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S T E L L A G R A Y Destinada ao Capo Série Submundo VOLUME 01 São Paulo, 2017. © 2016 by Stella Gray. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei. 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da autora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Gray, Stella. Destinada ao Capo (Série Submundo) / Stella Gray. 1. Literatura nacional 2. Literatura erótica 3. Romance 4. Ficção Capa: Magic Editorial Revisão: Elisabeth Ferreira Diagramação: April Kroes Registro: 1901069539311 Os personagens, eventos e alguns lugares retratados neste livro são fictícios e puramente invenções da imaginação fértil da autora. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência e não pretendia pela autora. Introdução Amélia McAdams é uma jovem jornalista que não mede esforços para entrevistar o mafioso mais temido das últimas décadas. Seu altruísmo em poder expor os podres da Família italiana cega completamente a jornalista, mas sua autoconfiança e determinação se dissolvem quando está cara a cara com, Demétrio Gratteri em carne e osso. Ele é grosseiro, desafiante e arrogante, mas que é capaz de ter sentimentos bondosos. Para Demétrio, mentirosos não tem segunda chance. Duas personalidades diferentes só poderão sair faíscas, juntas. Um romance envolvente, perigoso, estimulante, excitante e eletrizante nasce. E serão nesse momento em que tudo será mudado, medos, segredos, traições e mentiras. Até que ponto o amor pode mudar vidas? CAPÍTULO 1 INFORMAÇÕES A chuva caía fortemente quando entrei na Biblioteca Nacional de Nevada. Era um saco ter que usar os computadores públicos. Meu notebook resolveu ir para um mundo melhor justamente em um domingo, e próximo ao dia que tenho que levar tudo ao jornal que trabalho. Corri rapidamente para dentro do prédio com as minhas anotações e fechei o guarda-chuva. A biblioteca estava vazia, só havia o barulho dos poucos computadores que tinha ali, a bibliotecária de meia idade atrás do balcão, desinteressada, nem sequer me olhou. Andei para o fundo do ambiente e passei pelo corredor indo ao lado direito. Tirei o meu, sobretudo, que ia até os joelhos, da cor caramelo e me sentei na primeira cadeira de frente ao computador. Abri minhas anotações na mesa e li toda a minha pesquisa: “Demétrio Gratteri - The Rich Mobster* Gratteri e seus irmãos cresceram na pobreza e, entraram para a vida do crime muito cedo. Operando a partir do bairro de Santa Croce na Veneza, Gratteri rapidamente ganhou destaque tornando-se um dos maiores “arrecadadores” da Família Gambino, sendo protegido pelo subchefe Anastácio Carapello. Depois que o FBI indiciou membros da “gangue” de Demétrio Gratteri pela venda de narcóticos, este passou a temer que ele e seus homens fossem mortos pelo chefe da Família Gambino - Paul Ciardella, por tráfico de drogas. Gratteri, então, aproveitou a dissidência crescente sobre a liderança da Família e organizou o assassinato do chefão Ciardella em dezembro de 1997, assumindo como o líder de uma das famílias criminosas mais poderosas da América. A partir daí, fez centenas de milhões de dólares por ano a partir de licitações fraudulentas, sequestros, agiotagem, casas de jogos de azar, extorsão, prostituição, tráfico humano, de armas e de narcóticos e outras muitas atividades criminosas. Gratteri tem sido um dos chefes do crime organizado mais poderosos da sua geração e se tornou amplamente conhecido por sua personalidade franca, pela frieza e seu estilo extravagante, que ganhou a simpatia de grande parte do público em geral. Enquanto os outros chefões evitavam chamar a atenção, principalmente da mídia, Gratteri ficou conhecido como o “The Rich Mobster” * por suas roupas caras e por sua personalidade forte em frente às câmeras dos noticiários. Mais tarde, foi lhe dado o apelido de “Man Go Unpunished”*, após três julgamentos de grande visibilidade na década de 90 que resultarão em sua absolvição, ainda que, mais tarde, fosse revelado que os veredictos foram resultado da adulteração do júri, má conduta dos jurados e intimidação das testemunhas. No entanto, as autoridades policiais não ficaram impressionadas com o seu estilo ou sua reputação, e continuaram a juntar provas contra Gratteri, que, posteriormente, não resultou em nada, deixando o Capo a solta. Gratteri é atualmente o Capo da Cosa Nostra e vive em Las Vegas. Aos trinta e sete anos, é o Capo mais jovem da história, e o homem mais temido do mundo mafioso, pela sua frieza e rosto sem emoções. Gratteri e a Família de Las Vegas é a mais bem preparada, e já comanda mais três Famílias, além da própria Gambino, que já foi Chefe em Nova York, Bonanno, e Lucchese que também tem proteção total ao Capo Gratteri”. Wow! Ele realmente era um cara “fodão”. Por curiosidade, cliquei em uma foto sua, e os meus olhos se arregalaram: Demétrio Gratteri era sem dúvidas um homem gostosíssimo. Tinha cabelos castanhos avermelhados e um penteado muito elegante, pele branca, alto demais, musculoso na medida e um olhar azul frio e atento. Ele realmente era um Capo. Fiquei lá babando na sua foto, mas um barulho na biblioteca me fez sair daquele transe. Pigarreei algumas vezes e comecei a pegar os pontos importantes que minha mente encontrou na pesquisa. Enfim, após três meses e meio infernizando o seu Consigliere Vicentino Cavallaro, tinha conseguido uma entrevista exclusiva na mansão Gratteri. Mas não foi fácil, pois durante essas minhas perseguições ao seu braço direito fui ameaçada quatro vezes por eu ser… Como ele disse mesmo? Ah sim! Por eu ser uma porra de uma garota insopportabile e fastidioso*. Isso me rendeu até ficar imprensada contra a parede do restaurante e um olhar assassino. Não desisti e ele acabou indo falar com o Senhor Gratteri que disse sim depois de uma semana! Mas valeu a pena, ninguém da redação acreditava que eu conseguiria uma matéria tão boa quanto às outras que já haviam sido feitas por outros jornalistas. As pessoas já estavam cansadas de ler sobre roubos nos cassinos, turistas bêbados e pelados nadando nas fontes, brigas pelas prostitutas e idiotas com maconha no cérebro indo se casar nas igrejas com Elvis Presley sendo o pastor. Eles gostariam de saber mais sobre a personalidade do Capo e eu daria isso. Minha chefe, Cinthia, ficou feliz quando eu lhe disse que tinha conseguido a entrevista, mas ela queria algo inesperado do chefão, queria outros tipos de perguntas e respostas para passarmos na frente da nossa concorrente, New Vegas. Confesso que eu tentei entrar lá quando acabei minha faculdade, porque enfim, eles dão horas extras em dinheiro. No jornal Nevada News, onde trabalho, eles pagam os extras com entradas de cinemas ou uma hospedagem de três dias no Plaza Hotel. Ninguém quer isso! Principalmente eu. Infelizmente eu ainda não estava nos padrões da New Vegas e optei pela segunda opção. Mas com essa entrevista eu sentia que algo mudaria na minha vida. O meu sonho era me tornar a supervisora chefe da redação, eu estava cobiçando por essa promoção há meses! Algo que todos ali estavam à procura. Mas, eu era a que mal era percebida dentro daquele lugar imenso com várias mesinhas e pessoas correndo e gritando, ou ao telefone em busca de uma nova notícia. Ou quase nova. Mas eu estavapronta para novas conquistas. E ia conseguir a partir dessa entrevista. Finalmente tinha chegado a minha hora! Imprimi as minhas dez perguntas e revisei novamente. Elas eram poucas, pois o Senhor Gratteri não queria mais que isso, eu ainda tentei aumentar para vinte, mas o seu subchefe quase teve um troço e disse: “apenas dez sua enxerida”. Eu não era enxerida, nem um pouco. Bem, talvez só um pouquinho. Olhei para a tela do computador novamente e observei a foto de Demétrio, e a ansiedade atravessou meu corpo. Eu nunca tinha feito uma entrevista pessoal, e logo na primeira vez ia ser com o Capo da Cosa Nostra! Terminei de guardar minhas coisas e sai da biblioteca, sem ser vista novamente pela bibliotecária; finalmente a chuva tinha cessado e andei tranquilamente até meu carro. Entrei dentro do veículo jogando minha bolsa e minhas anotações e fui direto ao mercado. ***** Eu ainda estava chateada, pelas poucas perguntas que faria. Eu queria saber mais dele, na verdade, queria saber até qual era a sua cor favorita e o que ele mais gosta de comer. Mas eu não poderia desperdiçar minhas perguntas, tinha pesquisado tanto sobre ele que rotulei as melhores que eu poderia fazer ao Senhor Gratteri. Peguei meu copo de vinho da mesinha e beberiquei um pouco mais a bebida, já se passava das 22h e eu ainda estava sentada na sala assistindo TV. Peguei meu celular e abri meus e-mails. Abri a mensagem de Vicentino Cavallaro: De: Vicentino Cavallaro Assunto: Entrevista com o Capo. Data: 18/09/2010 as: 07h35min Para: Amélia McAdams “Bom dia Srta. McAdams. Estou lhe informando que sua tão esperada entrevista será na segunda-feira (18), às 14h30min. Por favor, sem atrasos, meu Capo tem coisas mais importantes para fazer do que responder ao seu interrogatório pernóstico*. Até lá!” Sim, ele era um grosso, e nas últimas vezes que o vi ele me olhava como se eu fosse apenas um pedaço de carne. A Família de Las Vegas era conhecida por homens brutos e ruins a suas mulheres, alguns deles usavam até o estupro como busca de informações da vítima. Era