Acentuam-se monossílabos tônicos terminados 
em: 
A(S), E(S), O(S) 
Pá, fé, só, três, trás, nós, vês... 
 
2. Acentuam-se oxítonas terminadas em: 
A(S), E(S), O(S), EM(ENS) 
 Vatapá, café, cipó, alguém, parabéns, cajás, 
 marajás, Bené, chulé, mantém, refém... 
3. Acentuam-se paroxítonas terminadas em: 
I(S), U(S), 
R, X, N, L, 
 PS, UM(UNS), Ã(S), 
 DITONGO 
 
Júri, lápis, ônus, vírus, 
cadáver, tórax, hífen, móvel, 
bíceps, álbum, álbuns, órfã(s), 
história, móveis, órgão... 
 
 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: ôo perde o acento, 
fica oo 
Antes ---------------------------------agora 
Vôo Voo 
Enjôo Enjoo 
 
Obs.: paroxítonas com a mesma terminação das 
oxítonas (a, e, o, em, ens) não são acentuadas. 
Mala, vara, pente, mestre, item, homem, hifens, 
homens, nuvens, jovens... 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 17 
4. Acentuam-se todas as proparoxítonas 
Mágico, fósforo, paralelepípedo, antítese... 
 
REGRAS ESPECIAIS 
 
5. Acentuam-se I e U na 2ª vogal do hiato, 
quando 
 sozinhas (ou + S) na sílaba; 
 não seguidas de NH. 
Graúdo, saída, açaí, Itaú, saúde, constituído, 
Janaína, juízes, Luíza... 
 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: I e U perdem o 
acento se paroxítonas, depois de ditongo: 
Antes ---------------------------------agora 
Baiúca baiuca 
Bocaiúva bocaiuva 
boiúna boiuna 
feiúra feiura 
 
 
6. Acentuam-se ditongos abertos ÉI, ÉU e ÓI se 
vierem no final da palavra (seguido ou não de 
S): 
 Coronéis, chapéu, corrói, dói, anéis, fiéis, troféu, 
herói (o ditongo vem no final, mantêm o acento) 
 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: éi, éu, ói 
perdem o acento se forem paroxítonas: 
Todos os eia(s) e oia(s) perderam o acento 
Antes ---------------------------------agora 
 Idéia ideia 
 Estréia estreia 
 assembléia assembleia 
 jibóia jiboia 
 Tróia Troia 
 Jóia Joia 
 
7. Grupos QUE, QUI, GUE, GUI, O U recebia: 
Trema se fosse pronunciado de forma átona: 
freqüentes. 
 
Acento agudo se pronunciado de forma tônica: 
apazigúe. 
 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: Hoje o U 
pronunciado desses grupos perdeu o trema e o 
acento agudo, mas a pronúncia continua a mesma: 
Antes ---------------------------------agora 
freqüentes frequentes 
cinqüenta cinquenta 
tranqüilo tranquilo 
averigúe averigue 
apazigúe apazigue 
 
8. Acento diferencial: era usado para diferenciar a 
classe das palavras: 
 
PÁRA (v.) ≠ PARA (prep.) 
PÔR (v.) ≠ POR (prep.) 
 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: hoje caíram os 
acentos diferenciais, só permaneceram os acentos 
de pôr(verbo) e de pôde (passado). 
Antes ---------------------------------agora 
Pára (verbo) para (verbo) 
Pêra (subst.) pera (subst.) 
Pelo (subst.) pelo (subst.) 
Pólo (subst.) polo (subst.) 
 
9. Os verbos crer, dar, ler, ver (e verbos derivados) 
dobram o “E” no plural: 
 
Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural 
 Ê EE 
Ele lê/vê – eles leem/veem 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 18 
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: êem perde o 
acento, fica eem: 
Antes ---------------------------------agora 
lêem leem 
vêem veem 
dêem deem 
crêem creem 
 
10. Acentuam-se os verbos ter e vir ( e todos os 
verbos derivados) na 3ª pessoa do plural. 
 
Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural 
 
 E Ê 
 Ele vem/tem – eles vêm/têm 
 Ele retém – eles retêm 
 
 
Muitos verbos produzem formas oxítonas 
ou monossilábicas que devem ser acentuadas. 
Observe: 
 
Cortar + a = cortá-la Pôs + os = pô-los 
 
Fazer + o = fazê-lo Fez + o = fê-lo 
 
 
 
Sinais diacríticos: sinais gráficos com os quais se 
distingue a modulação das vogais ou a pronúncia de 
certas palavras, para evitar confusões com outras. 
 
transito – trânsito 
ate – até 
veiculo – veículo 
secretaria – secretária 
sabia – sábia – sabiá... 
 
SEMÂNTICA 
 
 
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
 DENOTAÇÃO: o sentido literal, real das palavras. 
 CONOTAÇÃO: sentido figurado das palavras. 
 
Fenômenos Semânticos 
1. POLISSEMIA 
(Polys, do grego, significa “muito”) é a capacidade que 
uma palavra tem de assumir diferentes significações ou 
sentido. 
a) O sol é uma estrela de quinta grandeza. 
b) Clarissa é a estrela de sua turma. 
c) Fernanda Montenegro é uma estrela nacional. 
d) Não desanime, meu filho, confie em sua estrela. 
 
2. SINÔNIMOS 
São palavras que apresentam, entre si, o mesmo 
significado. 
triste = melancólico. 
resgatar = recuperar 
maciço = compacto 
ratificar = confirmar 
retificar = corrigir 
aguentar = aturar 
afastado = distante 
alegre = divertido 
 
3. ANTÔNIMOS 
São palavras que apresentam, entre si, sentidos 
contrários. 
bom x mau 
bem x mal 
condenar x absolver 
feio x bonito 
subir x descer 
amigo x inimigo 
vida x morte 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 19 
4. HOMÔNIMOS 
São palavras iguais na forma e diferentes na 
significação. Há três tipos de homônimos: 
 
4.1. HOMÔNIMOS HOMÓFONOS 
Têm o mesmo som e grafias diferentes. 
sessão (reunião), 
seção (repartição) 
e cessão (ato de ceder); 
 
cela (cubículo) e 
sela (arreio) 
 
concerto (harmonia) 
e conserto (remendo). 
 
4.2. HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS 
Têm a mesma grafia e sons diferentes. 
almoço (refeição) e 
almoço (verbo almoçar); 
 
sede (vontade de beber) e 
sede (residência). 
 
4.3. HOMÔNIMOS PERFEITOS 
Têm a mesma grafia e o mesmo som. 
cedo (advérbio) e 
cedo (verbo ceder); 
 
meio (numeral), 
meio (adjetivo) e 
meio (substantivo). 
 
5. PARÔNIMOS 
São palavras de significação diferente, mas de 
forma parecida. 
retificar e ratificar; 
emergir e imergir. 
comprimento e cumprimento 
cavaleiro e cavalheiro 
 
6. AMBIGUIDADE 
Ocorre a ambiguidade quando o leitor vacila diante de 
mais de uma possibilidade de entendimento do que foi 
expresso. 
 
Uma série de causas estruturais pode causar 
ambiguidade. 
 
a) Pedro e Paulo vão desquitar-se. (Mau uso da 
coordenação) 
 
b) O aluno enjoado saiu da sala. (Má colocação de 
palavra) 
 
c) João encontrou Maria e lhe disse que sua prima 
estava doente. (Mau uso de possessivos) 
 
 
Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos: 
acender = atear fogo 
ascender = subir 
amoral = indiferente à moral 
imoral = contra a moral, libertino, devasso 
apreçar = marcar o preço 
apressar = acelerar 
arrear = pôr arreios 
arriar = abaixar 
bucho = estômago de ruminantes 
buxo = arbusto ornamental 
caçar = abater a caça 
cassar = anular 
cela = aposento 
sela = arreio 
censo = recenseamento 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 20 
senso = juízo 
cessão = ato de doar 
seção ou secção = corte, divisão 
sessão = reunião 
chá = bebida 
xá = título de soberano no Oriente 
chalé = casa campestre 
xale = cobertura para os ombros 
cheque = ordem de pagamento 
xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo 
comprimento = extensão 
cumprimento = saudação 
concertar = harmonizar, combinar 
consertar = remendar, reparar 
conjetura = suposição,hipótese 
conjuntura = situação, circunstância 
coser = costurar 
cozer = cozinhar 
deferir = conceder 
diferir = adiar 
descrição = representação 
discrição = ato de ser discreto 
descriminar = inocentar 
discriminar = diferençar, distinguir 
despensa = compartimento 
dispensa = desobrigação 
despercebido = sem atenção, desatento 
desapercebido = desprevenido 
discente = relativo a alunos 
docente = relativo a professores 
emergir = vir à tona 
imergir = mergulhar 
eminente = nobre, alto, excelente 
iminente = prestes a acontecer 
esperto = ativo, inteligente, vivo 
experto = perito, entendido 
espiar = olhar sorrateiramente 
expiar = sofrer pena ou castigo 
estada = permanência de pessoa 
estadia = permanência de veículo 
flagrante = evidente 
fragrante = aromático 
fuzil = carabina 
fusível = resistência de fusibilidade calibrada 
incerto = duvidoso 
inserto = inserido, incluso 
incipiente = iniciante 
insipiente = ignorante 
indefesso = incansável 
indefeso = sem defesa 
infligir = aplicar pena ou castigo 
infringir = transgredir, violar, desrespeitar 
intemerato = puro, íntegro, incorrupto 
intimorato = destemido, valente, corajoso 
intercessão = súplica, rogo 
interse(c)ção= ponto de encontro de duas linhas 
laço = laçada 
lasso = cansado, frouxo 
ratificar = confirmar 
retificar = corrigir 
soar = produzir som 
suar = transpirar 
sortir = abastecer 
surtir = originar 
sustar = suspender 
suster = sustentar 
tacha = brocha, pequeno prego 
taxa = tributo 
tachar = censurar, notar defeito em 
taxar = estabelecer o preço 
vultoso = volumoso 
vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face) 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 21 
CLASSES DE PALAVRAS 
 
 
VERBO 
 É a palavra variável que exprime ação, estado, 
mudança de estado e fenômeno, situando-se no 
tempo. 
 Ex.: O garoto corre muito. 
 Sou poeta. 
 O ouro virou terra. 
 Chove muito aqui. 
 
FLEXÃO DO VERBO 
 
1 - NÚMERO E PESSOA 
 
1ª pessoa do singular 
2ª pessoa do singular 
3ª pessoa do singular 
1ª pessoa do plural 
2ª pessoa do plural 
3ª pessoa do plural 
 
2 - MODO 
 
 Indicativo: certeza diante do fato. 
 Ex.: Ela corria na frente. 
 Subjuntivo: dúvida diante do fato. 
 Ex.: Talvez ela corra na frente. 
 
 Imperativo: ordem, conselho, pedido. 
 Ex.: Corra na frente. 
 
3 - TEMPO 
 
 Presente: a ação ocorre no momento em que se 
fala. 
 Ex.: Fecho os olhos, agito a cabeça. 
Pretérito: a ação transcorreu num momento 
anterior àquele em que se fala. 
 Ex.: Fechei os olhos, agitei a cabeça. 
 Futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em 
que se fala. 
 Ex.: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. 
 
4 - CONJUGAÇÃO 
 
 Três são as conjugações em português: 
 
 1ª conjugação: ar 
 Ex.: andar, lavar, cortar. 
 
 2ª conjugação: er 
 Ex.: vender, saber, ler. 
 
 3ª conjugação: ir 
 Ex.: dormir, reunir, sair. 
 
5 - FORMAS NOMINAIS 
 
 Existem três formas verbais que não apresentam 
flexão de tempo e modo, perdendo, desta forma, as 
características exclusivas do verbo. Como 
desempenham funções próprias dos nomes 
(substantivo, adjetivo e advérbio), são denominadas 
formas nominais. São elas: infinitivo, particípio e 
gerúndio. 
 
a. infinitivo: indica o processo propriamente dito, sem 
situá-lo no tempo; desempenha, assim, função 
semelhante à do substantivo: 
 É preciso recuperar os valores éticos. 
 O infinitivo pode apresentar flexão de pessoa, 
originando duas formas: o infinitivo impessoal (não 
se flexiona) e o infinitivo pessoal (flexionado). 
 
b. particípio: indica uma ação já acabada, 
desempenhando função semelhante á do adjetivo. 
O particípio flexiona-se em gênero e número, 
concordando com o substantivo a que se refere: 
 Preservada a natureza, sobreviveremos. 
 Preservado o meio ambiente, sobreviveremos. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 22 
c. gerúndio: indica um processo verbal em curso, 
desempenhando função semelhante à do 
adjetivo e á do advérbio. O gerúndio não 
apresenta flexão. 
 “Caminhando e cantando e seguindo a canção, 
 Somos todos iguais, braços dados ou não” 
 (Geraldo Vandré) 
 
6 - LOCUÇÃO VERBAL 
 
 É formada de um verbo auxiliar seguido de um 
verbo principal. 
 Ex.: Vamos sair hoje cedo. 
 Fiquei a observar tudo, 
 Podemos ter sido aprovados. 
 
7 - VOZ 
 
 Ativa: sujeito pratica a ação. 
 Ex.: O carroceiro disse um palavrão. 
 Passiva: sujeito sofre a ação. 
 Ex.: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 
(analítica) 
 Vende-se uma casa. (sintética) 
 
 Reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação. 
 Ex.: O carroceiro machucou-se. 
 Os noivos se olharam. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO VERBO 
 
1. Quanto à flexão 
 Quanto à flexão, os verbos classificam-se 
regulares; irregulares; defectivos; abundantes. 
 
a) regulares – são aqueles que seguem o 
paradigma, isto é, o modelo da conjugação. 
Quando um verbo é regular, o radical se 
mantém em todas as formas e as terminações são as 
mesmas. 
 Em alguns casos, podemos encontrar alterações 
radicais de verbos regulares; é necessário observar 
essa alteração é apenas um caso de acomodação 
gráfica para manter a identidade fonética. É o que 
ocorre, por exemplo, com os verbos ficar (fico, 
fiquei), fingir (finjo, finges) e vencer (venço, vences) 
 
b) irregulares – são aqueles que se afastam modelo da 
conjugação, apresentando alteração ou no radical 
ou nas desinências. 
 eu peço tu pedes 
 eu estou tu estás 
 
c) defectivos – são verbos de conjugação incompleta, 
ou seja, não apresentam algumas formas. São 
exemplos os verbos falir e abolir no presente do 
indicativo. 
 falir abolir 
eu   
tu  aboles 
ele  abole 
nós falimos abolimos 
vós falis abolis 
eles  abolem 
 
Consideram-se defectivos os chamados verbos 
unipessoais: 
 verbos que exprimem fenômenos da natureza 
(chover, ventar, anoitecer, etc.)  só se empregam 
na terceira pessoa do singular. 
 Nevou na serra gaúcha. 
 Neste momento, chove em Belém. 
 verbos que exprimem vozes de animais (latir, miar, 
urrar, coaxar, etc.)  só se empregam na terceira 
pessoa do singular e na terceira pessoa do plural. 
 Capeto latiu a noite toda. 
 Os cães latiram a noite toda. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 23 
d) abundantes – são aqueles que possuem duas ou 
mais formas de idênticos valor. A abundância 
ocorre com maior frequência no particípio de 
alguns verbos, que, além da forma regular 
(desinência –do), apresentam outra forma, 
denominada irregular ou abundante. 
 
 infinitivo particípio 
regular 
particípio 
irregular 
Aceitar aceitado aceito 
Acender acendido aceso 
Benzer benzido bento 
exprimir exprimido expresso 
expulsar expulsado expulso 
enxugar enxugado enxuto 
prender prendido preso 
 
Quando o verbo apresenta duplo particípio, 
deve-se usar a forma regular com os auxiliares 
ter e haver e a forma irregular com os auxiliares 
ser e estar. 
Tinham aceitado o pedido. 
 Haviam aceitado o pedido. 
 O pedido foi aceito. 
 O pedido estava aceito. 
 
 
Alguns verbos apresentam tão-somente o 
particípio irregular. 
Infinitivo particípio irregular 
dizer dito 
fazer feito 
escrever escrito 
abrir aberto 
 
 Na linguagem atual, os verbos pagar, gastar e 
ganhar são usados apenas no particípio 
irregular, com qualquer auxiliar. 
 Ele havia pago a conta. 
 Tinham gasto muitos presentes no aniversário. 
3 - QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO: 
 
Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer 
sujeito implícito ou explícito. Quase 
todos os verbos são pessoais. 
 Ex.: O rapaz apareceu na porta. 
 
 Impessoais: são aqueles que não se referem a 
qualquer sujeito implícito ou explícito. 
São utilizados sempre na 3ª pessoa. 
 Ex.: Há alunos na sala. 
 Faz frio aqui. 
 Em Belém chove muito.EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS 
 
Modo indicativo 
 
1. presente – exprime um fato que ocorre no 
momento em que se fala: 
 Vejo um pássaro na janela. 
 O presente do indicativo também é usado para: 
a) exprimir uma verdade científica, um axioma: 
 A Terra é redonda. 
 Por um ponto passam infinitas retas. 
 
b) exprimir uma ação habitual: 
 Aos domingos não saio de casa. 
 
c) dar atualidade a fatos ocorridos no passado: 
 Cabral chega ao Brasil em 1500. 
 
d) indicar fato futuro bastante próximo, quando se 
tem certeza de que ele ocorrerá: 
 Amanhã faço os exercícios. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 24 
2. pretérito perfeito – exprime um fato já 
concluído anteriormente ao momento em que 
se fala. 
 Ontem eu reguei as plantas do jardim. 
 
3. pretérito imperfeito – exprime um fato 
anterior ao momento em que se fala, mas não 
o toma como concluído, acabado. Revela, pois, 
o fato em seu curso, em sua duração. 
 Ele falava muito durante as aulas. 
4. pretérito mais-que-perfeito – indica um fato 
passado que já foi concluído, em relação a 
outro fato também passado. 
Quando você resolveu o problema, eu já o 
resolvera. 
 
