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MANUAL PRÁTICO DE PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA

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MANUAL DE PRÁTICA
EM PETIÇÃO INICIAL
TRABALHISTA
Tiago Pereira
@advpratica
SUMÁRIO
1 - Introdução e Apresentação
2 - Maiores erros na elaboração de uma Petição Inicial
3 - Estrutura Básica
4 - Endereçamento
5 - Qualificação
6 - Gratuidade Judiciária
7 - Disposições Preliminares
8 - Do contrato de Trabalho
9 - Tópicos (Fato + Fundamento + Pedidos)
10 - Pedidos
11 - Disposições finais
12 - Valor da Causa
13 - Modelo de Petição Inicial
Introdução e Apresentação
Olá, meu nome é Tiago Pereira, sou advogado trabalhista e nesse manual você vai
aprender um método que pode acelerar em até 8 vezes a elaboração de uma
petição inicial eficiente e estratégica.
Esse método é resultado de mais de 1 mil petições iniciais que eu já elaborei na
minha carreira onde eu percebi o que realmente importa para o magistrado na hora
de ler uma petição inicial (o que geralmente ocorre minutos antes da audiência
trabalhista).
Além de advogado sou professor e criador do maior portal de prática trabalhista
@advpratica (instagram) Advocacia na Prática.
Esse projeto nasceu da lacuna entre a faculdade e a prática jurídica. Eu percebi em
2016 que o mercado era carente de professores que ensinam a prática pura e
resolvi ensinar o que realmente importa para os advogados que querem atuar na
área trabalhista.
Você vai perceber durante esse manual que, as dicas práticas, tem como
fundamento o que de fato acontece nas varas do trabalho. A verdadeira advocacia
trabalhista.
Enquanto você está começando, é fácil elaborar uma petição inicial do zero, ainda
que demore dias, quiçá, semanas, para finalização.
Mas se você atua para reclamante, vai perceber que, para escalar seu negócio (sim,
nosso escritório é um negócio), você vai precisar de eficiência e método.
Já vi advogados perderem prazo prescricional porque não se atentaram ao tempo
para entrar com a ação por demorarem semanas na elaboração de uma inicial.
E esse Manual é somente um capítulo de um livro de prática trabalhista que eu
estou escrevendo para lançar em 2022. Você vai poder ter acesso a uma parte
desse projeto e entender como a prática é o conhecimento mais valioso para a
advocacia.
Sem mais delongas, vamos para a prática!
Tiago Pereira
1. MAIORES ERROS COMETIDOS NA ELABORAÇÃO DA INICIAL
A peça de ingresso, exordial, prefacial ou simplesmente Petição Inicial, é o
instrumento pelo qual se provoca a jurisdição do Estado. É a peça de formalização
do processo onde a parte demanda do judiciário a tutela de seus direitos.
Ocorre que a faculdade não prepara o advogado para a prática e as peças jurídicas
que são elaboradas na graduação, seguem uma teoria que não existe no dia a dia
da advocacia, principalmente trabalhista.
A petição inicial deve seguir alguns parâmetros instituídos na lei, especificamente no
Código de Processo Civil e a CLT, que não é omissa quanto aos seus requisitos,
vejamos, ambos os diplomas.
CPC/2015 Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do
autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
CLT Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio,
o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
Lembrando que, o que prevalece aqui é o disposto no art. 840 da CLT, pois o texto
consolidado não é omisso quanto aos requisitos da inicial.
Então a petição pode ser verbal (quando exercido pelo jus postulandi, vide art. 791
da CLT) ou escrita, quando deverá ser a designação do juízo, qualificação das
partes, breve exposição dos fatos, pedido e indicação do valor, além da assinatura
do reclamante ou seu representante.
Antes de te ensinar como fazer uma petição inicial trabalhista na prática, vamos
elencar os maiores erros que os advogados cometem na hora de elaborar suas
iniciais.
Erro 1 - Uso indiscriminado de modelos
Esse erro é o mais comum e o primeiro que os advogados cometem, pois pela falta
de experiência, procuram uma referência.
