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Narrativas não ficcionais Os textos jornalísticos mais comuns são as notícias e as reportagens. Ambas são textos predominantemente nar- rativos, cujo compromisso básico é a informação. A diferença está na maior profundidade e extensão da reportagem, em contraposição ao caráter mais imediato da notícia. Elas serão objeto de estudo da próxima aula. Talvez a pior acusação que se possa fazer contra um jornal ou jornalista é que ele inventou ou distorceu fatos. Supostamente, a notícia e a reportagem devem ser a expressão da verdade. Nas sociedades democráticas, também se espera que sejam textos imparciais, ou seja, que não sejam textos opinativos. Por isso, uma regra de ouro do jornalismo democrático é a necessidade de sempre ouvir os dois lados da notícia. Isso, contudo, não significa que o jornal não traga textos de opinião – que estudaremos daqui a duas aulas. Eles estão presentes em quase todos os cadernos. O importante, apenas, é que esse tipo de texto pode ser claramente distinguido das notícias e reportagens informativas e não opinativas. Notícia e reportagem As narrativas jornalísticas são denominadas notícias ou reportagens. Ambos os termos fazem alusão à ideia de que o autor ou as fontes desses textos estão diretamente ligados aos fatos, relatam aquilo que presenciaram ou com que tiveram contato próximo. Disso decorre sua veracidade, seu caráter de fato, não de rumor ou boato. A diferença entre eles estaria na maior extensão e densidade da reportagem, em oposição à notícia. O Manual da redação e estilo do jornal O Estado de S. Paulo assim se refere a esses dois tipos de texto: A reportagem pode ser considerada a própria essência de um jornal e difere da notícia pelo conteúdo, extensão e profundidade. A notícia, de modo geral, descreve o fato e, no máximo, seus efeitos e consequên- cias. A reportagem busca mais: partindo da própria notícia, desenvolve uma sequência investigativa que não cabe na notícia. Assim, apura não somente as origens do fato, mas suas razões e efeitos mais importantes e divide-o, quando se justifica, em retrancas diferentes que poderão ser agrupadas em uma ou mais páginas. A notícia não esgota o fato: a reportagem pretende fazê-lo. O ESTADO DE S. PAULO. Manual de redação e estilo (org. e ed. por Eduardo Martins). São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1990, p. 67. Elementos da notícia e da reportagem A notícia jornalística é um texto constituído, essencialmente, não apenas do texto escrito em si, mas de variados recursos gráficos e visuais. Em primeiro lugar, há os recursos tipográficos, como o uso de cor, negrito, itálico, fontes com corpo maior ou menor, sombreamento, molduras, etc. E a articulação do texto escrito com outros textos, verbais e não verbais, como a fotografia e sua legenda, tabelas e gráficos, desenhos, ilustrações, mapas, quadros cronológicos, etc. Na verdade, é assim que em geral se apresentam os textos jornalísticos. Apenas as notas e os textos menores trazem pouca variação visual. Português 2C Textos jornalísticos: notícia 05 Aula 1 Mais extensa, a reportagem é composta por dois ou mais textos escritos, chamados, no jargão jornalístico, de retrancas, além dos textos não verbais. Assim, uma reportagem sobre, digamos, um acidente rodoviário causado por um buraco aberto na pista, pode ser composta por vários elementos e textos. Por exemplo: • o texto principal, mais longo, com as informações específicas do acidente • texto com depoimentos das vítimas • boxe (texto curto inserido entre molduras) com a versão dos responsáveis públicos ou particu- lares pela conservação da rodovia • quadro com o histórico de outros acidentes na mesma rodovia • fotografia (com respectiva legen- da) do buraco na pista • fotografia (com respectiva le- genda) dos carros envolvidos no acidente • mapa com a localização do trecho da rodovia em que houve o acidente Também é interesse notar que muitas notícias desdobram-se por dois ou mais dias. No exemplo acima, à primeira reportagem poderiam seguir-se outras, com as investigações sobre a causa do acidente, as medidas para que não se repita, as reações das vítimas ou de outros usuários da rodovia, etc. No jargão jornalístico, o texto que retoma e desenvolve fato publicado no dia anterior é denominado suíte. Nesses casos, é relativamente comum a presença de uma vinheta, isto é, uma palavra ou expressão que identifique o assunto maior a que a suíte faz referência. © Fo lh ap re ss A página ao lado exemplifica o tratamen- to dado a uma reportagem considerada mais importante. No dia 17 de dezem- bro de 2004, os jornais noticiaram que o número de brasileiros acima do peso é maior que o de brasileiros subnutridos (o que não deixa de ser surpreendente, num país com tantos problemas sociais). A Fo- lha de S.Paulo dedicou ao tema a página de abertura de seu caderno Cotidiano (além de chamada na primeira página e complemento da reportagem na página C3). Note que a página é composta de vários textos e elementos. Além do texto principal, há um boxe à esquerda e dois textos na parte inferior (com dois perfis, um sobre uma mulher acima do peso, outro sobre uma mulher subnutrida). Há também duas fotografias com legenda, ilustração, gráficos, mapas, tabelas e um quadro-resumo. Folha de S.Paulo, 17 dez. 2004, p. C1 2 Extensivo Terceirão Produção de textos Notícia jornalística: relato objetivo e não ficcional Mais tradicional dos gêneros próprios do jornalismo, a notícia é um texto informativo que requer objetivida- de, mas não dispensa detalhamento e, eventualmente, contextualização. O relato jornalístico pode ser caracterizada pelos seguintes traços: a) trata-se de um texto informativo e não opinativo, baseado, portanto, em fatos e não nos pontos de vista do autor; b) trata-se de um texto narrativo não ficcional, ou seja, aquele em que se relata um acontecimento tido como verídico; c) sua linguagem é preponderantemente objetiva, dis- tanciando-se, sob esse aspecto, da narrativa literária. Estrutura Por sua objetividade e seu caráter prático, trata-se de um texto relativamente menos variado que outros gêne- ros. Em geral, o relato jornalístico traz alguns elementos estruturais básicos, como os comentados a seguir. Título Notícias jornalísticas sempre têm título, também de natureza informativa. O hábito é que este título apresen- te verbos no presente do indicativo e substantivos que não estejam acompanhados de artigos. Lide e sublide O parágrafo inicial da notícia busca responder a ques- tões essenciais do fato relatado, geralmente expressas pelas perguntas quem?, o quê?, quando?, onde?, como?, e por quê? Esse princípio geral, todavia, tem duas restrições. Muitas vezes uma ou algumas dessas perguntas não são relevantes ou não têm resposta conhecida no momento em que a notícia é publicada. Na prática, as quatro primeiras perguntas são as mais frequentes. Outra possibilidade é distribuir a resposta a essas perguntas em dois parágrafos, mantendo as mais rele- vantes no parágrafo de abertura (o lide propriamente dito), e as restantes em seguida (no sublide). Detalhamento e depoimentos As respostas às perguntas essenciais, presentes já na abertura da notícia, não esgotam, naturalmente, todos os elementos a serem relatados. Assim, os parágrafos seguintes ao lide e ao sublide trazem pormenores que expõem mais exatamente o fato noticiado. Neste ponto, é bastante comum o recurso a depoimen- tos – registrados com falas entre aspas (discurso direto) ou pela própria voz do repórter (discurso indireto). Afinal, o repórter em geral não presenciou os fatos e, assim, se vale das informações obtidas por meio de relatos pessoais. Contextualização Muitos fatos desdobram-se por vários dias no notici- ário. Nesses casos, é comum que as notícias apresentem breve contextualização, que resgate fatos anteriores necessários para a compreensão do relato do dia. Gênero notícia: análise de proposta de redação Por meio de uma propostaaplicada recentemente, vejamos, de forma mais prática, como escrever uma redação dentro do gênero notícia. Primeiramente, co- nheceremos a proposta para, em seguida, analisarmos alguns exemplos. (UEPG – PR) – Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título. Proposta: Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas “Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaio- lados, o seu dono pode levá-los para onde qui- ser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pás- saros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.» Adaptado de: Rubem Alves. O texto de apoio destaca dois tipos de escola: Escolas que são gaiolas Escolas que são asas Escolha apenas UM dos tipos de escola para desenvolver um texto no GÊNERO NOTÍCIA. A expressão escolhida pode ser utilizada como título/manchete do seu texto. Aula 05 3Português 2C Exemplos de redação Vamos analisar três redações. Vamos começar por uma avaliada como abaixo da média, até chegarmos à terceira, a redação considerada acima da média. Comparemos os textos para, assim, entendermos as características de uma boa redação no gênero notícia. Redação 01 Escolas que são asas Pesquisas recentes apontam que as escolas buscam mais que inserir conteúdos e valorizar notas, elas investem em fazer o aluno a refletir, pesquisar e despertar seu senso crítico. Professores relatam que ao se mostrarem como mestres que encorajam e apoiam os educandos para voarem cada vez mais alto, recebem como resultado