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HISTÓRIA C

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1
O governo provisório 
de Vargas
6C
HistóriaAula 
21
Quais as primeiras atitudes 
do Novo Governo?
 Getúlio Vargas no Palácio do Catete após a vitória de 1930
Em 6 de novembro, uma Lei Orgânica conferiu 
plenos poderes ao Executivo, e o novo Ministro da Jus-
tiça, Osvaldo Aranha, declarou dissolvidos o Congresso 
Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras 
Municipais de todo o país, alegando que a Revolução 
não reconhecia direitos adquiridos.
Além de desarticular as estruturas burocráticas 
vinculadas ao velho esquema de poder, Vargas procu-
rou agir rapidamente para conter a crise econômica. 
A dívida do país era de 234.173.476 libras e o volume 
geral das exportações havia caído 40%. A cafeicultura 
foi a mais atingida pela crise e o governo assumiu a 
proteção do produto, criando o Conselho Nacional do 
Café, além de aumentar os tributos sobre as áreas de 
plantio de café exportado e exigir que os plantadores 
entregassem ao governo, a preço de custo, uma parte 
do café colhido. Milhões de sacas de café foram quei-
madas para reequilibrar a oferta, mas desta vez a conta 
não ficou apenas com o contribuinte.
 Getúlio e Osvaldo Aranha no Palácio do Catete
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Como foram compostas as 
bases de sustentação do 
novo governo?
O governo instaurado pela “Revolução” tinha diante 
de si a tarefa de construir um Estado de Compromisso, 
visando a conciliar os interesses dos setores que partici-
param na queda da oligarquia paulista. Isso não queria 
dizer que Getúlio tinha deixado de lado a cafeicultura, 
mas que não governaria mais para os cafeicultores.
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2 Extensivo Terceirão
A estratégia de Getúlio no poder foi reconhecer as 
transformações que vinham se processando no país, 
com a emergência de novas forças sociais e a neces-
sidade do atendimento rápido dessas demandas, 
como as dos operários e as dos empresários. Por isso 
Getúlio investiu na indústria, aumentando o poder da 
burguesia urbana, sem ceder, no entanto, o controle 
das decisões políticas. Concedeu direitos aos traba-
lhadores, mas, ao mesmo tempo, criou mecanismos 
de controle e “domesticação” bastante eficientes.
As principais composições do novo governo foram:
 • Com os tenentes: O presidente nomeou vários te-
nentes como “interventores”. Juarez Távora, principal 
representante dos jovens militares, recebeu a incum-
bência de administrar 12 estados, o que lhe valeu o 
apelido de “Vice-Rei do Norte”.
 Juarez Távora, 1930
Empolgados, os tenentes fundaram clubes políti-
cos por todo o país – com destaque para o Clube 3 
de Outubro – acreditando que estavam a um passo 
do controle total da nação.
Paralelamente, porém, Vargas reforçava sua influên-
cia junto aos militares históricos, legalistas e, amparado 
por estes – cujo destaque foi o militar Góis Monteiro – 
a partir de 1933, Getúlio pôde diminuir a dependência 
dos tenentes, até marginalizá-los por completo.
 • Com a burguesia industrial, investindo decisiva-
mente no setor. Se era verdade que o país já havia vi-
vido surtos industriais, foi apenas a partir de Getúlio 
que se evidenciou uma política de industrialização.
 • Com as oligarquias, a relação foi ambígua e bem deli-
cada. Por um lado, para cooptar o movimento operário, 
Getúlio acenou com uma série de conquistas sociais. No 
entanto, não estendeu tais direitos aos trabalhadores 
rurais. Nos seus constantes discursos também não 
apareceram referências à reforma agrária, já então uma 
bandeira das esquerdas. Quanto ao café, como vimos, 
Getúlio buscou valorizá-lo frente à crise internacional, 
mas sem o paternalismo de antes. Outros produtos 
também passaram a ter o controle e a “proteção” do 
governo: cacau, mate, álcool, etc. Tudo isso diminuiu a 
tensão da oligarquia. Mas a promessa do governo de 
retomar o mais rápido possível o quadro de normali-
dade “democrática” ficou no ar. Enquanto isso, Getúlio 
governava sem Congresso e sem Constituição.
Enfim, a “Revolução” de 30 foi realizada sem que 
uma classe aparecesse como substituta da estrutura de 
poder da oligarquia paulista. Por causa disso, o Estado 
passou a exercer essa função de “gerente” da política e 
das relações sociais.
O Governo Provisório – uma espécie de ditadura que 
vigorou de 1930 a 1934 – expressou a nova esfera de 
poder que atenderia a todas estas vertentes: mineiros, 
gaúchos, militares, nordestinos e até membros do 
governo deposto. Não havia trabalhadores no governo, 
mas Getúlio criou um Ministério do Trabalho, com o 
objetivo de interferir diretamente nas questões sociais.
 Getúlio Vargas
O que foi o Movimento 
Constitucionalista de 1932?
Como vimos, os acontecimentos de 1930 isolaram 
politicamente a oligarquia paulista até mesmo em seu es-
tado: Getúlio nomeou um interventor militar – o tenente 
pernambucano João Alberto – para governar São Paulo.
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Aula 21
3História 6C
Os partidos paulistas, o Republicano e o Democrático, 
uniram-se frente à “afronta” de Getúlio, e lançaram um 
ultimatum ao governo: exigiam um interventor civil e 
paulista e ainda a imediata reconstitucionalização do país.
A população se entusiasmou com a conclamação 
pela união do “povo” paulista. Os estudantes fizeram 
passeatas e provocaram os tenentes e seus clubes políti-
cos por apoiarem o governo Vargas.
Sentindo a pressão, o pragmático Getúlio cedeu: 
nomeou Pedro de Toledo, o interventor civil e paulista 
reivindicado por São Paulo. Quanto à reconstituciona-
lização, outra ação visando a apaziguar os ânimos: em 
24 de fevereiro de 1932, Getúlio mandou publicar o 
novo Código Eleitoral, além de um anteprojeto de Cons-
tituição, determinando para maio de 1933 a eleição de 
uma Assembleia Nacional Constituinte.
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As medidas não agradaram definitivamente a ninguém. 
Os tenentes reclamaram. Os paulistas não acreditaram. A 
rede de sustentação do presidente ameaçou se romper.
Em maio de 32, a exaltação contra o Governo 
Provisório chegou ao auge. Estudantes universi-
tários, comerciários e profissionais liberais saíram 
em passeata, reclamando a reconstitucionalização 
do Brasil. Os oradores atacavam violentamente os 
tenentes e os interventores nomeados pela Revo-
lução. Na noite de 23, os manifestantes assaltaram 
uma casa de armas; depois foram atacar as reda-
ções dos jornais tenentistas e seu clube político, a 
Legião Revolucionária. Houve reação. Resultado: 
mortos os estudantes Miragaia, Martins, Dráu-
sio, Camargo e mais o escriturário Alvarenga. As 
iniciais de seus nomes foram então aproveitadas 
para dar título a um clube cívico: o MMDC.
SANTOS. Joel Rufino dos. História do Brasil, FTD. p. 191.
 Cartão Postal do MMDC, 1932
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Em 09 de julho de 1932, teve início o Movimento re-
belde em São Paulo. O líder militar foi o velho general Isi-
doro Dias Lopes, apoiado pelo general Bertoldo Klinger, 
que veio do Mato Grosso com um pequeno contingente.
Na preparação do levante, os governadores de 
Minas e do Rio Grande do Sul – aliados de Getúlio, 
porém ressentidos com o controle do poder nas mãos 
dele – prometeram apoio aos paulistas. Mas, na hora do 
“vamos ver”, não cumpriram a promessa.
 Comício na praça do Patriarca, São Paulo, maio de 1932
Apesar da exaltação dos paulistas, a derrota foi 
inevitável, devido à inferioridade bélica e numérica dos 
rebeldes. As tropas federais isolaram os paulistas na 
capital e o sacrifício de centenas de jovens e da indústria 
paulista foi em vão. Três meses depois, o movimento 
findou. 633 paulistas morreram.
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4 Extensivo Terceirão
 Voluntários paulistas que combateram as forças de Getúlio Var-
gas na Revolução Constitucionalista de 1932.
O estadista Getúlio não desejava estimular os 
rancores e os desejos devingança: ao assinarem, em 
Cruzeiro, a convenção militar que colocou um fim 
às hostilidades, iniciou-se a obra de reconstrução e 
reconciliação. Vargas procurou seguir uma política 
de conciliação em relação a São Paulo. Chegou a 
resgatar, por intermédio do Banco do Brasil, os bô-
nus de guerra emitidos pelos bancos desse estado 
e, em meados de 1933, devolveu-lhe o direito de 
governar-se, deixando de nomear interventores da 
corrente tenentista para o governo estadual.
PEREIRA, Marco Aurélio, A Revolução Constitucionalista. 
São Paulo: Ed. do Brasil, 1989, p. 39.
Como foi a volta do país à 
normalidade constitucional?
A Constituição, promulgada em 16 de julho de 1934, 
refletiu as divergências mal resolvidas entre os diversos 
interesses reinantes no país. De um lado, Getúlio conse-
guiu inserir no texto o dispositivo que tornava indireta 
a primeira eleição para presidente, evitando assim o 
desgaste das ruas. Por outro lado, porém, o texto cons-
titucional trazia um dispositivo que proibia a reeleição, 
limitando os planos continuístas do presidente.
Entre outras características importantes incluíam-se:
 • manutenção do Federalismo;
 • extinção do cargo de vice, cabendo a sucessão ao 
presidente da Câmara;
 • criação da “representação classista”: a Câmara conta-
va com deputados eleitos pelos sindicatos – patro-
nais e de empregados – cujo número não excedia de 
um quinto do total;
 • criação dos Tribunais Eleitoral, Militar e do Trabalho;
 • introdução do Capítulo sobre a Ordem Social. 
Influenciado pela Constituição alemã de Weimar, 
trouxe a ideia da social democracia para o país. Entre 
as principais conquistas asseguradas, estavam a 
limitação da jornada de trabalho, o repouso semanal 
remunerado, as férias anuais, a indenização para a 
demissão sem justa causa, a pluralidade sindical e a 
assistência médica.
Getúlio, como era de se esperar, foi eleito pelo con-
gresso para um mandato de 4 anos. Deveria governar 
até 1938, sem direito a “esticar” o seu governo. Pelo 
menos era o que mandava a Constituição. Mas, sem ela, 
tudo poderia ser diferente.
