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Trabalho Energia Nuclear - Projeto De Implantação De Usina Nuclear Em Brasília

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Universidade de Brasília – UnB
Faculdade UnB Gama – FGA
Engenharia de Energia
Projeto de Implantação de Usina Nuclear em
Brasília
Brasília, DF
2018
Projeto de Implantação de Usina Nuclear em Brasília
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade UnB Gama – FGA
Professor Orientador: Dr. Leandro Xavier Cardoso
Brasília, DF
2018
Autores
Nome Matrícula
Ana Paula Lopes Gonçalves 15/0005342
Danyllo Wenceslau de Oliveira Lopes 16/0117364
Dilson Ferreira Souto Júnior 12/0115514
Guilherme da Silva Cavalheiro 15/0128207
Isabella Sene Santos Carneiro 15/0012250
José Ribamar Júnio Lima de Aguiar 12/0122871
Larissa Alves de Albuquerque 14/0024905
Lucas Pereira Gonçalves 14/0151079
Paulo Henrique Alves dos Reis 10/0118640
Thainá Rodrigues Fernandes 14/0051724
Resumo
Este trabalho tem por objetivo o projeto de construção de uma usina nuclear em Brasília
nos arredores do lago Paranoá como forma da expansão do programa nuclear brasileiro.
Para se chegar a esse projeto foi realizada uma revisão bibliográfica descritiva tendo como
fonte de informações normas, resoluções, livros, monografias, dissertações, teses e sites
de órgãos competentes no assunto. Durante a realização do projeto, formam definidos a
localidade de instalação, o tipo de reator e suas principais características, a subestação,
e os aspectos e impactos ambientais pertinentes da obra. Os resultados mostraram que
não há uma localidade apropriada para instalação e que a mesma deve ser feita com a
desapropriação das pessoas mais próximas, entretanto, a potência a ser gerada deverá
atender todos os consumidores de Brasília.
Palavras-chave: Energia Nuclear. Usina. Brasília. Reator. PWR.
Abstract
This work is aimed at the construction of a nuclear power plant in Brasilia on the outskirts
of Lake Paranoá as a way of expanding the Brazilian nuclear program. In order to arrive
at this project a descriptive bibliographical review was carried out having as a source
of information norms, resolutions, books, monographs, dissertations, theses and websites
of competent organs in the subject. During the execution of the project, the location of
the installation, the type of reactor and its main characteristics, the substation, and the
relevant environmental aspects and impacts of the work are defined. The results showed
that there is no suitable location for installation and that the same should be done with
the expropriation of the nearest people, however, the power to be generated should meet
all consumers in Brasilia.
Key-words: Nuclear Energy. Power Plant. Brasília. Reactor. PWR.
Lista de ilustrações
Figura 1 – Bacias de de domínio do Distrito Federal. Fonte: Adasa. . . . . . . . . 18
Figura 2 – Regiões de proteção ambiental do Distrito Federal. Fonte: IBRAM. . . 19
Figura 3 – Localização do Ponto de Instalação da Usina no Distrito Federal. . . . 20
Figura 4 – Ponto de Instalação e demarcação de zona de 20km de influência . . . 21
Figura 5 – Ponto de Instalação, áreas de proteção permanente e demarcação de
zona de 10km de influência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 6 – Ponto de Instalação, área circular de construção com 172m de raio. . . 22
Figura 7 – Ponto de Instalação e área de expansão. . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 8 – Mapa das jazidas de Urânio no Brasil. Fonte:(INB, 2018a). . . . . . . . 26
Figura 9 – Usina nuclear de reator de água leve pressurizada. Fonte:(ENERGIA
NUCLEAR, 2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 10 – Variáveis envolvidas na segurança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 11 – Conceito de barreiras múltiplas para usinas nucleares. . . . . . . . . . . 35
Figura 12 – Descrição dos níveis da escala INES. Fonte:(ENERGIA NUCLEAR,
2014). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 13 – Mapa do sistema de transmissão Brasileiro. Fonte:(ONS, 2018). . . . . 40
Figura 14 – Mapa de Brasília contendo as subestações e linhas de transmissão.
Fonte:(ONS, 2018). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Lista de tabelas
Tabela 1 – Aspectos e impactos ambientais e medidas mitigadoras. . . . . . . . . . 25
Tabela 2 – Capacidade mundial de enriquecimento operacional e planejada (mil
SWU/ano). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 O HISTÓRICO DA ENERGIA NUCLEAR . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1 Os Primeiros Avanços Científicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1.1 Século V (A.C.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1.2 Século XIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 A Descoberta da Radioatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2.1 Século XIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 A Mecânica e a Física Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4 O Modelo Atômico de Rutherford . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.5 A Teoria da Relatividade de Albert Einstein . . . . . . . . . . . . . . 14
2.6 O Modelo Atômico de Bohr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.7 A Descoberta da Radioatividade Artificial . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.8 A Descoberta da Fissão Nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.9 O Projeto Manhattan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.10 O Programa Nuclear Brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 AS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DA USINA . . . . . . . 18
3.1 Escopo Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.1 Região de Implementação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.2 Requisitos Legais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.3 Estudos de Impactos Ambientais (EIA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.4 Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.5 Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA) . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2 Reator e Suprimento Energético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.1 Suprimento Energético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.1.1 Extração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.1.2 Enriquecimento e Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.1.3 O Reator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.1.4 Combustível Nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.1.5 Moderadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.1.6 Refrigerantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.1.7 Absorvedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.1.8 Blindagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2.1.9 Estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2.1.10 Geração de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 A Segurança dos Reatores Nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3.1 Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES) . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3.2 Plano de Emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4 A Subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4.1 Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.1.1 Controle da Tensão . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.4.1.2 Combate a Incêndios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.5 Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
ANEXOS 48
ANEXO A – PLANTA BAIXA DA USINA . . . . . . . . . . . . . . 49
9
1 Introdução
1.1 Justificativa
O aumento da demanda de energia é constante, visto que os recursos energéticos
estão cada vez mais escassos. Isso significa que é preciso inovar para ampliar a matriz
energética. Por suas vantagens, a energia nuclear se mostra como uma solução viável
para ser implementada no Brasil. Desta forma, reduz a participação dos recursos hídricos,
mitigando o suprimento energético em detrimento do humano.
No mundo existem vários debates sobre os pontos negativos e positivos para o
uso da energia nuclear. Há grandes argumentos contras a utilização deste tipo de geração
de energia, e são pontos que apresentam soluções. No que tange às vantagens do uso
de centrais nucleares para produção de energia, temos três aspectos em evidência: a não
emissão de poluentes, a independência de fatores climáticos e a redução de impactos
ambientais.
Em uma análise mais aprofundada de cada aspecto, é possível ver suas vantagens
sobre os sistemas atuais: ao contrário das termelétricas, as centrais nucleares não emitem
poluentes durante o período de operação efetiva; Não dependem de fatores climáticos, em
contraste com as fontes eólicas, hídricas e solares; Possui um índice de impactos ambientais
notavelmente menor, se comparado as hidrelétricas, uma vez considerados o tamanho
das instalações e a legislação brasileira que determina a construção de centrais nucleares
apenas em áreas comuns às estações ecológicas.
Assim, pode-se mostrar a viabilidade da ampliação dos investimentos na implan-
tação de energia nuclear. É uma fonte limpa, que propicia diversificação da matriz energé-
tica, muito concentrada na fonte hídrica. Por apresentar-se útil em áreas e aplicações que
não se limitam à produção de energia elétrica, a manutenção do interesse em relação às
pesquisas nucleares é de grande importância para o desenvolvimento tecnológico do país.
As usinas nucleares surgem como uma alternativa para a demanda de energia,
pois não é possível substituí-la completamente devido ao fato de não suportar picos de
demanda de eletricidade, que acontecem de forma diária, mensal e anual. Dessa forma a
usina conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), mesmo sendo mais cara que as
hidrelétricas, se torna uma boa opção para a demanda crescente por eletricidade.
A energia termelétrica nuclear possui um custo mais elevado do que as hidrelétricas,
Capítulo 1. Introdução 10
entretanto devido aos imensos impactos ambientais causados pelas hidrelétricas na fauna
e flora e as maiores exigências ambientais, suas construções têm ficado cada vez mais
restritas. Dessa forma a energia nuclear é uma excelente substituta direta das termelétricas
convencionais possuindo um custo de produção de energia menor, quando comparada
com as termelétricas convencionais, menos poluente, eficiente e segura podendo trazer
equilíbrio à matriz energética brasileira.
Muito se fala na falta de investimento em energia nuclear ou estudo tecnológico,
na verdade isso não acontece, o Brasil é um dos seletos países que domina todo o ciclo do
combustível usado nas usinas termonucleares, desde a mineração até o enriquecimento e
possui um reator com tecnologia inteiramente brasileira. Além disso ele ocupa a quinta
posição no ranking mundial de reserva de urânio com 309 mil toneladas, representando
5,3% do total, sendo uma poderosa fonte de energia ainda pouco explorada.