animo, participação, maior sucesso na carreira estudantil dos alunos. Ademais, escolas que adotam o método tradicional percebem que o desenvolvimento do aluno “livre” é maior que o aluno “decoreba”. Assim, pretendem alterar seus métodos sem comprometer a identidade da escola, mas proporcionar e incentivar o aluno a desafiar seu potencial elevar suas habilidades e competências, mostrando-lhe como podem chegar cada vez mais longe. Extraído de: <http://cps.uepg.br/vestibular/documentos/2015_Arquitetura%20da%20redacao_completa.pdf>. Acesso em: 26/01/18 2 3 4 5 6 7 9 10 8 1 Redação 02 Escolas que são asas Uma escola do interior do Paraná desenvolveu um projeto chamado “Mini e Futuros Professores”. O projeto visa aprimorar o conhecimento de alguns alunos e auxiliar no aprendizado de outros. No Mini e Futuros Professores, alunos do 9º. Ano se voluntariaram para auxiliar alunos dos 6º., 7º. e 8º. anos nas matérias em que possuíam dificuldades. “o projeto é bom porque além de ajudarmos os colegas com dificuldades, também acabamos aprendendo um pouco mais e fixando os conteúdos que nós mesmos”, diz João Batista, de 14 anos. As aulas extras são realizadas em contraturnos no próprio colégio, podendo o aluno utilizar seus materiais e recursos para o preparo e a realização das mesmas. “Essas aulas são meio de mostrar aos alunos que todos nós temos algo a passar e a ensinar para alguém, mesmo que de maneira informal, e incentivá-los a sempre procurar pelo aprendizado, ainda que não se sintam preparados o suficiente.”, finaliza a diretora Maria Vitória. Extraído de: <http://cps.uepg.br/vestibular/documentos/2015_Arquitetura%20da%20redacao_completa.pdf>. Acesso em: 26/01/18 2 3 4 5 6 7 9 10 11 12 13 8 1 Redação 03 Escolas que são asas Projetos que estimulem a criatividade dos alunos são premiadas Ontem, 22 de novembro, no Centro de Cultura de Ponta Grossa, houve a premiação das Instituições que participaram do Projeto “Escolas que são asas”. O trabalho se constituía em elaborar um projeto que estimulasse a criatividade e a liberdade entre os alunos. 1 2 3 4 5 4 Extensivo Terceirão A Escola Bet’s foi a ganhadora do prêmio máximo. “Desenvolvemos um projeto que aliava música e literatura, trabalhando com várias inteligências. Tínhamos como meta a criação de uma Banda Marcial e a ampliação da biblioteca. Ofertamos vários instrumentos e aulas teóricas. O requesito básico para cada aula é ler um livro novo. Hoje nossa Banda tem 120 músicas e a biblioteca triplicou de tamanho, além de termos oficinas semanais de leitura.” relata a diretora. “Estimular as crianças, tornando-as cidadãos críticos e ativos e dando base para o seu futuro é o que nos motivou a criar esse projeto” diz seu idealizador. Para a próxima edição, 250 escolas já estão inscritas e o tema será: “Educação e futuro: crianças e democracia”. Além do troféu, a escola vencedora ganhará uma rede nova de computadores. Extraído de: <http://cps.uepg.br/vestibular/documentos/2015_Arquitetura%20da%20redacao_completa.pdf>. Acesso em: 26/01/18 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Testes Assimilação Instrução: Texto para a próxima questão. A geração smartphone, que bebe menos álcool, faz menos sexo e não está preparada para a vida adulta Jovens que cresceram na era dos smartphones estão menos preparados para a vida adulta, se- gundo uma pesquisa americana. A chamada “ge- ração smartphone”, daqueles que nasceram após 1995, vem amadurecendo mais lentamente do que as anteriores. Eles são menos propensos a dirigir, trabalhar, fazer sexo, sair e beber álcool, de acordo com Jean Twenge, professora de Psicologia da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos. Suas conclusões estão no recém-publicado livro iGen: Why Today’s Super-Connected Kids are Growing up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy - and Completely Unprepared for Adulthood (iGen: Por que as crianças superconectadas estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, me- nos felizes - e completamente despreparadas para a vida adulta, em tradução livre), com os resul- tados de uma investigação baseada em pesquisas com 11 milhões de jovens americanos e entrevis- tas em profundidade. Em entrevista à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol, Twenge explicou que esses jovens cresceram em um ambiente mais seguro e se ex- põem menos a situações de risco. Mas, por outro lado, chegam à universidade e ao mundo do tra- balho com menos experiências, mais dependen- tes e com dificuldade de tomar decisões. “Os de 18 anos agem como se tivessem 15 em gerações anteriores”, comenta Twenge. Ela diz que isto tem relação com a superconectividade típica desta geração, que passa em média seis horas por dia conectada à internet, enviando mensagens e jo- gando jogos online. Por conta disto, acabam passando menos tem- po com amigos, o que pode afetar o desenvolvi- mento de suas habilidades sociais. O estudo mos- trou ainda que quanto mais tempo o jovem passa na frente do computador, maiores os níveis de in- felicidade. “O que me impressionou na pesquisa foi que os adolescentes estavam bastante cientes dos efeitos negativos dos celulares”, comentou a pesquisadora. “E um estudo com 200 universitá- rios que fizemos mostrou que quase todos prefe- ririam ver seus amigos pessoalmente”, continua. Essa consciência, no entanto, não se traduz na prática. A Geração Smartphone, segundo a pes- quisa com base no universo americano, sofre com altos níveis de ansiedade, depressão e solidão. A taxa de suicídio, por exemplo, triplicou na última década entre meninas de 12 a 14 anos. 1Mas, ao mesmo tempo, trata-se de uma ge- ração mais realista com o mercado de trabalho e mais disposta a trabalhar duro, o que Twenge vê como “boa notícia para empresas”. “Eles não têm grandes expectativas como as que tinham os millennials (a geração anterior, dos nascidos após 1980)”, compara. “Eles estão mais preocupados em estar física e emocionalmente seguros. Bebem menos e não gostam de riscos.” Segundo o livro, por terem umainfância mais protegida, têm um crescimento mais lento. Para Aula 05 5Português 2C Twenge, “não gostam de fazer coisas nas quais não se sintam seguros, o que fazem é adiar os prazeres e as responsabilidades”. Embora as prin- cipais conclusões pareçam acenar para um sinal de alerta, a pesquisadora comenta que a geração smartphone é tolerante com pessoas diferentes e ativa na defesa de direitos LGBT e da população. “E mais ainda que as gerações anteriores, eles acreditam que as pessoas devem ser o que são”, completa. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/ geral-41080541. Acesso em: 29 Ago, 2017. 05.01. (IFSC – adaptada) – Considerando o trecho “Mas, ao mesmo tempo, trata-se de uma geração mais realista com o mercado de trabalho e mais disposta a trabalhar duro, o que Twenge vê como ‘boa notícia para as empresas’” (ref. 1), assinale a alternativa CORRETA. a) A palavra “Mas” pode ser substituída por “além disso”, sem prejuízo de sentido. b) Ser “mais realista (...) e mais disposta para trabalhar duro” são características da geração smartphone. c) As aspas em “boa notícia para as empresas” servem para indicar a fala do autor da notícia. d) Ser “mais realista (...) e mais disposta a trabalhar duro” são características atribuídas aos jovens da geração millennial. e) Estar “mais disposta a trabalhar duro” tem sentido equiva- lente a ter grandes expectativas em relação ao mercado de trabalho. 05.02. (EBMSP) – Um novo app promete usar a tecnologia para aproximar médicos e pacientes. Batizado de Docpad, o aplicativo criado por brasileiros foi lançado no começo do mês. Quem quiser usar o Docpad deve informar da- dos, como tipo sanguíneo e plano de saúde. Após o cadastro inicial, o usuário pode usar seu perfil para salvar e compartilhar exames, criar uma lista de médicos de sua confiança e marcar consultas com profissionais que também usem o aplicativo. “Nossa ideia era criar um app que ajudasse as pessoas a cuidar da saúde de amigos e familiares”, explicou em entrevista a EXAME.com o diretor de tecnologia da ThinkTank, startup que está por trás do app. BRASILEIROS criam app que aproximam médicos e pacientes. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/brasileiros-criam- app-que-aproxima-medicos-e-pacientes>. Acesso em: 23 set. 2016. Da leitura do texto, é correto afirmar que as novas tecnologias de informação e comunicação permitem que as pessoas a) possam acompanhar, de forma mais sistemática, a sua saúde, tendo acesso mais rápido e prático aos seus mé- dicos e seus exames. b) tenham maior possibilidade de estar atentas ao bem-estar de seus familiares, por meio de um contato direto com os profissionais que os assistem. c) se aproximem mais dos especialistas de sua confiança, po- dendo tirar dúvidas e conferir os serviços oferecidos em seu plano de assistência médico-hospitalar, sem sair de casa. d) compartilhem os resultados das investigações a que fo- ram submetidas, e até mesmo o tipo sanguíneo nas redes sociais, para que sejam orientadas quanto aos melhores tratamentos e a quem podem recorrer. e) socializem com sua rede de amigos uma lista de persona- gens renomadas na área médica e de sistemas de saúde que são considerados os mais atualizados. Instrução: Texto para a próxima questão. No início de 2015, um questionário com 36 perguntas e quatro minutos ininterruptos de con- tato visual ficou conhecido por causa de um arti- go da escritora Mandy Len Catron, publicado no jornal norte-americano The New York Times. No texto, ela conta a história de como se apaixonou pelo marido com a ajuda de um método usado para criar intimidade romântica em laboratório, experimento criado há mais de 20 anos pelo pro- fessor de psicologia social Arthur Aron, da Uni- versidade de Stony Brooks, nos Estados Unidos. Em nove dias, o texto foi lido por mais de 5 milhões de pessoas e compartilhado 270 mil vezes no Facebook (inclusive por Mark Zucker- berg). “Criamos esse questionário a fim de ter um método para ser usado em laboratório e estudar os efeitos da intimidade na vida social de uma pessoa. Esse método já foi utilizado em centenas de estudos”, disse Aron à reportagem. Quando foi criado, o estudo tinha regras bem rígidas: um homem e uma mulher heterossexuais entram em um laboratório por portas separadas. Eles se sentam frente a frente e respondem às per- guntas, que têm um teor cada vez mais pessoal. Essa fase leva cerca de 45 minutos e, em seguida, é preciso encarar o outro nos olhos durante quatro minutos, sem desviar o foco. Na experiência con- duzida pelo professor Aron, dois participantes do teste se casaram depois de seis meses e chamaram os funcionários do laboratório para a cerimônia. LOUREIRO, G. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/ Revista/noticia/2015/03/querencontrar-o-amor-ciencia-e- tecnologia-podem-te-ajudar.html >. Acesso em: 10 out. 2016. 05.03. (UEMG) – Assinale a alternativa em que o trecho em destaque tem a função de dar ênfase à informação apresentada no excerto: a) “Eles se sentam frente a frente e respondem às perguntas, que têm um teor cada vez mais pessoal.” b) “Em nove dias, o texto foi lido por mais de 5 milhões de pessoas e compartilhado 270 mil vezes no Facebook (inclusive por Mark Zuckerberg)”. 6 Extensivo Terceirão c) “[...] um método usado para criar intimidade romântica em laboratório, experimento criado há mais de 20 anos pelo professor de psicologia social Arthur Aron”. d) “No início de 2015, um questionário com 36 perguntas e quatro minutos ininterruptos de contato visual ficou conhecido por causa de um artigo da escritora Mandy Len Catron”. Instrução: Texto para a próxima questão. Imagine alguém contando essa historinha: “De- pois de receber uma premagem, o ludâmbulo des- ligou o lucivelo, colocou o focale, chamou o cine- síforo e foi ao local da runimol de que teve notícia por um amigo alvissareiro”. Assim seria contada essa historinha se se tivesse adotado a proposta de Antônio Castro Lopes, filólogo que viveu de 1827 a 1901. Os neologismos que ele propôs, como ludâm- bulo, focalo e cinesíforo não pegaram. Então pode- mos contar hoje a mesma historinha assim: “Depois de receber uma massagem, o turista desligou o aba- jur, colocou o cachecol, chamou o motorista e foi ao local da avalanche de que teve notícia por um amigo repórter”. Acho muito estranho nessas palavras a proposta de usar “alvissareiro” em vez de repórter. Alvíssaras é uma palavra sempre relacionada a boas notícias, o que não é bem o caso da maioria do que ouvimos ou lemos dos repórteres. BENEDITO, M. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2016/03/11/ chato-cricri-ezung- zung/>. Acesso em: 03 out. 2016. (Adaptado). 05.04. (UEMG) – No fragmento, o autor questiona o empre- go do termo “alvissareiro” por considerá-lo a) distante da realidade linguística do português brasileiro. b) impróprio para designar o dia a dia do trabalho de repórter. c) estranho para ser utilizado como sinônimo de “más notícias”. d) inadequado diante do teor negativo atribuído a notícias jornalísticas. Aperfeiçoamento Instrução: Texto para a próxima questão. Mãe que não consegue dizer ‘não’ ao filho pede à escola que proíba pipoqueiro na porta Ancelmo Gois Madame não educa A mãe de um aluno de um colégio particular tradicional da Tijuca, no Rio, pediu que a direção proíba o pipoqueiro de trabalhar na porta da esco- la. É que ela proibiu o filho de comer pipoca. Mas, sempre que vê o pipoqueiro, o miúdo pede à mãe para comprar. E ela não sabe dizer não. Ah, bom! Blog do Ancelmo Gois, Jornal O Globo, 08/08/2017. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/mae-que-nao- consegue-dizer-nao-ao-filho-pede-escola-queproiba-pipoqueiro- na-porta.html>. Acesso em: 10 ago. 2018. (Adaptado) 05.05. (CM – RJ) – Assinale V, para as informações VERDA- DEIRAS, e F, para as informações FALSAS. Depois indique a alternativa que apresenta a ordem corretade preenchimento dos parênteses, de cima para baixo. Diante dos fatos apresentados no texto, pode-se concluir que ( ) a culpa de o menino fazer birra é do pipoqueiro. ( ) a culpa da falta de controle do menino é da criação da mãe. ( ) Ancelmo Gois, o jornalista que noticia o ocorrido, con- sidera o pedido da mãe correto. ( ) A mãe pediu ajuda a Ancelmo Gois para forçar a saída do pipoqueiro da porta da escola. ( ) Ancelmo Gois fez uso da ironia para criticar a atitude da mãe do menino. a) V – F – V – F – V b) F – V – V – F – V c) F – V – V – V – V d) F – V – F – F – F e) F – V – F – F – V Instrução: Texto para a próxima questão. No Brasil, a política é o tipo de intolerância de maior audiência na internet. A conclusão é de uma pesquisa da agência de propaganda Nova/ SB, realizada no ano de 2016, que mapeou os dez tipos mais recorrentes de extremismos nas redes sociais. Uma rápida navegação comprova esse re- sultado, que se agrava de forma cruel e pessimis- ta, uma vez que são raras as vezes em que há um debate inteligente ou preocupado com questões sociais e coletivas. A discussão é feroz, infantil e cega, e não há vencedores ao final. A intolerância das pessoas chega a ser mesqui- nha, pequena e imoral. Agem como se não hou- vesse impunidade, pois existe a ilusão de que o mundo digital é uma terra de ninguém, quando muitos casos poderiam ser enquadrados em cri- mes cibernéticos. De insultos a notícias falsas, as infrações no mundo digital também devem ser julgadas e punidas sem exceção. Uma pesquisa da Quartz divulgada em janei- ro deste ano, constatou que 55% dos brasileiros consideram que não há nada na internet além do Facebook. Para boa parte dos entrevistados, o Fa- cebook e a internet são a mesma coisa. Nos EUA, o índice foi de apenas 5%. DIAS, Eliane. Antigamente, o silêncio era dos imbecis; hoje, são os melhores que emudecem. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/-home/ internet-nao-e-o-facebook/>. Acesso em: ago. 2017. 05.06. (EBMSP) – De acordo com o texto, é correto inferir: a) O Brasil é um país em que as reflexões políticas se de- senvolvem apenas por meio da internet, o que acaba por generalizar a postura crítica e coletiva dos cidadãos. Aula 05 7Português 2C b) A maioria dos brasileiros não amplia as possibilidades de uso da internet, limitando a sua experiência virtual à rede social onde mais há expressão de intolerância à diversidade de pensamento político. c) Os debates políticos comprometidos com a ética e o respeito às alteridades se limitam ao âmbito do Facebook, não se concretizando nas práticas sociais do cotidiano. d) Os norte-americanos, ao contrário dos brasileiros, não utilizam o Facebook para expressar intolerância em rela- ção a posicionamentos políticos, buscando meios mais legítimos e democráticos. e) A prática do preconceito e a intolerância à diversidade de pensamento, no Brasil, se justificam pela ausência de punição, o que agrava e aumenta a cada ano os compor- tamentos extremistas e as injúrias. Instrução: Texto para a próxima questão. Transferência de Neymar ao PSG é golpe de ‘soft power’ do Catar a países do Golfo, dizem especialistas A transferência do fenômeno1 brasileiro Ney- mar ao Paris Saint-Germain (PSG) representa uma estratégia de marketing e um golpe de ‘soft power’ do Catar contra os países do Golfo que cortaram relações diplomáticas com o emirado. Esta é a análise de especialistas ouvidos pela agên- cia de notícias France Presse e do comentarista da GloboNews, Marcelo Lins. Neymar se tornou o jogador mais caro da his- tória do futebol, com o pagamento da cláusula de rescisão no valor de € 222 milhões (R$ 812 milhões). Segundo Mathieu Guidere, especialista em ge- opolítica do mundo árabe consultado pela AFP, o anúncio da transferência do jogador ao PSG, que é de um fundo de investimentos do Catar, “foi testado entre catarianos como uma espécie de estratégia de comunicação que ofuscaria o debate em torno de outras considerações, como o terro- rismo”. Marcelo Lins, comentarista da GloboNews, afirmou2 que a transferência beneficia a imagem do Catar. “Um pequeno país riquíssimo em pe- tróleo, do Golfo, que bota tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida, ou a milhões de torcedo- res espalhados pelo mundo... você tem uma volta disso na imagem do Catar, que é muito grande”, disse3 à GloboNews. “É uma grande jogada de marketing do Catar como um todo”, acrescentou. O Catar enfrenta a sua pior crise política em décadas, com a Arábia Saudita e outros países do Golfo tendo cortado relações diplomáticas com o emirado por acusações de apoio a grupos terroris- tas. O Catar nega as acusações e diz que o objeti- vo é prejudicar o emirado rico em gás. Com a transferência de Neymar, Doha pode estar de olho em investir em ‘soft power’. O con- ceito de ‘soft power’ (‘poder suave’, em tradução livre) foi elaborado para definir a influência de países nas relações internacionais por meio de in- vestimentos em ações positivas. “Esse é um golpe de ‘soft power’. O