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1 Concordância (2) Português 7A25 Aula Casos particulares São vários os casos particulares de concordância verbal na língua portuguesa, muitos até mesmo questionáveis por uma série de razões. Nesta aula, veremos os mais significativos, ainda de ocorrência nos exames de vestibular. Sujeito com substantivo coletivo Regra: quando o sujeito for substantivo coletivo, com ele con- corda o verbo em número e pessoa. Exemplos: (1) O cardume passou perto de nós. (2) Os cardumes passaram perto de nós. Agora, mesmo estando o cole- tivo no singular, há possibilidade de o verbo concordar no plural, quando o coletivo for seguido de substantivo “explicativo” no plural e anteceder o verbo; nesse caso, a concordância será facultativa. Exemplo: (3) O cardume de peixes coloridos passava bem pertinho de nós. OU (4) O cardume de peixes coloridos passavam bem pertinho de nós. Observação: Na tabela a seguir, listamos alguns substantivos coletivos: SUBSTANTIVO COLETIVO REFERENTE A alcateia lobos arquipélago ilhas banca examinadores banda músicos bando aves, malfeitores cacho uvas, bananas cáfila camelos cambada caranguejos, malandros, chaves caravana viajantes, peregrinos cardume peixes choldra criminosos, malandros constelação estrelas corja malandros, vadios, desonestos feixe lenha, capim frota navios, ônibus, caminhões legião soldados, demônios malta desordeiros manada bois, búfalos, elefantes matilha cães molho chaves multidão pessoas panapanã(á) borboletas penca bananas, chaves plêiade artistas ramalhete flores rebanho ovelhas réstia cebolas, alhos súcia malandros, desonestos turma estudantes, médicos, juízes vara porcos 2 Extensivo Terceirão O mesmo princípio vale para um sujeito formado por uma expressão partitiva, seguida de palavra no plural. Eis as expressões partitivas mais comuns: EXPRESSÕES PARTITIVAS uma porção de... a maioria de... grande número de... parte de... o grosso de... o resto de... metade de... a maior parte de... Vejamos alguns exemplos: (5) A maioria das emendas foi aprovada de forma inquestionável por um Congresso questioná- vel, de parlamentares questionáveis. OU (6) A maioria das emendas foram aprovadas de forma inquestionável por um Congresso ques- tionável, de parlamentares questionáveis. Vale aqui salientar o que dizem Celso Cunha e Lindley Cintra, na obra Nova gramática do português contemporâneo: A cada uma destas possibilidades corresponde um novo matriz da expressão. Deixamos o verbo no singular quando queremos destacar o conjun- to como uma unidade. Levamos o verbo ao plural para evidenciarmos os vários elementos que com- põem o todo. Sujeito composto, em ordem direta Em princípio, nenhuma particularidade: o verbo deve ficar no plural, concordando com todos os núcleos do sujeito. Entretanto, as particularidades podem ocor- rer em virtude do sentido desses núcleos, admitindo-se também o plural, em alguns casos e, em outros, apenas o singular. Logo, podemos citar quatro particularidades: 1. Núcleos que apresentam a gradação de um mesmo fato Quando uma única ideia básica está representada por palavras que lhe dão uma enumeração gradativa. O verbo pode ficar no singular ou plural. Exemplos: (7) Um olhar sério, palavras duras, um grito e um soco estragaram / estragou o dia daqueles amigos. • “olhar”, “palavras”, “grito” e “soco” são os núcleos deste sujeito composto, formando uma enumeração gradativa. (8) A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava / provocavam ora risadas, ora castigos. (Monteiro Lobato) • “coisa”, “ato”, e “palavra” são os núcleos deste sujeito composto, formando uma enumeração gradativa. 2. Núcleos sinônimos Os núcleos apresentam uma significação semelhan- te. O verbo pode ficar no singular ou plural. Exemplos: (9) O amor, o carinho e a ternura sempre acompa- nharam / acompanhou aquela doce mulher. • “amor”, “carinho”, e “ternura” são núcleos sinônimos. (10) Tolice e insensatez não combinam / combina com a tolerância. • “Tolice”, e “insensatez” são núcleos sinônimos. 3. Pronome indefinido como aposto resumidor Quando os núcleos do sujeito forem resumidos por pronomes indefinidos, funcionando como aposto resu- midor, como alguém, nada, ninguém, tudo, ..., o verbo deverá ficar apenas no singular. Exemplos: (11) Computador, celulares, televisão, nada foi levado pelos criminosos. • “Computador, celulares, televisão” = sujeito composto. • “nada” = aposto resumidor, pois resume o sujeito. Logo, o verbo fica no singular, pois concorda, nesse caso, com o aposto resumidor “nada”. (12) O pasto, as várzeas, a caatinga, o marmeleiral esquelético, era tudo de um cinzento de borra- lho. (Rachel de Queirós) • “pasto”, “várzeas”, “caatinga”, “marmeleiral” = núcleos do sujeito composto • “tudo” = aposto resumidor, com o qual o verbo concorda, ficando no singular. 4. Sujeitos ligados por ou / nem Quando o sujeito composto possui como núcleo substantivos conectados pelas conjunções OU ou NEM, as regras estabelecidas são as seguintes: 4.1. Se houver a ideia de mútua exclusão, de apenas uma alternativa entre duas ou mais apresentadas, o verbo deve ficar necessariamente no singular. Exemplos: (13) China ou Austrália sediará a Copa do Mundo de 2030. (14) Nem o jovem nem o vovô será eleito o funcio- nário do mês. Observa-se, na língua contemporânea, que uma frase semelhante à (14) apresenta normalmente o verbo no singular, pois a conjunção NEM normalmente trans- mite uma ideia de alternância sem exclusão. Repare: no fundo, os dois não serão eleitos; logo, não se sustenta a ideia de “mútua exclusão”, e o que se aplica nesta regra vale, em essência, muito mais para a conjunção OU. Aula 25 3Português 7A 4.2. Se não houver a ideia de mútua exclusão, o verbo poderá ficar no singular OU no plural. Exemplos: (15) Nem o cansaço nem as dores fariam / faria Davi não jogar as semifinais. (16) Tristeza ou alegria se alternam / se alterna na vida de todos. Sujeito composto, em ordem inversa Regra: quando houver o sujeito composto escrito na ordem inversa (escrito após seu respectivo verbo, ou seja, posposto), o verbo pode concordar como todos os núcleos ou apenas com o mais próximo. Observe: (17) Vieram à solenidade o vereador e o deputado. sujeito composto • Nesse caso, a forma verbal “vieram” concordou com os dois núcleos do sujeito composto (“vereador” / “deputa- do”). (18) Veio à solenidade o vereador e o deputado. sujeito composto • Agora, a forma verbal “veio” concordou apenas com o primeiro termo (“o vereador”). Sujeito como plural aparente O que seria um “plural aparente”? Ora, trata-se de um sujeito que, mesmo escrito no plural, transmite-nos a ideia de ser algo singular, unitário. Tal fato ocorre sobretudo com nomes próprios como núcleo do sujeito, em dois casos: nomes de lugar e títulos de obras (livros, discos, publicações, etc.). E como ficaria a concordância verbal em tais casos? Da seguinte forma: Para títulos de obras Regra: quando o sujeito for título de obra literária ou de alguma publicação, precedido de artigo no plural, o verbo preferentemente deve aparecer no plural. Exemplos: (19) Os ratos, romance de Dionélio Machado, tematizam os conflitos sociais e psíquicos de Naziazeno. (20) As quatro estações de Vivaldi demonstram como a humanidade atinge o seu ápice quando se empenha em fazer arte. Modernamente, o singular também tem sido aceito nesses casos, pois se pressupõe uma concordância com uma expressão implícita na frase, como “a obra”, “o livro”, “a composição”. Exemplos. (21) [A obra] Os ratos, romance de Dionélio Macha- do, tematiza os conflitos sociais e psíquicos de Naziazeno. (22) [A peça] As quatro estações de Vivaldi de- monstra como a humanidade atinge o seu ápice quando se empenha em fazer arte. Para nomes de lugares (topônimos) Regra: se o nome do lugar estiver precedido de artigo, no plural, o verbo ficará no plural. Exemplos:(23) Os Estados Unidos produzem bons vinhos na Califórnia. (24) Os Emirados Árabes possuem grandes jazidas de petróleo. Agora, se não houver artigo antes do substantivo, o verbo deve ficar no singular. Exemplos: (25) Estados Unidos produz bons vinhos na Califór- nia. (26) Emirados Árabes possui grandes jazidas de petróleo. (27) Morretes está rodeada pela floresta atlântica. (28) Pelotas fica no Rio Grande do Sul. Sujeito com percentagem Regra: quando o sujeito for indicação de uma por- centagem seguida de um substantivo, o verbo poderá concordar... a) com o numeral: (29) Apenas 30% da população brasileira possuem esgoto tratado. • A forma verbal “possuem” concorda com “30%”. (30) Apenas 1% dos brasileiros possui renda supe- rior a 40 salários mínimos. • A forma verbal “possui” concorda com “1%”. b) ou com o substantivo presente no sujeito: (31) Apenas 30% da população brasileira possui esgoto tratado. • A forma verbal “possui” concorda com “população brasileira”. (32) Apenas 1% dos brasileiros possuem renda superior a 50 salários mínimos. • A forma verbal “possuem” concorda com “brasilei- ros”. Sujeito expressando quantidade aproximada Regra: quando o sujeito possui um núcleo no plural, antecedido por expressões que indicam quantidade aproximada – aproximadamente, cerca de, mais de, menos de, perto de, ... –, o verbo deverá ir para o plural. 