Os materiais nucleares já estão em uso principalmente na medicina, a exemplo disso
o iodo 131 que é utilizado para exames de tireoide. O Instituto de Pesquisas em Energia
Nuclear (IPEN) e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) produzem radio fármacos para
fim medicinal, sendo eles o Gálio-67, Tálio-201, Iodo-123 e o Flúor-18. O restos do urânio
enriquecido utilizado em usinas nucleares não pode ser utilizado da mesma forma, no
entanto, equipamentos de radioterapia somados a desenvolvimentos tecnológicos podem
utilizar tais rejeitos como fonte de radiação para tais tratamentos, ou a criação de isótopos
nucleares.
O investimento na energia nuclear dentro do Brasil apresenta vários pontos po-
sitivos como explicitado no texto. Soluções para alguns pontos que tendem para o lado
negativo foram resumidos neste relato, como, ser uma fonte limpa de energia que não
emite gases que contribuem para o efeito estufa, fonte concentrada de energia, fonte de
energia que não depende do clima, vida útil longa entre outros. O Brasil ainda importa
parte da sua energia elétrica, o investimento na energia nuclear vem como um grande
passo para a independência energética e assim ajudando o constante desenvolvimento do
país.
1.2 Objetivos
Este trabalho tem por objetivo principal o projeto de implementação de uma usina
nuclear em Brasília com o intuito da expansão do programa nuclear brasileiro.
Capítulo 1. Introdução 11
1.2.1 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos consistem em:
◇ Definir a localização da usina;
◇ Determinar os problemas ambientais;
◇ Estimar a potência instalada;
◇ Definir a tecnologia e características do reator;
◇ Caracterizar a subestação;
1.3 Metodologia
O desenvolvimento deste trabalho se caracteriza como uma revisão bibliográfica
descritiva, realizada por meio de livros, monografias, dissertações e teses de doutorado,
assim como, sites e bases de dados de agências e órgãos competentes na área como a
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN), Centrais Elétricas Brasileiras S. A. (Eletrobrás), Ministério do Meio
Ambiente (MMA), Ministério de Minas e Energia (MME), Indústrias Nucleares do Brasil
(INB) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
12
2 O Histórico da Energia Nuclear
A radioatividade é a capacidade dos núcleos atômicos de emitir energia na forma
de partículas ou radiação eletromagnética, ela é provocada devido uma instabilidade nu-
clear permitindo a transformação em outro elemento. É difícil atribuir a uma pessoa em
específico a "descoberta"da Energia Nuclear, uma vez que este caminho vem sendo tri-
lhado por vários cientistas, porém esse fenômeno, teve seu apogeu midiático a partir dos
trabalhos do casal Curie que constatou a presença de um componente mais ativo que o
urânio em minerais naturais, tal elemento, conhecido como rádio provocou uma onda de
entusiasmo e esperança, chegando a ser chamado de "energia do futuro".
A partir de então, o interesse pela radioatividade levou ao aparecimento de di-
versos produtos e aplicações baseadas nos efeitos fisiológicos ou terapêuticos. Produtos
de beleza e higiene como xampus, cremes, sabões, sais de banho garantiam a presença
de Rádio e suas propriedades de rejuvenescedoras. Pouco tempo depois, novas pesquisas
relataram irritações e descamações cutâneas, queimaduras, cegueira e formas cancerosas.
Os relatos dos consumidores levaram aos primeiros congressos internacionais de radiologia
que resultaram em estudos sobre a saúde ocupacional daqueles que manipulavam os mate-
riais radioativos. Desde filósofos gregos do século 5 A.C. à pesquisadores nos dias atuais, o
histórico da energia nuclear, visto por muitos como catastrófico, se mostrou essencial para
a descoberta de várias partículas atômicas e subatômicas, assim como o uso na medicina
com menores efeitos colaterais e a produção de energia.
2.1 Os Primeiros Avanços Científicos
2.1.1 Século V (A.C.)
Demócrito de Abdera e Leucipo construíram a teoria atomística, em que o átomo
(s.m. do grego não divisível) é tido como uma partícula indivisível, invisível, impenetrável
e animada de movimento próprio, sendo ele o menor constituinte da matéria.
2.1.2Século XIX
John Dalton em 1803 publicou seus postulados para o átomo, estabelecendo o
conceito de elemento químico, as proporções fixas durante uma reação química e as pro-
porções simples de compostos químicos. Desta forma, os trabalhos a partir daí realizados,
Capítulo 2. O Histórico da Energia Nuclear 13
visavam construir uma tabela que fosse capaz de classificar e organizar os elementos quí-
micos. A partir das leis volumétricas de Gay-Lussac, Avogadro criou a hipótese de que
alguns átomos poderiam se unir, formando moléculas, como nos gases. As descobertas de
Faraday e suas interpretações possibilitaram a conclusão de que os átomos eram porta-
dores de cargas elétricas. Assim, químicos como Newlands, Meyer, Mendeleev e Moseley
participaram da concepção da tabela periódica atual.
J. J. Thompson em 1897 descobriu o elétron, uma partícula carregada negativa-
mente que era uniformemente distribuída pelo átomo que era positivamente carregado;
Sendo possível ser estabelecida uma razão carga/massa de partículas dos raios catódicos.
E também foi possível mensurar a carga do elétron, a partir de um experimento com
uma gotícula de óleo, Millikan conseguiu precisar seu valor. Já Rutherford, seguindo os
experimentos de Thompson, estabeleceu o comportamento do elétron em torno do núcleo,
em órbitas estacionárias, como o sistema solar.
2.2 A Descoberta da Radioatividade
2.2.1 Século XIX
Após os primeiros avanços da ciência, foi possível observar fenômenos de forma a
compreendê-los de fato. Em 1895, Roentgen descobriu os raios X, radiação capaz de excitar
substâncias fosforizantes e fluorescentes e atravessar corpos opacos, sendo parcialmente
absorvidos. Becquerel dedicou seus estudos aos materiais fosforizantes e fluorescentes e ob-
servou que os sais de Urânio possuíam propriedades penetrantes semelhantes às radiações
X. A partir daí, outros cientistas da época observaram o mesmo para outros elementos
químicos. Entre eles, o casal Curie, que entendiam a radioatividade como uma proprie-
dade inerente aos elementos químicos, isolando-os e descobrindo os elementos Polônio e
Rádio (CNEM, 2015). Foram verificadas 3 tipos de radiações:
→˓ Alfa - partículas positivas desviadas em um campo magnético em sentido oposto
ao dos raios catódicos;
→˓ Beta - partículas mais penetrantes que as alfa, negativas;
→˓ Gama - radiações eletromagnéticas - definidas desta forma pois não sofriam desvios
ao passar pelo campo eletromagnético - emitidas pelo núcleo.
Capítulo 2. O Histórico da Energia Nuclear 14
2.3 A Mecânica e a Física Quântica
A partir das descobertas das partículas e suas propriedades emissivas, foi neces-
sário começar a estudar a energia contida nessas radiações. Max Planck então iniciou
estudos sobre a energia das ondas eletromagnéticas, determinando que ela era emitida em
“pacotes” individuais de energia, os chamados quanta. Havendo proporcionalidade direta
entre a energia e a frequência de oscilação da onda, estabelecida pela constante de Planck.
Uma das maiores descobertas que permitiram avanço na física quântica, foi a relatividade
de Einstein e o estabelecimento de uma relação entre a energia e massa de uma partícula,
podendo converter seu momento em energia.
2.4 O Modelo Atômico de Rutherford
A descoberta da natureza da radiação permitiu que Rutherford estudasse a es-
trutura da matéria. Em seus experimentos, ele poderia inferir que o átomo consistia de
uma área central positiva onde toda a massa estava concentrada e os elétrons girando em
órbitas ao redor do núcleo, como um pequeno sistema solar. Isso significava que o átomo
não era sólido como eles acreditavam.
2.5 A Teoria da Relatividade de Albert Einstein
Albert Einstein é o cientista mais importante do século XX. Einstein propôs a
famosa equação 𝐸 = 𝑚𝑐2. Esta equação era uma equação revolucionária para estudos fu-
turos na física nuclear, mas naqueles dias não estava disponível para prová-lo experimen-
talmente. Assim, 𝐸 representa a energia e 𝑚 representa a massa, ambos inter-relacionados
pela velocidade da luz 𝑐. Esta equação relaciona as conversões de massa da energia, assim
supor, que ambas as entidades eram manifestações diferentes da mesma coisa.
2.6 O Modelo Atômico de Bohr
Em 1913, o físico dinamarquês Niels Bohr desenvolveu uma hipótese segundo a
qual os elétrons foram distribuídos em camadas distintas (ou níveis quânticos) a alguma
distância do núcleo. Assim, a configuração eletrônica dos vários elementos são constituí-
dos. Para Bohr, os elétrons revolvem órbitas estacionárias das quais nenhuma radiação
é emitida. Assim, o velho conceito do átomo como indivisível, inerte e simplesmente en-
terrado, e a hipótese de uma estrutura complexa que mais tarde daria manifestações de
energia complicadas.