Na linguagem atual tem-se usado com mais 
frequência o pretérito mais-que-perfeito composto. 
Quando você resolveu o problema, eu já o 
tinha resolvido. 
 
O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado 
no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do 
subjuntivo. 
 
“...Mais servira, se não fora 
Para tão logo amor tão curta a vida!” 
 (Camões) 
(servira = serviria; fora = fosse) 
 
5. futuro do presente – exprime um fato posterior 
ao momento em que se fala, tido como certo. 
 Amanhã chegarão os meus pais. 
 As aulas começarão segunda-feira. 
 
O futuro do presente pode ser empregado para 
exprimir ideia de incerteza, de dúvida. 
 Serei eu o único culpado? 
 
 
6. futuro do pretérito – exprime um fato futuro 
tomado em relação a um fato passado. 
 
Ontem você me disse que viria à escola. 
 
O futuro do pretérito também pode ser usado para 
indicar incerteza, dúvida. 
 
Seriam mais ou menos dez horas quando ele 
chegou. 
 
Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do 
presente do indicativo ou do imperativo, como forma 
de cortesia, de boa educação. 
Você me faria um favor? 
 
MODO SUBJUNTIVO 
 
O subjuntivo apresenta o fato de modo incerto, 
impreciso, duvidoso. Normalmente é empregado em 
orações que dependem de outras (subordinadas). 
Viajaríamos se fizesse calor. 
 
1. Presente – é empregado nas orações subordinadas 
para expressar fatos presentes ou futuros. 
 É justo que eles fiquem. (presente) 
 Desejo que todos compareçam. (futuro) 
 
Em orações independentes, é utilizado para 
exprimir desejo. 
 Deus me proteja. 
 Que a terra lhes seja leve! 
 
2. pretérito imperfeito – indica uma ação passada, 
presente ou futura em relação ao verbo da oração 
principal. 
 
Se neste momento eu tivesse coragem, contaria a 
verdade. (presente) 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 25 
Mesmo que saísse antes, não teria chegado a 
tempo. (passado) 
Ficaria feliz se ele fosse à minha casa. (futuro) 
 
3. futuro – é empregado em orações 
subordinadas para indicar eventualidade no 
futuro. 
Farei o trabalho se tiver tempo. 
 
MODO IMPERATIVO 
O imperativo exprime uma atitude de ordem, 
solicitação, convite ou conselho. É empregado em 
orações absolutas, principais ou coordenadas. 
Como o imperativo pode exprimir várias 
atitudes do falante, a entoação da frase será 
fundamental para veicular a ideia pretendida. 
No imperativo, o falante sempre se dirige a um 
interlocutor; por isso, esse modo verbal só possui as 
formas que admitem um interlocutor (segundas e 
terceiras pessoas; primeira pessoa do plural). 
 
Prestem atenção! (ordem) 
Empreste-me o livro, por favor. (solicitação) 
Venha à festa do meu aniversário. Será lá em 
casa. (convite) 
Não guarde rancor, pode lhe dar uma gastrite. 
(conselho) 
 
Emprego do infinitivo 
 
Além do infinitivo impessoal, nossa língua 
apresenta também o infinitivo pessoal (ou 
flexionado). Não há propriamente regras que 
determinem o emprego do infinitivo; o que se 
observa são tendências e usos consagrados por 
competentes usuários do português. 
 
Infinitivo impessoal 
 
Emprega-se o infinitivo impessoal: 
- quando ele não estiver se referindo a sujeito 
algum. 
É preciso sair. 
- na função de complemento nominal (virá regido 
de preposição): 
Esses exercícios eram fáceis de resolver. 
- quando ele faz parte de uma locução verbal: 
Eles deviam ir ao cinema. 
- quando, dependente dos verbos deixar, fazer, 
ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito um 
pronome oblíquo: 
Mandei-os sair Deixei-as falar. 
 
- quando ele tem valor de imperativo: 
Fazer silêncio, por favor. 
 
Infinitivo pessoal 
 
Emprega-se o infinitivo pessoal quando ele tiver 
sujeito próprio (expresso ou implícito), diferente do 
sujeito da oração principal. 
O remédio era ficarmos em casa. 
O costume é os jovens falarem e os velhos 
ouvirem. 
 
No primeiro exemplo, o sujeito do infinitivo 
ficarmos é nós (implícito), diferente do sujeito da 
oração principal, que é o remédio. No segundo, os 
infinitivos falarem e ouvirem apresentam como sujeito, 
os jovens e os velhos (expressos), diferentes do sujeito 
da oração principal, que é o costume. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 26 
PRONOME 
 
 É a palavra que substitui ou determina o nome. 
 De acordo com essas funções, o pronome 
pode ser classificado em pronome substantivo ou 
pronome adjetivo. 
 
 PRONOME SUBSTANTIVO - É aquele que 
substitui o substantivo. 
 Ex.: A casa é tua? 
 Ele foi embora. 
 
 PRONOME ADJETIVO - É aquele que 
acompanha o substantivo, determinando-o. 
 Ex.: Meu irmão viajou e levou minha mochila. 
 
Os pronomes classificam-se em: 
 
PESSOAIS, POSSESSIVOS, DEMONSTRATIVOS, 
INDEFINIDOS, INTERROGATIVOS E RELATIVOS. 
 
1. PRONOMES PESSOAIS 
 
 Substituem as três pessoas gramaticais 
RETOS OBLÍQUOS 
eu 
tu 
ele, ela 
nós 
vós 
eles, elas 
me, mim, comigo 
te, ti, contigo 
se, lhe, o, a, si, consigo, ele, ela 
nos, conosco 
vos, convosco 
se, lhes, os, as, si, consigo, eles, 
elas 
 
OS PRONOMES OBLÍQUOS PODEM SER: ÁTONOS E 
TÔNICOS 
 PRONOME OBLÍQUO REFLEXIVO - É o pronome 
oblíquo da mesma pessoa do pronome reto, 
significando a mim mesmo, a ti mesmo, etc. 
 Ex.: Eu me vesti rapidamente. 
 PRONOME OBLÍQUO RECÍPROCO - É representado 
pelos pronomes nos, vos, se, quando traduzem a ideia 
de um ou outro, reciprocamente. 
 Ex.: Nós nos cumprimentamos. 
 Eles se abraçaram. 
 
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 
 
 Os pronomes oblíquos o, a, os, as, podem assumir 
as seguintes formas: 
 a) lo, los, la, las, depois de verbos terminados em 
r, s, z 
 Ex.: Os habitantes resolveram matá-lo 
 Fizemo-lo sair. 
 Meu filho brincava. Fi-lo estudar. 
 
 b) no, nos, na, nas, depois de verbos terminados 
em ditongo nasal (am, em, ão, õe) 
 Ex.: Ouçam-na. 
 Peguem-no. 
 Eles não vendem o produto. Dão-no aos 
pobres. 
 Eles não têm certeza dessas resoluções. 
Supõe-nas. 
 
 c) As formas tônicas dos pronomes oblíquos 
sempre vêm precedidas de preposição. 
 Ex.: Não houve nada entre mim e ti. 
 
Obs.: Se houver um verbo acompanhando o pronome, 
este será pessoal do caso reto. 
 Ex.: Empreste o livro para eu ler. 
 Disseram que é para tu viajares. 
 
 d) As formas conosco e convosco serão 
substituídas por com nós e com vós se vierem seguidas 
de numeral ou de palavra como: todos, outros, 
mesmos, próprios, ambos. 
 Ex.: Deixaram o recado com nós mesmos. 
 Falei também com vós todos. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 27 
 e) A forma consigo só se utiliza quando o 
sujeito da frase for uma 3ª pessoae o pronome 
referir-se a esse mesmo sujeito. 
 Ex.: Ela trazia a prova consigo. 
 
 f) Se a palavra até tiver o valor de mesmo, 
também, inclusive, usa-se a forma reta do 
pronome. Ex.: Até eu tive problemas 
com essa empresa. 
 
 g) Os pronomes oblíquos podem ser usados 
como possessivos. 
 Ex.: Não lhe entendo a intenção. (lhe = sua) 
 
 h) Os pronomes o(s), a(s) são usados como 
objeto direto e o pronome lhe(s) como objeto 
indireto. 
 Ex.: Isto o compromete. 
 Isto lhe convém. 
 i) Os pronomes pessoais do caso reto de 3ª 
pessoa podem contrair-se com as preposições de 
ou em. 
 Ex.: Ninguém cuida de melhorar a sorte dele. 
 
 j) Quando esses pronomes exercem a função 
de sujeitos, essa contração não deve haver. 
 Ex.: É capaz de ele não poder chegar. 
 
 k) Na linguagem coloquial, o pronome nós é 
frequentemente substituído por a gente. O verbo 
deverá ficar na 3ª pessoa do singular. 
 Ex.: É verdade que a gente está só. 
 
PRONOMES DE TRATAMENTO 
 
Você v. tratamento 
familiar 
Vossa Alteza V.A príncipes , 
duques 
Vossa Eminência V.Em.ª cardeais 
Vossa Excelência V.Ex.ª altas autoridades 
Vossa Magnificência V.Mag.ª reitores 
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores 
Vossa Meritíssima juizes de direito 
Vossa Onipotência Deus 
Vossa 
Reverendíssima 
V.Rev.ª sacerdotes 
 Vossa Senhoria V.S.ª altas autoridades 
 Vossa Santidade V.S. papa 
 
 Emprega-se vossa quando 2ª pessoa, isto é, em 
relação a quem falamos. 
 Emprega-se sua quando 3ª pessoa, isto é, em 
relação à de quem falamos. 
 
2. PRONOMES POSSESSIVOS 
 
 Indicam aquilo que pertence a cada uma das 
pessoas gramaticais. 
 
 1ª: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s) 
 2ª: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) 
 3ª: seu(s), sua(s) 
 
 Esses pronomes nem sempre indicam posse. 
Podem indicar afetividade, cortesia, cálculo 
aproximado, valor indefinido. 
 Ex.: Meu caro amigo. 
 Não se incomode, meu filho. 
 Ana, com seus três anos, não era nenhum 
anjo. 
 Ela tem lá suas manias. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 28 
 Os pronomes seu(s), sua(s) podem referir-se à 
2ª e à 3ª pessoas. Por isso, seu emprego pode gerar 
ambiguidade. 
 Ex.: Ele saiu com sua namorada. 
 A forma seu não é um possessivo quando 
resultar da alteração fonética da palavra senhor: 
 Ex.: Muito obrigado, seu Eduardo. 
 
 
3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS 
 
 São pronomes que situam o ser no espaço e no 
tempo, tomando como ponto de referência as três 
pessoas gramaticais. 
 
Variáveis Invariáveis 
este(s), esta(s) 
esse(s), essa(s) 
aquele(s), aquela(s) 
 isto 
 isso 
 aquilo 
 
 As palavras o, a, os, as, mesmo, próprio, 
semelhante e tal podem ser pronomes 
demonstrativos. 
 Ex.: Hoje o que vejo é muita violência. (o = 
aquilo) 
 Eles viram tal grandeza. 
 Nunca ouvi semelhante besteira. 
 
 Este, esta, isto, indicam o tempo presente em 
relação ao falante. 
 Ex.: Esta noite está bonita. 
 
 Esse, essa, isso indicam o tempo passado ou o 
futuro pouco distante. 
 Ex.: Procurei Frederico essa noite. 
 
 Aquele, aquela, aquilo indicam tempo muito 
distante em relação ao falante. 
 Ex.: Naquele tempo não havia noite. 
 Para situar o que já foi anteriormente expresso: 
esse, essa, isso. 
 Ex.: Encontramos várias soluções. Essas 
soluções são boas. 
 
 Para situar o que vai ser expresso, utiliza-se este, 
esta, isto. 
 Ex.: O fato é este: estamos sem dinheiro. 
 
 O pronome este retoma o elemento anterior mais 
próximo e aquele retoma o mais distante. 
 Ex.: Jogarão hoje Alemanha e Brasil, este com 
um futebol mais criativo e aquele com um 
mais calculado. 
 
4. PRONOMES INDEFINIDOS 
 Referem-se à 3ª pessoa gramatical de modo vago, 
indeterminado. 
 
 Variáveis Invariáveis 
algum(a), alguns, algumas 
nenhum(a), nenhuns, 
nenhumas 
bastante, bastantes 
todo(s), toda(s) 
outro(s), outra(s) 
muito(s), muita(s) 
pouco(s), pouca(s) 
certo(s), certa(s) 
vário(s), vária(s) 
tanto(s), tanta(s) 
quanto(s), quanta(s) 
qualquer, quaisquer 
alguém 
ninguém 
tudo 
outrem 
nada 
cada 
algo 
quem 
menos 
mais 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 29 
5. PRONOMES INTERROGATIVOS 
 São aqueles empregados na formulação de 
perguntas. 
 Ex..: Quem chegou? 
 Os pronomes interrogativos são que, quem, 
quanto, como, onde e qual. 
 
6. PRONOMES RELATIVOS 
 Referem-se a termos já expressos e, ao mesmo 
tempo, introduzem uma oração dependente. 
 Ex.: Esta é a pessoa que eu amo. 
 
Variáveis Invariáveis 
o qual, a qual, os quais, as quais 
cujo(s), cuja(s) 
quanto(s), quanta(s) 
que 
quem 
onde 
 
 
CONJUNÇÃO 
 
 Conjunções são palavras invariáveis que unem 
termos de uma oração ou unem orações. As 
conjunções podem relacionar termos de mesmo 
valor sintático ou orações sintaticamente 
equivalentes - as chamadas orações coordenadas - 
ou podem relacionar uma oração com outra que 
nela desempenha função sintática - 
respectivamente, uma oração principal e uma 
oração subordinada. 
 
 Ex.: Nossa realidade social é precária e nefasta. 
 A situação social do país é precária, mas 
ainda existem aqueles que só buscam 
privilégios pessoais. 
 Não se pode deixar de perceber que a 
situação social do país é precária. 
 
 São chamados locuções conjuntivas os 
conjuntos de palavras que atuam como conjunções. 
Essas locuções geralmente terminam em que: visto 
que, desde que, ainda que, por mais que, à medida que, 
à proporção que, etc. 
 Os mesmos critérios de classificação aplicados às 
conjunções simples são aplicados às locuções 
conjuntivas. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 As conjunções são primeiramente classificadas em 
coordenativas e subordinativas, de acordo com o tipo 
de relação que estabelecem. As conjunções 
coordenativas ligam termos ou orações sintaticamente 
equivalentes. As conjunções subordinativas ligam uma 
oração a outra que nela desempenha função sintática; 
em outras palavras, ligam uma oração principal a uma 
oração que lhe é subordinada. 
 De acordo com o sentido das relações que 
estabelecem, as conjunções coordenativas são 
classificadas em: 
 
a) Aditivas (exprimem adição, soma): e, nem, não só... 
mas também, etc.; 
 
b) Adversativas (exprimem oposição, contraste): mas, 
porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, 
não obstante, etc.; 
c) Alternativas (exprimem alternância ou exclusão): 
ou, ou... ou..., ora..., ora, já... já, etc; 
 
d) Conclusivas (exprimem conclusão): logo, portanto, 
por conseguinte, pois (posposto ao verbo), etc.; 
 
e) Explicativas (exprimem explicação): pois (anteposto 
ao verbo), que, porque, porquanto. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 30 
 Já as conjunções subordinativas são 
classificadas em: 
 
a) Integrantes (introduzem orações subordinadas 
substantivas): que, se, como; 
 
b) Causais (exprimem causa): porque, como, uma 
vez que, visto que, já que, etc.; 
c) Concessivas (exprimem concessão): embora, 
ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de 
quê, etc.; 
 
d) Condicionais (exprimem condição ou hipótese): 
se, caso, desde que, contanto que, etc.; 
 
e) Conformativas (exprimem conformidade): 
conforme, consoante, segundo, como, etc.; 
 
f) Comparativas (estabelecem comparação): 
como, mais... (do) que, menos... (do) que, etc.; 
 
g) Consecutivas (exprimem consequência): que, de 
sorte que, de forma que, etc.; 
 
h) Finais (exprimem finalidade): para que, a fim de 
que, que, porque, etc.; 
 
i) Proporcionais (estabelecem proporção): à 
medida que, à proporção que, ao passo que, 
quanto mais..., menos..., etc.; 
 
j) Temporais (indicam tempo): quando, enquanto, 
antes que, depois que, desde que, logo que, 
assim que, etc. 
 
 
 
 
 
 
INTERJEIÇÃO 
 
 Interjeições são palavras invariáveis que exprimem 
emoções, sensações, estados de espírito,ou que 
procuram agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar 
determinados comportamentos sem que se faça uso de 
estruturas linguísticas mais elaboradas. 
 
Observe: 
 Ah!  pode exprimir prazer, deslumbramento, 
decepção; 
 
 Psiu!  pode indicar que se está querendo atrair a 
atenção do interlocutor ou que se quer que ele faça 
silêncio. 
 Em alguns casos, há um conjunto de palavras que 
atua como uma interjeição: são as locuções 
interjectivas, como Valha-me Deus! ou Macacos me 
mordam! 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 31 
VOZES DO VERBO 
VOZ ATIVA: sujeito pratica a ação do verbo. 
Maria pintou o quarto. 
 
VOZ PASSIVA: sujeito sofre a ação do verbo. Só 
V.T.D. 
 Maria foi agredida pelo noivo. 
 Comeu-se o bolo 
 
VOZ REFLEXIVA: sujeito pratica e sofre a ação do 
verbo. 
Maria se pintou. 
Os noivos se beijaram. 
 