realmente de dar nojo! Em uma das muitas entrevistas do Senhor Gratteri, quando perguntado do porque ele não poderia proibir aos seus homens de cometer violência sexual contra mulheres. Ele apenas disse “Que nem sempre tínhamos que pôr uma arma na cabeça do seu oponente”. Que horror! Depois disso houve um protesto de mulheres nas ruas dizendo que a máfia não era bem-vinda, a organizadora desapareceu misteriosamente depois de alguns dias. Claro que eu não perguntaria isso a ele, se quisesse que seus homens fossem animais brutais não poderia fazer nada, nem mesmo com as mulheres que se metiam com eles. Eu jamais entraria no caminho desses caras, apenas faria minha entrevista, apresentaria a minha chefe, cruzaria os dedos para conseguir aquela promoção e fim. Nada de envolvimentos, obrigada! Soltei um bocejo longo e limpei as lágrimas de sono. Decidi ir me deitar. Desliguei a TV e bebi todo meu vinho, caminhei preguiçosamente pelo apartamento e abri a porta do meu quarto, meu cachorro November estava dormindo preguiçosamente na minha cama. Ele tinha esse nome, pois foi nesse mês que tinha encontrado ele ainda filhotinho perto do campus da faculdade, ele estava muito magro e com suas orelhinhas machucadas. Depois que o peguei para mim, seus pêlos amarelos cresceram e ele se tornou o labrador mais lindo do mundo. Meu November! Deitei-me ao seu lado e puxei as cobertas, fiquei alguns segundos olhando para o teto escuro e me sentindo animada pelo grande e maravilhoso dia de amanhã e pelas coisas boas que me esperam. Pensando nisso, fechei meus olhos e adormeci. CAPÍTULO 2 ENTREVISTA Meu coração estava frenético naquela manhã. Escolhi o melhor vestido que eu tinha, era de um verde escuro com alças grossas e iam até os meus joelhos. Ele era bem justo e colado nas minhas curvas, mas, porque eu queria que minhas curvas ficassem destacadas? Argh! Passei uma leve maquiagem e vesti meu salto preto. Peguei meu casaco, bolsa e saí de casa, porque ainda precisava passar na redação para mostrar a Cinthia minhas “dez” perguntas. ****** — É uma grande pena ser somente poucas perguntas, mas elas são boas. — disse Cinthia com um sorriso. Eu estava na sala dela há mais de três horas e estava tão nervosa, pois, logo daria a hora de ir à mansão Gratteri. — Obrigada, Cinthia. — Disse a ela. Cinthia se levantou de sua cadeira e me entregou o papel. Guardei rapidamente dentro da minha caderneta. Cinthia soltou um suspiro e pegou um gravador da sua estante. Eu quase ri. — Algum problema? — Perguntou ainda sorrindo. — É que o gravador não é necessário, os smartphones dão conta hoje em dia. — Dei de ombros. Cinthia deu uma risada e assentiu colocando o gravador de volta ao seu lugar. — Bem, é melhor deixar você ir. Não se esqueça de nada. — Assenti para ela com um grande alívio. — Está tudo aqui. Até mais tarde. — Sai de lá às pressas e nem dei importância para os idiotas que me olhavam de cara feia. Hoje finalmente tinha chegado o grande dia. ******* Parei com meu carro na frente da mansão, eu não sabia se estava autorizada a entrar, pois os grandes portões altos estavam abertos, do outro lado da rua havia um homem de terno escuro sentado no capô do seu carro caro e lendo um jornal. Abaixei a janela e chamei por ele. — Olá! Eu sou Amélia McAdams e tenho uma entrevista marcada para agora com o Senhor Gratteri. — O homem levantou sua cabeça e havia uma cicatriz acima do seu olho esquerdo. Aposto que é um dos soldados da máfia. — Pode entrar, mas deixe o carro aqui na rua. — Disse seriamente. Acenei para ele e desliguei meu carro, peguei minha bolsa e minha caderneta e saí. Andei pelo jardim da maravilhosa casa, ela era de cor escura por fora e com janelas intermináveis. A porta de entrada era preta com um objeto dourado no meio. Bati duas vezes, mas Vicentino já estava a abrindo, ele me olhou de cima a baixo e fez uma careta. — Atrasada cinco minutos. O que eu disse sobre não se atrasar? — Perguntou seriamente, com seu sotaque italiano. Ele abriu mais a porta e me surpreendi em ver que a casa era bem clara por dentro. Era a casa mais linda que eu já vi na vida. Olhei para Vicentino que encarava minha bunda! Pigarreei para ele que não deu à mínima e continuava a olhar. — Desculpe Senhor Cavallaro, minha chefa queria falar comigo antes. — Seus olhos castanhos se voltaram para mim. — Pouco me importo. Enfim, meu chefe está esperando no escritório. Sem gracinhas! — Ele apontou a minha direita com sua cabeça e sumiu pela casa. Engoli em seco e respirei fundo, caminhei até a porta e bati na mesma, escutei alguém autorizar e entrei. No momento em que entrei em uma espécie de escritório que deveria ser do Senhor Gratteri, fiquei pasma. Era incrivelmente luxuoso e de dar inveja, móveis claros, piso polido e janelas brancas grandes. E lá estava ele, vestido elegantemente com seu terno, sob medida, caro, de alfaiataria. Como eu suspeitava, ele era alto. O Senhor Gratteri estava com as mãos dentro dos bolsos de sua calça cinza social e observava o jardim. Olhando assim para ele ninguém iria ter noção de que o mesmo é o Capo da máfia italiana, e sim iriam pensar que ele era um político ou algo parecido. No momento em que Demétrio sentiu minha presença, se virou. Naquela hora eu queria sair correndo como louca de dentro da mansão pelo seu olhar frio e calculista, mas eu precisava disso, eu tinha que entrevistá-lo para as pessoas da cidade saberem que a máfianão era coisa de filmes. Engoli em seco quando ele caminhou lentamente até mim, me senti um coelhinho dentro da armadilha que o urso estava vindo pegar. Demétrio parou na minha frente sem dizer nada e seus olhos azuis estudavam meu rosto. Pisquei algumas vezes envergonhada, ele era tão bonito e elegante. Agora o vendo pessoalmente sei o porquê do seu apelido. The Rich Mobster. Sua mão pegou a minha e ele se curvou sem tirar seus olhos do meu rosto e então depositou um beijo na minha mão. Meu coração saltou com o contato de seus lábios. Ele soltou de mim rapidamente e seus olhos de águia ainda eram frios e sérios. — Boa tarde, Srta. McAdams. Sou Demétrio Gratteri. — Só de ter escutado aquela voz de chefão com o forte sotaque italiano, tive quase um desmaio. — S-senhor Gratteri chame-me de Amélia. — Ele assentiu e fez um sinal para eu me sentar em uma poltrona de frente a grande janela. Demétrio se sentou em outra na minha lateral esquerda, abriu o botão de seu paletó e cruzou as pernas. — Como sabe Srta. McAdams eu não tenho muito tempo, terei uma reunião daqui à uma hora e a senhorita já perdeu dez minutos de sua entrevista. — Disse em voz baixa. Assenti para ele rapidamente e comecei a abrir meu caderno, deixei a caneta e a folha cair no chão e pedi desculpas, peguei-as rapidamente de perto do seu pé e coloquei em meu colo, demonstrando todo o meu nervosismo. Depois liguei o gravador do meu celular e perguntei: — Podemos? — Demétrio deu um balançar de cabeça e respirei fundo e iniciei. — Antes de tudo a Nevada News agradece pelo senhor ter tido um tempo para nos atender. Então, Senhor Gratteri, gostaríamos de saber o que o fez querer seguir os passos da máfia? Vingança ou alguma outra questão moral? — Demétrio deu um pequeno sorriso e passou seu dedo nos seus lábios, fazendo meus olhos seguirem o movimento. Ah meu Deus! Que homem sexy! — Meus irmãos e eu não tínhamos o que comer, assim como, nossa mãe estava com câncer e sentindo dores, e não tínhamos como comprar seus remédios caros. Por isso, começamos a roubar e matar em troca de dinheiro. — E você queria isso? Matar inocentes? — Perguntei incrédula, reconheço que eu não deveria ter feito essa pergunta. Mas eu estava agoniada em saber. Demétrio me olhou com seus olhos azuis sem emoção e sorriu friamente. — Inocentes? Eu particularmente matava os milionários que gostavam de humilhar a população pobre italiana. Acredite em mim, Srta. McAdams não houve “nenhum” inocente que passou na minha frente. — Mordi meu lábio inferior e assenti. Respirando fundo, eu fiz a segunda pergunta. — Nos últimos anos o senhor foi nomeado como o homem de Las Vegas por ser tão jovem e tão bem sucedido nos negócios, mas, depois de ser acusado de tráfico internacional acabou perdendo esse pódio, pois as pessoas descobriram sua ligação com negócios obscuros. Como se sente agora sabendo que a população não aceita sua máfia aqui? — Não sinto. Eles sabem que devem manter suas bocas fechadas e se contentar comigo por aqui. Nunca me importei com essa bobagem de ser rotulado como um homem de Las Vegas, essas pessoas que criam esses rótulos, para os ricos da cidade e idiotas, os que criaram são mais conhecidos como “puxas sacos”. Assim como o seu trabalho. — Disse friamente. Não gostei daquilo, levantei minha sobrancelha direita e aquilo chamou sua atenção. — Desculpe por isso Senhor Gratteri, mas esse é o trabalho de uma redação de jornal, sinto muito se mostramos os “podres” de sua máfia. — Disse sarcasticamente, mas em seguida bati a mão na minha boca. Droga, droga, droga! Eu nunca conseguia segurar minha língua. Demétrio levantou suas sobrancelhas grossas. — M-me perdoe Senhor Gratteri, isso foi horrível de dizer. — Murmurei gaguejando. — Próxima pergunta, Srta. McAdams. — Disse Demétrio seriamente e já impaciente. Abaixei minha cabeça e pigarreei envergonhada, mas continuei. — Várias pessoas de seu ciclo questionam o