Catar pre- cisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas as acusações, é o país mais resiliente no Oriente Médio”, disse4 à AFP Andreas Krieg, analista de risco político no King’s College de Londres. “Ter o melhor jogador do mundo mostra ao resto do mundo que se o Catar é determinado, eles ainda têm os maiores recursos para tirar e, se necessá- rio, usar o dinheiro que têm para promover a sua agenda”, acrescentou. O custo da transferência de Neymar “envia um sinal muito forte para o mundo esportivo e um sinal muito forte de desafio contra os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita”, disse Krieg. “Eles queriam esse jogador e usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer preço”. [...] https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e- golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml 05.07. (UECE) – A notícia é tomada como um gênero textual da esfera jornalística que tem como objetivo divulgar temas da atualidade de maneira imparcial. Na notícia acima, este objetivo é alcançado pelo enunciador por meio de alguns recursos linguísticos textuais, EXCETO pelo (a) a) uso predominante do discurso direto como forma de o enunciador atribuir a outrem as informações divulgadas. b) presença de elementos linguísticos avaliativos, como o termo “fenômeno” (referência 1), que amplia a dimensão informativa do gênero notícia. c) emprego de verbos dicendi, como “afirmou” (referência 2) e “disse” (referências 3 e 4), para isentar o enunciador de revelar o seu ponto de vista. d) presença do relato em terceira pessoa, o qual busca um distanciamento em relação ao fato, o que constrói a ideia da objetividade, de forma a sustentar a credibilidade da informação. Instrução: Texto para a próxima questão. Orgânicos: definição, composto e como fazer a compostagem SUA HISTÓRIA A matéria orgânica é definida biologicamen- te como matéria de origem animal ou vegetal e geologicamente como compostos de origem or- gânica, encontrados sob a superfície do solo. Os papéis, que são feitos com fibra vegetal, também são considerados matéria orgânica, porém, trata- remos dele separadamente. 8 Extensivo Terceirão Falaremos aqui do aproveitamento de restos de comida (cascas de frutas e verduras, folhas, talo, etc.) para a fertilização do solo, num proces- so conhecido como compostagem. COMPOSTAGEM: A RECICLAGEM NA NA- TUREZA A compostagem é um processo de transfor- mação que pode ser executado com parte do nosso lixo doméstico resultando em um excelen- te adubo para ser utilizado em hortas, vasos de plantas, jardins ou algum terreno que você tenha disponível. Este é um dos métodos mais antigos de reciclagem no qual imitamos os processos da natureza para melhorarmos a terra. O conceito de resíduo na natureza passou a existir com a sua excessiva geração aliada à crescente produção e uso de materiais sintéticos que não sedegradam facilmente, além da utilização de substâncias quí- micas perigosas, como tintas, solventes e metais pesados utilizados em baterias, entre outras (FI- GUEIREDO, 1995). Dos resíduos gerados no estado do Rio de Janeiro, cerca de 52% são orgânicos, contra 44% de recicláveis e 9% de rejeitos. Em anos, a porcentagem de lixo orgânico aumentou 16% (COMLURB, 2001). É importante ressaltar que nem todos os 52% podem ser compostados. O conceito de resíduo na natureza passou a existir com a sua excessiva geração aliada à crescente produção e uso de materiais sintéticos que não se degradam facilmente, além da utilização de substâncias químicas perigosas, como tintas, sol- ventes e metais pesados utilizados em baterias, entre outras (FIGUEIREDO, 1995). Além disso, elementos químicos perigosos ao meio ambiente e à saúde contaminam o composto e comprome- tem a sua qualidade. Segundo estudos feitos na Usina de Compos- tagem de Irajá, no Rio de Janeiro, existe cerca de 5% de metais pesados por de composto (AZE- VEDO et al., 2003). Esse elevado percentual de metal pesado e de material orgânico não compos- tável em nosso lixo retrata o baixo percentual de resíduo orgânico que é transformado em compos- to, não só no Brasil, com somente 1% mas em países que já fazem a separação prévia de seus materiais, como a Alemanha cujo índice chega a 5% (BALERINI, 2000). O QUE É COMPOSTO E COMPOSTAGEM? O composto é um material escuro usado como um tipo de adubo também chamado de terra pre- ta ou húmus. Compostagem é o processo de decomposição biológica da matéria orgânica contida em resídu- os animais ou vegetais. É feita por muitas espécies de micro-organismos e animais invertebrados que em presença de umidade e oxigênio, se alimen- tam dessa matéria e propiciam que seus elementos químicos e nutrientes voltem à terra. Essa decom- posição envolve processos físicos e químicos que ocorrem em matas, parques e quintais. Os proces- sos físicos são realizados por invertebrados como ácaros, centopeias, besouros, minhocas, lesmas e caracóis que transformam os resíduos em peque- nas partículas. Já os processos químicos, incluem a ação de bactérias, fungos e alguns protozoários que degradam os resíduos em partículas meno- res, dióxido de carbono e água. Essa técnica vem sendo utilizada há mais de cinco mil anos pelos chineses (FREIRE, 2003) e é uma prática utilizada em propriedades rurais. Disponível em: http://www.recicloteca.org.br/material-reciclavel/ organicos/. Acesso em: 7/9/2016. (Texto adaptado) 05.08. (IFSC) – Assinale a alternativa que contém a afirma- ção CORRETA em relação ao texto. a) Trata-se de um texto que busca esclarecer o leitor sobre o processo de compostagem e a importância, para a preservação da natureza, de se separarem os resíduos orgânicos presentes no lixo. b) O texto é uma crônica porque trata de um assunto do dia a dia: a separação do lixo doméstico no Rio de Janeiro. c) É uma notícia porque responde as perguntas: O quê? Quem? Quando? Como? Onde? e Por quê? E tem como tema a Usina de Compostagem de Irajá, no Rio de Janeiro. d) É um texto narrativo que conta, em primeira pessoa, a história das famílias cariocas que separam o lixo domés- tico para compostagem. e) É um texto essencialmente dissertativo porque apresenta os prós e contras de se fazer a separação do lixo doméstico para a compostagem. Instrução: Texto para a próxima questão. Gabarito da segunda aplicação do Enem 2016 é divulgado; uma questão é anulada Enem de dezembro ocorreu devido às ocupações de locais de prova por movimentos estudantis. Inep divulgou respostas oficiais nesta quarta (7); nota final sai em janeiro. O gabarito oficial da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi di- vulgado nesta quarta-feira (7), pelo Instituto Na- cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní- sio Teixeira (Inep). Uma das questões da prova de ciências da natureza foi anulada, na prova de sábado, dia 3 de dezembro: é a 52 na prova ama- rela, 88 na rosa, 60 na azul e 58 na branca. A pergunta pedia que o candidato analisasse quatro gráficos. De acordo com o Inep, embora não haja incorreções nos dados, “as escalas apre- sentadas podem ter dificultado a visualização dos Aula 05 9Português 2C pontos relativos à concentração de gases e assim, a partir de um cálculo mais sofisticado, permiti- do uma segunda interpretação por alguns parti- cipantes”. Segundo o órgão, a pergunta não será considerada no cálculo das proficiências. “Como a prova do Enem é baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI), a anulação não tem impacto no re- sultado final”, afirma o comunicado do Inep. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/ noticia/gabarito-da-segunda-aplicacao-do-enem-2016- e-divulgado.ghtml. Acesso em 10 Dez 2016. 05.09. (IFSC) – Considerando o texto, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa CORRETA. I. O título e o subtítulo desse texto concentram as infor- mações relevantes que serão apresentadas a seguir, de modo a reforçar os objetivos do gênero notícia: relatar fatos e informar o leitor, de modo objetivo. II. Para auxiliar o efeito de objetividade necessário à notícia, o texto utiliza a terceira pessoa do discurso. III. O autor dessa notícia usa predominantemente os verbos no pretérito imperfeito, para marcar a sequência dos fatos relatados. IV. A citação de datas, de quantidades e de fontes específicas contribui para a imparcialidade do texto e traz credibi- lidade à notícia. a) Somente as afirmações II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmações I, II e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmações I, II e III são verdadeiras. d) Somente a afirmação III é verdadeira. e) Somente as afirmações I e II são verdadeiras. Instrução: Texto para a próxima questão. TRABALHO ESCRAVO É AINDA UMA REALIDADE NO BRASIL Esse tipo de violação não prende mais o in- divíduo a correntes, mas acomete a liberdade do trabalhador e o mantém submisso a uma situação de exploração. O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência foi assumida pelo governo federal pe- rante o país e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que se tornasse uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a escravidão contempo- rânea em seu território. Daquele ano até 2016, mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas à de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. Mas o que é trabalho escravo contemporâneo? O trabalho escravo não é somente uma violação trabalhista, tampouco se trata daquela escravidão dos períodos colonial e