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1 
 
Disciplina: Brincando e Aprendendo: A Brincadeira como Princípio Educativo 
Autores: D.ra Regina Emiko Shudo 
Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral 
ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe 
da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas 
solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Regina Emiko Shudo 
 
 
 
Brincando e Aprendendo: 
A Brincadeira como Princípio 
Educativo 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
SHUDO, Regina Emiko 
Brincando e Aprendendo: A Brincadeira como Princípio Educativo / 
Regina Emiko Shudo. – Curitiba, 2015. 
44 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Didática do Ensino – Faculdade São 
Braz (FSB), 2015. 
 ISBN: 978-85-94439-54-3 
 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Claudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e 
grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração 
entre professores e estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
APRESENTAÇÃO 
O brincar deve ser um dos principais objetivos da educação infantil. Com 
o brincar nas escolas infantis é possível proporcionar o desenvolvimento das 
capacidades: motora, infantil, ética, cognitiva, motora, afetiva, estática, relação 
e inserção interpessoal na sociedade. 
O ato de brincar, é iniciado pela criança e é fundamental que ocorra de 
forma espontânea, podendo também sendo conduzido pelo adulto, em ambos 
os casos proporcionam o desenvolvimento e a aprendizagem. 
No movimento de brincar a criança tem a possibilidade de conhecer as 
pessoas com quem convive em seu espaço social, espaço onde convive, 
conhece o próprio corpo e desenvolve a autonomia, construindo sua identidade; 
tendo a oportunidade de aprender normas, valores, conceitos e regras. 
No ato de brincar desenvolve-se também as linguagens: oral, escrita, a 
musical, a matemática e a plástica. 
No brincar, a criança desenvolve atividades livres e o “ato de brincar” deve 
ser contemplado no ambiente escolar (fazendo parte das práticas educativas) 
para que desperte na criança o prazer de estar na escola e desenvolva a 
liberdade de expressão nos mesmos. 
O professor poderá ainda observar a criança, nas suas relações com 
outros colegas, nas relações estabelecidas com os objetos, e ainda, nas 
descobertas e desafios que cada brinquedo do parque pode proporcionar. 
Mesmo brincando o professor poderá conduzir e orientar a brincadeira, tornando-
a mais atraente, desafiadora. 
Desde muito cedo, é importante que a criança explore e manipule diversos 
objetos, brinquedos. Ao explorar determinado brinquedo, ela já estará brincando 
de descobrir, brincando de criar e imaginar as possibilidades que ele oferece. Ao 
brincar, as crianças ainda refletem, questionam e buscam, gradativamente, 
compreender as formas culturais nas quais ela vive, construindo a realidade que 
a circunda. 
Brincando, as crianças convivem com suas diferenças, desenvolvendo a 
imaginação e a criatividade e apropriando-se de conhecimentos e sentimentos e 
muitas vezes, aprendem o exercício da iniciativa, da partilha e da decisão. 
 
 
 
6 
 
Aula 1 – A criança como foco central da educação infantil 
Apresentação Aula 1 
 Nesta aula serão elucidados alguns conceitos e questionamentos sobre a 
educação infantil, os quais contribuirão na construção e na busca da importância 
do brincar na Educação Infantil. 
 
 
1. A criança como foco central da educação infantil 
 
Ao abordar-se a temática da educação Infantil surgiram diversos 
questionamentos, os quais irão contribuir com o processo da construção e busca 
de conhecimentos na área da educação infantil e sobre a importância do brincar. 
 
Para Refletir 
Qual é a prioridade na educação infantil? 
Qual é o atendimento da demanda escolar? E o atendimento 
às famílias? E as estruturação das instituições? 
Será que as crianças são as protagonistas da educação 
infantil? 
Será que todos os direitos são assegurados à todas as 
crianças do nosso país? 
 
Certamente todo universo que abrange a educação infantil é importante, 
no entanto, muitas vezes esquece-se que o foco central da educação infantil são 
as crianças. 
Neste contexto será enfatizada a importância da Educação Infantil no 
Brasil e as práticas educativas que permeiam o cotidiano das instituições infantis, 
para então compreender-se o quão significativo é o brincar na infância. 
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter 
como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação 
e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, 
assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, 
à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. 
 
 
 
7 
 
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter 
como objetivo garantir à criança acesso aos processos de apropriação, 
renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes 
linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, 
ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras 
crianças. (DCNEI/MEC, 2010). 
Segundo as DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil), 
artigo 9º, os eixos norteadores das práticas pedagógicas devem ser as 
interações e a brincadeira, indicando que não se pode pensar no brincar sem as 
interações: 
 Interação com a professor; 
 Interação com as crianças; 
 Interação com os brinquedos e materiais; 
 A interação entre criança e ambiente; 
 As interações (relações) entre a Instituição, a família e a criança. 
 
 
 
Experiências positivas na primeira infância contribuem para o 
desenvolvimento saudável do cérebro, permitindo que a 
arquitetura cerebral seja sólida e tenha uma estrutura mais apta 
a superar dificuldades do que a de uma pessoa cuja primeira 
infância tenha sido marcada por experiências notadamente 
ruins. (NELSON, 2001. S/p.) 
 
 
 
 
 
1.1. Um breve histórico da Educação Infantil Brasileira 
 
Instituições destinadas ao cuidado de crianças entre 0 e 6 anos de idade 
começam a surgir na Europa no início do século XIX, marcadas pelas 
concepções de infância, de assistência e de escolarização da época. 
Devido ao processo de industrialização começaram a surgir espaços que 
garantissem a “disciplina” e o “controle” das crianças, enquanto suas mães, 
motivadas pelo mercado de trabalho deixavam os afazeres domésticos paraatuar nas fábricas. 
 
 
8 
 
À medida que as transformações ocorridas na Europa e nos Estados 
Unidos favoreceram a divulgação dessas ideias, as instituições de Educação 
Infantil passaram a ser conhecidas internacionalmente, chegando inclusive ao 
Brasil. 
É importante compreender que a educação infantil não surgiu como um 
entendimento do direito à educação, mas como uma espécie de “solução” para 
que os problemas sociais como o desamparo da criança pequena. Os 
fundamentos que moviam as primeiras instituições de educação infantil no Brasil 
eram marcados pela medicina e pela assistência. 
Entre tantas influências que ajudaram a fazer circular modelos de 
Educação Infantil, talvez o mais influente e mais citado seja aquele criado na 
Alemanha pelo pedagogo Friedrich Fröebel (1782-1852), chamado kindergarten 
e que deu origem à denominação jardim de infância. 
A partir de 1880, já se falava com mais frequência em jardins de infância 
no Brasil, e alguns textos de grande repercussão, como uma lei de 1879, 
assinada por Leôncio de Carvalho, ministro do Império e um Parecer assinado 
pelo jurista Rui Barbosa em 1882, indicavam claramente a necessidade de oferta 
de Educação Infantil por parte do Estado. 
Moysés Kuhlmann Jr., pesquisador brasileiro, relata que a primeira creche 
surgiu ao lado da Fábrica de Tecidos Corcovado, em 1899, no Rio de Janeiro. 
Em 1923, as autoridades governamentais reconheceram a grande presença 
feminina no trabalho industrial e em 1932, o trabalho feminino foi regulamentado 
através da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em 1940, foi criado o 
Departamento Nacional da Criança que, em 1942 apresentou à sociedade um 
plano de instituição única para a assistência à infância, a “Casa da Criança”. Em 
1961, após mais de uma década de debates e disputas políticas, o Congresso 
Nacional aprovou a Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961, que apresentava 
uma ampla reforma para a educação brasileira, onde a criança de 0 a 6 anos se 
torna, pela primeira vez no texto da lei, detentora do direito a receber educação. 
No início da década de 70, em meio à Ditadura Militar foi sancionada a Lei 5692, 
de 11 de agosto de 1971, que representou um retrocesso, pois ela praticamente 
retirou dos governos quaisquer obrigações escolares relacionadas às crianças 
pequenas. 
 
 
9 
 
Neste cenário surgem os projetos “casulos” desenvolvidos pela Legião 
Brasileira de Assistência, a LBA, destinados a “cuidar” das crianças oferecendo 
alimentação e higiene, através do trabalho voluntário. 
Apesar do retrocesso, em 1974, o Ministério da Educação e da Cultura 
criou um Serviço de Educação Pré-Escolar, chamado SEPRE. Em 1975, é criada 
a Coordenadoria de Educação Pré-Escolar, a CODEPRE. 
Enfim através da Constituição de 1988, pela primeira vez na história do 
Brasil, reconheceu-se um direito próprio da criança pequena que era o direito à 
creche e à pré-escola. Também O Estatuto da Criança e do Adolescente, com 
base na Lei nº 8.069 de julho de 1990, repetiu em seu Artigo 54 que o Estado 
“tem o dever de oferecer às crianças de 0 a 6 anos de idade o atendimento em 
creches e pré-escolas”. 
Mas foi na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB Nº 
9394/1996, que o termo Educação Infantil ganhou a forma mais favorável à 
criança pequena desde que existe legislação educacional no Brasil. 
A LDB declara que a Educação Infantil começa dos 0 aos 3 anos de idade 
para quem precisa estar numa creche, prosseguindo dos 4 aos 5 anos de idade 
na pré-escola, tornando-se a Educação Infantil, também, um ciclo de 5 anos de 
formação contínua e parte integrante, constituidora da Educação Básica 
brasileira. 
De acordo com a Lei, Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o 
Plano Nacional de Educação – PNE, a Educação Infantil é uma das prioridades. 
A primeira meta: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para 
as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de 
educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta 
por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência do PNE. 
Nessa década com grandes avanços na educação infantil, quase que 90% 
das crianças de 4 e 5 anos serão atendidas na pré-escola e caminha para atingir 
a meta de 50% na creche. 
Após toda a caminhada da educação infantil, o grande questionamento é 
de como promover uma educação de qualidade, em que se priorize o 
desenvolvimento integral das crianças. 
 