senhor por não está casado, eles acham que na sua posição você precisa de um herdeiro, pois o senhor já tem 37 anos. O que acha a respeito disso? — Demétrio se levantou de sua poltrona e se serviu com um copo de uísque sem perguntar se eu queria. Ele se sentou novamente em seu lugar e deu um gole em sua bebida. Esperei pacientemente até ele terminar a bebida. — Acho que eles estão certos, eu nunca me casei por sempre colocar a honra da família na frente de tudo. Mas já fui apresentado às filhas de outros mafiosos para manter a aliança, seria um casamento arranjado pelo meu pai e minha madrasta por questões políticas. Mas não estou interessado em ter uma mulher que não desejo e nunca vi na minha vida. Por enquanto estou bem sozinho. Assenti para ele e suspirei. — Talvez alguma mulher fora do ciclo chamasse sua atenção? — Perguntei. Demétrio deu um meio sorriso sem mostrar os dentes. — Mesmo se eu quisesse uma mulher de fora, não poderia. Apenas garotas da máfia. — Acenei para ele e vi que seus olhos vagaram por todo meu corpo. — Você é casada ou algo do tipo? — Sua pergunta me surpreendeu. Mordi meu lábio e dei uma risada nervosa para ele. — Nunca pensei em casamento, estou mais focada no meu trabalho. — Demétrio assentiu e olhou minhas pernas novamente. — Voltando. Houve rumores de que seu último Consigliere desapareceu depois que ele foi acusado pela Cosa Nostra de roubar o dinheiro da família. Vocês sumiram com ele? — Seus olhos azuis voaram para janela e ele deu de ombros. — A única resposta que posso lhe dar é que é assim que a máfia trabalha, simplesmente tiramos os ratos do nosso meio. Engoli em seco e assenti mais uma vez. Isso queria dizer que ele ou então alguém matou Donatello Matarazzo. Claro! — Se o senhor não fosse Capo da maior Família mafiosa, o que seria? — Qualquer coisa relacionada à máfia, não me vejo em outro lugar. — Bem, eu vejo. — Murmurei enquanto riscava a pergunta feita. Olhei para Demétrio e suas sobrancelhas estavam arqueadas. — E o que você vê? — Perguntou, curiosamente. — Um político de destaque ou algo do tipo, o senhor tem algo de poderoso em si mesmo. — Porque eu tenho que ter, senão eu não seria um Capo. — Disse finalmente. Apertei os meus lábios e assenti. — Estou cansado dessas perguntas, por que não faz as que você gostaria de saber? — Abri a boca para respondê-lo e fechei novamente. Eu tinha tantas perguntas. Mas acabei perguntando a mais idiota de todas! — Qual sua banda favorita? — Demétrio ficou surpreso e sorriu. — AC/DC. — Aquilo foi uma novidade e eu gostei. — Adoro AC/DC. — Respondi sorrindo. Demétrio cruzou suas pernas novamente e disse-me. — Próxima pergunta. Argh, Que grosso! Fiz as perguntas restantes a Demétrio e ele as respondia rápidas e eficientemente. Ele às vezes parecia ser um cara legal, mas então do nada sua frieza voltava. Em todo momento em que eu estava lendo a pergunta, ou quando levantava meu rosto para ele, via que o mesmo estava olhando todo meu corpo. Mas eu não fiquei nervosa, Vicentino dava o mesmo olhar. Nem fodendo que eu seria um novo brinquedinho de algum deles. Sim, Demétrio era lindo de morrer, mas tinha caras “decentes” que eram mais bonito que ele. — Acho que é tudo Sr Gratteri. — Murmurei enquanto escrevia sobre como Demétrio era. — Você veio andando? Posso pedir para algum soldado meu levá-la em casa. — Mais uma vez fiquei surpresa com o que ele me disse. Dei uma risada e balancei minha mão. — Obrigada, mas eu vim de carro, ainda tenho que ir a redação entregar a entrevistapara minha chefa. — Demétrio assentiu e se levantou, peguei minhas coisas e enfiei tudo na bolsa, quando iria me levantar, me desequilibrei e quase caí de bunda no braço da poltrona, mas Demétrio foi mais rápido e me segurou pela cintura me puxando para ele. Olhei de olhos arregalados para cima e gaguejei: — O-obrigada. — Sussurrei. Seus olhos eram mais lindos de perto. Um azul claro com pintinhas verdes dentro deles. Demétrio acenou uma vez e se afastou de mim. Endireitei-me e caminhei até a porta com ele e vi que Vicentino não estava lá como imaginara. Quando estava parada perto da porta no lado de fora, estendi minha mão e Demétrio a segurou e se curvou novamente para beijar, sua barba arranhou minha pele de um jeito muito erótico. Como é?! — Espero que tenha a ajudado, Srta. McAdams. — Murmurou. — Ajudará e muito. É melhor eu ir, muito obrigada novamente, Senhor Gratteri. — Disse quando me afastava. Demétrio enfiou suas mãos nos bolsos da calça. — Não há de quê, Amélia. — Parei de andar e me virei para olhá-lo, mas ele não estava mais lá. ****** Cheguei à redação como a verdadeira Mulher Maravilha! Eu estava só sorriso para os babacas que me lançavam olhares raivosos, entrei na sala de Cinthia sem bater e coloquei meu celular e o papel na sua mesa. Ela estava mexendo no seu computador, mas parou rapidamente quando me viu. — Las Vegas está preparada psicologicamente para a verdadeira máfia? — Perguntei rindo. Cinthia escutou tudo e quando ouvi sobre as perguntas que não estava no papel me olhava com um sorrisinho, quando terminou de escutar ela bateu suas mãos dizendo-me. — Sim, minha maravilhosa amiga Amélia, Las Vegas e o “mundo” estão preparados para a Cosa Nostra. CAPÍTULO 3 PRIMEIRA PÁGINA Eu estava segurando o jornal tão perto do meu rosto que as letras começaram a se embaralhar. Ainda não estava acreditando, minha entrevista parou na primeira página! Ontem quando a levei para Cinthia, ela estava saltitando de alegria. Finalmente meu trabalho foi reconhecido, meu nome estava na primeira página. Tudo graças ao Capo! Peguei o meu celular e mandei um e-mail para Vicentino. De: Amélia McAdams Assunto: Entrevista com o Capo. Data: 19/09/2010 as: 09h02min Para: Vicentino Cavallaro “Olá Senhor Cavallaro! Só gostaria de lhe agradecer por ter me dado à oportunidade de entrevistar o Senhor Gratteri, estou imensamente feliz. O senhor leu o jornal essa manhã? Espero que sim, e o Senhor Gratteri também! Obrigada novamente!” Eu não esperava por uma resposta, claro! Vicentino era um homem rabugento e parecia que não apreciava mulheres que eram mais inteligentes do que ele. Haha! Mas para minha surpresa, meu celular apitou com uma nova mensagem. De: Vicentino Cavallaro Assunto: Entrevista com o Capo. Data: 19/09/2010 as: 09h04min Para: Amélia McAdams “Bom dia Srta. McAdams! Sim eu e meu Capo e toda a Cosa Nostra lemos sua pequena entrevista. Mas sinto em lhe dizer que Demétrio ficou um pouco, digamos, taciturno ao ler suas mentiras escritas no jornal! E quando meu Capo fica calado com algo, isso quer dizer que alguém o irritou. Espero que vocês dois tenham um encontro por ‘acaso’. Até mais”. O que?! Mentira! Mas eu não inventei nada! Abri na página da entrevista e comecei a ler, quando já estava na quinta pergunta, me assustei. Eu não tinha perguntado nada sobre contrabandos e cassinos ilegais. Minha respiração ficou difícil de sair quando li aquilo, o que fizeram na minha entrevista?! Eles colocaram coisas que não perguntei e nem sequer passou pela minha cabeça. A sétima pergunta era a pior de todas, estava escrito sobre como as mulheres eram vistas aos olhos do círculo dele. “Apenas para dar prazer e nada mais”. Não, não! Eu não perguntei isso e ele não respondeu isso! Eu apenas perguntei se tinha mulheres que comandam alguma Família e ele disse que não, mas que já houve sim há muito tempo atrás, pois agora as regras mudaram e somente os homens eram vistos como fortes. Apenas isso! Droga, droga! Peguei o celular com as mãos trêmulas e enviei a Vicentino: De: Amélia McAdams Assunto: Entrevista com o Capo. Data 19/09/2010 as: 09h05min Para: Vicentino Cavallaro “Eu não escrevi nada daquilo! As primeiras quatro perguntas realmente são minhas, mas as seguintes eu não fiz! Você tem que acreditar em mim Senhor Cavallaro eu jamais faria isso! O pessoal da redação que revisa deve ter mudado com a ordem do diretor! Diga ao Senhor Gratteri que não fiz aquilo, por favor!” Respirei fundo quando sua rápida resposta chegou. Meu coração gelou quando li: De: Vicentino Cavallaro Assunto: Entrevista com o Capo. Data: 19/09/2010 as: 09h07min Para: Amélia McAdams “Espero que já tenha conquistado tudo que sempre quis para sua curta vida”. ****** Cheguei ao trabalho como um furacão em erupção, entrando na sala de Cinthia sem bater. — Cinthia que perguntas sãos aquelas? Eu não fiz aquilo! — Disse em voz alta. Cinthia correu até a porta, onde curiosos olhavam e a fechou. — Me desculpa Amélia, eu também fiquei apavorada e mais apavorada ainda quando recebi um e-mail do Consigliere da máfia. Jackson que mudou as perguntas, pois ele achou que a entrevista estava tediosa demais. — Vicentino ameaçou Cinthia também? Ah Deus, aquilo não poderia ficar pior?! Passei minha mão no rosto para me acalmar. — Vicentino disse que Demétrio está calmo e quando ele fica assim vira um assassino! Eu estou morrendo de medo agora e tudo isso é culpa de Jackson. — No momento em que eu disse seu nome a porta se abriu e o próprio Jackson entrou no seu terno barato, cabelo meio grisalho e cara de cachorro buldogue. Quando me viu deu um largo sorriso. — Que bom que está aqui Amélia, assim poderei dar a notícia de uma vez. — Cinthia caiu na sua cadeira e o encarou seriamente. — Que notícia, Jackson? — Perguntei de um modo pacóvio. Ele pareceu não perceber, pois