Nada de errado em usar modelos, porém tem colegas usando modelos trocando
somente a qualificação das partes, sendo comum acharmos um texto fora de
contexto ou fatos que não são inerentes a causa, pois o modelo tratava de outro
caso.
Erro 2 - Ser perfeccionista
A primeira peça nunca será a melhor ou a mais perfeita. A petição tem que ser
eficiente, por mais que você não desenvolva ainda a capacidade argumentativa.
Não é raro ver petições que o advogado narra o fato, menciona a lei e faz o pedido.
Simples assim. E é uma peça SUPER EFICIENTE, pois o juiz vai entender do que
se trata.
Se você for perfeccionista, você vai demorar dias, até semanas, para distribuir suas
petições e enquanto isso a prescrição está "comendo" o direito do seu cliente.
Erro 3 - Ser prolixo demais
Imagina a situação: O juiz tem 15 audiências na pauta do dia e geralmente lê a
petição inicial minutos antes da audiência. Você acha que o juiz vai parar para ler
uma peça de 45 laudas?
Existe o que chamamos de leitura dedutiva e cada juiz tem sua forma de ler as
iniciais. Conheci um grande amigo que é magistrado e a forma de ler dele é: ir direto
nos pedidos.
Se você for objetivo, focar nos fatos e não se preocupar com fundamentação
extensa ou inclusão de doutrinas e jurisprudências, as chances da sua inicial ser
compreendida é grande, o que aumenta as chances de êxito na demanda.
Vou mostrar como ser objetivo sem deixar nenhum detalhe para trás.
Erro 4 - Não se preocupar com o atendimento
Toda estratégia que vai ser lançada na inicial começa com um bom atendimento.
Colhendo detalhes dos fatos você sabe se é o caso de uma tutela de urgência, de
pedido alternativo ou subsidiário, de inclusão de grupo econômico ou terceirizada,
enfim.
Ocorre que o advogado não dá atenção para o atendimento e fica mais preocupado
em encher sua inicial de jurisprudência atrasada e de tribunal diferente do dele.
Foque nos fatos, busque detalhes e peça para o seu cliente contar TUDO o que
sabe e se puder, converse até com as testemunhas antes de fazer suas iniciais e
você vai ver como isso pode enriquecer sua peça e ajudar na produção da prova.
Erro 5 - Invocar jurisprudência de tribunal diverso do que atua e/ou atrasada
Eu raramente invoco jurisprudência nas minhas iniciais, a não ser que seja algo
novo, polêmico e que não tenha jurisprudência majoritária formada.
Porém se for colacionar as ementas, procure jurisprudência do seu tribunal, pois é o
entendimento dos desembargadores que vai prevalecer caso você precise recorrer
ao TRT.
Posso usar uma jurisprudência de TRT diferente para mostrar outro ponto sobre a
matéria que o seu tribunal não entenda como o correto.
Outro erro é indicar jurisprudência de 10, 15, até 20 anos atrás. A sociedade evolui
e assim as relações sociais também evoluem. Portanto, a jurisprudência sempre
deve acompanhar essas atualizações.
Busque jurisprudências atuais, de pelo menos até 5 anos atrás.
Erro 6 - Não revisar a peça antes de distribuir a ação
Não raro eu vejo advogados que me seguem, desesperados porque esqueceram de
lançar o pedido ou a causa de pedir nas suas iniciais e buscam o aditamento.
Isso ocorre também com documentos. Descobrem já na audiência ou próximo do
julgamento que esqueceram de juntar determinado documento.
Uma vez em audiência, estava pelo reclamante e a reclamada juntou a defesa em
branco, somente os documentos, ou seja, não conferiu.Erro 7 - Não saber cálculos
É muito comum advogados delegarem a tarefa de elaboração da inicial para outros
colegas ou até mesmo para estagiários.
Porém, na hora de tentar o acordo, não sabe explicar para o juiz como chegou
naqueles valores indicados nos pedidos.
O juiz ouve a proposta da reclamada, o advogado do reclamante faz a
contraproposta totalmente fora do razoável e o juiz questiona como chegou naquele
valor.
O advogado deve saber cálculos para poder explicar ao juiz o valor indicado na sua
inicial.
