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Atenção integral à saúde da criança e do adolescente

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@study.sarahs 
AULA 1: O SUS na atenção à saúde da criança 
O período colonial, foi marcado por muitas barbáries 
que contribuíram diretamente para altos índices de 
mortalidade infantil, os quais se mantinham próximos 
a 70%. 
Só em 1988 os direitos das crianças são consagrados 
na constituição federal, e reafirmados no estatuto da 
criança e do adolescente (ECA), a lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990, considera a criança, a pessoa até 12 anos 
incompletos, e o adolescente, a pessoa entre 12 e 18 
anos de idade. 
A constituição de 1988, assume a garantia do direito 
universal à saúde, com a criação do SUS. 
O ministério da saúde considera criança, a pessoa na 
faixa etária de 0 a 9 anos, ou seja, até completar 10 
anos. Primeira infância de 0 a 5, até completar 6 anos. 
Os serviços de pediatria no SUS abrange crianças e 
adolescentes de 0 a 15 anos, ou seja, até completarem 
16 anos. Adolescente e jovem 10 a 24 anos. 
Taxa de mortalidade infantil: quanto mais baixa, 
melhor é a condição social e econômica da população. 
Entre 1980 e 2000 a mortalidade de crianças reduziu 
em um ritmo bem acelerado. Programas adotados 
nesse período, programas de atenção integral a saúde 
da mulher, terapia de reidratação oral, programa 
nacional de imunização (PNI), atenção ao pré-natal. 
 
Taxa de mortalidade = 
𝑛º 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
1000 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠
 
 
 
 
Educação como fator que determina a diminuição da 
mortalidade infantil, educação e em seguida nível de 
renda. 
Situações de saúde da criança brasileira: 
• Afecções perinatais são as principais causas de 
óbito menor que 1 ano de idade 
o Prematuridade 
o Malformações congênitas 
o Infecções perinatais 
o Asfixia intraparto 
o 70% prematuros e com baixo peso ao 
nascer 
o 30% evitáveis 
o Maioria dos partos (e óbitos) ocorre 
em serviços de saúde. 
• 1 a 9 anos 
o Óbitos por causas externas 
▪ Afogamento 
▪ Submersão acidental 
▪ Acidentes de trânsito terrestre 
• Nutrição 
o Déficit de altura para a idade 
o Déficit de peso para a idade 
o Sobrepeso 
o Obesidade 
o Anemia ferropriva 
o Amamentação 
▪ 2006: 14 meses 
▪ Prevalência de amamentação 
exclusiva menor que 4 meses 
▪ “amamentação na primeira 
hora de vida”, diminui em até 
22% óbitos neonatais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção integral à saúde da criança e do adolescente 
@study.sarahs 
Políticas públicas de atenção à saúde da criança: 
 