deu um sorriso amarelo e chegou mais perto ficando ao meu lado. Eu queria enfiar uma caneta no seu olho. — Acontece que a entrevista de Amélia foi à primeira na nossa redação depois de quatro anos a ser a mais destacada; na internet, o jornal online está uma loucura de tão empolgadas que as pessoas estão! Fora que passamos na frente da Vegas. Isso quer dizer que um dos melhores parceiros da Nevada irá fazer uma maravilhosa comemoração. Nesta sexta-feira haverá uma festa no Plaza e lá irão homenagear nossa garota prodígio! Fiquei de boca aberta ao ouvir aquilo, eles iriam fazer uma festa! Não acredito, e ainda eu ganharia uma homenagem! Ah meu Deus! Dei um largo sorriso para Jackson e disse-lhe: — Tá de brincadeira né? Isso… Isso é fantástico! — Disse fervorosamente. — Amélia. — chamou minha atenção Cinthia. — E como ficam aquelas perguntas? É perigoso para você! — Disse preocupada. Balancei minha mão mal me importando com aquilo agora. — Vicentino disse da boca para fora, como se outro entrevistador nunca tenha inventado palavras não ditas. E aquilo é uma verdade Cinthia, a América precisa saber. — É disso que eu gosto, sabe, estou pensando aqui: se tudo correr bem nessa festa, considere-se a nova supervisora chefe! — Piscou Jackson para mim e indo até a porta. Minha boca se escancarou e dei um gritinho de alegria. Haha! Quando Jackson se foi para dizer a todos sobre a festa me sentei na cadeira de frente a mesa de Cinthia que me olhava de testa franzida. — O que foi Cinthia? Pelo amor de Deus, nada vai me acontecer e muito menos a você. Bom, comvocê eu tenho certeza, mas eles não são idiotas de fazer nada comigo agora, a polícia saberia que eles seriam os culpados pelo meu desaparecimento. — Cinthia apertou seus lábios vermelhos e balançou sua cabeça loira avermelhada. — Eu já disse o que tinha a dizer Amélia, só tome cuidado, esses homens jogam muito sujo. — Revirei meus olhos e me levantei sorrindo. — Vou trabalhar! Logo, logo, a garotona aqui será a supervisora chefe e se tornará uma mulher adulta. — Cinthia assentiu e me despedi dela. Quando voltei para minha mesa eu sorria como uma abóbada, alguns dos meus “colegas” de trabalho me encaravam com raiva. Óbvio! Logo eu mandaria naqueles invejosos egocêntricos. ****** Quando cheguei a minha casa um buquê de tulipas vermelhas estava na porta do meu apartamento, me abaixei para pegar e havia um pequeno cartão dobrado no meio com uma caligrafia elegante escrito meu nome. Abri o cartão e lá estava escrito: “Não me provoque, tenho armas escondidas. Não me engane, posso não resistir. Não grite, tenho péssimo hábito de revidar.” (Clarice Lispector). Ok! Isto foi perturbador e aterrorizante, e eu nem precisava descobrir o remetente, mas tinha dúvidas de qual dos dois seriam: Demétrio ou Vicentino? Abri a porta, e rapidamente joguei o buquê com o cartão no lixo. Tranquei minha porta e fui beijar a cabeça de November. Aquela ameaça me deixou amedrontada, ele queria dizer que faria algo comigo? Deus, onde fui que me meti? Alguns dias atrás eu achava a melhor coisa que tinha feito na vida era conseguir essa entrevista, agora eu estava começando a achar que aquilo foi uma péssima e terrível ideia me meter com um mafioso. Soltei um suspiro alto na minha cozinha e me curvei no balcão da ilha. Tarde demais Amélia! CAPÍTULO 4 PROMOÇÃO E LUTO Dois dias se passaram desde a fatídica entrevista, e a festa no Plaza Hotel acontecerá amanhã, eu estava mais que ansiosa, tinha comprado um vestido maravilhoso para aquela noite especial. Vicentino não entrou mais em contato o que foi um imenso alívio. Durante a tarde enquanto eu fazia uma matéria sobre a crise nos países conhecidos, Cinthia me enviou um e-mail pedindo minha solicitação na sua sala. Bloqueei a tela do computador e rapidamente corri para atender ao seu chamado. Quando entrei na sua sala, além de Cinthia, Jackson também estava lá. Ah droga. O que foi agora? — Me chamou Cinthia? — Perguntei desconfiada. Cinthia deu um pequeno sorriso. — Sim, Jackson quer lhe dizer uma coisa. — Olhei para ele que sorria como sempre. Sentei-me na cadeira enquanto os dois estavam de pé, perto de mim. Aquilo estava me incomodando, eu não gostava de surpresas, por isso escolhi trabalhar com jornalismo! Aqui não tinha nada disso, era tudo dito e feito na hora. Jackson se sentou na borda da mesa e suspirou. — Amélia, há algo em que eu, Cinthia e os demais acharam melhor em fazer. — Ah não! Eles iam me demitir, eu tinha conseguido deixar o jornal mais reconhecido e agora eles me colocariam na rua. Assenti para ele incapaz de pronunciar nenhuma palavra. — Bem, acontece que nos dois anos em que você trabalha na Nevada, Cinthia sempre passa um ótimo feedback referente a você. Agora você mostrou que é uma verdadeira jornalista depois da incrível entrevista com Demétrio Gratteri. — Jackson e Cinthia deram largos sorrisos quando ele finalmente disse: — Parabéns Amélia, o cargo de supervisora chefe é seu. ****** Minha alegria estava incontrolável, eu fiquei minutos agarrada a Cinthia enquanto ria sem parar. Eu tinha realmente conseguido aquela promoção! — Cinthia, eu estou me sentindo tão feliz! — Disse a ela quando me afastei. Cinthia deu uma risada e segurou meus ombros para me fazer parar de pular. — Eu sabia que conseguiria Amélia, está a tanto tempo querendo esse cargo. Você merece! — Disse-me com um sorriso doce. Sei que é egoísmo da minha parte, mas eu merecia mesmo. Sentei-me na poltrona quando ela disse: — O bom é que agora você terá sua própria sala de escritório, duas horas de almoço e sairá uma hora mais cedo. Sem contar no aumento de porcentagem sobre seu salário. Não é maravilhoso? — Perguntou animadamente. — É perfeito! Estou tão feliz que acho que vou ter uma parada cardíaca. — Ofeguei com a mão no coração. Cinthia deu uma gargalhada e revirou seus olhos teatralmente. — Nem pense nisso! Você tem uma equipe para comandar amanhã supervisora McAdams. — Rimos juntas e olhei para as janelas. Finalmente eu consegui o que buscava. Naquele dia fui ver a minha própria sala, era perfeita com uma vista linda da cidade. Ah! Como minha vida estava maravilhosa! ****** Joguei-me na cama e observei o teto do meu quarto. O que não poderia ser melhor? Essa semana estava maravilhosamente perfeita. Se meus pais estivessem nos Estados Unidos eu correria agora até eles, mas infelizmente a Inglaterra é melhor que eu. Eles não são o tipo de pais interessados. November se jogou em cima de mim e fiquei acariciando ele quando um barulho dentro da minha casa chamou minha atenção. Sentei-me rapidamente e fiquei parada para ouvir melhor. November começou a rosnar e correu para fora do quarto. — November. — Sibilei em um sussurro. Fiquei ainda parada ali, eu estava com medo de que fosse algum rato novamente. Eu tenho nojo só de pensar. Levantei-me da cama e saí pelo corredor andando na ponta dos pés. — November. — Sussurrei. Escutei um rosnado baixo do meu cachorro quando então ele soltou um gemido com choro alto. Corri desesperadamente até a sala. Meu coração batia fortemente e não o encontrei lá. Outro barulho alto se fez e olhei a porta da cozinha. Corri lá e paralisei quando uma figura vestida toda de preto saia pela janela e quando me viu correu pelas escadas de incêndio. Ah Deus! Quando iria chegar até a janela para trancá-la algo melado estava no chão e escorreguei caindo de lado. Olhei para o chão e um líquido meio grosso da cor escarlate estava escorrendo no chão de madeira. Eu estava ofegando tão alto que quando olhei para o meu lado, meu mundo caiu. Dei um grito apavorado vendo November com o pescoço rasgado. — NOVEMBER! — gritei chorando e me ajoelhando. Peguei meu cachorro e coloquei-o no colo, sua cabeça estava quase fora do corpo. — MEU DEUS! NOVEMBER NÃO! NÃO! — Gritei chorando e balançando meu único amorzinho. Meu bebê que me protegeu desde meus dezoito anos. Meu amorzinho que dormia ao meu lado. Meu cachorro! Meu cachorro! — NÃO! — Eu gritava sem parar quando ouvi a porta do meu apartamento abri em um baque forte. Minha vizinha Susan, seu marido Chester e sua filha Bianca estavam ali com olhares assustados. Susan ascendeu à luz e gritou assustada. — OH MEU DEUS! — Vou chamar a polícia. — Disse Chester. Olhei November e era pior na luz. Seus olhinhos estavam desfocados e a língua caída para fora. Gritei com o mais puro ódio e me balançava descontroladamente, minha camisa branca estava cheia de sangue. O sangue do meu cachorro, Susan e Bianca correram até mim e tentaram me afastar de November. — NÃO, NÃO! EU QUERO FICAR AQUI! — Gritei me debatendo. — Mãe, nós não podemos deixá-la assim. — Disse Bianca assustada. Depois de poucos minutos, ouvimos vários passos que vinham em direção à cozinha, mas nem olhei, eu queria November. Por que eu o deixei sair do quarto? Por quê? Várias vozes começaram a me chamar e perguntar como isso aconteceu, mas eu não ouvi. Quem fez isso com um animal indefeso? Um animal! O que ele faz de mal?! Apertei o corpo sem vida de November e deitei minha cabeça na sua.