Erro 8 - Não fazer um rascunho para criar estratégias
Advogado afoito e apressado quase sempre prejudica o seu cliente. A ansiedade é
a inimiga da estratégia e eu já vivi isso na prática.
Antes de abrir o Word e começar a escrever, o advogado deve fazer 3 pesquisas
básicas para criar um rascunho da sua petição inicial: 1) Pesquisa da jurisprudência,
2) pesquisa de Acordo ou Convenção Coletiva, 3) Pesquisa de processos contra a
mesma empresa.
Com essas informações fica fácil traçar uma estratégia, como por exemplo, usar
uma prova produzida em outro processo contra a mesma empresa e juntar como
prova emprestada, pegar depoimentos que tenham fatos que possam ajudar na sua
inicial, enfim.
Com essas informações na mão, você elabora um rascunho elencado tópico por
tópico com a referência legal e jurisprudencial (se for o caso).
2. ESTRUTURA BÁSICA DE UMA PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA
Não existe uma estrutura CERTA ou ERRADA, o que tem é a que melhor te atende
e eu acredito que essa estrutura é a mais eficiente.
A) ENDEREÇAMENTO
B) QUALIFICAÇÃO
C) DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
D) DO CONTRATO DE TRABALHO
E) TÓPICOS (FATO + FUNDAMENTO + PEDIDO)
F) PEDIDOS
G) DISPOSIÇÕES FINAIS
H) VALOR DA CAUSA
Vou exemplificar a estrutura de uma ação em que o reclamante laborava 1 hora
extra por semana, bem como gozava somente 30 minutos do intervalo para
descanso com redução sem negociação coletiva.
3. ENDEREÇAMENTO
O endereçamento na inicial diz respeito a qual juízo será endereçada a sua petição.
Após o CPC de 2015, muito se discute se a expressão "Excelentíssimo Senhor
Doutor Juiz..." já é ultrapassada pela menção ao juízo da causa.
O que se sabe é que POUCO IMPORTA para a prática, pois até procuradores ainda
utilizam o termo "Exmo. Sr. Dr. Juiz do Trabalho..."
Mas, por uma boa técnica, utilize a expressão JUÍZO para endereçar suas iniciais.
Observação importante quanto a competência territorial, vejamos:
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será
da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o
empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização
em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em
contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do
lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação
no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Então o endereçamento deverá ser feito assim:
AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE _______________
OU
AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DO TRABALHO DA CIDADE DE
____________
4. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
O CPC trouxe inovação quanto a qualificação das partes quando dispõe que a
qualificação deve conter:
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
Na prática, a ausência de informações não essenciais para identificação das partes
(e-mail, por exemplo) não tem sido motivo para emenda da inicial, mas é importante
prestar atenção nisso.
Já vi juízes negarem gratuidade porque na qualificação constava a profissão do
reclamante dando a entender que ele estivesse trabalhando.
Devo omitir esse fato? Não, porém frise no tópico de gratuidade (que veremos a
seguir) que o reclamante está desempregado ou que não possui condições
financeiras de arcar com as custas processuais, fazendo prova da situação.
É de boa técnica indicar o endereço eletrônico das partes, principalmente da
reclamada, pois tivemos mudanças recentes no CPC de 2015 através da Lei 14.195
que alterou o art. 246, vejamos:
Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até
2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços
eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme
regulamento do Conselho Nacional de Justiça.
Na prática, sua qualificação vai ficar assim:
JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, pedreiro, portador do RG n. XXXXXXXX-XX,
inscrito no CPF sob n. XXXXXXXX-XX, residente e domiciliado na Rua
XXXXXXXXX, n. XX, Bairro XXXXXXX, Cidade de XXXXXXX/XX, CEP
XXXXX-XXX, com endereço eletrônico xxxxxxxxx@xxxxxx.com, por meio de seu
advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência
propor a presente AÇÃO TRABALHISTA contra MERCADO DO ZEZINHO,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.
XX.XXX.XXX/XXXX-XX, localizada na Rua XXXXXXXX, n. XX, Bairro XXXXX,
Cidade XXXXXX/XX, CEP XXXXX-XXX, pelos motivos de fato e de direito que
seguem.
5. GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Não é regra inserir esse tópico logo após a qualificação, mas ao meu ver é a melhor
técnica já descrever a situação econômica do cliente em tempos que a gratuidade é
mitigada pela reforma trabalhista.
Nesse tópico, é comum advogados ainda se ampararem no revogado art. 4º da Lei
1.060/50 para fundamentar o pedido, porém os requisitos para concessão estão
previstos no art. 790, §3º da CLT, vejamos:
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá
às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
[...]
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da
justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Podemos identificar dois requisitos, sendo um deles objetivo que é a percepção de
salário igual ou inferior a 40% do teto da previdência (que hoje, 2021, está em R$
6.433,57) e o segundo, subjetivo, em que a parte deverá comprovar a situação de
hipossuficiência econômica.
mailto:xxxxxxxxx@xxxxxx.com
Um se presume e o outro se prova.
A dica é, sempre procure provar a situação econômica do cliente, juntando provas
como declaração do IR, extrato bancário, holerites, consulta Serasa e SCPC se tiver
nome negativado, dentre outros.
O tópico deve ser redigido assim:
DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
O reclamante é pessoa humilde e não possui proventos suficientes para arcar
com as custas processuais, sendo o que se vê do farto conjunto probatório
encartado nos autos.
Possui renda de R$ XXXXX, valor inferior a 40% do teto da previdência, bem
como encontra-se desempregado e com o nome negativado.
Portanto, preenchidos os requisitos do art. 790, §3º da CLT, requer a concessão
da gratuidade judiciária.
6. TÓPICO DE INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O CONTRATO DE TRABALHO
Um dos tópicos mais importantes (e o mais desprezado pelos advogados) é o do
contrato de trabalho, pois aqui o juiz vai extrair as principais informações para
conduzir a lide,principalmente a audiência.
Não é raro os juízes caírem direto nesse tópico antes da audiência começar, isso
para delimitar o período dos fatos que serão objeto de prova, para analisar eventual
prescrição, ter base para apresentar uma proposta de acordo para as partes, enfim.
Quanto mais objetivo e simples for esse tópico, mais fácil e rápido será a
compreensão do juiz.
Vamos para a prática.
Você tem duas opções: usar uma tabela simples OU descrever os dados em no
máximo dois parágrafos.
DO CONTRATO DE TRABALHO
Alternativa 1)
Admissão 13/04/2018
Demissão 22/11/2020
Função Operador de Máquina
Salário final R$ 1.860,00
Jornada De seg à sex das 07hs às 17hs com 30min de almoço
Tipo de
extinção
Sem justa causa
Alternativa 2)
DO CONTRATO DE TRABALHO
O reclamante foi admitido pela reclamada em 13/04/2018 na função de Operador
de Máquina com salário inicial de R$ 1.860,00 e jornada de segunda à sexta das
07hs às 17hs com 30 minutos para descanso e refeição.
Foi dispensado sem justa causa em 22/11/2020.
Durante a contratualidade a reclamada reduziu de forma unilateral o intervalo para
descanso e refeição, bem como exigia o labor acima das 44 horas semanais sem
a respectiva remuneração.
Destarte, vem o obreiro à este juízo requerer horas extras e indenização do
intervalo intrajornada nos termos que seguem.
7. CAUSA DE PEDIR (VERBAS PLEITEADAS SEPARADAS POR TÓPICO)
A estética da peça é importante, porém a estrutura lógica é mais importante ainda a
fim de conferir ao julgador melhor compreensão dos fatos por ordem de importância
e cronológica.
Por exemplo: se o reclamante sofreu acidente de trabalho e ainda não recebeu as
verbas rescisórias, comece sua peça pelo pedido de maior valor econômico, ou
seja, dano material e moral decorrentes do acidente. As verbas rescisórias podem
vir em seguida.
Outro ponto importante é ser simples e objetivo no fundamento, mas detalhista nos
fatos, pois no processo do trabalho, pelo princípio da primazia da realidade, o que
importa é o contrato realidade, o que de fato aconteceu na relação de emprego.
Contudo, não se pode deixar de lado a boa técnica, a argumentação lógica dos
fatos com aplicação prática dos fundamentos, bem como observar o disposto no art.