4 Extensivo Terceirão Exemplos: (33) Cerca de 200 pessoas acompanharam o show da banda no Teatro Paiol. ` Concordância verbal absolutamente correta na manchete acima. Concordância com pronomes relativos Em período composto, os pronomes relativos recuperam o sentido do termo antecedente e exercem função sintática na oração a que pertencem. Quando exercem a função sintática de sujeito, a concordância verbal deverá se dar das seguintes formas: Pronome relativo QUE O verbo deverá concordar em número (singular / plural) e pessoa (1ª. / 2ª. / 3ª.) com o seu antecedente. Exemplos: (34) Sou eu que escrevo os arranjos. (35) És tu que escreves os arranjos. (36) É ele que escreve os arranjos. (37) Somos nós que escrevemos os arranjos. (38) Sois vós que escreveis os arranjos. (39) São vocês que escrevem os arranjos. Pronome relativo QUEM O verbo também pode concordar em número (singular / plural) e pessoa (1ª. / 2ª. / 3ª.) com o seu antecedente. Entretanto, uma segunda opção também é válida: o verbo fica na 3ª. pessoa do singular. Exemplos: (40) Sou eu quem escrevo / escreve os arranjos. (41) És tu quem escreves / escreve os arranjos. (42) É ele quem escreve / escreve os arranjos. (43) Somos nós quem escrevemos / escreve os arranjos. (44) Sois vós quem escreveis / escreve os arranjos. (45) São vocês quem escrevem / escreve os arranjos. Pronomes de valor interrogativo Regra: quando o sujeito é formado por um pronome interrogativo (qual, quais, quantos, quantas, ...) ou pronomes indefinidos representando a interrogação (alguém, ninguém, alguns, quaisquer, vários, poucos, ...), seguidos de expressões como de nós, dentre nós, dentre nós, dentre vós, a concordância se dará da seguinte forma: • Se o pronome interrogativo ou o pronome indefinido estiver no singular, o verbo deverá ficar na 3ª. pessoa do singular. Exemplos: (46) Quem de nós recolherá os resquícios da cidade que grita e transborda? A fotografia já não basta. A imagem, sim. (Diógenes Moura) (47) Ho Yeh Li, infectologista da USP que coordenou a equipe médica, disse que, com o resultado negativo, ela e os colegas estariam liberados do confinamento. “Nenhum de nós foi infec- tado. O que significa para toda a equipe que foi até lá é que a gente está liberada de quarentena. Não fomos infectados. (Podemos) reto- mar à vida normal”, disse. g1.globo.com/jornal-nacional/noticia (12/02/2020) • Se o pronome interrogativo ou o pronome indefinido estiver no plural, o verbo deverá ficar na 3ª. pessoa do plural OU ou concordar com o pronomes pes- soais “nós” ou “vós” Neste caso, o plural é obrigatório. Exemplos: (48) Quais de nós estão / esta- mos prontos para morrer honradamente? (49) Quantos dentre vós conhecem / conheceis as escrituras sagradas? Sujeito oracional Regra: quando o sujeito de uma verbo é uma outra oração, tal verbo deve ficar empregado na 3ª. pessoa do singular. Exemplos: (50) Não me parece correto que eles estejam come- morando o fracasso de seus adversários. • O sujeito do forma verbal pare- ce é a oração que eles estejam comemorando o fracasso de seus adversários. Logo, o verbo deve ficar no singular. Aula 25 5Português 7A (51) Fazer duzentas abdo- minais por dia ajuda o indivíduo a perder peso. • O sujeito do forma verbal ajuda é a oração Fazer duzentas abdominais por dia. Logo, o verbo deve ficar no singular. Concordância com pronomes de tratamento Conforme vimos em aulas anteriores, os pronomes de tratamento são de 2a. pessoa, pois se referem ao receptor da mensagem. Agora, quando em- pregados em função de sujeito, o verbo deve ficar na 3a. pessoa, no mesmo número do pronome. Observe: (52) Vossa Excelência ficou descontente com as notícias publicadas? (53) Vossas Excelências ficaram descontentes com as notícias publicadas? Testes Assimilação 25.01. Complete as sentenças a seguir com o verbo entre parênteses, no tempo e modo indicados, de acordo com a moda- lidade culta. Em seguida, apresente uma breve justificativa para a concordância empregada: a) Vossa Senhoria às solenidades de hoje? (COMPARECER, futuro do presente do indicativo) b) A turma da sala antes de o professor divulgar as notas e as premiações. (SAIR, pretérito perfeito do indicativo) c) A turma dos alunos mais dedicados o mestre na cerimônia de colação de grau. (HO- MENAGEAR, futuro do presente do indicativo) d) Minas Gerais algumas barragens em situação de perigo iminente. (POSSUIR, presente do indicativo) e) Os Estados Unidos alguns grandes músicos de jazz, como Herbie Hancock e Miles Davis. (REVELAR, pretérito perfeito do indicativo) f ) Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, o ponto máximo da literatura em língua portu- guesa no século 16. (REPRESENTAR, presente do indicativo) g) ao evento o diretor da revista e o atleta Gustavo Medina. (COMPARECER, futuro do presente do indicativo) h) ao evento os atletas paralímpicos e o Ministro do Esporte. (COMPARECER, futuro do presente do indicativo) i) Os desastres ecológicos, a escassez de alimentos, as pressões sociais, nada autorizar um prog- nóstico otimista para os próximos dez anos. (PARECER, presente do indicativo) j) Descaso e desprezo sempre a gestão daquele controverso cidadão. (CARACTERIZAR, pretérito perfeito do indicativo) 6 Extensivo Terceirão Texto para as três próximas questões: MORTE DE BANDO DESENCADEIA ONDA DE ATAQUES EM SC De Florianópolis, 12/10/2014. 0h41 De dentro de presídios partiu o “salve” para dar início à onda de ataques que assusta Santa Catarina há mais de duas semanas. Entre as cau- sas do levante está uma operação da Polícia Civil contra uma tentativa de assalto a um banco que terminou com cinco bandidos mortos, há mais de um mês. O Estado apurou que a polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam os ataques como uma retaliação ao crescimento do número de bandidos abatidos em confrontos. O caso registrado no dia 30 de agosto na ci- dade de Governador Celso Ramos seria um dos estopins para os atentados ordenados pelo Pri- meiro Grupo Catarinense (PGC). Na noite de 29 de agosto, por volta das 23 horas, policiais civis estavam a postos para enfrentar o bando, após rastrear por intercepções telefônicas e troca de mensagens por aplicativo de smartphone, que eles planejavam estourar caixas eletrônicos. Os policiais conseguiram abortar o crime às 3 horas, quando os criminosos foram acuados e mortos. Disponivel em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agenciaestado/ 2014/10/12/morte-de-bando-desencadeia-onda- deataques- em-sc.htm. Acesso em: 16/10/2014. Fragmento adaptado 25.02. (ACAFE – SC) – Em todas as alternativas cita-se uma expressão que retoma/significa “onda de ataques” no texto, exceto: a) os ataques c) retaliação b) do levante d) os atentados 25.03. (ACAFE – SC) – Em conformidade com o texto, é correto o que se afirma em: a) De acordo com fontes do governo do Estado de Santa Catarina, da polícia e do Ministério Público Estadual, a recente onda de ataques é uma retaliação da organização criminosa PGC ao crescimento do número de bandidos mortos em confrontos com a polícia. b) A polícia já sabe que os bandidos mortos em Governador Celso Ramos eram filiados ao Primeiro Grupo Catarinense e tinham como objetivo conseguir dinheiro para pagar advogados. c) O sucesso da ação policial em Governador Celso Ramos é creditado ao uso de novas tecnologias na investigação policial, o que permite acompanhar, em tempo real, o deslocamento dos bandidos e atuar preventivamente na repressão de assaltos a bancos. d) A polícia e o Ministério Público de Santa Catarina têm provas de que a ordem para salvar os condenados da onda de ataques de 2013 foi dada de dentro dos presídios controlados pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC). 25.04. (ACAFE – SC) – Considerando o texto, assinale a alternativa correta: a) Na frase “O Estado apurou que a polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam os ataques como uma retaliação ao crescimento do número de bandidos abatidos em confrontos”, o emprego de letras maiúsculas não é integralmente coerente com as normas ortográficas. b) Em “De dentro de presídios partiu o ‘salve’ para dar início a onda de ataques que assusta Santa Catarina há mais de duas semanas”, o termo destacado em negrito é a senha (ou código) utilizado pelos presidiários para iniciar os ataques. c) Na frase “Na noite de 29 de agosto, por volta das 23 horas, policiais civis estavam a postos para enfrentar o bando, após rastrear por intercepções telefônicas e troca de mensagens por aplicativo de smartphone, que eles planejavam estourar caixas eletrônicos”, o pronome “eles” retoma “o bando”, substantivo com o qual concorda em gênero e número. d) Em “O caso registrado no dia 30 de agosto na cidade de Governador Celso Ramos seria um dos estopins para os atentados ordenados pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC)”, o sujeito da oração está posposto ao verbo. Aperfeiçoamento 25.05. (UNESC – RO) – Em situações comunicativas formais de fala e escrita, os interlocutores guiam-se pela norma de prestígio da língua, a norma denominada culta. Assinale a alternativa que apresenta concordância verbal ou nominal de acordo com as regras da norma culta: a) As professoras da comunidade reformaram elas próprias a escola em que trabalham. b) Todos os candidatos concordaram em que as questões da prova foram bastantes complexas. c) O brasileiro sabe que 40% dos preços constitui impostos fixados pelo governo. d) A cerimonialista afirmou que Vossas Senhorias fostes convidados para a colação de grau. 25.06. (AFA – SP) – Assinale a opção correta: a) De acordo com a norma padrão da língua em “Um grupo de soldados teria sido enviado...”, a flexão do verbo “ter” pode ser feita no plural, concordando com o substantivo “soldados”. b) No período “Em 4 de abril, o Beagle atracou no Rio de Janeiro e aí começaram as descobertas que...”, o sujeito do verbo “começar” está indeterminado. c) Em “Então, ele faz uma das observações que revelam sua profunda repulsa à escravidão”, o verbo “revelar” foi flexionado de acordo com o núcleo do sujeito. d) Na oração “A vista e as cores na passagem de Praia Grande (atual Niterói) absorvem toda a atenção de Darwin...”, o verbo “absorver” pode ficar no singular, concordando com o núcleo do sujeito. Aula 25 7Português 7A 25.07. (UDESC) – Complete convenientemente: Garantimos a V. Sa. que não ____________________ incomodar- __________ com a programação da festa; ____________________ tranquilizar-se, que cuidaremos de tudo. A alternativa que completa corretamente os espaços é: a) precisas – te – podes; b) precisa – se – pode; c) precisa – te – pode; d) precisais – vos – podeis; e) precisas – vos – podes. 