— Eu te amo meu bebê, a mamãe te ama muito! Nunca vou te esquecer. — E não iria mesmo. Eu tinha November há cinco anos em minha vida, as fotos dele sozinho ou junto comigo estavam espalhadas pela casa. Seus cobertores e brinquedos bagunçados na sala. Quem fez isso com ele sabia que eu era apegada ao meu cachorro, sabia que meu amor era forte. Mãos me levantaram do meio do sangue de November, meus olhos estavam inchados, meus ouvidos zumbiam, minha maquiagem estava borrada. E o cheiro de sangue incrustado na minha roupa e pele. Dei uma última olhada a November ali morto. Uma vida indefesa, uma parte da minha vida. ****** — Srta. McAdams, seus vizinhos disseram para dormir no apartamento deles. — Disse o detetive Stewart, já na delegacia. Depois que prestei depoimento, e de ser interrogada por mais de duas horas e meia, eu pude finalmente acalmar minha mente. Eles perguntaram tudo até mesmo chegaram a achar que eu que matei meu cachorro. Meus olhos estavam observando para o nada, eu queria apenas dormir. — Srta. McAdams? — Olhei para ele e balancei minha cabeça em negativa. Eu não dormiria na casa de ninguém, mas também não queria voltar ao meu apartamento. — Eu vou para algum hotel. — Murmurei. O detetive juntou suas sobrancelhas escuras. — Tem certeza disso? — Perguntou preocupado. Apenas assenti para ele. — Tudo bem, eu vou levá-la ao seu apartamento para pegar algumas roupas limpas. — Me levantei da cadeira junto com ele até ir para fora da delegacia, entramos no seu carro e encostei minha testa no vidro do carro. ****** Escolhi um hotel perto do trabalho. Tomei um banho de meia hora, chorando incontrolavelmente. Eu não tinha ideia de quem invadiu a minha casa, não tinha ideia do porque fizeram aquilo. A polícia concluiu que pelo meu trabalho eu conseguiria muitos inimigos. Mas que inimigos? As prostitutas que são vistas a tapas quando algum cara rico aparece? Os bêbados que não pagam as fichas de pôquer? Pelo amor de Deus! Essas pessoas mal sabem da minha existência, com exceção dos mafiosos que ofendi com a entrevista deturpada do Capo ao jornal. Pisquei algumas vezes ainda sentada na cama olhando para o nada depois do banho. Será que foram eles? Com raiva da entrevista meio falsa no jornal? Depois que entrevistei Demétrio algumas pessoas se tornaram fãs enlouquecedores da Cosa Nostra e principalmente do Capo. Já outras se sentiram ameaçadas com a presença deles. Com certeza isso deixaria um homem assassino e poderoso muito puto. De repente uma raiva entrou no meu corpo. Peguei o meu celular e enviei uma mensagem antes de desconectar minha localização. De: Amélia McAdams Assunto: Morte de November. Data: 21/09/2010 as: 01h34min Para: Vicentino Cavallaro “Espero que estejam rindo do que fizeram seus fodidos de MERDA! Eu sei que mataram meu cachorro e farei de tudo para a polícia bater na porta de vocês, só que dessa vez todos irão para o xadrez!” Não foi o certo a se fazer! Ameaças a um mafioso era praticamente cavar sua própria sepultura. Mas pelo November valeria a pena! No momento em que meu celular apitou indicando uma nova mensagem meu coração pulou. Abri a mensagem de Vicentino. De: Vicentino Cavallaro Assunto: Morte do vira-lata. Data: 21/09/2010 as: 01h42min Para: Amélia McAdams “Ah Srta. McAdams acho que a senhorita não conhece MEU temperamento referente às mulheres, principalmente a mulheres que acham que podem me ameaçar. Se eu fosse você teria mais cuidado com o que fala, seu cachorro vira-lata não foi nada!” Foi ele! Acabou de se entregar o desgraçado! Joguei meu celular longe com um grito e comecei a chorar, o que November teve haver com isso?! Eu estava quase indo na mansão do fodido do Gratteri e matá-lo com uma sacola na sua cara. Mas me contive. Vicentino me ameaçou e aquilo seria ótimo para a polícia. Mas para o juiz não, aposto. Soltei um suspiro trêmulo e me deitei na cama. Eu deveria deixar isso para lá. Sou apenas uma mulher sozinha nessa cidade, sem amigos e familiares. Então seria melhor eu manter minha boca fechada dessa vez, deixaria November descansar em paz. Enfiei meu rosto no travesseiro e chorei mais, eu tinha ódio daqueles homens, tinha ódio por eles existirem. E tudo isso foi culpa de Jackson por deixar a entrevista mais emocionante! Agora foi meu cachorro que pagou o preço. Respirei profundamente e apaguei a luz do quarto, me encolhi como uma bola no meio da imensa cama do hotel e chorando baixinho. Sozinha. Sem ninguém. Sem November. Estou sozinha em uma cidade grande! CAPÍTULO 5 COMEMORAÇÃO O dia que eu tanto esperava acabou se transformando em uma merda. Eu não queria conversar com ninguém, não queria sorri como uma boboca, apenas queria entrar na segurança da minha nova sala e fazer meu trabalho em paz. Cinthia e todos souberam do ocorrido e tentaram me consolar falsamente. Bem, tirando Cinthia, ela era sincera. Mas o que eu mais queria era poder ficar em paz, hoje eu fingiria que estava bem e que estava superando a morte do meu cachorro. Meus olhos encheram-se de lágrimas quando peguei dois retratos na minha bolsa. Uma de November filhotinho deitado no meu travesseiro e a outra nós dois abraçados quando ele já estava grande. Soltei um suspiro trêmulo e me sentei. Tinha que fazer alguma coisa para me esquecer da dor. O trabalho era um ótimo remédio. ***** Cinthia apareceu na minha sala somente duas vezes, mas em nenhum momento perguntou como eu estava. Na última vez ela disse que meu horário de trabalho já tinha mudado e eu poderia ir me arrumar para a festa. Aceitei de mau humor e sai da redação rapidamente, entrei no meu carro e fechei os olhos. Hoje eu teria que colocar uma máscara de felicidade, teria que fingir que estava animada com a noite que estava prestes a chegar. Respirei fundo, liguei o carro e dei partida. ****** Tinha passado no hotel para pegar minhas coisas e voltar ao meu apartamento, eu não poderia deixar minha vida de lado e fingir que nada aconteceu. Eu estava colocando o meu vestido longo vermelho com um decote em V que ia até a metade de minha barriga, ele ficou lindo! Fiz um coque frouxo e deixei algumas mechas caírem no meu rosto, fiz uma maquiagem forte e coloquei meus saltos cor nude. Já estava pronta, olhei para a cozinha enquanto me observava no espelho da sala e uma inundação de tristeza me invadiu. Soltei um suspiro baixo e peguei minha bolsa e chaves do carro. ****** O salão do Plaza Hotel estava incrivelmente lindo com cores douradas e pratas, uma banda tocando no palco, mesas espalhadas e várias pessoas importantes. Avistei Cinthia conversando com dois homens quando ela me chamou com um largo sorriso, ela estava linda, em seu vestido longo de cor verde musgo de uma alça só. Quando me aproximei, Cinthia me deu um abraço e me apresentou aos homens. — Senhores, eu quero que conheçam Amélia McAdams. Amélia, esse é Davis Parker, e esse é Jonas Mills. — Apertei a mão dos dois com um sorriso falso na cara. — Eles são empresários e adoraram a sua audácia na entrevista. — Jonas, que era o mais alto e tinha cabelos loiros me deu um sorriso. — Você é ótima Amélia! Ampliou o mundo mafioso junto com o nosso. — Eu agradeci a ele e começamos todos a conversar. Bem, eles estavam falando sem parar, eu apenas sorria e assentia. A noite foi toda assim. Risadas falsas, pessoas fingindo que nada tinha acontecido comigo na noite passada, parabenizando uma entrevista mentirosa, desejando sucesso para mim dentre outras. Quando Jackson subiu ao palcopara fazer uma homenagem ao meu trabalho, pensei que ele falaria gracinhas como sempre. Mas, apenas disse que sempre fui uma jornalista ótima, às vezes altruísta (fazendo todos rirem) e outras palavras que não dei ouvidos, quando ele me pediu para subir o meu coração bateu forte. Droga! Agradeci a ele e fiquei parada de frente ao microfone e olhando aquelas pessoas. — Quero agradecer a todos por estarem aqui nesta noite, isso significa muito para mim. Quero agradecer também a Nevada News por me acolher e principalmente a Cinthia Taylor e Jackson Gilbert. Vocês são os melhores chefes que alguém poderia ter. — Dei um sorriso somente a Cinthia, pois ela era uma ótima chefa. — E também a uma pessoa importante que fez meu sonho se realizar, Demétrio Gratteri. Obrigada por fazer os meus desejos se tornarem realidade. E obrigada mais uma vez a todos vocês. Boa noite! — Aplausos e assobios soaram no salão quando desci as escadas. Em vez de eu voltar à mesa, andei até as portas duplas. Eu precisava de ar naquele momento. A brisa da noite fria me recebeu calorosamente, fechei meus olhos e respirei fundo o ar de Las Vegas. O jardim do hotel era muito receptivo. — Belo discurso Srta. McAdams. — Abri meus olhos e congelei ao ouvir aquela voz. Olhei para trás rapidamente onde Vicentino estava caminhando até mim vestido num smoking preto e segurando uma taça de champanhe. Ele parou de frente para mim e me olhou de cima a baixo, seus olhos demoraram no meu decote longo. — A propósito, você está incrivelmente linda neste vestido. — Engoli em seco, e cruzei meus braços em cima do meu busto. — Senhor Cavallaro, que surpresa agradável. Não sabia que iria vir. — Me assustei em ouvir minha voz calma e controlada. Vicentino deu um meio sorriso e passou a mão no seu cabelo castanho. — Foi de última hora. Meu Capo não poderia vir e então pediu que eu viesse em seu lugar. — Murmurou, me encarando atentamente. Demétrio iria vir? Por que ninguém me disse que a máfia estaria presente? Pelo amor de Deus! Eu sou praticamente a estrela dessa noite, isso não conta?! — Ah sim, claro! — Foi tudo o que consegui dizer. Aliás, por que ele está aqui? Depois daquela entrevista expondo a