319 do CPC, sob pena da sua peça ser indeferida.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades
capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no
prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão
o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.
Use a estrutura do fato, acrescido do fundamento e por fim o pedido. Use e abuse
do silogismo jurídico, que é um modo de raciocinar com fundamento na dedução.
Partindo de uma premissa maior para uma premissa menor e por fim a conclusão.
Até porque, o sistema processual comum (aplicado ao processo do trabalho neste
particular) é pela inépcia da inicial quando da narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão (art. 330, parágrafo 1º, III do CPC).
Vamos exemplificar:
Fato (Premissa menor): João recebeu suas verbas rescisórias 30 dias depois do
término do seu contrato.
Fundamento (Premissa maior): O art. 477 da CLT prevê que o empregador deverá
pagar as verbas no prazo de 10 dias após a extinção do contrato de trabalho.
Pedido (conclusão): Logo, João faz jus a multa prevista no art. 477, parágrafo 8º
da CLT no importe de um salário contratual (consequência jurídica do fato).
Uma observação importante é que sempre deve a causa de pedir estar
acompanhada do pedido sob pena de indeferimento da inicial (art. 330 CPC).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
Vamos ver como ficaria no caso da petição inicial que estamos elaborando cujo
reclamante faz jus a horas extras e intervalo intrajornada.
DA HORA EXTRA ALÉM DA 44ª SEMANAL
O reclamante trabalhava de segunda à sexta das 07hs às 17hs com apenas 30
minutos de intervalo para descanso e refeição. Da jornada, extrai-se que o
reclamante laborava 45 horas semanais, desconsiderando o intervalo suprimido,
que será objeto de pedido próprio a seguir.
Nos termos do art. 7º, inciso XIII da CF e art. 58 da CLT a jornada semanal não
poderá exceder de 44 horas sob pena de pagamento da hora extraordinária com
acréscimo de 50% nos termos do inciso XVI do art. 7º da Carta Maior.
Portanto, o reclamante faz jus a 1 hora extra semanal com acréscimo de 50% e
reflexos em DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de ⅓, 13º salário e
FGTS + multa de 40%.
DO INTERVALO PARA DESCANSO E REFEIÇÃO
Como já narrado acima, o reclamante laborava de segunda à sexta das 7hs às
17hs com 30 minutos para descanso e refeição sem a devida negociação coletiva
com o sindicato da categoria.
Prescreve o art. 71 da CLT que o empregado fará jus a um intervalo de pelo
menos 1 hora quando sua jornada for acima de 6 horas diárias, de maneira que, a
redução do intervalo só será válida quando precedida de negociação coletiva nos
termos do art. 611-A, III do texto consolidado. O desrespeito ao intervalo
intrajornada enseja o pagamento do período suprimido com adicional de 50% nos
termos do parágrafo 3º do Art. 71 também da CLT.
Portanto, requer a condenação da reclamada no pagamento de 30 minutos diários
com acréscimo de 50% por todo o pacto laboral.
8. PEDIDOS
Nos termos do art. 840, parágrafo 1º da CLT o pedido deve ser certo, determinado e
com a indicação do seu valor. Por óbvio devemos ser claros nos pedidos a fim de
possibilitar a tutela jurisdicional e entrega do bem da vida pretendido pela parte e
resistido pela parte contrária.
Temos na petição o pedido imediato e o pedido mediato, sendo o primeiro a
prestação da tutela jurisdicional, podendo ser declaratório, condenatório ou
constitutivo, e o segundo o bem que se pretende na reclamação.
Então sempre tenha em mente que para cada fato relevante que resulte em uma
consequência jurídica, deve ter o seu respectivo pedido, certo, determinado e com a
indicação do seu valor (se condenatório a pagamento) ou suas especificações (se
for obrigação de fazer ou não fazer e entrega de coisa certa ou incerta).
Nas ações trabalhistas é muito comum a parte fazer diversos pedidos na mesma
ação, acumulando estes quando derivados da relação de trabalho ou emprego.
Vejamos:
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo
réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de
procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um
ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as
disposições sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que
trata o art. 326 .