Capítulo 2. O Histórico da Energia Nuclear 15
2.7 A Descoberta da Radioatividade Artificial
Os pesquisadores franceses Jean Frédéric Joliot-Curie (1900-1958) e Irène-Curie
(1897-1956) – filha de Marie Curie – descobriram a radioatividade artificial em 1934 e
receberam o prêmio Nobel de Química de 1935 por esses trabalhos na indução artificial
de radioatividade. Eles fizeram essa descoberta quando realizaram uma experiência em
que bombardearam o alumínio com partículas alfa e perceberam que haviam produzido
o isótopo de e um nêutron. Uma reação de transmutação artificial ocorre quando núcleos
estáveis de elementos naturais são bombardeados com diferentes partículas (alfa, beta,
próton, nêutrons, etc.), transformando-se em núcleos de outro elemento químico. Isso
significa que ocorre a transformação de um elemento que não ocorreria naturalmente na
natureza, mas que pode ser induzido em laboratório (XAVIER et al., 2007).
2.8 A Descoberta da Fissão Nuclear
Em 1938, na véspera da Segunda Guerra Mundial, uma equipe de pesquisadores
alemães no Instituto Kaiser Wilhelm em Berlim, com Otto Hahn, Fritz Strassmann, Lisa
Meitner e Otto Frisch, interpretou o fenômeno da fissão nuclear, identificando o elemento
de bário como resultado do núcleo dividido de urânio. Primeiros estudos sobre fissão nu-
clear foram realizados por Otto Hahn e Lise Meitner, com base nos resultados obtidos
pela união Joliot-Curie, que através de análise cuidadosa encontrou um elemento de nú-
mero atômico intermediário em uma amostra de urânio bombardeado com nêutrons. Lise
Meitner e Otto Frisch podem inferir que ao bombardear urânio com nêutrons, os núcleos
de urânio capturaram um nêutron e foram divididos em dois fragmentos, emitindo uma
grande quantidade de energia (XAVIER et al., 2007).
2.9 O Projeto Manhattan
O Projeto Manhattan nasceu de uma preocupação levantada pelo físico nuclear
Leo Szilard, em agosto de 1939. Esse cientista húngaro, radicado nos EUA, convenceu ou-
tro cientista, Albert Einstein, também radicado nos EUA (sendo alemão de nascimento),
a assinar, em conjunto, uma carta endereçada ao presidente americano de então, Franklin
D. Roosevelt. Nessa carta, Szilard alertava o presidente sobre a possibilidade de a Ale-
manha nazista construir armas nucleares, já que foram cientistas desse país, notadamente
Otto Hahn, Fritz Strassman e Lise Meitner, que fizeram a descoberta da fissão nuclear,
reação física que permitiria a explosão de uma bomba atômica. Iniciada a Segunda Guerra
Mundial, por iniciativa nazista, em setembro do mesmo ano, Roosevelt cuidou em acolher
Capítulo 2. O Histórico da Energia Nuclear 16
o alerta de Szilard e, junto a outros políticos dos EUA, militares e cientistas, decidiu
pelo desenvolvimento do Projeto Manhattan. A liderança do projeto então foi confiada a
duas personagens de destaque: o físico americano Robert Oppenheimer e o general Les-
lie Groves. O objetivo mais patente era se antecipar à provável bomba atômica alemã.
Szilard e outros cientistas acreditavam que se os EUA se dispusessem de um artefato
como esse, antes dos países inimigos, não apenas a Segunda Guerra teria fim, mas outra
guerra da mesma magnitude não seria possível, dada a possibilidade de autodestruição
da humanidade como um todo (NUNES,2017; XAVIER et al., 2007).
Cientistas, engenheiros, militares e diversos outros profissionais estiveram mobili-
zados em torno desse empreendimento de 13 de agosto de 1942 a 15 de agosto de 1947.
A primeira bomba atômica construída recebeu o nome de Trinity, e foi testada em 16 de
julho de 1945, no deserto de Los Alamos, Novo México – onde se situava a base secreta
do Projeto Manhattan. A explosão teve a potência de 20 quilotons, isto é, 20 quiloto-
neladas de TNT (trinitrotolueno), dinamite convencional. A realização do teste com a
Trinity dividiu a opinião dos cientistas. Um deles, Joseph Rotblat, envolvido no projeto,
abandonou seu posto após, já avançada a guerra, perceber que a Alemanha não tinha a
mínima condição de chegar a construir uma arma nuclear. Um mês depois, outras duas
bombas semelhantes à primeira foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima
e Nagasaki, vitimando mais de 240 mil pessoas (NUNES, 2017; XAVIER et al., 2007).
2.10 O Programa Nuclear Brasileiro
O primeiro envolvimento do Brasil com a energia nuclear se deu em 1945 a partir
do fornecimento de minério de Urânio para o Projeto Manhattan. O principal objetivo
do projeto, desenvolvido pelos Estados Unidos, era construir uma bomba atômica como
respostas às ameaças de bomba nuclear provenientes do regime de Hitler. Em 1950, como
iniciativa do Almirante Álvaro Alberto, o Brasil passou a solicitar em troca do minério
de urânio, conhecimento técnico para a aquisição de reatores e equipamentos, como uma
forma de desenvolver o país econômica, científica e tecnologicamente. Tal proposta de
desenvolvimento da energia nuclear no brasil já havia sido levantada outras vezes, porém
a mentalidade conservadora da época não permitia. Somente em 1956 foi instituído defini-
tivamente o programa nuclear brasileiro, que estabelecia a Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN) no governo JK, ao contrário da Argentina que já havia desenvolvido
políticas na área desde 1950 (PATTI, 2014).
A princípio, o Brasil havia começado a importação de tecnologias de enriqueci-
mento de urânio para fins pacíficos, porém em 1964, após os militares tomarem o poder,
Capítulo 2. O Histórico da Energia Nuclear 17
começaram a surgir dúvidas de que o país já estaria com plena capacidade técnica para
enriquecimento de urânio. Atualmente, o CNEN é o responsável por toda a comercializa-
ção e produção de material radioativo no Brasil, sendo que o país é o 7∘ maior detentor de
urânio no mundo. Em 1972 iniciou-se a construção da primeira usina nuclear brasileira,
ANGRA I, que só entrou em operação mais tarde 1982. Um segunda usina de energia
nuclear foi construída, Angra II, que passou a operar em 2001 (PATTI, 2014).
18
3 As Características Construtivas da Usina
3.1 Escopo Ambiental
3.1.1 Região de Implementação
A Usina termonuclear depende de abundância de água em seu entorno para res-
friamento dos reatores nucleares e controle da reação em cadeia. Em sua maioria, são
instaladas no litoral, pela abundância de água disponível e a não competição com o abas-
tecimento humano. Em situação hipotética, a instalação de uma usina nuclear em Brasília
configura em uso de uma bacia de água doce, que é utilizada para o abastecimento hu-
mano. A Bacia escolhida foi a Bacia do Lago Paranoá, alimentada pelo rio Paraná. Apesar
de atualmente ser utilizada para o saneamento, possui terrenos peninsulares, que permite
o fácil resfriamento dos reatores nucleares. A Figura 1 mostra o mapa hidrográfico do
Distrito Federal.
RIO PRETO
SÃO BARTOLOMEU
LAGO PARANOÁ
MARANHÃO
RIO DESCOBERTO
CORUMBÁ
SÃO MARCOS
Rio J ardim
Rio 
Pip
irip
au
Ribeirão do Torto Ribeirão Extrema
Córrego Bananal
Rio
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ão
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 G
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a
Córrego Cariru
Ribe irão Santan
a
Ribeirão Sobradinho
Córrego V
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Rio Sonhim
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ode
ado
r
Ribeirão Lamarão
Ribeirão São Bernardo
Rio
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Rio Maranhã o
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Rio Paranoá
Có
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R iacho Fun
do
Córrego Tort inho
Córrego Barro Preto
Ribe
iraõ 
Sam
ambaia
Ribeirão Taboca
Ribeirão Cachoeirinha
Cór rego Mil ho Cozido
Ribeirão das Pedras
Rio Saia Velha
Córrego Monjolo
Córrego Três Barras
Córr
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Ced
ro
Có
rre
go J
ibói
a
Ribeirão da Palma
Rio das Salinas
Có
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go 
Var
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a Benção
Rib
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da Papu
da
Córrego Atoleiro
Ribeirão do Ouro
Ribe
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Eng
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Laj
es
Cór
rego
 do
 Cu
pim
Córrego São José
Córrego Taquara
Córrego Retiro do Meio
Córrego
 Br
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nh
o
Córrego Buri
ti Tição
Córreg
o Malhada
Córre
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guat
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Riacho 
do Meio
Ribeirão Palmeira
R io
 do Sal
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o B
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iguda
Córrego Rajadinha
Córrego Estreito
Córre go Currais
Córrego Fartura
Córre
go A
çu
de
Córrego Estanislau
Córrego Cavas
Córrego 
Tabating
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 Jo
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Pir
es
Córrego Serandi
Córrego Ja
tobazinho
Cór
rego Lajes
Córr
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Grot
ão
Ribe
irão Santa Rita
Córrego Samambaia
Córr
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Barr
ocão
Córrego Taboquinha
Córrego das Pedras
Cór
reg
o C
asc
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Cór
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o Ta
qua
ri
Córrego Cabeça do Veado
Rio
 Al
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ão do Buraco
Vere
da G
rand
e
Córrego Pipiri
Córrego Cupim
Có
rre
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écegas
Cór
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 Colmé
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Dois 
Irmã
os
Córrego Capivara Córre
go Tamanduá
Córrego Para
noa
zin
ho
Córrego Fundo
Córrego Camisa
Córrego Barbeiro
Córrego Cafèzal
Córrego Salobro
Córrego Tapera
Córrego Sansão
Córr
ego 
Puta
dor
Córrego MuquémRib
eir
ão
 S.