máfia? Vicentino me olhou por um tempo e chegou mais perto de mim, eu quase saí correndo, mas me segurei. — Você pode parar de fingir Amélia, eu sei que está na dúvida entre me socar ou fugir daqui. Posso ver em seus olhos. — Sussurrou as últimas palavras. Lambi meus lábios e continuei parada olhando Vicentino. Eu teria que me manter calma, não poderia demonstrar medo a esse idiota. — Desculpe Senhor Cavallaro, mas não faço ideia do que está dizendo. Eu quero aproveitar essa situação e me desculpar pela mensagem ofensiva que lhe enviei. Eu só estava em choque. Vicentino arqueou suas sobrancelhas e então seus dedos acariciaram meu queixo e pescoço. Fiquei parada como pedra. — Você sabe que não me engana Amélia, eu não sou nenhum idiota! Eu sei quando as pessoas mentem, e fique tranquila que quem mandou matar seu cachorrinho não foi eu e sim Demétrio. Ele sabe ser muito frio, então dirija esse ódio a ele. — Vicentino deu uma risada e se afastou. — Você realmente o irritou, e piorou ainda mais quando ele leu a sua mensagem de ameaça. Tome cuidado por onde anda. Boa noite, Srta. McAdams. — Esperei Vicentino desaparecer até que desmoronei me encostando a uma estátua de anjo e chorei. Oh Deus! Eu estava ferrada. Eles iriam me machucar, iriam acabar comigo e depois me matariam. Eu tinha que dizer a alguém, teria que ir a polícia, porque eles acreditariam em mim, não é? Limpei meu rosto com as mãos e dei um suspiro trêmulo. Sei que a situação só iria piorar, mas eu poderia pedir proteção à polícia de Las Vegas. Como se isso fosse impedir os MAFIOSOS a te matarem! Seria um banho de sangue. Pessoas inocentes (policiais) e pessoas não inocentes (mafiosos) morreriam por uma simples neura minha. Que se dane! Eu iria a polícia, não ficaria me escondendo de ninguém. Olhei para o salão e vi que todos estavam risonhos por causa da bebida e distraídos. Era a minha deixa. ***** — Srta. McAdams essas acusações são verdadeiras? — perguntou o policial. — Por que eu as inventaria? Só porque fiz uma entrevista que acabou com a minha vida? São verdadeiras, eles me ameaçaram e mataram meu cachorro. — Tudo bem, vamos seguir com isso. ***** Cheguei a minha casa com uma dor de cabeça horrível. Tudo o que eu queria nesse exato minuto era poder abraçar November e fazer seus pêlos macios me esquentar até eu poder dormir. Tirei meu vestido cuidadosamente, a calcinha, e fui até o banheiro, liguei o chuveiro no jato mais quente que meu corpo aguentaria. Eu tinha feito à coisa certa em denunciar Demétrio e Vicentino sobre as ameaças que sofri e assassinato ao meu cachorro? Não pense demais! É verdade, o que está feito, está feito eu não poderia ficar me lamentando por isso, se algo acontecesse comigo eu tenho certeza de que a polícia saberia que foram os mafiosos. O bom disso tudo é que uma viatura estava parada na frente do meu prédio e aquilo me deixou um pouco mais segura. Vesti minha camisola e sequei rapidamente meus cabelos quando meu celular apitou. Ah droga! Era Vicentino eu tinha certeza, ele tinha descoberto que fui à polícia. Peguei o celular um pouco nervosa, mas em questões de segundos me acalmei. Era Cinthia. DE: Cinthia. AS: 22h12min “Amélia porquê você foi embora sem avisar? Fiquei preocupada com você e, aliás, algumas pessoas importantes queriam te conhecer. O bom disso tudo é que eles passarão amanhã na redação! Te vejo amanhã? Boa noite gatinha”. Joguei-me na cama extremamente aliviada e mandei uma mensagem a minha chefe/amiga: PARA: Cinthia. AS: 22h13min “Desculpe Cinthia, eu não estava me sentindo muito bem e resolvi voltar para casa. Agora estou bem e sabia que você daria conta! Você é a melhor! Te vejo amanhã, boa noite.” Confesso que algumas coisas estavam sendo ótimas para mim, tirando a loucura toda da máfia, estava indo do jeito que sempre quis. Meus desejos estavam realizados mesmo algumas coisas ruins terem acontecido. Fiquei olhando para o teto quando lágrimas inesperadas começaram a surgir, eu estava me sentindo tão sozinha nessa casa. Consideravelmente eu não tinha ninguém nessa cidade, meus pais mal prestam atenção em mim e eu não gostaria de estar junto a eles de qualquer jeito. Eu queria poder perguntar a Demétrio o por quê? Por que matar um animalzinho? Para me ferir? Parabéns! Ele tinha conseguido e agora estou uma merda, eu queria na verdade dar um chute na cara daquele desgraçado e dizer as palavras mais feias que eu já ouvi em toda minha vida. De repente o medo e arrependimento se romperam dentro de mim. Se Demétrio queria me fazer algo, pois bem, que ele faça! Eu não ficaria me encolhendo e me escondendo por causa daquele fodido de merda. Ah! Mais não mesmo! Eu sou uma mulher adulta e independente! E que se foda se tenho alguém comigo ou não. Passei minhas mãos geladas no meu rosto e apaguei a luz, puxei os cobertores por cima do meu corpo e fechei meus olhos. CAPÍTULO 6 ENCONTRANDO O CAPO NOVAMENTE Acordei atrasada pela primeira vez na vida! Eu estava sem maquiagem alguma e minha saia lápis e camisa, pretas, estavam amarrotadas. Droga! Entrei correndo na redação recebendo vários Bom dia Srta. McAdams! De um jeito muito animado e educado. Algo estava estranho. Quando me sentei na cadeira alguém bateu na porta, disse para entrar. Cinthia entrou na sala no seu vestido azul céu e com dois copos de café. — O relógio te sacaneou?— Perguntou rindo. Revirei meus olhos e ri. — Sim, essa é a primeira vez que acontece. — Primeira vez que acontece. Você está em outro mundo? — Perguntou colocando o café ao meu lado e se sentando a minha frente. — Cinthia eu estou com a cabeça a mil! Desde aquela ameaça de Vicentino Cavallaro e a morte de November a minha mente está um turbilhão. — Cinthia assentiu calada e suspirou. — Nem imagino como você deve estar se sentindo Amélia, mas infelizmente tenho que dizer que você não pode se desfocar do trabalho, você sempre quis isso desde que entrou aqui. Agora que alcançou agarre essa chance, respire fundo e deixe os problemas de lado por um tempo, pense em você e no seu futuro, por enquanto, e depois ache uma solução para resolver os problemas. Sei que é capaz disso! — Cinthia se levantou e piscou para mim quando foi embora. Soltei um suspiro alto e encostei-me à cadeira. Ela estava certa em todos os pontos. Eu tinha que ter uma mente muito madura! Soltei mais um suspiro alto e arregacei as mangas. Era hora de trabalhar e aí só depois eu pensaria a respeito dos meus problemas. Problemas. Argh! ****** Por ter chegado quase uma hora atrasada hoje, eu tive que sair mais tarde do trabalho, e deixei a redação completamente vazia. Caminhei até o meu carro no estacionamento, quando uma voz grossa e fria chamou pelo meu nome. Paralisei na hora perto da porta do carro. — Srta. McAdams. — disse. Virei-me engolindo em seco e dei um sorriso fraco. — S-senhor Gratteri. — Sussurrei. Demétrio estava vestido numa jaqueta caramelo, camisa branca e uma calça mais escura que a jaqueta. Incrivelmente delicioso. Ele caminhou lentamente até parar na minha frente. — Como está Srta. McAdams? — Perguntou em voz baixa. Muito educado quando quer. Olhei para cima pra poder observar seus olhos azuis atentos. — Melhor do que aparento senhor. — Murmurei. Demétrio assentiu e olhou para os lados como se estivesse procurando testemunhas pelo o que ele iria fazer. Seus olhos se voltaram para mim e uma de suas mãos pousou em cima do teto do carro perto da minha cabeça, dei um passo para trás e encostei-me ao carro assustada, Demétrio arqueou uma de suas sobrancelhas e sorriu rapidamente, tão rápido que não tive certeza se ele realmente sorriu. — Assustada, Srta. McAdams? Sim! Estou me borrando de medo com você aqui nesse estacionamento vazio! — Ah não, Senhor Gratteri. — balancei minha mão, rindo nervosamente. — Estou apenas exausta por causa do trabalho. — Demétrio assentiu e continuou a me olhar. — Aliás! — disse curiosa. — O que o senhor faz aqui? — Demétrio se afastou de mim. — Eu estava procurando por Cinthia. — Cinthia? A minha chefa Cinthia? — Ele assentiu devagar e ainda me observando com seus olhos de águia. — Mas o que o senhor quer com ela? — Perguntei, desconfiada. Demétrio olhou em volta do estacionamento vazio mais uma vez e me encarou. — Eu a convidei nesta manhã para um jantar, só que ela não me respondeu e então vim até aqui. — Como é?! Cinthia foi convidada por Demétrio para um jantar e ela não me contou? Talvez porque seja de sua vida pessoal, mas eu pensei que éramos amigas acima de tudo. E porque Demétrio quer jantar com a Cinthia? Deus! Aquilo me deixou morta de curiosidade, amanhã eu teria que perguntar a Cinthia. Demétrio deve ter percebido minha inquietação, pois se aproximou rápido de mim e eu afastei me batendo no carro. — Você não consegue mesmo não se meter na vida dos outros não é garotinha? — Murmurou de um jeito ameaçador. — E-eu não disse nada. — Sussurrei de olhos arregalados. Demétrio deu um sorriso de tubarão e se curvou até deixar seu rosto perto do meu. Perto demais. — Nem precisa dizer Amélia, seu rostinho diz tudo. Se eu fosse você deixaria esse assunto de lado, Cinthia ficaria chateada com sua intromissão. — Apertei meus lábios e olhei para ele com raiva. — Cinthia é minha amiga, e se eu quiser perguntar a ela eu irei perguntar, pode me ameaçar. A polícia já sabe o que vocês fizeram ao meu November. — Ah eu sei sim o que