Um exemplo de cumulação de pedidos é o pagamento de verbas rescisórias com a
multa do art. 467 e 477 da CLT, pois tais multas decorrem do inadimplemento das
rescisórias.
Pode o autor formular pedidos alternativos (Art. 325, CPC), quando o réu puder
cumprir a prestação de mais de um modo, como no caso de insalubridade ou
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art326
periculosidade quando não se tem certeza de quais agentes nocivos o empregado
estava exposto durante o contrato de trabalho.
E por fim os pedidos subsidiários (art. 326, CPC) que podem ser requeridos por uma
ordem a fim de que o juiz conheça do pedido posterior se não conhecer do anterior.
Exemplo clássico é quando se pede a reintegração da reclamante dispensadagrávida, porém com fulcro no art. 496, da CLT aplicado de forma análoga, possa o
juiz condenar a empresa na indenização substitutiva caso seja desaconselhável a
reintegração da obreira.
Com a reforma é necessário que o advogado indique o valor dos pedidos e neste
ponto, estamos vendo cada juiz adotar um procedimento diferente e, às vezes,
arbitrário demais.
A jurisprudência do TST vem no sentido de que o art. 840, parágrafo 1º da CLT
alterado com a Lei 13.467/17 não exige a pormenorização dos valores indicados
nos pedidos, tampouco a juntada de memória de cálculo como alguns juízes vem
exigindo.
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO COATOR
CONSUBSTANCIADO EM DETERMINAÇÃO DE EMENDA DA PETIÇÃO
INICIAL PARA JUNTADA DE PLANILHA CONTÁBIL. ÓBICE
INJUSTIFICADO AO ACESSO À JUSTIÇA. LEI Nº 13.467, DE 2017.
EXIGÊNCIA QUE NÃO CONSTA DO ART. 840, § 1º, DA CLT TAMPOUCO
DO ART. 319 A 324 DO CPC DE 2015. ATO TERATOLÓGICO.
AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO DA OJ Nº 92 DA SBDI-2 DO TST.
SEGURANÇA CONCEDIDA. Cuida-se de mandado de segurança impetrado
para impugnar despacho de emenda da petição inicial, em fase de
conhecimento de reclamação trabalhista. A autoridade reputada coatora, com
base no art. 840, § 1º, da CLT, exigiu que o Reclamante complementasse a
petição inicial com planilha contábil, sob pena de extinção do processo sem
resolução do mérito. Na sessão de julgamento ocorrida em 6 de novembro
de 2018, por ocasião do julgamento dos RO - 406-27.2017.5.10.0000 e RO -
144-28.2011.5.05.0000, a SBDI-2/TST considerou inaplicável o teor da
Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-2/TST sempre que o ato coator se
revestir de ilegalidade ou for divergente da jurisprudência pacífica dessa
Corte Superior e não houver meio processual para evitar o prejuízo imediato
à parte impetrante. No caso em tela, verifica-se que, na petição inicial do
processo subjacente, o Reclamante atribuiu valor a cada um dos pedidos. O
pedido é certo e determinado, tal como exigem os arts. 840 e 319 a 324 do
CPC de 2015. No âmbito da fase processual de conhecimento, não há a
impreterível necessidade de que profissionais da contabilidade apurem, de
início, o alegado "quantum" devido. Com isso, o condicionamento do
exercício do direito de ação à juntada de planilha contábil é medida
manifestamente ilegal. Segurança concedida para assegurar o
processamento da reclamatória independentemente da juntada de laudo
pericial contábil. Recurso ordinário provido. (TST - RO: 3682420185120000,
Relator: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 01/10/2019,
Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação:
DEJT 22/11/2019)
Caso isso ocorra, você pode tomar duas atitudes: Mandado de Segurança ao TRT
da sua região OU esperar a sentença extinguindo o feito sem resolução de mérito e
interpor Recurso Ordinário (essa medida mais demorada e desaconselhável).
A boa técnica processual e a prática tem trazido uma forma simples de elencar os
pedidos e indicar os valores, desde que sejam aproximados do que realmente
seriam na fase de liquidação de sentença.