25.08. (UCS – RS) – Nesta questão, assinale a única alternativa que transgride a regra gramatical citada: De acordo com a regra geral da concordância verbal, o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito em número e pessoa. a) Tu já fostes visitar a exposição? b) A turma, depois das provas, manifestava confiança na aprovação. c) Segundo as investigações, desapareceu, durante perseguição aos assaltantes, um milhão de reais. d) Aos investidores sobrou pouca coisa, após a falência da empresa. e) Um pequeno grupo de fanáticos protestava contra o treinador. 25.09. (ESPM – SP) – Dada uma frase, assinale a continuação cuja concordância verbal transgrida o que preceitua a norma culta: Pesquisa Datafolha mostra que perfil conservador do brasileiro continua forte. a) 47% do eleitorado diz ter posição política de direita. b) 47% dos eleitores dizem ter posição política de direita. c) 47% diz ter posição política de direita. d) 47% dizem ter posição política de direita. e) 1% dos eleitores não souberam responder à pesquisa. 25.10. (ESPM – SP) – Assinale o item que contenha transgressão às regras de concordância verbal segundo as normas gramaticais: a) Pesquisa feita por psicólogos mostra que 83% dos alunos de cursinho apresen- tam sintomas de estresse. b) Das vestibulandas estudadas, 90% tem estresse. c) Mais de 1/3 dos eleitores admite mudar de candidato. d) Ibope informa que 46% dos brasileiros só conseguem resolver problemas com apenas uma operação aritmética. e) Ibope informa que 46% da população só consegue resolver problemas com apenas uma operação aritmética. Aprofundamento 25.11. (IME – RJ) – Assinale a frase em que o verbo não obedece às normas da boa concordância: a) Fomos nós quem primeiramente lecionamos esta matéria. b) Fomos nós quem primeiramente lecionou esta matéria. c) Fomos nós os que primeiramente lecionamos esta matéria. d) Fomos nós que primeiramente lecionamos esta matéria. e) Fomos nós que primeiramente lecionaram esta matéria. 25.12. (FGV – SP) – Assinale a alter- nativa em que a concordância é feita pelo mesmo motivo em que aparece na frase: “Ver é muito complicado.”: a) O amor próprio do tolo é mais escandaloso. b) Depois de ter errado, sentiu-se rebaixado. c) Não era mais prestativo, por ter sido ridicularizado. d) Não precisava saber que era o mais amado. e) Pôr duas colheres de açúcar é suficiente. 25.13. (FEMPAR – PR) – Assinale a alternativa que contém erro de con- cordância: a) Cada qual de vós receberá a recom- pensa na medida de seu esforço. b) Mais de um piloto se atrapalharam na largada. c) Os Lusíadas constituem a mais representativa obra literária do Renascimento. d) Um dia, um minuto, um segundo, que importa para a eternidade? e) O governador, com seus secretários, elaboraram propostas de sanea- mento da administração pública. 25.14. (UFSM – RS) – A frase em que o verbo somente poderia ficar no singular está em: a) A dor constante, o desgosto con- tinuado e o fundo pesar aniquila o espírito e o corpo. (Pe. Manuel Bernardes) b) A noz, o burro, o sino e o pregui- çoso, sem pancadas, nenhum faz o seu ofício. (Pe. Manuel Bernardes) c) Uma palavras, um gesto, um olhar bastava. (Eduardo Carlos Pereira) d) Cantando espalharei por toda a parte, se a tanto me ajudar engenho e arte. (Camões) e) Passará a quaresma e a semana san- ta, e não se celebrarão os mistérios de vossa paixão. (Pe. Antônio Vieira) 8 Extensivo Terceirão Texto para a próxima questão: NÃO HÁ VAGAS Ferreira Gullar O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão O funcionário público não cabe no poema com seu saláriode fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras – porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço O poema, senhores, não fede nem cheira Gullar, Ferreira in Antologia poética. Disponível em <http://www.citador. pt/poemas/nao-ha-vagas-ferreira-gullar> Acesso em 08 de ago. 2018 25.15. (UNICENTRO – PR) – Analise, no contexto do poema, os dois procedimentos distintos utilizados para a concordân- cia entre o verbo caber e o sujeito a ele posposto. Em relação à concordância feita na quarta estrofe, é correto afirmar que a) o verbo está corretamente no singular, porque o núcleo do sujeito é poema. b) a forma singular se justifica, porque o sujeito posposto é simples e denota uma singularidade em relação ao “homem sem estômago”. c) o desrespeito à regra da concordância ocorre em função da licença poética, ou seja, o poeta se desprendeu da nor- matividade das regras gramaticais para destacar somente o sujeito “homem sem estômago”. d) o verbo está corretamente no singular, porque concorda apenas com o núcleo do sujeito mais próximo, como que se referindo, implicitamente, a cada um dos demais núcleos separadamente, singularizando-os. e) o verbo está erroneamente no singular, pois ele se refere a um sujeito composto, devendo obrigatoriamente estar no plural. 25.16. (ESPCEX – SP) – Leia as frases abaixo e responda a questão, fazendo a correspondência com as justificativas, que seguem, em relação à concordância do verbo no singular: 1. Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina come- çou-me a incomodar-me a alma. 2. Veio-me à lembrança a casa e o fusca do meu avô. 3. O garbo e elegância com que se apresentaram deixou- -nos boquiabertos. 4. O comerciante e dono da loja trabalha até tarde. ( ) Os núcleos do sujeito são sinônimos. ( ) Os núcleos do sujeito formam uma sequência gradativa. ( ) Os núcleos do sujeito referem-se ao mesmo ser. ( ) Concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. A sequência correta é a) 4 – 1 – 2 – 3 c) 1 – 4 – 2 – 3 e) 4 – 3 – 2 – 1 b) 2 – 4 – 3 – 1 d) 3 – 1 – 4 – 2 25.17. (UFRGS) – Texto: Em ambas as cenas, essa análise se desenca- deia a partir de um sistema cerebral composto de informações geográficas representadas interna- mente na forma de mapas mentais que induzirão as três protagonistas a tomar suas decisões. Adaptado de: FERREIRA, Marcos César. Iniciação à análise geoespacial : teoria, técnicas e exemplos para geoprocessamento. São Paulo: Editora UNESP, 2014. p. 33-34 Se a palavra informações fosse substituída pela expressão um dado, quantas outras palavras seriam alteradas no seg- mento para fins de concordância? a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Texto para a próxima questão: Tornando da malograda espera do tigre, al- cançou o capanga um casal de velhinhos1, que seguiam diante dele o mesmo caminho2, e con- versavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis3, tudo quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça. – Mas chegará, homem? perguntou a velha. – Há de se espichar bem, mulher! Uma voz os interrompeu: Aula 25 9Português 7A – Por este preço dou eu conta da roça! – Ah! É nhô Jão! Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia. Aceitaram sem mais hesitação; e fo- ram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado. Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se deixando-os embasbacados. José de Alencar, Til *moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito). 25.18. (FUVEST – SP) – Considere os seguintes comentários sobre diferentes elementos linguísticos presentes no texto: I. Em “alcançou o capanga um casal de velhinhos” (refe- rência 1), o contexto permite identificar qual é o sujeito, mesmo este estando posposto. II. O verbo sublinhado no trecho “que seguiam diante dele o mesmo caminho” (referência 2) poderia estar no singular sem prejuízo para a correção gramatical. III. No trecho “que destinavam eles uns cinquenta mil réis” (referência 3), pode se apontar um uso informal do pro- nome pessoal reto “eles”, como na frase “Você tem visto eles por aí?”. Está correto o que se afirma em a) I, apenas; b) II, apenas; c) III, apenas; d) I e II, apenas; e) I, II e III. Desafio 25.19. (IFPE) – Acerca da sintaxe de concordância em alguns trechos, analise as alternativas e assinale aquela que presta informações verdadeiras: a) No fragmento: “Os resultados apresentados pela especia- lista em nutrição indicam que [...]”, a concordância está adequada, uma vez que o termo destacado concorda com “os resultados apresentados”. b) Em: “A Pesquisa sobre Condições de Vida na Venezuela (En- covi) apresentada nesta quarta-feira e realizada com 6.168 famílias de todo o país, feita pelas principais universidades venezuelanas, revelou que [...]”, se pluralizássemos o termo em destaque, não haveria desrespeito à norma gramatical porque ele concordaria com “universidades venezuelanas”. c) No excerto: “A Encovi, realizada a cada ano desde 2014, foi elaborada com informações obtidas entre os meses de julho e setembro […]”, não haveria infração à norma gramatical grafar no plural os termos sublinhados, pois estes poderiam concordar em número com o substantivo “informações”. d) No trecho: “Cerca de 64% das pessoas afirmam ter sofrido uma perda de peso de 11 quilos no último ano [...]”, também é correto que o verbo sublinhado seja grafado no singular para concordar com a expressão de quantidade “cerca de”. e) Em: “[…] esses resultados não refletem o efeito que teve sobre os venezuelanos o fenômeno da hiperinflação, que começou em outubro.”, há incorreção, pois o termo em destaque deveria ser pluralizado, a fim de concordar com “resultados”, sujeito ao qual se refere. 