imperial do Brasil. Essa violação de direitos humanos não prende mais o indivíduo a correntes, mas compreende outros mecanismos, que acometem a dignidade e a liber- dade do trabalhador e o mantêm submisso a uma situação extrema de exploração. Qualquer um dos quatro elementos abaixo é suficiente para configurar uma situação de traba- lho escravo: TRABALHO FORÇADO: o indivíduo é obri- gado a se submeter a condições de trabalho em que é explorado, sem possibilidade de deixar o local seja por causa de dívidas, seja por ameaça e violências física ou psicológica. JORNADA EXAUSTIVA: expediente penoso que vai além de horas extras e coloca em risco a integridade física do trabalhador, já que o interva- lo entre as jornadas é insuficiente para a reposição de energia. Há casos em que o descanso semanal não é respeitado. Assim, o trabalhador também fica impedido de manter vida social e familiar. SERVIDÃO POR DÍVIDA: fabricação de dí- vidas ilegais referentes a gastos com transporte, alimentação, aluguel e ferramentas de trabalho. Esses itens são cobrados de forma abusiva e des- contados do salário do trabalhador, que permane- ce sempre devendo ao empregador. CONDIÇÕES DEGRADANTES: um conjunto de elementos irregulares que caracterizam a pre- cariedade do trabalho edas condições de vida sob a qual o trabalhador é submetido, atentando con- tra a sua dignidade. Quem são os trabalhadores escravos? Em ge- ral, são migrantes que deixaram suas casas em busca de melhores condições de vida e de sus- tento para as suas famílias. Saem de suas cidades atraídos por falsas promessas de aliciadores ou migram forçadamente por uma série de motivos, que podem incluir a falta de opção econômica, guerras e até perseguições políticas. No Brasil, os trabalhadores provêm de diversos estados das re- giões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mas tam- bém podem ser migrantes internacionais de paí- ses latino-americanos – como a Bolívia, Paraguai e Peru –, africanos, além do Haiti e do Oriente Médio. Essas pessoas podem se destinar à região de expansão agrícola ou aos centros urbanos à procura de oportunidades de trabalho. Tradicionalmente, o trabalho escravo é em- pregado em atividades econômicas na zona rural, como a pecuária, a produção de carvão e os cul- tivos de cana-de-açúcar, soja e algodão. Nos últi- mos anos, essa situação também é verificada em centros urbanos, principalmente na construção civil e na confecção têxtil. No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao tra- balho escravo rural são homens. Em geral, as ati- 10 Extensivo Terceirão vidades para as quais esse tipo de mão de obra é utilizado exigem força física, por isso os aliciado- res buscam principalmente homens e jovens. Os dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego de 2003 a 2014 indicam que, entre os trabalhado- res libertados, 72,1% são analfabetos ou não con- cluíram o quinto ano do Ensino Fundamental. Muitas vezes, o trabalhador submetido ao tra- balho escravo consegue fugir da situação de ex- ploração, colocando a sua vida em risco. Quando tem sucesso em sua empreitada, recorre a órgãos governamentais ou organizações da sociedade ci- vil para denunciar a violação que sofreu. Diante disso, o governo brasileiro tem centrado seus es- forços para o combate desse crime, especialmente na fiscalização de propriedades e na repressão por meio da punição administrativa e econômica de empregadores flagrados utilizando mão de obra escrava. Enquanto isso, o trabalhador libertado tende a retornar à sua cidade de origem, onde as con- dições que o levaram a migrar permanecem as mesmas. Diante dessa situação, o indivíduo pode novamente ser aliciado para outro trabalho em que será explorado, perpetuando uma dinâmica que chamamos de “Ciclo do Trabalho Escravo”. Para que esse ciclo vicioso seja rompido, são necessárias ações que incidam na vida do tra- balhador para além do âmbito da repressão do crime. Por isso, a erradicação do problema pas- sa também pela adoção de políticas públicas de assistência à vítima e prevenção para reverter a situação de pobreza e de vulnerabilidade de co- munidades. Adaptado.SUZUKI, Natalia; CASTELI, Thiago. Trabalho escravo é ainda uma realidade no Brasil. Disponível em: <http://www. cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/trabalho-escravo- e-ainda-uma-realidade-no-brasil/>. Acesso: 19 mar. 2017. 05.10. (IFPE) – Em relação ao gênero textual, é CORRETO afirmar que o texto é a) artigo de opinião, pois os autores se utilizam de um tema, a escravidão no Brasil contemporâneo, para defender o ponto de vista que têm acerca dessa problemática. b) uma notícia, por expor um fato importante, a existência de escravidão no Brasil contemporâneo, indicando seus responsáveis, bem como outras informações necessárias, a exemplo de local, momento e modo como este ocorreu. c) uma reportagem, por oferecer ao leitor informações sobre um tema, a escravidão contemporânea no Brasil, com extensão e profundidade que caracterizam esse gênero. d) um texto instrucional, por apresentar as maneiras através das quais é possível evitar que pessoas se submetam ao trabalho escravo no Brasil. e) um relato feito por pessoas que já vivenciaram uma situação de escravidão e narram a sequência desse acontecimento. Aprofundamento Instrução: Texto para as próximas 2 questões. Vídeos falsos confundem o público e a imprensa Por Jasper Jackson, tradução de Jo Amado. Cerca de duas horas depois da divulgação dos atentados de terça-feira (22/03) em Bruxelas, apa- receu um vídeo no YouTube, sob a alegação de que seriam imagens do circuito fechado de televisão (CCTV), mostrando uma explosão no aeroporto Zaventem, da cidade. As imagens rapidamente se espalharam pelas redes sociais e foram divulgadas por alguns dos principais sites de notícias. Depois desse, surgiu outro vídeo, supostamente mostran- do uma explosão na estação de metrô Maelbeek, próxima ao Parlamento Europeu, e ainda um ou- tro, alegando ser do aeroporto. Entretanto, nenhum dos vídeos era o que ale- gava ser. Os três vídeos eram gravações de 2011, dois de um atentado ao aeroporto Domodedovo, de Moscou, e um de uma bomba que explodiu numa estação de metrô de Minsk, capital da Be- larus. As imagens distorcidas dos clipes do circuito fechado de televisão foram convertidas de cor em preto e branco, horizontalmente invertidas, no- vamente etiquetadas e postadas como se tivessem surgido dos acontecimentos do dia. Embora a conta do YouTube que compartilhou as imagens com falsos objetivos tenha sido rapidamente tira- da do ar, outros veículos as reproduziram dizendo que eram de Bruxelas. Os vídeos ilusórios são exemplos de um fe- nômeno que vem se tornando cada vez mais co- mum em quase todas as matérias importantes que tratam de acontecimentos violentos e que ocor- rem rapidamente. Reportagens falsas ou ilusórias espalham-se rapidamente pelas redes sociais e são acessadas por organizações jornalísticas respeitá- veis, confundindo ainda mais um quadro já incri- velmente confuso. A disseminação e divulgação de falsas infor- mações não têm nada de novo, mas a internet tor- nou mais fácil plantar matérias e provas falsas e ilusórias, que serão amplamente compartilhadas pelo Twitter e pelo Facebook. Alastair Reid, editor administrativo do site First Draft, que é uma coalizão de organizações que se especializam em checar informações e conta com o apoio do Google, disse que parte do problema é que qualquer pessoa que publique em plataformas como o Facebook tem a capacidade de atingir uma audiência tão ampla quanto aque- las que são atingidas por uma organização jorna- lística. “Pode tratar-se de alguém tentando desviar Aula 05 11Português 2C propositalmente a pauta jornalística por motivos políticos, ou muitas vezes são apenas pessoas que querem os números, os cliques e os compartilha- mentos porque querem fazer parte da conversa ou da validade da informação”, disse ele. “Eles não têm quaisquer padrões de ética, mas têm o mesmo tipo de distribuição.” Nesse meio tempo, a rápida divulgação das notícias online e a concorrência com as redes so- ciais também aumentaram a pressão sobre as or- ganizações jornalísticas para serem as primeiras a divulgar cada avanço, ao mesmo tempo em que eliminam alguns dos obstáculos que permitem informações equivocadas. Uma página na web não só pode ser atuali- zada de maneira a eliminar qualquer vestígio de uma mensagem falsa, mas, quando muitas pes- soas apenas se limitam a registrar qual o website em que estão lendo uma reportagem, a ameaça à reputação é significativamente menor que no jornal impresso. Em muitos casos, um fragmento de informação, uma fotografia ou um vídeo são simplesmente bons demais para checar. Alastair Reid disse: “Agora talvez haja mais pressão junto a algumas organizações para agirem rapidamente, para clicar, para ser a primeira… E há, evidentemente, uma pressão comercial para ter aquele vídeo fantástico, aquela foto fantástica, para ser de maior interesse jornalístico, mais com- partilhável e tudo isso pode se sobrepor ao desejo de ser certo.” Adaptado de: http://observatoriodaimprensa.com.br/terrorismo/videos- falsos-confundem-o-publico-e-a-imprensa/. (Publicado originalmente no jornal The Guardianem 23/3/2016. Acesso em 30/03/2016.) 