Observação importante quanto a indicação do valor no pedido de honorários de
sucumbência: há juízes que exigem a indicação do valor nesse pedido e outros
dispensam, mas eu recomendo sempre indicar para não ter surpresa e ter o feito
julgado sem resolução de mérito por inépcia da inicial.
Vejamos o exemplo:
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto acima requer:
1 - A concessão da gratuidade judiciária pelos termos do art. 790, §3º da CLT;
2 - A intimação da reclamada para que, querendo, apresente defesa no momento
oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos;
3 - A procedência total da ação para condenar a reclamada em:
3.1 - Pagamento de 1 hora extra semanal com acréscimo de 50% e
reflexos em DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de ⅓, 13º salário e
FGTS + multa de
40%.................................................................................................................R$
3.317,09 (três mil trezentos e dezessete reais e nove centavos);
3.2 - Pagamento de 30 minutos diários de intervalo intrajornada suprimido
com acréscimo de
50%............................................................................................R$ 4.324,50 (quatro
mil trezentos e vinte e quatro reais e cinquenta centavos);
3.3 - Pagamento de honorários de sucumbência em 15% sobre o que
resultar a condenação………………………………………………………………. R$
1.146,23 (um mil cento e quarenta e seis reais e vinte e três centavos);
9. REQUERIMENTOS FINAIS
Compõem os requerimentos finais o pedido de produção de prova, intimação do
advogado e outros até declaram a autenticidade dos documentos nos termos do art.
830 da CLT.
Não há muito o que discorrer nesse tema, pois são requerimentos simples e de
praxe na justiça do trabalho.
DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito em
especial a prova documental e testemunhal, sendo esta produzida durante a
instrução processual.
Requer ainda sejam todas as intimações e publicações endereçadas ao advogado
(dados do advogado e endereço eletrônico) sob pena de nulidade nos termos da
súmula 427 do C. TST.
Nos termos do art. 830 da CLT o patrono declara autênticos todos os documentos
acostados nos autos.
10. VALOR DA CAUSA
No processo do trabalho, o rito adotado depende do valor da causa, sendo da
seguinte forma:
- Rito Ordinário - acima de 40 salários mínimo
- Rito Sumaríssimo - acima de 2 e até 40 salários mínimo
- RIto Sumário - até 2 salários mínimo
Quanto ao valor da causa, vale registrar o disposto no art. 292 do CPC:
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
[...]
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia
correspondente à soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido
principal.
Muito embora a CLT seja omissa quanto a forma de indicar o valor da causa,
usamos o processo comum como fonte subsidiária, logo, na maioria das ações
trabalhistas, o valor da causa é a soma dos pedidos.
Vejamos o exemplo.
Dá-se a causa o valor de R$ 8.697,82 (oito mil seiscentos e noventa e sete
reais e oitenta e dois centavos).
Termos em que
Pede deferimento
Local e Data
Advogado e OAB
CONCLUSÃO
Longe de mim tentar esgotar o tema da petição inicial nesse simples trabalho,
porém tentei entregar o máximo possível de dicas práticas que vão te ajudar a
elaborar suas iniciais sem o risco de um indeferimento ou pedido de emenda.
Que este manual seja um guia para sua advocacia decolar e você viver do que
sempre sonhou que é a advocacia.
Sucesso e é só o começo.
Tiago Pereira
Advogado e Professor
Criador do Portal Advocacia na Prática.
MODELO ESTRUTURADO DA PETIÇÃO INICIAL DETALHADA NO
MANUAL
AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DO TRABALHO DA CIDADE DE ____________
JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, pedreiro, portador do RG n. XXXXXXXX-XX,
inscrito no CPF sob n. XXXXXXXX-XX, residente e domiciliado na Rua
XXXXXXXXX, n. XX, Bairro XXXXXXX, Cidade de XXXXXXX/XX, CEP
XXXXX-XXX, com endereço eletrônico xxxxxxxxx@xxxxxx.com, por meio de seu
advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência
propor a presente AÇÃO TRABALHISTA contra MERCADO DO ZEZINHO, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n. XX.XXX.XXX/XXXX-XX,
localizada na Rua XXXXXXXX, n. XX, Bairro XXXXX, Cidade XXXXXX/XX, CEP
XXXXX-XXX, pelos motivos de fato e de direito que seguem.
DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
O reclamante é pessoa humilde e não possui proventos suficientes para arcar com
as custas processuais, sendo o que se vê do farto conjunto probatório encartado
nos autos.
Possui renda de R$ XXXXX, valor inferior a 40% do teto da previdência, bem como
encontra-se desempregado e com o nome negativado.
Portanto, preenchidos os requisitos do art. 790, §3º da CLT, requer a concessão da
gratuidade judiciária.
DO CONTRATO DE TRABALHO
Admissão13/04/2018
mailto:xxxxxxxxx@xxxxxx.com
Demissão 22/11/2020
Função Operador de Máquina
Salário final R$ 1.860,00
Jornada De seg à sex das 07hs às 17hs com 30min de almoço
Tipo de
extinção
Sem justa causa
DA HORA EXTRA ALÉM DA 44ª SEMANAL
O reclamante trabalhava de segunda à sexta das 07hs às 17hs com apenas 30
minutos de intervalo para descanso e refeição. Da jornada, extrai-se que o
reclamante laborava 45 horas semanais, desconsiderando o intervalo suprimido,
que será objeto de pedido próprio a seguir.
Nos termos do art. 7º, inciso XIII da CF e art. 58 da CLT a jornada semanal não
poderá exceder de 44 horas sob pena de pagamento da hora extraordinária com
acréscimo de 50% nos termos do inciso XVI do art. 7º da Carta Maior.
Portanto, o reclamante faz jus a 1 hora extra semanal com acréscimo de 50% e
reflexos em DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de ⅓, 13º salário e
FGTS + multa de 40%.
DO INTERVALO PARA DESCANSO E REFEIÇÃO
Como já narrado acima, o reclamante laborava de segunda à sexta das 7hs às 17hs
com 30 minutos para descanso e refeição sem a devida negociação coletiva com o
sindicato da categoria.
Prescreve o art. 71 da CLT que o empregado fará jus a um intervalo de pelo menos
1 hora quando sua jornada for acima de 6 horas diárias, de maneira que, a redução
do intervalo só será válida quando precedida de negociação coletiva nos termos do
art. 611-A, III do texto consolidado. O desrespeito ao intervalo intrajornada enseja o
pagamento do período suprimido com adicional de 50% nos termos do parágrafo 3º
do Art. 71 também da CLT.
Portanto, requer a condenação da reclamada no pagamento de 30 minutos diários
com acréscimo de 50% por todo o pacto laboral.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto acima requer:
1 - A concessão da gratuidade judiciária pelos termos do art. 790, §3º da CLT;
2 - A intimação da reclamada para que, querendo, apresente defesa no momento
oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos;
3 - A procedência total da ação para condenar a reclamada em:
3.1 - Pagamento de 1 hora extra semanal com acréscimo de 50% e reflexos
em DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de ⅓, 13º salário e FGTS +
multa de
40%.................................................................................................................R$
3.317,09 (três mil trezentos e dezessete reais e nove centavos);
3.2 - Pagamento de 30 minutos diários de intervalo intrajornada suprimido
com acréscimo de 50%............................................................................................R$
4.324,50 (quatro mil trezentos e vinte e quatro reais e cinquenta centavos);
3.3 - Pagamento de honorários de sucumbência em 15% sobre o que resultar
a condenação………………………………………………………………. R$ 1.146,23
(um mil cento e quarenta e seis reais e vinte e três centavos);
DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito em
especial a prova documental e testemunhal, sendo esta produzida durante a
instrução processual.
Requer ainda sejam todas as intimações e publicações endereçadas ao advogado
(dados do advogado e endereço eletrônico) sob pena de nulidade nos termos da
súmula 427 do C. TST.
Nos termos do art. 830 da CLT o patrono declara autênticos todos os documentos
acostados nos autos.
Dá-se a causa o valor de R$ 8.697,82 (oito mil seiscentos e noventa e sete
reais e oitenta e dois centavos).
Termos em que
Pede deferimento
Local e Data
Advogado e OAB

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