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Testes
Assimilação
21.01. (PUC – RS) – Em março de 1931, o decreto número 
19.770 criava, no Brasil, o Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio. Considerando-se o contexto histórico, pode-se 
afirmar que esse ato do Poder Executivo tinha como um de 
seus objetivos:
a) promover a expansão do setor primário;
b) desregulamentar o sistema de contratação e de impostos;
c) concentrar a renda nacional nas camadas médias urbanas;
d) acabar com a organização autônoma do movimento 
operário;
e) intervir nas relações de trabalho no campo.
21.02. (UFPE) – A Constituição promulgada em 16 de julho 
de 1934 resultou de intensos debates que se prolongaram 
por oito meses. Entre suas principais inovações não se inclui:
a) A legislação trabalhista, a nacionalização das minas e 
quedas-d’água.
b) O salário mínimo para os trabalhadores, os deputados 
classistas e o direito da União em monopolizar determi-
nadas atividades econômicas.
c) A criação das justiças Eleitoral e do Trabalho.
d) A inviolabilidade dos direitos à liberdade, à segurança e 
à propriedade dos cidadãos como também a liberdade 
de consciência e de crença.
e) O cerceamento de todas as garantias individuais e a 
proibição do direito de voto das mulheres.
Aula 21
5História 6C
21.03. A Revolução Constitucionalista de 1932 representou, 
no contexto da Era Vargas, 
a) o descontentamento dos tenentes com a repressão 
desencadeada sobre eles após o movimento de 1930.
b) a revolta popular contra as determinações autoritárias 
impostas após a decretação do Estado Novo.
c) a reação dos paulistas frente à perda da hegemonia na 
política nacional após a Revolução de 1930. 
d) a tentativa golpista da tomada do poder e instalação do 
socialismo, liderada por Luiz Carlos Prestes. 
e) a articulação da alta cúpula das Forças Armadas contra a 
ampliação das liberdades políticas.
21.04. (MACK – SP) – O governo instalado com a Revolução 
de 1930 distinguiu-se do Estado Oligárquico por promover:
a) o modelo liberal defendido pelo Partido Democrático, 
porta-voz da classe média paulista.
b) uma economia exclusivamente agroexportadora e a 
descentralização das decisões econômico-financeiras.
c) as reformas preconizadas pelos Tenentes, sobretudo a 
partir de 1932.
d) a industrialização, tendo como suporte o aparelho do 
Estado, as forças armadas e a aliança entre burguesia e 
setores do operariado.
e) o declínio do projeto de industrialização, devido aos con-
flitos entre capital e trabalho não mediados pelo governo.
Aperfeiçoamento
21.05. (UERJ) –
Na década de 30, para combater o governo estabelecido por 
Getúlio Vargas, os paulistas pegaram em armas. Os cartazes 
acima fazem parte da sua propaganda, pedindo a colabo-
ração da população no esforço de guerra.
A Revolução de 1932 ocorre na seguinte conjuntura política 
nacional:
a) aprovação do novo Código Eleitoral sem o voto secreto;
b) perda da hegemonia política pela oligarquia paulista em 
nível federal;
c) intervenção do poder federal no governo de São Paulo 
por meio da política dos governadores;
d) aliança entre o Partido Popular Progressista e produtores 
rurais intermediada por militares tenentistas.
21.06. (PUCCAMP – SP) – A Revolução de 1930 marcou o fim 
da República Velha e inaugurou uma nova forma de atuação 
do Estado frente às transformações da sociedade brasileira, 
como exemplifica o:
a) atendimento de demandas de diferentes setores sociais 
como operários e empresário;
b) afastamento do Estado de gestão da economia;
c) abandono dos setores produtores agrícolas tradicionais;
d) controle da alta hierarquia militar sobre os principais 
órgãos estatais;
e) apoio às oligarquias dominantes nos Estados.
21.07. (FATEC – SP) – A Revolução de 1930, ponto de partida 
de uma nova fase da História brasileira, atingiu principal-
mente São Paulo, que perdeu sua tradicional hegemonia 
política realizada pela “política do café com leite”. O sistema 
de interventorias, posto em prática pelo governo provisório, 
em nada melhorou o relacionamento deste com São Paulo. 
Como consequência disso, ocorreu:
a) a revolução constitucionalista a favor da imediata cons-
titucionalização do país, o que abriria possibilidades de 
retorno dos paulistas ao poder.
b) a Intentona Comunista, liberada pela extrema-esquerda 
cujo lema era “Deus, Pátria, Família”.
c) a Intentona Integralista, que chegou a ocupar o palácio 
presidencial, tendo controlado o poder por quatro dias. 
d) convocação imediata da Assembleia Constituinte que 
colocaria em prática a Constituição de 1935. 
e) o movimento tenentista, cujos revoltosos de Minas Gerais 
exigiam a formação de um governo provisório, a eleição 
de uma Constituinte e a adoção do voto secreto.
21.08. (FGV – SP) – O general Góis Monteiro, Ministro da 
Guerra de Getúlio Vargas, afirmava em uma carta dirigida ao 
presidente, em 1934: “O desenvolvimento das ideias sociais 
preponderantemente nacionalistas e o combate ao estadua-
lismo (provincialismo, regionalismo, nativismo) exagerado não 
devem ser desprezados, assim como a organização racional 
e sindical do trabalho e da produção, o desenvolvimento das 
comunicações, a formação das reservas territoriais e milícias 
cívicas, etc., para conseguir-se a disciplina intelectual dese-
jada e fazer desaparecer a luta de classes, pela unidade de 
vistas e a convergência de forças para a cooperação geral, a 
fim de alcançar o ideal comum à nacionalidade”.
No trecho dessa carta estão expressos pontos centrais do 
regime instalado após a Revolução de 1930, entre elas:
a) organização de milícias estaduais, regulamentação das 
relações trabalhistas e educação.
b) estímulo à autonomia dos Estados, organização de milícias 
estaduais e nacionalismo.
c) organização de milícias estaduais, centralização política 
e educação.
d) centralização política, regulamentação das relaçõestra-
balhistas e nacionalismo.
e) estímulo à autonomia dos Estados, regulamentação das 
relações trabalhistas e educação.
6 Extensivo Terceirão
21.09. (UEFS – BA) – O Estado que nasceu com a Revolu-
ção de 1930 no Brasil distinguiu-se do Estado da Primeira 
República (1889-1930) 
a) pela suspensão dos impostos sobre as atividades industriais e 
pelo abandono da política de proteção à economia cafeeira. 
b) pela moralização dos processos eleitorais previstos pela 
primeira Constituição republicana e pela concessão de 
voto aos analfabetos. 
c) pelo fortalecimento do poder central e pela tendência 
a conceder algum tipo de proteção aos trabalhadores 
urbanos. 
d) pela aplicação dos princípios da política dos governadores 
e pelo projeto econômico-financeiro do Encilhamento. 
e) pelo esforço de organização de uma comunidade de pa-
íses latino-americanos e pela oposição à hegemonia dos 
Estados Unidos na América. 
21.10. (PUCCAMP – SP) – Observe a caricatura.
A caricatura revela um momento da chamada “era de Vargas”, 
quando Getúlio preparava-se para
a) assumir a presidência da República, após a sua eleição 
indireta pela Assembleia Constituinte.
b) liderar um golpe militar, instaurando um período histórico 
conhecido por Estado Novo.
c) disputar as eleições diretas para a presidência da Repúbli-
ca, no contexto da redemocratização do país.
d) executar os princípios do Plano Cohen, visando impedir 
o avanço dos comunistas e dos integralistas ao poder.
e) comandar uma revolução constitucionalista, contra a 
oligarquia do setor agroexportador.
Aprofundamento
21.11. (FUVEST – SP) – O Estado de compromisso, ex-
pressão do reajuste nas relações internas das classes 
dominantes, corresponde, por outro lado, a uma nova 
forma do Estado, que se caracteriza pela maior cen-
tralização, o intervencionismo ampliado e não restrito 
apenas à área do café, o estabelecimento de uma certa 
racionalização no uso de algumas fontes fundamentais 
de riqueza pelo capitalismo internacional (...).
Boris Fausto. A revolução de 1930. Historiografia e história. 
São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 109-110.
Segundo o texto, o Estado de compromisso correspondeu, 
no Brasil do período posterior a 1930,
a) à retomada do comando político pela elite cafeicultora 
do sudeste brasileiro.
b) ao primeiro momento de intervenção governamental na 
economia brasileira.
c) à reorientação da política econômica, com maior presença 
do Estado na economia.
d) ao esforço de eliminar os problemas sociais internos 
gerados pelo capitalismo internacional.
e) à ampla democratização nas relações políticas, trabalhis-
tas e sociais.
21.12. (FPP – PR) – A tabela abaixo sintetiza dados sobre 
a produção cafeeira no Brasil, no Mundo (em milhares de 
sacas) e a participação relativa do país em relação à produção 
mundial.
PERÍODO MUNDO BRASIL PARTICIPAÇÃO (%)
1900 115.100 12.069 80
1910 14.350 10.653 74
1920 20.290 17.116 84
1930 25.230 17.652 70
1940 26.500 15.797 60
1950 31.300 16.754 54
(A tabela apresenta os dados para as décadas de 1900, 
1910, 1920, 1930, 1940 e 1950 no mundo e no Bra-
sil. A participação relativa do Brasil em cada período é, 
respectivamente, 80%, 74%, 84%, 70%, 60% e 54%).
Disponível em: <http://revistacafeicultura.com.
br/?mat=3640>. Acesso em: 20.06.2017.
Sobre a importância do café na economia brasileira da 
primeira metade do século XX, é INCORRETO afirmar que 
a) pela importância que tinha na produção mundial, as safras 
de café brasileiro impactavam diretamente no preço do 
produto no mercado internacional, fazendo com que 
políticas ativas de manutenção de preço fossem empre-
endidas desde o Império. 
b) a diminuição da participação relativa do Brasil no mer-
cado mundial de café derivou tanto do estabelecimento 
de novos polos produtores mundiais (como o Sudeste 
asiático), como da diversificação da pauta de exportações 
brasileiras, que incorporou novos produtos como minérios 
e bens industriais. 
c) a importância do café na economia brasileira traduziu-se 
na hegemonia política das elites dos estados produtores 
durante a segunda metade do Império e na República 
Velha. 
d) a política de queima dos estoques de café, realizada prin-
cipalmente pelo primeiro governo Vargas (1930-1945), 
visava a diminuição da dependência que o Brasil tinha 
Aula 21
7História 6C
desse produto, pois a diminuição de sua oferta possibilitou 
uma maior participação de outros bens e produtos na 
balança comercial nacional. 
e) a industrialização pioneira da cidade de São Paulo e re-
gião, no início do século XX, tem relação com a riqueza 
acumulada pela produção e pela exportação cafeeira no 
interior do estado. 