 
 
10 
 
1.2. Apontamentos sobre a realidade educacional das crianças de 0 a 
5 anos e o Plano Nacional de Educação 
 
Nos últimos anos, a educação e os cuidados para a primeira infância tem 
sido alvo de muitas pesquisas. No Brasil os investimentos aumentaram, houve o 
reconhecimento da necessidade de ampliar o atendimento, no entanto, é preciso 
monitorar e acompanhar se realmente se está ofertando uma educação infantil 
de qualidade. 
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico) desenvolveu diversas pesquisas, demonstrando que as 
experiências precoces e de qualidade em relação ao desenvolvimento cognitivo, 
emocional, social das crianças, desde a mais tenra idade, logo na primeira 
infância, é fundamental para o sucesso na vida escolar e para a formação 
humana. A OCDE reconhece que o acesso das crianças à educação e cuidado 
de qualidade fortalecem os fundamentos da aprendizagem de todas as crianças 
para o resto de suas vidas, ressaltando ainda que paralelamente é preciso dispor 
de serviços que promovam a educação e o cuidado das crianças pequenas e 
incentivem a igualdade de oportunidades entre as mulheres no mercado de 
trabalho. 
Um número cada vez maior de pesquisas reconhece que a Educação e 
cuidados para a primeira infância pode melhorar as habilidades cognitivas e o 
desenvolvimento emocional da criança, além de ajudar a criar uma base para o 
aprendizado ao longo da vida, tornar os resultados da criança mais homogêneos, 
reduzir a pobreza e melhorar a mobilidade social de uma geração para outra. 
Todavia, o grau em que os serviços de ECEC (do inglês Early Childhood 
Education and Care) podem produzir tais benefícios depende da qualidade 
desses serviços. Aumentar o acesso aos serviços sem prestar a devida atenção 
à qualidade não irá resultar em bons resultados para as crianças nem em 
benefícios de longo prazo para a sociedade. (OCDE, in: Indicadores 
Educacionais em Foco, no 11.) 
A Educação Infantil no Brasil ainda precisa trilhar longos caminhos, uma 
vez que o reconhecimento, passou a ser considerado, somente na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, como a “primeira etapa 
da educação básica”, dando início, portanto à educação que deverá se 
 
 
11 
 
completar, em tese, aos dezoito anos. A inclusão da educação infantil na 
Educação Básica, estabelece um marco na história da educação brasileira, pois 
até então, o atendimento das crianças de 0 a 6 anos ocorria em programas 
sociais e assistencialistas. Agora, o grande desafio é superar a ideia de cuidar e 
proteger, nos termos de lares substitutos em relação a inclusão da Educação 
Infantil na Educação Básica Brasileira está em construir uma Educação Infantil 
que tenha como foco no cuidar e no educar. 
Certamente todo universo que abrange a educação infantil seja 
demasiadamente importante, no entanto, muitas vezes esquecemos que o foco 
central da educação infantil são as crianças. 
O debate sobre a busca pela qualidade do atendimento as crianças de 0 
a 5 anos e sobre a necessidade da avaliação da educação infantil, são premissas 
necessárias para a construção e consolidação de políticas públicas de educação 
infantil que respeitem a criança como um sujeito de direitos e produtora de 
cultura e de história. 
As instituições de educação infantil, são espaços socialmente 
construídos, não há como tangibilizar as características inerentes, qualidadesessenciais, mas, o que podemos é evidenciar para que elas servem e quais são 
os seus propósitos. 
O Brasil está investindo na Educação Infantil, ampliando o atendimento, o 
acesso ganhou força constitucional, com a nova redação dada ao inciso I do 
artigo 208 da nossa Carta Magna, que assegura a Educação Básica obrigatória 
e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, inclusive a gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria, sendo sua implementação progressiva, 
até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação - PNE, com apoio técnico 
e financeiro da União. 
Nas estratégias apresentadas no PNE, cabe a Educação Infantil: 
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, metas de expansão das respectivas 
redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de 
qualidade, considerando as peculiaridades locais; 
1.2) garantir que, ao final da vigência deste PNE, seja inferior a 10% 
(dez por cento) a diferença entre as taxas de frequência à educação 
infantil das crianças de até 3 (três) anos oriundas do quinto de renda 
familiar per capita mais elevado e as do quinto de renda familiar per 
capita mais baixo; 
1.3) realizar, periodicamente, em regime de colaboração, levantamento 
da demanda por creche para a população de até 3 (três) anos, como 
 
 
12 
 
forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda 
manifesta; 
1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PNE, normas, 
procedimentos e prazos para definição de mecanismos de consulta 
pública da demanda das famílias por creches; 
1.5) manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as 
normas de acessibilidade, programa nacional de construção e 
reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, 
visando à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas de 
educação infantil; 
1.6) implantar, até o segundo ano de vigência deste PNE, avaliação da 
educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em 
parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura 
física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos 
pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores 
relevantes; 
1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas 
como entidades beneficentes de assistência social na área de 
educação com a expansão da oferta na rede escolar pública; 
1.8) promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais da 
educação infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por 
profissionais com formação superior; 
1.9) estimular a articulação entre pós-graduação, núcleos de pesquisa 
e cursos de formação para profissionais da educação, de modo a 
garantir a elaboração de currículos e propostas pedagógicas que 
incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-
aprendizagem e às teorias educacionais no atendimento da população 
de 0 (zero) a 5 (cinco) anos; 
1.10) fomentar o atendimento das populações do campo e das 
comunidades indígenas e quilombolas na educação infantil nas 
respectivas comunidades, por meio do redimensionamento da 
distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e o 
deslocamento de crianças, de forma a atender às especificidades 
dessas comunidades, garantido consulta prévia e informada; 
1.11) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do 
atendimento educacional especializado complementar e suplementar 
aos (às) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a 
educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da 
educação especial nessa etapa da educação básica; 
1.12) implementar, em caráter complementar, programas de 
orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas de 
educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento 
integral das crianças de até 3 (três) anos de idade; 
1.13) preservar as especificidades da educação infantil na organização 
das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) 
a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros 
nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, 
visando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino 
fundamental; 
1.14) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da 
permanência das crianças na educação infantil, em especial dos 
beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração 
com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde 
e proteção à infância; 
1.15) promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à 
educação infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência 
social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da 
família em relação às crianças de até 3 (três) anos; 
 
 
13 
 
1.16) o Distrito Federal e os Municípios, com a colaboração da União 
e dos Estados, realizarão e publicarão, a cada ano, levantamento da 
demanda manifesta por educação infantil em creches e pré-escolas, 
como forma de planejar e verificar o atendimento; 
1.17) estimular o acesso à educação infantil em tempo integral, para 
todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme estabelecido 
nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
(CONAE, 2014. p. 67-68) 
 
 
Para fortalecer a identidade da educação infantil no Brasil e garantir 
acesso, bem como educação de qualidade, é fundamental que haja políticas 
públicas de avaliação dessa etapa, conforme item 1.6 da Meta 1 do PNE. 
Avaliar a educação infantil no Brasil é necessária para que se tenha dados 
para planejar os novos avanços, resolver os problemas, pois sem os problemas 
não há uma ação efetiva e da mesma forma, sem ação, não haverá mudanças. 
É necessário trilhar um longo caminho na esperança de promovermos 
uma educação de qualidade para um maior número de crianças, onde todas 
tenham direito à educação, à saúde, à alimentação, à um lar, à uma família, entre 
tantas outras situações já previstas na Declaração Universal dos Direitos da 
Criança. 
 