 
 A VOZ PASSIVA PODE SER: 
 
1. Analítica (Verbal): com locução verbal 
v. SER + v. principal no particípio (-ADO/-IDO). 
 
 Sujeito sofre a ação; o agente da passiva pratica. 
O texto será corrigido por um professor. 
 
OU 
 
2. Sintética (Pronominal): com pronome 
apassivador 
V.T.D.+ SE (pron. apassivador). 
Perdeu-se a oportunidade. (= A oportunidade foi 
perdida) 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSFORMAÇÃO DE VOZ VERBAL 
 
Como passar da voz ativa para a passiva 
 
Lembre-se: só passa para a voz passiva VTD. 
 
1º. Transforme o Objeto Direto em sujeito da 
passiva; 
 
2º. Transforme o verbo da oração em locução 
verbal, acrescentando verbo auxiliar SER antes 
do principal (no particípio: –ADO/-IDO), sempre 
respeitando o mesmo tempo utilizado na ativa; 
 
3º. Transforme o sujeito em agente da passiva, 
introduzido por preposição (POR/DE). 
 
Fixação 
Transformação para a passiva das frases abaixo. 
 
A menina colheu a flor. (voz ativa) 
= 
A flor foi colhida pela menina. (voz passiva) 
 
 
A menina havia colhido a flor. (voz ativa) 
= 
A flor havia sido colhida pela menina. (voz passiva) 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 32 
V
A
R
IÁ
V
EI
S 
IN
V
A
R
IÁ
V
EI
S 
Como passar da voz passiva para a ativa 
 
1º. Transforme o agente da passiva em sujeito; 
 
2º. Transforme a locução verbal em VTD, 
retirando o verbo auxiliar SER, sempre 
respeitando o mesmo tempo utilizado na 
passiva. 
 
3º. Transforme o sujeito em OD da ativa. 
 
Obs.: se não houver agente da passiva, o verbo 
(na passagem para a ativa) ficará na 3ª pessoa 
do plural, indicando indeterminação do sujeito. 
 
Fixação 
Transformação para a ativa das frases abaixo. 
O cão fora atropelado pelo guarda. (voz passiva) 
= 
O guarda atropelara o cão. (voz ativa) 
 
 
A carta tinha sido entregue. (voz passiva) 
= 
Tinham entregado a carta. (voz ativa) 
 
Exemplos da transformação de vozes verbais 
Colheram as flores. (voz ativa) 
 O.D. 
= 
 
Colheram-se as flores. (voz passiva sintética) 
 SUJEITO 
= 
 
As flores foram colhidas. (voz passiva analítica) 
SUJEITO 
MORFOSSINTAXE 
 
1. Substantivo: palavra nuclear 
 
2. Artigo 
 
3. Numeral 
 PALAVRAS ADJETIVAS 
4. Adjetivo referem-se a substantivo 
 e concordam com ele 
5. Pronome 
 Refere-se ao sujeito|=| 
6. Verbo 
 Se incompleto, 
 pede complemento |OD, OI, AP| 
 
 verbo 
7. Advérbio refere-se a adjetivo 
 (modificando) advérbio. 
 não concorda 
 
8. Preposição: liga termos, introduz orações reduzidas. 
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, 
entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 
 
9. Conjunção: liga orações. As coordenativas (e, nem, 
ou...) também ligam termos 
 
10. Interjeição: exprime sentimento repentino, indica 
saudação, apelo. Ai! Oh! Oi. Bom dia! Pelo amor da 
vaca preta! 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 33 
V
A
R
IÁ
V
E
IS
 
 
N
Ã
O
-E
X
P
R
ES
SO
 
 
SINTAXE 
 
 
TERMOS DA ORAÇÃO 
 
 SUJEITO É o termo ao qual o verbo se refere e 
com que deve concordar. 
 
 
TIPOS DE SUJEITO 
 
1. INEXISTENTE: com verbos impessoais. 
 
2. SIMPLES: um único núcleo. 
Núcleo: palavra fundamental 
Uma grande mesa de mármore sumiu. 
 
3. COMPOSTO: mais de um núcleo. 
O pai da noiva e o noivo choravam. 
 
 
4. OCULTO/ELÍPTICO/DESINENCIAL 
Fomos à feira. (nós) 
Desce daí. (tu) 
 
5. INDETERMINADO: 
 Verbo na 3ª pessoa do plural, sem sujeito 
expresso ou subentendido. (Tocaram a 
campainha) 
 
 Verbo na 3ª pessoa do singular (menos o 
VTD/VTDI) com o índice de indeterminação 
do sujeito SE. (Vive-se pouco. Aqui se 
trabalha.) 
 
 
 
 
PREDICAÇÃO DO VERBO 
OS VERBOS PODEM SER: 
NÃO-NOCIONAIS 
Verbo auxiliar (só tem função sintática) 
Verbo de ligação 
 
NOCIONAIS (DE AÇÃO) 
Verbo intransitivo 
Verbo transitivo direto 
Verbo transitivo indireto 
Verbo transitivo direto e indireto 
 
DE LIGAÇÃO: liga sujeito a predicativo (característica do 
sujeito). 
Ser, estar, ficar e sinônimos. 
Predicativo: exprime estado ou qualidade. 
Eu fiquei triste. Mauro anda cansado. 
Ela continua séria. 
 
INTRANSITIVO: não pede complemento substantivo 
(mas pode pedir complemento adverbial). 
A menina cresceu. A cidade dormia. Moro em Belém. 
 
TRANSITIVO: pede complemento substantivo. 
Conhecia Paris. O livro pertence a mim. 
 
 DIRETO: não exige preposição. Complemento: O.D. 
Carlos encontrou um troféu. 
Descobri a fórmula. 
 INDIRETO: exige preposição. Complemento: O.I. 
Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, 
desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, 
sobre e trás. 
Acredita em nós. A vitória dependia de sorte. 
 DIRETO e INDIRETO: complementos: O.D. e O.I. 
Devo favores a papai. Ofereci comida ao mendigo. 
 
EX
P
R
ES
SO
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 34 
TE
R
M
O
S 
Q
U
E 
SE
 
R
EF
ER
EM
 A
 N
O
M
E 
TE
R
M
O
S 
Q
U
E 
SE
 
R
EF
ER
EM
 A
 V
ER
B
O
 
SINTAXE DA ORAÇÃO 
 
1. SUJEITO(substantivo) termo essencial 
 
2. OBJETO DIRETO  (substantivo) completa 
sentido de VTD sem preposição, não ocorre 
na voz passiva. (O.D. se transforma em 
sujeito na VOZ PASSIVA) 
 
3. OBJETO INDIRETO  (substantivo) 
completa VTI c/ preposição. 
 
4. AGENTE DA PASSIVA  (substantivo) 
completa locução verbal, pratica a ação na 
voz passiva, é introduzido por preposição 
por ou de. 
 
5. ADJUNTO ADVERBIAL  (advérbio – sem 
preposição - ou locução adverbial – com 
preposição) indica circunstância de tempo, 
modo, lugar, instrumento... 
 
6. ADJUNTO ADNOMINAL  artigo, numeral, 
pronome, adjetivo ou locução adjetiva, 
juntos do nome. Indicam característica 
própria. (=É) 
 
7. PREDICATIVO  (adjetivo) 
DO SUJEITO é separado do nome por verbo 
ou vírgula, indica uma característica não-
própria. (=ESTAVA) 
DO OBJETO fica junto do nome, mas fica 
implícita a expressão “como sendo” e indica 
característica atribuída ao objeto pelo 
sujeito. 
 
8. APOSTO  substantivo  esclarece um 
termo anteriormente citado, geralmente 
com pontuação. 
 
9. COMPLEMENTO NOMINAL  (substantivo) 
completa o sentido de um nome incompleto 
que exige esse complemento 
preposicionado (regência nominal). 
 
10. VOCATIVO  (substantivo) 
chamamento, indica com quem se fala, vem 
separado por vírgula. 
TERMOS QUE SE REFEREM A VERBO 
1. OBJETO DIRETO: complemento verbal sem 
preposição. 
Poucas pessoas já leram esse livro. 
 VTD OD 
O objeto direto caracteriza-se pelo seguinte: 
 Frase com OD pode ser transpostapara a voz 
passiva. 
Eu aplaudi o cantor. (voz ativa) 
 VTD OD 
= 
O cantor foi aplaudido por mim. (v. passiva) 
 SUJEITO 
O OD da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva. 
Objeto direto preposicionado: a preposição, no 
entanto, não é exigida pelo verbo e pode até ser 
eliminada. 
A notícia surpreendeu a todos. 
SUJEITO VTD OD PREP. 
 
2. OBJETO INDIRETO: é o complemento verbal que, 
obrigatoriamente, vem iniciado por uma 
preposição. 
Muitos já desconfiavam de você. 
V.T.I. OBJ. IND. 
 
3. AGENTE DA PASSIVA: pratica a ação verbal na voz 
passiva, corresponde ao sujeito da ativa e sempre se 
inicia pela preposição POR/PELO e DE. 
 
Muitas árvores foram destruídas pelo vento. 
 suj paciente ag. da passiva 
 
4. ADJUNTO ADVERBIAL: termo que se relaciona ao 
verbo para acrescentar uma circunstância qualquer 
(tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida etc.). 
Talvez ele não vá à cidade hoje. 
 adj. adv. adj. adv. adj. adv. adj. adv. 
 de dúvida de negação de lugar de tempo 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 35 
TERMOS QUE SE REFEREM A NOME 
 
1. ADJUNTO ADNOMINAL: se relaciona a um 
nome (substantivo) para detalhar melhor esse 
nome. Pode ser artigo, numeral, pronome ou 
adjetivo. 
Pequenos flocos de espuma boiavam. 
adj. adn. nome adj, adn. 
 
2. PREDICATIVO: (adjetivo) termo que expressa 
uma característica, um estado, um modo de ser 
do nome. O predicativo relaciona-se ao nome 
sempre através de um verbo de ligação 
(expresso ou subtendido). 
 
O predicativo pode ser: 
Predicativo do sujeito: quando a característica 
é atribuída ao sujeito da oração. 
Os jogadores estavam nervosos. 
 suj. v. lig. predicat. do suj. 
 
Predicativo do objeto: quando a característica é 
atribuída ao objeto da oração. 
Ninguém considerou certa sua atitude. 
 suj. v.t.d. predicat. do obj. obj. dir. 
 
 Observe que o verbo de ligação está subtendido: 
Ninguém considerou (como sendo) certa sua 
atitude. 
 
3. COMPLEMENTO NOMINAL: relaciona-se a 
nomes de sentido incompleto a fim de 
completá-los. Assemelha-se ao objeto indireto, 
mas o objeto indireto inicia-se por uma 
preposição e completa o sentido de verbos, 
enquanto o complemento nominal completa o 
sentido de nomes. 
A população ficou revoltada com as mudanças.
 
 nome incomp. (adjetivo) compl. nom. 
 
4. APOSTO: explica melhor um termo anteriormente 
citado, esclarecendo-lhe o sentido. 
Explicativo: 
O veículo, um caminhão velho e torto, desapareceu. 
Denominativo 
A professora Genoveva chegou. 
 
 VOCATIVO 
O vocativo é um termo usado para chamar a 
atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não 
pertence nem ao sujeito, nem ao predicado da oração. 
A vida, meu pai, está triste agora. 
 suj. vocativo predicado 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO 
 
A classificação do predicado depende do tipo de verbo 
que ele contém. 
 
1. VERBAL: sem predicativo. 
Núcleo: verbo (de ação) 
O homem partiu cedo. 
 
2. NOMINAL: com verbo de ligação. 
Núcleo: predicativo do sujeito. 
O homem estava furioso. 
 
3. VERBO-NOMINAL: com verbo intransitivo ou 
transitivo + predicativo. 
Núcleos: verbo e predicativo. 
O homem partiu furioso. 
Achei minha cidade diferente 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 36 
DICAS 
 
PRONOMES OBLÍQUOS COMO OBJETOS 
 
O, A, OS, AS  sempre OD. 
 Todos O criticaram. 
 OD VTD 
 
LHE, LHESsempre OI. 
 Sempre LHE obedeço. 
 OI VTI 
ME, TE, SE, NOS, VOS a classificação depende do 
verbo. 
 Eu TE conheço.
 OD VTD 
 Eu TE obedeço. 
 OI VTI 
 
 
Os pronomes átonos me, te, nos, vos e lhe que 
assumem valor possessivo (=meu, teu, nosso, 
vosso, seu), classificam-se, em tais situações, como 
adjuntos adnominais. 
 
Corte-me o cabelo (=meu) 
 
Analisei-lhe a questão (=sua) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Termo preposicionado referindo-se a nome 
pode ser: 
 
ADJUNTO ADNOMINAL ou COMPLEMENTO NOMINAL 
 
Para distinguir um do outro: 
 
Analise o nome ao qual o termo preposicionado se 
refere: 
 
 Se o nome for substantivo concreto, o termo 
preposicionado é Adjunto Adnominal. 
 Ruas de terra 
 
 Se o nome for adjetivo ou advérbio, o termo 
preposicionado é Complemento Nominal. 
 Ele é rico de coceira 
 Moro perto da igreja 
 
 Se o nome for um substantivo abstrato que indicar 
uma ação, se o termo preposicionado PRATICAR a 
ação expressa pelo nome, é Adjunto Adnominal; se 
RECEBER a ação, é Complemento Nominal 
 A conquista do atleta 
Adjunto adnominal – pratica a ação do nome 
“conquista” 
 A conquista da medalha 
Complemento nominal – recebe a ação do nome 
“conquista” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 37 
COESÃO E COERÊNCIA. CONECTORES 
 
 
Coesão e coerência 
O texto é um conjunto harmônico de 
elementos, associados entre si por processos de 
coordenação ou subordinação. Os fonemas (sons da 
fala), representados graficamente pelas letras, se 
unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez, 
ligam-se para formar as orações, que passam a se 
agrupar constituindo os períodos. A reunião de 
períodos dá origem aos parágrafos. Estes também 
se unem, e temos então o conjunto final, que é o 
texto. 
No meio de tudo isso, há certos elementos 
que permitem que o texto seja inteligível, com suas 
partes devidamente relacionadas. Se a ligação entre 
as partes do texto não for bem feita, o sentido 
lógico será prejudicado. Observe atentamente o 
trecho seguinte. 
 
Levantamos muito cedo. Fazia frio e a água 
havia congelado nas torneiras. 
Até os animais, acostumados com baixas 
temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em 
suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa 
caminhada matinal com as crianças. 
 
O trecho é composto por vários períodos, 
agrupados em dois segmentos distintos. No 
primeiro, fala-se do frio intenso e suas 
consequências; no segundo, a decisão de não fazer 
a caminhada matinal. O que aparece para fazer a 
ligação entre esses dois segmentos? A locução 
apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo, 
liga duas coisas contraditórias, opostas; mas o que 
segue a ele é uma consequência do frio que fazia 
naquela manhã. Dessa forma, no lugar de apesar 
disso, deveríamos usar por isso, por causa disso, em 
virtude disso etc. 
Conclui-se o seguinte: as partes do texto 
não estavam devidamente ligadas. Diz-se então que 
faltou coesão textual. 
Consequentemente, o trecho ficou sem 
coerência, isto é, sem sentido lógico. 
Resumindo, podemos dizer que a coesão é a 
ligação, a união entre partes de um texto; coerência 
é o sentido lógico, o nexo. 
Elementos conectores 
Qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as 
orações, os períodos ou os parágrafos podemos chamar 
de coesão. Toda palavra ou expressão que se refere a 
coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão,são elementos conectores. Os termos a que eles se 
referem podem ser chamados de referentes. Eis os 
conectores mais importantes: 
 
1) Pronomes pessoais, retos ou oblíquos 
Ex.: Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje. 
Ele = meu filho (referente) 
Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe. 
o = memorando (referente) 
 
2) Pronomes possessivos 
Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade. 
Sua = Pedro (de Pedro) 
 
3) Pronomes demonstrativos 
Os demonstrativos estão entre os mais 
importantes conectores da língua portuguesa. 
Frequentemente se criam questões de interpretação ou 
compreensão com base em seu emprego. Veja os casos 
seguintes. 
 
a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe. 
Isso = O filho está demorando. 
 
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando. 
Isto = o filho está demorando. 
 
Isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer 
referência a coisas ou fatos já citados no texto. Isto 
(este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que 
ainda serão citados no texto. 
 
c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele 
porque foi promovido; esta por ter recebido um 
presente. 
Aquele = homem esta = mulher 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 38 
Temos aqui uma situação especial de 
coesão: evitar a repetição de termos por meio do 
emprego de este (estes, esta, estas) e aquele 
(aqueles, aquela, aquelas). Não se usa, aqui, o 
pronome esse (esses, essa, essas). Com relação ao 
exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais 
afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo 
(mulher). 
 
4) Pronomes indefinidos 
Ex.: Naquela época, os homens, as mulheres, as 
crianças, todos acreditavam na vitória. 
 todos = homens, mulheres, crianças 
 
5) Pronomes relativos 
Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam. 
 (que= as quais) 
que = pessoas 
No caso do pronome relativo, o seu referente 
costuma ser chamado de antecedente. 
 
6) Pronomes interrogativos 
Ex.: Quem será responsabilizado? O rapaz do 
almoxarifado, por não ter conferido os materiais. 
Quem = rapaz do almoxarifado 
 
7) Substantivos 
Ex.: José e Helena chegaram de férias. Crianças 
ainda, não entendem o que aconteceu com o 
professor. 
Crianças = José e Helena 
 
8) Advérbios 
Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. Lá se tornou um 
homem. 
Lá = faculdade 
 
 
 
9) Preposições: ligam palavras dentro de uma mesma 
oração. Em casos excepcionais, ligam duas orações. Elas 
não possuem referentes no texto, simplesmente 
estabelecem vínculos. 
Ex.: Preciso de ajuda. 
 Morreu de frio. 
 