21.13. (UFES) – “Foi a ascensão das classes sociais urba-
nas, com a deposição do governo Washington Luís, em 
1930, que criou novas condições sociais e políticas para 
a conversão do Estado Oligárquico em Estado Burguês. 
Esse foi o contexto em que o Governo Getúlio Vargas, 
nos anos 1930 - 1945, passou a pôr em prática novas 
diretrizes políticas quanto às relações entre assalariados 
e empregadores”.
IANNI, Octávio. Estado e Planejamento Econômico no Brasil (1930 
- 1970). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977, p. 34.
Conforme o texto, novas diretrizes políticas passaram a 
nortear o governo Vargas que intensificou a regulamentação 
das relações entre as classes patronais e os trabalhadores, no 
processo de industrialização vivido pelo Brasil no período 
posterior a 1930. O espírito dessa intervenção estatal se 
expressa na:
a) negação de práticas valorizadas pelo fascismo, como o 
corporativismo e a máquina de propaganda.
b) tentativa de aproximar a política trabalhista, cada vez 
mais, dos integralistas, com vistas a aliciar Plínio Salgado 
para a chefia do PTB.
c) busca da harmonia social caracterizada pelo fortaleci-
mento do Estado, que passa a tutelar as divergências e 
conflitos baseados em interesses particularistas.
d) valorização exclusiva dos trabalhadores nacionais, ob-
jetivando dar-lhes oportunidade de alcançar o poder e 
assim fazer prevalecer sua ideologia, conforme legislação 
que previa expulsão dos judeus e outros estrangeiros, 
residentes no Brasil.
e) concessão do direito de greve aos trabalhadores e do de 
“lockout” aos empresários, com o fim de dirimir conflitos 
trabalhistas.
21.14. (FGV – SP) – Em muitos aspectos, a Era Vargas 
(1930-1945) implementou mudanças no país em relação à 
Primeira República (1889-1930), pois
a) promoveu as bases da industrialização, ao empreender 
uma política econômica intervencionista e protecionista, 
além de orientar sua política externa na busca de recursos 
para implantar empresas nacionais.
b) passou a tratar a questão social como “caso de polícia”, 
reprimindo as organizações da classe operária com o 
fechamento de jornais, associações e sindicatos, embora 
permitisse sua representação no Congresso.
c) estabeleceu um Estado federativo, conferindo aos es-
tados bastante autonomia ao permitir que contraíssem 
empréstimos no exterior e estabelecessem impostos, sem 
necessidade de consulta ao governo federal.
d) desenvolveu uma nova política de valorização do café, 
por meio da compra e estocagem dos excedentes pelos 
governos estaduais e por constantes desvalorizações 
cambiais para favorecer os exportadores.
e) autorizou a pluralidade sindical, porém os sindicatos 
ficaram atrelados ao Ministério do Trabalho, graças ao 
imposto de seus associados, e reuniam patrões e empre-
gados, à semelhança do corporativismo fascista.
21.15. (UFSC) – 
Disponível em: <http://www.brasilcultura.com.br/historia/ 
9-de-julho-revolucao-constitucionalista>. Acesso em: 6 set. 2012.
Dois anos após Getúlio Vargas assumir a liderança do 
país, pondo um ponto final na Primeira República, já 
enfrentava a oposição numa guerra que tinha como 
bandeira o retorno à normalidade constitucional.
RODRIGUES, João Paulo. Uma multidão sai às ruas.  
Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 82, ano 7, p. 30, jul. 2012.
Sobre a RevoluçãoConstitucionalista de 1932 e a Era Vargas, 
assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01) Durante o governo provisório de Getúlio Vargas (1930- 
-1934), as relações entre o governo federal e os políticos 
paulistas foram marcadas por grande tensão e instabili-
dade. Os paulistas, além de resistirem aos interventores, 
ainda suportavam a perda de controle sobre as deci-
sões referentes à política econômica.
02) Apesar da derrota militar do movimento constitucio-
nalista de 1932 para as tropas federais, Vargas acabou 
atendendo à principal reivindicação dos paulistas e 
convocou eleições para a formação de uma Assembleia 
Nacional Constituinte. Em 1934, foi promulgada a nova 
constituição do país.
8 Extensivo Terceirão
04) Entre as principais disposições contidas na Constituição 
de 1934, destacavam-se as questões eleitorais, as leis 
trabalhistas e as ações nacionalistas.
08) A política trabalhista de Vargas contribuiu para sua 
aproximação com os ideais comunistas e para a implan-
tação da ditadura do Estado Novo (1937-1945), com o 
grande apoio da Aliança Nacional Libertadora.
16) Após a Constituição de 1934, e com a positiva repercus-
são de suas ações no governo provisório, Getúlio Vargas 
foi eleito presidente pelo voto direto com expressiva 
votação e apoio popular.
21.16. (UFPR) – Com base na figura abaixo, publicada em 
1932, considere as seguintes afirmativas:
 1. A figura refere-se à Revolução Constitucionalista, em 
que os paulistas exigiram do governo Vargas a implan-
tação de uma Constituição democrática.
 2. No contexto de 1932, a imagem do bandeirante servia 
de propaganda para mostrar que os paulistas eram aves-
sos à submissão a um tirano, tal como os bandeirantes 
teriam sido avessos à tirania da Coroa portuguesa.
 3. A chamada Revolução de 1932 culminou na derrota dos 
paulistas pelas forças de Vargas e com a continuação do 
Estado Novo.
 4. Apesar da derrota dos paulistas, uma das principais con-
sequências do movimento de 1932 foi a promulgação 
da Constituição de 1934.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
21.17. (PUC – SP) – “A revolução não se fez para assu-
mir a tutela da Nação senão para entregar à Nação o 
governo de si mesma. Se a Nação entender, pelo voto 
de seus genuínos representantes, organizar-se antes de 
um modo do que de outro, devemos nos inclinar diante 
de sua soberania. Podemos e devemos instruir o povo, 
convertendo-o às ideias que nos parecem mais acerta-
das; mas não é lícito impor-lhe o nosso pensamento e 
vontade. Seria o despotismo. O Partido Democrático 
não pode desviar-se desta linha. No frontispício de seu 
programa, como a doirar a cúpula dos compromissos 
assumidos, figura a bela tricotomia americana do go-
verno do povo, pelo povo e para o povo.”
Declaração do Partido Democrático de São Paulo, 13 de janeiro de 1932, 
in Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de história do Brasil. 
São Paulo: Hucitec, 1986, p. 152-153.
O documento acima pode ser compreendido como uma 
demonstração
a) da insatisfação paulista com a política varguista de pro-
teção à produção e exportação de café, que incluía um 
rigoroso controle de preços e tarifas aduaneiras.
b) do projeto de implantação do socialismo no Brasil, de-
fendido pelo Partido Democrático e por outros setores 
da esquerda nos primeiros anos do governo Vargas.
c) da divisão entre antigos aliados no movimento de 1930, 
que, dois anos depois, entravam em conflito por causa 
de seus interesses políticos e econômicos distintos.
d) do amplo apoio popular que o Partido Democrático 
recebeu desde sua fundação, em 1926, e que o fez opor-
-se tanto aos governos da Primeira República, quanto ao 
governo de Vargas.
e) da defesa, pelo Partido Democrático, da proposta de 
separação de São Paulo do restante do Brasil, apoiada 
majoritariamente pelos participantes da revolução cons-
titucionalista de 1932.
21.18. (UFRJ) – “Foi em 1930 que à frente da Revolução 
Getúlio Vargas assumiu a Presidência do Brasil. Era um 
tempo novo que se abria o desenvolvimento industrial as 
leis trabalhistas ele cria é a Previdência Social Eram anos de 
conquista e de grande agitação pelo poder de 32 a 37, aquele 
estadista reprimiu os paulistas comunistas e integralistas. 
Mas não há quem esconda seu valor de idealista, basta falar 
em Volta Redonda, (...) “ (Gomes, Dias e Gullar, Ferreira. Dr. 
Getúlio: sua vida e sua glória. São Paulo, Civilização Brasileira, 
1968. pp. 10 e 11) 
Comente duas características do governo provisório de 
Getúlio Vargas
Aula 21
9História 6C
Desafio
21.19. (UEL – PR) – Leia a charge e o texto da revista “O 
Malho”, a seguir, quanto às polêmicas que antecedem o 
sufrágio feminino no Brasil.
[Zé Povo] – Aqui tem, seu Maurício, um quadro 
do futuro que nos espera, se passar o seu projeto, dan-
do o direito de voto às mulheres... em pouco tempo 
elas que são mais sabidas que nós, aproveitarão a mo-
leza dos homens e dominarão tudo! E teremos então 
esta beleza: o avô fazendo crochê, a avó fumando ca-
chimbo, o marido amamentando o filho, enquanto a 
mãe vai para a Câmara dos deputados deitar o verbo 
pela salvação da pátria! Tudo transtornado! Tudo in-
vertido!
[Maurício de Lacerda] – Mas que tem isso? A 
Constituição é clara: as mulheres podem ser eleitoras!
[Zé] – Pois, então viva a Constituição e o voto fe-
minino! Talvez, com as mulheres em cena, nós seja-
mos mais homens... aceitando o pedido do Ministério 
da Agricultura e indo plantar batatas!
Adaptado de “O Malho”, RJ, 23 de junho de 1917. 
Acervo Biblioteca digital.al.sp.gov.br.
A partir da charge e do texto sobre as polêmicas que antece-
deram o voto feminino no Brasil, responda aos itens a seguir.
a) Situe e caracterize o momento histórico em que se efeti-
vou o direito ao voto feminino no Brasil.
b) Em relação às lutas feministas compare a época em que 
a charge e o texto foram produzidos com a atualidade. 
Em seguida, discorra sobre as ideias que até o momento 
permanecem as mesmas e as que mudaram. 
Gabarito
21.01. d
21.02. e
21.03. c
21.04. d
21.05. b
21.06. a
21.07. a
21.08. d
21.09. c
21.10. a
21.11. c
21.12. d
21.13. c
21.14. a
21.15. 07 (01 + 02 + 04).
21.16. c
21.17. c
21.18. Dentre duas características do Governo Var-
gas, podemos destacar a centralização do 
poder; a elaboração da constituição de 1934 
(onde são incorporados os direitos trabalhis-
tas e o voto feminino); a promoção do de-
senvolvimento industrial.