 M
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 C
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din
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Pid
aíb
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Có
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ho
Cór
rego
 Bu
riti
Córrego Buritis
Ri
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Córrego Zé Pi
res
Córrego Sítio Novo
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 Ma
to V
irg
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Córrego Pau Torto
Grot
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 Ga
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Córrego P
indaíbal
Córrrego Curral
Rio Preto
Cór
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o Monjolo
Rio Maranhão
Cór
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osé
Cór
rego 
Rode
ador
47°20'0"W47°30'0"W47°40'0"W47°50'0"W48°0'0"W48°10'0"W
15
°30
'0"
S
15
°40
'0"
S
15
°50
'0"
S
16
°0'
0"S
MAPA HIDROGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL
LEGENDA
Corpos d'água
Hidrografia
Limite do Distrito Federal
Fonte: PGIRH/DF
Produção:
®
Sistema de Coordenadas Geográficas
Datum Planimétrico SAD - 69
Escala 1:450.000
km
4,5 0 4,5 9
BACIAS HIDROGRÁFICAS
Paraná
São Francisco
Tocantins/Araguaia Maranhão
Rio Preto
REG.HIDROGRÁFICAS
São Bartolomeu
Rio Descoberto
Lago Paranoá
Corumbá
São Marcos
Figura 1 – Bacias de de domínio do Distrito Federal. Fonte: Adasa.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 19
No tocante ambiental, a região é classificada como APA - área de proteção ambi-
ental, a Figura 2 mostra o mapa ambiental do Distrito Federal.
MONUMENTOS NATURAIS
Projeção Universal 
Transversa de Mercator - UTM
Sistema de referência: SIRGAS 2000,4
Meridiano Central -45° WGR/Zona 23 S
Sistema Cartográfico do DF - SICAD
ESCALA 1:125.000
Cartografia:
Gerência de Informações Ambientais
GEINF/CODEM/SUPEM
Dados Ambientais:
Superintendência de Gestão 
de Áreas Protegidas - SUGAP
Tiragem: 5.000
Data de publicação: agosto de 2014
Agradecimentos:
www.ibram.df.gov.br
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E DEMAIS ÁREAS PROTEGIDAS
Fontes:
SICAD 1:10.000
SITURB 2013
PDOT 2012
ICMBIO
®O L
Secretaria de Habitação,
Regularização e Desenvolvimento
Urbano - SEDHAB.
MAPA AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL - ANO 2014
Informamos que a base de dados georreferenciada
encontra-se em processo constante de revisão e 
atualização, não sendo possível a garantia de exatidão
das informações na sua totalidade. Tendo em vista
que as informações disponíveis estão na escala de
1:125.000, não é possível utilizá-las como 
referência técnica para elaboração de projetos 
executivos de urbanismo e áreas correlatas. 
Portanto, não se destina para fins de regularização fundiária.
0 2 4 6 81
Km
Taquari
1 Gama
2 Leal
3 Mumunhas
Pipiripau4
Poço Azul5
Ribeirao Dois Irmãos6 Saia Velha12
11 Córrego Monjolo
10 Tororó
9 Sobradinho
8 Rio do Sal
7 Ribeirao da Contagem
Cachoeiras e Saltos#I
Monumento Natural - Conjunto 
Espeleológicodo Morro da Pedreira
Cavernas e Grutas#I
Caverna 3 
5 Gruta Dança dos Vampiros
7 Gruta da Fenda (eustáquio)
Demais
1
2 Caverna 5 
3 Gruta Boca do Lobo I
4 Gruta Boca do Lobo III
6 Gruta Moji
8 Gruta da Muralha
9 Gruta da Saúva
10 Gruta do Mandacaru II
11 Gruta do Mandacaru III
Secretaria de Estado de 
Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos do
Distrito Federal 
SEMARH - DF
Produção:
Instituto do Meio Ambiente 
e dos Recursos Hídricos 
do Distrito Federal
Brasília Ambiental
O IBRAM agradece a gentileza da 
comunicação de eventuais falhas
verificadas neste mapa por meio do 
telefone (61) 3214-5676
Governo do
Distrito Federal
1
Parque de Uso Múltiplo Taguaparque
7
3
2
4
5
6
8
14
10
9
11
12
13
15
17
16
18
19
Ecológico Lauro Müller
Ecológico Luiz Cruls
Ecológico Saburo Onoyama
Três Meninas
Ecológico Águas Claras
Areal
Ecológico Córrego da Onça
Recreativo do Gama
Uso Múltiplo da Ponte Alta do Gama
Ecológico e Vivencial do Riacho Fundo
Boca da Mata
Uso Múltiplo do Cortado
Ecológico e de Uso Múltiplo Gatumé
Corujas
Recreativo de Santa Maria
Urbano e Vivencial do Gama
Ecológico e Vivencial do Recanto das Emas
Urbano da Vila Estrutural
20 Ecológico e Vivencial do Rio Descoberto
21
22 Ecológico Veredinha
Recreativo do Setor "O"
23
29
25
24
26
27
28
30
36
32
31
33
34
35
37
39
38
40
Recreativo de Taguatinga
de Uso Múltiplo das Sucupiras
Ecológico São Sebastião
Ecológico do Tororó
Vivencial do Anfiteatro Natural do Lago Sul
de Uso Múltiplo da Asa Sul
Ecológico Bernardo Sayão
Ecológico de Candangolândia
Ecológico Canjerana
das Copaíbas
Ecológico Dom Bosco
Ecológico Ezechias Heringer
Ecológico Garça Branca
Ecológico Península Sul
Dona Sarah Kubitschek
Recreativo do N. Bandeirante
Urbano Bosque do Sudoeste
de Uso Múltiplo Vila Planalto
47
52
48
49
50
51
53
59
55
54
56
57
58
60
Ecológico Olhos D'Água
Parque Centro de Lazer e Cultura Viva Sobradinho
Parque Ecológico e Vivencial de Sobradinho 
Ecológico do Taquari
Ecológico e Vivencial da Vila Varjão
Ecológico e Vivenc. Bosque dos Eucaliptos
Recreativo e Ecológico Canela de Ema
Ambiental Colégio Agrícola de Brasília
dos Jequitibás
Vivencial Denner
Uso Múltiplo do Lago Norte
de Uso Múltiplo do Morro do Careca
das Aves
de Uso Múltiplo das Esculturas
46 Ecológico da Cachoeirinha
43
41
42
44
45
Ecológico das Garças
Vivencial dos Pinheiros
Uso Múltiplo da Enseada Norte
Urbano do Paranoá
Uso Múltiplo Burle Marx
66
62
61
63
64
65
67
Ecológ. e Vivenc. da Lagoa Joaquim de Medeiros
Recreativo Sucupira
de Uso Múltiplo Vale do Amanhecer
Ecológico e Vivenc. Cachoeira do Pipiripau
Ecológico dos Pequizeiros
Ecológico e Vivencial do Retirinho
Ecológico do DER
Ecológico e Vivencial Estância
68
70 Bosque dos Tribunais
71 Bosque dos Constituintes
Lagoinha72
Ecológico Irmão Afonso Hauss69
Parque Ecológico Sementes do Itapoã73
HIDROGRAFIA
Cursos D'Água
Lagoas, Lagos e Represas
Transportes Terrestres
Ferrovia
Metrô
Rod. Não-pavimentadas
Rod. Pavimentadas
CIDADE
Malha urbana
Limite do DF
o Aeroporto
Estação de Trat. Esgoto
YWX
Setor de Indústria e
Área de Desenvolvimento 
Econômico - ADE
A@
21 Usina de Lixo
po Estação Trat. Água
Parques do Distrito Federal
ESEC - Estação Ecológica
Jardim Botânico3
Águas Emendadas2
Univ. de Brasília1
REBIO - Reserva Biológica
Gama4
Guará3
Contagem2
1 Descoberto
Cerradão5
APA - Área de Proteção Ambiental
Cafuringa
Rio Descoberto
Rio São Bartolomeu
Lago Paranoá
Gama e Cabeça de Veado
Planalto Central
Jardim Zoológico de Brasília3
Jardim Botânico de Brasília2
Embrapa Cerrados1
Áreas Especiais de Proteção
Reserva Ecológica
IBGE2
Paranoá1
12 Cruls
11 Torto
10 Mato Grande
9 Cabeceira do Valo
8 Bosque
7 Vila Estrutural
6 Setor Hab. Dom Bosco
5 Riacho Fundo
4 Paranoá Sul
3 JK
2 Granja do Ipê
1 Capetinga/Taquara
ARIE - Área de Relevante 
Interesse Ecológico Chakra Grissu1 Córrego da Aurora2
Maria Velha3
Santuário Ecológico Sonhém4
Vale das Copaibeiras5
RESBIO - Reserva da Biosfera 
do Cerrado (Zona Núcleo)
FLONA - Floresta Nacional
de Brasília
RPPN - Reserva Particular 
do Patrimônio Natural
o
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21
21
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Lago Paranoá
Lago Santa Maria
Lago do
Descoberto
44
20
42
8
45 46
16
41
47
8
11
6
2
4
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10
12
1
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33
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21
15
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27
30 31
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43
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18
56 58
63
25
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1
2
1
3
2
3
1
4