 
1.3. A transição entre cuidar e educar - a brincadeira na educação 
infantil 
 
Todos os esforços que são realizados na construção de uma escola, ou 
da proposta pedagógica, devem visar fundamentalmente a formação integral das 
crianças de 0 a 5 anos. No entanto, o Brasil tem ainda muitas conquistas a serem 
feitas no que tange o atendimento das crianças, principalmente de 0 a 3 anos. 
Todo o trabalho pedagógico, de gestão ou relacionado a infraestrutura 
deve priorizar o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. É por ela, pelo 
seu desenvolvimento integral que devemos planejar nossas ações nas escolas 
infantis. A criança é um sujeito histórico e de direitos que se desenvolve por meio 
das interações, das brincadeiras, das práticas educativas, das relações e 
práticas cotidianas que lhe são disponibilizadas. Logo, cabe ao adulto, ao 
professor, disponibilizar um grande acervo cultural, um bom repertório educativo 
 
 
14 
 
para que as crianças de diferentes grupos sociais e contextos culturais possam 
ter a oportunidade e a garantia de uma educação de qualidade. 
Se a criança é a nossa prioridade, se ela é de fato o centro das nossas 
preocupações, necessita-se acompanhar em cada canto de cada escola desse 
imenso país, se às crianças está assegurado o direito de brincar, de aprender, 
de interagir, de dialogar, de observar e experimentar, de questionar, de aprender, 
de explorar os sentidos, de ouvir e acompanhar histórias, de desenhar e 
representar o que está apreendendo, de aprender a respeitar as diferenças, de 
ter acesso ao conhecimento historicamente acumulado, de descobrir sobre o 
meio social, natural e físico, de conquistar a autonomia, de se aproximar da 
cultura, de imaginar, de criar, de sonhar, de se encantar e ser feliz. 
Como as novas DiretrizesCurriculares Nacionais da Educação Básica, 
MEC (2009), comenta: 
 
[...] o conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão de que 
desde o nascimento a criança busca atribuir significado a sua 
experiência e nesse processo volta-se para conhecer o mundo material 
e social, ampliando gradativamente o campo de sua curiosidade e 
inquietações, mediada pelas orientações, materiais, espaços e tempos 
que organizam as situações de aprendizagem e pelas explicações e 
significados a que ela tem acesso (MEC, 2009. p. 06) 
 
 
O período de vida atendido pela Educação Infantil caracteriza-se por 
marcantes aquisições: a marcha, a fala, o controle esfincteriano, a formação da 
imaginação e da capacidade de fazer de conta e de representar usando 
diferentes linguagens. Embora nessas aquisições a dimensão orgânica da 
criança se faça presente, suas capacidades para discriminar cores, memorizar 
poemas, representar uma paisagem através de um desenho, consolar uma 
criança que chora, etc., não são constituições universais biologicamente 
determinadas e esperando o momento de amadurecer. 
Elas são histórica e culturalmente produzidas nas relações que 
estabelecem com o mundo material e social mediadas por parceiros mais 
experientes.” 
Deve-se voltar os olhos para as crianças e tentar compreender, na certeza 
de que quando crescerem, possam ter garantidas melhores oportunidades, pois 
talvez depois, seja tarde para se recuperar o que foi perdido na infância. 
 
 
15 
 
As escolas infantis, os educadores e as famílias possuem relação muito 
próxima com as crianças pequenas e, com isso, muitas vezes, julgam que já 
conhecem o mundo infantil e que a criança pequena precisa apenas de cuidados, 
atenção e amor. Porém, no decorrer da infância, nos primeiros seis anos de vida, 
ocorrem muitas mudanças evidentes que nos permitem considerar que essa 
etapa faz parte da nossa cultura e que e preciso destinar um olhar atento a ela 
para que as crianças recebam uma boa educação. 
Muitas vezes, as pessoas que atendem as crianças e que estão próximas 
a elas têm dificuldade em explicar por que ocorrem essas mudanças nas 
crianças e qual o papel do adulto e do meio social no desenvolvimento infantil. 
Essas questões são focos de estudo da psicologia da educação e da psicologia 
evolutiva. Nosso intuito não e o de desvendar os mistérios sobre a mente infantil 
nem desvendar a psicologia evolutiva, mas sim o de trazer contribuições e 
reflexões sobre os fatores que intervém no desenvolvimento da criança a partir 
de uma perspectiva construtivista. 
De zero a cinco anos, ocorrem grandes mudanças no desenvolvimento da 
criança. Essas mudanças não se repetirão durante o seu desenvolvimento. Logo 
ao nascerem, as crianças necessitam de cuidados básicos e mínimos, que 
garantam seu desenvolvimento, como alimentação e a garantia de horas de 
sono. A medida que vão se desenvolvendo, aumentam as complexidades, elas 
passam do âmbito relacional ao âmbito pessoal, o que leva ao aumento de sua 
capacidade de resposta, do uso da linguagem, de ter a necessidade de valer-se 
de si mesma. Lembramos que na complexidade do desenvolvimento da criança, 
cada ser humano e único, e diferente em suas particularidades físicas e 
psíquicas, pois cada um recebe, por meio da herança genética, determinadas 
potencialidades que se desenvolvem conforme o ambiente. 
Antes de refletir e discorrer sobre como a criança aprende e se 
desenvolve, e preciso esclarecer três conceitos que estão intimamente 
relacionados: a maturação, o desenvolvimento e a aprendizagem. A maturação 
refere-se às mudanças que ocorrem ao longo da evolução dos seres humanos, 
que variam na estrutura e função das células. 
Ela está relacionada ao crescimento tanto biológico, quanto físico e 
também na evolução da criança como pessoa. Já o desenvolvimento está 
relacionado à formação progressiva das funções propriamente humanas, como 
 
 
16 
 
a linguagem, raciocínio, memória, atenção e estima. A aprendizagem e o 
processo pelo qual incorpora-se novos conhecimentos, valores, habilidades, que 
são próprios da cultura e da sociedade na qual estamos inseridas. 
A natureza do desenvolvimento é sempre biológica e cultural e ele se dá 
na criança de modo integrado. O desenvolvimento físico está relacionado ao 
desenvolvimento psicológico e cultural. Ele acompanha a evolução da espécie 
humana, ou seja, toda criança apresenta certa constância como engatinhar, 
começar o desenho com rabiscos, depois garatujas, dentre outros. As 
possibilidades de realizar certos movimentos e de se expressar por meio da 
linguagem estão relacionadas ao amadurecimento do sistema nervoso e muitas 
situações do desenvolvimento não são antecipadas pelo treinamento. A partir do 
nascimento as áreas do cérebro vão se ativando, e, no terceiro ano de vida, a 
configuração do cérebro da criança está muito parecida a do cérebro do adulto, 
com relação às partes ativas. Desde o nascimento até por volta dos três anos de 
idade, a criança desenvolve noções de si mesma como um ser diferente no 
espaço e como indivíduo autônomo, caminhando assim, para a formação de sua 
identidade e personalidade. Segundo Elvira Souza Lima, “uma descoberta 
importante é a de que várias atividades da vida cotidiana, como brincar, fazer 
experiências movidas pela curiosidade, ouvir música participar de práticas 
culturais, tem um profundo sentido educativo, pois elas levam ao 
desenvolvimento de redes neuronais de grande resiliência que poderão ser 
acionadas em aprendizagens posteriores, incluindo as aprendizagens 
escolares”. 
 
Vocabula rio 
Garatuja: Desenho rudimentar, malfeito, normalmente sem 
forma e ilegível (os rabiscos que as crianças fazem na 
tentativa de representar o mundo que as rodeiam. 
 
 
Isso nos sugere e indica que a proposta educativa nas escolas infantis 
deve ser revista para não se enfatizar a informação das várias áreas do 
 
 
17 
 
conhecimento e a realização de atividades mecânicas pelas crianças dessa fase 
da educação em detrimento de atividades que possibilitem o desenvolvimento 
no período de formação. 
Para compreendermos as aquisições que as crianças fazem no decorrer 
dos anos da educação infantil, é preciso ressaltar que consideramos o processo 
de aprendizagem fundamental nas escolas para o estabelecimento do 
desenvolvimento infantil. Segundo Vygotsky, a aprendizagem ocorre na 
interação com outras pessoas, o que nos possibilita o avanço no 
desenvolvimento psicológico. Os processos de interação, tanto com adultos ou 
pessoas mais experientes como com o meio social, permitem o estabelecimento 
das funções psicológicas superiores. 
As escolas infantis que atendem crianças de 0 a 5 anos têm importante 
função no desenvolvimento infantil das crianças, pois, muitas vezes, elas 
passam boa parte do tempo nesse espaço e é nele que irá experimentar as 
sensações do mundo e desenvolver suas habilidades. 
Que práticas educativas possibilitarão um melhor desenvolvimento? Se 
todos os dias as crianças brincarem nas escolas, nas creches, elas estarão 
sendo estimuladas. 
Segundo Situação da Infância Brasileira 2001, Relatório da UNICEF 
(2001): 
[...] a interação e as brincadeiras estimulam nas crianças o 
sentido de que são protagonistas de seu próprio 
desenvolvimento, o aprendizado precoce e, assim, seu 
desenvolvimento psicossocial. Com as últimas 
descobertas científicas sobre o desenvolvimento da 
criança na primeira infância, pode-se dizer que os 
ensinamentos sobre a igualdade de gênero, o respeito 
pelos direitos de todos os indivíduos, o reconhecimento das 
diversidades culturais e as noções de tolerância e paz 
devem começar nos primeiros anos de vida da criança. 
Cientistas têm descoberto que, sem as brincadeiras, o 
toque e outros estímulos, o cérebro de um bebê pode-se 
desenvolver significativamente menos, o que corresponde 
a menos sinapses realizadas. E o ambiente não afeta 
somenteo número de células do cérebro, mas também o 
caminho que essas conexões fazem em suas ligações. No 
momento em que um menino ou menina completa 6 anos, 
seu cérebro já desenvolveu os amplos contornos de sua 
autoestima, de senso de moralidade, responsabilidade e 
empatia, sua capacidade de aprendizado e de 
 
 
18 
 
relacionamento social, e outros aspectos de sua 
personalidade (UNICEF, 2001. p. 11-14). 
 