25.20. (UFSM – RS) – Observe o trecho: A maior parte dos eleitores (...) tem entre 25 e 34 anos, mas seguida de perto pelos que têm entre 45 e 59 anos. O verbo ter aparece duas vezes, uma sem acento gráfico e outra com acento. A segunda forma está acentuada a) porque é uma palavra monossílaba átona. b) porque é uma oxítona terminada em “-em”. c) para concordar com “a maior parte”. d) para concordar com “entre 45 e 59 anos”. e) para indicar a flexão da terceira pessoa do plural. 10 Extensivo Terceirão Gabarito 25.01. a) Vossa Senhoria comparecerá às solenidades de hoje? Com pronomes de tratamento, o verbo deverá ficar na terceira pessoa. No caso, singular, pois “Vossa Senhoria” está no singular. b) A turma saiu da sala antes de o professor divulgar as notas e as premiações. Concordância no singular, pois o núcleo “turma” está no singular. c) A turma dos alunos mais dedicados homenageará / homena- gearão o mestre na cerimônia de colação de grau. Como o substantivo coletivo “turma” possui uma expressão de “reforço” no plural, a concordância é, neste caso, facultativa. d) Minas Gerais possui algumas barragens em situação de perigo iminente. Como o topônimo não possui artigo, o verbo ficará no singular. e) Os Estados Unidos revelaram alguns grandes músicos de jazz, como Herbie Hancock e Miles Davis. Como o topônimo possui artigo, o verbo vai para o plural. f ) Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, representa / representam o ponto máximo da literatura em língua portuguesa no século 16. O plural se justifica por se fazer a concordância com o núcleo plural. Já o singular se justifica porque se admite a concordância com uma palavra implícita no singular, como “a obra”, “o livro”. g) Comparecerão / Comparecerá ao evento o diretor da revistae o atleta Gustavo Medina. Sujeito composto, em ordem inversa: ou o verba concorda com os dois núcleos e fica, portanto, no plural, ou concorda apenas com o mais próximo. h) Comparecerão ao evento os atletas paralímpicos e o Ministro do Esporte. Caso semelhante ao da letra g. Entretanto, como o primeiro ter- mo está no plural, a concordância só poderá ser no plural. i) Os desastres ecológicos, a escassez de alimentos, as pressões sociais, nada parece autorizar um prognóstico otimista para os próximos dez anos. Concordância com o aposto resumidor “nada”, no singular. j) Descaso e desprezo sempre caracterizaram / caracterizou a gestão daquele controverso cidadão. Plural se justifica por haver a concordância com os dois núcleos do sujeito composto. Agora, o singular é válido porque ambos os núcleos são sinônimos. 25.02. c 25.03. a 25.04. b 25.05. a 25.06. a 25.07. b 25.08. a 25.09. c 25.10. b 25.11. e 25.12. e 25.13. e A letra B admite também o singular, numa concordância até mais elementar. Mas o plural está correto, pois o sentido proposto pode ser o da reciprocidade (um piloto atrapalhou o outro, e vice-versa; logo, eles se atrapalharam). Já a letra E é errada mesmo. 25.14. b 25.15. d 25.16. d 25.17. d 25.18. b 25.19. a 25.20. e 11Português 7A ` três erros muito comuns em nosso cotidiano. A concordância de “haver”, “fazer” e em frases em que aparece a partícula “se” será estudada nesta aula. O verbo haver O verbo “haver”, em relação às regras de concordân- cia verbal, é um verbo pessoal, quando, a exemplo da maioria dos verbos, concorda com o sujeito em número e pessoa. Mas pode ser também um verbo impessoal, quando, por não possuir sujeito, fica invariável na 3a. pessoa do singular. Vamos observar os dois casos, no que diz respeito à concordância verbal. Haver como verbo pessoal O verbo “haver”, como verbo pessoal, é usado quando possui os seguintes sentidos, expressos nos exemplos a seguir: (1) Eles haviam entrado numa emboscada. • haviam (verbo auxiliar em locução verbal) = tinham (2) Eles hão de conhecer a beleza suprema nas obras de Monet. • hão (verbo auxiliar em locução verbal) de conhecer = conhecerão (3) Vocês haverão (= obterão) sucesso com esta startup. • haverão = obterão (4) O juiz houve por bem manter a prisão pre- ventiva do réu, implicado também em outros crimes. • houve = julgou, resolveu (5) Aquelas meninas se houveram como princesas e encantaram os espectadores. • houveram = portaram-se (6) Ele se haverá com o diretor e terá de explicar toda essa situação constrangedora. • haverá = prestar contas, ajustar-se (7) O golfinho é havido como o animal mais inteli- gente. • é havido = é considerado (8) Vitória é muito talentosa, haja vista as músicas que compôs, ainda muito jovem. • haja vista = repare-se em, tendo em vista, observe-se A expressão Haja vista Vamos nos deter um pouco mais no exemplo (8). Na expressão “haja vista”, a palavra “vista” é invariável: não se flexiona nem em gênero nem em número. Logo: haja visto → construção ERRADA Agora, o verbo “haver” pode concordar com o subs- tantivo seguinte ou ficar invariável. Exemplo: (9) Vitória é muito talentosa, hajam vista as músi- cas que compôs, ainda muito jovem. “Depois que o carro quebrou e as pessoas passaram na frente fica difícil. Tem que apurar com calma e saber o que houve. Mas existe o quesito desfile e infelizmente houveram alguns problemas. Não adianta chegar aqui e ficar pro- curando culpado. São coisas que acontecem.” Djalma Falcão, presidente da Escola de Samba União da Ilha do Governador, sobre o desfile no Carnaval 2020 “Já fazem anos que os especialistas inves- tigam os restos da embarcação Mentor, que naufragou em 1802 próximo ao porto da ilha de Citera, na Grécia. Mas foi só recentemente que “tesouros” gregos foram encontrados, como joias e itens de cerâmica.” REDAÇÃO GALILEU, 22 OUT 2019. revistagalileu.globo.com ALUGA-SE CASAS (21) 9 0000-0000 (21) 9 0000-0000 Aula 26 Concordância (3) Português 1B7A 12 Extensivo Terceirão Haver como verbo impessoal Sendo impessoal – não possui sujeito –, o verbo “haver” deve ficar, obrigatoriamente, na 3a. pessoa do singular. Assim, o verbo “haver” é impessoal quando estiver empre- gado nos seguintes sentidos: 1. Existir, ocorrer, acontecer Vejamos os exemplos: (10) Haverá descontentes no governo e na oposição. • = Existirão descontentes no governo e na oposição. (11) Se houver manifestações violentas, a polícia atuará de maneira rígida. • = Se acontecerem ma- nifestações violentas, a polícia atuará de maneira rígida. (12) Ainda haveria pessoas dispostas a sacrifícios pessoais? • = Ainda existiriam pessoas dispostas a sacrifícios pessoais? (13) Houve duas explosões na cidade de Damasco. • = Ocorreram duas explo- sões na cidade de Damasco. Observação: O verbo “haver” trans- mite sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução. Uma locução verbal é uma série de duas ou mais formas verbais. O último verbo dessa série é chamado de verbo principal; os demais são verbos auxiliares. Es- ses verbos auxiliares, con- sequentemente, devem também ficar invariáveis, na 3ª. pessoa do singular. Observe: (14) Poderá haver descontentes no governo e na oposição. • = Poderão existir descontentes no governo e na oposição. (15) Pode haver casos de assassinatos em série. • = Podem existir casos de assassinatos em série. (16) Ainda poderia haver pessoas dispostas a sacrifícios pessoais? • = Ainda poderiam existir pessoas dispostas a sacrifícios pessoais? © O fic in a da N et https://www.oficinadanet.com.br/netflix/29917-chromecast-recebe-atualizacao-do-app-netflix- -e-tem-mudancas-na-interface-do-usuario ` A forma verbal “houveram” foi incorretamente utilizada no texto acima. O correto seria “houve”. Também vale relembrar que não se pode utilizar o verbo “ter” no sentido de “existir”. O correto seria “há mudanças”. 2. Tempo decorrido, sinônimo de “fazer” Também, nesse caso, o verbo “haver” será impessoal e ficará, portanto, no singular. Observe os exemplos: (17) É Deputado Federal, mas não vai a Brasília há dois meses. • = É Deputado Federal, mas não vai a Brasília faz dois meses. (18) Ele está há dois anos sem beber. • = Ele está faz dois anos sem beber. O princípio também se aplica a locuções verbais Exemplo: (19) Já deve haver uns vinte anos que não surfo mais. • = Já deve fazer uns vinte anos que não surfo mais. (20) Já deve haver uns dois anos que ela está sem beber. • = Já deve fazer uns dois anos que ela está sem beber. Aula 26 13Português 7A O verbo fazer Um verbo de comportamento muito parecido ao do verbo “haver”. O verbo “fazer” pode ser pessoal (quando concorda com o sujeito em número e pessoa) ou impesso- al (quando, dada a inexistência do sujeito, fica invariável, na 3a. pessoa do singular). Vejamos as duas pos- sibilidades. Fazer como verbo pessoal Possui diversos sentidos. Eis alguns exemplos: (21) Vocês fariam o serviço dentro do prazo estipula- do? • fariam = realizariam (22) Eles fizeram a casa sozi- nhos. • fizeram = construíram (23) O ideal é que os pedreiros façam a laje ainda hoje. • façam = construam (24) Pedro e Guilherme fazem aniversário no mesmo dia. • fazem = celebram, come- moram Fazer como verbo impessoal Quando aparece no sentido de... 1. Tempo decorrido O verbo indica um tempo que já foi vencido, que já ficou para trás. Neste caso, é sinônimo do verbo haver, como vimos anteriormente. Observe os exemplos a seguir: (25) Fazia quatro anos que não ia a Araraquara. (26) Faz dez anos que meu irmão morreu. 