2
1
1
46
Asa Sul
Asa Norte
Cruzeiro
Octogonal
Sudoeste
Guará
N. Bandeirante
Candangolândia
R. Fundo I
R. Fundo II
Rec. das Emas
Samambaia
Taguatinga
Águas Claras
Vicente Pires
Ceilândia
Estrutural
Lago Sul
Lago Norte
Sobradinho
Planaltina
Itapoã
Paranoá
São Sebastião
Varjão
Gama
Santa Maria
Sobradinho II
Brazlândia
Águas Lindas
de Goiás
Valparaíso de Goiás
Novo Gama
Cidade Ocidental
Santo Antônio 
do Descoberto
11
12
36
5
52
5
57
5
1 1
Park Way
Park Way
SIA
Fercal
Jardim
Botânico
SCIA
1 2
3
4
56
7
8
9
10 e 11
71
70
73
Lagoa
Bonita
69
72 CORREGO CORTADO
LAGOA DO
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18
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24
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26
21
19
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2522
10
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RIBEIRÃO JARDIM
RIBEIRÃO BANANAL
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RIBEIRÃO TABOCA
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RIBEIRÃO CACHOEIRINHA
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RIBEIRÃO SAIA VELHA
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CÓRREGO SERANDI
CÓRREGO BURACÃO
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CÓRREGO CAPETINGA
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CÓRR
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CÓRREGO ESTREITO
CÓRREGO BATALHA
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FUMAL
CÓRREGO MATO GRANDE
CÓRREGO
PAU
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CÓRRE GO EUGÊNIO
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CÓRREGO
FAZEN DINHA
CÓRREGO DA GUE L A
CÓRREGO T AQUARI
CÓRREGO BURITIZINHO
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SALO
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CÓRREGO DA COL
MEIA
CÓRREGO
CHAPADINHA
CÓRR
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MAS
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PE
RE
IRA
CÓRREGO SALOBRO
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75
00
0
82
75
00
0
APM - Área de Proteção 
de Mananciais 
1
3
2
4
5
Alagado
Bananal
Barrocão
Brejinho
Cabeça de Veado
6 Cachoeirinha
14
15
21
17
16
18
19
20
22
26
23
24
25
Ribeirão do Gama
Mestre D'Armas
Olho D'Água
Paranoazinho
Ponte de Terra
Pedras
Pipiripau
Quinze
Santa Maria
S. Bartolomeu(Norte)
S. Bartolomeu (Sul)
Torto
7
8
10
9
11
12
13
Capão da Onça
Contagem
Corguinho
Crispim
Currais
Eng. das Lajes
Fumal
Parque Nacional de Brasília
!
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!
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Figura 2 – Regiões de proteção ambiental do Distrito Federal. Fonte: IBRAM.
De acordo com a resolução CONAMA N∘ 010 de 14 de dezembro de 1988:
“Art. I: As Áreas de Proteção Ambiental-APA’S são unidades de conservação,
destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais
ali existentes, visando a melhoria da qualidade de vida da população local
e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais. [...] § 1o - As
Reservas Ecológicas públicas ou privadas, assim consideradas de acordo com
o Decreto Federal n∘ 89.336, de 31 de janeiro de 1984, e outras áreas com
proteção legal equivalente, existentes em Território das APA’S, constituirão as
Zonas de Preservação de Vida Silvestre. Nela serão proibidas as atividades que
importem na alteração antrópica da biota.”
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 20
Desta forma, é possível instalar uma Usina Termonuclear em APA desde que
atenda a requisitos de preservação ambiental e proporcione compensação ambiental, ne-
cessitando de aprovação do IBRAM. Para a implementação de uma usina nuclear deve-se
obedecer à CNEN NE 1.04 (Resolução CNEN 15/02 de dezembro / 2002) - LICENCIA-
MENTO DE INSTALAÇÕES NUCLEARES que prevê os requisitos de instalação. Além
disso, é necessário seguir a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei N∘. 6.938/81 e obter
o licenciamento ambiental emitido pelo IBAMA.
As Figuras 3, 4, 5, 6 e 3 mostram a localização exata da usina.
Figura 3 – Localização do Ponto de Instalação da Usina no Distrito Federal.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 21
Figura 4 – Ponto de Instalação e demarcação de zona de 20km de influência
Figura 5 – Ponto de Instalação, áreas de proteção permanente e demarcação de zona de
10km de influência.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 22
Figura 6 – Ponto de Instalação, área circular de construção com 172m de raio.
Figura 7 – Ponto de Instalação e área de expansão.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 23
3.1.2 Requisitos Legais
1. Para a implementação de uma usina nuclear é necessário: Obter o licenciamento
ambiental estabelecido pela lei 6.938/81 e regulamentado pela resolução 001/86 do CO-
NAMA e 237/97 que regula a PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente).
“Art. 4∘ - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento
ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei N∘ 6.938, de 31 de agosto de
1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental
de âmbito nacional ou regional, a saber: IV - destinados a pesquisar, lavrar,
produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas
e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear -
CNEN” (Resolução CONAMA 237/97 Art. 4∘ inciso IV
No licenciamento ambiental é necessária a elaboração de um EIA (Estudo de Im-
pacto Ambiental) e um RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) a partir da AIA (Avali-
ação de Impactos Ambientais). A partir deles que é possível obter o direito do desenvol-
vimento da atividade dentro do empreendimento energético.
2. Licenciamento de instalações nucleares, além da licença de instalação já re-
querida pelo licenciamento ambiental, ainda há regulamentação por parte do CNEN. A
partir das normas é estabelecida documentação e procedimentos para obtenção da licença.
Dentre eles, constituem-se:
a) Estabelecimento de cronograma de construção;
b) Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS);
c) Plano preliminar de proteção física - NE 2.01;
3.1.3 Estudos de Impactos Ambientais (EIA)
É um estudo multidisciplinar completo que avalia todos os impactos ambientais
significativos da instalação do empreendimento e obtém medidas mitigadoras para cada
um deles. Tomando como exemplo o EIA de Angra 3, realizado pela MRS Estudos Am-
bientais LTDA, em um EIA são elencados:
∘ Identificação do Empreendimento e do Empreendedor;
∘ Caracterização do Empreendimento;
∘ Análise das Alternativas Locacionais;
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 24
∘ Áreas de Influência do Empreendimento;
∘ Legislação Ambiental.
O Estudo de Impacto Ambiental da Central Nuclear Angra 3 foi dividido em 7 volumes,
sendo seu primeiro volume introdutório às áreas de abrangência, os demais são específicos
de cada tema e o final é conclusivo. Para a caracterização do Empreendimento Nuclear
no Lago Paranoá serão elencados alguns aspectos a modelo de Angra 3.
3.1.4 Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um instrumento de política ambiental
formado por um conjunto de procedimentos, que tem como objetivo assegurar a realiza-
ção do exame sistemático dos impactos ambientais de uma determinada ação proposta
(projeto, programa, plano ou política), e de suas alternativas, onde os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão,
sendo, desta forma, por eles devidamente considerados antes que as decisões sejam to-
madas. A Tabela 1 mostra os aspectos e impactos ambientais e suas respectivas medidas
mitigadoras.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 25
Tabela 1 – Aspectos e impactos ambientais e medidas mitigadoras.