05.11. (ITA – SP) – De acordo com o texto, a) a divulgação deliberada de informações e vídeos falsos pela internet é um comportamento antiético. b) notícias veiculadas em redes sociais, como Facebook e Twitter, não merecem credibilidade por parte do leitor. c) as adaptações feitas em fotos normalmente são grosseiras e, por isso, despertam a desconfiança dos leitores. d) acontecimentos extremamente sérios são banalizados e propositalmente deturpados por organizações jornalís- ticas respeitáveis. e) a concorrência acirrada pela audiência é a única respon- sável pela eventual divulgação de dados incorretos pela imprensa. 05.12. (ITA – SP) – De acordo com o texto, é INCORRETO afirmar que a) a reputação de um jornal impresso é mais vulnerável do que a de uma página na web quanto à divulgação de notícias falsas. b) interesses comerciais podem ser razões para a divulgação precipitada de fotos e vídeos na rede. c) as organizações jornalísticas deveriam ter exclusividade na divulgação de fatos violentos, como atos terroristas. d) falsas notícias são facilmente divulgadas e compartilhadas nas redes sociais por motivos diversos. e) as organizações jornalísticas de credibilidade também são responsáveis pela divulgação de notícias falsas. 05.13. (ITA – SP) – Marque a opção que NÃO constitui causa de divulgação de informações falsas na internet por orga- nizações jornalísticas respeitáveis, de acordo com o texto. a) A rapidez com que as informações são divulgadas online. b) A pressão para serem as primeiras a divulgar as novidades. c) A concorrência com as redes sociais. d) A credibilidade despertada pela boa qualidade das imagens falsas. e) A impossibilidade de retirada de algo já veiculado. Instrução: Texto para a próxima questão. CAMPANHA DE DOAÇÃO DE SANGUE APORTA NO CIN DA UFPE O Programa de Educação Tutorial (PET) de Informática promove, na próxima quarta-feira, uma campanha de doação de sangue no Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco. A ação foi articulada em parceria com o Hemope. Para doar, basta portar a carteira de identidade ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e comparecer ao Centro de 8h30 às 12h ou de 13h30 às 17h. É importante lembrar que crachás não poderão ser utilizados como docu- mento de identificação. O posto de doação estará localizado no Bloco A do CIn. Para doar, é necessário ter entre 18 e 60 anos, ter peso superior a 50 kg e não ter feito tatuagens ou piercings recentemente. É necessário também estar descansado e bem alimentado, não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação e estar em boas condições de saúde. Há a oportunidade de ajudar na realização da campanha além da doação, participando como voluntário. Os interessados devem enviar um email para petcomputacao-l@cin.ufpe.br infor- mando o seu nome e a melhor forma de contato. Diário de Pernambuco (versão on-line). Disponível em: <<http://www. diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2017/03/15/ interna_vidaurbana,694183/campanha-de-doacao-de-sangue- aporta-no-cin-da-ufpe.shtml>>. Acesso: 08 maio 2017. 05.14. (IFPE) – A principal informação veiculada pela notícia que compõe o texto é a) os critérios necessários para uma pessoa ser considerada apta a doar sangue. b) a parceria firmada entre a universidade e o Hemope. c) o acontecimento de uma campanha de doação de sangue. 12 Extensivo Terceirão d) a importância de levar a documentação adequada no ato da doação. e) a oportunidade de ajudar na realização da campanha, atuando como voluntário. 05.15. (PUCPR) – De acordo com o texto, analise as afirma- ções e marque a alternativa CORRETA. O que aconteceria se a internet deixasse de existir? Não seria tarefa fácil derrubar todas as redes conectadas que compõem a internet, mas, se isso acontecesse, as consequências seriam radicalmen- te mais graves que o fim dos emoji trocados com seus amigos. “Se a internet deixasse de existir, se- ria como dizimar um continente com mais de 2 bilhões de pessoas”, afirma Humberto de Sousa Delgado, coordenador de tecnologia em redes de computadores e sistemas para internet da Fiap. Basicamente, toda a produção econômica do mundo seria comprometida – na indústria, no setor de serviços, nas transações comerciais ou nas operações financeiras nas bolsas de valores –, com consequências imprevisíveis no âmbito polí- tico e social. “Segundo dados de pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos, as transações via internet banking superaram qualquer outro meio de operação e já são em número quatro ve- zes maior quando comparadas às transações nas agências físicas”, diz Delgado. Deixando o colapso econômico global de lado, também viveríamos uma regressão cultural: o fim dos mais de 870 mil artigos da Wikipédia em português, dos 30 bilhões de fotos hospedadas no Instagram ou das 300 horas de vídeos adicio- nadas a cada minuto no YouTube representaria a destruição de parte do patrimônio guardado pe- los usuários na rede, uma espécie de destruição da Biblioteca de Alexandria em escala exponen- cial. Não seria o apocalipse zumbi, mas estaría- mos bem próximos disso... Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/05/o- que-aconteceria-se-internet-deixasse-de existir.html>.Acesso em: maio 2015. I. Sem internet seria um grande caos. II. Sem internet não poderíamos mais ter indústrias ou transações comerciais. III. A regressão cultural seria devastadora. IV. Seria o apocalipse total. a) V – V – F – F b) F – V – F – V c) V – F – V – F d) F – F – V – V e) V – V – V – F 05.16. (PUCPR) – Leia o texto, analise as afirmações feitas e escolha a opção CORRETA. Hackers podem acessar mensagens de 600 milhões de smartphones da Samsung Foi descoberta uma vulnerabilidade no software dos gadgets Se você tem um Galaxy é bom ficar longe de conexões abertas de wi-fi. Foi descoberta uma vulnerabilidade no software dos smartphones que permite que hackers acessem a câmera do celular, ouçam o microfone, leiam mensagens enviadas ou recebidas e instalem apps. E, além de ficar fora de redes que não sejam protegidas (o que ainda não garante proteção completa), há pouco que os usuários podem fazer. O hack funciona a partir de uma falha no sis- tema IME de teclado, uma versão nova do Swif- tKey que a Samsung inclui nos telefones. Esse software pede por atualizações periódicas para um servidor, mas hackers podem ‘fingir’ ser o ser- vidor e enviar malwares para o aparelho. Então não importa se o usuário faz uso desse software específico, já que os pedidos por atualizações são feitos ao servidor de forma automática. A falha é confirmada nos modelos Samsung Galaxy S6, S6 e Galaxy S4 Mini – porém, pode estar ativa em outros telefones Galaxy. A Samsung afirmou que já lançou a atualiza- ção para as operadoras de telefonia móvel – e elas devem corrigir o problema. Mas ainda não sabe- mos se alguma operadora já o fez. Já a SwiftKey, fabricante do software de tecla- do, afirmou que o problema não afeta a versão do app disponível para download na Google Play ou na App Store. A falha existiria apenas na versão já instalada nos Galaxys. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/ noticia/2015/06/hackers-podem-acessar-mensagens-de-600-milhoes- desmartphones-da-samsung.html>. Acesso em: Junho de 2015. a) Os telefones Samsung pedem atualizações automáticas que autorizam hackers a acessarem seu fornecedor. b) Samsung enfrenta hacking por meio de conexões wi-fi, devido à versão nova do Swiftkey. c) Todos os smartphones da Samsung estão sendo atingidos por hackers por meio de conexões wi-fi. d) Nenhuma operadora corrigiu o problema, permitindo o acesso de hackers. e) Os smartphones Galaxy, por meio de conexões wi-fi, não fizeram as atualizações necessárias para que o problema fosse corrigido. Aula 05 13Português 2C Instrução: Textopara as próximas 2 questões. Para responder a(s) quest(ões) a seguir, leia o seguinte di- álogo entre os personagens Simei e Colonna, no romance Número Zero, de Umberto Eco: – Colonna, exemplifique para os nossos amigos como é que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princípio fundamental do jornalismo democrático: fatos separados de opiniões. Opi- niões no Amanhã [nome do jornal] haverá inú- meras, e evidenciadas como tais, mas como é que se demonstra que em outros artigos são citados apenas fatos? – Muito simples – disse eu. – Observem os gran- des jornais de língua inglesa. Quando falam, sei lá, de um incêndio ou de um acidente de carro, evidentemente não podem dizer o que acham daquilo. Então inserem no artigo, entre aspas, as declarações de uma testemunha, um homem comum, um representante da opinião pública. Pondo-se aspas, essas afirmações se tornam fa- tos, ou seja, é um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opinião. Mas seria possível supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haverá duas declarações discordantes entre si, para mostrar que é fato que há opiniões diferentes sobre um caso, e o jornal expõe esse fato irretorquível. A es- perteza está em pôr antes entre aspas uma opinião banal e depois outra opinião, mais racional, que se assemelhe muito à opinião do jornalista. Assim o leitor tem a impressão de estar sendo informado de dois fatos, mas é induzido a aceitar uma úni- ca opinião como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um cami- nhão caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dirá: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jor- nal na esquina. Fazer o quê, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino é destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dirá: É culpa da prefeitura, que esse via- duto estava com problemas eu já sabia há muito tempo. Com quem o leitor se identificará? Com quem culpa alguém ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Está claro? O problema é no quê e como pôr aspas. ECO, Umberto. Número Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. 