2. Clima, temperatura, estado atmosférico Vejamos os exemplos: (27) Faz dias frios em Ponta Grossa, inclusive no verão. (28) A meteorologia indica que fará manhãs frias a partir de maio. Observação: O verbo “fazer” transmite sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução. Esses verbos auxiliares,consequentemente, devem também ficar invariáveis, na 3a. pessoa do singular. Exemplos: (29) Deve fazer umas cinco semanas que ele esteve aqui. (30) Vai fazer cinco anos que não tiro férias. (31) Deve fazer dias quentes e úmidos no verão. © N iq ue l N áu se a de F er na nd o Go ns al es ` Uso correto do verbo “fazer”, no primeiro quadrinho A palavra “se” Quando falamos de concordância verbal, dois casos, envolvendo a palavra “se”, devem ser levados em consideração. Vamos conhecê-los. Se = Partícula apassivadora Para compreendermos bem este caso, leiamos com atenção cada passo a seguir: I. Surge a palavra “se” numa oração que apresenta sujeito explícito, que deve ter como núcleo um substantivo não modificado por preposição. II. Como há concordância com o sujeito, o verbo da oração pode estar no singular ou no plural, mas sempre na 3ª. pessoa. III. A frase está na voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal, pois apresenta um sujeito paciente da ação verbal. Não há locução verbal, como na voz passiva analítica; o que há é a palavra “se”, denominada partícula apassivadora ou pronome apassivador. Vamos observar os exemplos: (32) Aluga-se casa. (33) Alugam-se casas. (34) Vende-se apartamento. (35) Vendem-se apartamentos. (36) Negocia-se dívida com o Fisco. (37) Negociam-se dívidas com o Fisco. 14 Extensivo Terceirão Vale lembrar que, nos pares de sentenças, o sujeito está posposto ao verbo. A palavra “se” não poderia apa- recer em posição proclítica porque não se pode iniciar frase com pronome oblíquo ou partícula apassivadora. Mas as construções a seguir são válidas: (38) Não se alugam casas nesta cidade. (39) Ainda se vendem apartamentos a bons preços. © Fo x Fi lm d o Br as il `O título do filme traz um emprego correto em matéria de concordância envolvendo a partícula apassivadora “se.” Se = Índice de indeterminação do sujeito Neste caso, ocorre a palavra “se” numa oração que não apresenta sujeito explícito. Isso ocorre em dois casos: 1. A oração não tem substantivo e, portanto, nenhuma palavra pode exercer a função sintática de sujeito. Exemplos: (40) Vive-se bem por aqui. • “Bem” e “aqui” são advérbios • “se” = índice de indeterminação do sujeito (41) Navegou-se serenamente por duas noites. • serenamente: advérbio de modo • por duas noites: locução adverbial de tempo • se = índice de indeterminação do sujeito 2. A oração só apresenta substantivos modificados por preposição, que também não podem exercer a função de sujeito. Exemplo: (42) Fala-se muito de futebol no Brasil. preposição Como não há sujeito explícito, não há concordância. Portanto, o verbo se encontra sempre na 3a. pessoa do singular e a palavra “se” é chamada de índice de indeterminação do sujeito. Leiamos mais alguns exemplos: (43) Trata-se de acidentes. (44) Precisa-se de empregados. (45) Refere-se a dados desatualizados. (46) Conta-se com muitos recursos estrangeiros. Observação: Vale lembrar, também, que jamais haverá sujeito com preposição antecedendo a sua palavra-núcleo. Observe algumas construções INCORRETAS, que violam tal princípio: (47) O fato do cachorro estar distante na outra cidade dificultava a tarefa, embora a saudade o aproximasse da lembrança. (Clarice Lispector, conto O crime do professor de matemática) (48) Após as declarações públicas de Augusto Inácio, detonando o staff avaiano, é hora do elenco demonstrar comprometimento. (NSC Total, 26/02/2020) Corrigindo os exemplos (47) e (48), temos: (49) O fato de o cachorro estar distante na outra cidade dificultava a tarefa, embora a saudade o aproximasse da lembrança. (50) Após as declarações públicas de Augusto Inácio, detonando o staff avaiano, é hora de o elenco demonstrar comprometimento. Aula 26 15Português 7A Testes Assimilação 26.01. (UP – PR) – Assinale a alternativa cuja frase está de acordo com as normas do português padrão: a) Sempre existiu muitos casos de corrupção no país. b) Aconteceu muitos casos desde que a nova legislação passou a vigorar. c) Eles havia feito a promessa de não fazer mais uso de anfetaminas. d) Houve muitas reclamações por parte dos atletas. e) Fazem muitos anos que a lei está em vigor. 26.02. (ACAFE – SC) – Analise as frases a seguir: I. O chef do restaurante La traviatta não perdoa ao gerente, a quem dedicou boa parte de sua vida profissional. II. No mês de maio passado fizeram vinte e cinco anos que Ayrton Senna morreu num acidente no circuito de Ímola, na Itália. III. Encomendou-se os equipamentos necessários a implan- tação do comitê de fiscalização das ações de governança municipal. IV. Gostem ou não os arquitetos de plantão, haverá riscos se as normas técnicas forem ignoradas e se forem repetidos os erros do passado. V. Após meio-dia e meia, terei selecionado textos bas- tantes para serem envelopados e anexados à carta de apresentação. VI. Não se realizaria a travessia do Atlântico se Colombo não fosse um sonhador. Assinale a alternativa que contém todas as frases corretas: a) II – IV – V c) I – IV – V – VI b) I – II – VI d) II – III – V – VI 26.03. (ACAFE – SC) – Analise as frases a seguir: I. Visto que houve poucas inscrições até a presente data, é provável que vai sobrar vagas. II. Juca Jacu é um personagem ilhéu, maravilhoso modelo de carne e osso onde se resume todas as características da espécie tabajara. III. De acordo com informações prestadas pelo Ministério da Agricultura, 10% dos produtos agrícolas comercializados no Brasil não apresenta certificação sanitária. IV. As divagações metafísicas e a expressão de uma angústia existencial compõe o ponto forte da poesia de Augusto dos Anjos. V. Em 1971, no período da Guerra do Vietnã, uma turma de pacifistas se reúne no Alasca e organizam uma manifesta- ção para protestar contra os testes nucleares americanos. VI. Vai começar amanhã, aqui em Joinville, as obras de recupera- ção de uma das mais importantes rodovias de Santa Catarina. Considerando as normas da língua padrão sobre concordân- cia verbal, é correto o que se afirma em: a) Somente nas frases IV, V e VI todos os verbos concordam com os respectivos sujeitos. b) Os verbos “resume” e “apresenta”, nas frases II e III, con- cordam com os respectivos sujeitos, a saber: Juca Jacu e Ministério da Agricultura. c) Todas as frases contêm verbos que não concordam com os respectivos sujeitos. d) Apenas as frases I e IV estão incorretas. 26.04. (CESMAC – AL) – As normas sintáticas da concordân- cia e da regência verbal foram integralmente respeitadas na seguinte alternativa: a) Enredo, linguagem e personagens vem à tona na memória do leitor, pois destinou-se à ficar na sua experiência de leitor. b) Nenhum dos romances que leio passam a ficar indife- rentes à mim; me expressam à cada situação de leitura. c) Na escola haviam situações de leitura em que o nosso ímpeto era fazer o livro voltar as estantes da biblioteca. d) As escolas mais tradicionais haviam deixado à escolha de cada um os romances para leitura e para a elaboração de resenhas. e) Fazem muitos anos que as escolas passaram à estimular a leitura de romances que à todos interessava. Aperfeiçoamento 26.05. (UNIVESP – SP) – Uma frase que apresenta uso de todas as formas verbais em conformidade com a norma- -padrão da língua está em: a) As mudanças climáticas provocadas pelo efeito estufa devem figurarem mais na pauta dos noticiários. b) Algum dos veículos de comunicação em massa se propo- ram a tratar do tema discutido no Congresso. c) As medidas para mitigar a degradação ambiental ainda não satisfizeram os anseios dos ecologistas. d) Houveram muitas críticas à forma como a agências go- vernamentais vem tratando da sustentabilidade. e) Se as pessoas manterem seus hábitos de consumo irrefle- tidamente, as consequências serão assustadoras. 26.06. (ESPCEX – SP) – Marque a alternativa que mostra a voz passiva pronominal: a) Necessita-se de água potável para 35 milhões debrasileiros. b) Acredita-se que a coleta de esgoto, em todo o mundo, seja um problema grave. c) Trata-se de apenas 39% de todo o esgoto gerado pela população. d) Identificou-se importante avanço na questão do sanea- mento. e) Pode-se caminhar alguns passos em direção à garantia do acesso a esses serviços. 16 Extensivo Terceirão Utilize o texto a seguir para responder à próxima questão: Já faz três noites que pro norte relampeia, A asa-branca ouvindo o ronco do trovão Já bateu asas e voltou pro meu sertão, Ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da planta- ção. Luiz Gonzaga e Zé Dantas, A volta da asa-branca 26.07. (INSPER – SP) – Assinale a alternativa em que o verbo “fazer” está flexionado na terceira pessoa do singular pelo mesmo motivo que na primeira oração de A volta da asa-branca: a) Faz anos que não nos víamos. b) Ele faz anos depois de amanhã. c) Faz-se necessário deixar o tempo passar. d) Isso não fará falta a ninguém. e) Ontem, ela faria três anos de casada. 26.08. (UFPR) – Leia o texto a seguir, observando o uso das formas verbais: O trágico incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, ocor- reu na madrugada de domingo, dia 27 de janei- ro. Houveram 242 mortes. O fogo foi provocado por artefatos pirotécnicos, que os participantes da banda Gurizada Fandangueira usou no palco. No inquérito policial foi indiciado criminalmente 16 pessoas e outras 12 foram responsabilizadas. Já o Ministério Público denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia e assim os envolvidos no caso se trans- forma em réus e serão julgados. Quantas formas verbais estão em desacordo com as normas do português escrito? a) Duas d) Cinco b) Três e) Seis c) Quatro 26.09. (FPS – PE) – Observe as opções de concordância ver- bal admitidas nas seguintes alternativas e assinale aquela que está conforme a norma-padrão do português escrito culto: a) Qual das normas sintáticas ainda resistem aos usos infor- mais da linguagem coloquial? b) Os gramáticos que haviam elaborado as normas de sin- taxe na década passada foram mais flexíveis. c) Quem dos gramáticos mais atuantes preconizam a flexi- bilidade nas normas da concordância? d) Nenhuma das regras mais difíceis subsistem às variações da língua informal. e) Houveram gramáticos que se dedicaram exaustivamente à descrição da norma-padrão. 