Nas duas frases, a preposição liga um verbo a 
um substantivo. Na primeira, em que introduz um 
objeto indireto (complemento verbal com preposição 
exigida pelo verbo), ela é destituída de significado. Diz-
se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em 
que introduz adjunto adverbial, ela possui valor 
semântico ou nocional, uma vez que a expressão que 
ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os 
principais valores semânticos das preposições. 
• De causa :Perdemos tudo com a seca. 
• De matéria: Trouxe copos de papel. 
• De assunto: Falavam de política. 
• De fim ou finalidade: Vivia para o estudo. 
• De meio: Falaram por telefone. 
• De instrumento: Feriu-se com a tesoura. 
• De condição: Ele não vive sem feijão. 
• De posse: Achei o livro de André. 
• De modo: Agiu com tranquilidade. 
• De tempo: Retomaram de manhã. 
• De companhia: Passeou com a irmã. 
• De afirmação: Irei com certeza. 
• De lugar : Ele veio de casa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 39 
SINTAXE DO PERÍODO 
 
CONCEITO 
a) FRASE: enunciado de sentido completo: 
Fogo! Fogo! Fogo! 
 
b) ORAÇÃO: enunciado construído em torno de 
um verbo ou locução verbal: 
A noite estava linda. Maria estava 
dormindo. 
 
c) PERÍODO: enunciado de sentido completo 
construído em torno de uma ou mais orações: 
Maria disse que viria. 
 
d) PERÍODO SIMPLES: contém uma só oração: 
A rua estava iluminada. 
 
e) PERÍODO COMPOSTO: frase com mais de uma 
oração . 
"Matamos o tempo: o tempo nos enterra." (M. A.) 
 1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES 
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 
Podem ser substituídas pela palavra ISSO. 
Disse que viria . (=Disse isso) 
 
Têm as funções próprias do substantivo e são 
introduzidas pelas conjunções integrantes que e se. 
 
1) SUBJETIVA - funciona como sujeito. 
 Ex.: É necessário que você fale a verdade. 
 Sabe-se que o jornal mentiu. 
 
2) OBJETIVA DIRETA - funciona como objeto direto. 
 Ex.: Espero que ele volte. 
 Não sabemos se ele veio. 
3) OBJETIVA INDIRETA - funciona como objeto 
indireto. 
 Ex.: Ele necessitava de que você o ajudasse. 
 
4) COMPLETIVA NOMINAL - funciona como 
complemento nominal. 
 Ex.: Tínhamos dúvida de que daria certo. 
 
5) PREDICATIVA - funciona como predicativo do 
sujeito. Aparece verbo de ligação na oração 
principal. 
 Ex.: Nossa esperança é que os povos vivam em 
paz. 
 
6) APOSITIVA - funciona como aposto. 
 Ex.: Queremos somente isto: que a distribuição de 
renda seja mais justa. 
 
 
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS 
Têm o valor e a função próprios do adjetivo. São 
introduzidas por pronomes relativos: que, o qual (e 
variações), quem, onde, cujo (e variações). 
 Ex.: Há situações que não desejamos nunca. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS 
ADJETIVAS: 
 
1) restritivas - são aquelas que restringem o sentido do 
termo a que se referem. 
 Ex.: Os homens que são honestos merecem nosso 
diálogo. 
 
2) explicativas - são aquelas que tomam o termo a que 
se referem no seu sentido amplo, destacando sua 
característica principal ou esclarecendo melhor sua 
significação. 
 Ex.: Os homens, que são seres racionais, merecem 
nosso diálogo. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 40 
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS 
 
 Funcionam como adjuntos adverbiais da 
oração principal. Aparecem introduzidas por 
conjunções subordinativas, com exceção das 
integrantes. 
 
1) temporais - exprimem ideia de tempo: quando, 
logo que, até que, sempre que, enquanto, assim 
que... 
 Ex.: Quando os gatos saem, os ratos fazem a 
festa. 
 
2) causais - exprimem ideia de causa: porque, já 
que, visto que, como, uma vez que... 
 Ex.: Como era doente, poucos queriam o seu 
trabalho. 
 
3) condicionais - exprimem ideia de condição: se, 
caso, desde que, contanto que... 
 Ex.: Caso ele venha cedo, iremos ao cinema. 
 
4) proporcionais - exprimem ideia de proporção: à 
medida que, à proporção que, quanto mais, 
quanto menos... 
 Ex.: À medida que chovia, a população ia 
deixando suas casas. 
 
5) finais - exprimem ideia de finalidade: para que, a 
fim de que... 
 Ex.: Fiz uma festa bonita, a fim de que todos 
gostassem. 
 
6) consecutivas - exprimem ideia de consequência: 
que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho)... 
 Ex.: Chorou tanto que a família se 
surpreendeu. 
 
7) conformativas - exprimem ideia de 
conformidade: como, segundo, conforme... 
 Ex.: O livro foi publicado como nós pedimos. 
 
8) concessivas - exprimem ideia contrária ao fato 
expresso na oração principal: embora, ainda que, se 
bem que... 
 Ex.: Embora chovesse, fomos à praia. 
 
9) comparativas - exprimem ideia de comparação: 
como, mais...que, menos...que... 
 Ex.: O ciclista era tão rápido quanto o 
pensamento. 
 
 
 
ORAÇÃO REDUZIDA: Oração subordinada com verbo 
em forma nominal. Sem conectivo. 
 
1) De infinitivo - substantiva, adjetiva ou adverbial. 
Eu era o único homem a sorrir. (adjetiva restritiva) 
 
2) De gerúndio - adjetiva ou adverbial. 
Chegando à cidade, receberás a carta. (adverbial 
temporal) 
 
3) De particípio – adjetiva e adverbial.Concedido o aumento, voltaremos. (adverbial 
condicional) 
 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS 
São as que iniciam as orações subordinadas. Podem ser: 
 
1) INTEGRANTES: são as únicas desprovidas de valor 
semântico; iniciam orações que completam o sentido 
da outra; tais orações são chamadas de subordinadas 
substantivas (= ISSO). 
São apenas duas: que e se 
Ex.: É bom que o problema seja logo resolvido. 
Veja se ele já chegou. 
Obs.: As palavras que e se, nos exemplos acima, iniciam 
orações que funcionam, respectivamente, como sujeito 
e objeto direto da oração principal. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 41 
2) CAUSAIS: iniciam orações que indicam a causa do 
que está expresso na oração principal. 
Principais conjunções: porque, pois, que, 
porquanto, já que, uma vez que, como, visto que, 
visto como. 
Ex.: O gato miou porque pisei seu rabo. 
Estava feliz pois encontrou a bola. 
Já que me pediram, vou continuar. 
Visto que vai chover, sairemos agora mesmo. 
Como fazia frio, pegou o agasalho. 
 
3) CONDICIONAIS: introduzem orações que 
estabelecem uma condição para que ocorra o que 
está expresso na oração principal. 
Principais conjunções: se, caso, desde que, a menos 
que, salvo se, sem que, contanto que, dado que, 
uma vez que. 
Ex.: Explicarei a situação, se isso for importante 
para todos. 
Caso me solicitem, escreverei uma nova carta. 
Você será aprovado, desde que se esforce mais. 
Contanto que todos participem da reunião, os 
projetos serão apresentados. 
Uma vez que ele tente, poderá alcançar o objetivo. 
 
4) CONCESSIVAS: começam orações com valor de 
concessão, isto é, ideia contrária à da oração 
principal. 
 
Principais conjunções: embora, ainda que, mesmo 
que, conquanto, posto que, se bem que, por mais 
que, suposto que, apesar de que, sem que, que, 
nem que. 
Ex.: Embora gritasse, não foi atendido. 
Perderia a condução mesmo que acordasse cedo. 
Conquanto estivesse com dores, esperou 
pacientemente. 
Posto que me tenham convidado bastante, não quis 
participar. 
Por mais que tentem explicar, o caso continua 
confuso. 
Sem que tenha grandes virtudes, é adorado por todos. 
Doente que estivesse, participaria da maratona. 
Fale, nem que seja por um minuto apenas. 
 
5) COMPARATIVAS: introduzem orações com valor de 
comparação. 
 
Principais conjunções: como, (do) que, qual, quanto, 
feito, que nem. 
 
Ex.: Ele sempre foi ágil como o pai. 
Maria estuda mais que a irmã. (ou do que) 
Estava parado feito uma estátua. 
Ele agiu tal qual eu lhe pedira. 
 
Observações 
a) Geralmente o verbo da oração comparativa é o 
mesmo da principal e fica subentendido. É o que ocorre 
nos cinco primeiros exemplos. 
b) As conjunções feito e que nem são de emprego 
coloquial. 
 
6) CONFORMATIVAS: principiam orações com valor de 
acordo em relação à principal. 
 
Principais conjunções: conforme, segundo, consoante, 
como. 
 
Ex.: Fiz tudo conforme me solicitaram. 
Segundo nos contaram, o jogo foi anulado. 
Pedro tomou uma decisão consoante determinava a sua 
consciência. 
Carlos é inteligente como os pais sempre afirmaram. 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 42 
7) CONSECUTIVAS: iniciam orações com valor de 
consequência. 
 
Principais conjunções: que (depois de tão, tal, 
tanto, tamanho, claros ou ocultos), de sorte que, 
de maneira que, de modo que, de forma que. 
Ex.: Falou tão alto que acordou o vizinho. 
Gritava que era uma barbaridade. (Gritava tanto ... ) 
Eu lhe expliquei tudo, de modo que não há motivos 
para discussão. 
 
8) PROPORCIONAIS: começam orações que 
estabelecem uma proporção. 
 
Principais conjunções: à proporção que, à medida 
que, ao passo que, quanto (em correlações do tipo 
quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, 
quanto mais ... menos, quanto menos ... mais, 
quanto maior...maior, quanto menor...menor). 
 
Ex.: Seremos todos felizes à proporção que 
amarmos. 
À medida que o tempo passava, crescia a nossa 
expectativa. 
O ar se tornava rarefeito ao passo que subíamos a 
montanha. 
Quanto mais nos preocuparmos, mais ficaremos 
nervosos. 
Quanto menos estudamos, menos progredimos. 
Quanto maior for o preparo, maior será a 
oportunidade. 
 
9) FINAIS: introduzem orações com valor de 
finalidade. 
 
Principais conjunções: para que, a fim de que, que, 
porque. 
 
Ex. : Fechou a porta para que os animais não 
entrassem. 
Trarei minhas anotações a fim de que você me 
ajude. 
Faço votos que sejas feliz. (= para que) 
Esforcei-me porque tudo desse certo. (= para que) 
10) TEMPORAIS: introduzem orações com valor de 
tempo. 
 
Principais conjunções: quando, assim que, logo que, 
antes que, depois que, mal, apenas, que, desde que, 
enquanto. 
 
Ex.: Cheguei quando eles estavam saindo. 
Assim que anoiteceu, fomos para casa. 
Mal a casa foi reformada, a família se mudou. 
Estávamos lá desde que ele começou a lecionar. 
Enquanto o filho estudava, a mãe fazia comida. 
 
Observações finais 
 
a) Apesar de e em que pese a são locuções prepositivas 
com valor de concessão. Ligam palavras dentro de uma 
mesma oração ou introduzem orações reduzidas de 
infinitivo. 
Ex.: Apesar do aviso de perigo, ele resolveu escalar a 
montanha. 
Apesar de ventar muito, fomos para a pracinha. 
Em que pese a vários pedidos do chefe, o caixa não fez 
serão. 
Em que pese a ter treinado bem, foi colocado na 
reserva. 
 
b) Algumas conjunções coordenativas às vezes ligam 
palavras dentro de uma mesma oração. 
 
Ex. Carlos e Rodrigo são irmãos. 
Não encontrei Sérgio nem Regina. 
Comprarei uma casa ou um apartamento. 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 43 
ORAÇÕES COORDENADAS 
 
São independentes, não exercem função sintática 
umas em relação às outras. Podem ser: 
 
1) ASSINDÉTICAS - são as orações não ligadas por 
conectivo, conjunção. 
 Ex.: Chegou, gostou, ficou para sempre. 
 
2) SINDÉTICAS - são as orações ligadas por 
conectivos, conjunções. 
 Ex.: Olho e sinto falta de alguma coisa nesta 
sala. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS 
SINDÉTICAS 
 
1) ADITIVAS - ideia de soma: e, nem, mas também, 
como também. 
 Ex.: Não veio nem telefonou. 
 
2) ADVERSATIVAS - ideia de contraste: mas, porém, 
todavia, contudo, no entanto, entretanto. 
 Ex.: A população quis falar ao prefeito, mas não 
foi atendida. 
 
3) ALTERNATIVAS - ideia de alternância: ou; 
ou...ou; ora...ora; já...já; quer...quer. 
 Ex.: Ora chama pela mãe, ora procura o pai. 
 
4) EXPLICATIVAS - expressam motivo: porque, que, 
pois (antes do verbo) 
 Ex.: Cubatão é uma vergonha nacional, pois é a 
cidade mais poluída do país. 
 
5) CONCLUSIVAS - ideia de conclusão: logo, 
portanto, por conseguinte, pois (depois do 
verbo). 
 Ex.: Falta carne no mercado; conheça, pois, a 
comida vegetariana. 
CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS 
 
Conjunções coordenativas 
 
São as que iniciam orações coordenadas. 
Podem ser: 
 
1) ADITIVAS: estabelecem uma adição, somam coisas 
ou orações de mesmo valor. 
 
Principais conjunções: e, nem, (não só) mas também, 
(não só) como também, senão também, como, bem 
como, quanto, tampouco. 
Ex. : Fechou a porta e foi tomar café. 
Não trabalha nem estuda. 
Tanto lê como escreve. 
Não só pintava, mas também fazia versos. 
 
2) ADVERSATIVAS: estabelecem ideias opostas, 
contrastantes. 
 
Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia, 
entretanto, no entanto, não obstante, senão, que. 
Ex.: Correu muito, mas não se cansou. 
As árvores cresceram, porém não estão bonitas. 
Falou alto, todavia ninguém escutou. 
Peça isso a outra pessoa, que não a mim. 
 
Obs.: Às vezes, a palavra e, normalmente aditiva, 
assume valor adversativo. 
Ex.: Fiz muito esforço e nada consegui, (mas nada 
consegui)3) CONCLUSIVAS: estabelecem conclusões a partir do 
que foi dito inicialmente. 
 
Principais conjunções: logo, portanto, por conseguinte, 
pois (colocada depois do verbo), por isso, então, 
assim, em vista disso. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 44 
Ex.: Chegou muito cedo, logo não perdeu o início do 
espetáculo. 
É bastante cuidadoso; consegue, pois, bons 
resultados. 
Estava desanimado, por conseguinte deixou a 
empresa. 
 
4) ALTERNATIVAS: ligam ideias que se alternam ou 
mesmo se excluem. 
 
Principais conjunções: ou, ou ... ou, ora ... ora, já .. 
.já, quer...quer, seja... seja. 
 
Ex.: Faça sua parte, ou procure outro emprego. 
Ora narrava, ora comentava. 
"Já atravessa as florestas, já chega aos campos do 
Ipu. " (J.A.) 
 
5) EXPLICATIVAS: justificam o que se diz na 1ª 
oração. 
 
Principais conjunções: porque, pois, que, 
porquanto. 
Ex.: Chorou muito, porque os olhos estão inchados. 
Choveu durante a madrugada, pois o chão está 
alagado. 
Volte logo, que vai chover. 
Era uma criança estudiosa, porquanto tirava boas 
notas. 
 
Obs.: Depois de imperativo, elas só podem ser 
coordenativas explicativas, como no terceiro 
exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
CONJUNÇÕES COM MAIS DE UM VALOR 
 
Mas pode ser: 
a) Coordenativa adversativa (=porém) 
b) Coordenativa aditiva (seguida de também; equivale a 
como) 
 
E pode ser: 
a) Coordenativa aditiva 
b) Coordenativa adversativa (= mas) 
c) Coordenativa conclusiva. (=portanto) 
 
Pois pode ser: 
a) Coordenativa explicativa/causal (=porque) 
b) Coordenativa conclusiva (=portanto) 
 
Porque pode ser: 
a) Coordenativa explicativa/causal 
b) Subordinativa final (= para que) 
 
Uma Vez Que pode ser: 
a) Subordinativa causal (= porque) 
b) Subordinativa condicional (=se = caso) 
 
Como pode ser: 
a) Coordenativa aditiva (= e) 
b) Subordinativa causal (= Porque) 
c) Subordinativa comparativa (=tal qual) 
d) Subordinativa conformativa (=conforme) 
 
Se pode ser: 
a) Subordinativa condicional (= caso) 
b) Subordinativa integrante (oração = ISSO) 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 45 
Desde Que pode ser: 
a) Subordinada condicional (=se = caso) 
b) Subordinativa temporal (=momento) 
 
Sem Que pode ser: 
a) Subordinativa condicional (=se = caso) 
b) Subordinativa concessiva (=embora) 
 
Quanto pode ser: 
a) Coordenativa aditiva 
b) Subordinativa comparativa 
c) Subordinativa proporcional 
 
Porquanto é sempre igual a Porque 
Conquanto é sempre igual a Embora 
 
FUNÇÕES DA PALAVRA SE 
 
1. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL 
(= CASO) 
Se não chover, partiremos à tarde. 
 
2. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE 
(ORAÇÃO=ISSO) 
Ninguém sabe se ele venceu a partida 
 
3. PRONOME REFLEXIVO 
(=A SI MESMO) 
Sujeito pratica e sofre a ação 
O lenhador machucou-se com a foice. 
(=machucou a si mesmo) 
 
4. PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO 
(= UM AO OUTRO) 
Ação mútua 
Pai e filho abraçaram-se emocionados. 
(=abraçaram um ao outro) 
5. PARTE INTEGRANTE DO VERBO 
Com verbos pronominais. Arrepender-se, 
apaixonar-se, referir-se, suicidar-se. 
Os atletas queixaram-se do tratamento recebido. 
 