05.17. (UFPR) – Segundo o texto, são estratégias utilizadas pelos jornais ao fazer citações: 1. Escolher criteriosamente as citações das testemunhas para contemplar pontos de vista divergentes sobre um mesmo fato. 2. Salientar os pontos de vista que mais interessam ao jor- nalista. 3. Redigir as notícias de tal forma que as opiniões sejam apresentadas como fatos. 4. Citar em primeiro lugar as palavras da testemunha que faz uma análise mais racional dos acontecimentos. Estão de acordo com o texto as estratégias: a) 1 e 2 apenas. b) 1 e 4 apenas. c) 1, 2 e 3 apenas. d) 1, 3 e 4 apenas. e) 2, 3 e 4 apenas. 05.18. (UFPR) – Assinale a alternativa correta sobre afirma- ções encontradas no texto. a) Ao mencionar “um princípio fundamental do jornalismo democrático: fatos separados de opiniões”, Simei destaca que os jornais seguem rigorosamente esse princípio. b) Ao dizer que “o leitor tem a impressão de estar sendo in- formado de dois fatos, mas é induzido a aceitar uma única opinião”, Colonna explicita uma forma de manipulação da opinião do leitor. c) Na primeira linha do texto, Simei faz uma retificação (“... seguir, ou dar mostras de seguir...”) para deixar claro que o jornalista deve não só separar fatos de opiniões como indicar isso explicitamente nos artigos. d) Ao afirmar que “é fato que há opiniões diferentes sobre um caso, e o jornal expõe esse fato irretorquível”, Colonna destaca a imparcialidade do jornal ao incluir nos artigos opiniões divergentes. e) Ao afirmar, no final do texto, que “o problema é no quê e como pôr aspas”, Colonna enfatiza a importância da fidelidade na citação das palavras das testemunhas de cada fato noticiado. Desafio Instrução: Texto para a próxima questão. Texto 1 Nova data? Escola não libera muçulmanos para festa religiosa Diretor afirmou que aqueles que não comparecessem às aulas levariam falta Nesta quinta-feira (24), a religião Islã come- mora a Festa do Sacrifício, uma das datas religio- sas mais importantes para os muçulmanos. Apesar 14 Extensivo Terceirão do feriado religioso, uma escola no Reino Unido não liberou seus alunos das aulas e informou que aqueles que não comparecessem levariam falta. As informações são do Independent. Normalmente, em feriados religiosos, as esco- las tendem a dar uma “falta autorizada” aos alunos de determinada religião. No entanto, a instituição afirmou aos pais que os alunos muçulmanos não seriam liberados e poderiam comemorar a data na sexta-feira (25), quando a escola estará fechada pra um treinamento dos professores. “Sexta-feira não significa nada. O Eid al-Adha (Festa do Sacri- fício) é na quinta”, disse a mãe de uma das alunas da escola, que estranhou a decisão da instituição, já que as crianças normalmente são liberadas. A carta enviada pela diretoria aos pais dizia: “Nós permitimos que os estudantes registrados como muçulmanos tenham um dia de falta auto- rizada para celebrar a ocasião. A sexta-feira, 25 de setembro, quando a Academia estará fechada para alunos, foi reservada para isso. Nesse dia todos os alunos terão direito a uma falta autorizada”. Muitos pais ficaram insatisfeitos e alunos não foram à escola, apesar da posição da diretoria. No feriado da Festa do Sacrifício, os muçulmanos re- servam o dia para rezar, trocar presentes e come- morar com a família e amigos. http://noticias.terra.com.br/educacao/nova-data-escola- nao-libera-muculmanos-para-festa-religiosa,13596104 77ae131c95eb751344b0b21e8mkih63u.html Texto 2 Menina vítima de intolerância religiosa diz que vai ser difícil esquecer pedrada Criança é do candomblé e foi agredida na saída do culto. Avó iniciou campanha na internet e recebeu apoio de amigos. A marca da violência está na cabeça da menina de 11 anos que foi agredida no Subúrbio do Rio por intolerância religiosa, mas esta não é a maior cicatriz. “Achei que ia morrer. Eu sei que vai ser di- fícil. Toda vez que eu fecho o olho eu vejo tudo de novo. Isso vai ser difícil de tirar da memória”, afir- mou Kailane Campos, que é candomblecista e foi apedrejada na saída de um culto. Ela deu a decla- ração em entrevista ao RJTV desta terça-feira (16). A garota foi agredida no último domingo (14) e, segundo a avó, que é mãe de santo, todos esta- vam vestidos de branco, porque tinham acabado de sair do culto. Eles caminhavam para casa, na Vila da Penha, quando dois homens começaram a insultar o grupo. Um deles jogou uma pedra, que bateu num poste e depois atingiu a menina. “O que chamou a atenção foi que eles começa- ram a levantar a Bíblia e a chamar todo mundo de ‘diabo’, ‘vai para o inferno’, ‘Jesus está voltando’”, afirmou a avó da menina, Káthia Marinho. Na de- legacia, o caso foi registrado como preconceito de raça, cor, etnia ou religião e também como lesão corporal, provocada por pedrada. Os agressores fugiram num ônibus que passava pela Avenida Meriti, no mesmo bairro. A polícia, agora, bus- ca imagens das câmeras de segurança do veículo para tentar identificar os dois homens. A avó da criança lançou uma campanha na internet e tirou fotos segurando um cartaz com as frases: “Eu visto branco, branco da paz. Sou do candomblé, e você?”. A campanha recebeu o apoio de amigos e pessoas que defendem a liber- dade religiosa. Uma delas escreveu: “Mãe Kátia, estamos juntos nessa”. Iniciada no candomblé há mais de 30 anos, a avó da garota diz que nunca havia passado por uma situação como essa. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/menina-vitima-de- intolerancia-religiosa-diz-que-vai-ser-dificil-esquecer-pedrada.html 05.19. (UFJF – MG) – Os textos 1 e 2 têm um tema em comum. Qual é esse tema? Justifique sua resposta. 05.20. (UNICAMP – SP) – Reproduzimos abaixoa chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo mais informal. Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, agora, é criar regra para aumen- tar a idade mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre de vez Descanso mais longe O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do INSS se complica, e mais o governo trata de difi- cultar a aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a pessoa teria direito de receber quan- do pendura as chuteiras) – o que não é tão bom. Aula 05 15Português 2C A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos (se for homem). Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60+35=95). Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai receber menos do que teria direito com a conta fechada. (notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.) a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e “grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa. 16 Extensivo Terceirão Produção de textos Proposta 01 (UNIFAP) – O gênero notícia consiste em um texto jornalístico, de cunho informativo, que tende a relatar fatos condiciona- dos ao interesse do público em geral, de modo exato e imparcial. Diariamente, interagimos com notícias relacionadas aos mais variados temas: política, esporte, economia, etc. Dessa forma, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer possibilidades de ocasionar múltiplas interpretações por parte do receptor, por isso a predominância da 3ª pessoa no relato dos fatos. Assim, a partir dessas informações e de seus conhecimentos sobre esse gênero, elabore uma notícia em que o fato central esteja relacionado ao meio ambiente. Abaixo seguem alguns textos de apoio que poderão auxiliá-lo no desenvolvimento do tema. Texto 1 04/08/2011 Notícia velha: o Brasil continua detonando a Amazônia. De acordo com a última medição, até junho 2.429,5 quilômetros quadrados de florestas deixaram de existir. Viraram lenha ou móveis de grifes na sala de algum bacana no exterior. O Governo Dilma ensaiou que iria enfrentar este problema lançando um gabinete de crise, mas foi só balão de ensaio mesmo. As motosserras continuam a todo vapor, derrubando árvores de espécies preciosas. Algumas delas podem conter a cura de muitas doenças e até a cura do câncer, mas nunca vamos saber. Porque a leniência de governos (isto inclui todos eles, inclusive os militares) e a ganância e o atraso de nossas elites, permitem que este tesouro seja dilapidado sem dó nem piedade. O que vamos dizer às futuras gerações? Desculpas? Não serve! No meu ponto de vista a situação na Amazônia se resolve de forma simples: Relocar todos os moradores que não forem indígenas da região; implantar postos avançados da Marinha, Exér- cito e Aeronáutica e determinar o desmatamento zero; instalar um centro de estudos de última geração para abrigar cientistas brasileiros em projeto vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia para mapear espécies, com ênfase a identificar o estudo do potencial medicinal da fauna, bem como a sua exploração racional e sus- tentada. Só isso já salvaria uma das regiões de biodiversidade mais rica do planeta da ignorância das motosserras. Afonso Mascarenhas, A ignorância das motosserras In: http://esportepr.orangotoe.com.br Texto 2 06/07/2011 Mais uma vez pagaram com a própria vida os Ativistas, Ecologistas Jose Cláudio Ribeiro e sua esposa Ma- ria do Espírito Santo, brutalmente assassinados na região de Marabá, leste do Pará, ao defenderem a floresta não só para si, mas