Aspecto Ambiental Impactos Ambientais Medidas Mitigadoras
Instalação da usina na
margem do rio
Assoreamento Instalação de barragens
Lançamento de efluentes
sanitários, água servida
contaminada, vazamento
de óleo.
Alteração da qualidade da
água
Instalação de drenagem e tra-
tamento de efluentes
Geração de poeira, mate-
rial particulado, gases e
fumaça
Alteração da qualidade do ar Umidificação e proteção do
solo, manutenção preventiva
de equipamentos
Construção às margens do
lago
Aceleração da erosão Proteção do solo e drenagem
Abastecimento Contaminação do solo por
produtos químicos
Drenagem e tratamento de
efluentes
Construção Ocupação de áreas de prote-
ção ambiental
Programa de educação ambi-
ental
Construção/desmatamento Redução da cobertura vege-
tal
Recuperação de áreas degra-
dadas
Transporte Atropelamento da fauna Redução da velocidade má-
xima das vias e educação do
trânsito
Ocupação do habitat de
espécies nativas
Alteração da diversidade e
abundância de comunidades
terrestres
Alojar trabalhadores no mu-
nicípio ao invés de incentivar
a ocupação das redondezas.
Promover educação ambien-
tal.
3.1.5 Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA)
É o relatório final do AIA e EIA e é responsável por, ao final, entregar qual será o
retorno do benefício social e econômico do empreendimento, em que os impactos devem
ser justificáveis para a população. O RIMA de Angra 3 apresenta:
⋆ Áreas de Influência do Empreendimento;
⋆ Diagnóstico Ambiental;
⋆ Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais;
⋆ Medidas Mitigadoras e Compensatórias;
⋆ Prognóstico Ambiental;
⋆ Programas Ambientais;
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 26
⋆ Análises de Segurança e Riscos;
⋆ Plano de Ação Emergencial.
Os estudos e documentos necessários para implementação do empreendimento
energético não serão realizados por não fazerem parte do conteúdo-alvo deste projeto.
3.2 Reator e Suprimento Energético
3.2.1 Suprimento Energético
O estudo a seguir levantou todos os passos para a obtenção do urânio, desde sua
extração até seu enriquecimento e a chegada à usina.
3.2.1.1 Extração
O Brasil possui uma das jazidas de urânio do mundo, com cerca de 5,4% de toda
produção mundial, assim toda extração seria feita aqui em nosso país, as jazidas estão
espalhadas por todo país, hoje a jazida santa quitéria é a que mais produz. A Figura 8
mostra o mapa das jazidas de Urânico no Brasil.
Figura 8 – Mapa das jazidas de Urânio no Brasil. Fonte:(INB, 2018a).Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 27
3.2.1.2 Enriquecimento e Transporte
Já para o enriquecimento, o mundo reconhece 12 países que dominam essa tec-
nologia, que são: China, Estados Unidos, França, Japão, Rússia, Alemanha, Inglaterra,
Holanda, Brasil, Índia, Paquistão e Irã (INB, 2018b). O Brasil consegue enriquecer aproxi-
madamente 14% da produção necessária para angra 1 e 2, se estimou que até 2022 o Brasil
possa ser auto suficiente no enriquecimento, mostrando o grande potencial brasileiro para
o desenvolvimento em energia nuclear, o que impactaria positivamente na ativação de
novas usinas, como a proposta neste trabalho.
Mundialmente, de acordo com a World Nuclear Association, a Rússia hoje é o país
que mais enriquece urânio, produzindo, em 2015, 26.578 KSWU, o que implica em 45%
do enriquecimento mundial. O Brasil, mundialmente, junto com outros países como, Irã,
Argentina Índia e Paquistão produziu 100 KSWU, 0,17% da produção mundial. A Tabela
2 mostra a capacidade mundial de enriquecimento de Urânio operacional e planejada de
alguns países.
Tabela 2 – Capacidade mundial de enriquecimento operacional e planejada (mil
SWU/ano).
Country Company and plant 2013 2015 2020
France Areva, Georges Besse I & II 5500 7000 7500
Germany-Netherlands-UK Urenco: Gronau, Germany; Almelo,Netherlands; Capenhurst, UK. 14,2 14,4 14,9
Japan JNFL, Rokkaasho 75 75 75
USA USEC, Piketon 0* 0 0
USA Urenco, New Mexico 3500 4700 4700
USA Areva, Idaho Falls 0 0 0
USA Global Laser Enrichment, Paducah 0 0 0
Russia Tenex: Angarsk, Novouralsk, Zelenogorsk, Seversk 26 26,578 28,663
China CNNC, Hanzhun & Lanzhou 2200 5760 10,700+
Other Various: Argentina, Brazil, India, Pakistan, Iran 75 100 170
Total SWU/yr approx 51,55 58,6 66,7
Requirements (WNA reference scenario) 49,15 47,285 57,456
Fonte: Adaptado de WNA (2017).
3.2.1.3 O Reator
O princípio básico de um reator nuclear está na fissão do núcleo de alguns isótopos
de urânio e plutônio através do bombardeio de nêutrons. Essa fissão gera nêutrons que
também bombardeiam outros núcleos e assim sucessivamente, essa divisão dos núcleos
acaba gerando uma grande quantidade de energia em um curto período de tempo. No
caso da usina nuclear, existem substâncias chamadas moderadores, responsáveis por con-
trolar as reações. Segundo Perrota (1999), os reatores nucleares podem ser classificados
da seguinte forma:
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 28
I. Quanto à energia de nêutrons
∘ Reatores rápidos;
∘ Reatores intermediários ;
∘ Reatores térmicos.
II. Quanto ao propósito de funcionamento
∘ Reatores de potência;
∘ Reatores de pesquisa;
∘ Reatores de ensino.
III. Quanto ao tipo de refrigerante/ combustível/ moderador
∘ Reatores que utilizam gás como refrigerante (GCR, AGR, HTGR,GCFBR);
∘ Reatores refrigerados e moderados a água leve (PWR, BWR);
∘ Reatores de água pesada (HWR), água pesada como moderador e água leve ou
pesada como refrigerante.
No Brasil e no mundo, os reatores de água leve (PWR) são os mais utilizados,
devido à tecnologia e segurança que ele proporciona. Por isso, ele foi escolhido para este
estudo de dimensionamento de uma usina nuclear para Brasília. A grande particularidade
deste reator seria a utilização de água comum a altas pressões, como fluido refrigerante e
moderador. Seu funcionamento ocorre da seguinte maneira:
1𝑎 - Fissão dos átomos de combustível: a partir da fissão dos núcleos de átomos
localizados no reator, é produzida energia térmica.
2𝑎 - Geração de vapor - a energia térmica produzida é utilizada para produzir
vapor no gerador de calor.
3𝑎 - Operar as turbinas - o vapor gerado é direcionado para um conjunto de turbinas
que geram energia mecânica.
4𝑎 - Gerar eletricidade - a energia mecânica das turbinas é transformada em elétrica
através de um gerador elétrico.
A Figura 9 mostra o desenho esquemático de uma usina que utiliza um reator
nuclear de água leve pressurizada.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 29
Figura 9 – Usina nuclear de reator de água leve pressurizada. Fonte:(ENERGIA NU-
CLEAR, 2017).
3.2.1.4 Combustível Nuclear
Além de gerar as fissões nucleares, o combustível é responsável também por trans-
ferir a energia gerada para o refrigerante e reter os produtos de fissão. Por conta disso,
é necessário que o mesmo, atenda a alguns requisitos de qualidade como por exemplo
estabilidade, resistência à fadiga, compatibilidade com os outros materiais, dentre outros.
Geralmente os principais combustíveis estão em forma de ligas metálicas devido às vanta-
gens que isto lhe proporciona como, alta condutividade térmica, boa fabricabilidade e boa
economia de nêutrons. Em reatores PWR é utilizado o 𝑈𝑂2, normalmente apresentado
na forma de pastilhas cilíndricas. Entretanto, a maior limitação deste tipo de combustível
é o inchamento causado pelos produtos de fissão e a liberação destes produtos na forma
gasosa, o que atrapalha na transferência de calor do combustível para o fluido refrigerante
(PERROTA, 1999).
3.2.1.5 Moderadores
O moderador é um componente que deve ser associado ao combustível para contro-
lar a energia dos nêutrons no momento da fissão em diferentes níveis de energia térmica.
Em alguns casos o moderador serve de soluto para o Urânio, em outros casos, está dis-
posto no formato de barras que se alternam que forma estritamente calculada. No caso
de reatores PWR, o moderador utilizado é a água líquida.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 30
3.2.1.6 Refrigerantes
O funcionamento de uma usina nuclear é muito semelhante ao de uma usina tér-
mica, pois é utilizado vapor na geração de energia elétrica. A energia térmica produzida
na fissão do núcleo, é utilizada para gerar vapor. O responsável por remover e transportar
essa energia térmica do reator é o fluido refrigerante que o leva até uma caldeira para
produzir o vapor.