21.19. a) O voto feminino no Brasil foi conquistado 
em 1932, no governo provisório de Getúlio 
Vargas e foi incorporado à Constituição de 
1934 como facultativo ou acrescentando 
as lutas de mulheres como Nísia Floresta 
(começo do século XIX), Bertha Lutz, Celi-
na Guimarães Fonseca, entre outras.
b) A charge e o texto da revista sugerem 
uma inversão do que seria o papel fe-
minino no começo do século passado. 
Mas a revista critica esta ideia de inver-
são e defende que o voto feminino deve 
ser contemplado na Constituição. Hoje 
há ainda esta ideia de que o feminismo 
quer subverter a ordem da realidade, mas 
as lutas são outras: igualdade de salário, 
combate à violência doméstica, questio-
namento dos padrões machistas impos-
tos, descriminalização do aborto, etc. 
10 Extensivo Terceirão
História
6CAula 22
Governo constitucionalista 
de Vargas (1934-1937)
 Radicalização ideológica
Logo após a Primeira Guerra (1914-1918), a 
política europeia sofreu modificações significativas. As 
democracias liberais entraram em crise, em face das 
dificuldades econômicas e da própria perplexidade 
gerada pela guerra. Em contrapartida, os partidos 
autoritários conseguiram alcançar uma enorme 
popularidade.
Na Itália, em 1922, o líder fascista Benito Mussolini 
tornou-se primeiro ministro.
Em 1933, Adolf Hitler promoveu a ascensão dofas-
cismo alemão – o nazismo – ao poder.
Outros países europeus seguiram o mesmo caminho, 
como foram os casos da Espanha e de Portugal. E, da 
Europa, as ideias fascistas espalharam-se para a América. 
O Brasil foi particularmente marcado por essas ideias 
radicais.
 Hitler e Mussolini
No mesmo ano da Revolução, 1930, surgiu no país 
o Partido Fascista Brasileiro. Outros o seguiram, como 
a Legião Cearense do Trabalho, o Partido Nacional 
Sindicalista, o Partido Nacionalista de São Paulo, 
etc. O mais importante deles foi, no entanto, a Ação 
Integralista Brasileira, a AIB.
 O que caracterizou a AIB?
Fundada em 1932 pelo paulista Plínio Salgado, sob 
o lema “Deus, Pátria e Família”, o movimento logo se di-
fundiu, chegando a ter centenas de milhares de filiados 
e simpatizantes.
Do ponto de vista ideológico, o integralismo:
 • era contra o comunismo, por um lado, e contra o 
Estado liberal, por outro;
 • defendia o nacionalismo e a maciça intervenção Estatal;
 • defendia a existência de um só partido e de um só 
chefe;
 • era tradicionalista, religioso e moralista.
 Plínio Salgado
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Não foi difícil perceber que o fascismo de Plínio Sal-
gado copiou os elementos dos movimentos fascistas 
europeus, particularmente o italiano. Além das ideias, 
o fascismo brasileiro adaptou também os gestos, os 
símbolos, os uniformes, a formação das tropas de 
choque, os desfiles aparatosos, etc. Assim, a saudação 
com o braço erguido era seguida pelo grito “Anauê”; 
nos uniformes predominava a cor verde e o principal 
símbolo da AIB era a letra grega sigma.
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Aula 22
11História 6C
 A Ação Integralista Brasileira
O crescimento do movimento fascista no Brasil cau-
sou grande apreensão nos setores liberais e de esquerda 
que, em face disso, uniram suas forças e, no começo de 
1935, criaram a Aliança Nacional Libertadora, a ANL.
Entre as principais reivindicações da ANL, podemos 
citar:
 • formação de um governo popular;
 • condenação do latifúndio e apelo à reforma agrária;
 • nacionalização das empresas estrangeiras e crítica à 
ação imperialista;
 • suspensão do pagamento da dívida externa;
 • convocação de uma Constituinte.
A ANL era um “verdadeiro mosaico”, aglutinando 
comunistas, tenentistas, democratas e socialistas. A 
classe média urbana era sua base social, formada 
principalmente por militares, profissionais liberais e 
estudantes. Luís Carlos Prestes, ex-líder da Coluna 
Prestes e principal chefe do comunismo brasileiro, 
foi escolhido presidente de honra da entidade.
A Aliança obteve grande acolhida junto à população. 
O conflito com os integralistas foi inevitável. O país ficou 
em pé de guerra.
 Getúlio Vargas e a 
radicalização ideológica
Em julho de 1935, a ANL já contava com cerca de 
400 mil filiados, causando incômodo para os setores 
conservadores do governo, a começar pelo próprio 
Getúlio. Pouco antes, em abril, o Presidente já havia 
decretado uma lei de Segurança Nacional. No dia 11 
de julho, Vargas tomou uma atitude mais explícita: 
determinou o fechamento da ANL!
A sede do movimento foi invadida, documentos 
apreendidos, filiados e simpatizantes reprimidos.
Diante dessa severa repressão, os comunistas 
vinculados à ANL, capitaneados por Luís Carlos Prestes, 
organizaram um levante, acreditando que o povo apoia-
ria uma ação contra o governo Vargas.
Tal movimento, conhecido como Intentona Comu-
nista, teve início em Natal, em 23 de novembro de 1935. 
No dia seguinte, eclodiu em Recife e, nos dias 26 e 27, 
no Rio de Janeiro. Na Capital Federal, a ação revoltosa 
se concentrou na Escola de Aviação e no III Regimento 
de Infantaria. A reação do governo foi firme e incisiva. 
Rapidamente o movimento foi sufocado.
 Jornal Amanhã, 27/11/1935
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12 Extensivo Terceirão
 Vargas e o golpe
Vargas aproveitou-se da situação de duas maneiras: pri-
meiro realizou uma verdadeira caça aos comunistas, procu-
rando desbaratar o movimento. Prestes e sua esposa, Olga 
Benário, foram presos em janeiro de 1936. Vários outros 
comunistas foram mortos pela ação da polícia varguista.
Olga Benário, que era alemã, judia e comunista, foi 
entregue pela polícia de Vargas à Gestapo, a polícia 
política alemã. Grávida de 7 meses, a esposa de Pres-
tes embarcou à força para a Alemanha, onde morreu, 
num campo de concentração. Sua filha Leocádia con-
seguiu sobreviver e foi trazida para o Brasil, graças 
aos esforços da avó e do advogado Sobral Pinto.
Por outro lado, a instabilidade política reinante favore-
ceu os planos continuístas de Vargas, que passaram a ser 
justificados pela necessidade de impedir a subversão e a 
Guerra Civil. Havia, no entanto, uma eleição marcada pela 
Constituição. E existiam candidatos. As elites tradicionais 
dividiram-se entre o paulista Armando Sales de Oliveira 
e o nordestino José Américo de Almeida que, por seu 
discurso nacionalista, contava também com o apoio dos 
tenentes. Plínio Salgado também saiu candidato.
 José Américo de Almeida em campanha, 1937 – eleições
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Getúlio deu à opinião pública a impressão de levar a 
eleição a sério. Visando a encobrir seus propósitos conti-
nuístas, passou a apoiar, mesmo que de forma discreta, 
as pretensões de José Américo.
Paralelamente, porém, e com grande habilidade, 
Getúlio tratou de limpar o terreno político e militar para 
garantir o sucesso de seu intento.
Apoiado na fidelidade de dois generais, Góis Monteiro 
e Eurico Gaspar Dutra, Vargas conseguiu o apoio do Exérci-
to. Ao mesmo tempo, o presidente realizava uma política de 
intervenções estaduais com o objetivo de desembaraçar-
-se de possíveis focos de resistência aos seus propósitos, 
principalmente no Rio Grande do Sul e na Bahia. Negrão de 
Lima, político próximo do presidente, realizou uma viagem 
aos estados, garantindo o apoio dos governadores situacio-
nistas. Nos bastidores, o jurista mineiro Francisco Campos 
elaborava uma nova Constituição.
Preparado o “terreno”, o Presidente e seus aliados 
deram a “cartada final”. Amigos de Vargas forjaram um 
documento, supostamente comunista, que visava ao 
assassinato de personalidades importantes e também 
objetivava a tomada do poder. Era o Plano Cohen. Esse 
documento foi “descoberto” e entregue a Góis Monteiro, 
que se encarregou de sua divulgação por toda a impren-
sa. Novo pânico. Era a volta da “Ameaça Vermelha”, do 
perigo comunista.
Só uma medida de força, garantindo a possibilidade 
de ação ágil e eficiente, poderia conter essa “temerida-
de”. O cenário estava pronto para o golpe.
Em 9 de novembro de 1937, Getúlio nomeou Fran-
cisco Campos para o Ministério da Justiça. Nesse mesmo 
dia, Armando Sales de Oliveira discursou, apelando 
às Forças Armadas para que impedissem o golpe. No 
entanto, era tarde.
 Góis Monteiro
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No dia 10, Vargas decretou o fechamento do 
Congresso e anunciou a nova Constituição. Em 2 de 
dezembro, os partidos foram dissolvidos, inclusive a AIB. 
Começava o Estado Novo, a ditadura Vargas.
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Aula 22
13História 6C
Testes
Assimilação
22.01. (UEL – PR) – O fascismo brasileiro, criado em 1932, 
foi um movimento social de extrema direita. Assinale a alter-
nativa que indica a denominação que lhe foi dada no Brasil:
a) Nazismo. 
c) Populismo.
e) Totalitarismo. 
b) Integralismo.
d) Autoritarismo.
22.02. (PUCPR) – Frente criada na década de 30, reunindo 
setores da esquerda, da classe média e liberais afastados do 
poder, que defendia:
– suspensão definitiva do pagamento das dívidas do Brasil.
– nacionalização das empresas imperialistas.
– proteção ao pequeno e médio proprietário rural e entrega 
de terrados grandes proprietários aos trabalhadores do 
campo.
– instauração de um governo popular.
A descrição corresponde:
a) ao Movimento Sem Terra.
b) ao Manifesto dos Mineiros.
c) à Ação Integralista Brasileira.
d) à Aliança Nacional Libertadora.
e) ao Movimento Tenentista.