26.10. (UEPG – PR) – Na oração “...não há planos...”, o verbo “haver” é impessoal; portanto, a oração é sem sujeito. Assinale o que for correto em que esse verbo esteja empregado da mesma forma: 01) Em quase todos os itens do relatório houve preocupação com o acolhimento do imigrante no território francês. 02) Parece que a população imigrante não se houve muito bem com relação às solicitações de mudança no país. 04) Em se tratando do bem-estar da população, há manei- ras de se chegar a um consenso. 08) Haverá de ser analisado o relatório encomendado pelo primeiro-ministro. 16) Há muitas dúvidas quanto ao propósito de incentivar a integração dos imigrantes na França. Aprofundamento 26.11. (UFPE) – Conforme as regras da concordância verbal, a alternativa em que o enunciado está corretamente redigido é: a) Poderiam haver outros sinais de que estamos mais conscientes da necessidade de cuidar do meio ambiente. b) Outros sinais existe de que estamos mais conscientes da necessidade de cuidar do meio ambiente. c) Que outros sinais haveriam de que estamos mais cons- cientes da necessidade de cuidar do meio ambiente? d) Que outros sinais haveriam de ter surgido com relação ao fato de que estamos mais conscientes da necessidade de cuidar do meio ambiente? e) Foi mostrado amplamente alguns sinais de que estamos mais conscientes da necessidade de cuidar do meio ambiente. 26.12. (UEPG – PR) – Observe: Adaptado de: http://www.thepicta.com/ media/1183498033048395803_1906493655. Acesso em 03/06/2017. Sobre o texto, assinale o que for correto: 01) Há ambiguidade na primeira oração do período. 02) Os elementos não linguísticos do gênero discursivo contribuem com a construção do sentido proposto pela expressão “#naomandanudes”. 04) A partícula “se”, no início da sentença, indica indetermi- nação do sujeito. 08) A expressão “só de calcinha” desempenha função de complemento verbal. 16) O uso da expressão “boy” demonstra a intenção, por parte do autor, de se aproximar do público alvo. Aula 26 17Português 7A 26.13. (UNESP – SP) – Observe: O acetato de chumbo era adicionado às bebi- das como adoçante. Preservando-se a correção gramatical e o seu sentido original, essa oração pode ser reescrita na forma: a) Adicionava-se o acetato de chumbo às bebidas como adoçante. b) Adiciona-se o acetato de chumbo às bebidas como adoçantes. c) Eram adicionadas às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. d) Adicionam-se às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. e) Adicionavam-se às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. 26.14. (UNAERP – SP) – Texto: De cento e tantos, a numeração dos cômodos elevou-se a mais de quatrocentos; e tudo caia- -dinho e pintado de fresco; paredes brancas, por- tas verdes e goteiras encarnadas. Poucos lugares havia desocupados. Alguns moradores puseram plantas à porta e à janela, em meias tinas serradas ou em vasos de barro. Aluísio Azevedo, O cortiço No trecho “Poucos lugares havia desocupados.”, a flexão do verbo haver está a) correta, pois o verbo haver é sempre impessoal. b) correta, pois trata-se de uma oração sem sujeito. c) correta, pois refere-se a um sujeito elíptico no singular. d) incorreta, pois deveria concordar com o sujeito, “Poucos lugares”. e) incorreta, pois, mesmo na ordem inversa dos termos, deveria concordar com o sujeito plural. 26.15. (PUCPR) – Leia o texto a seguir: [...] Ao lidar com a voz passiva sintética (tam- bém chamada de pronominal, por causa do se, que é um pronome apassivador), nosso maior proble- ma é reconhecer o sujeito da frase. Em estruturas do tipo aceitam-se cheques ou compram-se garra- fas, o elemento que vem posposto ao verbo é con- siderado o sujeito (o paciente da ação). Ocorre, no entanto, que a passiva sintética não é sentida como voz passiva pela maioria dos falantes, os quais, ven- do em cheques e garrafas um simples objeto direto, deixam de concordar o verbo com eles. Nasce aqui o que um antigo gramático chamava de “erro da tabuleta”: *aceita-se cheques, *compra-se garrafas, *vende-se terrenos, *aluga-se barcos. Para quem tem uma formação mínima em sin- taxe, não é tão difícil reconhecê-la: verbos transi- tivos diretos seguidos de se (não reflexivo) consti- tuem casos inequívocos dessa estrutura. Se ainda assim persistirem dúvidas, lembre que a frase na passiva sintética tem forma equivalente na passiva analítica. Aceitam-se cheques. = Cheques são aceitos. Compram-se garrafas. = Garrafas são compra- das. Se o verbo for transitivo indireto, é evidente que não pode haver passiva — tanto a sintética quanto a analítica. A construção com verbo tran- sitivo indireto + se é uma das formas do sujei- to indeterminado no Português, ficando o verbo sempre na 3ª. pessoa do singular. Precisa-se de serventes. Falava-se dos últimos acontecimentos. Disponível em: <http://sualingua.com.br/2010/07/09/concordancia- com-a-passiva-sintetica/>. Acesso em: 27 jan. 2016 Com base na leitura desse trecho e nos seus conhecimentos prévios sobre a estrutura gramatical da nossa língua, assinale a alternativa que traz um período escrito em conformidade com o que a norma culta prescreve: a) Tratam-se de problemas cujas soluções são desconhe- cidas. b) Não se discutiu os problemas mais importantes na reunião. c) Neste bar, assistem-se aos jogos do Campeonato Bra- sileiro. d) Por pressa, tomou-se decisões que não foram previa- mente discutidas. e) Desenvolveram-se novas teorias sobre o acidente. 26.16. (UFPR) – “É simplista, porém, justificar o queacon- teceu com o fato de o jovem não se sentir representado.” Observe que Jorge Bouer escreveu “de o jovem” e não “do jovem”. Diferentemente do que acontece na fala, a escrita não aceita a contração da preposição com um artigo em certos casos. Em qual das sentenças abaixo a contração é VETADA na escrita culta? a) O delegado interrogou o agressor por horas para tentar entender as razões [de+o] sujeito. b) No momento [de+o] invasor entrar no palco, o diretor segurou-o e pediu aos seguranças para prendê-lo. c) Todos se assustaram com o aparecimento daquele mons- tro, principalmente com a cara [de+o] bicho. d) À maneira [de+o] pai, o filho agiu com absoluta ética. e) A atuação [de+o] Daniel no jogo foi impecável. 18 Extensivo Terceirão 26.17. (UEL – PR) – Com base no trecho “Solicitou-se aos entrevistados hierarquizar oito afirmações básicas”, assinale a alternativa que apresenta a sua correta reescrita: a) A hierarquia de oito afirmações básicas foi solicitada aos entrevistados. b) Hierarquizar oito afirmações básicas foi a solicitação dos entrevistados. c) Oito afirmações básicas foram solicitadas aos entrevista- dos hierarquizados. d) Solicitaram a hierarquia dos entrevistados através de oito afirmações básicas. e) Solicitou-se hierarquizar os entrevistados com oito afir- mações básicas. 26.18. (UNSINOS – RS) – Considerando as regras de regên- cia e de concordância, assinale a única alternativa em que a substituição proposta está de acordo com as regras da variedade linguística culta: a) “trocar a insatisfação por uma nova necessidade” – tornar a insatisfação em uma nova necessidade. b) “conduz o homem a buscar incessantemente mais do que o necessário para viver bem” – leva o homem à busca incessante de mais do que o necessário para viver bem. c) “Mesmo as relações do indivíduo com o outro e consigo mesmo são coisificadas” – coisifica-se até mesmo as relações do indivíduo com o outro e consigo mesmo. d) “Mas não há efetividade sem contradições” – Mas não há efetividade sem que hajam contradições. e) “em um local de que muitas vezes não gosta” – em um local que muitas vezes não se sente bem. Desafio 26.19. (IFPE) – As afirmativas a seguir apresentam reflexões sobre a sintaxe de concordância da língua portuguesa. Analise-as e marque a única que faz uma avaliação correta sobre a sintaxe de concordância: a) Em “Mas a gente não ouve a maioria delas”, o verbo foi registrado no singular para concordar com a expressão “a gente”, continuaria, portanto, conjugado na terceira pes- soa do singular se o sujeito da frase fosse o pronome “nós”. b) Em “Naquela época, na região de Roma, falava-se o latim”, o sujeito do verbo “falar” é indeterminado e o “-se” é índice de indeterminação, por isso o verbo foi corretamente conjugado na terceira pessoa do singular. c) Em “esse idioma foi sendo imposto aos povos domina- dos”, a locução verbal também poderia estar no plural para concordar com o referente “povos dominados”. d) Em “Foi assim que surgiu o português, o italiano e o fran- cês, por exemplo”, houve um deslize na concordância, pois o sujeito da oração é composto (“o português, o italiano e o francês”), e o verbo, deveria, portanto, estar no plural para estabelecer concordância. e) Em “há milhares de anos era falada na Ásia”, o verbo grifado está conjugado de forma adequada, pois o verbo “haver” indicando tempo passado é impessoal, não de- vendo ser pluralizado, portanto. 