6. PARTÍCULA EXPLETIVA (OU DE REALCE) 
Usada para enfatizar a ação verbal. com V.I.: ir-se. 
Lá se vai mais um caminhão de verduras. 
 
7. PRONOME APASSIVADOR 
(VTD + SE) 
Usado para indicar que o sujeito recebe a ação 
verbal. A frase pode passar para a voz passiva analítica . 
Reformam-se móveis. 
= 
(Móveis são reformados) 
 
8. ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO 
Indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de 
oração não admite a passagem para a voz passiva 
analítica e o verbo estará sempre na 3ª pessoa do 
singular. 
Vive-se bem naquele país. 
Precisava-se de mais funcionários. 
 
FUNÇÕES DO “QUÊ” 
 
1. SUBSTANTIVO: antecedido por artigo, pronome 
adjetivo ou numeral, é sempre acentuada (quê). 
Ex. A decisão do tribunal teve um quê de corrupção. 
 
2. PRONOME ADJETIVO: aparece antes de 
substantivos, apenas modificando-o . 
Ex. Que mulher linda!! 
 
3. ADVÉRBIO: intensifica adjetivos e advérbios. Pode 
ser substituído por quão ou muito; é usado em 
frases exclamativas. 
Ex. Que linda essa garota! 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 46 
4. PREPOSIÇÃO: equivale à preposição de em 
locuções verbais que tenham, como auxiliares, 
ter ou haver. 
Ex. Temos que estudar bastante. 
 Tive que trazer tudo. 
 
5. INTERJEIÇÃO: exprime emoção, estado de 
espírito; é sempre exclamativa e acentuada 
(quê). 
Ex. Quê?! Você não viajou?? 
 
6. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE: 
empregado para realce ou ênfase; sua retirada 
não altera o sentido da frase. Pode ser usado 
com o verbo ser, na locução é que. 
Ex. Nós é que precisamos de ajuda. 
 Eles que o procuraram. 
 
7. PRONOME INTERROGATIVO: empregado em 
frases interrogativas. 
Ex. Vocês farão o quê? 
 
8. PRONOME INDEFINIDO: aparece antes de 
substantivos em frases geralmente 
exclamativas. Pode ser substituído por 
quanto(s), quanta(s). 
Ex. Que sujeira!! 
 
9. PRONOME RELATIVO: aparece após 
substantivos, podendo ser substituído por o(a) 
qual, os(as) quais. 
 Ex. É belíssima a garota que (= a qual) me 
apresentaste. 
 
10. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA: inicia 
oração coordenada sindética aditiva; (=e). 
 Ex. Estudava que estudava, mas não assimilava 
a matéria. 
 
 
11. CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA: inicia 
oração coordenada sindética explicativa. (=pois ou 
porque) 
Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar. 
 
12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA: inicia 
oração coordenada sindética adversativa. Indica 
oposição, ressalva, apresentando valor equivalente 
a mas. 
Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa 
tarefa. 
 
13. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: inicia 
oração subordinada substantiva (=ISSO). 
Ex. Julgo que sua ascensão foi rápida. 
 Julgo ISSO 
 
14. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA: 
inicia oração subordinada adverbial consecutiva; 
aparece, em geral, nas expressões tão... que, 
tanto... que, tamanho... que e tal... que. 
Ex. Esforçou-se tanto, que desmaiou. 
 
15. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: 
inicia oração subordinada adverbial comparativa; 
aparece nas expressões mais... que, menos... que. 
Ex. Ele é mais chato que o tio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 47 
PONTUAÇÃO 
 
 
1. PONTO ( . ) 
 É usado para finalizar uma frase declarativa ou 
imperativa. 
 Ex.: A noite está bonita. 
 Estude bastante. 
 
2. DOIS PONTOS ( : ) 
 São usados: 
 a) para indicar a fala das personagens. 
 Ex.: E o vizinho disse: 
  Preciso conversar com ele. 
 b) antes de uma citação. 
 Ex.: O trabalhador gritou: "Avante, Brasil!" 
 c) nas enumerações 
 Ex.: Isto é tudo o que eu quero da vida: o 
saber e o amor. 
 d) para anunciar uma explicação. 
 Ex.: Duas coisas são vitais para um mundo 
melhor: honestidade e paz. 
 
3. TRAVESSÃO (  ) 
 É usado: 
 a) para indicar a fala da personagem num 
diálogo. 
 Ex.:  Quantos quilos você trouxe? 
  Dois quilos. E você? 
 
 b) para destacar ou intercalar palavras, 
expressões, frases, equivalendo aos parênteses: 
 Ex.:  Fica na moita  disse baixinho o 
camarada  e não espalha. 
 
 c) para ligar palavras em cadeia de um itinerário. 
 Ex.:  Fiz uma viagem CuritibaFoz do 
Iguaçu. 
4. PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) 
 
 Usado nas frases interrogativas diretas. 
 Ex.: Quem disse isso? 
 
5. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) 
 
 Empregado nas frases exclamativas e imperativas. 
 Ex.: Que dia maravilhoso! 
 Não diga nada! 
 
6. PONTO E VÍRGULA ( ; ) 
 É usado : 
 
a) para indicar pausa maior que a da vírgula.Ex.: A prece do pobre é um pedido; a do rico, um 
recibo 
 
b) separar partes de períodos que já apresentam 
divisões assinaladas por vírgulas. 
Ex.: A terra é redonda; meu pai, quadrado. 
 
c) separar os itens de enunciados enumerativos. 
Ex.: Compramos três filhotes: o primeiro, macho, de 
capa preta; o segundo, também macho, 
predominantemente marrom; o terceiro, uma 
fêmea, brincalhona e de olhinhos carentes. 
 
d) separar orações coordenadas extensas. 
 Ex.: Cheguei a supor que fosse uma cilada; mas 
adverti logo que havia outros meios de capturar-me 
 
7. ASPAS (" ") 
São usadas: 
 a) nas citações ou transcrições 
 Ex.: Como disse Fernando Pessoa: "O poeta é um 
fingidor." 
 b) na referência a títulos de livros. 
 Ex.: Machado de Assis escreveu "Dom 
Casmurro." 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 48 
 c) para destacar palavras que representam 
estrangeirismo, vulgarismo, ironia, gíria. 
 Ex.:  Este salão está um "show". 
  "Lindo"! Você estragou a surpresa. 
 d) quando a palavra é escrita, de propósito, de 
forma incorreta. 
 Ex.:  Onde está meu "fiu", "muié"? 
 
8. RETICÊNCIAS (...) 
 
 São usadas para indicar: 
 
 a) interrupção do pensamento. 
 Ex.: Mas assim, nada feito... 
 
 b) hesitação 
 Ex.: Bem... não sei bem por quê ... 
 
 c) prolongamento de uma ideia. 
 Ex.: Poxa! Como é bom sonhar, sonhar... 
 
9. VÍRGULA ( , ) 
 
Observação: Não se admite, no interior de 
orações, o uso da vírgula para separar o sujeito do 
predicado verbal, o verbo do seu complemento, o 
núcleo substantivo de um adjunto adnominal ou de 
um complemento nominal. 
USA-SE A VÍRGULA NO INTERIOR DE ORAÇÕES 
PARA: 
 
1. separar termos coordenados, que compõem 
uma enumeração, termos com mesma função 
sintática. 
Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos 
tinham morrido. 
 
Nota: Não se deve usar vírgula, no entanto, se 
constituintes sintáticos idênticos vêm relacionados 
pelas conjunções "e", "nem" e "ou" (a menos que 
essas conjunções estejam repetidas). 
2. isolar o aposto. 
Vitória, capital do Espírito Santo, é uma ilha. 
 
3. isolar o vocativo. 
Saci, Seu Pedrinho, é uma coisa que eu juro que 
existe. 
 
4. indicar adjunto adverbial deslocado. 
No Brasil, os corruptos ficam soltos. 
 
5. indicar que complementos nominais ou verbais 
foram deslocados para o início da oração. 
De sua terra natal, ele sente saudades. 
 
6. Indicar predicativo do sujeito deslocado (antes do 
verbo) Cansado, o homem seguia sua jornada. 
 
7. indicar conjunções intercaladas: 
A ferida foi tratada. É preciso, porém, cuidar dela. 
 
8. isolar nomes de lugares, quando se transcrevem 
datas. Campinas, 18 de dezembro de 1997. 
 
9. intercalar expressões explicativas, como "em 
suma", "isto é", "ou seja", "vale dizer", "a 
propósito". 
Viajarei amanhã, ou seja, domingo. 
 
10. indicar que uma palavra foi suprimida 
(elipse/zeugma). 
A terra é redonda; meu pai, quadrado. (A vírgula 
está indicando a supressão do verbo "é".) 
 
USA-SE A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES PARA: 
 
1. separar oração subordinada substantiva (=ISSO) 
apositiva da oração principal. 
Maria só quer uma coisa: que você volte logo. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 49 
2. separar a oração subordinada adverbial 
deslocada (antes ou no meio da principal); 
Caso a subordinada adverbial venha depois da 
principal, a virgula será facultativa. 
Logo que o filho nasceu, o pai correu para a 
maternidade. 
O pai correu para a maternidade(,) logo que o 
filho nasceu. 
 
3. separar a oração subordinada adjetiva 
explicativa da oração principal. 
As frutas, que estavam maduras, caíram no 
chão. 
 
4. separar orações coordenadas assindéticas. 
Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o 
colégio. 
 
5. separar orações coordenadas sindéticas. 
Há os que se esforçam muito, porém nunca são 
premiados. 
 
Observação: Não se usa a vírgula para separar 
orações coordenadas sindéticas ligadas pela 
conjunção e, exceto quando os sujeitos forem 
diferentes ou quando essa conjunção aparecer 
repetida: 
 Elas sairão de férias, e eu tomarei conta da 
casa. 
"Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua." 
Olavo Bilac 
 
6. para separar orações intercaladas. 
E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não? 
 
 
 
 
 
 
COLOCAÇÃO PRONOMINAL 
 
 
Colocação dos termos na oração 
 
1. ordem direta (sujeito + verbo + complemento+ 
circunstância) 
O festival de música popular brasileira reunirá 
grandes artistas, hoje, no Rio de janeiro. 
 
2. ordem indireta 
Reunirá hoje, no Rio de Janeiro, o festival de música 
popular brasileira, grandes artistas. 
 
 
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS 
ÁTONOS 
 
 
EMPREGO DA PRÓCLISE 
 
1. com partícula negativa: 
Não se queixe de mim. 
2. com pronome indefinido: 
Nada me surpreende mais. 
3. com advérbio: 
já o havia visto. 
Como nos achou? 
4. com gerúndio regido pela preposição em: 
Em se exaltando, olhou-me fixo. 
5. com pronome interrogativo: 
Qual é a sua opinião? 
6. com conjunção subordinativa ou pronome relativo: 
Julgo que a amavas. 
Os livros que me pediram estão aqui. 
7. nas orações optativas: 
Que Deus te faça feliz. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 50 
EMPREGO DA ÊNCLISE: 
 
1. em frase iniciada por verbo: 
Portou-se bem comigo. 
3. com o imperativo afirmativo: 
Erga-te daí! 
4. como gerúndio sem a proposição em: 
Deitou-se, fingindo-se de morta. 
5. com infinitivo impessoal: 
Podes passar-me o adoçante 
 
EMPREGO DA MESÓCLISE 
 
1. com o futuro do presente. quando não for 
obrigatória a próclise: 
Ver-me-ás um dia, talvez. 
3. com futuro do pretérito, quando não for caso 
obrigatório de próclise: 
Contar-te-ia a verdade depois. 
 
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS EM 
LOCUÇÕES VERBAIS 
 
1. verbo auxiliar+ gerúndio: 
Vai-se aproximando o final do ano. 
Vai aproximando-se o final do ano. 
2. verbo auxiliar + infinitivo: 
Pôs-se a rir da anedota. 
Pôs a rir-se da anedota. 
4. verbo auxiliar + particípio: 
O soldado tinha-se apresentado ao 
comandante. 
O soldado se tinha apresentado ao 
comandante. 
 
 
 
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
 
1. Com apenas um substantivo 
 O adjetivo concordará com o substantivo a que se 
refere. 
 Bonita música. 
 
2. Com mais de um substantivo 
a) antepostos ao adjetivo 
 O adjetivo concordará com o substantivo mais 
próximo ou com todos os substantivos 
 Tinha o braço e a perna desengonçada. 
 Trouxe da feira pera e maçã estragadas. 
 
OBS: Quando os substantivos forem antônimos o 
adjetivo irá para o plural e quando forem 
sinônimos concordará com o mais próximo. 
 Dia e noite frios. 
 Fé e esperança plena. 
 
 b) Pospostos ao adjetivo 
Concordará apenas com o substantivo mais próximo. 
 Comprei maduro abacate e pera. 
 
OBS: Se o adjetivo referir-se a nome próprio, grau de 
parentesco ou a títulos, ele concordará com os 
substantivos. 
 Conhecemos ilustres barão e baronesa. 
 
3. Dois ou mais adjetivos referindo-se a um só 
substantivo 
 Há duas concordâncias possíveis: 
- Os jogadores brasileiros derrotaram a seleção 
italiana e a alemã. 
- Os jogadores brasileiros derrotaram as seleções 
italiana e alemã. 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 51 
4. Casos particulares 
a) Anexo/obrigado/mesmo/incluso/quite/ leso 
 Essas palavras são adjetivos. Devem, portanto, 
concordar com o nome a que se referem. 
 Arquive os documentos anexos. 
 Muito obrigadas, disseram elas. 
 Os documentos em anexo devem ser 
arquivados. 
 As fotos estão inclusas no envelope. 
 Cometeu um crime de lesa-pátria. 
 
b) Alerta/menos 
 São palavras invariáveis. 
 Fiquem alerta. Há menos vagas 
aqui. 
 
c) Só/sós/a sós 
 A palavra só como adjetivoconcordará em 
número com o termo a que se refere. Como 
advérbio, significa apenas, somente e é 
invariável. A expressão a sós é invariável. 
 Fiquei só. 
 Ficamos a sós. 
 Só eles ficaram. 
 
d) Bastante/caro/barato/meio/longe 
 Quando funcionam como advérbios, essas 
palavras são invariáveis. Quando funcionam 
como adjetivos, pronomes adjetivos ou 
numerais, concordam com o nome a que se 
referem. 
 Trata-se de questões bastante difíceis. 
 Havia bastantes questões. 
 Essas casas custam caro. 
 As casas estão baratas. 
 Juliana parece meio esquisita. 
 Comprei meia fruta. 
 Nosso colégio fica longe daqui. 
 Já andamos por longes terras. 
e) É proibido/é necessário/é bom/é preciso etc. 
 Se, nessas expressões, o sujeito não vier antecipado 
de artigo, tanto o verbo como o adjetivo ficam 
invariáveis. 
 É proibido entrada. 
 Pimenta é bom. 
 É preciso cautela. 
 É necessário prudência. 
 
f) O mais... possível/ os mais possíveis 
 Nas expressões do tipo o mais...possível, o 
menos...possível, a palavra possível concorda com o 
artigo que indica a expressão. 
 Encontrou argumentos os mais fáceis 
possíveis. 
 
5. Silepse ou concordância ideológica 
 a) Silepse de gênero 
 Senhor prefeito, V.Ex.ª está equivocado. 
 
 b) Silepse de número 
 A molecada corria pelas ruas e atiravam 
pedras nas vidraças. 
 
 c) Silepse de pessoa 
 Os brasileiros gostamos de futebol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 52 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
1. Sujeito simples 
 
 O verbo concorda com o sujeito em número e 
pessoa. 
Ex.: Desapareceram no meio da mata os 
fugitivos. 
 
2. Sujeito composto anteposto ao verbo 
 
a) O verbo vai para o plural: 
 Ex.: A secretária e o diretor chegaram. 
b) Admite-se também o verbo no singular: 
 - Se os núcleos forem sinônimos. 
 Ex.: A sinceridade e a franqueza é uma virtude 
rara. 
 - Se os núcleos aparecerem em sequência 
gradativa. 
 Ex.: A solidão, a angústia levou meu amigo à 
loucura. 
 
c) O verbo ficará no singular: 
 - Se os núcleos aparecerem resumidos por tudo, 
nada, ninguém. 
 Ex.: Papel, lápis, caneta, tudo era instrumento 
de trabalho. 
 
 
3. Sujeito composto posposto ao verbo 
 
a) O verbo vai para o plural. 
 Ex.: Cambaleavam na rua Romeu e Maria das 
Dores. 
 
b) Admite-se também a concordância do verbo 
com o núcleo mais próximo. 
 Ex.: Em um ano ocorreu a condenação do irmão 
e a perda da esposa. 
 
4. Sujeito composto de pessoas diferentes 
 
- a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª. 
 Ex.: Eu, tu e ele faremos a proposta. 
 
 - 2ª + 3ª = 2ª pessoa ou 3ª pessoa. 
 Ex.: Tu e ele fareis o trabalho. 
 Tu e Maria receberão a indenização. 
5. Sujeito representado por um coletivo. 
 
a) Quando o sujeito é formado de um coletivo, o verbo 
concorda com ele. 
 Ex.: O cardume escapou da rede. 
 
b) Quando o sujeito é formado de um coletivo singular 
seguido de adjunto adnominal plural, admitem-se 
duas concordâncias: 
 Ex.: O bando de andorinhas contrastava 
(contrastavam) com o céu azul. 
 
6. Sujeito constituído de pronome de tratamento. 
 
 O verbo vai para a 3ª pessoa. 
 Ex.: Vossa Excelência entrou em casa. 
 