22.03. (UPF – RS) – “As confabulações dos políticos estão 
desfibrando o caráter do povo brasileiro. Civis e militares 
giram em torno de pessoas, por falta de nitidez de pro-
gramas. Todos os seus programas são os mesmos e esses 
homens estão separados por motivos de interesses pesso-
ais e de grupos. Por isso, uns tramam contra os outros. E, 
enquanto isso, o comunismo trama contra todos. Nós pre-
gamos a franqueza e a coragem mental. Somos pelo Brasil 
Unido, pela Família, pela Propriedade, pela organização 
e representação legítima das classes; pela moral religiosa; 
pela participação direta dos intelectuais no governo da 
República; pela abolição dos Estados dentro do Estado; 
por uma política benéfica do Brasil na América do Sul; por 
uma campanha nacionalista contra a influência dos países 
Imperialistas, e, sem tréguas, contra o comunismo russo. 
Nós somos a Revolução em marcha. Mas a revolução com 
ideias. Por isso, franca, leal e corajosa”.
(Trecho do Manifesto 7 de Outubro de 1932 )
O trecho acima faz parte do documento fundador do pri-
meiro partido político brasileiro com implantação nacional e 
ampla inserção entre setores da classe média urbana, o qual 
tinha como lema “Deus, Pátria e Família”. Qual foi esse partido? 
a) Partido Comunista Brasileiro (PCB). 
b) Ação Renovadora Nacional (ARENA). 
c) Partido Social Liberal (PSL). 
d) Ação Integralista Brasileira (AIB). 
e) Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 
22.04. (UFSCAR – SP) – Os anos trinta do século XX foram 
marcados por disputas ideológicas, por propostas revolu-
cionárias e pela emergência de regimes centralizadores e 
autoritários.
No Brasil, a polarização ideológica intensificou-se em 1935, 
opondo,
a) a Ação Integralista Brasileira, partido político simpatizante 
do fascismo, à Ação Nacional Libertadora, que lutava pela 
instalação de um governo popular revolucionário.
b) os anarcossindicalistas, líderes do movimento operário 
em toda a Primeira República, ao Partido Comunista do 
Brasil, de tendência revolucionária bolchevista.
c) os católicos ultramontanos do Centro Dom Vital, situado 
no Rio de Janeiro, aos partidários do fascismo italiano e, 
sobretudo, do nazismo hitlerista.
d) a social-democracia, representada pelo Partido Democrá-
tico de São Paulo, às tendências políticas autoritárias do 
movimento tenentista.
e) os constitucionalistas paulistas, que haviam combatido 
na Revolução de 1932, ao Estado Novo, dominado pelo 
presidente Getúlio Vargas.
Aperfeiçoamento
22.05. (CEFET – MG) – Observe a imagem abaixo.
Talão de Greves, Dossiê Fábrica Calfat, 2233, DEOOPS/
SP. Arquivo do Estado de São Paulo.
14 Extensivo Terceirão
A imagem refere-se a um “talão de greves”, emitido pelo 
Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS), 
que traz informações de um movimento ocorrido na fábrica 
Calfat & Cia Fiações e Tecelagem, como:
• Número de operários: 700 aprox. Mulheres: 400
• Início da greve: 11/10/1935 Término: 14/10/1935
• Motivo: Aumento salarial
• Agitadores da fábrica: [nomes]
• Agitadores estranhos: [nomes]
• Solução: de acordo
A análise desse documento permite constatar que, durante 
o primeiro governo constitucional de Getúlio Vargas (1934-
1937), o movimento operário era 
a) controlado por meio de uma polícia política oficial. 
b) formado por trabalhadores de origem estrangeira. 
c) apoiado pelo presidente por meio de ações grevistas. 
d) liderado por sindicatos organizados pelos anarquistas. 
22.06. (UECE) – Atente ao seguinte excerto sobre o evento 
denominado pejorativamente, pelo Governo Vargas, de 
Intentona Comunista:
“Luiz Moreira, militar excluído das Forças Armadas 
por participar da Intentona Comunista em novembro de 
1935, teve reconhecido o direito de ser reintegrado ao 
Exército brasileiro. A decisão da 5ª. Turma do Tribunal 
Regional Federal da 2ª. Região estabeleceu que ele será 
enquadrado como 2º. tenente, graduação que teria alcan-
çado se tivesse permanecido em serviço até sua reforma”.
ANISTIA REMOTA. Militar que participou da Intentona Comunista é 
reincorporado. Revista Consultor Jurídico, online, 11 de julho de 2005.
Sobre esse evento, é correto afirmar que 
a) tendo sido organizado pela Aliança Nacional Libertadora 
(ANL), que era liderada por Luís Carlos Prestes, esse levante 
realizado por militares rebeldes insatisfeitos com o gover-
no constitucional de Vargas amotinou quartéis em Natal, 
Recife e Rio de Janeiro. 
b) foi arquitetado e executado por membros da Ação Inte-
gralista Brasileira (AIB) que pretendiam derrubar o Go-
verno democrático de Getúlio Vargas e impor um estado 
totalitário de orientação fascista no Brasil. 
c) teve sua origem no movimento das Ligas Camponesas, de 
orientação Comunista, que, a partir das ações no campo 
passaram a apoiar movimentos grevistas de trabalhadores 
urbanos, com o intuito de derrubar o Estado Novo insti-
tuído por Getúlio Vargas. 
d) foi uma artimanha de Vargas, que utilizou este evento 
falso como justificativa, perante a opinião pública, para 
instituir um governo totalitário de características fascistas, 
chamado Estado Novo, em 1937. 
22.07. (FGV – SP) – “Em plena Avenida Rio Branco, nas tardes 
de sábado, pegávamos à força alguns atrevidos integralis-
tas que se apresentavam fantasiados de camisa verde e os 
despojávamos das calças, largando-os depois, em plena via 
pública, apenas em fraldas de camisas. Não queriam eles 
andar de camisas verdes? Nós lhe fazíamos a vontade...”
Agildo Barata
A cena anterior descrita refere-se aos:
a) enfrentamentos durante os comícios entre os integrantes 
da frente tenentista com a militância da Aliança Nacional 
Libertadora (ANL);
b) confrontos de rua entre os integralistas e os tenentistas;
c) enfrentamentos públicos entre os integrantes da Aliança 
Nacional Libertadora (ANL) e os integralistas;
d) enfrentamos entre os militantes da Aliança Libertadora 
Nacional (ALN), dirigida por Agildo Barata, e os integra-
listas de Plínio Salgado;
e) confrontos públicos entre militares tenentistas e os comu-
nistas da Aliança Libertadora Nacional (ALN).
22.08. (UFG – GO) – Em março de 1934, Luís Carlos Prestes 
fundou uma frente popular, a Aliança Nacional Libertadora, 
que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas da 
sociedade para um programa de reformas políticas e sociais.
O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à:
a) emergência de regimes autoritários na Europa influen-
ciando a organização partidária no Brasil.
b) cooptação dos sindicatos pelo Estado, com suas sedes 
tornando- se locais da propaganda oficial.
c) proposta política de estabelecer um governo revolucio-
nário no Brasil alinhado com a União Soviética.
d) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia 
um projeto de Estado autoritário para o país.
e) rivalidade entre integralistas e aliancistas, os quais mobi-
lizaram o país, ampliando o clima de confrontos.
22.09. (FUVEST – SP) – Em 10 de novembro de 1937, para 
justificar o golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio 
Vargas discursava:
“Colocada entre as ameaças caudilhescas e o peri-
go das formações partidárias sistematicamente agres-
sivas, a Nação, embora tenha por si o patriotismo da 
maioria absoluta dos brasileiros e o amparo decisivo e 
vigilante das forças armadas não dispõe de meios de-
fensivos eficazes dentro dos quadros legais, vendo-se 
obrigada a lançar mão das medidas excepcionais que 
caracterizam o estado de risco iminente da soberania 
nacional e da agressão externa.”
Baseando-se no texto anterior, pode-se entender que:
a) Vargas fala em nome da Nação, considerando-se o intér-
prete de seus anseios e necessidades;
b) a defesa da Nação está exclusivamente nas mãos do 
Exército e do patriotismo dos brasileiros;
c) Vargas delegaàs forças armadas o poder de lançar mão 
de medidas excepcionais;
d) as medidas excepcionais tomadas estão na relação direta 
da falta de formações políticas atuantes;
e) Vargas estabelece uma oposição entre o patriotismo dos 
brasileiros e a ação da forças armadas.
Aula 22
15História 6C
22.10. (UNESP – SP) – Decretada a extinção da Aliança 
Nacional Libertadora em 1935, seus membros, os não 
moderados, organizaram a insurreição comunista que foi 
abafada pelo Governo Vargas. Assinale a alternativa que 
apresenta a ação política subsequente e relacionada com a 
referida insurreição.
a) A proposta anti-imperialista e antilatifundiária, contida 
no programa da ANL, foi completamente abandonada.
b) Vargas, em proveito de seus planos ditatoriais, explorou 
o temor que havia ao comunismo.
c) Dois meses após a Intentona, todos os presos políticos que 
aguardavam julgamento, foram colocados em liberdade.
d) A campanha anticomunista das classes dominantes 
contribuiu para que Vargas abandonasse seus planos 
continuístas.
e) Os revoltosos só se renderam depois de proclamada a 
suspensão definitiva do pagamento da dívida externa.
Aprofundamento
22.11. (MACK – SP) – Em 1935, Luiz Carlos Prestes, líder da 
Aliança Nacional Libertadora (ANL), publica o manifesto abaixo.
“A todo povo do Brasil!
Aos aliancistas de todo o Brasil! 5 de julho de 
1922 e 5 de julho de 1924. Troam os canhões de 
Copacabana. Tombam os heróis companheiros de Si-
queira Campos! Levantam-se, com Joaquim Távora, 
os soldados de São Paulo e, durante 20 dias é a cidade 
operária barbaramente bombardeada pelos generais a 
serviço de Bernardes! Depois… a retirada. A luta he-
roica nos sertões do Paraná! Os levantes do Rio Gran-
de do Sul! A marcha da coluna pelo interior de todo 
o país, despertando a população dos mais ínvios ser-
tões, para a luta contra os tiranos, que vão vendendo 
o Brasil ao capital estrangeiro.
Quanta energia! Quanta bravura!