 
Importante 
 
POR QUE BRINCAR? O QUE O BRINCAR PROPORCIONA? 
 O cérebro e o corpo da criança ficarão estimulados e 
ativos; 
 Motiva e desafia o participante tanto a dominar o que é 
familiar quanto a responder ao desconhecido em termos 
de obter informações, conhecimentos, habilidades e 
entendimentos; 
 Por puro prazer e diversão, criando uma atitude alegre 
em relação à vida e à aprendizagem. 
 
 
Muitos estudos demonstram a importância do desenvolvimento cognitivo 
infantil, entre eles a neurociência cognitiva, que nos ajuda a compreender e 
desvendar os mistérios da mente humana e que mostra, por meio das pesquisas 
científicas, o funcionamento dos processos neuronais. Mesmo sabendo que o 
cérebro é complexo e está em constantes mudanças durante toda a vida, é 
depois do nascimento até aproximadamente os seis anos de idade que a criança 
estabelece o maior número de conexões das células nervosas, sendo essa fase 
importantíssima para o desenvolvimento humano. 
 
Importante 
 
É fundamental conhecer e estudar as Diretrizes Curriculares da 
Educação Infantil publicada pelo Ministério da Educação em 
2010, como também as Diretrizes Curriculares da Educação 
Básica, MEC (2013). 
 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS 
PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 
Definições 
Para efeito das Diretrizes (2010) são adotadas as definições: 
 
 
 
19 
 
Educação Infantil: 
Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e 
pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços 
institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos 
educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de 
crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada 
integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão 
competente do sistema de ensino e submetidos a controle 
social. 
É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, 
gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. 
Criança: 
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e 
práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade 
pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, 
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos 
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. 
 
(BRASIL, 2010. p. 12-13) 
 
 
Resumo Aula 1 
Nesta o foco central a Educação Infantil, e a importância da brincadeira, 
a qual traz benefícios físicos e cognitivos, além de promover a socialização, situa 
a criança em seu local, onde a mesma procura identificar a si e aos demais. 
Evidenciou-se também a legislação e as Diretrizes Nacionais da 
Educação Infantil e as suas definições e conceitos. 
Atividade de Aprendizagem 
 
Segundo Moyeles (2006) É muito importante que as crianças 
aprendam a valorizar suas brincadeiras, o que só pode 
acontecer se elas forem igualmente valorizadas por aqueles 
que as cercam. Brincar mantém as crianças física e 
mentalmente ativas. Discorra sobre o assunto. 
 
 
 
Aula 2 - Promovendo o Desenvolvimento e a Aprendizagem das Crianças 
na Educação Infantil por meio do Brincar 
Apresentação Aula 2 
 
 
20 
 
 O brinquedo tem o papel principal na formativa física e também cognitiva 
da criança. 
 Nesta aula o foco será o desenvolvimento e o aprendizado da criança por 
meio do brincar, sendo de forma individual (ou com os pais) realizado em casa 
de forma coletiva. 
 
2. Promovendo o Desenvolvimento e a Aprendizagem das Crianças na 
Educação Infantil por meio do Brincar 
 
Como podemos distinguir o brincar e o não brincar? Quando é 
considerado o brincar e outra forma de atividade na educação infantil? 
Era considerado que o brincar na infância era o momento apenas em que 
a criança sentia prazer, mas, isso não é bem verdade, pois nem sempre o brincar 
é prazeroso, principalmente para as crianças ao final da etapa da educação 
infantil, quando lhe é apresentado um jogo, o qual terá ganhadores e perdedores. 
Também porque a criança sente prazer em outras atividades que não são só 
relacionadas ao brincar. 
 
 
Para Refletir 
 
Por que brincar é importante? O que é considerado brincar? 
 
 
 
Diversas pesquisas apontam que por meio do brincar é que a criança terá 
garantido a aprendizagem. Segundo Vygotsky (1998), o brinquedo e a 
brincadeira, influenciará o desenvolvimento das crianças. O brincar espontâneo, 
livre, nas brincadeiras coletivas, com uso de brinquedos ou não, é considerado 
brincar no momento do desenvolvimento da brincadeira, quando há uma 
predominância das situações imaginárias, e quando ocorrem transformações 
 
 
21 
 
internas no desenvolvimento da criança que surgem por meio das brincadeiras 
e brinquedos. 
 
2.1. O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento da Criança 
 
Vygotsky (1998) aponta a importância do ato de brincar na composição 
do pensamento infantil. Segundo o autor, a criança percebe e se relaciona com 
o mundo, as pessoas e as coisas através da brincadeira. Em seu livro A 
Formação Social da Mente, esse grande pensador dedica um capítulo da obra 
para discorrer sobre a importância do brinquedo e a designação dada por ele 
para o ato de brincar, englobando brincadeira, jogo e o brinquedo em si. 
A criança bem pequena, como é chamada a criança de 0 a 3 anos em seu 
livro, tem sua motivação para brincar deflagrada pelos objetos com os quais 
brincam. Vygotsky (1998) cita os experimentos de Lewin que ao observar 
crianças bem pequenas brincando, percebeu que a própria natureza dos objetos 
era um convite ao brincar, como uma porta que “convida” a criança a abri-la e 
fechá-la, uma escada que “convida” o bebê a escalá-la, dentre outros. Isso 
ocorre devido ao fato da percepção estar intrinsicamente ligada ao ato motor e 
à motivação das crianças pequenas, diferentemente do que ocorre com as 
crianças maiores, cuja motivação pode ser estimula através dos objetos visíveis 
(capacidade que tem a mente de imaginar, de criar imagens ou de representar 
os objetos visíveis na ausência desses, cuja definição foi atribuída através dos 
objetos, símbolos, palavras, entendimentos, esquemas, regras ou demais 
situações vivenciadas anteriormente). 
 A liberdade de ação é adquirida conforme o amadurecimento cognitivo 
da criança. 
Levando-se em consideração que a motivação das crianças de 0 a 3 anos 
está nos objetos que as cercam, é fundamental que as escolas ofereçam 
diversos recursos para que essas crianças possam ter acesso a diferentes 
estímulos e possam então, ser impelidas a descobrir novas brincadeiras, além 
de desenvolver várias habilidades além do engatinhar, andar e pular. É 
fundamental oferecer brinquedos de encaixe, de rosquear como tampinhas de 
garrafa, objetos de diferentes espessuras, tamanhos e cores. São infinitas as 
possibilidades de brincadeiras com as crianças dessa faixa etária. 
 
 
22 
 
Quando a criança já está apta a usar a imaginação e ver além do objeto, 
representar um cavalo com cabo de vassoura, Vygotsky (1998) diz que essa 
criança já consegue brincar sem a presença do objeto em si. A imaginação, para 
o autor, é um processo psicológico, fruto da consciência do sujeito, sendo assim, 
surge da ação. Isso explica o fato da criança conseguir criar regras e situações 
imaginárias a partir daquilo que decide brincar. Um exemplo claro disso, é 
quando um grupo de meninos decide em comum acordo de que brincarão de 
super-heróis. A partir dessa decisão, a ação do brincar, surgem os cenários 
fictícios, os anti-heróis, as muralhas a serem puladas, os vilões a serem 
atacados, a mão que solta teia dearanha, as espaçonaves, etc. Todos esses 
recursos da brincadeira são imaginários, e só vieram à tona porque as crianças 
começaram uma ação. Essas situações imaginárias representam a primeira 
ação frente ao rompimento com as brincadeiras situacionais que dependem da 
situação vivida e dos objetos utilizados das crianças bem pequenas, uma vez 
que essas não possuem imaginação como os maiores. 
Nas situações de brinquedo, termos do autor, a criança experimenta 
momentos de subordinação, de renúncia a alguns desejos frente às regras ou 
desejos diferentes dos seus, controla seus impulsos, tudo isso para que possa 
atingir o prazer de brincar. Essas ações citadas são de extrema importância para 
convivência social, e nem sempre são existentes fora de uma situação de 
brinquedo. Muitas vezes, os cuidadores das crianças, os pais, os avós ou as tias, 
relatam a teimosia das crianças, a falta de obediência às regras estabelecidas 
nas situações reais do dia a dia. Isso se deve ao fato de que as crianças 
reproduzem na brincadeira aquilo que sabem ser o ideal de comportamento, uma 
vez que ouvem os adultos falarem sobre o que é certo ou errado, no entanto, em 
situações reais não há, necessariamente, a presença do prazer real que existe 
no brincar. Vygotsky (1998) afirma “No brinquedo, a criança sempre se comporta 
além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento 
diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade.” 
Ao término da educação infantil, as crianças envolvem-se em brincadeiras 
cujas regras passam a ser mais rígidas ou mais exigentes, e nem por isso as 
crianças deixam de brincar. Elas se adaptam, aprendem a negociar, argumentar, 
respeitar e a se autorregularem. 
 