para as gerações futuras, principalmente. As milenares castanheiras que pelo extrativismo uma só castanheira rendia produzindo castanhas e óleo para as indústrias cosméticas R$ 900,00 por cada safra colhida. O mais trágico é que com a árvore derrubada e enviada para as madeireiras clandestinas valem no máximo R$ 200,00 para os que derrubam a floresta. Como se não bastasse toda essa devastação, em lugar das árvores que davam vida à biodiversidade são plantadas hoje soja e pastagem. Assim é a Marcha da Insen- satez contra a Natureza e a Vida. Poucos sabem, mas o Geógrafo Jared Diamond no seu Livro “O Colapso”, citou que a civilização Maia desapareceu porque esgotou seus recursos naturais. Nós já utilizamos 125% daquilo que a natureza pode produzir, ela não consegue mais sua regeneração. Algo de trágico está por vir, pelas leis da causa e efeito, não teremos uma segunda chance, pelo que fazemos contra a natureza e a vida. José Pedro Naisser, A marcha da insensatez na Amazônia In:http://173.192.214.83/política/noticias Texto 3 AS INDÚSTRIAS E O MEIO AMBIENTE Desde meados do século XIX quando a revolução industrial surgiu, o meio ambiente sofreu impactos in- calculáveis gerados pela poluição das indústrias. Hoje o estrago ambiental ainda é enorme, mas as empresas podem minimizar a poluição gerada pela produção de suas fábricas. As empresas hoje podem investir em em- pregos que respeitem os princípios do desenvolvimento sustentável. A compensação ambiental também ajuda a reduzir impactos ambientais causados pela execução de empreendimentos. Atualmente estudos apontam que automóveis causam mais estragos no meio ambiente do que as indústrias. Mesmo assim, governo e sociedade devem estar atentos para fiscalizar a produção industrial. A mudança climática é uma realidade e não existe solução simples. Devemos todos trabalhar em conjunto para devolver ao planeta a sua saúde. Que assim seja! Marco Pozzana In: www.meioambienteurgente.blogger.com.br Aula 05 17Português 2C Texto 4 WWW.google.com/aprendizesdanatureza.blogspot.com Texto 5 WWW.google.com/aprendizesdanatureza.blogspot.com 18 Extensivo Terceirão Proposta 02 (UFPR) – Adoniran Barbosa é um ícone do samba paulista. Os temas de suas composições giravam em torno dos tipos huma- nos mais comuns e da realidade crua de uma metrópole que não para. Em suas músicas, usou sempre a linguagem popular paulistana para dar vida a suas personagens. “Saudosa Maloca” (1951) conta um fato, que é retratado a partir do ponto de vista de uma das personagens. Saudosa Maloca* Se o senhor não tá lembrado, Dá licença de contá Que aqui, onde agora está Esse edifício arto, Era uma casa veia, Um palacete assobradado. Foi aqui, seu moço, Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímos nossa maloca. Mas um dia, Nóis nem pode se alembrá, Veio os home c´as ferramentas O dono mandô derrubá. Peguemos todas nossas coisa E fumos pro meio da rua Apreciá a demolição. Que tristeza que nóis sentia, Cada tauba que caía Doía no coração. Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: “Os home tá cá razão Nóis arranja outro lugá.” Só se conformemos Quando o Joca falou: “Deus dá o frio conforme o cobertô.” E hoje nóis pega a paia** nas grama do jardim E pra esquecê nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida. Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida. *Maloca: casa muito pobre e rústica; lar. **Pegar uma palha ou puxar uma palha: dormir. A partir da leitura dessa música, redija uma notícia de jornal que informe ao leitor os fatos narrados. Seu texto deve: • ser introduzido por um título (manchete); • apresentara narrativa do ponto de vista do veículo de comunicação; • ser fiel aos fatos apresentados na letra da música, podendo haver acréscimo de detalhes, inventados por você, que atua- lizem a narrativa e permitam adequá-la ao gênero “notícia de jornal”; • apresentar a linguagem e a estrutura próprias do gênero; • ter de 7 a 10 linhas. Aula 05 19Português 2C Proposta 03 (UNICAMP – SP) – Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve conter: a) uma explicação sobre o que é pós-verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram pós-verdade; e c) consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar também informações de outras fontes para compor o seu texto. TEXTO A (Disponível em https://horizontesafins.wordpress.com/2017/02/02/averdade-da-pos-verdade/. Acesso em: 03/09/2017.) TEXTO B O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-ver- dade” (post-truth). A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo Oxford Dictionaries, a pala- vra vem sendo empregada em análises sobre dois importante acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump. Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britânica The Economist destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou para mudar o voto majoritário. Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade. Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita. (Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. Disponível em https:// www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-é-‘pós-verdade’-a-palavra do-ano-segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acesso em: 01/12/2017). 20 Extensivo Terceirão Aula 05 21Português 2C Gabarito 05.01. b 05.02. a 05.03. b 05.04. d 05.05. e 05.06. b 05.07. b 05.08. a 05.09. b 05.10. c 05.11. a 05.12. c 05.13. e 05.14. c 05.15. c 05.16. b 05.17. c 05.18. b 05.19. Em ambos os textos estamos diante da intolerância religiosa. O texto 1 diz res- peito à intolerância religiosa em uma escola no Reino Unido que não liberou os alunos muçulmanos para que come- morassem a tradicional Festa do Sacri- fício. O texto 2 diz respeito à agressão cometida por evangélicos fanáticos a uma família que se vestia com roupas do candomblé. Uma jovem levou uma pedrada na cabeça e o grupo foi tam- bém agredido com xingos e injúrias. 05.20. a) Espera-se que o candidato indique duas marcas da informalidade pre- tendida pelo texto jornalístico em questão e, como solicita o enuncia- do, expresse a que nível de análise estão relacionadas. A maior parte das marcas é de natureza lexical, como galera, vovozada, quebrar, trampado, grana, botar. Há marcas como pra, tá, que podem ser tomadas como va- riantes de pronúncia representadas na escrita. b) Espera-se também que o candidato perceba que, quanto ao funciona- mento social de algumas dessas mar- cas, há aquelas que são fortemente relacionadas a grupos específicos – como galera, grana – e aquelas que são de uso geral, como tá, botar, que funcionam no português brasileiro como marcas de informalidade para todos os falantes. 22 Extensivo Terceirão Informação X Opinião Para esta aula, será fundamental saber diferenciar a escrita com finalidade essencialmente informativa, como a notícia, de textos que possuem como intenção explícita a defesa de uma opinião a respeito de um tema. Defender um posicionamento é a característica principal dos textos argumentativos. Embora útil para fins de estudo, é muito importante um cuidado quanto à classificação “informação x opi- nião”: todo texto possui informação. Porém, na escrita argumentativa, informação e opinião se relacionam, afinal, uma boa argumentação se constrói a partir de informações. O texto a seguir é uma notícia a respeito do propósito do Ministério da Educação e Cultura de suspender tem- porariamente a abertura de novos cursos de Medicina. MEC quer suspender criação de cursos de Medicina por 5 anos Segundo declaração de ministro à Folha de S. Paulo, o objetivo é preservar a qualidade da formação Da Redação [17/11/2017] [10h23] O Ministério da Educação cogita suspender a criação de cursos de medicina por cinco anos. A decisão, ainda não anunciada oficialmente, teria como objetivo evitar uma queda na qualidade da formação de médicos. A informação foi publicada pela coluna de Mô- nica Bergamo na Folha de S. Paulo e confirmada pela Gazeta do Povo. A ideia é preservar a qualidade do ensino: “Há um clamor dos profissionais de medicina para que se suspenda por um período determinado a abertura de novas faculdades, em nome da pre- servação da qualidade do ensino”, afirmou o mi- nistro Mendonça Filho à coluna. A decisão do governo, se confirmada, pode ge- rar controvérsia: o Brasil vive um problema grave de falta de médicos – o que foi um dos motivos para a criação do programa Mais Médicos, man- tido pelo governo Temer. Sem uma expansão na quantidade de vagas, o sistema de saúde pode ter ainda mais problemas. Por outro lado, nada na nova regra do MEC impediria a expansão dos cursos que já existem. Extraído de: <http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/mec-quer- -suspender-criacao-de-cursos-de-medicina-por-5-anos-c3uhzx8bsvo- c41e29hyhguzfu>. Acesso em: 28/01/18 Note como, apesar de haver a citação da argumen- tação do MEC, esse texto possui evidente estruturação informativa. Não há nesse texto a marcação explícita de um posicionamento de quem o escreveu. Textos com finalidade argumentativa Por outro lado, há textos em que a opinião de seus autores está marcada de forma explícita. É isso que usaremos como base para a classificação de textos argumentativos nesta aula. O texto argumentativo (ou texto de opinião) pode aparecer em diversas formas (dissertação, artigo de opi- nião, carta argumentativa etc.), porém, em todos esses diferentes formatos, há uma base
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