Mas as lutas continuam, porque a vitória ainda não 
foi alcançada e o lutador heroico é incapaz de ficar a 
meio do caminho, porque o objetivo a atingir é a liber-
tação nacional do Brasil, a sua unificação nacional e o 
seu progresso e o bem-estar e a liberdade de seu povo e 
o lutador persistente e heroico é esse mesmo povo, que 
do Amazonas ao Rio Grande do Sul, que do litoral às 
fronteiras da Bolívia, está unificado mais pelo sofrimen-
to, pela miséria e pela humilhação em que vegeta do 
que uma unidade nacional impossível nas condições 
semicoloniais e semifeudal de hoje! (...). Somos her-
deiros das melhores tradições revolucionárias de nosso 
povo e é, recordando a memória de nossos heróis, que 
marchamos para a luta e para a vitória!”
www.marxists.org/portugues/prestes/1935/07/05.htm – acessado em 11/04/2019
É correto afirmar que o manifesto acima 
a) está inserido nas lutas políticas dos anos de 1930, her-
deiras dos movimentos tenentistas, de forte tendência 
comunista, como a Coluna Prestes e a Intentona Comu-
nista de 1935, que tinha como objetivo a tomada violenta 
do poder. 
b) conclama o povo brasileiro a uma revolução de caráter 
socialista. Para isso recorre à história do movimento tenen-
tista, do qual Luiz Carlos Prestes foi o maior expoente, e à 
evidente tradição revolucionária dos tenentes brasileiros. 
c) exalta os movimentos tenentistas dos anos de 1920 
(Revolta do Forte de Copacabana, Revolução Paulista 
e Coluna Prestes-Miguel Costa) buscando um passado 
revolucionário para os movimentos que se opunham ao 
Estado Novo. 
d) foi um chamado à população brasileira para, junto a 
aliancistas, derrubarem o governo de Artur Bernardes e 
apoiarem, tal qual o movimento tenentista, uma trans-
formação da política brasileira, que seria liderada por 
Getúlio Vargas. 
e) retoma os 3 grandes movimentos tenentistas (Revolta 
dos 18 do Forte, Revolta Paulista e Coluna Prestes), 
identificando-os como revolucionários e predecessores 
de um movimento ainda maior que estaria por vir, lide-
rado pela ANL. 
22.12. (IFPE) – Getúlio Vargas é um dos personagens mais 
complexos e polêmicos da história brasileira republicana. 
Sua biografia aponta para um indivíduo que tanto soube 
se amoldar aos tempos democráticos (entre 1945 e 1954) 
como soube se amoldar aos anos 1930, quando o fascismo 
se alastrava pelo mundo do Entreguerras.
Sobre sua atuação política como presidente do Brasil entre 
1930 e 1945, e sobre os grupos políticos do período, é correto 
afirmar que ele 
a) se aproximou excessivamente dos grupos comunistas, 
em especial do tenente Luiz Carlos Prestes, e implantou 
as leis trabalhistas, a chamada CLT (1943), prejudicando 
os industriais que contavam com ele para combater os 
grupos oligárquicos ainda poderosos, bem como o nas-
cente movimento operário. 
b) agiu de maneira conciliatória com todos os grupos 
políticos (movimento operário Aliança Nacional Liber-
tadora, Integralistas, movimento Feminista, Tenentes), 
incorporando no poder esses diversos segmentos, bem 
como conferindo direito de voto às mulheres em 1932. 
c) foi um político que eliminou as oligarquias rurais que 
haviam dominado política e economicamente o país 
durante a chamada “República do Café com Leite”, im-
plantando reformas econômicas e políticas industriali-
zantes e urbanas, prejudicando interesses rurais até então 
predominantes. 
d) se aproveitou de uma insurreição comunista malsucedida 
e de um documento falso no qual continha um plano 
comunista para tomar o poder (o “Plano Cohen”), e instau-
rou uma Ditadura pela qual pôde nomear interventores 
nos Estados, governar sem partidos políticos, censurar e 
controlar as informações. 
e) implantou uma Ditadura no país, de inspiração fascista, 
nomeada de “Estado-Novo”, apesar das críticas dos grupos 
políticos de seu tempo, que o apoiaram, considerando 
que ele seria mais democrático e popular, e uniria o país 
em torno do Integralismo e das reformas de base. 
16 Extensivo Terceirão
22.13. (UNITAU – SP) – Considere as seguintes proposições:
I. A Constituição, de 25 de março de 1824, instituía a religião 
Católica Romana como sendo oficial do Estado brasileiro.
II. A Carta Constitucional, de 24 de fevereiro de 1891, esta-
belecia para o Brasil um Estado Federativo, um sistema de 
governo parlamentarista e o sufrágio universal.
III. A Constituição, de 16 de julho de 1934, instituía uma 
única Câmara, subordinando ainda as suas decisões ao 
Poder Executivo.
IV. A extinção da autonomia dos Estados e a hipertrofia do 
Poder Executivo caracterizavam a Constituição de 10 de 
novembro de 1937.
A alternativa que contém afirmações corretas é:
a) I e II 
c) III e IV 
e) I e III
b) II e III
d) I e IV
22.14. Em 2004, foi lançado o filme brasileiro “Olga”, de Jay-
me Monjardim. O enredo retrata o relacionamento entre Luís 
Carlos Prestes e a militante comunista Olga Benário, tendo 
como “pano de fundo” a era Vargas, um período da História 
do Brasil recheado de contradições,
e sobre o qual se afirma:
 I. As massas urbanas brasileiras encontravam-se ideolo-
gicamente divididas entre o nacional-comunismo da 
ANL – Aliança Nacional Libertadora – e o fascismo da 
AIB – Ação Integralista Brasileira –, fato habilmente 
manipulado pelo Estado como sendo uma ameaça à 
integridade da nação.
 II. Assumiu características intervencionistas, paternalistas e 
nacionalistas, favorecendo a expansão da indústria.
 III. Instituiu a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – que 
refletiu a aproximação do Estado com os trabalhadores e 
o controle daquele sobre o movimento operário.
 IV. A extradição de Olga Prestes atendia aos interesses dos 
governos da Alemanha e do Brasil, preocupados com o 
avanço político de judeus e dos comunistas, o que se 
constituía uma séria ameaça aos regimes liberais exis-
tentes nos dois países.
São corretos os itens:
a) I e III, somente b) II e IV, somente
c) I, II e III d) I, III e IV
e) III, somente
22.15. (UFSM – RS) – Sabe-se que Getúlio Vargas governou 
o Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Nessa faseda 
formação sociopolítica brasileira, destaca-se:
a) a personificação mítica de Getúlio, chamado de “pai dos 
pobres”, em função da defesa dos princípios socialistas de 
governo.
b) a efetiva participação política das massas populares 
urbanas, as quais conquistaram ampla liberdade de 
organização sem a tutela do Estado.
c) a prática política de Vargas que mesclava populismo e 
autoritarismo, estabelecendo a soberania do Estado sobre 
o conjunto da sociedade.
d) um dinâmico processo de desenvolvimento industrial, o 
qual possibilitou a nacionalização total da economia e o 
apoio político unânime da sociedade ao governo Vargas.
e) a consolidação da descentralização do governo, possibi-
litando maior independência aos estados na condução 
dos processos administrativos, políticos e econômicos.
22.16. (UEL – PR) – Leia o poema a seguir.
“Governo mais avacalhado
O Gegê sempre sorrindo
Por causa da nossa ‘Aliança’
Acabará caindo, acabará caindo.
O Gegê tá de calças na mão
Por causa da nossa revolução
O povo todo já está cansado
De ser explorado
Por este ladrão!
O Gegê entrou num botequim
Bebeu cachaça e saiu assim...
Levando um tamanho chute
Foi tomar vermute
Com amendoim”.
VIANNA, Marly de Almeida Gomes. “Revolucionários de 35: sonho e realidade”. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 561.
Os versos transcritos foram cantados pelos “aliancistas”, nos 
primeiros anos da Era Vargas (1930-1945). Com base nos 
versos e nos conhecimentos sobre a Era Vargas, considere 
as afirmativas a seguir.
 I. Teve como um de seus aspectos marcantes a tendência 
à Democratização do Estado.
 II. A Aliança Nacional Libertadora (ANL) foi um movimento 
que congregou diversos atores sociais: partidos políticos, 
sindicatos, associações e entidades diversas, sendo suas 
principais forças políticas os Tenentes e os comunistas.
 III. O suposto Plano Cohen, imputado aos comunistas pelos 
oficiais do exército, auxiliou no recrudescimento da re-
pressão anticomunista no país e foi uma das justificativas 
para a implantação do Estado Novo.
 IV. Com a aquiescência dos comunistas, o governo Vargas 
preparou os instrumentos de apoio à ANL, primeira 
tentativa de organização da sociedade civil no Brasil, 
aprovando a Lei de Segurança Nacional, visando ao 
combate dos crimes contra a ordem política e social.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV
c) III e IV 
e) I, II e IV
b) II e III
d) I, II e III
Aula 22
17História 6C
22.17. (UNESP – SP) – Getúlio Vargas, 
depois de promulgada a Constituição 
de 1934, ampliou sua política interven-
cionista de modo a ter pleno controle 
sobre a sociedade e, assim, impor seu 
plano político. Discorra sobre três 
características importantes deste go-
verno e indique como terminou.
22.18. (UFRJ) – A proclamação a 
seguir é do movimento que, em 
nome da Aliança Nacional Liberta-
dora, os comunistas deflagraram ao 
final de 1935 contra o governo Ge-
túlio Vagas (1930/45) e que trouxe 
consequências que marcaram as 
décadas seguintes da História do 
Brasil. O Rio Grande do Norte, 
desafrontado dos dias amargos 
em que viveu tiranizado por um 
governo forjado na prostituição dos 
princípios republicanos de outrora, 
hasteia-se soberbo, (...) abrindo 
caminho largo no solo abençoado 
da Pátria à entrada triunfal do Ca-
valeiro da Esperança – Luís Carlos 
Prestes. (...) A Aliança Nacional Li-
bertadora assegura garantias plenas 
a todos os cidadãos, sem distinção 
de credo político ou religioso
(...).
Proclamação dos revoltosos de Natal (RN) 
em 24 de novembro de 1935, apud: ALVES 
FILHO, I. “Brasil”, 500 anos em documentos. 
Rio de Janeiro: Mauad, 1999. 2. ed., p. 446.
a) Explique o aparecimento do nome 
de Luís Carlos Prestes na proclama-
ção dos revoltosos.
b) Cite uma consequência do fracasso do levante de 1935 para a História brasileira 
dos anos 30.
Desafio
22.19. (FUVEST – SP) – Observe com atenção as duas imagens, que remetem à 
propaganda política durante a Era Vargas (1930-1945), e responda ao que se pede.
a) Aponte um elemento formal de mobilização comum aos dois cartazes.
b) Identifique os dois movimentos políticos representados nas propagandas a que 
se referem as duas imagens.
c) Mencione um traço convergente e outro divergente entre as plataformas destes 
projetos políticos. 