 
23 
 
Em suma, para Vygotsky (1998), o brinquedo representa o mais alto nível 
de desenvolvimento pré-escolar, pois permite que a criança desenvolva 
movimentos, imaginação, regulação interna de seus desejos, respeito às regras, 
entre outros. 
O que é possível observar no ato de brincar das crianças: 
 Brincadeiras espontâneas; 
 Movimentos, expressão corporal; 
 Emoções, sentimentos; 
 Vínculos, trocas; 
 Habilidades; 
 Interesses; 
 Necessidades; 
 Valores; 
 Potenciais; 
 Dificuldades. 
 
 
 
Amplie Seus Estudos 
Para saber mais sobre os estudos de Vygotsky 
sobre a brincadeira e o desenvolvimento da criança, 
recomendo a leitura do livro A Formação Social da 
Mente de autoria de Vygotsky. 
 
 
Resumo Aula 2 
Nesta evidenciou-se a importância do brinquedo e dos recursos 
imaginários no desenvolvimento da criança. Essas situações imaginárias 
representam a primeira ação frente ao rompimento com as brincadeiras 
situacionais, as quais dependem de algum objeto, uma vez que essas não 
possuem imaginação como os maiores. 
 
 
 
 
24 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Os recursos imaginários, os brinquedos e a convivência social 
possuem um papel importante no desenvolvimento da criança. 
Discorra sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
Aula 3 - O jogo e o imaginário infantil 
Apresentação Aula 3 
Nesta aula será apresentado o jogo imaginário e o significado dos objetos, dos 
eventos, dos sonhos e fantasias, o qual direcionam a criança a assumir papéis 
presentes no contexto social. 
 
3. O jogo e o imaginário infantil 
 
 Na Educação Infantil toda hora é hora para levar as crianças a brincarem 
com a imaginação, assim os jogos se tornam grandes aliados para desenvolver 
o pensar de forma divertida e interativa. 
As ações com o jogo podem ser criadas e recriadas nos ambientes da 
escola infantil, o qual constantemente promove a descoberta e se transforma em 
novas possibilidades de se jogar. Quando a criança brinca, sem perceber fornece 
várias informações ao seu respeito e de sua vivencias, assim o brincar pode ser 
útil para estimular seu desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, 
quanto no ambiente escolar. 
A partir do seu brincar a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o 
seu relacionamento social e a respeitar a si mesmo e ao outro, bem como se 
expressa com maior facilidade, exerce sua liderança e compartilha sua alegria 
de brincar. 
 A brincadeira de faz de conta no universo das crianças é surpreendente e 
tem seus encantos, que ao observá-las enquanto brincam podemos ter ideia de 
como elas imaginam e reproduzem suas percepções do mundo real podendo 
 
 
25 
 
nesses momentos vivenciar experiências ricas em autonomia e tomada de 
decisões. 
De acordo com Freud apud KISHIMOTO (2003, p.57). Cada criança em 
suas brincadeiras comporta-se como um poeta, enquanto cria seu próprio mundo 
ou, dizendo melhor, enquanto transpõe elementos formadores de seu mundo 
para uma nova ordem, mais agradável e conveniente para ela. 
Muitas vezes nos depara-se com situações de brincar de faz de conta das 
crianças e entendemos como elas interpretam o contexto que vivem. Ao observá-
las fazendo uso de imitações de adultos, porém como uma linguagem própria e 
simbólica conseguimos estabelecer relações e entendimentos sobre sua 
importância para a compreensão de mundo, desenvolvimento das percepções e 
linguagens das crianças. 
KISHIMOTO (2003, p.39) destaca a brincadeira de faz de conta, também 
conhecida como simbólica, de representação de papéis ou sociodramática, é a 
que deixa mais evidente a presença da situação imaginária. Ela surge com o 
aparecimento da representação e da linguagem, em torno 2/3 anos, quando a 
criança começa a alterar o significado dos objetos, dos eventos, a expressar 
seus sonhos e fantasias e a assumir papéis presentes no contexto social. 
Brincadeiras de faz de conta podem ser inseridas nas vivencias das 
crianças criando espaços como casinha de boneca, mercadinho, fantasias, etc. 
Também pensar em situações imaginárias através das histórias de faz de conta, 
parlendas, etc. 
 
 
3.1. Os espaços promovem a aprendizagem e influenciam o 
desenvolvimento infantil 
 
Com base nos estudos de diversos pesquisadores nas áreas da 
neurociência cognitiva, sobre o cérebro infantil e o desenvolvimento da criança, 
apresenta-se uma proposta de trabalho a ser desenvolvida nas escolas infantis, 
visando à readequação dos espaços, do tempo, das práticas educativas e 
culturais. 
As pesquisas e estudos sobre a neurociência cognitiva nos mostra como 
a mente é maravilhosa e que sua capacidade pode nos surpreender. Se as 
 
 
26 
 
crianças conviverem em ambientes estimulantes, com adultos experientes, com 
os próprios pais, com educadores que compreendam a complexidade da mente 
humana, certamente, terão suas capacidades e habilidades mais desenvolvidas. 
Teremos crianças mais pré-dispostas ao aprendizado como também 
culturalmente e socialmente mais desenvolvidas. 
Os pesquisadores sobre a mente humana, principalmente sobre a mente 
infantil, acreditam que a educação tem um papel fundamental para o 
enriquecimento e desenvolvimento do cérebro. 
Algumas questões são quase que determinantes no processo de 
desenvolvimento da mente infantil como os ambientes estimulantes; as práticas 
educativas estimulantes; a exploração de diversos objetos; o encorajamento do 
adulto nas atividades que possibilitem à criança superar desafios, usar da 
imaginação e da criatividade. 
 
 
3.1.1. Um ambiente estimulante 
 
É preciso que as escolas revejam seus ambientes, seus espaços, visando 
à construção e organização de espaços que privilegiem o desenvolvimento 
infantil e situações ricas de aprendizagem. 
 
 Espaço escolar (externo): área ampla com espaços reservados para: 
caixas de areia, árvores, plantas diversas, hortaliças, pomares, jardins, 
viveiros, área para pequenos animais, área com terra e gramado, pátio 
coberto, concha acústica, área para a prática esportiva, parque infantil, 
casinhas de boneca, etc. 
 
 Espaço escolar (interno): salas de aulas amplas, sala de música, sala de 
arte, cozinha, banheirosadequados, sala de leitura, biblioteca, sala de 
ginástica, auditório/teatro, etc. As salas de aula deverão conter muitos 
mundos: espaço para armários individuais, prateleiras com materiais 
coletivos, espaço para os livros, revistas, gibis, reproduções de obras de 
arte, amplas mesas coletivas, lavatório, bebedouro, espaço para os 
 
 
27 
 
brinquedos, espaço para os jogos e materiais pedagógicos, espaço livre 
para rodas de conversa e outras atividades, etc. 
 
 Ambientes externos à escola: ambientes para estimular e desenvolver as 
crianças: zoológicos, fazendas de animais, museus, cinemas, teatros, 
reservas naturais, parques públicos, observatórios, planetários, centro de 
estudos de animais, estufas, fazendas com plantações, etc. 
 
Importante 
 
A fim de atrair a atenção infantil é preciso ter-se a ciência que 
são necessários ambientes estimulantes para atender as 
necessidades e proporcionar uma educação de qualidade. 
Nesse contexto é preciso dar atenção em nossas 
escolas/creches privilegiando em seus ambientes plantas 
diversas, espaço para os livros e sala de arte. 
 
 
3.1.2 Práticas culturais diversificadas 
 
As práticas culturais contribuem e estimulam o desenvolvimento da 
criança. É preciso oportunizar a criança a conhecer diversos ambientes, a 
participar de atividades culturais diversificadas, ter contato com a música e com 
práticas esportivas e ainda proporcionar ambientes linguísticos ricos. 
Sugerem-se algumas práticas que podem ser apresentadas na escola ou 
fora do ambiente escolar: show de mágicas; oficina de circo; piqueniques; teatros 
de fantoches, de bonecos, de marionetes; show de música e dança; contadores 
de histórias; apresentação de vídeos; jardinagem; cultivo de hortaliças; 
pescarias; visita a casa de artesanato, a marcenaria, a pet shop; etc. 
 
Dentre esses materiais e suas aplicabilidades devem-se privilegiar: 
 
 Os materiais: os escolares, objetos, brinquedos contribuirão e 
determinarão o desenvolvimento da criança. É preciso oportunizá-la a 
explorar os objetos, pois por meio da manipulação, do brincar, a criança 
 
 
28 
 
é estimulada e gradativamente irá desenvolvendo a sua mente, 
enriquecendo o seu universo. 
 