7. Sujeito constituído de nomes próprios que só têm 
plural. 
 
 - Se o nome não for precedido de artigo, o verbo 
fica no singular. 
 Ex.: Minas Gerais não possui mar. 
 - Se o nome for precedido de artigo o verbo para o 
plural. 
 Ex.: As Minas Gerais produzem excelentes 
escritores. 
OBS.: Quando se trata de títulos de obras, admite-se o 
plural ou o singular. 
 Ex.: Os Lusíadas são (é) um grande poema de 
Camões. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 53 
8. Sujeito constituído pelos pronomes relativos 
que e quem. 
 
a) Se o sujeito for constituído pelo pronome 
relativo que, o verbo concordará em número e 
pessoa com o antecedente desse pronome. 
 Ex.: Fui eu que paguei a conta. 
b) Se o sujeito for constituído pelo pronome 
relativo quem o verbo irá para a 3ª pessoa do 
singular ou concordará com o antecedente. 
 Ex.: Fui eu quem pagou (paguei) a conta. 
 
9. Verbo com o pronome SE (apassivador). 
 Quando o verbo for transitivo direto ou 
transitivo direto e indireto aparece apassivado 
pelo pronome SE, concorda com o sujeito. 
 Ex.: Analisou-se o plano de reforma agrária. 
 Entregou-se uma flor à mulher. 
 
10. Verbo com o pronome SE (índice de 
indeterminação do sujeito). 
 O verbo fica na 3ª pessoa do singular quando a 
indeterminação do sujeito é marcada pelo 
pronome SE com verbo transitivo indireto, verbo 
intransitivo e verbo de ligação. 
 Ex.: Precisa-se de homens corajosos. 
 Descansa-se muito aqui. 
 
11. Sujeito formado por expressões. 
a) Um ou outro - o verbo fica no singular. 
Ex.: Um ou outro merece atenção. 
 
b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem... - 
o verbo vai, de preferência, para o plural 
 Ex.: Um e outro esculpiam a madeira. 
 
c) Um dos que , uma das que - verbo singular ou 
plural. 
 Ex.: Era uma das que mais brincava. 
 
d) Mais de, menos de - o verbo concorda com o 
numeral que segue a expressão. 
 Ex.: Mais de um tenista representou o Brasil. 
e) A maior parte de (uma porção de, grande número 
de, a maioria de) verbo fica no singular ou plural. 
 Ex.: A maioria dos casos ocorre aqui. 
f) Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós - 
admitem as seguintes concordâncias: 
 - O verbo concorda com o pronome indefinido ou 
interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural. 
 Ex.: Quais de vós são humildes? 
 - O verbo concorda com o pronome pessoal. 
 Ex.: Quais de vós sois humildes? 
 
12. Verbo ser 
a) com o sujeito e predicativo sendo nome de coisas, o 
verbo ser concorda com o sujeito, se este for plural e 
com o predicativo, se este for plural. 
 Ex.: Estas vaidades são o teu segredo. 
 Tua vida são ilusões. 
 
b) com o sujeito ou predicativo sendo nome de 
pessoas, o verbo ser concorda com o nome que se 
refere a pessoas. 
 Ex.: Você é a alegria de sua mãe. 
 Suas preocupações era a filha. 
 
c) na indicação de hora, data, distância, o verbo ser 
concorda com o predicativo. 
 Ex.: É uma hora. São três horas. 
 É 15 de agosto. 
 São 15 de agosto. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 54 
13. Verbos impessoais 
 
 Ficam sempre na 3ª pessoa do singular. 
 Principais verbos impessoais: 
 
a) haver no sentido de existir e indicando tempo. 
 Ex.: Havia alunos na escola. 
 Deve haver alunos na escola. 
 Há três dias ele viajou. 
 Obs.: O verbo existir concorda com o sujeito. 
 Ex.: Existem alunos na escola. 
 Devem existir alunos na escola. 
 
b) fazer indicando tempo e temperatura. 
 Ex.: Faz três dias hoje. 
 Deve fazer três dias hoje. 
 Faz 30º em Belém. 
c) verbos que indicam fenômenos da natureza: 
chover, trovejar, anoitecer, amanhecer, etc. 
 Ex.: Choveu ontem. 
 
14. Haja vista 
 
 A palavra vista é invariável. 
 Ex.: Haja vista os problemas. 
 Hajam vista os problemas. 
 
 
15. Verbos dar, soar e bater 
 Concordam com o número de horas. 
 Ex.: Soou uma hora. 
 Bateram cinco horas no relógio. 
 
 Obs.: Os verbos dar, soar e bater concordarão 
com o sujeito (relógio, sino, despertador...) 
 Ex.: O relógio bateu cinco horas. 
 
REGÊNCIA VERBAL 
 
 
Regência Verbal é a relação de dependência que se 
estabelece entre o verbo e o termo por ele regido. 
 
Leia os exemplos: 
 
O professor ensina a matéria para o aluno. 
    
 verbo transitivo objeto direto objeto indireto 
O professor ensina a matéria. 
   
 verbo transitivo direto objeto direto 
 
O professor ensina para o aluno. 
   
 verbo transitivo indireto objeto indiretoO professor ensina bem. 
   
 verbo intransitivo adjunto adverbial de modo 
 
 
Em cada uma das frases acima, o verbo ensinar 
apresenta uma regência diferente ligando-o aos seus 
complementos. Na última frase ele não pede 
complemento, porque é intransitivo. 
Dependendo da regência, os verbos podem 
modificar o seu significado. Confira: 
 
1. agradar 
 transitivo direto — contentar, mimar, acariciar: 
 Agradou a namorada com um presente. / A mãe 
agradava o filho no berço. 
 transitivo indireto — satisfazer: 
 O grupo Legião Urbana agrada aos jovens. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 55 
2. aspirar 
 transitivo direto — sorver, inalar, absorver: 
 Aspirou o perfume da rosa. 
 transitivo indireto — desejar, almejar, 
ambicionar: 
 Ele aspirava ao cargo político. 
* Com essa transitividade e significado, esse 
verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas 
as formas retas ele(s), ela(s), regidas de 
preposição: A glória, muitos aspiram a ela. 
 
3. assistir 
 transitivo direto - socorrer, ajudar, prestar 
assistência. 
 A enfermeira assistiu a criança. 
 
 transitivo indireto - ver presenciar: 
 Os anjos assistiam ao jogo. 
* Com essa transitividade e significado, esse 
verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas 
as formas retas ele(s), ela(s), regidas por 
preposição: O filme é ótimo. Todos querem 
assistir a ele. 
 
 transitivo indireto - caber, competir: 
 Não lhe assiste este dever. 
 
 intransitivo - morar, residir: 
 O presidente assiste em Brasília. 
 
4. atender 
 transitivo direto — colher com atenção, acatar: 
 A recepcionista atendeu o cliente. 
 transitivo indireto — considerar, dar atenção: 
 Ela atendeu ao meu pedido. 
 
5. chamar 
 transitivo direto — convocar: 
 O juiz chamou o réu à sua presença. 
 transitivo direto ou transitivo indireto — 
denominar, apelidar (admite mais de uma 
construção, podendo vir ou não preposicionado): 
 
 Chamou-o covarde (transitivo direto). 
 Chamou-lhe covarde (transitivo indireto). 
 Chamou-o de covarde (transitivo direto). 
 Chamou-lhe de covarde (transitivo indireto). 
 
 transitivo indireto — invocar (seguido da preposição 
por): 
 Chamou por Deus naquele momento difícil. 
 
6. chegar 
 intransitivo — atingir data ou local: 
 Chegou ao aeroporto atrasada. 
 intransitivo — hesitar, ser suficiente: 
 Chegou há poucos minutos. 
 
 transitivo direto e intransitivo — aproximar: 
 Cheguei-me a ele. 
7. custar 
 transitivo direto — valer: 
 O carro custou quarenta mil reais. 
 
 transitivo indireto — ser difícil. É conjugado como 
verbo reflexivo, na terceira pessoa do singular, e o 
seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo: 
 Custou-me aceitar suas desculpas. (Neste caso, 
constituiria erro dizer: Custei a aceitar suas 
desculpas.) 
 
8. ensinar 
 intransitivo — doutrinar, pregar: 
 Júlio ensina na faculdade. 
 
 transitivo direto — educar: 
 Nem todos ensinam as crianças. 
 transitivo direto e indireto — fazer conhecer, dar 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 56 
instrução sobre: 
 Ensinou os exercícios ao colega. 
 
9. esquecer 
 Pode ter duas regências, no sentido de “não ter 
lembrança ou memória”: 
 
 transitivo direto — (não é pronominal): 
 Ele esqueceu o dinheiro. 
 
 transitivo indireto — (como verbo pronominal): 
 Ele esqueceu-se do dinheiro. 
 
 Atenção: O pronome pessoal átono se, 
conjugado com o verbo, não tem função de 
objeto. 
 
10. implicar 
 transitivo direto — embaraçar: 
 O vizinho implicou-o no caso. 
 
 transitivo direto — causar, envolver: 
 Sua participação não implica nenhuma 
consequência. 
 
 transitivo indireto — antipatizar: 
 O cliente implicou com o vendedor. 
 
11. informar 
 transitivo direto e indireto — dar 
esclarecimentos: 
 Informei-o sobre o curso. Ou 
 Informei-lhe o curso. 
 (Pode ser transitivo direto para pessoa e 
transitivo Indireto para coisa, ou vice-versa.) 
 
 transitivo indireto (como verbo pronominal) — 
inteirar-se, pôr-se a par: 
 Informou-se das mudanças logo cedo. 
 
12. investir 
 transitivo indireto — atacar, arremeter: 
 O touro investiu contra (ou para) o toureiro. 
 
 transitivo direto e indireto — empossar: 
 Investiram-no na função de gerente. 
 
13. lembrar 
 No sentido de "ter lembrança ou memória”, 
apresenta duas regências: 
 
 transitivo direto (não pronominal): 
 Lembrou o seu nome. 
 transitivo indireto (pronominal): 
 Lembrou-se do seu nome. 
 transitivo direto e indireto — fazer recordar, 
advertir: 
 Lembrei a ela a data do exame. 
 
 transitivo direto ou transitivo indireto — carecer, 
precisar: 
 Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu 
apoio. 
 
14. necessitar 
 transitivo direto ou transitivo indireto — carecer, 
precisar: 
 Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu 
apoio. 
 
15. obedecer/desobedecer 
 transitivo indireto - submeter-se, cumprir ordens: 
 Obedecia a seus instintos. / Não desobedeça às leis 
de trânsito. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 57 
16. pagar 
 transitivo direto — saldar compromisso 
(referindo-se em geral a coisas): 
 Pagou as promissórias corretamente. 
 transitivo indireto — remunerar (referindo-se, 
normalmente, a pessoas): 
 O lojista pagou ao funcionário. 
 
17. perdoar 
 transitivo direto — desculpar (referindo-se a 
pessoas): 
 Perdoei a ofensa. 
 transitivo indireto — conceder perdão 
(referindo-se a pessoas): 
 Perdoei ao garoto. 
 
 transitivo direto e indireto — desculpar falta a 
alguém: 
 A mãe perdoou a mentira ao filho. 
 
18. precisar 
 transitivo direto — indicar com certeza: 
 Ele precisou o lugar do encontro. 
 transitivo indireto — ter necessidade: 
 Os presos precisam de melhores condições de 
tratamento. 
 
19. preferir 
 transitivo direto — ter preferência (sem sugerir 
a escolha): 
 O menino preferia chocolate. 
 
 transitivo direto e Indireto — ter preferência 
(sugerindo a escolha): 
 O menino prefere chocolate a doce de leite. 
 
 O verbo preferir não admite este tipo de 
construção: Preferia mais vinho do que cerveja. 
O correto é: Preferia vinho a cerveja. 
20. querer 
 transitivo direto — desejar: 
 Quero o livro de Carlos Drummond. 
 
 transitivo indireto — gostar, ter afeto: 
 O filho queria bem ao pai. 
 
21. responder 
 transitivo direto ou transitivo Indireto — dar 
resposta: 
 O aluno já respondeu a questão. / A balconista 
respondeu à cliente. 
 
22. visar 
 transitivo direto — apontar ou pôr o visto: 
 O homem visou o pássaro. /A professora visa os 
cadernos. 
 
 transitivo indireto — desejar, pretender: 
 Todos visam ao reconhecimento de seus esforços. 
 
* Com essa transitividade e significado o verbo visar: 
 
a) não aceita o pronome lhe (s), mas apenas a formas 
retas ele (s), ela(s), regidas de preposição: O mais 
importante era a aprovação. Todos visavam a ela. 
b) quando seguido de verbo no infinitivo, pode ser 
empregado sem preposição: 
 O trabalho visava divulgar os cursos oferecidos pela 
empresa. 
 
 ATENÇÃO 
Não se devem misturar verbos cujas regências são 
diferentes: 
Ela procurou e pediu ao vendedor a nota fiscal. 
O verbo procurar é transitivo direto, portanto a frase 
correta é: 
Ela procurou o vendedor e pediu-lhe a nota fiscal. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 58 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
 
 Muitos nomes (substantivos e adjetivos) 
admitem mais de uma regência e, assim como 
ocorre com certos verbos, o sentido de uma frase 
pode ser modificado com a simples troca da 
preposição que acompanha o termo regente. 
 Para orientá-lo, apresentamos a seguir uma 
breve relação de substantivos e adjetivos com suas 
regências mais usuais. 
 
01. acostumado (a, com)39. fecundo (de, em) 
02. afável (a, com, para 
com) 
40. fértil (de, em) 
03. aflito (com, por) 41. fiel (a, em, para com) 
04. alheio (a, de) 42. gosto (a, de, em, para, 
por) 
05. amor (a, para com, 
por) 
43. habituado (a, com) 
06. ansioso (de, para, 
por) 
44. horror (a, de, por) 
07. antipatia (a, com, 
contra, por) 
45. hostil (a, contra, para 
com) 
08. apegado (a) 46. idêntico (a, em) 
09. apto (a, para) 47. imune (a, de) 
10. assíduo (a, em) 48. inclinação (a, por, para) 
11. atenção (a, com, 
para, para com, sobre) 
49. ingrato (a, com, para, 
para com) 
12. atencioso (a, com, 
para com) 
50. insensível (a) 
13. atento (a, em) 51. intransigente (com, 
em) 
14. aversão (a, para, 
por) 
52. inveja (a, de) 
15. avesso (a) 53. medo (a, de) 
16. bom (a, com, de, 
em, para, para com) 
54. nocivo (a) 
17. capacidade (de, 
para) 
55. obediência, obediente 
(a) 
18. capaz (de) 56. ódio (a, contra, entre, 
para com) 
19. cego (a, para, por) 57. ojeriza (a, com, contra, 
por) 
20. compaixão (de, para, 
para com, por) 
58. orgulhoso (com, de, 
em, por) 
21. comum (a, entre) 59. peculiar (a, de) 
22. confiança (com, em) 60. predileção (para com, 
por) 
23. conforme (a, com) 61. preferência (por, 
sobre) 
24. consideração (a, 
acerca de, a respeito de, 
de, sobre, com, por) 
62. preferível (a) 
25. contente (com, em, 
de, por) 
63. pronto (a, em, para) 
26. contrário (a) 64. próprio (a, de, para) 
27. cruel (com, para, 
para com) 
65. próximo (a, de) 
28. curioso (de, por) 66. relacionado (com) 
29. desejoso (de) 67. respeito (a, de, para 
com, por) 
30. desprezo (a, de, 
para, para com, por) 
68. satisfeito (com, de, em, 
por) 
31. devoto (a, de) 69. simpatia (com, para 
com, por) 
32. digno (de) 70. surdo (a) 
33. empenho (de, em, 
por) 
71. suspeito (a, de) 
34. equivalente (a, de) 72. último (a, de, em) 
35. estima (a, de, por) 73. união (a, com, de, 
entre) 
36. fácil (a, de, em, para) 74. único (a, entre) 
37. fanático (de, por) 75. vazio (de) 
38. farto (de, em) 76. vizinho (a, com, de) 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 59 
CRASE 
 
 
 É a fusão de dois sons idênticos. 
 
 O acento indicador da crase é o acento grave (`) 
 
O ACENTO GRAVE DEVE SER USADO: 
 
a) Diante de palavras femininas definidas. 
 Ex.: Ele foi à aula. 
 
b) Em locuções femininas. 
 Ex.: Saímos às escondidas. 
 
c) Quando vierem subentendidas as expressões 
moda, moda de, maneira de. 
 Ex.: Eles comeram tutu à mineira. 
 
d) Diante de nomes de cidades que aceitem o 
artigo feminino. 
 Ex.: Vamos à Itália. 
 
e) Nas indicações de número de horas. 
 Ex.: Saímos às 10 horas. 
 
f) Diante das palavras casa, terra e distância 
quando estiverem determinada. 
 Ex.: Vamos à casa de Fábio. 
 Ex.: Voltarei à terra de nossos antepassados. 
 Ex.: Fiquei à distância de dois metros. 
 
g) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), 
aquela(s), aquilo. 
 Ex.: Ele dirigiu-se àquele lugar. 
 
 
 
NÃO PODEMOS USAR ACENTO GRAVE: 
a) Diante de palavras masculinas. 
 Ex.: Vende-se a prazo. 
 Caminhamos a pé. 
 
b) Diante de verbo. 
 Ex.: Começou a chover. 
 Chegaram a falar. 
 
c) Diante de pronomes pessoais. 
 Ex.: Obedeceu a mim. 
 Disse a ele. 
 
d) Diante de pronomes de tratamento. 
 Ex.: Faço a V.S.ª este pedido. 
 Exceções: Senhora, Senhorita e Dona 
 
e) Diante de palavras de sentido indefinido. 
 Ex.: Matéria referente a pesquisas. 
 
f) Com expressões formadas por palavras repetidas. 
 Ex.: Ele ficou face a face diante do medo. 
 
g) Diante de artigo indefinido, pronome indefinido e 
pronomes demonstrativos esta e essa. 
 Ex.: Dirigiu-se a uma pessoa. 
 