18 Extensivo Terceirão
Gabarito
22.01. b
22.02. d
22.03. d
22.04. a
22.05. a
22.06. a
22.07. c
22.08. c
22.09. a
22.10. b
22.11. e
22.12. d
22.13. d
22.14. c
22.15. c
22.16. b
22.17. Período dito constitucional, legitimado 
pela eleição indireta de Getúlio Vargas 
e polarizado entre AIB e ANL. Teve seu 
desfecho em 1937, com um golpe de 
estado, após o suposto Plano Cohen.
22.18. a) A proclamação de Luís Carlos Pres-
tes, se deve à sua liderança frente a 
Coluna Prestes, à presidência da ANL 
(Aliança Nacional Libertadora) e por 
ter sido um dos articuladores da In-
tentona Comunista de 1935.
b) O temor do comunismo foi utilizado 
por Getúlio Vargas. Em 1937, argu-
mentando que os comunistas arti-
culavam um golpe para a tomada de 
poder, Getúlio Vargas articulou um 
golpe de Estado e instituiu a ditadura 
do Estado Novo.
22.19. a) Ambos os cartazes fazem uma con-
vocação direta e impositiva ao espec-
tador.
b) Imagem da esquerda: Revolução 
Constitucionalista de 1932. Imagem 
da direita: mobilização da Ação Inte-
gralista Brasileira.
c) Convergente: ambos os movimentos 
opunham-se a Vargas. Divergente: 
a Revolução de 1932 tinha caráter 
constitucional e a mobilização da AIB 
tinha caráter totalitário de poder. 
19História 6C
História
6CAula 23
O Estado Novo (1937-1945)
 O que caracteri- 
zou o Estado 
Novo (1937-1945)?
A ditadura implantada por 
Vargas possibilitou a consolidação 
do seu projeto de substituição de 
importações, sem que se afetassem 
os interesses das elites latifundiárias. 
Permitiu também que se exercesse 
um maior controle sobre os traba-
lhadores e seus sindicatos, por meio 
do Ministério do Trabalho, evitando 
qualquer “desperdício de energia” na 
tarefa da industrialização do país.
Apesar de impor uma di-
tadura “de fato”, Getúlio não 
descuidou da face “legalis-
ta” de seus atos. Quando do 
golpe, em 10 de novembro, 
o Presidente outorgou uma 
nova Constituição, redigida 
por seu Ministro da Justiça, 
Francisco Campos. De cunho 
autoritário, baseada na Carta 
Polonesa do ditador Pilsudski, 
ficou, em face disso, conheci-
da como “a polaca”.
Getúlio impôs um rígido con-
trole sobre a sociedade e justificou 
todas as ações em nome dos “inte-
resses da Nação”. Todos aqueles que 
se opusessem aos seus projetos 
eram considerados inimigos, não só 
do governo mas de todo o “povo”.
Além disso, eram características 
do período:
 • concentração do poder no 
Executivo que, por sua vez, era 
exercido por um líder e tinha 
como base de sustentação as 
Forças Armadas;
 • retorno da figura do “interventor” dos Estados, nomeados pelo presi-
dente; os Estados, assim, perderam a autonomia, sendo-lhes, inclusive, 
negado o direito a hinos e bandeiras próprios;
 • extinção dos partidos;
Sentindo-se traídos por Getúlio, os integralistas – cujo partido, a 
AIB, foi fechado em dezembro de 1937 – tentaram uma Intentona, 
chefiada por Belmiro Valverde e Severo Fournier. O movimento, que 
eclodiu em 11 de maio de 1938, consistiu em um atentado ao Palá-
cio Guanabara e à Sede do Ministério da Marinha. O movimento foi 
sufocado e Plínio Salgado, mesmo negando qualquer envolvimento, 
partiu para o exílio.
 • restabelecimento da pena de morte;
 • prorrogação do mandato presidencial até a realização de um plebiscito, 
que nunca chegou a ser realizado.
 Mecanismos de ação e controle
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20 Extensivo Terceirão
 • Censura: para a garantia e funcio-
namento do novo regime, o 
governo Vargas cercou-se de 
instrumentos de controle e 
repressão, especialmente o DIP, 
Departamento de Imprensa e 
Propaganda, que tinha a tarefa de 
controlar toda a imprensa e de-
terminar oque podia ou não ser 
publicado. Programas nacionais 
e estrangeiros eram censurados. 
Telegramas, notícias de greves 
e até de catástrofes naturais, 
como enchentes, passavam pelo crivo dos censores 
desse órgão. Ao mesmo tempo, o DIP fazia propaganda 
do regime, um verdadeiro culto à personalidade.
 • Repressão: a repressão ideológica era feita pela Polícia 
Política, chefiada por Felinto Muller, que, tal como nos 
regimes totalitários europeus, especializou-se em prá-
ticas de extrema violência, torturando e assassinando 
os indivíduos considerados nocivos à ordem instituída.
 • Trabalhadores: o novo regime procurou, de todas 
as formas, anular a influência política do operariado, 
utilizando-se do enquadramento dos trabalhadores 
pelos sindicatos oficiais. Assim, a autonomia sindical 
foi liquidada com a instituição do Imposto Sindical, 
recolhido pelo Ministério do Trabalho para pagar 
o pessoal que controlava os sindicatos. A conse- 
quência foi o surgimento dos “pelegos”, líderes sin-
dicais que representavam os interesses do governo.
Em primeiro de maio de 1943, Getúlio anunciou a 
Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. Baseada na 
Carta del Lavoro, de Benito Mussolini, a mais ampla 
legislação trabalhista já feita no Brasil proibia as gre-
ves, e os sindicatos passaram a ter função recreativa. 
Apesar disso, a propaganda intensa do DIP legou 
ao futuro a ideia de um presidente intensamente 
preocupado com os trabalhadores, que editou a 
CLT, um documento avançado e democrático.
 • Economia e burocracia: no Estado 
Novo, Getúlio passou a intervir 
fortemente na atividade 
industrial, criando condições 
para o empresariado – incenti-
vos fiscais e achatamento 
salarial – e investindo 
diretamente, como no 
caso da consolidação da 
indústria de base, com 
a criação da Companhia 
Siderúrgica Nacional, a 
CSN. Foi o que denomi-
nou de “Modernização 
Conservadora”.
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Tamanho processo de 
interferência e centrali-
zação exigia a formação 
de uma burocracia bem 
treinada. Para isso, 
Vargas criou o DASP – 
Departamento de Admi-
nistração e Serviço Público 
– base da estrutura do 
funcionalismo nacional.
 Que fatores contribuíram 
para a crise do Estado Novo?
O principal fator responsável pela crise política do 
Estado Novo foi a entrada do Brasil na Segunda Guerra. As 
ligações econômicas entre o Brasil e os EUA decidiram o 
destino brasileiro na Segunda Guerra, que havia eclodido 
em 1939. Apesar de ficar um bom tempo neutro e das 
pressões pró-Alemanha de importantes personagens do 
Governo, como Felinto Muller e Góis Monteiro, Getúlio 
acabou fazendo a opção americana e rompeu relações 
com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Pouco depois, o 
afundamento de navios brasileiros por submarinos ale-
mães provocou uma reação popular gigantesca, levando o 
governo brasileiro a declarar guerra à Alemanha.
Comandados pelo General Mascarenhas de Morais, 
os primeiros contingentes da FEB – Força Expedicio-
nária Brasileira – desembarcaram em Nápoles, a 16 de 
julho de 1944.
Apesar do reduzido número de soldados, além da 
participação da Força Aérea Brasileira e da Marinha, a 
atuação brasileira foi significativa. Observe no mapa da 
página seguinte os locais de confrontos e as principais 
vitórias obtidas pelos pracinhas brasileiros.
O envolvimento do Brasil na guerra em defesa das 
democracias e contra os regimes fascistas despertou na 
sociedade civil uma reação muito coerente: a democra-
cia pela qual nossos soldados arriscavam suas vidas de-
veria ser reconstituída também no Brasil. Em face disso, 
as manifestações pelo fim do Estado Novo tornaram-se 
irresistíveis.
Entre as diversas manifestações que colocaram o 
Governo Vargas contra a parede, podemos citar:
 • o manifesto dos mineiros, em 1943;
 • a declaração dos escritores, em 1945;
 • a entrevista do escritor José Américo de Almeida, 
divulgada no Correio da Manhã, em 1945;
 • o manifesto da Sociedade dos Amigos da América, 
também divulgado no Correio da Manhã, em 1945.
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Aula 23
21História 6C
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 Movimento Queremista
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CAMPANHA DO BRASIL NA ITÁLIA
Diante das pressões da opinião pública, Getúlio fez o que parecia impensável. Iniciou a redemocratização do 
próprio regime ditatorial que comandava. Entre as medidas tomadas pelo ditador, podemos destacar:
• a anistia a presos políticos, após o fracasso da Intentona Comunista (inclusive do líder comunista Luís Carlos Pres-
tes, encarcerado desde 1936). O curioso foi que, depois de nove anos na prisão do Estado Novo, Prestes organizou 
uma manifestação popular no Rio de Janeiro e expressou seu apoio ao governo de Getúlio;
• a fixação de uma data – 2 de dezembro de 45 – para a realização de eleições para presidente e para um Congresso 
Constituinte;
• a reorganização partidária: Vargas criou dois partidos “para si”, o PSD (Partido Social Democrático), que aglutinava 
os setores ligados à política e economicamente ao getulismo; e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), criado para 
atrair as massas trabalhadoras dos grandes centros urbanos que viam no presidente a figura do “pai dos pobres”;
• a legalização do PCB, que passou a apoiar Getúlio;
• a adoção de medidas de caráter nacionalista, como a Lei Malaia, que coibia a ação dos trustes.
Apesar das concessões, as pressões continuavam de forma insistente, batendo na tecla da redemocratização plena, 
com eleições e troca do chefe do Executivo. Mesmo assim, Getúlio articulou um movimento com o objetivo de ganhar 
tempo. Foi o queremismo, que consistiu na organização 
de grandes manifestações públicas – apoiadas pelos 
trabalhistas e comunistas – com o propósito de apoiar 
a tese de que o período de elaboração de uma nova 
Constituição deveria ocorrer com Getúlio no Governo. 
Só após a promulgação deveriam ocorrer eleições.
A expressão “queremismo” advém do slogan “Quere-
mos Getúlio!“, gritado nas ruas pelos grupos pró-Getúlio.
No entanto, vários fatores inviabilizaram o governo 
getulista, apesar de toda a sua habilidade e “fôlego de 
gato”. O principal desses fatores foi a aproximação do 
presidente com as esquerdas, em um clima de Guerra 
Fria que se instaurava, o que fez com que os militares 
perdessem a confiança no velho ditador e resolvessem 
interceder para impedir a sua continuação no poder.