você fez. Colocou os policiais nisso tudo sendo que pedi para não fazê-lo. Eu não sou nenhum babaca pra você brincar comigo, eu já matei mulheres como você, mas não perco o meu tempo com animais e se eu fosse você deixaria isso tudo para lá. Não brinque comigo Srta. McAdams. — Pisquei com força para as lágrimas não saltarem dos meus olhos. Mais uma ameaça! Eu estava cada vez mais entrando na floresta escura e deixando os monstros me dominarem. Eu estava aterrorizada desde que mataram November, eu não aguentava mais aquilo. Assenti para Demétrio e abaixei minha cabeça. — Como quiser Senhor Gratteri. — Demétrio se afastou novamente de mim e depois tirou um cartão do bolso da sua calça. — Pegue. — Ordenou, fiquei hesitante por um momento e acabei pegando o cartão. — É o meu telefone. Caso precise de algo. Hã?! — Desculpe, mas por que eu precisaria? — Perguntei levantando o cartão que só continha seu nome e telefone. Demétrio estava já andando longe, mas parou e se virou. — Apenas fique com o cartão. Tenha uma boa noite, Amélia. — Demétrio parou perto de um SUV preto e não tinha percebido que havia dois soldados seu ali nos observando. Quando o carro deu partida saindo do estacionamento, joguei minha cabeça encostando-me ao carro e respirei fundo. Minhas pernas estavam bambas e tremendo, meu coração batia frenético. Dei um suspiro alto e abri a porta do carro ao mesmo tempo amassando o cartão e jogando-o longe, entrei e fiquei ainda parada para manter a droga da calma. Liguei o carro e dei partida com medo de que alguém estivesse me seguindo. ****** No dia seguinte, entrei na redação e já corri para a sala de Cinthia. Eu mal dormi na noite passada ansiosa para conversar com ela. — Que história é essa de que Demétrio Gratteri te convidou para jantar? — Perguntei já fechando a porta e caminhando de braços cruzados. Cinthia estava mexendo em seu computador e parou rapidamente quando citei o nome do Capo. Ela me olhou com um sorriso e deu de ombros. — Pois é. Mas como você sabe? — Perguntou curiosa. Sentei-me na sua frente e suspirei. — Ontem ele veio te procurar e acabamos nos encontrando. — Ele me chamou, mas não dei a resposta. Estou pensando a respeito. — Murmurou me observando como se estivesse esperando algum julgamento meu. Mas não o fiz. A vida é dela. Acenei para Cinthia com um meio sorriso nos lábios. — Bom. Só fico triste por você não ter me contado, que coisa feia! — Fiz um biquinho fingindo incredulidade. Cinthia deu uma risadinha e revirou os olhos. — Eu não contei porque você odeia os mafiosos! Mas fique calma, é um jantar qualquer para mim. Claro! Cinthia estava mentindo descaradamente como se eu não tivesse percebido. Haha! Eu via o brilho de ansiedade nos seus olhos e o jeito que seu corpo se movia enquanto falávamos no assunto e sobre quem estava na conversa. Quem recusaria um jantar com um homem lindo e delicioso como Demétrio Gratteri? Fala sério, nem o Ashton Kutcher não recusaria. E você também não. Sua safada invejosa! OK! Talvez eu esteja com um pouquinho de inveja por Demétrio tê-la convidado mesmo eu o odiando e morrendo de medo do cara. Mas… Por favor! Ele é delicioso demais. Soltei um suspiro chateado e sorri rapidamente para Cinthia. Levantei-me da cadeira e fui até a porta. — Preciso ir ao trabalho, tenho uma reunião a fazer. Vejo-te no almoço? — Perguntei. — Hoje não rola. Receberei uma ligação importante no horário de almoço. — Disse de forma desapontada e fingida. Não tão amiga assim.— Mas amanhã somos eu e você! Combinado? Assenti com um sorriso e saí de lá entrando na minha sala bufando. E eu pensando que Cinthia era minha amiga. As aparências enganam Amélia. E como enganam! CAPÍTULO 7 CONVITE PARA JANTAR Finalmente era sábado e eu teria uma folga prolongada até terça-feira pelo meu desempenho trabalhista! Eu estava ainda deitada na cama e não sei se estava acordada ou dormindo, pois a preguiça me dominou. Eu sentia falta de November, se ele estivesse aqui provavelmente estaríamos caminhando pela cidade. Soltei um suspiro e me levantei da cama, de calcinha e uma regatinha quase transparente. Quando cheguei até a sala à campainha tocou, fiquei parada toda descabelada e imaginando quem seria. Que se dane! Eu estava com sono demais para pensar. E hoje é sábado! Abri a porta escancarando-a quando meus olhos arregalaram-se. Demétrio e mais outro homem que estava distante me olharam surpresos. — Boa tarde Srta. McAdams, seu despertador parou de funcionar? — Perguntou arrogantemente no seu sotaque forte italiano. Escondi-me atrás da porta, mas Demétrio já estava entrando. — Fique vigiando a porta, Rafaelle. — O homem assentiu e se aproximou quando Demétrio fechou a porta. Ele parou na minha frente e olhou todo meu corpo, cruzei meus braços em cima dos meus seios quase expostos. — O que está fazendo aqui? — Perguntei nervosa. Demétrio continuou olhando meu corpo enquanto dizia: — Vim chamá-la para jantar comigo. Engasguei-me com a própria saliva. — Você tá de… brincadeira né? O que te faz pensar que vou aceitar? Seu assassino de cachorros! E eu não te convidei para entrar no meu apartamento! — Protestei relutantemente em voz alta. Aquilo chamou a atenção dele, Demétrio levantou seus olhos para mim e deu apenas um passo até ficar frente a frente comigo. Bem, frente a peito. Ele era muito alto. — Odeio quando falam em voz alta comigo, não sou criança, não sou assassino de animais, se bem que foi você que procurou isso. E se eu quiser entro aqui a qualquer hora. Como é?! Esse babaca tá de brincadeira comigo?! — Você acha que pode falar assim comigo, mas não pode! E, aliás, eu não procurei porra nenhuma! Estou cansada de vocês, mafiosos de merd… — Eu mal tinha terminado a frase quando Demétrio segurou meus braços me empurrando com força contra a parede. Ele me levantou até poder ficar na sua altura e seus olhos azuis frios estavam assassinos! — Por favor, termine sua veneta*, quero ver até onde essa raiva toda irá. — Murmurou calmamente. Eu estava ofegante pelos meus gritos e o que eu mais queria era poder achar algo pontiagudo para me defender de Demétrio. — Por favor, me solte e saia da minha casa. — Disse tranquilamente. — Se não o quê? Vai chamar a polícia? Eu que mando na droga dessa cidade, Amélia e se eu fosse você pararia de me provocar tanto! Eu não sei como ainda não explodi com você. — Eu não tenho medo de você! Demétrio deu um sorriso de tubarão e aproximou ainda mais seu rosto do meu. — Pois deveria ter. — Sussurrou. Engoli em seco e continuei olhando seus olhos. Demétrio me pôs no chão e caminhou até a porta e segurou a maçaneta. — Pode ficar vestida desse jeito no jantar. — Com isso ele abriu a porta e se foi. Soltei minha respiração e encostei minha cabeça na parede. Mais. Que. Porra. Porra. Porra!!! ***** Eu não liguei para Cinthia dizendo que Demétrio veio até aqui me chamar para jantar. Depois que vi seu jeito diferente comigo acabei perdendo a consideração que tinha com ela. Então eu estava oficialmente sozinha em Las Vegas. Tinha tomado um banho e coloquei uma camiseta branca de gola “V” que ia até a metade de minhas coxas, um pouco acima na verdade. Enchi a taça de vinho e me joguei no sofá, eu não deixaria Demétrio entrar na minha casa, se aquele fodido de merda acha que tenho medo dele, ele está… Completamente certo! Soltei um grunhido e enchi minha taça pela quarta vez, eu já estava sentindo a embriaguez dominar meus sentidos e meu corpo. Estava assistindo TV quando a campainha tocou. Olhei para a porta e voltei ao filme, novamente a campainha tocou e depois o balançar da maçaneta da porta. — AMÉLIA EU SEI QUE ESTÁ AÍ. ABRA A PORTA SE NÃO EU FAÇO. — Gritou Demétrio. Soltei uma risada bêbada e fiz uma careta. — Vá embora! E não há como abri-la seu idiota italiano. — Resmunguei. — VOCÊ QUE PEDIU AMÉLIA. — No momento em que ele disse isso minha porta fez um estrondo forte se batendo na parede. Soltei um grito quando um homem alto entrou bruscamente da minha sala. Demétrio entrou com um olhar de louco e disse algo em italiano para o homem que acenou e saiu fechando a porta. — Você tem esse costume de invadir a casa dos outros? — Perguntei dando um grande gole da minha bebida. Demétrio olhou para a TV e arqueou suas sobrancelhas. — Meu malvado favorito? — Bem clichê né? — Ri jogando a cabeça no encosto. — Mas você não é favorito, que tal… Mafioso babaca NÃO favorito? — Demétrio se sentou ao meu lado e passou a mão no seu cabelo já arrumado. — Não já está grandinha demais pra assistir desenhos? — Perguntou seriamente. Dei de ombros e enchi a taça bebendo rapidamente até esvaziar. Demétrio olhou a garrafa quase vazia e depois para mim. — E nova demais para beber tanto? — Soltei um resmungo baixo e revirei os olhos. — Tenho idade suficiente para assistir o que quero e beber o quanto eu quiser! — Olhei para ele com uma careta. — E o que faz aqui de novo? Não te quero perto de mim. — Demétrio cruzou os braços fazendo seus músculos tencionarem no tecido da sua camisa fina. — Jantar. Esqueceu-se? — Não me esqueci, porque eu não combinei nada com você, agora saia da minha casa, pois estou seminua e bêbada. — Demétrio me olhou de cima abaixo com seus olhos azuis gélidos, eu senti meu corpo tremer com aquele olhar. — Eu não me importo, você é uma ótima visão e eu não vou te fazer nada de mal, como te estuprar, só porque