O material utilizado para esta função precisa ter principalmente boas propriedades
de transferências de calor, densidade ideal, baixo ponto de fusão, alto ponto de ebulição,
baixa ação corrosiva, facilidade e segurança de manuseio, entre outros (PERROTA, 1999).
No caso de um reator PWR, o fluido refrigerante utilizado é a água líquida.
3.2.1.7 Absorvedores
Dentro do núcleo dos reatores é necessário manter o controle sobre a reação em
cadeia da fissão. Para isso, são usados mecanismos de controle conhecidos como Absorve-
dores. Para se chegar ao controle da reação, são estabelecidos parâmetros que vão desde a
taxa de geração de neutrons, até a taxa de perda dos mesmos (por fuga ou por absorção
parasitária). Para a seleção e dimensionamento dos absorvedores, há fatores que devem
ser considerados, como os citados por Perrota (1999):
1. Decréscimo da reatividade com a queima do combustível;
2. Produção de material físsil com a irradiação neutrônica;
3. Produção de produtos de fissão altamente absorvedores;
4. Queima gradual do material absorvedor (transmutação nuclear).
Quanto às formas e tipos de absorvedores, temos elementos de controle/segurança,
veneno queimado e soluções homogêneas. Porém, independente do tipo de absorvedor
utilizado, é imprescindível a observação dos seguintes requisitos (STRASSER; YARIO,
1980):
1. Alta seção de choque de absorção;
2. Resistência mecânica adequada;
3. Alta estabilidade térmica;
4. Alta estabilidade à irradiação;
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 31
5. Boas características de transferência de calor;
5. Alta resistência à corrosão.
Alguns exemplos de materiais comumente utilizados são: Boro, Carbeto De Boro,
Prata, Índio, Cádmio e Háfnio. Em reatores PWR o ácido Bórico (H3BO3) é utilizado,
misturado ao refrigerante (água) como meio de controle da reatividade do reator (PER-
ROTA, 1999).
3.2.1.8 Blindagem
Para reduzir os efeitos da radiação sobre o meio externo ou sobre a estrutura do
reator, faz-se necessária a blindagem do reator. Essa blindagem consiste no processo de
revestimento do reator, de forma a isola-lo e minimizar os efeitosexternos.
Para esse processo de isolamento, são necessários materiais que sejam capazes de
moderar a energia de neutrons rapidos, absorver neutrons térmicos e epitérmicos, atenuar
a radiação gama primária e produzir radiação secundária reduzida (PERROTA, 1999).
Os materiais mais usados pra blindagem são B, B203, H20, Fe, Concreto, Pb, Bi e
W que são classificados em leves, compostos, médios e pesados e são separados de acordo
com suas funções (PERROTA, 1999):
◁ Pesados ou moderadamente pesados: atenuar a radiação gama e frear nêutrons
rápidos;
◁ Compostos e médios: Espalhar e moderar nêutrons;
◁ Leves: moderar nêutrons rápidos e capturar nêutrons sem produzir raios gamas
secundários.
3.2.1.9 Estruturas
A seleção dos materiais estruturais da usina tem sua importância, basicamente, na
proteção do combustível, resistência mecânica e suporte estrutural para os componentes
(PERROTA, 1999). Estes aspectos, aliados ao materiais utilizados na parte estrutural da
usina, garantirão a segurança do reator e dos funcionários, além da otimização do processo
de geração de energia.
Dentre os componentes de um reator, podemos citar exemplos significantes para
o funcionamento da usina, como: revestimento de combustíveis e estruturas associadas,
vasos de pressão, estruturas de suportes para o núcleo e as barras de controle. Quanto
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 32
às características necessárias à esses materiais, Perrota destaca: a baixa seção de choque
de absorção de nêutrons, alta resistência mecânica e ductilidade, estabilidade térmica e a
irradiação e a baixa radioatividade. Desta forma alguns materiais que se encaixam nessas
características são ligas metálicas de Zinco, Alumínio e Magnésio, aço carbono ou inox,
além dos mais usuais, como grafite, concreto e materiais cerâmicos. No caso em estudo,
estes materiais serão utilizados aliados à uma remodelagem da planta da usina, de forma
a garantir a segurança e a efetividade da usina.
3.2.1.10 Geração de Energia
Para este ponto, fez-se a suposição em comparação com usinas brasileiras já exis-
tentes ou em construção, mais especificamente com a usina Angra III, que será a maior
brasileira e que já possui estudos e estatísticas disponíveis no site da eletronuclear.
Considerou-se a angra III devido à área disponível e a geração de energia estimada,
de cerca de 10.600.000 MWh em 1 ano, sabendo que, segundo o anuário estatístico energé-
tico de 2017 do ministério de minas e energia, cada habitante consome aproximadamente
2228 KWh, esta usina levaria energia a mais de 4 milhões e 750 mil pessoas, gerando
energia suficiente para a população do distrito federal e entorno, que dão 4 milhões e 400
mil pessoas, segundo o IBGE em 2017.
3.3 A Segurança dos Reatores Nucleares
Os sistemas de segurança das usinas nucleares são independentes e fisicamente se-
parados, com objetivo de prevenir acidentes, resfriar o núcleo do reator e os geradores de
vapor em situações normais e de emergência. Esses sistemas de segurança entram auto-
maticamente em ação, caso necessário, para impedir condições de operação inadequadas.
Podem-se apresentar como exemplos as usinas nucleares de Angra, elas possuem sistema
de segurança passivo, funcionam sem acionamento de dispositivos elétricos, são compostos
por inúmeras barreiras de aço e concreto, que tem como objetivo proteger as usinas de
impactos externos, e aumento da pressão dentro da usina (SILVA; GUIMARÃES, 2006).
A maior parte das substâncias radioativas das usinas nucleares são geradas durante
o funcionamento do reator, cerca de 95%, o combustível interno também funciona barreira,
pois a maior parte dos produtos que se originam da fissão dos núcleos de urânio fica
retida nas posições vazias da estrutura cristalina da matriz. Só uma pequena fração dos
segmentos de fissão voláteis e gasosos consegue escapar da estrutura do combustível,
para reter as mesmas, as pastilhas de dióxido de urânio são colocadas no interior de
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 33
tubos revestidos por zircaloy, esses tubos são selados com solda estanque a gás (SILVA;
GUIMARÃES, 2006).
Em casos de microfissuras, existem sistemas de purificação e desgaseificação, com
isso o reator continua operando com segurança. A refrigeração do reator funciona como
uma barreira de estanque, com isso a liberação de substâncias radioativas são evitadas. A
água pressurizada tem dispositivos que se auto regulam, com o aumento de temperatura
há uma diminuição de potência, e isso funciona como freio automático contra aumentos
repentinos de potência (SILVA; GUIMARÃES, 2006).
O reator é envolvido por um edifício de aço estanque, tal barreira é projetada
para resistir a grandes acidentes, levando em conta a hipótese de que todas as demais
barreiras falhem. A esfera de contenção de aço está protegida de impactos externos por
um edifício de paredes de concreto armado. Durante a operação da usina, a pressão no
lado de dentro do edifício do reator é mantida abaixo da pressão atmosférica externa,
com intuito de impedir que os produtos radioativos escapem do interior da usina, essas
barreiras são testadas durante a sua construção, grande parte das ações que visam a
neutralizar ocorrências anormais na usina são automáticas, aumentando a segurança do
sistema (SILVA; GUIMARÃES, 2006).
Por lidar com uma forma de energia muito potente, a segurança das instalações
nucleares vai muito além das grossas paredes de aço e concreto que cercam nossos rea-
tores. Segurança nuclear é um processo contínuo que não envolve apenas componentes e
estruturas, mas também pessoas e organizações (ELETRONUCLEAR, 2013).
Apesar de um reator nuclear não poder explodir como uma bomba atômica, isso
não quer dizer que não seja possível ocorrer um acidente em uma central nuclear. Por
esse motivo, a construção de uma Usina Nuclear envolve vários aspectos de segurança,
desde a fase de projeto até a construção civil, montagem dos equipamentos e operação
(ELETRONUCLEAR, 2010).
O reator nuclear é construído de forma que a explosão do mesmo como uma bomba
atômica é impossível. Por dois motivos, o primeiro é que a concentração de urânio 235 é
muito baixa, portanto, não há possibilidade da reação em cadeia ocorrer com velocidade
suficiente para que se torne uma explosão, e o segundo motivo, é que dentro do reator
existem materiais absorvedores de nêutrons, que controlam e até mesmo acabam com a
reação em cadeia.
Porém, ainda assim as usinas nucleares apresentam grandes riscos, de acidente
radiológico, que pode causar um impacto ambiental por contaminação radioativa. Por isso,
elas são construídas e operadas com alto nível de segurança, de forma a evitar vazamentos
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 34
até em caso de desastres naturais, acidentes ou até mesmo sabotagem. A Figura 10 mostra
as variáveis envolvidas na segurança das usinas nucleares.
Figura 10 – Variáveis envolvidas na segurança.