CASOS FACULTATIVOS: 
a) Diante de pronomes possessivos femininos. 
 Ex.: Ele fez referência a (à) sua irmã. 
 
b) Depois da preposição até. 
 Ex.: Ele foi até a (à) janela. 
 
c) Diante de nomes próprios femininos de pessoa. 
 Ex.: Escrevi a (à) Cristina. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 60 
EXERCÍCIOS 
 
 
 
INTELECÇÃO DO TEXTO 
 
Leia o texto abaixo e responda às questões 01 e 02. 
 
Vaidade do humanismo 
A vaidade, desde sua etimologia latina 
vanitas, aponta para o vazio, para o sentimento que 
habita o vão. Mas é possível tratar dela com mais 
condescendência do que os moralistas rigorosos 
que costumam condená-la inapelavelmente. Pode-
se compreendê-la como uma contingência humana 
que talvez seja preciso antes reconhecer com 
naturalidade do que descartar como um vício 
abominável. Como se sabe, a vaidade está em todos 
nós em graus e com naturezas diferentes, e há uma 
vaidade que devemos aceitar: aquela que 
corresponde não a um mérito abstrato da pessoa, a 
um dom da natureza que nos tornasse filhos 
prediletos do céu, mas a algum trabalho que 
efetivamente tenhamos realizado, a uma razão 
objetiva que enraíza a vaidade no mesmo chão que 
foi marcado pelo nosso melhor esforço, pelo nosso 
trabalho de humanistas. 
Na condição de humanistas, temos interesse 
pelo estudo das formações sociais, dos direitos 
constituídos e do papel dos indivíduos, pela 
liberdade do pensamento filosófico que se pensa a 
si mesmo para pensar o mundo, pela arte literária 
que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos 
desejos mais íntimos; por todas as formas, enfim, 
de conhecimento que ainda tomam o homem como 
medida das coisas. Talvez nosso principal desafio, 
neste tempo de vertiginoso avanço tecnológico, 
esteja em fazer da tecnologia uma aliada preciosa 
em nossa busca do conhecimento real, da beleza 
consistente e de um mundo mais justo - todas estas 
dimensões de maior peso do que qualquer 
virtualidade. 
O grande professor e intelectual palestino 
Edward Said, num livro cujo título já é inspiração 
para uma plataforma de trabalho - Humanismo e 
crítica democrática - afirma a certa altura: “como 
humanistas, é da linguagem que partimos”; “o ato 
de ler é o ato de colocar-se na posição do autor, 
para quem escrever é uma série de decisões e escolhas 
expressas em palavras”. 
Nesse sentido, toda leitura é o compartilhamento 
do sujeito leitor com o sujeito escritor - 
compartilhamento justificado não necessariamente por 
adesão a um ponto de vista, mas pelo interesse no 
reconhecimento e na avaliação do ponto de vista do 
outro. Que seja este um nosso compromisso 
fundamental. Que seja esta a nossa vaidade de 
humanistas. 
(Derval Mendes Sapucaia, inédito) 
 
01. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário) 
Ao se definir a condição de humanistas, no segundo 
parágrafo do texto, contempla-se a atividade específica 
de um ............................ quando se fala em .................. . 
Preenchem, adequada e respectivamente, as lacunas da 
frase acima: 
a) jurista - papel dos indivíduos 
b) filósofo - pensamento que se pensa a si mesmo para 
pensar o mundo 
c) tecnocrata - estudo das formações sociais 
d) antropólogo - arte literária que projeta e dá forma 
em linguagem simbólica aos desejos mais íntimos 
e) historiador - direitos constituídos 
 
02. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - 
Área Judiciária) O sentimento da vaidade, ao longo do 
primeiro parágrafo do texto, é considerado e 
qualificado com alguma condescendência: 
a) quando sua razão de ser se deve à generosidade 
mesma com que a natureza recompensa os indivíduos 
por seus méritos pessoais. 
b) pelo fato de constituir um vício tolerável, já que a 
vaidade decorre de alguma razão objetiva pela qual o 
sujeito deve se orgulhar. 
c) pelo fato de ser um defeito natural, de que as 
pessoas não conseguem livrar-se e contra o qual é inútil 
lutar. 
d) quando sua razão de ser deriva de alguma efetiva 
conquista que alcançamos em virtude do nosso 
trabalho. 
e) pelo fato de que os moralistas, sendo 
inapelavelmente rigorosos, não conseguem divisar os 
méritos espirituais de quem os detém. 
PORTUGUÊSDESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 61 
03. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista 
Judiciário) 
 
[Do espírito das leis] 
 
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão 
bem governado quanto o mundo físico, pois ainda 
que o mundo inteligente possua também leis que 
por sua natureza são invariáveis, não as segue 
constantemente como o mundo físico segue as 
suas. A razão disso reside no fato de estarem os 
seres particulares inteligentes limitados por sua 
natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, 
por outro lado, é próprio de sua natureza agirem 
por si mesmos. (...) 
O homem, como ser físico, tal como os outros 
corpos da natureza, é governado por leis 
invariáveis. Como ser inteligente, viola 
incessantemente as leis que Deus estabeleceu e 
modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser 
poderia, a todo instante, esquecer seu criador - 
Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal 
ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si 
mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da 
moral. 
(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: 
Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34) 
 
As leis humanas são falíveis, os homens 
desrespeitam as leis humanas e destituem as leis 
humanas do sentido de uma profunda equidade 
que deveria reger as leis humanas. 
 
Evitam-se as viciosas repetições do período acima 
substituindo-se os elementos sublinhados, na 
ordem dada, por: 
 
a) desrespeitam a elas - destituem-nas - deveria 
reger-lhes 
b) desrespeitam-lhes - as destituem - deveria regê- 
las 
c) desrespeitam-nas - lhes destituem - lhes deveria 
reger 
d) lhes desrespeitam - destituem-lhes - deveria 
regê-las 
e) desrespeitam-nas - destituem-nas - as deveria 
reger 
04. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista 
Judiciário) 
 
Da utilidade dos prefácios 
 Li outro dia em algum lugar que os prefácios são 
textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador 
é convocado com o compromisso exclusivo de falar 
bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom 
elogioso, o prefácio ainda aponta características 
evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter 
muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais 
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser 
narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa 
estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os 
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando 
estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o 
prefácio seria um estraga-prazeres. 
 Pois vou na contramão dessa crítica mal-
humorada aos prefácios e prefaciadores, embora 
concorde que muitas vezes ela proceda - o que não 
justifica a generalização devastadora. Meu argumento é 
simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor 
coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, 
muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela 
consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas 
do que as expostas no texto principal. Há casos célebres 
de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma 
obra, ficando claro que o restante é desnecessário. 
 E ninguém controla a possibilidade, por 
exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e 
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. 
Mas como argumento final vou glosar uma observação 
de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto 
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o 
segundo a vantagem de ser bem mais curto. 
 Há muito tempo me deparei com o prefácio que 
um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para 
um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, 
linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a 
moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, 
além de grande escritora era também linda). Não havia 
dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era 
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada 
talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas 
qualidades para os poemas da moça que o prefácio 
acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação 
de um grande gênio poético. 
(Aderbal Siqueira Justo, inédito) 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 62 
O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem 
entre si uma relação de: 
a) causa e efeito, uma vez que das convicções 
expressas no primeiro resultam, como 
consequência natural, as expostas no segundo. 
b) de complementaridade, pois o que se afirma no 
segundo ajuda a compreender a mesma tese 
defendida e desenvolvida no primeiro. 
c) inteira independência, pois o tema do primeiro 
não se espelha no segundo, já que o autor do texto 
quer apenas enumerar diferentes estilos. 
d) contraposição, pois a perspectiva de valor 
adotada no primeiro é confrontada com outra que a 
relativiza e nega no segundo. 
e) similitude, pois são ligeiras as variações do 
argumento central que ambos sustentam em 
relação à utilidade e à necessidade dos prefácios. 
 
 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
05. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de 
Procuradoria) Todas as palavras estão acentuadas 
de acordo com as normas oficiais em: 
a) Aquí também se observam as preferencias 
musicais dos jovens que usam o transporte público. 
b) As raizes da falta de educação dos jóvens se 
devem também à falta de educação dos pais. 
c) Os ônibus contem uma verdadeira platéia 
ouvindo musicas altas nem sempre de carater muito 
agradável. 
d) Os passageiros não têm como evitar o terrível 
som do ruído das falas, ao celular, dentro dos 
ônibus. 
e) Alguem falando alto ao telefone, numa forma 
pouco rápida, revela um comportamento publico 
repreensível. 
 
 
 
 
06. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário) Segundo os 
preceitos da gramática normativa do português do 
Brasil, a única palavra dentre as citadas abaixo que NÃO 
deve ser pronunciada com o acento tônico recaindo em 
posição idêntica àquela em que recai na palavra avaro 
é: 
a) mister. 
b) filantropo. 
c) gratuito. 
d) maquinaria. 
e) ibero. 
 
 
07. (FCC - 2011 - TRE-AP - Técnico Judiciário) Entre as 
frases que seguem, a única correta é: 
a) Ele se esqueceu de que? 
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para 
distribui-lo entre os presentes. 
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas 
críticas. 
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações 
dos funcionários. 
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. 
 
 
08. (FCC - 2010 - TRE-RS - Técnico Judiciário) A frase 
totalmente correta do ponto de vista da grafia e/ou da 
acentuação é: 
a) É o caso de se por em discussão se ele realmente crê 
na veracidade dos dados. 
b) Referiu-se àquilo que todos esperavam - sua 
ascensão na empresa -, com um misto de humildade e 
prepotência. 
c) Enquanto construimos esta ala, eles constroem a 
reservada aos aparelhos de rejuvenecimento. 
d) Ele é sempre muito cortês, mas não pode evitar que 
sua ogeriza à ela transpareça. 
e) Assinou o cheque, mas ninguém advinha o valor 
registrado, porisso foi devolvido pelo banco. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 63 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
09. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de 
Procuradoria) 
Considere: 
No Brasil, a falta de educação entre as pessoas vem 
aumentando. Por uma ......, ainda que superficial, 
podemos ...... com ...... a falta de um ...... de 
discrição dos ...... de pais despreparados para 
educá-los. 
As palavras que preenchem, respectivamente, as 
lacunas do texto acima estão corretamente grafadas 
em: 
 
a) análise - enxergar - clareza - gesto - discípulos 
b) análise - enchergar - claresa - gesto - dicipulos 
c) análise - enchegar - clareza - jesto - disípulos 
d) análize - enxergar - clareza - jesto - discípulos 
e) análize - enxergar - claresa - gesto – dissípulos 
 
 
10. (FCC - 2012 - TRE-SP – Técnico) 
Para cada uma dessas questões, assinale a 
alternativa que preenche corretamente, na ordem, 
as lacunas da frase apresentada.Os ...... para a conclusão da pesquisa estavam 
próximos e exigiam ...... na ...... dos dados já 
obtidos. 
a) prazos - rapidês - análize 
b) prazos - rapidez - análise 
c) prazos - rapidez - análize 
d) prasos - rapidez - análise 
e) prasos - rapidês - análise 
 
 
 
 
 
 
11. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário) 
 
Entre a palavra e o ouvido 
Nossos ouvidos nos traem, muitas vezes, sobretudo 
quando decifram (ou acham que decifram) palavras ou 
expressões pela pura sonoridade. Menino pequeno, 
gostava de ouvir uma canção dedicada a uma mulher 
misteriosa, dona Ondirá. Um dia pedi que alguém a 
cantasse, disse não saber, dei a deixa: “Tão longe, de 
mim distante, Ondirá, Ondirá, teu pensamento?” 
Ganhei uma gargalhada em resposta. Um dileto amigo 
achava esquisito o grande Nat King Cole cantar seu 
amor por uma misteriosa espanhola, uma tal de dona 
Quiçás... O ator Ney Latorraca afirma já ter sido tratado 
por seu Neila. Neila Torraca, é claro. Agora me diga, 
leitor amigo: você nunca foi apresentado a um velhinho 
chamado Fulano Detal? 
 (Armando Fuad. Inédito) 
 
É preciso corrigir, por falhas diversas, a seguinte frase: 
a) Quem ouve mal não tem necessariamente mau 
ouvido; pode ter sido afetado pelo desconhecimento de 
um contexto determinado. 
b) Quem não destorce o que ouviu de modo torto acaba 
por permanecer longe do caminho reto da 
compreensão. 
c) Pelos sons exóticos das palavras, nos impregnamos 
da melodia poética a cujo encanto se rendem, 
imantados, os nossos ouvidos. 
d) Há sons indiscrimináveis, como os que se apanha do 
rádio mau sintonizado ou de uma conversa aliatória, 
entre terceiros. 
e) É possível elaborar-se uma longa lista de palavras e 
expressões em cuja recepção sonora verificam-se os 
mais curiosos equívocos. 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 64 
12. (FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - 
Auditor Fiscal do Município) 
A frase em que a ortografia está adequada ao 
padrão culto escrito é: 
a) À mínima contrariedade, exarcebava-se de tal 
maneira que seus excessos verbais eram já 
conhecidos de todos. 
b) A expontaneidade com que se referiu ao local 
como "impesteado" fez que todo o auditório 
explodisse em risos. 
c) Quanto à infraestrutura, será necessário 
reconstrui-la em prazo curto, mas sem que haja 
qualquer tipo de displiscência. 
d) O docente não viu como retaliação a rasura no 
cartaz que afixara, mas sua intenção era advertir 
quanto ao desleixo com a coisa pública. 
e) A obra faraônica será uma excressência naquela 
paisagem bucólica, mas ninguém teve hêsito em 
convencer os responsáveis da necessidade de 
revisão do projeto. 
 
 
PONTUAÇÃO 
 
13. (FCC - 2014 - AL-PE - Analista Legislativo) 
 
A frase em que as ideias estão expressas de modo 
claro e correto é: 
a) Toda pessoa que paga imposto tem o direito de 
externar sua opinião sobre o modo como o governo 
trata os munícipes, mas se a pessoa está vinculada 
ao trabalho no setor da vida pública quando critica 
corrompe com a ética profissional. 
b) No que se refere aos meios de comunicação, o 
brasileiro vive um período complexo: na medida 
que a mídia cai em descrédito com o grande público 
- o tratamento é abusivo das notícias ou grave peso 
ideológico - os novos veículos da informática 
ganham cada vez mais credibilidade. 
c) A liberdade de expressão do cidadão que é 
funcionário do Estado em certa função encontra 
alguns condicionamentos em face de seu vínculo 
institucional, mas tal excessiva limitação não pode 
se interpretar a ponto de comprometer aquele 
direito. 
d) Numa democracia, até mesmo, ou principalmente, a 
imprensa é meio que não se pode prescindir para a 
liberdade de expressão, e por isso da evolução 
democrática, motivo pelo qual há o sigilo da fonte, 
garantido pela lei vigente quando ocorre uma denúncia. 
e) Ainda que seja legítimo o conceito de que é direito 
da pessoa expressar-se livremente - sobre qualquer 
assunto que lhe diga respeito ou lhe aprouver - e de 
que o sistema jurídico do país tem o dever de garantir 
esse bem da democracia, é leviano dissociá-lo da 
responsabilidade inerente ao gesto cidadão de 
manifestar-se. 
 
14. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento 
Gestão Júnior) 
Viagens 
 Viagens de avião e de metrô podem guardar certa 
semelhança. Entre nuvens carregadas, ou tendo o azul 
como horizonte infinito, o passageiro não sente que 
está em percurso; no interior dos túneis, diante das 
velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro 
tampouco sabe da viagem. Em ambos os casos, vai de 
um ponto a outro como se alguém o levantasse de um 
lugar para pô-lo em outro, mais adiante. 
 Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem 
interior. As nuvens, o azul ou o concreto escuro 
hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas imagens 
e nossos pensamentos, que também sabem mover-se 
com rapidez. Confesso que gosto desses momentos 
que, sendo velozes, são, paradoxalmente, de letargia: 
os olhos abertos veem para dentro, nosso cinema 
interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou 
de expectativas abertas. Em tais viagens, estamos 
surpreendentemente sós - uma experiência rara em 
nossos dias, concordam? 
 Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer 
engenhoca eletrônica, por favor: que enfrente o vital 
desafio de um colóquio consigo mesmo, de uma viagem 
em que somos ao mesmo tempo passageiros e 
condutores, roteiristas do nosso trajeto, produtores do 
nosso sentido. Não é pouco: nesses minutos de íntima 
peregrinação, o único compromisso é o de não resistir à 
súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. 
Chegando à nossa estação ou ao nosso aeroporto, 
retomaremos a rotina e nos curvaremos à fatalidade de 
que as obrigações mundanas rejam o nosso destino. 
Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos 
marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos 
importante é chegar. 
 (Ulisses Rebonato, inédito) 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 65 
Atente para as seguintes frases: 
I. Numa viagem de metrô, sentimos que o próprio 
tempo parece acelerar. 
II. Ele prefere evitar o metrô, por conta de sua 
tendência claustrofóbica. 
III. Ele optou pelo horário do metrô, que lhe parece 
mais conveniente. 
 
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido do que 
está APENAS em : 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) I e III. 
d) II. 
e) III. 
 