está bêbada. — Dei um sorriso frouxo e me deitei no sofá sem me importar que Demétrio pudesse ver minha calcinha. — Pensei que vocês da máfia usavam o estupro como ameaças, sabe. — Murmurei de olhos fechados. — Humm… Você sabe mesmo tudo sobre nós. — Sei. Esse é meu trabalho. — Demétrio soltou uma respiração dura e abri meus olhos para observá-lo. Ele estava olhando meu corpo de uma forma predatória o que fez meu estômago se revirar. Aquele cara sabia como deixar uma mulher molhada apenas com um olhar. — Você é muito bonita Amélia. — Murmurou calmamente. Dei uma risadinha boba e joguei minhas pernas no encosto do sofá, Demétrio as seguiu e seus olhos brilhavam de algo que não identifiquei. — E você não vai conseguir transar comigo, você está fodendo minha chefe! Por favor! — Disse incrédula. Demétrio arqueou sua sobrancelha esquerda e apertou seus olhos. — Nós dois somos adultos e livres, e eu não tenho nada com Cinthia. — Então isso quer dizer que vocês transaram? — perguntei curiosamente. Demétrio me olhou por um tempo sem demonstrar suas emoções e assentiu. — Ontem à noite e na quinta-feira também. — Me sentei rapidamente. Eu sabia! Ela estava mentindo para mim. Confesso que aquilo me magoou, realmente não existem amigos nesse mundo. Olhei para TV onde os Minions dançavam alegremente e me levantei cambaleando. Desliguei a televisão e peguei a garrafa de vinho bebendo no gargalo sem me importar com a taça. — Você está bem? — Perguntou Demétrio sem emoção nenhuma. Argh! — Você transou com ela nesses últimos dois dias e agora quer transar comigo? Desculpe-me mas eu sou virgem. — Demétrio levantou suas sobrancelhas e riu da minha cara. — Não, você não é. E eu não estou a fim de transar com você, gosto das receptivas. Vim apenas pra jantar. — No momentoem que Demétrio disse isso a campainha tocou, ele se levantou e abriu a porta, onde estava seu soldado que tinha arrombado minha porta. Sua mão estava com duas sacolas de um restaurante italiano caro. Demétrio agradeceu e fechou a porta, ele foi direto a cozinha e segui ele me segurando nas paredes para não cair. Demétrio estava colocando a comida nos pratos rapidamente e me olhou de relance. — Coma que a embriaguez vai passar. — Me sentei em um dos bancos altos da cozinha e fiz uma careta. — Eu não como isso. — Sim, você come. Agora. Coma. — Ele ordenou e empurrou o prato na minha direção. Soltei um suspiro chateado e comecei a comer rapidamente, era delicioso. Tinha terminado antes de Demétrio e me levantei ainda tonta e fui para meu quarto. — Onde pensa que vai? — perguntou Demétrio. Não dei atenção a ele, caminhei até o quarto e joguei-me na cama. O quarto estava uma loucura de tanta bagunça. — Poderia agradecer a refeição pelo menos. — Olhei para a porta onde Demétrio estava encostado no batente de braços cruzados. Levantei meus braços acima da minha cabeça e gargalhei. — Obrigada Senhor Grarratier. — Dei outra gargalhada. — Senhor Gratteri. Demétrio ficou um tempo olhando minhas coxas e depois entrou no meu quarto. — Quer fazer alguma coisa? — perguntou parando no pé da minha cama. Mordi meu lábio ainda sorrindo. — O que tem em mente? — perguntei sedutoramente. Demétrio olhou meu rosto e caminhou lentamente até o lado da cama. — Tenho muitas coisas na minha mente que adoraria fazer agora. — Por que não me mostra uma delas? — Virei de bruços no colchão o que fez minha camisa subir mais. Demétrio olhou minha bunda um pouco exposta e se curvou colocando suas mãos no colchão. — Você está bêbada e está me seduzindo. Não é uma combinação muito boa para mim. — Murmurou. Fiz um biquinho como se estivesse pensando e depois ri. — E por que não é? — Perguntei docemente. — Eu não estou mais tão bêbada assim. A comida me ajudou a melhorar. — Porque eu não sou um homem bom, eu gosto de caçar. Principalmente as minhas presas vulneráveis. — Sussurrou olhando minha boca. Aquilo me deixou excitada. Era doentio, mas deixou e muito! Fiquei de joelhos na cama e puxei Demétrio com força, porém ele nem se moveu. Bati minha boca na sua e nos beijamos com força. — Eu quero ser fodida por você. — Ofeguei. Demétrio deu uma risada e lambeu minha boca me fazendo gemer. — E eu quero muito te foder de todos os jeitos possíveis bella. — Me afastei de Demétrio e arranquei minha camiseta ficando apenas com minha calcinha preta rendada. Deitei-me na cama e abri as pernas, os olhos de Demétrio corriam por todo meu corpo seminu. — Por que não tira suas roupas? — Sussurrei mordendo o lábio. — Vou tirar para você, agora, Amélia. Demétrio puxou sua camisa azul por cima da sua cabeça revelando seu maravilhoso corpo musculoso, ele era fodidamente delicioso. Livrou-se de seus sapatos e meias e num movimento rápido tirou sua calça junto com a cueca. E oh caramba! Ele era grande e grosso até demais. Suas mãos pousaram em cada lado de minha cintura e ele tirou minha calcinha, levantei meu quadril e depois minhas pernas ajudando-o. — Vire-se. — Ordenou Demétrio. Virei-me de costas para ele quando senti sua mão na minha bunda. Ele jogou meu cabelo de lado e chupou meu pescoço fazendo-me gemer. Meu núcleo já estava dolorido e se apertando com força, eu precisava dele dentro de mim! — Você tem uma pele linda e cheira muito bem Amélia. — Sussurrou Demétrio no meu ouvido. Soltei outro gemido, já completamente louca de prazer. — Demétrio, por favor, eu quero você dentro de mim. — Suspirei excitada. — Você quer isso? — Perguntou acariciando minhas dobras encharcadas com os seus dedos. — Ou talvez isso? — Sua mão abriu minhas pernas quando senti a ponta de seu pau roçar minha vagina. Arqueei minha bunda na sua direção e gemi alto. — Por favor. — Choraminguei. Demétrio se esfregou na minha bunda fazendo seu pau bater nela. — Eu estou maluco pra te foder desde que você foi me entrevistar. Quero te comer com força. — Rosnou no meu ouvido. Aquelas palavras poderiam me assustar, eu poderia me afastar e dizer para ele ir embora, mas aquilo me deixou mais molhada do que antes. Empurrei minha bunda novamente quando lhe disse: — Então faça logo! — Ao dizer isso a Demétrio ele entrou forte em mim me fazendo gritar e gozar. Gozei violentamente quando Demétrio me fodia por trás sem parar um segundo. — Você gozou! É tão molhada. — Sua voz era áspera por trás de mim. Demétrio saiu de mim e protestei, ele levantou meus quadris me fazendo ficar de quatro para ele e se afundou em mim só que dessa vez com mais força. A dor no meu abdômen pelas estocadas fortes de Demétrio só me dava mais prazer, o único som que ele fazia era sua respiração dura e meus gemidos altos que invadiam o quarto. Demétrio empurrou num ponto que me fazia miar como uma gata, e às vezes ele balançava seu pênis dentro de mim. Ele sabia mesmo foder. Tentei olhar para trás, mas Demétrio segurou a parte de trás do meu pescoço com força. — Não. — Rosnou alto. — Quero você assim. — Eu quero te olhar. — Gemi com suas estocadas. — Sempre curiosa, não é mesmo? — Demétrio bateu com mais força dentro de mim e joguei minha cabeça para trás. Era delicioso fazer sexo bruto. — Está gostando? — perguntou Demétrio ofegante. Soltei outro dos meus gemidos e rebolei no seu pau, Demétrio grunhiu e deu um forte tapa na minha bunda. — Eu quero ir mais fundo Amélia, mas tenho medo de machucá-la. — Como é?! O homem que mata qualquer um que ousar a passar pelo seu caminho, que tortura pessoas, está com medo de me machucar, segurei uma risada. — Achei que gostava de machucar. — O provoquei e gemi quando Demétrio afundou mais dentro de mim. — E eu gosto, acredite você não tem ideia de como eu quero, te foder com tanta força até vê-la implorando para parar. — Então faça! — Disse em voz alta. Tentei mais uma vez olhar para Demétrio, mas sua mão segurou meu pescoço. — Hoje não. — Disse-me. Demétrio segurou meus ombros com suas mãos e foi mais rápido. Eu estava ansiosa para saber até o quão forte ele ia. Minha já quase passada embriaguez estava me deixando uma verdadeira vadia. As estocadas fortes de Demétrio me deixavam mais molhada, quando senti aquele estupor delicioso como se eu estivesse nas nuvens. Meu núcleo apertou com força o membro de Demétrio quando soltei um grito com gemido e gozei pela terceira vez. Demétrio soltou um gemido maravilhoso pela primeira vez quando ele segurou minha cintura de um jeito que me machucou, mas não me incomodei, ainda estava curtindo meu orgasmo quando ele bateu fortemente umas quatro vezes e saiu de mim rapidamente com a respiração alta. Olhei para trás e Demétrio estava com os olhos fechados com força e se masturbava freneticamente quando enfim gozou na sua própria mão. Ele acariciou minha bunda e gemeu baixinho. Joguei-me na cama ainda de costas para ele quando o senti se deitar em cima de mim cuidadosamente. Eu gostei da proximidade do seu corpo, gostei como ele beijou minhas costas, como ele acariciou meus cabelos e enviando arrepios. Eu gostei de tudo o que fiz com Demétrio Gratteri. Não estava mais conseguindo segurar meus olhos e adormeci com o afago de seus longos dedos na minha cabeça. CAPÍTULO 8 DECEPÇÃO Acordei com uma leve dor no meio das minhas coxas e com a coluna dolorida. Já estava de dia e minha cabeça pulsava pela bebida exagerada de ontem à noite. Eu estava nua na minha cama com o lençol até a minha bunda. Virei-me de
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