26.20. (IFPE) – As regras de concordância promovem, em um texto, a correspondência harmoniosa entre as palavras e as expressões que o compõem; e as regras de regência, por sua vez, tratam das relações de dependência entre os termos que formam a oração e entre as orações que o constituem. Sobre sintaxe de concordância e de regência, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa correta: I. Em “há espaços protegidos criados por ato dos proprie- tários” e em “há os espaços protegidos criados por ato do poder público”, o verbo haver é impessoal e, portanto, intransitivo, podendo, por essa razão, ser grafado no singular. II. No trecho “Deve o poder público e a coletividade defen- dê-lo e preservá-lo”, a forma verbal em destaque, por estar anteposta ao seu sujeito, pôde ser grafada no singular, concordando, apenas, com o núcleo mais próximo. III. Em “Nesse intuito, destaca-se como medida de execução desse dever a definição de espaços territoriais especial- mente protegidos”, o elemento destacado poderia ser pluralizado, concordando, dessa forma, com “espaços territoriais [...] protegidos”, e não haveria alteração de sentido no trecho. IV. Em “há espaços protegidos criados por lei” e em “há espaços protegidos criados por ato dos proprietários”, se substituíssemos as formas do verbo “haver” pelas do verbo “existir”, este deveria ser grafado no plural, por não manter a impessoalidade daquele. V. No trecho “a legislação ambiental brasileira é pródiga em estabelecer uma disciplina territorial”, a preposição foi utilizada devido à regência do adjetivo que a antecede, funcionando como elemento de ligação entre esse nome e o complemento que ele rege. Estão corretas, apenas, as proposições a) I, II e III b) II, IV e V c) III, IV e V d) I, II e IV e) I, III e V Aula 26 19Português 7A Gabarito 26.01. d 26.02. c Em I, o verbo “perdoar” exige a preposição “a” quando o comple- mento é uma pessoa; verbo “dedicar”, por sua vez é transitivo di- reto e indireto. Em II, o verbo “fazer”, indicando tempo decorrido, é impessoal e deve ser empregado na terceira pessoa do singular. Em III, o verbo “encomendou”(-se) deve ser empregado na terceira pessoa do plural para concordar com o sujeito “os equipamentos”; também falta indicar a crase em “a implantação”. Em IV, o verbo “haverá” fica no singular porque significa “existir” e, como tal, é im- pessoal. Em V, na expressão “meio-dia e meia”, o adjetivo “meia” concorda com “hora” (meio-dia e meia hora); “bastantes” é adjetivo e, no caso, concorda no plural com o substantivo “textos”. Em VI, o pronome “se” é proclítico porque o verbo “realizaria” é precedido de advérbio de negação. 26.03. c Alternativa correta: C. Considerando a norma padrão da língua por- tuguesa, todas as cinco frases contêm erros de concordância ver- bal: em I, o sujeito “vagas” no plural implica a concordância no plu- ral (vão sobrar); em II, o sujeito “todas as características da espécie tabajara” no plural implica a concordância no plural (se resumem); em III, o sujeito “10% dos produtos agrícolas comercializados no Brasil”, tendo o numeral substantivo “10” como núcleo, implica a concordância do verbo no plural (não apresentam); em IV, o sujeito composto e com um dos núcleos no plural implica concordância verbal no plural (compõem); em V, o sujeito “uma turma de pacifis- tas” tem como núcleo o substantivo “turma” (no singular), razão por que os dois verbos que seguem devem ser empregados no singu- lar (reúne; organiza). Nesse caso, embora se admita eventualmente o plural, por se tratar de um substantivo coletivo (turma) – um caso de silepse de número, caracterizada como sujeito no singular e ver- bo no plural, isto é, concordância com a ideia de quantidade supe- rior a um indivíduo –, há falta de paralelismo formal, uma vez que um dos verbos (reúne) está no singular e o outro (organizam) está no plural. Para o caso, também não cabe a alegação de que o(s) verbo(s) estaria(m) concordando com a expressão “de pacifistas”, que é adjunto adnominal de “turma”. Em VI, o sujeito da locução verbal “vai começar” é ” as obras de recuperação de uma das mais importantes rodovias de Santa Catarina”, cujo núcleo é “obras” (no plural), razão pela qual a concordância exige o verbo no plural (vão começar). 26.04. d 26.05. c 26.06. d 26.07. a 26.08. d 26.09. b 26.10. 21 (01 + 04 + 16) 26.11. d 26.12. 19 (01+02+16) 26.13. a 26.14. b 26.15. e 26.16. b 26.17. a Correta. A oração está na voz passiva sintética. Assim, o sujeitopaciente é “hierarquizar oito afirmações básicas”; o verbo “solicitou” vem acompanhado do pronome “se” apassivador; “aos entrevista- dos” corresponde aos seres a quem a solicitação foi feita. Incorreta. Os entrevistados não foram os autores da solicitação. Incorreta. Os entrevistados não são hierarquizados. Incorreta. As oito afirmações básicas não foram meio para a en- trevista. Incorreta. A solicitação não foi “hierarquizar os entrevistados”. 26.18. b 26.19. e 26.20. b 20 Extensivo Terceirão Aula 27 Concordância com o verbo “ser” © Fr an k & Er ne st , Bo b Th av es 2 01 9 Th av es /D ist . by A nd re w s M cM ee l Sy nd ic at io n O Estado de S. Paulo, 19/11/2019, página C4 A tirinha nos apresenta, de modo bem-humorado, um caso de concordância com o verbo “ser”. De modo geral, tal concordância verbal se mostra um pouco complexa, pois o verbo “ser” pode concordar com o sujeito – que é o mais normal –, com adjuntos adverbiais (!) ou com o predicativo do sujeito. Como? Bem, vamos analisar a seguir tais especificidades de concordância. São quatro casos principais que merecem a nossa atenção. 1. A construção “é que” A expressão de realce “é que” funciona como um termo acessório, que pode ser extraída da frase sem nenhum tipo de prejuízo sintático à sentença. Serve apenas, como já dissemos, como um “realce”. Logo, nesse caso, o verbo fica sempre no singular. Exemplos: (1) Nós é que sabemos viver sabiamente. (2) Mas a melhor atuação foi na final de 1993, 5 a 1 contra a Universidad Católica. Muita gente acha que o jogo foi fácil, mas não, nós é que fomos muito precisos nas nossas chances. (entrevista do goleiro Zetti à Veja, 05/03/2020) 2. Indicação de datas, horas ou distâncias Podemos esquematizar este caso assim: • O verbo “ser”, neste caso, é impessoal (sem sujeito). • A concordância se dará com o numeral que aparece escrito. • O numeral que aparece escrito exerce a função de adjunto adverbial, indicando tempo ou lugar. Vejamos os exemplos: (3) É uma hora da tarde agora. (4) São duas horas da tarde agora. (5) Abro os olhos sob o mesmo teto, todo dia / Tudo outra vez / Acordo, um tapa no relógio / A mente tá vazia / São dez pras seis. (Resgate, in 5:50am) (6) Devem ser, agora, umas vinte horas. (7) É 1º. de maio. Concordância (4) Português 7AAula 27 Aula 27 21Português 7A (8) Hoje são 27 de março, dia de aniversário do Venícius. (9) É um quilômetro até o posto mais próximo. (10) São cinquenta quilômetros de Goiânia até Anápolis. (11) Devem ser uns cinquenta quilômetros de Goiânia até Anápolis. Observação: 1. Repare que, nos exemplos (6) e (11), o mes- mo princípio de concordância foi aplicado às locuções verbais. 2. Na indicação de datas, o verbo “ser” pode ficar no singular, concordando com a ideia implícita de “dia”. Observe: (12) Hoje é [dia] 27 de março, dia de aniver- sário do Venícius. (13) Hoje é [dia] 30. O pagamento só sai na semana que vem. 3. Indicação de quantidades Quando o sujeito é constituído por uma expressão numérica no plural, o verbo “ser” deverá ficar no singular SE for seguido por um adjunto adverbial de intensidade (pouco, muito, bastante, uma fábula, etc.) Exemplos: (14) Cinco mil dólares é pouco para uma viagem de dois meses pelos Estados Unidos. • Cinco mil dólares: sujeito da forma verbal “é” • pouco: adjunto adverbial de intensidade (15) Trinta anos de separação foi muito, mas não o tempo suficiente para cicatrizar as feridas. • Trinta anos de separação: sujeito da forma verbal “foi” • muito: adjunto adverbial de intensidade 4. Concordância com o predicativo do sujeito O verbo “ser” pode apresentar esta incomum concor- dância nos seguintes casos: a) Sujeito com os pronomes demonstrativos “tudo”, “isso”, “isto” ou “aquilo” ou com os pronomes inde- finidos “tudo” ou “nada”. Exemplos: (16) Nem tudo são más notícias na indústria brasileira. Mapa do trabalho indica que o setor contratará mais profissionais preparados para a indústria 4.0. (istoedinheiro.com.br, 19/08/2019) • Sujeito da forma verbal “são”: “nem tudo” • “más notícias”: predicativo do sujeito (17) Ah, isso já são águas passadas. • Sujeito da forma verbal “são”: “isso” • “águas passadas”: predicativo do sujeito b) Sujeito expressando nome de “coisa, objeto”, no sin- gular, e o predicativo com um substantivo no plural. Exemplos: (18) A cama eram dois colchões velhos sobre um chão sujo. (19) Seu carro são quatro rodas velhas presas a uma lata de sardinhas. c) Sujeito expressando “pessoa, gente” no singular, mas com o predicativo, no plural, referindo-se a partes do corpo desta mesma pessoa nomeada no sujeito. Exemplos: (20) Santinha eram dois olhos míopes, quatro incisivos claros à flor da boca. (Manuel Bandeira) • “Santinha”: sujeito da forma verbal “eram” • “dois olhos míopes, quatro incisivos claros”: predicativo do sujeito, referindo-se ao sujeito “Santinha” (21) Garrincha eram duas pernas tortas. • “Garrincha”: sujeito da forma verbal “eram” • “duas pernas tortas”: predicativo do sujeito, referindo-se ao sujeito “Garrincha” Observação: Se não houver, no predicativo, expressão que se refira a partes do corpo da pessoa nome- ada no sujeito, o verbo então ficará no singular. Exemplos: (22) Laura era as alegrias de avós, tios e tias. (23) Neto sempre foi as preocupações da família. Uso do infinitivo Para início deste estudo, observe as seguintes sen- tenças, nas quais há um emprego correto dos verbos destacados: (24) Estudar é necessário. (25) É possível serem 10 horas agora? (26) É necessário vocês estudarem com vigor. Agora, façamos as seguintes observações: • Na sentença (24), o verbo “estudar” está no infini- tivo impessoal: não se refere a nenhuma pessoa gramatical, é forma nominal (um substantivo), funcionando como sujeito da forma verbal “é”, e seu sentido é equivalente à construção “O estu- do é necessário.” 