As defesas em uma usina nuclear podem ser de tipos diferentes, segundo Eletro-
nuclear (2013) elas podem ser:
⋆ De Projeto – Este conjunto de barreiras engloba os cuidados que são tomados
antes mesmo da escolha do local onde a usina será construída. São analisados todos
os possíveis riscos inerentes ao empreendimento, até mesmo os mais improváveis,
como terremotos ou a queda de um avião sobre as instalações nucleares.
⋆ Físicas – Nesta categoria, estão incluídas todas as proteções utilizadas para conter
ou minimizar os níveis de radiação inerentes ao funcionamento do reator nuclear.
Essas barreiras vão desde a própria estrutura molecular da pastilha de combustível
até as grossas paredes de aço e concreto que cercam todo o circuito primário da
usina.
⋆ De Processo – Essas barreiras garantem a segurança do trabalho humano e sua
interação com a máquina, estabelecendo rotinas de trabalho e procedimentos admi-
nistrativos e operacionais. Nesta categoria, estão incluídos itens como os programas
de testes periódicos; os procedimentos de trabalho (operação, manutenção,enge-
nharia, treinamento, química, proteção radiológica, gestão); e processos de avaliação
interna e externa.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 35
⋆ Organizacionais – Aqui estão os controles legais e institucionais relativos à segu-
rança. Elas incluem leis específicas de âmbito nacional e internacional, a existência
de um órgão regulador – no caso brasileiro, a Comissão Nacional de Energia Nuclear
(Cnen) – e de acordos com organismos nacionais e internacionais. Além disso, a Po-
lítica de Gestão Integrada de Segurança da Eletrobras Eletronuclear preconiza que
a segurança nuclear é mais importante do que a produtividade ou a economia da
empresa. Esse é um compromisso que envolve todos os trabalhadores da organização
e se reflete numa forte cultura de segurança.
A Figura 11 mostra o conceito de barreiras múltiplas para usinas nucleares.
Figura 11 – Conceito de barreiras múltiplas para usinas nucleares.
3.3.1 Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES)
A escala INES é uma ferramenta usada no mundo inteiro, que tem o objetivo de
comunicar ao público a importância dos eventos nucleares no que diz respeito à segurança,
e também serve para quantificar a gravidade de um evento nuclear. A escala possui 7
níveis para classificar os eventos nucleares, de 1 a 3 são considerados incidentes, e de 4 a
7 acidentes. A elevação de cada nível da escala significa a elevação de aproximadamente
10 vezes da gravidade do evento (ENERGIA NUCLEAR, 2014). A Figura 12 mostra a
descrição dos níveis da escala INES.
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 36
Figura 12 – Descrição dos níveis da escala INES. Fonte:(ENERGIA NUCLEAR, 2014).
De acordo com a Figura 12 tem-se que:
⇒ Nível 1 - Anomalia Defesa em Profundidade: A exposição excessiva a uma
audiência além dos limites anuais legais. Pequenos problemas em componentes de
segurança. Perda ou roubo de fonte radioativa, dispositivo ou embalagem de trans-
porte de baixa atividade.
⇒ Nível 2 - Incidentes Pessoas e Ambiente: Exposição de um trabalhador acima
dos limites anuais legais. Barreiras radiológicas e controle: Contaminação signi-
ficativa dentro de uma instalação. Defesa em Profundidade: Falhas significativas
nas disposições de segurança, mas sem consequências reais. Embalagem inadequada
de fonte altamente radioativa.
⇒ Nível 3 - Principais incidente Pessoas e Ambiente: Exposição dez vezes mais
alta que o limite anual de exposição dos trabalhadores. Sem efeito letal de radiação
sobre a saúde (por exemplo, queimaduras). Barreiras radiológicas e controle:
Poluição grave em um design imprevisto, com baixa probabilidade de significativa
exposição pública. Defesa em Profundidade: Perda ou roubo de fontes altamente
radioativas. Entrega errada de fonte altamente radioativa sem procedimentos ade-
quados para manipular.
⇒ Nível 5 - Acidente com consequências mais amplas Pessoas e Ambiente: A
liberação limitada de material radioativo que provavelmente exige a implementação
de algumas das medidas preventivas previstas. Várias mortes por radiação. Barrei-
ras radiológicas e controle: Lesão grave para o núcleo do reator. Liberação de
grandes quantidades de material radioativo dentro de uma instalação com uma alta
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 37
probabilidade de exposição ao público; possivelmente causada por um incêndio ou
grave acidente de criticidade.
⇒ Nível 6 - Acidentes Graves Pessoas e Ambiente: Liberação significativa de
material radioativo que provavelmente exige a implementação das contramedidas
previstas.
⇒ Nível 7 - Acidente grave Pessoas e Ambiente: Maior liberação de material
radioativo com efeitos generalizados na saúde e no meio ambiente, que exige a apli-
cação e a ampliação das contramedidas previstas.
3.3.2 Plano de Emergência
O projeto das usinas nucleares adotadas no país utiliza a estratégia de defesa em
profundidade, que consiste no estabelecimento de múltiplos níveis de proteção, ou seja, a
construção de barreiras sucessivas que impedem a liberação de material radioativo para
o meio ambiente, que é o chamado sistema passivo de proteção.
Possuem ainda diversos dispositivos técnicos que constituem o sistema ativo de
segurança. Em caso de ocorrências operacionais anormais, dispositivos atuam para desligar
o reator de forma segura, remover o calor residual do núcleo, evitar escape de substâncias
radioativas e fornecer alimentação elétrica de emergência destinada a suprir todos os
circuitos de proteção de segurança, em caso de perda de alimentação externa.
Procedimentos rigorosos de acompanhamento, verificação e controle são adotados
desde o início do projeto básico, durante as diversas etapas de fabricação dos componentes,
construção civil, montagem e testes dos equipamentos e sistemas, bem como ao longo da
operação da usina, o que garante a sua segurança.
Para conceder a Autorização de Operação, a Comissão Nacional de Energia Nu-
clear - CNEN, órgão do Governo Federal responsável pelo licenciamento das instalações
nucleares, atua ao longo de todo este processo, avaliando os Relatórios de Análise de Se-
gurança e demais documentos relativos ao empreendimento, verificando o atendimento às
suas exigências e realizando inspeções e auditorias.
Organismos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica -
IAEA e a Associação Mundial de Operadoras Nucleares - WANO também supervisionam
as atividades desenvolvidas na Central Nuclear de Angra. Além do atendimento aos re-
quisitos dos órgãos ligados à energia nuclear, o licenciamento de uma usina nuclear requer
também o cumprimento das exigências dos órgãos de licenciamento ambiental, como o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a
Capítulo 3. As Características Construtivas da Usina 38
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e de entidades municipais
(ELETRONUCLEAR, 2010).
Plano de Emergência Externo (PEE) incorpora as recomendações da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com base em estudos e normas internacionais.
É importante observar que este é um plano de caráter preventivo, isto é, as medidas
previstas serão implementadas antes que ocorra qualquer liberação de material radioativo
para o meio ambiente. O PEE abrange uma área com raio de 15 km em torno das usinas,
denominada ZPE – Zona de Planejamento de Emergência. Esta área foi subdividida em
setores anulares, com raio de 3, 5, 10 e 15 km, denominadas respectivamente ZPE-3,
ZPE-5, ZPE-10 e ZPE-15.
A população é informada periodicamente através das Campanhas de Esclareci-
mento e, anualmente, em apoio à Defesa Civil, a ELETRONUCLEAR distribui 40.000
calendários na região dos 15 km em torno da central nuclear, com informações sobre o
Plano de Emergência, teste das sirenes e instruções de procedimento da população em
caso de acidente.
É prevista a notificação da população por meio das sirenes, que dispõem atual-
mente de sistema de transmissão de informações em viva-voz e de avisos transmitidos
pelas estações locais de rádio e TV. Somente para as ZPE’s 3 e 5 estão previstas evacua-
ções preventivas das populações. No restante da região, isto é, ZPE’s 10 e 15, a população
deverá permanecer inicialmente abrigada em suas residências, locais de trabalho, etc.,
aguardando instruções da Defesa Civil.
Os meios necessários para a operacionalização do PEE encontram-se disponíveis
na região, tais como quartéis do Corpo de Bombeiros, unidades da Defesa Civil Municipal,
Polícia Militar, Polícia Rodoviária. Os Órgãos envolvidos na operacionalização do PEE
são: Coordenação de Programas Técnico-Científicos e Nucleares, do MCT – Ministério da
Ciência e Tecnologia, CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, DEFESA CIVIL
Federal, Estadual e Municipal, ELETRONUCLEAR e diversos órgãos de apoio federais e
estaduais (ELETRONUCLEAR, 2005).
3.4 A Subestação
As Linhas de Transmissão (LT’s) são, em sua definição mais básica, a ligação
entre o centro produtor e o centro consumidor de energia elétrica, podendo ligar

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