15. (FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista 
Judiciário) 
Sobre a publicação de livros 
Muito se tem discutido, recentemente, sobre 
direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se 
o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: 
“Não vos parece, senhores, que em se tratando de 
livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos 
do Estado quando o Estado estiver sendo 
comprometido nesses livros? Quem quiser falar 
com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo 
por meio de livros: que os imprima, então, mas que 
responda por sua obra. Se ela for ruim, será 
desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se 
for criminosa, o autor será punido; se for boa, será 
aproveitada, mais cedo ou mais tarde.” 
(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São 
Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56) 
 
Quanto à colocação das vírgulas, a frase 
inteiramente correta é: 
a) Num de seus textos, a que deu o título de “Do 
justo e do injusto”, Voltaire aborda, com a 
propriedade de sempre, a questão da natureza 
mesma do sentimento da justiça, que, segundo ele, 
foi-nos concedido por Deus, que também nos deu 
um cérebro para contrabalançar os impulsos do 
coração. 
b) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e 
do injusto” Voltaire aborda, com a propriedade de 
sempre a questão da natureza mesma do sentimento 
da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus 
que, também, nos deu um cérebro para contrabalançaros impulsos do coração. 
c) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e 
do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de 
sempre, a questão da natureza mesma do sentimento 
da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus, 
que também nos deu um cérebro, para contrabalançar, 
os impulsos do coração. 
d) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e 
do injusto”, Voltaire aborda, com a propriedade de 
sempre, a questão da natureza mesma, do sentimento 
da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus 
que, também nos deu um cérebro, para contrabalançar 
os impulsos do coração. 
e) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e 
do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de 
sempre, a questão da natureza mesma do sentimento 
da justiça que, segundo ele, foi-nos concedido por Deus 
que também nos deu um cérebro para contrabalançar 
os impulsos do coração. 
 
 
CONJUNÇÃO 
 
16. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário) 
A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a 
experiência humana mais bem repartida: nenhum 
privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se 
vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro. 
Violência nascida no próprio âmago do indivíduo, ela 
dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo 
que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um 
imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a 
evidência da relação do indivíduo consigo e com o 
mundo. 
A dor quebra a unidade vivida do homem, 
transparente para si mesmo enquanto goza de boa 
saúde, confiante em seus recursos, esquecido do 
enraizamento físico de sua existência, desde que 
nenhum obstáculo se interponha entre seus projetos e 
o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz 
invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas 
ritualidades sociais e pela repetição incansável de 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 66 
situações próximas umas das outras. Aliás, esse 
ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René 
Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio 
dos órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que 
ela é um estado de “inconsciência em que o sujeito 
é de seu corpo”. 
 (Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, 
São Paulo, Editora Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6) 
 
... esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo... ... 
definir a saúde como “a vida no silêncio dos 
órgãos”. (final do texto) 
 
Os segmentos acima expressam, respectivamente, 
a) consequência e finalidade. 
b) condição e necessidade. 
c) consequência e condição. 
d) causa e finalidade. 
e) causa e decorrência. 
 
 
17. (FCC - 2014 - TRT - 19ª Região (AL) - Analista 
Judiciário) 
O MAQUINISTA empurra a manopla do 
acelerador. O trem cargueiro começa a avançar 
pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, 
deixando para trás a fronteira com a China. 
 O trem segue mais ou menos o mesmo 
percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho 
que ligava a China à Europa e era usado para o 
transporte de especiarias, pedras preciosas e, 
evidentemente, seda, até cair em desuso, seis 
séculos atrás. 
Hoje, a rota está sendo retomada para 
transportar uma carga igualmente preciosa: laptops 
e acessórios de informática fabricados na China e 
enviados por trem expresso para Londres, Paris, 
Berlim e Roma. 
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas 
sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas 
de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando 
Xi'an - cidade do centro-oeste chinês, mais 
conhecida por seus guerreiros de terracota - era a 
capital da China. 
As caravanas começavam cruzando os desertos 
do oeste da China, viajavam por cordilheiras que 
acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então 
percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central 
até o mar Cáspio e além. 
Esses caminhos floresceram durante os 
primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a 
navegação marítima se expandiu e que o centro político 
da China se deslocou para Pequim, a atividade 
econômica do país migrou na direção da costa. 
Hoje, a geografia econômica está mudando outra 
vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China 
dispararam na última década. Por isso as indústrias 
estão transferindo sua produção para o interior do país. 
O envio de produtos por caminhão das fábricas 
do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai - e de 
lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal 
de Suez - é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota 
da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota 
marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o 
custo do tempo agregado por mar é considerável. 
Inicialmente, a experiência foi realizada nos 
meses de verão, mas agora algumas empresas planejam 
usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para 
isso adotam complexas providências para proteger a 
carga das temperaturas que podem atingir 40 °C 
negativos. 
 (Adaptado de: www1.folhauol.com.br /FSP / 
newyorktimes/ 122473) 
Há relação de causa e consequência, respectivamente, 
entre: 
a) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e 
a atual transferência da produção industrial para o 
interior do país. 
 b) a redução de tempo no atual transporte por trem na 
Rota da Seda e a aceleração da venda de produtos de 
informática. 
c) o uso de caminhões para o transporte de carga e a 
atual mudança da geografia econômica da China. 
d) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota 
da Seda e o aumento nos custos do transporte 
marítimo. 
e) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade 
Média e a diminuição na demanda do Ocidente por 
especiarias e seda. 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 67 
18. (FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista 
Judiciário) 
 
Todos os dias, acompanhamos na televisão, 
nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as 
mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no 
clima mundial. Nunca se viram mudanças tão 
rápidas e com efeitos devastadores como têm 
ocorrido nos últimos anos. 
Pesquisadores do clima mundial afirmam que 
este aquecimento global está ocorrendo em função 
do aumento da emissão de gases poluentes, 
principalmente derivados da queima de 
combustíveis fósseis (gasolina, diesel etc.) na 
atmosfera. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, 
metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) 
formam uma camada de poluentes de difícil 
dispersão, causando o famoso efeito estufa. Esse 
fenômeno ocorre, porque esses gases absorvem 
grande parte da radiação infravermelha emitida 
pela Terra, dificultando a dispersão do calor. 
O desmatamento e a queimada de florestas e 
matas também colaboram para esse processo. Os 
raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na 
atmosfera. Como esta camada de poluentes 
dificulta a dispersão do calor, o resultado é o 
aumento da temperatura global. Embora este 
fenômeno ocorra de forma mais evidente nas 
grandes cidades, já se verificam suas consequências 
no aquecimento global. 
Como esta camada de poluentes dificulta a 
dispersão do calor, o resultado é o aumento da 
temperatura global. 
 
Na frase acima, o conectivo como tem o valor de 
................., podendo ser substituído sem prejuízo 
do sentido e da correção por ............... . 
 
As lacunas são completadas corretamente em: 
a) comparação – tanto que 
b) causa – porque 
c) conformidade – por que 
d) comparação – porque 
e) causa – tanto que 
 
PRONOMES 
 
19. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Técnico Sistemas) 
 
Nascido no bairro do Pari, em uma São Paulo em 
construção após o levante constitucionalista de 1932, 
Germano Mathias compõe a santíssima trindade do 
samba paulistano, ...... Adoniran Barbosa e Geraldo 
Filme. 
 (Adaptado de: DINIZ, André, op. cit.) 
 
Preencha corretamente a lacuna da frase acima: 
a) em face à 
b) lado a lado 
c) ao lado de 
d) lado à lado com 
e) junto à 
 
 
20. (FCC - 2014 - SABESP - Técnicoem Gestão) 
 
As filmagens de Vidas Secas foram no sertão, em 
Palmeira dos Índios (AL), cidade ..................... o escritor 
morou e .................. foi prefeito. 
 
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na 
ordem dada: 
 
a) a qual - que 
b) em que - da qual 
c) no qual - onde 
d) onde - cuja 
e) que - a que 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 68 
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 
21. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista 
Judiciário) 
[Do espírito das leis] 
Falta muito para que o mundo inteligente 
seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois 
ainda que o mundo inteligente possua também leis 
que por sua natureza são invariáveis, não as segue 
constantemente como o mundo físico segue as 
suas. A razão disso reside no fato de estarem os 
seres particulares inteligentes limitados por sua 
natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, 
por outro lado, é próprio de sua natureza agirem 
por si mesmos. (...) 
O homem, como ser físico, tal como os outros 
corpos da natureza, é governado por leis 
invariáveis. Como ser inteligente, viola 
incessantemente as leis que Deus estabeleceu e 
modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser 
poderia, a todo instante, esquecer seu criador - 
Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal 
ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si 
mesmo - os filósofos advertiram-no pelas leis da 
moral. 
 (Montesquieu - Os Pensadores. São Paulo: Abril 
Cultural, 1973, p. 33 e 34) 
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-
se no plural para preencher corretamente a lacuna 
da seguinte frase: 
a) ...... (ganhar) proeminência, entre as convicções 
de Montesquieu, a de que Deus nunca se afasta em 
definitivo de suas criaturas, ainda quando estas o 
esqueçam. 
b) Às leis imutáveis do mundo físico não se ...... 
(ater) a legislação dos homens, caracterizada muitas 
vezes pela inconstância e pela dificuldade de 
cumprimento. 
c) Dado que não ...... (competir) aos homens 
governar o mundo natural, deveriam eles buscar 
governar a si mesmos do modo mais justo e mais 
eficiente possível. 
d) Montesquieu lembra que ...... (dever) caber aos 
filósofos alertar os homens para não se esquecerem 
das leis morais que devem ser cumpridas. 
e) ...... (atuar) claramente nesse texto, onde tão 
bem se representa o pensamento de Montesquieu, 
os conceitos fundamentais de mundo físico e 
mundo inteligente. 
22. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista 
Judiciário) 
 
Da utilidade dos prefácios 
Li outro dia em algum lugar que os prefácios são 
textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador 
é convocado com o compromisso exclusivo de falar 
bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom 
elogioso, o prefácio ainda aponta características 
evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter 
muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais 
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser 
narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa 
estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os 
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando 
estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o 
prefácio seria um estraga-prazeres. 
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada 
aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que 
muitas vezes ela proceda - o que não justifica a 
generalização devastadora. Meu argumento é simples e 
pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o 
prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito 
melhor do que o do autor da obra, fosse pela 
consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas 
do que as expostas no texto principal. Há casos célebres 
de bibliografias que in- dicam apenas o prefácio de uma 
obra, ficando claro que o res- tante é desnecessário. E 
ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o 
prefaciador ser muito mais espirituoso e in- teligente do 
que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como 
argumento final vou glosar uma observação de 
Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal 
são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a 
vantagem de ser bem mais curto. 
Há muito tempo me deparei com o prefácio que 
um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para 
um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, 
linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a 
moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, 
além de grande escritora era também linda). Não havia 
dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era 
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada 
talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas 
qualidades para os poemas da moça que o prefácio 
acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação 
de um grande gênio poético. 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 69 
Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
a) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = 
assumido o teor argumentativo 
b) generalização devastadora (2º parágrafo) = 
interação improdutiva 
c) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar 
uma consideração 
d) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = 
não se pode esboçar a hipótese 
e) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) 
= subserviência às teses propaladas 
 
 
23. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista 
Desenvolvimento Gestão Júnior) 
 
Delicadezas colhidas com mão leve 
Era sábado e estávamos os dois na redação 
vazia da revista. Esparramado na cadeira, Guilherme 
roía o que lhe restava das unhas, levantava-se, 
andava de um lado para outro, folheava um jornal 
velho, suspirava. Aí me veio com esta: 
- Meu texto é melhor que eu. 
A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu 
amigo e poderia render uma discussão sobre quem 
era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do 
Guilherme Cunha Pinto. Os que foram apenas 
leitores desse jornalista tão especial, morto já faz 
tempo, não teriam problema em escolher as 
matérias que ele assinava, que me enchiam de uma 
inveja benigna. 
Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele 
ia buscar e punha em palavras as coisas mais 
incorpóreas e delicadas. Não era com ele, 
definitivamente, a simplificação grosseira que o 
jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa 
dos espaços e horários curtos, e que acaba fazendo 
do mundo algo chapado, previsível, sem graça. 
Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de 
aspas, nas entrevistas, nem sair à rua para ajustar os 
fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente 
rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre 
as quais ia escrever, sem ideias prontas nem pé 
atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e 
permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as com 
amorosa curiosidade - donde os detalhes que faziam o 
singular encanto de suas matérias. O personagem mais 
batido se desdobrava em ângulos inéditos quando o 
repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da 
alma de seus entrevistados, sem jamais pendurá-los no 
pau de arara do jornalismo inquisitorial. Deu forma a 
textos memoráveis e produziu um título desde então 
citado e recitado nas redações paulistanas: “Picasso 
morreu, se é que Picasso morre”. 
 (Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto 
Alegre: Arquipélago, 2001. p.45 e 46) 
 
As normas de concordância verbal estão plenamente 
observadas na frase: 
 
a) Os textos memoráveis que, com a arte desse 
jornalista, apresentava sempre uma perspectiva 
especial, encantavam a todos os seus fiéis leitores. 
b) Com a maioria dos jornalistas acontecem, 
frequentemente, que se submetam às fáceis 
acomodações dessa desafiadora profissão. 
c) Aos leitores dos grandes jornalistas cabem não 
apenas ler com prazer suas matérias, mas encantar- se 
com o ângulo criativo pelo qual trata suas matérias. 
d) Quem, entre os muitos jornalistas de hoje, habilita-se 
a desafiar os rígidos paradigmas que lhes impinge a 
direçãode um jornal? 
e) Ainda haveriam, numa época de tanta pressa e tanta 
precipitação, jornalistas capazes de surpreender o leitor 
com uma linguagem de fato criativa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 70 
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 
 
24. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Técnico 
Judiciário) 
O elemento em destaque está empregado 
corretamente em: 
a) Mais que o luxo do produto, é a aparência de 
luxo de que conta para os consumidores. 
b) Os produtos e as marcas permitem com que as 
pessoas adquiram a visibilidade desejada. 
c) A visibilidade é uma das características pelas 
quais se estrutura a sociedade de consumo. 
d) Quanto mais se tem a impressão em que se é 
visto com os novos produtos, mais se quer adotá-
los. 
e) Nas sociedades por cuja ordem social é abalada 
com guerras, a ostentação é particularmente visível. 
 
 
25. (FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Técnico 
Judiciário) 
 
 A ocupação da região da Chapada Diamantina, 
inicialmente habitada pelos índios Maracás, 
remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e 
minérios, por volta de 1700, quando foi encontrado 
ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno, marcando 
o início da chegada dos bandeirantes e 
exploradores. Em 1844, a colonização é 
impulsionada pela descoberta de diamantes 
valiosos nos arredores do Rio Mucugê, e os 
comerciantes, colonos, jesuítas e estrangeiros se 
espalham pelas vilas, controladas e reguladas pela 
força da riqueza. A atividade agropecuária tomba 
diante da opulência do garimpo. 
Reduto de belezas naturais, a Chapada abarca uma 
diversidade grande de fauna e flora. São mais de 50 
tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além 
de espécies animais raras, como o tamanduá-
bandeira. O Parque Nacional da Chapada 
Diamantina, criado na década de 80 do séc. XX, atua 
como órgão protetor de toda essa exuberância. 
 (Adaptado de: www.bahia.com.br) 
 
... remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e 
minérios... 
Considerando-se a regência do verbo remontar, no 
contexto, o segmento sublinhado pode ser 
corretamente substituído por: 
a) nos dias áureos. 
b) as fases áureas. 
c) o período áureo. 
d) os momentos áureos. 
e) à época áurea. 
 
CRASE 
 
26. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de 
Motorista) 
A outra noite 
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, 
uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. 
Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o 
trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, 
além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e 
que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas 
de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma 
paisagem irreal. 
Depois que o meu amigo desceu do carro, o 
chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para 
mim: 
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir 
sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? 
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e 
enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e 
linda. 
-Mas que coisa... 
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para 
olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou 
guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser 
aviador ou pensava em outra coisa. 
-Ora, sim senhor... 
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse 
um “boa noite” e um“ muito obrigado ao senhor” tão 
sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito 
um presente de rei. 
(BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, 
crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de ler. 
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO 
PARA CONCURSOS 
Profª Yara Coeli 
 
LOJA DO CONCURSEIRO - 71 
Apenas uma das frases abaixo está correta quanto à 
colocação do acento indicativo de crase. Assinale-a. 
a) O rapaz foi levado à presença do diretor. 
b) Ele preferiu voltar para casa à pé. 
c) Os dois motoristas infratores ficaram frente à 
frente. 
d) Chegamos à um cruzamento e paramos o veículo. 
e) Ele começou à perceber que não tinha razão. 
 
 
27. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP – Biólogo) 
Leia o texto para responder à questão. 
 
 O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e 
do Adolescente, ligado______Presidência da 
República, aprovou resolução que, na prática, 
proíbe propaganda voltada___________menores 
de idade no Brasil. O texto, que o órgão considera 
ter força de lei, torna abusivo o direcionamento de 
publicidade___________esse público, 
com________intenção de persuadi-­lo “para o 
consumo de qualquer produto ou serviço”. 
(http://www1.folha.uol.com.br. Acesso 
em 24.03.2014. Adaptado) 
 
Considerando-­se o uso do acento indicativo de 
crase, de acordo com a norma-­padrão da língua 
portuguesa, as lacunas do texto devem ser 
preenchidas, respectivamente, com: 
a) a ... à ... à ... à 
b) à ... a ... a ... a 
c) a ... à ... a ... à 
d) à ... a ... à ... a 
e) à ... a ... à ... à 
 
 
 
 
 
 
28. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário) 
Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos 
soma-se ...... dor, considerada como um elemento 
formador do caráter, contexto ...... pathos pode 
converter-se em éthos. 
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na 
ordem dada: 
 
a) às - por que - a - no qual 
b) as - por que - a - do qual 
c) às - porque - a - em que 
d) às - pelas quais - à - de que 
e) as - que - à - com que 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
01. B 11. D 21. E 
02. D 12. D 22. C 
03. E 13. E 23. D 
04. D 14. E 24. C 
05. D 15. A 25. E 
06. A 16. E 26. A 
07. E 17. A 27. B 
08. B 18. B 28. A 
09. A 19. C 
10. B 20. B

Mais conteúdos dessa disciplina