22 Extensivo Terceirão d) é antecedido por verbos causativos – como deixar, mandar, fazer – ou sensitivos – ver, ouvir –, seguidos de um pronome oblíquo (os, as, nos, nas, ...). Exemplos: (37) Deixai-os morder uns aos outros. (Alexandre Herculano) (38) Ouço-as cantar todos os dias. (39) Deixou-as passar sem ao menos revistá-las. (40) De forma abrupta, mandou-nos sair de sua propriedade. e) é antecedido por um adjetivo que rege a preposição de, formando construções como difíceis de, fáceis de, impossíveis de, raros de, entre outras. Exemplos: (41) São livros difíceis de achar. (42) São problemas impossíveis de resolver. (43) Versos! São bons de ler, mais nada. (Machado de Assis) (44) Não eram decisões complexas de tomar, mas ele hesitava mesmo assim. 2. Infinitivo flexionado, quando... a) possui um sujeito claramente expresso, escrito no período. Exemplos: (45) Este disco é para vocês ouvirem. • Sujeito da forma verbal “ouvirem”: “vocês” (46) Vivi o melhor que pude, sem me faltarem amigos. (Machado de Assis) • O sujeito da forma verbal “faltarem” é “amigos”. A frase está na ordem inversa; na ordem direta, sua escrita seria assim: “sem amigos faltarem a mim”. b) apresentar sujeito indeterminado. Exemplos: (47) Ouvi mexerem na fechadura. (48) Vi executarem os criminosos de forma sumária. c) é antecedido por verbos causativos – como deixar, mandar, fazer – ou sensitivos – ver, ouvir –, segui- dos de um sujeito expresso por substantivo. Neste caso, na realidade, a concordância será facultativa (singular ou plural). Exemplos: (49) Ouço os pássaros cantar/cantarem todos os dias. (50) Deixou as mulheres passar/passarem sem ao menos revistá-las. (51) De forma abrupta, mandou os marinheiros sair/saírem de sua propriedade. Concordância nominal Observe com atenção a frase a seguir: (52) Os meus dois grandes amigos chegaram. Como ficaria a frase se colocássemos a palavra “ami- gos” no feminino? Vejamos: (53) As minhas duas grandes amigas chegaram. E se agora colocássemos a palavra “amigas” no singu- lar? A fraseficaria assim: (54) A minha grande amiga chegou. • Na sentença (25), a forma verbal “serem” está no plural porque concorda com a expressão numé- rica “10 horas”, conforme vimos anteriormente. Logo, é um infinitivo flexionado. • Na sentença (26), a forma verbal “estudarem” está no plural pois tem como sujeito o termo “vocês”. Temos, neste caso, um infinitivo pessoal, ou seja, um verbo no infinitivo possuindo um sujeito. Determinar regras para o uso do infinitivo flexionado ou não flexionado é muito difícil. Não foi possível até hoje aos gramáticos formular um conjunto de regras fixas para o emprego de um ou de outro, pois os escrito- res muitas vezes infringem algumas normas tidas como definitivas. Fatores de ordem estilística ou pessoal, a fim de conseguir clareza, ênfase e harmonia, levam os falantes a optarem por uma ou outra forma. De modo geral, dizemos que há três princípios fun- damentais: 1. Infinitivo não flexionado, quando... a) Não se refere a nenhum sujeito, sendo, portanto, um verbo impessoal, grafado sempre no singular. Exemplos: (27) Viver é lutar. (Gonçalves Dias, in Canção do tamoio) (28) Infelizmente, estudar é privilégio de poucos. (29) Viver é muito perigoso. (Guimarães Rosa, in Grande sertão: veredas) (30) Já dizia a canção: é proibido proibir. b) equivale a um imperativo, afirmativo ou positivo. Exemplos: (31) Direita, volver! Apresentar armas! (32) Não deixar a mochila sobre a mesa. PROIBIDO JOGAR LIXO ` Uso do imperativo negativo, com o verbo no infinitivo impessoal c) é o verbo principal de uma locução verbal. Exemplos: (33) Jefão precisa montar o som na véspera do show. (34) Eles querem levantar tarde aos domingos. (35) Eles estão a discutir no telefone agora. (= estão discutindo) (36) Vocês hão de conseguir a aprovação no vesti- bular. Aula 27 23Português 7A Bem, pelos exemplos dados, nota-se que o substantivo “amigos” é o núcleo de toda a expressão “Os meus dois grandes amigos”. Logo, todas as palavras desta expressão estão ligadas ao nome “amigos”, concordando com o termo. Chamamos de concordância nominal ao tipo de concordância que afeta o substantivo e os termos a ele relacionados. Como norma geral, dizemos que os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) com o substantivo a que se referirem no enunciado. Vamos conhecer alguns casos de concordância nominal ainda relevantes em vestibular ou, então, de importante uso na produção textual. Concordância envolvendo adjuntos adnominais Há algumas possibilidades a serem analisadas: 2 ou mais substantivos + adjetivo – ordem direta Regra: o adjetivo concorda com todos os núcleos, ficando então no plural, OU pode concordar apenas com o mais próximo. Exemplos: (55) Marcinha colocou no cenário uma cadeira e uma mesa coloridas. (56) Ao fundo do palco, Pedro pendurou um violão e um pandeiro antigos. (57) Completando a cenografia, Nino pendurou um caixote e uma bicicleta iluminados. Observação: 1. Nesta “soma” de substantivos, o gênero do adjetivo ficará assim: • feminino + feminino = feminino plural, conforme a frase (55). • masculino + masculino = masculino plural, conforme a frase (56). • masculino + feminino = masculino plural, conforme a frase (57). 2. Quando o adjetivo exprime uma qualidade que, obviamente, só cabe ao último elemento, a concordância se dará apenas com este último. Exemplos: (58) Serviram aos convidados cerveja e carne assada. • Obviamente, só a carne pode ser “assada”. Logo, a concordância se dá apenas com o termo mais próximo. (59) O professor ganhou de presente um livro e uma maçã bichada. • O adjetivo “bichada”, no contexto, só pode se aplicar ao substantivo “maçã”. Adjetivo + 2 ou mais substantivos – ordem inversa Regra: o adjetivo concorda apenas com o substantivo mais próximo. Exemplos: (60) Você escolheu péssima hora e lugar para falarmos desse assunto. (61) Você escolheu péssimo local e companhia para esta viagem de Carnaval. 2 adjetivos qualificando um único substantivo Regra: o substantivo vai para o plural OU o segundo adjetivo deve ser antecedido de artigo, mantendo o substantivo no singular. Exem- plos: (62) Já estudei as literaturas inglesa e portuguesa. OU (63) Já estudei a literatura inglesa e a portuguesa. (64) Sempre valorizou as cultu- ras popular e erudita. OU (65) Sempre valorizou a cultura popular e a erudita. Concordância envolvendo predicativo do sujeito Se o sujeito for composto (dois ou mais núcleos), teremos as seguintes possibilidades quanto à concordância nominal: 24 Extensivo Terceirão Em ordem direta (SUJEITO – VERBO DE LIGAÇÃO – PREDICATIVO DO SUJEITO) Regra: o predicativo concordará, necessariamente, com todos os núcleos. Exemplos: (66) Jean Barbudo e Pedro são muito engraçados. (67) Glaura e Ivane são muito dedicadas. (68) Rogério e Hevelyn são extremamente talentosos. Em ordem inversa (VERBO DE LIGAÇÃO – PREDICATIVO DO SUJEITO – SUJEITO) Regra: o predicativo concordará, necessariamente, com todos os núcleos OU apenas com o núcleo mais próximo, sempre em harmonia com a concordância verbal. Exemplos: (69) Era bom o ambiente e a música. OU (70) Eram bons o ambiente e a música. (71) Estava atento o policial e o paramédico . OU (72) Estavam atentos o policial e o paramédico. Predicado com expressões como É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É CERTO, É PERMITIDO, É CERTO, É JUSTO, ... Regra: tais expressões, no predicado, ficam invari- áveis (masculino singular) se o sujeito não possuir um termo determinante, relacionado ao núcleo substantivo, como artigos ou pronomes. Agora, se houver determi- nante, tais expressões se tornam flexíveis, variáveis. Observe os exemplos a seguir: (73) É necessário paciência. (74) É necessária muita paciência. (75) Pimenta em excesso é nocivo para o estômago. (76) Aquela pimenta em excesso é nociva para o estômago. É PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAS ESTRANHAS AO SETOR PARE Casos particulares de concordância nominal Alguns casos ainda merecem destaque, pois continu- am a aparecer em alguns vestibulares. Vamos conhecê-los. Alerta Palavra sempre invariável, ou seja, sempre no singu- lar. Exemplos: (77) O fuzileiro estava alerta. / Os fuzileiros estavam alerta. (78) Fiquem alerta, soldados! Anexo / Em anexo O adjetivo anexo e a locução adverbial em anexo possuem, basicamente, o mesmo significado. Grama- ticalmente, entretanto, seus usos são diferentes em matéria de concordância. Vale lembrar o fundamental: adjetivos são palavras variáveis (sofrem flexão), ao passo que advérbios e locuções adverbiais são invariáveis (não sofrem flexão). Esquematizando: • anexo adjetivo variável (anexo, anexa, anexos, anexas) • em anexo locução adverbial invariável Logo, o adjetivo anexo irá concordar com o subs- tantivo a quem se liga. Já a locução adverbial em anexo ficará sempre invariável, uma vez que se liga à forma verbal presente na sentença. Exemplos: (79) O documento segue anexo. / Os documentos seguem anexos. / A proposta segue anexa. / As propostas seguem anexas. (80) O documento segue em anexo. / Os documen- tos seguem em anexo. / A proposta segue em anexo. / As propostas seguem em anexo. Bastante Como adjetivo, liga-se a substantivo e é palavra variável, que apresenta flexão de número (bastante, bastantes). Vale registrar que tal forma plural costuma soar estranha aos ouvidos, mesmo sendo aceita pela gramática. Na prática, muitas vezes preferimos usar a forma muitos, muitas para o plural. Exemplos: (81) Ele ainda tem bastante (= muita) coisa para fa- lar. / Ele ainda tem bastantes (= muitas) coisas para falar. (82) Há bastante (= muito) imóvel disponível na região. / Há bastantes (= muitos) imóveis dis- poníveis na região. Aula 27 25Português 7A Como advérbio, trata-se de palavra invariável, fican- do sempre no singular e se ligando mais comumente a verbo ou adjetivo. Exemplos: (83)
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