 Os materiais gráficos: papéis de todos os tipos, tamanhos variados, 
diversas espessuras e cores, texturas variadas; tintas com várias texturas 
(atóxicas); pincéis chatos, redondos, largos e estreitos; pincel atômico de 
muitas cores; giz de cera; carvão; giz; lápis de cor, lápis aquarelável, lápis 
cera de estaca; cola colorida; cola simples de bastão, cola líquida; goma 
arábica; anilina (atóxica); lápis grafite; massa de modelar; argila; tesoura 
sem ponta; etc. 
 
 Os materiais para as práticas que possibilitem amplos movimentos: bolas 
grandes (usada pelos fisioterapeutas), bolas de todos os tamanhos e 
materiais, cordas longas e para uso individual, arcos, cestas, barras, 
colchonetes, raquetes, batas, redes, grandes blocos de espuma, triciclos, 
bicicletas, estruturas para escaladas, etc. 
 
 Os brinquedos tradicionais: (na quantidade correspondente ao número de 
crianças): ioiô; bolinha de gude; bilboquê; bolim bolão; pipas/arraias; cinco 
marias; pião; peteca; etc. 
 Os brinquedos que imitam a vida real: brinquedos de casinha, utensílios 
de cozinha, carrinhos, eletroeletrônicos, bonecas, bonecos, materiais de 
limpeza, bichos de pelúcia, mobílias, telefones, ferramentas, etc. 
 
 Os brinquedos/ jogos com regras: mosaicos, blocos lógicos, quebra-
cabeças, dominós, pega-varetas, resta-um, trilha, jogo da velha, jogo da 
memória, entre outros. 
 
 Os brinquedos de construção: blocos em tamanhos variados, jogos de 
encaixe, sólidos geométricos, etc. 
 
 Os brinquedos construídos com sucatas: vai-vem, bilboquê, castelos, 
casinhas, carrinhos, bonecos, jogos de encaixe, entre outros. 
 
 
 
29 
 
 Os brinquedos ou jogos de representação, imaginação e fantasia: 
espelho; guarda-roupa com diversas fantasias, roupas e acessórios; 
bonecos, fantoches e marionetes; brinquedos que imitem um escritório, 
um posto de gasolina, uma oficina mecânica, uma marcenaria, etc. 
 
 Os materiais para estimular e desenvolver a linguagem verbal: histórias e 
músicas em CD, livros infantis com gravuras/sem texto, livros infantis com 
textos informativos e ilustrações, livros de literatura infantil, livros da 
literatura infantil clássica (contos de fada e fábulas), dicionários ilustrados, 
cadernos de receitas ilustrados, livros de plásticos e de panos, gibis, 
almanaques, revistas infantis, enciclopédias para crianças, cartões 
postais, livros de obras de arte, livro sobre a cultura e o folclore brasileiro, 
etc. 
 
 
3.2. O brincar na Educação Infantil e os espaços 
 
O brincar deve ser um dos principais objetivos da educação infantil, pode 
nortear a construção curricular. Com o brincar as escolas infantis poderão 
propiciar à criança o desenvolvimento das capacidades: cognitiva, motora, 
afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e de inserção social. O brincar 
espontâneo, auto iniciado pela criança e o brincar dirigido proporcionam o 
desenvolvimento e a aprendizagem. Ao brincar, a criança tem a possibilidade de 
conhecer o seu próprio corpo, o espaço físico e social, as pessoas com as quais 
ela convive, conquistando a autonomia e construindo a sua identidade. 
Brincando, ela também terá oportunidade de aprender conceitos, regras, 
normas, valores. Terá oportunidade de aprender conteúdos conceituais, 
atitudinais e procedimentais nas mais diversas áreas do conhecimento. Poderá 
desenvolver as linguagens: oral, escrita, a musical, a plástica e matemática. 
O brincar, às vezes, é considerado nas escolas infantis como momentos 
destituídos de significado, sem uma finalidade, pois, algumas vezes, encontram-
se professores que dizem: “agora é hora de estudar, depois podemos brincar”. 
Ressalta-se que o brincar nas escolas infantis deve estar presente em muitas 
práticas educativas, nas atividades de aprendizagem, nos momentos de 
 
 
30 
 
atividades mais livres, despertando, na criança, o prazer de estar na escola, o 
prazer de estudar, no prazer como forma de liberdade de expressão. 
Mesmo quando a criança brinca livremente no parque infantil, ela estará 
desenvolvendo novas habilidades e competências. Nesse momento, o professor 
poderá observar a criança, nas suas relações com os outros colegas, nas 
relações estabelecidas com os objetos, e ainda, nas descobertas e desafios que 
cada brinquedo do parque pode proporcionar. Mesmo brincando livremente o 
professor poderá conduzir e orientar a brincadeira, tornando-a mais atraente, 
desafiadora. 
Desde muito cedo, é importante que a criança explore e manipule diversos 
objetos, brinquedos. Ao explorar determinado brinquedo, ela já estará brincando 
de descobrir, brincando de criar e imaginar as possibilidades que ele oferece. Ao 
brincar, as crianças ainda refletem, questionam e buscam, gradativamente, 
compreender as formas culturais nas quais ela vive, construindo a realidade que 
a circunda. 
Brincando, as crianças convivem com suas diferenças, desenvolvendo a 
imaginação e a criatividade e apropriando-se de conhecimentos e sentimentos e 
muitas vezes, aprendem o exercício da iniciativa, da partilha e da decisão. 
De acordo com os apontamentos, acredita-se que a escola, os 
educadores e as crianças mais experientes possuem um papel importante nessa 
aprendizagem, na aprendizagem do brincar. Pois, é sabido que as crianças não 
nascem sabendo brincar, sendo necessário que as escolas de Educação Infantil 
contribuam com o brincar e no ato de propor a brincadeira é fundamental que as 
escolas infantis criem espaços e proponham momentos para que a brincadeira 
aconteça. É importante oportunizar a criança no contato com a cultura, com as 
possibilidades de acesso aos conhecimentos, por isso, é imprescindível 
enriquecê-la com os objetos ebrinquedos variados. 
Existem diversas modalidades do brincar, como as brincadeiras de faz de 
conta, os jogos de construção, os jogos com regras. Esses são considerados 
conteúdos do brincar que proporcionam a interação, a construção de regras, o 
brincar simbólico. 
O brincar na educação infantil é fundamental. Quando proporciona-se o 
brincar, cria-se um espaço para que as crianças experimentem e descubram o 
 
 
31 
 
mundo, de maneira alegre, dinâmica, criativa. Oportuniza-se que a criança seja 
feliz, seja humanizada. 
 
Possibilidades de espaços com brinquedos e jogos diferenciados: 
 Espaço para jogos de representação, imaginação e fantasia; 
 Espaço das oficinas ou atelier; 
 Espaço para jogos de construção; 
 Espaço para jogos sensório-psicomotor; 
 Espaço para jogos e brinquedos tradicionais; 
 Espaço para o brincar com a linguagem; 
 Espaço dos jogos esportivos; 
 Espaço para exploração do meio ambiente e da brincadeira com a 
natureza. 
 
3.3. A linguagem e o brincar na Educação Infantil 
 
A linguagem está intrínseca no dia a dia de todos os seres humanos; e 
desde muito cedo, a criança aprende a se comunicar, a se expressar. Aos 
poucos, os aspectos comunicativos da linguagem passam a ocorrer em todas as 
situações da vida da criança. A criança mesmo antes de seus primeiros anos 
imersa a escola/creche já estava inserida em linguagem e formatos de 
comunicação diferenciados, no qual a escola pode contribuir com o seu 
enriquecimento de linguagem ensinando as formas de linguagem, apresentando 
suas multiplicidade e suas possibilidades a fim de conquistar a sua autonomia 
formativa, adquirindo conhecimentos necessários para compreender o 
funcionamento do mundo, aprendendo a interagir e atuar na sociedade. As 
situações lúdicas, prazerosas, certamente lhe proporcionarão o desenvolvimento 
da linguagem. 
 
Resumo Aula 3 
Nesta a temática abordada foi o jogo imaginário e a sua importância na 
formação do papel social da criança. 
 
 
32 
 
Evidenciou-se também as influências que os espaços promovem na 
aprendizagem e no desenvolvimento infantil. 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Os espaços promovem a aprendizagem e influenciam o 
desenvolvimento infantil. Quando proporciona-se o brincar, 
cria-se um espaço para que as crianças experimentem e 
descubram novos aprendizados. Diante dessa infinidade de 
possibilidades de espaços com brinquedos e jogos 
diferenciados, discorra sobre a sua importância. 
 
 
 
Aula 4 - As modalidades do brincar 
Apresentação Aula 4 
Nesta aula serão apresentadas as modalidades e deixar elucidado que 
brincar é coisa séria e que brincando as crianças encontram muitas situações 
prazerosas, que divertem, trocam ideias, reorganizam a brincadeira, discutem as 
regras e criam novas brincadeiras. 
 