Política nacional de atenção integral à saúde da 
criança (PNAISC) 
Tem como objetivo “promover e proteger a saúde da 
criança e o aleitamento materno, mediante a atenção 
e cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 
anos de vida, com especial atenção à primeira infância 
e às populações de maior vulnerabilidade, visando à 
redução da morbimortalidade e um ambiente 
facilitador à vida com condições dignas de existência 
e pleno desenvolvimento”, 
Princípios da PNAISC: 
1. Direito a vida e a saúde 
2. Prioridade absoluta da criança 
3. Acesso universal a saúde 
4. Integralidade do cuidado 
5. Equidade em saúde 
6. Ambiente facilitador à vida 
7. Humanização da atenção 
8. Gestão participativa e controle social 
Diretrizes: 
1. Gestão interfederativa das ações de saúde da 
criança 
2. Organização das ações e dos serviços na rede de 
atenção 
3. Promoção da Saúde 
4. Fomento à autonomia do cuidado e da 
corresponsabilidade da família 
5. Qualificação da força de trabalho do SUS 
6. Planejamento e desenvolvimento de ações 
7. Incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento 
8. Monitoramento e avaliação 
9. Intersetorialidade 
Eixos estratégicos: 
Eixo I: Atenção humanizada e qualificada à gestação, 
ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido 
Estratégias: atenção humanizada, RN prematuro 
método canguru; ampliação de leitos neonatais; testes 
rápidos VDRL e HIV no pré-natal; qualificação da 
atenção neonatal na rede de saúde materna; alta 
qualificada do RN da maternidade; seguimento do RN 
de risco, após alta. 
Eixo II - Aleitamento materno e alimentação 
complementar saudável 
Estratégias: apoio à mulher trabalhadora que 
amamenta (MTA); Iniciativa Hospital Amigo da Criança 
(IHAC); Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB); 
rede de Bancos de Leite Humano (rBLH); Mobilização 
social - Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes, para Crianças de Primeira 
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (Nbcal). 
Eixo III - Promoção e acompanhamento do 
crescimento e do desenvolvimento integral 
Estratégias: visita domiciliar e EAD para 
Desenvolvimento na primeira infância, conforme 
orientações da caderneta de saúde da criança; Brasil 
carinhoso; PSE 
Eixo IV - Atenção integral a crianças com agravos 
prevalentes na infância e com doenças crônicas 
Estratégias: atenção integrada às doenças prevalentes 
na infância (Aidpi); linhas de cuidado crianças com 
agravos crônicos. 
Eixo V - Atenção integral à criança em situação de 
violências, prevenção de acidentes e promoção da 
cultura de paz 
Estratégias: linha de cuidado de criança em situação de 
violência. 
Eixo VI - Atenção à saúde de crianças com deficiência 
ou em situações específicas e de vulnerabilidade 
Estratégias: saúde indígena, de crianças negras; saúde 
prisional (trabalho infantil); linha de cuidado crianças 
em situação de rua. 
Eixo VII - Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal 
e materno 
Estratégias: notificação e investigação. 
Saúde 
da 
criança
Atenção 
integral à 
saúde da 
criança
Atenção 
ao RN
Prevenção 
de violencias 
e promoção 
da cultura de 
paz
Investigação 
do óbito 
infantil 
Promoção, 
proteção e 
apoio ao 
aleitamento 
materno
@study.sarahs 
Redes de atenção à saúde: rede cegonha, da pessoa 
com deficiência, de urgência e emergência, de atenção 
psicossocial e de doenças crônicas. 
Política nacional de atenção básica (PNAB): além da 
atenção à demanda espontânea, é fundamental que a 
ESF equilibre com desenvolvimento de ações de saúde 
integral para criança e para a mulher, em especial na 
saúde sexual e reprodutiva. Puericultura, pré-natal, 
riscos/vulnerabilidades, agravos sociais, nutricionais, 
psicossociais, clínico. 
Atenção básica a saúde: PNAN, PNI, PNSB, PSE 
Programa Nacional de Imunização (PNI): as ações são 
coordenadas com objetivo de erradicar, eliminar e 
controlar as doenças imunopreveníveis no território 
brasileiro. Registros na caderneta de saúde da criança 
devem sempre ser observados. 
Programa Saúde na Escola (PSE): foi consagrado o 
tema da saúde como transversal as disciplinas e as 
ações no contexto escolar. Promoção e prevenção de 
doenças e agravos, avaliação das condições de saúde e 
formação de profissionais de saúde e educação. A 
gestão é intersetorial, requer articulação das redes de 
saúde e educação nas três esferas de governo, federal, 
estadual e municipal. 
Atenção à Saúde Bucal: promover a qualidade de vida 
das mulheres e crianças, por meio de ações de 
promoção, prevenção, cuidado, qualificação e 
vigilância em saúde. Deve ter inicio no pré-natal e 
incorporado no acompanhamento e desenvolvimento 
da criança. 
PERGUNTAS DOS SLIDES: 
1. Qual é a definição de criança e primeira 
infância? 
O ministério da saúde considera criança, a pessoa na 
faixa etária de 0 a 9 anos, ou seja, até completar 10 
anos. Primeira infância de 0 a 5, até completar 6 anos. 
2. Você conhece alguma política ou programa 
voltado à saúde da criança? Se sim, fale sobre. 
Programa Nacional de Imunização (PNI): as ações são 
coordenadas com objetivo de erradicar, eliminar e 
controlar as doenças imunopreveníveis no território 
brasileiro. Registros na caderneta de saúde da criança 
devem sempre ser observados. 
3. O quê, do ponto de vista 
Biopsicossociocultural, é importante abordar 
no cuidado a criança no âmbito da Saúde da 
Família?O desenvolvimento e crescimento da criança, onde a 
fase de maior importância é os 5 primeiros anos. 
Aula 2: Caderneta de saúde da criança 
Toda criança nascida em maternidades pública ou 
privada no Brasil tem direito a receber 
gratuitamente a Caderneta de Saúde da Criança, a 
qual deve ser devidamente preenchida e orientada 
pelo profissional por ocasião da alta hospitalar. 
Contém: 
• Informações e orientações sobre saúde; 
• Direitos da criança e dos pais; 
• Registro de nascimento 
• Amamentação e alimentação saudável; 
• Vacinação; 
• Crescimento e desenvolvimento; 
• Sinais de perigo de doenças graves; 
• Prevenção de violências e acidentes, entre outros. 
A segunda parte da Caderneta da Criança é destinada 
aos profissionais de saúde, com espaço para registro de 
informações importantes relacionadas à saúde da 
criança. Contém: 
• Os gráficos de crescimento; 
• Os instrumentos de vigilância do desenvolvimento; 
• Tabelas para registro de vacinas aplicadas 
Direitos da criança: 
• Ser registrada gratuitamente; 
• Realizar o teste do pezinho, idealmente entre o 3º 
e o 7º dias de vida; 
• Ter acesso a serviços de saúde de qualidade; 
• Ter acesso à escola pública e gratuita perto do 
lugar onde mora; 
• Receber gratuitamente as vacinas indicadas no 
calendário básico de vacinação; 
• Ter acesso à água potável e alimentação adequada; 
• Ser acompanhada em seu crescimento e 
desenvolvimento; 
• Ser acompanhada pelos pais durante a internação 
em hospitais; 
• Viver num lugar limpo, ensolarado e arejado; 
• Ter oportunidade de brincar e aprender; 
• Viver em ambiente afetuoso e sem violência 
O Ministério da Saúde recomenda o seguinte 
esquema para as consultas de rotina: 
1ª semana - 1º mês - 2º mês - 4º mês - 6º mês - 9º mês 
- 12º mês - 18º mês - 24º mês; 
A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina 
devem, no mínimo, ser anuais, próximas ao mês de 
aniversário. 
@study.sarahs 
Em todas as consultas de rotina, o profissional de saúde 
deve avaliar e orientar sobre: 
• Alimentação da criança; 
• Peso, comprimento ou altura e perímetro 
cefálico (este último até os 2 anos); 
• Vacinas; 
• Desenvolvimento; 
• Prevenção de acidentes; 
• Identificação de problemas ou riscos para a 
saúde; 
• Outros cuidados para uma boa saúde 
SINAIS DE PERIGO – crianças com 2 meses ou mais 
• Dificuldade para respirar ou respiração rápida 
• Não consegue mamar ou beber líquidos 
• Vomita tudo que ingere 
• Está muito sonolenta, com dificuldade para 
acordar 
• Convulsão ou perda de consciência. 
Gráficos de desenvolvimento: 
• Perímetro cefálico – 0 a 2 anos 
o > +2 escore z: PC acima do esperado 
o ≤ +2 escore Z e ≥ -2 escore Z: PC 
adequado para idade 
o < -2 escore Z: PC abaixo 
• Peso x idade – 0 a 2 anos 
o > +2 escore z: acima do esperado 
o ≤ +2 e ≥ -2 escore Z: adequado para 
idade 
o ≥ -3 e < -2 escore Z: baixo para idade 
o ≤ -3 escore Z: peso muito abaixo 
• Comprimento x idade – 0 a 2 anos 
o > +2 escore z: acima do esperado 
o ≤ +2 e ≥ -2 escore Z: adequado para 
idade 
o ≥ -3 e < -2 escore Z: baixo para idade 
o ≤ -3 escore Z: peso muito abaixo 
• IMC x idade – 0 a 2 anos 
o > +3 escore Z: obesidade 
o ≤ +3 e ≥ +2 escore Z: sobrepeso 
o ≤ +2 e > +1escore Z: risco de sobrepeso 
o ≤ +1 e ≥ -2 escore Z: IMC adequado 
o < -2 e ≥ -3 escore Z: magreza 
o < -3 escore Z: magreza acentuada 
 