22 Extensivo Terceirão
No dia 29 de outubro de 1945, os mesmos generais Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro, que ajudaram a sustentar 
o regime político varguista por tanto tempo, impuseram a sua renúncia. Sem o apoio do exército, Getúlio soube 
articular golpes com precisão e maestria, aceitando a hora da derrota e da renúncia.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, assumiu o poder e, na data marcada – 2 de dezembro – , 
realizaram-se as eleições.
Getúlio, no entanto, ainda não havia dado adeus, mas até logo...
Testes
Assimilação
23.01. (UERJ) – 
O artista Belmonte, por meio de seu personagem Juca Pato, 
retratou episódios importantes da história brasileira e inter-
nacional entre as décadas de 1920 e 1940. A charge acima, 
por exemplo, tematiza de forma irônica a entrada do governo 
brasileiro em 1942 na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A atitude de Juca Pato, ao decidir ir à guerra, está associada 
à seguinte conjuntura do governo varguista: 
a) crise militar. 
b) caráter ditatorial. 
c) pressão eleitoral. 
d) soberania diplomática. 
23.02. (ESPCEX – SP) – O Estado Novo foi um período da 
chamada “Era Vargas”, em que o presidente tinha os mais 
amplos poderes. Das alternativas abaixo, aponte aquela que 
corresponde a um evento ocorrido durante o Estado Novo. 
a) A população paulista deflagrou a chamada Revolução 
Constitucionalista. 
b) Foi criado o Ministério da Educação e Saúde, em novem-
brode 1930. 
c) Eclodiu a Intentona Comunista. 
d) O Governo aprovou a Lei de Sindicalização, que definia 
os sindicatos como órgãos consultivos. 
e) O Brasil participou da Segunda Guerra Mundial com a 
Força Expedicionária Brasileira. 
23.03. (UEGO) – Leia o texto a seguir. 
Porém foi logo outorgada 
Nova Constituição: 
Uma carta diferente 
Sem ter tido eleição, 
O chamado “Estado Novo” 
Sem ter o voto do povo 
Na sua elaboração. [...] 
Agora os trabalhadores 
Pela lei nacional 
Tinham um salário mínimo 
Com descanso semanal, 
Férias e outros direitos, 
Embora não tão perfeitas 
Porém dando o essencial. 
SANTOS, Antônio Teodoro dos. Vida, tragédia e morte do 
presidente Getúlio Vargas. 1954. Folheto de cordel. 
O poema de cordel citado comenta a Constituição de 1937, 
redigida às pressas por Francisco Campos, com o objetivo 
de dar aparência de legitimidade ao governo de Getúlio 
Vargas após o golpe que impôs o Estado Novo. Esse texto 
constitucional ficou conhecido como 
a) Pai dos Pobres, por criar o salário mínimo e estabelecer 
diversas leis trabalhistas. 
b) Camisa Verde, por apoiar manifestações patrióticas do 
Movimento Integralista. 
c) Polaca, por ter sido inspirado nas constituições da Itália 
fascista e da Polônia. 
d) Carta Nova, por abandonar e tornar nulos os preceitos da 
Constituição de 1934. 
e) Querenista, por fomentar manifestações com o lema 
“queremos Getúlio”. 
23.04. (IFCE) – No final dos anos 1920 e início dos anos 
1930 o Brasil vivia uma crise generalizada com recessão 
econômica, retração das exportações e diminuição do capital 
estrangeiro. Com o desdobramento da crise, ocorreu uma 
ruptura na política brasileira levando Getúlio Vargas ao poder, 
no qual permaneceu de 1930 até 1945. 
Aula 23
23História 6C
Sobre o período conhecido como Estado Novo (1937- 1945), 
ou Ditadura Varguista, no qual Vargas deu um golpe e conti-
nuou no poder, é correto afirmar-se que 
a) Vargas adotou as seguintes medidas: suspensão dos 
direitos individuais, perda da autonomia dos estados, 
subordinação dos poderes Legislativo e Judiciário ao 
Executivo. 
b) apesar de ser uma ditadura, as pessoas não eram repri-
midas. 
c) não havia radicalização política no período, pois as pesso-
as eram satisfeitas com a qualidade de vida que tinham e 
não desejavam mudanças. 
d) não foram criados órgãos para aparelhamento de controle 
do Estado que vigiassem a sociedade. 
e) foi um período de democratização da sociedade bra-
sileira promovida pelo Departamento de Imprensa e 
Propaganda. 
Aperfeiçoamento
23.05. (IFSUL) – Observe os trechos de músicas, referentes 
a dois momentos da música brasileira:
A. O que será de mim? (Ismael Silva,1931)
 Se eu precisar algum dia
 De ir pro batente
 Não sei o que será
 Pois vivo na malandragem
 E vida melhor não há (...)
 Deixa quem quiser falar
 O trabalho não é bom
 Ninguém pode duvidar
 Oi, trabalhar só obrigado
 Por gosto ninguém vai lá
B. O bonde São Januário (versão alterada/ Ataulfo Al-
ves/Wilson Batista, 1941)
 Quem trabalha é que tem razão
 Eu digo e não tenho medo de errar
 O bonde São Januário
 Leva mais um operário
 Sou eu que vou trabalhar
 Antigamente eu não tinha juízo
 Mas resolvi garantir meu futuro
 Vejam vocês: Sou feliz, vivo muito bem
 A boemia não dá camisa a ninguém(...)
Os trechos das músicas A e B retratam diferentes visões sobre 
o trabalho, expressadas em dois clássicos do samba. 
Observe as seguintes afirmativas referentes à mudança na 
visão sobre o trabalho, no intervalo de tempo que separa as 
duas composições. 
I. nos dois documentos, retrata o processo de amadure-
cimento da classe trabalhadora brasileira com relação à 
importância do trabalho. 
II. nos dois documentos, exemplifica os efeitos da política 
cultural do primeiro governo Vargas, reforçada com a cria-
ção do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), 
sendo parte do ideário do Estado Novo. 
III. nos dois documentos representa a crítica à Revolução 
Industrial e à exploração da classe trabalhadora, feitas 
pela ideologia socialista, que ocorria em todo o mundo 
e tinha desdobramentos no Brasil dos anos 30/40. 
Está (ão) correta (s) a (s) afirmativa (s): 
a) I, apenas. 
c) III, apenas. 
b) II, apenas. 
d) I, II, III. 
23.06. (MACK – SP) – “A Segunda Guerra Mundial foi o 
divisor de águas nos rumos do Estado Novo: garantiu 
o protagonismo do projeto de modernização proposto 
pelo regime, ao mesmo tempo que revelou o esgota-
mento da sua natureza autoritária.”
(Schwarcz, Lilia M. e Sterling, Heloisa M. Brasil: uma 
biografia. São Paulo: Cia das Letras, 2015, p. 383)
A partir do trecho dado, analise as afirmações abaixo.
I. O projeto de modernização está relacionado à entrada 
do Brasil na Segunda Guerra Mundial, pois garantiu 
empréstimos que resultaram na criação da Cia Vale do 
rio Doce e na construção de uma usina siderúrgica em 
Volta Redonda.
II. Associada à luta pela democracia, o fim da guerra revelava 
a contradição de combater o fascismo na Europa e manter 
um regime autoritário no país. Essa contradição será funda-
mental para o questionamento da validez do Estado Novo.
III. A queda do Estado Novo está ligada diretamente a 
uma pressão diplomática norte-americana e à ação dos 
ministros Dutra e Góis Monteiro, homens de confiança 
de Vargas, que se posicionaram pelos Aliados desde o 
início da guerra.
São corretas as afirmações. 
a) I, apenas. 
c) I, II e III. 
e) II e III, apenas. 
b) I e II, apenas. 
d) II, apenas. 
23.07. (MACK – SP) – “Quando terminar a guerra, em am-
biente propício de paz e de ordem, com as garantias máximas 
à liberdade de opinião, reajustaremos a estrutura política 
da nação, faremos de forma ampla e segura as necessárias 
consultas ao povo brasileiro.”
O trecho, parte do discurso proferido por Getúlio Vargas, 
pouco depois da entrada do Brasil no conflito da Segunda 
Guerra Mundial, significava que 
a) com o fim do conflito mundial, o presidente Vargas pode-
ria aproveitar-se desse pretexto, extinguir o Estado Novo 
e implantar a democracia, vencendo as resistências que 
havia em alguns setores do seu governo. 
b) a entrada do Brasil na Segunda Grande Guerra a favor dos 
aliados e contra às forças expansionistas do Eixo favorecera 
o crescimento dos grupos políticos nacionais que lutavam 
pela liberalização e democratização do nosso país. 
24 Extensivo Terceirão
c) perante à eminente vitória dos Aliados, o presidente Var-
gas pode antecipar a liberalização do regime, pois esse 
havia sido interrompido por causa de ameaças internas 
sofridas vindas de grupos integralistas. 
d) o presidente brasileiro pretendia manter-se no poder e 
planejava um golpe político para ampliar seu mandato, 
estipulado para acontecer assim que os nossos soldados 
voltassem para o país, após o final do conflito mundial. 
e) com o término da guerra e a vitória dos Aliados, foi ne-
cessário aumentar o poder repressivo no país, a fim de 
controlar as manifestações populares que desejavam o 
fim do Estado Novo. 
23.08. (EBMSP – BA) – O termo salazarismo provém de 
Antônio de Oliveira Salazar, chefe do governo por-
tuguês de 1932 a 1968. Vale ressaltar, que o termo 
“Estado Novo” foi criado por uma justificativa ideo-
lógica, como uma maneira de simbolizar o país em 
uma nova era, a partir da Revolução Nacional de 28 
de Maio de 1926, encerrando o período de liberalismo 
em Portugal, vigente desde os tempos da monarquia 
constitucional e da Primeira República. 
O franquismo foi um regime de ditadores fascistas 
que surgiu na Espanha depois do término da guerra 
civil. O franquismo foi comandado pelo general Fran-
cisco Franco, que teve seu nome associado a esse pe-
ríodo, e atravessou décadas. Nos primeiros anos, esse 
regime firmou a repressão brutal contra adversários 
e praticou uma política econômica que tinha poder 
sobre si mesmo o que fez com que o desenvolvimento 
do país parasse. As bases do franquismo foram defini-
das pelo catolicismo e pelo anticomunismo 
Disponível em: <http://salazarismoefranquismo.blogspot.

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