4. As modalidades do brincar 
O brincar nas escolas infantis deve estar presente em muitas práticas 
educativas, nas atividades de aprendizagem, nos momentos de atividades mais 
livres, despertando, na criança, o prazer de estar na escola, o prazer de estudar, 
no prazer como forma de liberdade de expressão. 
Mesmo quando a criança brinca livremente no parque infantil, ela estará 
desenvolvendo novas habilidades e competências. Nesse momento, o professor 
poderá observar a criança, nas suas relações com outros colegas, nas relações 
estabelecidas com os objetos, e ainda, nas descobertas e desafios que cada 
brinquedo do parque pode proporcionar. Mesmo brincando livremente o 
professor poderá conduzir e orientar a brincadeira, tornando-a mais atraente, 
desafiadora. 
 
 
33 
 
Desde muito cedo, é importante que a criança explore e manipule diversos 
objetos, brinquedos. Ao explorar determinado brinquedo, ela já estará brincando 
de descobrir, brincando de criar e imaginar as possibilidades que ele oferece. Ao 
brincar, as crianças ainda refletem, questionam e buscam gradativamente, 
compreender as formas culturais nas quais ela vive, construindo a realidade que 
a circunda. 
Brincando, as crianças convivem com suas diferenças, desenvolvendo a 
imaginação e a criatividade e apropriando-se de conhecimentos e sentimentos e 
muitas vezes, aprendem o exercício da iniciativa, da partilha e da decisão. 
De acordo com os apontamentos, acredita-se que a escola, os 
educadores e as crianças mais experientes possuem um papel importante nessa 
aprendizagem, na aprendizagem do brincar. Pois, sabemos que as crianças não 
nascem sabendo brincar, é fundamental que as escolas infantis possam criar 
espaços e propor momentos para que a brincadeira aconteça. É importante 
oportunizar a criança no contato com a cultura, com as possibilidades de acesso 
aos conhecimentos, por isso, é imprescindível enriquecê-la com os objetos e 
brinquedos variados. 
Existem diversas modalidades do brincar, como as brincadeiras de faz de 
conta, os jogos de construção, os jogos com regras. Esses são considerados 
conteúdos do brincar que proporcionam a interação, a construção de regras, o 
brincar simbólico. 
O brincar na educação infantil é fundamental. Quando proporciona-se o 
brincar, cria-se um espaço para que as crianças experimentem e descubram o 
mundo, de maneira alegre, dinâmica, criativa. Oportuniza-se que a criança seja 
feliz, seja humanizada. 
Janet Moyles aponta a importância do reconhecimento e da apreciação 
dos profissionais sobre o brincar das crianças por meio de provisão, interação e 
intervenção garantindo sua progressão para aprendizagens futuras. 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2015). 
 
Prover condições e ambientes estimulantes para o aprender brincante das 
crianças são estratégias que todo professor pode e deve propiciar, pois temos o 
conhecimento, amparo legal, pesquisas e estudos que nos dão suporte para 
acreditar numa educação infantil que realmente respeite e priorize a infância e 
seu direito ao brincar. 
Professores tem papel fundamental a desempenhar: ajudar as crianças a 
desenvolver o seu brincar, encorajando-as, estimulando-as e desafiando-as a 
cada etapa. O brincar junto com a criança faz com que as crianças brinquem de 
forma mais desenvolvidas e maduras, além de organizar por meio dos materiais, 
os adultos podem proporcionar estruturas, quantidades e complexidade ao 
participar das brincadeiras. 
Smilansky (1968) em suas pesquisas descobriu que o método mais 
efetivo de promover o brincar das crianças é por meio do encorajamento e 
iniciação por parte do adulto ou do professor, denominando este método de 
Tutoramento do brincar. 
BRINCAR 
PROVISÃO 
O prover do brincar 
PROGRESSÃO 
Ampliar os níveis e 
possibilidades para 
incorporar novas 
aprendizagens 
INTERAÇÃO 
As relações e 
vivencias com o 
meio 
INTERVENÇÃO 
O brincar do adulto 
junto com as 
crianças 
 
 
35 
 
 
 
Diria ainda que além do exemplo acima citado sobre a importância do 
papel do professor na promoção do brincar das crianças, temos que ter em 
mente que criança precisa crescer feliz, assim não tem como negar que 
ambientes ricos em situações que a criança possa se divertir e se desenvolver é 
fundamental para criarmos uma geração de pessoas mais alegres, otimistas e 
criativas. 
 Piers e Landau (1980, p.43) defendem a ideia que o brincar “[...] 
desenvolve a criatividade, a competência intelectual, a força e a estabilidade 
emocionais, e [...] sentimentos de alegria e prazer: o hábito de ser feliz”. 
 Escola infantil cuja proposta é baseada na exploração, autonomia e 
descoberta das crianças pelo brincar, percebe-se claramente que ali habitam 
pessoas felizes e realizadas, seus espaços são diversificados e exploratórios, 
suas práticas desprendidas e lúdicas, as crianças são protagonistas e se 
Modelagem: O professor participa ativamente do brincar, encenando papéis, 
dando sequência e promovendo tranformações no momento da brincadeira.
Orientação verbal: O professor não participa ativamente,mas faz comentários, 
sugestões e ajudando as crianças a desempenharem o brincar. 
Treinamento da fantasia temática: As crianças são ajudadas a encenar histórias 
de dramas conhecidos. Sendo já conhecidas podem ser mais estruturados e 
ampliadas as possibilidades do brincar.
Aprendizagem do brincar imaginativo: O professor exercita as crianças em 
habilidades referentes a atividades de faz de conta, estimulando-as a 
expressarem emoções, papéis imaginativos, etc.
 
 
36 
 
expressam pelos gestos, linguagens e evidenciam sua felicidade e satisfação em 
estar ali. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia o livro Só brincar?, a obra de Janet Moyet 
reforça a real importância de o professor 
encorajar, promover, valorizar e participar 
ativamente do brincar na sala de aula, 
desafiando as concepções sobre o que o brincar 
pode proporcionar às crianças na escola com a 
justificativa de que o brincar deva ser incluído no 
currículo da educação infantil e das séries 
iniciais. A obra propõe por meio de exemplos 
ilustrativos, formas efetivas de utilização do 
brinquedo no desenvolvimento integral das 
capacidades das crianças. 
 
 
4.1. Brincando com as palavras 
Que chances?! 
 
A pipa 
procura o vento. 
O peixe pede água limpa. 
A planta sonha crescer. 
 
E as meninas? 
E os meninos? 
Sem a pipa, o peixe, e as plantas, 
sem o pirilim 
Pim 
Pim, 
sonhos presos nas gargantas, 
que chances terão de ser?! 
 
(DINORAH, 1997). 
 
Brincar de roda, de brinquedo cantado, de adivinha, com parlendas, trava-
línguas é diversão garantida. Quando forma-se uma ciranda, uma sensação de 
afeto e intimidade conjunta forma-se conjuntamente. 
 
 
37 
 
Basta dar as mãos, começar a cantarolar que roda começa a girar e a 
criança se envolve numa sensação de alegria, liberdade. Seja onde for, na roça, 
na calçada, dentro da escola, na praça, a brincadeira de roda convida a todos os 
participantes a se sentirem parte integrante de um todo indivisível, um círculo 
único girando e cantando pela força desse todo. 
De norte a sul do Brasil, as brincadeiras de roda são vivas e atuantes, e 
marcam seu espaço na infância. Mas não fazem sucesso apenas entres as 
crianças; adultos das mais diversas regiões muitas vezes cantam e giram entre 
os pequenos ou em grupos só de adultos. 
Além das brincadeiras de roda, as crianças se divertem com as 
brincadeiras da tradição oral, com fórmulas de escolha para pular a corda, para 
brincar com as mãos, para desafiar o outro colega com os trava-línguas. 
As brincadeiras cantadas para crianças, assim como a literatura teve 
como berço a cultura popular e ainda hoje inspira e alegra o universo infantil. 
Trazer o repertório de brincadeiras cantadas ao mundo das crianças 
certamente enriquece e amplia as possibilidades de aprender pelo brincar. 
Pode-se destacar as cantigas de roda, os acalantos, os brinquedos 
cantados que por anos vem passando de geração para geração, encantando e 
desafiando os dias atuais na criação de músicas que deixem seu legado. 
As brincadeiras de roda passaram por gerações e ainda se mantêm 
firmemente presente, encantando e desafiando os dias atuais, onde pode-se 
encontrar uma gama de outras brincadeiras envolventes. Heitor Villa-Lobos criou 
um Guia Prático com a intenção de registrar essas brincadeiras, chamado de 
Guia Prático – Estudo folclórico Musical. 
Criado por Heitor Villa-Lobos, o Guia Prático – Estudo Folclórico Musical, 
que foi um importante registro das nossas brincadeiras de roda, onde se 
preserva a história de canções como: Sambalelê, A roseira, Na Bahia tem, 
Mando tiro, tiro, lá, Passa, passa gavião, Nesta rua, Terezinha de Jesus, 
Carneirinho, carneirão, Garibaldi foi à missa e muitas outras brincadeiras e 
canções que permanecem na memória do povo brasileiro. 
Ao cirandara criança desenvolve a consciência do seu corpo, do espaço 
e das noções de direção contribuindo para seu desenvolvimento espacial. 
As brincadeiras cantadas incluem diálogos, outras em que as crianças 
formam pontes com as mãos, deixando as outras por ali passar. Em geral as 
 