 
 
Aula 3: A Estratégia Saúde da Família na Atenção 
à Saúde do Adolescente 
Barreiras na atenção à saúde do adolescente: 
• Falta de investimento dos gestores 
• Descontinuidade na efetivação das 
Políticas/programas 
• Falta de capacitação dos profissionais 
(atualização) 
• Fragilidade na intersetorialidade 
• Falta de reconhecimento dos adolescentes 
como sujeito de direito 
• Juízo de valor entre profissionais e 
adolescentes 
• Existência do mito de que o adolescente não 
adoece ou não têm necessidade em saúde 
• Dúvidas dos profissionais quanto as questões 
éticas/legais na atenção 
• Os adolescentes masculinos carecem de um 
olhar inclusivo 
Objetivo: Proporcionar informações e ferramentas que 
contribuam para mudanças de práticas dos 
profissionais de saúde. Aumentar a vigilância frente a 
situação de iniquidades, violações, e na garantia dos 
direitos sexuais e reprodutivos. 
Como? Ampliando o acesso do adolescente ao serviço 
de saúde; ofertando serviços acolhedores; qualificando 
a atenção em saúde sexual e reprodutiva; promovendo 
a integração com outros setores; incentivando a 
participação juvenil. 
PSE 
O público beneficiário do PSE são os estudantes da 
Educação Básica, gestores e profissionais de educação 
e saúde, comunidade escolar e, de forma mais 
amplificada, estudantes da Rede Federal de Educação 
Profissional e Tecnológica e da Educação de Jovens e 
Adultos (EJA). 
Para alcançar estes propósitos o PSE foi constituído 
por cinco componentes: 
a) Avaliação das Condições de Saúde das crianças, 
adolescentes e jovens que estão na escola pública; 
b) Promoção da Saúde e de atividades de Prevenção; 
c) Educação Permanente e Capacitação dos 
Profissionais da Educação e da Saúde e de Jovens; 
d) Monitoramento e Avaliação da Saúde dos 
Estudantes; 
e) Monitoramento e Avaliação do Programa.

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