 
38 
 
crianças fazem o que determina a letra, como a exemplo de: De abóbora faz 
melão, História da Serpente, Marcha Soldado, Dança das Caveiras, Que Horas 
São?. 
Atualmente as brincadeiras musicais do Grupo Palavra Cantada vem 
contribuindo para ampliar o repertório musical das crianças e suas formas de 
explorar os movimentos do corpo pelo ritmo e melodia. Brincadeiras cantadas 
como Bolinha de sabão (com os sons da boca), Ciranda dos bichos (imitando os 
bichos), Pipoca (brincadeira com as mãos), Ciranda do coco, Fome come (com 
o movimento dos copos), Yapo (brincadeira com as mãos) são grandes aliados 
no desenvolvimento da função simbólica como explica a neurociência: 
Brincadeiras com cantigas de roda, jogos cantados levam ao desenvolvimento 
da rima, melodia e ritmo, são áreas neuronais igualmente mobilizadas pelo ato 
de ler. 
Podemos citar ainda Bea Bedran com a Ciranda do anel, Ciranda dos 
pares, Dança do cacau (brinquedo cantado da Bahia) e Desengonçada que traz 
a riqueza das canções brincantes para abrilhantar o mundo infantil e também os 
adultos. 
Há muitas cantigas de roda, brinquedos cantados, que não 
necessariamente são para a criança brincar de ciranda. Agora, quando a criança 
brinca de roda, faz com que ela desenvolva a consciência do seu corpo, do 
espaço e das noções de direção contribuindo para seu desenvolvimento 
espacial. Há brincadeiras cantadas que os diálogos estão presentes, outras em 
que as crianças formam pontes com as mãos, deixando as outras por ali passar. 
Em geral ela as crianças realizam os movimentos corporais conforme a 
orientação da própria cantiga. 
 
4.2. Brincar é coisa séria 
 
OU ISTO OU AQUILO 
 
Ou se tem chuva e não se tem sol 
Ou se tem sol e não se tem chuva! 
Ou se calça a luva e não se põe o anel, 
Ou se põe o anel e não se calça a luva! 
 
Quem sobe nos ares não fica no chão, 
Quem fica no chão não sobe nos ares. 
É uma grande pena que não se possa 
 
 
39 
 
Estar ao mesmo tempo em dois lugares! 
 
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, 
Ou compro o doce e gasto o dinheiro. 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo. . . 
E vivo escolhendo o dia inteiro! 
 
Não sei se brinco, não sei se estudo, 
Sai-se correndo ou fico tranquilo. 
Mas não consegui entender ainda 
Qual é melhor: se é isto ou aquilo. 
 (MEIRELES. 1977) 
 
Ou isto ou aquilo, como diz a poetiza Cecília Meirelles, passa-se parte do 
cotidiano nas escolas infantis, enfrentando a mesma situação, em dúvida se 
brinca ou se estuda com as crianças. 
A polarização é desnecessária, pois acredita-se que quando a criança 
brinca, ela está ganhando tempo e não perdendo. 
Por muitas vezes percebemos nas escolas infantis, que o brincar é 
considerado somente o momento em que a criança está no parquinho, brincando 
com seus colegas, que é um momento importante para o desenvolvimento da 
criança, no entanto, quando não há um educar próximo, interagindo, escutando 
as vozes da criança, me parece que é um momento em que o brincar é 
considerado um momento de entretenimento, livre, totalmente destituído de 
sentido. 
Certamente, também quando o professor, apresenta uma nova 
brincadeira em que ela tem como finalidade apenas o aprendizado das letras, ou 
números, ou de um conteúdo, sentimos que também, a esse brincar não seja 
atribuído nenhum sentido do brincar livre e espontâneo. No entanto, se as 
crianças apresentam curiosidade sobre a descoberta das letras e dos números 
enquanto brincam, se exploram e questionam para aprender sobre, nesse 
momento o jogo e o brinquedo podem estar presente. 
Na observação das crianças brincando nas escolas infantis, encontram-
se muitas situações prazerosas, em que as crianças se divertiam, trocavam 
ideias, reorganizavam a brincadeira, discutiam as regras, criavam, e são com 
essas considerações iniciais, que organiza-seuma obra, em que refletimos 
sobre a importância do brincar na educação infantil, bem como, apresentam-se 
algumas possibilidades do brincar, sem que haja a dicotomia entre brincar e 
 
 
40 
 
estudar, brincar ou trabalhar, brincar ou passar tempo. Brincar é coisa séria na 
educação infantil. 
 
Ví deo 
Assista o documentário O começo da vida, uma produção Maria 
Farinha Filmes, realizada por meio da parceria entre a 
Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o Instituto Alana e a 
Fundação Bernard Van Leer. O mesmo mostra o por que é 
essencial um olhar cuidadoso sobre esta fase da vida. 
Especialistas dão seus depoimentos intercalados com o 
testemunho de pais e mães sobre a incrível tarefa de participar 
do desenvolvimento de seus filhos. O filme vai além, 
ressaltando como esse investimento traz benefícios a toda 
sociedade, porque estrutura uma base segura e saudável, 
contribuindo à formação de pessoas mais preparadas para viver 
e encarar com sucesso os desafios deste tempo. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=C6H9ZxkVMrI 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Acesse os links abaixo e se aprofunde nas leituras sobre a 
importância do brincar: 
 
http://www.fmcsv.org.br/pt-br/acervo-digital/Paginas/default.aspx 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=do
wnload&alias=12451-publicacao-brinquedo-e-brincadeiras-
completa-pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192 
 
http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/o-poder-brincar-de-
zero-tres-anos/ 
 
http://territoriodobrincar.com.br/ 
 
 
http://www.fmcsv.org.br/pt-br/acervo-digital/Paginas/default.aspx
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12451-publicacao-brinquedo-e-brincadeiras-completa-pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12451-publicacao-brinquedo-e-brincadeiras-completa-pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12451-publicacao-brinquedo-e-brincadeiras-completa-pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192
http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/o-poder-brincar-de-zero-tres-anos/
http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/o-poder-brincar-de-zero-tres-anos/
http://territoriodobrincar.com.br/
 
 
41 
 
Converse Com Seus Colegas 
Dialogue com seus pares sobre as perspectivas do brincar, 
verifique no contexto escolar como e quando as crianças 
brincam. 
Será que de fato o brincar tem sido prioridade nas escolas 
de educação infantil? Ou será que as crianças passam boa 
parte do tempo realizando atividades mecânicas e sem 
sentido? 
 
Resumo Aula 4 
Nesta aula evidenciou-se o brincar e suas distintas modalidades, as 
vantagens dessa prática nas escolas infantis, a qual além de desenvolver o físico 
e o cognitivos (habilidades e competências) da criança, desperta o prazer de 
estudar e estar na escola. 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Nesta aula evidenciou-se a importância do reconhecimento 
sobre o Brincar das crianças por meio de provisão, interação 
e intervenção, o que garante a sua progressão para 
aprendizagens futuras. Discorra sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Resumo da disciplina 
Nesta disciplina evidenciaram-se os principais objetivos da educação 
infantil, e as diversas capacidades (motora, ética, cognitiva, motora, afetiva, 
estática, relação e inserção interpessoal na sociedade) desenvolvidas nesse 
processo. 
Reforçou-se que a criança tem a possibilidade de conhecer as pessoas 
com quem convive através do ato de brincar, construindo assim a própria 
identidade, aprendendo a respeitar as normas, valores, conceitos e regras. 
Percebe-se que em muitas escolas o brincar só tem fundamento quando 
a criança está correndo ou brincando com os coleguinhas, porém isso não é o 
suficiente para gerar o aprendizado esperado. O educador precisa estar próximo, 
interagindo e escutando a criança; atentando-se quando o brincar proporciona a 
curiosidade por descoberta; ou através do brincar a criança explora e questiona 
e com isso aprende. 
Através da brincadeira a criança desenvolve a imaginação descobrindo 
de forma gradativa as possibilidades diversas existentes e descobrindo a 
realidade que a cerca, aprendendo de maneira apropriada a tomar as suas 
próprias iniciativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
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Editora Alínea, 2013. 
 
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Brasília, 2009. Disponível no acesso: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
=2097-pceb020-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192. 
Acessado em Dez/2015. 
 
BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria Básica. Diretrizes 
Curriculares Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 2010. Disponível no 
acesso: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-
pdf&Itemid=30192 
 
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BROUGÈRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
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teoria de Piaget. São Paulo: Trajetória Cultura, 1991. 
 
CONAE (Conferência Nacional de Educação). Caderno de Legislação. 
Brasília, 2014. Disponível no acesso: 
http://conae2014.mec.gov.br/images/doc/Sistematizacao/Impressos/CadernoLe
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pertencer e participar. Porto Alegre: Penso, 2013. 
 
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KISHIMOTO T. M. (org.) O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998. 
 
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Paulo: Moderna, 1996. 
 
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Civilização Brasileira, 1977. 
 
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São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
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Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
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ZABALZA, M. A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2000 
 
 
 
 
 
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